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Ginecologia 8 Zona de transformação: Área entre a jec anterior e


a jec atual; é a área que sofreu metaplasia. É aqui
que podem ocorrer as lesões dos cânceres de colo
Lesões precursoras e CA de útero.
ginecológico  JEC não é a mesma coisa de zona de transformação:
- JEC: é só a linha imaginária
Câncer de colo de útero - já a área que sofreu metaplasia chama-se de zona
de transformação.
Objetivos de aprendizagem:

1- Conhecer epidemiologia e fatores de risco dos


ca de colo e endométrio
2- Compreender a história natural dos canceres de
colo e endométrio
3- Identificar manifestações clínicas sugestivas dos
ca de colo e endométrio
4- Realizar dx dos cânceres de colo e endométrio
5- Definir o manejo adequado das lesões
precursoras dos ca de colo e endométrio

Prevenção e Diagnóstico do câncer de colo de útero  Na foto: ao longo da vida há ectopia e vai
modificando a jec. Parte cinza é onde já sofreu
metaplasia, essa é a nossa zona de transformação, é
a área entre a jec antiga e a atual.

Patogênese- Câncer de colo de útero

 É uma neoplasia, mas é uma IST


 Fatores de risco mais associados a fatores
comportamentais
 fator etiológico: HPV
 HPV:
 Epitélio da ectocérvice: escamoso o maioria dos indivíduos sexualmente ativos tem
 Epitélio da endocérvice: epitélio colunar simples ou contato em algum momento da vida
glandular. o 80% tem contato com hpv até os 50ª
 JEC (junção escamocolunar): junção desses 2 o maioria no início da vida sexual.
epitélios
História natural da infecção genital pelo HPV

 infecção apesar de comum é transitória


 nos preocupa: infecção persistente, que promoveu
modificação celular
 risco geral estimado para a exposição: 15 a 25% a
cada nova parceria sexual
 maior incidência entre jovens
o 90% eliminam o vírus em média de 2 anos
 Predileção por células imaturas em divisão celular
(camada basal, regenerativas, jec)
 Ao longo da vida a jec vai sendo exposta e vai sofrer
metaplasia na área de epitélio colunar que tá
exposta. Vai ter epitélio colunar exterior ao colo
 Essa metaplasia é um fenômeno fisiológico para dar
origem a uma nova jec.
 Idade
o Pcts acima de 30 anos têm mais lesões ou mais
infecção persistente do que abaixo de 30 anos.
o Abaixo de 30a maioria regride
espontaneamente.
 Desnutrição
 Aco
 Tabagismo
 Foto:  Hiv
o Infecção Maioria das vezes SUBCLÍNICA  Imunossupressão
o Alguns fatores podem levar à persistência
Prevenção
(relacionados ao tipo do hpv ou do
hospedeiro)  Prevenção primária:
o Pode levar a neoplasias intraepiteliais o Abstinência
(lesões precursoras) o Camisinha (mas protege parcialmente da
o Ainda que ocorra lesão precursora: pode infecção por hpv, a parte da vulva ainda
regredir espontaneamente pode ter contato) proteção de 60%
o Na infecção subclínica que regride o Vacina: potencialmente mais eficaz para
espontaneamente: NÃO precisa intervir adolescentes vacinadas antes do primeiro
o Intervir: nas lesões precursoras que não contato sexual
estão evoluindo com regressão espontânea. - MS 2014 preconiza: quadrivalente
 As infecções são tipicamente assintomáticas (e 6,11,16,18
grande parte dos canceres são assintomáticos) - para meninas: 9 a 14 anos
 1 a 2% da população: verrugas anogenitais não - meninos: 11 a 14 anos
são lesões precursoras. Conduta em verruga é tratar - 2 doses (0 a 6 meses)  no particular são
a verruga (avalio pensando em câncer só se essa 3 doses
verruga tiver comportamento diferente)
Obs.: mudança recente (no último mês) Na indicação
 2 a 5% das mulheres: alterações no exame
para imuossuprimidos:estava de 9 a 26 anos. Nas
preventivo de colo de útero
mulheres imunossupressas ficou de 9 a 45 anos (ela não
o Alterações muitas vezes transitórias
vai cobrar essa mudança)
o As vezes falso-positivas (ex.: cervicite,
tricomoniase) Obs.: mesmo tomando a vacina, tem que continuar
 Tempo médio entre infecção pelo hpv de alto risco fazendo rastreio precoce.
e desenvolvimento do câncer cervical é de
 Prevenção secundária- Citologia preventiva
aproximadamente 20 anos.
o Termos sinônimos: citologia de colo uterino,
o Por isso não tem pressa em fazer o rastreio, a
colpocitologia, exame de Papanicolau.
gente não quer pegar as lesões que vão
o A gete não define conduta de tto baseado nisso.
regredir, queremos pegar as persistentes (que
o É para definir quando vou fazer rastreio
é onde preciso intervir)
novamente ou se precisa fazeravaliação mais
Fatores de Risco detalhada
o Eua-7% anormais
1- Associados à exposição sexual:
o Declínio 60-70% câncer e mortalidade
 Múltiplos parceiros
o É um exame de Baixa sensibilidade
 Sexarca precoce
 Mas com Rastreamentos repetitivos e Análise visual
 Dst
melhora bastante a eficácia do método
 Multiparidade
 Parceiro sexual de risco Queremos detectar lesões precursoras, que são as
2- Fatores do hospedeiro/imunidade: neoplasias intrepiteliais:
Neoplasia intraepitelial

