Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Colo do Útero
1
Letícia Toledo Costa - Oncologia
- A presença do HPV é em quase todos os - Pacientes soropositivas M ou H: 9-26 anos,
casos, sendo quase obrigatória a sua presença 3 doses (0, 2 e 6 meses).
para a formação do câncer.
- Pode ser que outros fatores estejam - Vacina nonavalente (HPV 6, 11, 16, 18 31,
ligados com o potencial de regressão ou evolução 33, 45, 52 e 58) aprovada em 2017 pela Anvisa p
da infecção/doença, como a imunidade, a H e M de 9-26 anos. Não está disponível no SUS.
genética, tabagismo e comportamento sexual.
- Geralmente lesões em mulheres <30 anos Prevenção secundária
regridem sozinhas e em mulheres >30 anos - Diagnóstico precoce e rastreamento
persistem mais. (testes/exames em população saudável à procura
de lesões suspeitas ou precursoras).
- As lesões intraepiteliais escamosas de
baixo grau são maior parte apenas infecção por Diagnóstico precoce
HPV com pouca chance de evolução p ca de colo Anamnese
de útero, regredindo quase sempre - Sintomas não específicos: corrimento
- Já as lesões intraepiteliais escamosas de vaginal, dor e perda sanguínea anormal (fases
alto grau têm um potencial maior para progredir iniciais).
para ca, sua detecção é a prevenção secundária - Hemorragia vaginal é o mais comum.
do câncer de colo de útero. Pode ter sinusiorragia e/ou metrorragia.
- Pós-menopausa: sangramento uterino
anormal.
- Estágios mais avançados: corrimento
vaginal fétido e dor pélvica (processos
inflamatórios ou infecção secundária).
- Pode se propagar por via direta
(continuidade e/ou contiguidade) e indiretamente
(via linfática ou hematogênica).
- Estágios mais avançados: avança pela
parede pélvica → dor ciática ou dor lombar.
Avança para raízes nervosas lombossacras
- As mulheres que são diagnosticadas com → dor lombar.
o câncer têm em média 10 anos a mais que as Invasão retal ou vesical → sintomas
mulheres que são rastreadas com lesões renais ou urinários (ex. hematúria e
precursoras, ou seja, progressão lenta. hematoquezia).
Prevenção Primária - Estágios iniciais: assintomático.
- Diminuição do risco de contágio pelo - Estágios avançados: sintomas
HPV. inespecíficos.
- Transmissão via sexual: uso de
preservativos. Fatores de Risco
- Vacina contra HPV: aprovadas no brasil ➔ Infecção por HPV
vacina quadrivalente (HPV 6,11,16,18) e vacina - Maior fator de risco
bivalente (HPV 16,18). São compostas de VLP - Presente em 99% dos casos.
(Virus-like particle), não possuem o DNA viral, - Lesões assintomáticas, inaparentes,
mas sim o capsídeo viral (proteína L1) sem poder visíveis apenas com aplicação de reagentes
infectante. (ácido acético e solução de Lugol) na
- DEVE SER FEITO CITOPATOLOGIA colposcopia.
MESMO EM MULHERES VACINADAS, PQ A
● A solução de Lugol cora o epitélio
VACINA NÃO PROTEGE CONTRA TODO OS
escamoso maduro, mas não cora as
TIPOS DE HPV ONCOGÊNICOS.
células com pouco ou nenhum
- Vacina quadrivalente: 3 doses (0, 60 e 180
glicogênio → lesão não fica marrom.
dias) em meninas e mulheres de 9-26 anos.
- Vacina bivalente: 3 doses (0, 30 e 180 ● O ácido acético desnatura proteína,
dias) em meninas e mulheres de 10-25 anos. uma célula displásica tem alto
- Podem vacinar mulheres até 45 anos metabolismo, ou seja, muitas proteínas
→ lesão fica branca.
- Disponibilidade pelo MS: meninas de 9-14
O teste de Schiller é um exame de diagnóstico que consiste
anos e meninos de 11-14 anos. na aplicação de uma solução com iodo, o Lugol, na região
2
Letícia Toledo Costa - Oncologia
interna da vagina e no colo do útero e tem como objetivo - Rara; única alteração genética para esse
verificar a integridade das células dessa região. câncer.
