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Letícia Toledo Costa - Oncologia

Câncer de Colo de Útero

- Tipo histológico mais comum é o


carcinoma de células escamosas (85-90%).
- Principal fator de risco: infecção por HPV.
➔ 90% das infecções são autolimitadas e
regridem em 6-18 meses.
➔ Existem 13 tipos oncogênicos, os mais
comuns são 16 e 18.
➔ Necessário persistência da infecção
para causar neoplasia.
- Tabagismo e imunossupressão também
são fatores de risco.
- Rastreamento pelo MS: exame
citopatológico de 25-65 anos, após dois exames
anuais consecutivos normais, deve-se repetir a
cada 3 anos.

Colo do Útero

- tem forma cilíndrica.


- Parte interna: canal cervical ou
endocérvice (revestida de uma camada única de
células cilíndricas produtoras de muco - epitélio
colunar simples).
- Parte externa: ectocérvice (revestido por
várias camadas de cell planas - epitélio escamoso
estratificado não queratinizado). - Na infância e na pós-menopausa: JEC
- Junção Escamocolunar (JEC): linha entre dentro do canal cervical.
os dois epitélios. - Na menacme (período reprodutivo): JEC
no orifício externo ou para fora - ectopia ou
eversão.
➔ Há exposição do epitélio colunar no
meio ácido da vagina, então essas
células sofrem metaplasia em células
escamosas -> terceira zona mucosa /
zona de transformação.

- O epitélio escamoso original contém


glicogênio.
- Zona de transformação: região entre JEC
primitiva e nova JEC; localização de 90% das
lesões malignas.
- Cistos de Naboth: ocorre em razão da
oclusão das criptas endocervicais pelo epitélio
escamoso metaplásico.

Epidemiologia e História Natural


- Mais casos de diagnóstico positivo
entre 35-49 anos.
- Um dos cânceres com maior potencial de
prevenção e cura, quase 100%.

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- A presença do HPV é em quase todos os - Pacientes soropositivas M ou H: 9-26 anos,
casos, sendo quase obrigatória a sua presença 3 doses (0, 2 e 6 meses).
para a formação do câncer.
- Pode ser que outros fatores estejam - Vacina nonavalente (HPV 6, 11, 16, 18 31,
ligados com o potencial de regressão ou evolução 33, 45, 52 e 58) aprovada em 2017 pela Anvisa p
da infecção/doença, como a imunidade, a H e M de 9-26 anos. Não está disponível no SUS.
genética, tabagismo e comportamento sexual.
- Geralmente lesões em mulheres <30 anos Prevenção secundária
regridem sozinhas e em mulheres >30 anos - Diagnóstico precoce e rastreamento
persistem mais. (testes/exames em população saudável à procura
de lesões suspeitas ou precursoras).
- As lesões intraepiteliais escamosas de
baixo grau são maior parte apenas infecção por Diagnóstico precoce
HPV com pouca chance de evolução p ca de colo Anamnese
de útero, regredindo quase sempre - Sintomas não específicos: corrimento
- Já as lesões intraepiteliais escamosas de vaginal, dor e perda sanguínea anormal (fases
alto grau têm um potencial maior para progredir iniciais).
para ca, sua detecção é a prevenção secundária - Hemorragia vaginal é o mais comum.
do câncer de colo de útero. Pode ter sinusiorragia e/ou metrorragia.
- Pós-menopausa: sangramento uterino
anormal.
- Estágios mais avançados: corrimento
vaginal fétido e dor pélvica (processos
inflamatórios ou infecção secundária).
- Pode se propagar por via direta
(continuidade e/ou contiguidade) e indiretamente
(via linfática ou hematogênica).
- Estágios mais avançados: avança pela
parede pélvica → dor ciática ou dor lombar.
Avança para raízes nervosas lombossacras
- As mulheres que são diagnosticadas com → dor lombar.
o câncer têm em média 10 anos a mais que as Invasão retal ou vesical → sintomas
mulheres que são rastreadas com lesões renais ou urinários (ex. hematúria e
precursoras, ou seja, progressão lenta. hematoquezia).
Prevenção Primária - Estágios iniciais: assintomático.
- Diminuição do risco de contágio pelo - Estágios avançados: sintomas
HPV. inespecíficos.
- Transmissão via sexual: uso de
preservativos. Fatores de Risco
- Vacina contra HPV: aprovadas no brasil ➔ Infecção por HPV
vacina quadrivalente (HPV 6,11,16,18) e vacina - Maior fator de risco
bivalente (HPV 16,18). São compostas de VLP - Presente em 99% dos casos.
(Virus-like particle), não possuem o DNA viral, - Lesões assintomáticas, inaparentes,
mas sim o capsídeo viral (proteína L1) sem poder visíveis apenas com aplicação de reagentes
infectante. (ácido acético e solução de Lugol) na
- DEVE SER FEITO CITOPATOLOGIA colposcopia.
MESMO EM MULHERES VACINADAS, PQ A
● A solução de Lugol cora o epitélio
VACINA NÃO PROTEGE CONTRA TODO OS
escamoso maduro, mas não cora as
TIPOS DE HPV ONCOGÊNICOS.
células com pouco ou nenhum
- Vacina quadrivalente: 3 doses (0, 60 e 180
glicogênio → lesão não fica marrom.
dias) em meninas e mulheres de 9-26 anos.
- Vacina bivalente: 3 doses (0, 30 e 180 ● O ácido acético desnatura proteína,
dias) em meninas e mulheres de 10-25 anos. uma célula displásica tem alto
- Podem vacinar mulheres até 45 anos metabolismo, ou seja, muitas proteínas
→ lesão fica branca.
- Disponibilidade pelo MS: meninas de 9-14
O teste de Schiller é um exame de diagnóstico que consiste
anos e meninos de 11-14 anos. na aplicação de uma solução com iodo, o Lugol, na região