 Tipo de câncer de colo uterino mais comum é


escamoso, de ectocérvice
 Lesões do epitélio escamoso
 Lesão precursora
 Classificação de acordo com acometimento ao
epitélio
 Acometem da Membrana basalpara epitélio
superficial
 Hpv se fixa principalmente na camada basal
 Vulva, vagina, perianal, anal

Resumindo o quadro: tudo é colposcopia, exceto asc-us


e lesão de baixo grau

 Abaixo de 25anos repete em 3 anos


 Decorem: asc-us menor que 30 anos tem maior
chance de regressão, a gente só repete com 12
meses; acima de 30 anos, repete com 6 meses
 Lesão de baixo grau: repete com 6 meses
 Todo o restante: indica colposcopia
 Obs.:decorem esses dois (em verde e vermelho), o
resto é colposcopia
 A gente não utiliza para citologia mais os termos de
neoplasia intraepitelial de nic1, 2 3. Pesquisa de HPV- Técnicas de biologia molecular
 Utilizamos classificação de citologia (a última): se
 Isso não é o foco do nosso rastreio, pq a grand
resultado é indeterminado, baixo ou alto grau, ou se
maioria das lesões são autolimitadas
já é câncer a conduta é baseado nisso
 Detectam infecção, mas não na lesão
 Nos nic1, quase 60% tem regressão espontânea
 Alto custo: usar apenas em situação com evidência
mais conservador na conduta
de benefício para a pct.
 Nic3: 12% pode progredir para invasão mais
 Captura híbrida
agressividade na conduta
 Genotipagem de HPV por PCR
 Infecções persistentes têm mais risco de progressão
 Para quem poderíamos fazer (isso é extra-ministério
Recomendações de rastreamento no Brasil da saúde):
o Rastreio isolado ou associado a CO em > 30
 Exame citopatológico
anos
 25 aos 64 anos o ASC-US (como opção a seguimento ou
 Anualmente colposcopia) quando tem infecção
o Após 2 normais: 3/3 anos persistente.
Nossa aula se resume a esse quadro: min 16:21 o Alteração citológica com colposcopia negativa
(para tirar a dúvida)
o Controle após conização por HSL (para fazer o
controle)

Diagnóstico

 Colposcopia é o exame microscópico do colo


uterino; usa lente de aumento para avaliar o colo.
 Biopsia (colposcopia) físico é que eu defino... e o MS nem fala nada sobre
 Ácido acético (área acetobranca) exame físico, ele fala: conduza pelo citológico!
 Lugol  Ah, eu poderia fazer genotipagem? Poderia, mas
o Teste de schiller não precisava no acompanhamento.
o Iodo-negativa= schiller positivo
 Sugere lesão/ devo biopsiar : área acetobranca/
iodo-negativa.
 Isso aqui é o plus

Conduta

 Citopatológico (“prevenção”)

Aqui é exame de rastreio; serve para definir se vou


para biópsia ou se vou repetir

oLSIL (baixo grau) repete com 6 meses se


persistir: colposcopia
o HSILcolposcopia
o Carcinoma colposcopia Gabarito: B
 Histopatológico (“biópsia”)
 Tinha o asc-h e tinha colposcopia normal
Aqui é diagnóstico...  Asc-h: eu achei que podia ter alguma coisa
o NiC1 faz tratamento destrutivo (ATA,  Informações importantes
eletrocauterização, laser) o faixa etária: 34 anos, a jec tá externa ao canal.
o NIC2/3 (lesão de alto grau) exérese de Zona de o Tipo histológico mias comum da lesão de colo
transformação ou conização(cirurgia a frio com de útero das lesões precursoras: escamoso
bisturi elétrico)  Se eu tenho uma alteração que pode ser alguma
o Carcinoma estadiar e tratar coisa, mas eu fiz a conduta complementar que não
deu nada, então eu não vou deixar pra la (pq tinha
Questões um achando que era), mas tbm não vou precisar
biopsiar.