Quando a solução reage com as células presentes na vagina
e no colo do útero e ficam marrons, diz-se que o resultado - Mais comum em negros.
está normal, no entanto quando não consegue colorir uma ➔ Baixo nível socioeconômico
área específica, é sinal de que há alteração, sendo ➔ Outros fatores: multiparidade, desnutrição,
necessária a realização de exames mais específicos. má higiene genital, agentes químicos,
exposição à radiação ionizante.
- Mais frequente dos 20-40 anos.
Exame Físico
- HPV: acelera as mitoses celulares, - Inspeção cuidadosa da vulva, vagina e
aumenta a chance de atipias, e o vírus possui colo.
proteínas que bloqueiam os genes p53 e pRB. - Toque Vaginal.
- 12 tipos de alto risco: 16, 18, 31, 33, 35, 39, - Toque Retal.
45, 51, 52,56, 58 e 59.
- 70% dos carcinomas: subtipos 16 e 18. Rastreamento
- O subtipo 16 é mais frequente nos
Coleta da Colpocitologia
carcinomas de cell escamosas
- Método de rastreio do Ca de colo uterino
- O subtipo 18 é mais frequente nos
e as lesões precursoras.
adenocarcinomas.
- Citologia: avalia higidez ou estado
- HPV tipo 6 e 11: condilomas genitais, baixo
patológico de um órgão ou tecido.
risco para câncer.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE: inicia a partir
- HPV tem 3 destinos:
dos 25 anos com mulheres que já tiveram
1. Cura espontânea, cerca de 18 meses,
atividade sexual (perguntar sempre!!!) e
sem manifestação clínica.
continuar até os 64 anos se os últimos exames
2. Persistência do vírus por anos ,
forem negativos.
diminuição da resistência do organismo
Frequência: anualmente, mas após dois
→ lesões.
exames consecutivos negativos, pode continuar a
3. Condilomas genitais, altamente
cada três anos.
contagioso.
- Como é feita? É realizada a coleta na
- Tratamento HPV:
ectocérvice com espátula de Ayre e na
● Erradicar os condilomas. endocérvice com a escova endocervical.
● Prevenir evolução para malignidade. - NÃO PODE: ducha vaginal nas últimas
● Prevenir transmissão vertical. 48h; relação sexual nas últimas 48-72h; creme
● Prevenir transmissão horizontal. vaginal nos últimos 7 dias; e colocar lubrificante
no espéculo.
- Mulheres soropositivas estão mais
susceptíveis, necessitando de maior - Casos Especiais:
vigilância. Mulheres Virgens: não há indicação.
Grávidas: têm o mesmo risco de mulheres
não grávidas e o exame não oferece risco, então
➔ Idade precoce da atividade sexual mantém a mesma periodicidade e faixa etária.
- (<16 anos) Puérperas: aguarda 6-8 semanas
➔ Números de parceiros sexuais pós-parto pro colo uterino voltar ao normal.
➔ Parceiro sexual Pós-menopausa: pode ter falso-positico
➔ Outras ISTs devido a atrofia cervical pela falta de estrogênio!
➔ Uso de ACO Levar em conta o histórico!!!! Se for fazer, é
- O medicamento ajuda na etiopatogenia necessário estrogenioterapia prévia.
do câncer. Mulheres histerectomizadas: sem história
- As mulheres usam menos preservativos. de lesões benignas cervicais (exclui
➔ Deficiência de vitaminas rastreamento), mas de fez a histerectomia por
- Vit A ajuda na manutenção da lesões precursoras ou no colo uterino, vai ser
integridade do epitélio escamoso acompanhada como lesão tratada.
➔ Tabagismo Mulheres com IST: colpocitologia mais
➔ Imunidade frequente pelo maior risco, menos em casos de
➔ Deficiência de alfa-1-antitripsina condilomas externos.