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interna da vagina e no colo do útero e tem como objetivo - Rara; única alteração genética para esse
verificar a integridade das células dessa região. câncer.
Quando a solução reage com as células presentes na vagina
e no colo do útero e ficam marrons, diz-se que o resultado - Mais comum em negros.
está normal, no entanto quando não consegue colorir uma ➔ Baixo nível socioeconômico
área específica, é sinal de que há alteração, sendo ➔ Outros fatores: multiparidade, desnutrição,
necessária a realização de exames mais específicos. má higiene genital, agentes químicos,
exposição à radiação ionizante.
- Mais frequente dos 20-40 anos.
Exame Físico
- HPV: acelera as mitoses celulares, - Inspeção cuidadosa da vulva, vagina e
aumenta a chance de atipias, e o vírus possui colo.
proteínas que bloqueiam os genes p53 e pRB. - Toque Vaginal.
- 12 tipos de alto risco: 16, 18, 31, 33, 35, 39, - Toque Retal.
45, 51, 52,56, 58 e 59.
- 70% dos carcinomas: subtipos 16 e 18. Rastreamento
- O subtipo 16 é mais frequente nos
Coleta da Colpocitologia
carcinomas de cell escamosas
- Método de rastreio do Ca de colo uterino
- O subtipo 18 é mais frequente nos
e as lesões precursoras.
adenocarcinomas.
- Citologia: avalia higidez ou estado
- HPV tipo 6 e 11: condilomas genitais, baixo
patológico de um órgão ou tecido.
risco para câncer.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE: inicia a partir
- HPV tem 3 destinos:
dos 25 anos com mulheres que já tiveram
1. Cura espontânea, cerca de 18 meses,
atividade sexual (perguntar sempre!!!) e
sem manifestação clínica.
continuar até os 64 anos se os últimos exames
2. Persistência do vírus por anos ,
forem negativos.
diminuição da resistência do organismo
Frequência: anualmente, mas após dois
→ lesões.
exames consecutivos negativos, pode continuar a
3. Condilomas genitais, altamente
cada três anos.
contagioso.
- Como é feita? É realizada a coleta na
- Tratamento HPV:
ectocérvice com espátula de Ayre e na
● Erradicar os condilomas. endocérvice com a escova endocervical.
● Prevenir evolução para malignidade. - NÃO PODE: ducha vaginal nas últimas
● Prevenir transmissão vertical. 48h; relação sexual nas últimas 48-72h; creme
● Prevenir transmissão horizontal. vaginal nos últimos 7 dias; e colocar lubrificante
no espéculo.
- Mulheres soropositivas estão mais
susceptíveis, necessitando de maior - Casos Especiais:
vigilância. Mulheres Virgens: não há indicação.
Grávidas: têm o mesmo risco de mulheres
não grávidas e o exame não oferece risco, então
➔ Idade precoce da atividade sexual mantém a mesma periodicidade e faixa etária.
- (<16 anos) Puérperas: aguarda 6-8 semanas
➔ Números de parceiros sexuais pós-parto pro colo uterino voltar ao normal.
➔ Parceiro sexual Pós-menopausa: pode ter falso-positico
➔ Outras ISTs devido a atrofia cervical pela falta de estrogênio!
➔ Uso de ACO Levar em conta o histórico!!!! Se for fazer, é
- O medicamento ajuda na etiopatogenia necessário estrogenioterapia prévia.
do câncer. Mulheres histerectomizadas: sem história
- As mulheres usam menos preservativos. de lesões benignas cervicais (exclui
➔ Deficiência de vitaminas rastreamento), mas de fez a histerectomia por
- Vit A ajuda na manutenção da lesões precursoras ou no colo uterino, vai ser
integridade do epitélio escamoso acompanhada como lesão tratada.
➔ Tabagismo Mulheres com IST: colpocitologia mais
➔ Imunidade frequente pelo maior risco, menos em casos de
➔ Deficiência de alfa-1-antitripsina condilomas externos.