Gabarito:D

 A pegadinha aqui: ele disse que a ectocérvice tinha


ficado positiva, mas a ectocérvice é exatamente Gabarito: A
onde eu não tenho dificuldade de coletar. Se eu  Aqui eu tive citologia e biópsia dando alto grau
tiver qualquer dúvida na citologia ou no exame  Se for Alto grau: conização
 Se for baixo grau: cauterização
o Se baixo grau NIC 1: destrutiva Tipo 1 Tipo 2
 Se for 3 ou in situ: conização com exérese de zona Frequência (80%) Frequência (20%)
de transformação Mulheres mais Mulheres mais
 Se for câncer: estadiar jovens velhas (Pós-
 Imunomodulador a gente utiliza para condiloma (é (perimenopausa) menopausa)
um dos ttos para condiloma) Sobrepeso e Biotipo magro
obesidade
Endometrióide Seroso e células
claras
História de Ausência de
exposição exposição
estrogênica estrogênica
Origem no Origina-se de
endométrio endométrio
hiperplásico atrófico
Melhor prognóstico Pior prognóstico

 Tipo 1 mais frequente e tipo 2 diagnóstico de


exceção
 Tipo 1 é o que tem que rastrear e ca de
endométrio pra gente é = a síndrome
metabólica!
Gabarito: A  Hiperestrogenismo + sd metabólica são nossos
fatores para CA de endométrio
 Nessa questão botei algumas pegadinhas de  Aqui a lesão precursora é hiperplasia de
prova, não se assustem se errarem endométrio
 Quando ela repetiu, veio normal, mas tinha uma  E o câncer de endométrio rastreado cedo tem
suspeita de infecção por hpv, por esse motivo a bom prognóstico
gente repete 2x por 6 meses.
 Depois de 2 normais, a gente volta a fazerem 1 Fisiopatologia:
ano  Estrogênio fator promotor e progesterona fator
 Para baixo grau a gente repete com 6 meses protetor:
Obs: disse q essa questão é mais de polêmica. Em Estrogênio Progesterona
prova vai cobrar mais o inicial mesmo Ação miogênica sobre céls Diferenciação celular
endometriais
Neoplasias Malignas de Corpo
Replicação celular Efeito supressivo de
Uterino crescimento tumoral
 Acomete 2-5% das mulheres ao longo da vida Estimula fatores de
 Aproximadamente 96% = Adenocarcinoma do crescimento (oncogenes) ------
endométrio
 Embora seja rara, o endométrio tem uma certa
frequência de lesões precursoras  Mulheres anovulatórias, com SOP,
perimenopausa não tem progesterona então
CANCER DE ENDOMÉTRIO perderiam o fator protetor
 Doença da peri/pós-menopausa  A exposição a estrogênio sem progesterona vai
 Pico de incidência 5ª a 6ª décadas (40-60 anos) promover a proliferação descontrolada
 Avançar da idade -> Maior agressividade
 Tudo que prolifera muito pode sofrer alteração o Posso ter uma hiperplasia simples c/
celular pode sofrer alteração atípicas atipia que teria só 8% de risco mas
coexistente eu posso ter em outro
ponto uma lesão mais grave

Manifestações Clínicas

 Sangramento uterino anormal (75-90%) –


predomina (então quase que a gente descarta
pcts que não tem SUA, exceto pct em pós
menopausa que poderiam ter estenose de colo
e isso deixaria o sangramento acumulado ->
 O verde e amarelo é onde temos que intervir e caso de hematométrio ou piométrio)
prevenir  Corrimento vaginal purulento (10%)
 Hematométrio ou piométrio
Lesões precursoras – Hiperplasia Endometrial
 Achado na citologia cervical
 Classificação
o Adenocarcinoma
o Quanto às alterações arquiteturais
o Céls glandulares atípicas
- Simples: dilatadas ou císticas o Céls endometriais e >40 anos

- Complexa: arquitetura complexa Citologia com esses achados: TENHO QUE PEDIR
(brotamento ou invaginação) e menor AVALIAÇÃOD E ENDOMÉTRIO!!
estroma
Rastreamento
o Quanto às atipias
 USG transvaginal +- biopsia
- Sem atipia  Não é preconizado de rotina, para mulheres
assintomáticas e de baixo risco.
- Com atipia: céls alargadas,
 Mas se tiver:
hipercromáticas; Maior nucléolos; Maior
o SUA:>35 anos ou <35 com fator de risco
núcleo/citoplasma
(obesa, sd metabólica..)
Risco de progressão para câncer o Espessamento endomet55rial
o Obesidade
o Uso de Tamoxifeno
o Sd Lynch

Ai faz rastreio!!