3
Letícia Toledo Costa - Oncologia
Mulheres com atrofia genital: fazer uso Conduta
de estrogênio previamente para não dificultar o
Diagnóstico Citopatológico Conduta
diagnóstico. inicial
Mulheres imunossuprimidas: deve iniciar
a colpocitologia logo após o início da vida sexual <25 anos:
com coleta semestral no primeiro ano e se repetir em 3
negativo, seguir com acompanhamento anual anos
enquanto manter o fator de imunossupressão. Em
mulheres com CD4 menos de 200 cell/mm3, deve 25-29 anos:
Cell Possivelmente repetir em 12
ser feita a correção de CD4 e acompanhamento escamosas não neoplásica meses
semestral até a normalização. atípicas de (ASC-US)
significado ≽ 30 anos:
Citologia indeterminado repetir em 6
(ASC) meses
Classificação de Bethesda Achados
Não se
Normal Negativo para podendo Encaminhar
lesão afastar lesão de para
intraepitelial ou alto grau colposcopia
malignidade. (ASC-H)
tipos de ZT
Propagação
● Via Direta
- Continuidade: se estende para a vagina e
corpo uterino.
● Via Indireta
6
Letícia Toledo Costa - Oncologia
- Se lesão >5mm de
invasão e <2cm:
Invasão maior ou traquelectomia radical
igual a 5 mm de com linfadenectomia
profundidade e pélvica (se houver desejo
menor que 2 cm na de engravidar) ou
IB1 maior dimensão histerectomia tipo 3 com
(extensão). dissecção de linfonodos
pélvicos (se não houver
desejo de engravidar).
IB - carcinoma
invasivo com - Idosa, múltiplas
profundidade de comorbidades:
invasão maior ou Radioterapia externa
igual a 5 mm, mas
lesão limitada à Histerectomia l tipo 3 com
cérvice uterina. Invasão maior ou linfadenectomía pélvica e
IB2 igual a 2 cm e aórtica lateral
menor que 4 cm. ou
Quimiorradioterapia
primária.
Quimiorradioterapia e
IB3 Invasão maior ou radio adjuvante (se linf +,
igual a 4 cm. margem + ou paramétrio
7
Letícia Toledo Costa - Oncologia
+)
É o envolvimento do
IIB paramétrio, mas não Quimiorradioterapia
da parede pélvica. primária.
Há envolvimento do
terço inferior da Quimiorradioterapia
IIIA vagina, mas não há primária.
extensão à parede
pélvica
III - o carcinoma O carcinoma se
acomete o terço estende à parede
inferior da pélvica, podendo
vagina, IIIB causar hidronefrose Quimiorradioterapia
podendo se ou rim não primária.
estender à funcionante, mas é
parede pélvica, preciso excluir
causar outras causas.
hidronefrose ou
rim não IIIC - há Consiste em
funcionante envolvimento dos IIIC1 metástases apenas Quimiorradioterapia
e/ou envolver os linfonodos pélvicos para os linfonodos primária.
linfonodos e/ou para-aórticos, pélvicos.
pélvicos e/ou independentemente
para-aórticos do tamanho do
tumor ou de sua
extensão. É preciso Metástasis para Quimiorradioterapia
representação por IIIC2 linfonodos primária.
exame de imagem para-aórticos.
ou por
histopatológico.
IV - carcinoma Disseminação do
que se estendeu IVA Tumor para órgãos Quimiorradioterapia
para além da adjacentes (bexiga primária.
pelve, podendo e reto).
acometer a
bexiga ou o Disseminação para Quimiorradioterapia
reto. IVB órgãos distantes. primária. (Paliativo)
Outros procedimentos
●Histerectomia tipo 1: está Ia1, sem invasão do espaço vascular linfático e sem desejo de
engravidar.
●Traquelectomia radical: consiste na remoção da maior parte ou totalidade do colo do útero,
de um segmento proximal contíguo dos paramétrios e dos fundos de saco vaginais adjacentes, por via
vaginal, associada a uma linfadenectomia pélvica, preferencialmente por via laparoscópica.
●Exenteração: anterior (remove bexiga, vagina, colo e útero), posterior (remove reto, vagina,
colo e útero) e total (anterior + posterior).
●Radioterapia primária: ainda que a radioterapia possa ser usada em todos os estádios da
doença, a cirurgia é indicada para as pacientes com câncer invasivo em estágios I e IIa por apresentar
menos efeitos colaterais.
●Quimiorradioterapia concomitante: A quimioterapia para sensibilizar as células à
radioterapia melhora o controle locorregional. Cisplatina + radio
●Radioterapia adjuvante: a radioterapia pode ser usada no pós-operatório na presença de
margens cirúrgicas positivas.
9
Letícia Toledo Costa - Oncologia
10