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Mulheres com atrofia genital: fazer uso Conduta
de estrogênio previamente para não dificultar o
Diagnóstico Citopatológico Conduta
diagnóstico. inicial
Mulheres imunossuprimidas: deve iniciar
a colpocitologia logo após o início da vida sexual <25 anos:
com coleta semestral no primeiro ano e se repetir em 3
negativo, seguir com acompanhamento anual anos
enquanto manter o fator de imunossupressão. Em
mulheres com CD4 menos de 200 cell/mm3, deve 25-29 anos:
Cell Possivelmente repetir em 12
ser feita a correção de CD4 e acompanhamento escamosas não neoplásica meses
semestral até a normalização. atípicas de (ASC-US)
significado ≽ 30 anos:
Citologia indeterminado repetir em 6
(ASC) meses
Classificação de Bethesda Achados
Não se
Normal Negativo para podendo Encaminhar
lesão afastar lesão de para
intraepitelial ou alto grau colposcopia
malignidade. (ASC-H)

Lesões benignas Inflamação, Cell


glandulares
reparação, atípicas de
metaplasia significado Possivelmente
escamosa indeterminado não neoplásica Encaminhar
imatura, atrofia (AGC) ou não podendo para
com afastar lesão de colposcopia
inflamação, Cell atípicas alto grau
radiação. de origem
indefinida
(AOI)
Anormalidade Cell escamosas atípicas de
das células significado indeterminado <25 anos:
epiteliais (ASC-US). repetir em 3
escamosas Lesão de anos
(atipias Cell escamosas atípicas não baixo grau -
celulares podendo excluir HSIL (ASC-H) (LSIL) >25 anos:
escamosas) repetir em 6
Lesão HPV meses
intraepitelial Displasia leve
escamosa de NIC I Lesão de alto
baixo grau grau (HSIL)
(HSIL)
Lesão
Lesão Displasia intraepitelial
intraepitelial moderada de alto grau
escamosa de NIC II não podendo
alto grau NIC III excluir Encaminhar
(LSIL) microinvasão - para
colposcopia
Com Carcinoma de Carcinoma
característica cell escamosas escamoso
s suspeitas de invasor
invasão
Adenoma In
Anormalidade Céll Adenocarcinoma Situ (AIS) ou
das células endocervicais endocervical in invasor
epiteliais e/ou situ
glandulares glandulares
(atipias potencialment Adenocarcinoma Amostras
celulares e neoplásicas - Endocervical - Insatisfeitória: material acelular ou
glandulares) - Endometrial hipocelular; ou leitura prejudicada por sangue,
- Extrauterino
- SOE piócitos, artefatos, contaminação… repetir em 6-12
semanas.
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- Satisfatória: PRECISA conter cell - Imunossuprimida e Mulheres na
escamosas, cell glandulares, cell metaplásicas. Pós-Menopausa: mesmo seguimento das outras.

Colpocitologia Normal Lesão Intraepitelial de baixo grau (LSIL)