 Na pós-menopausa

o Isso é importante para definir conduta,


as outras que não são complexa e com
atipia tem um menor risco então pode-
se tomar uma conduta mais
conservadora
o Já a complexa com atipia já temos que
pensar em condutas mais definitivas

A hiperplasia endometrial com atipia pode anteceder ou Qualquer pct com sangramento tem que avaliar
coexistir com câncer de endométrio, ou seja: endométrio!
Diagnóstico Mas deve levar em consideração outros detalhes:

 É Histológico!! É biopsia  Progestágeno dose alta -> se ainda deseja


 Pode fazer: engravidar (por 3 meses e repete a bx) – se tiver
o Biópsia endometrial (as cegas) regredido a lesão libera pra ela engravidar e
o Curetagem assim que ela tiver gestado faz a histerectomia
o Peça cirúrgica (histerectomia)  Se persistir após tto clínico ou se em uma nova
 A gente define a medida do que se tem de avaliação der mais grave ai faz a histerectomia
recurso e quem é a nossa pct porque o risco é maior (tem que ser
 A biopsia as cegas é procedimento ambulatorial consentimento informado)
– não necessita anestesia então sai mais em
conta.
 A curetagem é vantegem durante o
sangramento – já seria tratamento para o
sangramento e ainda teria a amostra pra gente
avaliar

Conduta – Hiperplasia endometrial

 Presença ou não de atipia


Se tiver atipia – conduta mais agressiva
 Desejo de gestar – se não tem eu posso ter QUESTÕES:
conduta ais agressiva
1) Mulher,63a, G2P2C-A-, menopausa há9 anos.
 Risco cirúrgico
Retorna com resultado de biópsia aspirativa por
cânula de Pipelle: hiperplasia endometrial
Prevenção:
complexa com atipia.
Pacientes candidatas a prevenção:
É correto afirmar que:
- Pacientes obesas
a) É lesão precursora de CA de endométrio do
- Sd metabólica
tipo 2
- Histórico de SOP – o obj de fazer progesterona
b) Está associada a hiperestrogenismo e
na SOP é prevenção de CA de endométrio
obesidade na pós-menopausa
- Pct anovulatória crônica
c) A taxa de progressão para CA de
endométrio é de 90%
Conduta – Hiperplasia Endometrial sem atipia:
d) Está associada a tabagismo e multiparidade
 Posso usar o progestágeno/progesterona:
o Vai controlar o sangramento Resposta: B
o Evitar progressão para câncer O d são fatores protetores.
Aqui pensando em mulher pré-menopausa
2) Mulher, 55 anos, menopausada aos 50, vem ao
Mulher pós-menopausa ela vai continuar ambulatório com queixa de sangramento
hiperplasiando e não vai ter progesterona – genital em pequena quantidade, por 2 dias, há 1
essa pct tem que ter conduta mais agressiva semana. Nega terapia de reposição hormonal e
 Histerectomia – se pós-menopausa ou traz ultrassom transvaginal que mostra útero
persistência após 6 meses medindo 100cm3, endométrio de 3mm e
ovários não identificados.
Conduta – Hiperplasia endometrial com atipia:
 Potencial maligno -> Histerectomia (primeira Diante desse caso, qual a conduta mais
escolha) adequada a seguir?
a) Solicitar histeroscopia para afastar
espessamento endometrial
b) Indicar biópsia endometrial para afastar CA
de endométrio.
c) Realizar exame especular e toque vagina
para afastar lesões de colo e vagina
d) Inserir Sistema intrauterino liberador de
levonorgestrel (SIU-LNG) para controlar
sangramento.

Resposta: C – faz exame para garantir que o


sangramento não é de colo
Nessa questão a conduta é expectante porque
não é sangramento persistente

3) Mulher,36ª, nuligesta com desejo reprodutivo,


apresenta sangramento uterino anormal há 3
meses. Foi realizada bióspia do endométrio que
mostrou hiperplasia complexa coma tipia.

O tratamento mais adequado para esta paciente é:

a) Curetagem uterina
b) Tratamento contínuo com progestágeno
c) Tratamento cíclico com estrogênio
d) Indução da ovulação com GnRH
e) Histerectomia vaginal

Resposta: B

Faz e repete o exame em 3 meses

Simples poderia fazer indução de ovulação mas como é


complexa tem que fazer regressão com progestágeno
antes,

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