- Resultado normal (dentro dos limites da - (Segue a Tabela)
normalidade no material examinado) - Após dois exames citológicos negativos,
- Inflamação sem identificação do agente volta para seguimento normal.
- Resultado citológico indicando reparação - Se citologia + após 1 ano (pelo menos
- Resultado citológico indicando metaplasia uma) -> colposcopia.
escamosa imatura - Achados anormais -> biópsia.
- Resultado citológico indicando atrofia com - Sem achados: repetir em um ano (<30
inflamação anos) ou em seis meses (>30 anos).
- Resultado citológico indicando alterações - Gestante: não realizar colposcopia na
decorrentes de radiação ou quimioterápico. gestação, apenas 90 dias pós-parto.
- Achados microbianos - Mulheres na Pós-Menopausa: mesmo
seguimento, mas com recomendação de terapia
Colpocitologia ANORMAL de estrogênio.
- Imunossuprimida: encaminhar
Cell escamosas atípicas de significado imediatamente para colposcopia.
indeterminado, possivelmente não neoplásica
(ASC-US) Lesão Intraepitelial de alto grau (HSIL)
- (Segue a Tabela) - (Segue a Tabela)
- Quando tiver dois exames citológicos - 70-75% confirmam histopatologia.
seguidos negativos (no intervalo estipulado por - 1-2% são carcinoma invasor.
idade), volta para rotina de rastreamento de 3-3 - Abordagem “Ver e Tratar”.
anos. - Repetição da citologia: INACEITÁVEL.
- Gestante: abordagem igual. - Após colposcopia, se possível já faz incisão
- Mulheres na Pós-Menopausa: recomenda e não precisa fazer biópsia também.
preparo com entrogênio antes da colposcopia ou - Gestante: faz colposcopia em qualquer
nova citologia (devido a atrofia do epitélio). fase da gestação, se tiver achados sugestivos de
- Imunossuprimida: encaminhar para invasão -> biópsia, se revelar invasão ->
colposcopia desde a primeira alteração. Se não tratamento na unidade terciária; ou se não
tiver lesão intraepitelial, faz seguimento semestral revelar invasão -> reavaliar 90 dias pós-parto.
até a negativação de dois exames. - Mulheres na Pós-Menopausa: mesmo
seguimento, mas com recomendação de terapia
Cell escamosas atípicas de significado de estrogênio.
indeterminado, quando não se pode excluir - Imunossuprimida: Encaminhar para
HSIL (ASC-H) colposcopia e segue a mesma investigação,
- (Segue a Tabela)
PORÉM o acompanhamento é anual pro resto da
- De 12,2-68% são HSIL.
vida após tratamento, devido ao maior risco.
- De 1,3-3% são Ca.
- Gestante: encaminhar para colposcopia e Adenocarcinoma in situ (AIS) e invasor
realizar biópsia se houver sinal de lesão invasiva. - (Segue a Tabela)
Reavaliada em 90 dias. - 48-69% confirmam histopatologia, com
- Imunossuprimida: encaminhar para 38% com invasão.
colposcopia. - Lesão podem não ser contíguas, e sim
- Mulheres na Pós-Menopausa: recomenda multifocais, por isso é recomendado histerectomia
preparo com entrogênio antes da colposcopia ou tipo 1 para mulheres que não querem engravidar.
nova citologia (devido a atrofia do epitélio). - Em >35 anos: avaliação endometrial; e em
<35 anos, apesar se houver sangramento anormal
Cell glandulares atípicas que não se pode ou alteração de anovulação crônica.
excluir HSIL (AGC)
- (Segue a Tabela) - Gestante: mesmo seguimento, mas não
- Em >35 anos: avaliação endometrial com consegue fazer avaliação endometrial.
USG, se tiver anormalidade -> fazer estudo - Mulheres na Pós-Menopausa e
anatomopatológico. Imunossuprimida: mesmo seguimento das
- Qualquer alteração na colposcopia -> demais.
biópsia.
- Gestante: mesmo seguimento, mas não é
possível avaliação endometrial.
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Avaliação da JEC - Extensão direta por contiguidade:
- De 4-53% dos exames a JEC não é primeiro envolve a reg paracervical e parametrial
completamente visível, qnd não é visível ou e depois vai em direção a parede óssea. Pode
completamente visível, é necessário realizar causar obstrução uretral, uropatia obstrutiva e
algumas manobras. hidronefrose.
- Como a ZT é a região onde mais se Pode se estender para parede pélvica,
desenvolve lesão, é necessário visualizar toda a causando dor ciática e dor lombar associada a
JEC. hidronefrose.
O acometimento de bexiga e reto pode
Tipos de Excisão acontecer em estágios avançados (hematúria e
- CAF (Cirurgia de Alta Frequência): hematoquezia).
excisão da ZT com JEC visível e até o primeiro - Disseminação linfática: se propaga para
cm do canal. o grupo primário de linfonodos (paracervicais,
parametriais, obturadores, ilíacos externos,
Para o MS: externos e sacros), e depois para o grupo
- EZT (Exérese da Zona de secundário (ilíacos comuns, para-aórticos (esses
Transformação): tratamento excisional dois: dor lombar) e inguinais).
ambulatorial. - Disseminação hematogênica: pouco
- Conização: qualquer outra abordagem comum e tardia; mais comum: fígado, pulmão (+
para retirar a ZT endocervical, independente do segundo o prof), ossos, cavidade peritoneal,
método. linfonodos supraclavicular e cérebro.

Tipos de Zonas de transformação


- EZT (excisão tipo 1): trata lesão
ectocervicais ou que não se estende a mais de 1
cm no canal endocervical.
- Excisão tipo 2: retira porção maior do
canal endocervical, suficiente para ultrapassar a
JEC, geralmente em profundidade de 1,5-2,0 cm.
- Excisão tipo 3: maior profundidade, retira
entre 2-2,5 do canal cervical.

tipos de ZT

Propagação
● Via Direta
- Continuidade: se estende para a vagina e
corpo uterino.
● Via Indireta

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Estádio Lesão Conduta

- Sem invasão do espaço


vascular linfático:
conização (se houver
desejo de engravidar) ou
histerectomia tipo 1 (se
não houver desejo de
engravidar).
Invasão estromal < - Com invasão do espaço
IA - carcinoma IA1 3 mm em vascular linfático:
invasivo que só profundidade. traquelectomia radical
pode ser com dissecção de
diagnosticado por linfonodos pélvicos (se
microscopia, com houver desejo de
profundidade engravidar) ou
máxima de invasão histerectomia tipo 2 com
inferior a 5 mm. dissecção de linfonodos
!!Não é visível!! pélvicos (se não houver
desejo de engravidar).
- Idosa, múltiplas
comorbidades:
Braquiterapia.

I - carcinoma Traquelectomia radical


restrito ao colo com linfadenectomia
uterino Invasão ≥ 3 mm, e < pélvica (se houver desejo
IA2 5 mm em de engravidar) ou
profundidade. histerectomia tipo 2 com
dissecção de linfonodos
pélvicos (se não houver
desejo de engravidar).
Idosa, múltiplas
comorbidades:
Radioterapia externa

- Se lesão >5mm de
invasão e <2cm:
Invasão maior ou traquelectomia radical
igual a 5 mm de com linfadenectomia
profundidade e pélvica (se houver desejo
menor que 2 cm na de engravidar) ou
IB1 maior dimensão histerectomia tipo 3 com
(extensão). dissecção de linfonodos
pélvicos (se não houver
desejo de engravidar).
IB - carcinoma
invasivo com - Idosa, múltiplas
profundidade de comorbidades:
invasão maior ou Radioterapia externa
igual a 5 mm, mas
lesão limitada à Histerectomia l tipo 3 com
cérvice uterina. Invasão maior ou linfadenectomía pélvica e
IB2 igual a 2 cm e aórtica lateral
menor que 4 cm. ou
Quimiorradioterapia
primária.

Quimiorradioterapia e
IB3 Invasão maior ou radio adjuvante (se linf +,
igual a 4 cm. margem + ou paramétrio
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+)

≤ 2 cm: Histerectomia tipo


3 com linfadenectomía
IIA - nesse caso o Invasão pélvica e aórtica lateral
envolvimento é IIA1 clinicamente visível ou
limitado aos dois menor que 4 cm na > 2 cm:
II - O carcinoma terços superiores da maior dimensão. Quimiorradioterapia
invade além do vagina, mas sem primária.
útero, mas não envolvimento do
se estende ao paramétrio. Invasão
terço inferior da clinicamente visível Quimiorradioterapia
vagina ou à IIA2 maior que 4 cm na primária.
parede pélvica maior dimensão.

É o envolvimento do
IIB paramétrio, mas não Quimiorradioterapia
da parede pélvica. primária.

Há envolvimento do
terço inferior da Quimiorradioterapia
IIIA vagina, mas não há primária.
extensão à parede
pélvica
III - o carcinoma O carcinoma se
acomete o terço estende à parede
inferior da pélvica, podendo
vagina, IIIB causar hidronefrose Quimiorradioterapia
podendo se ou rim não primária.
estender à funcionante, mas é
parede pélvica, preciso excluir
causar outras causas.
hidronefrose ou
rim não IIIC - há Consiste em
funcionante envolvimento dos IIIC1 metástases apenas Quimiorradioterapia
e/ou envolver os linfonodos pélvicos para os linfonodos primária.
linfonodos e/ou para-aórticos, pélvicos.
pélvicos e/ou independentemente
para-aórticos do tamanho do
tumor ou de sua
extensão. É preciso Metástasis para Quimiorradioterapia
representação por IIIC2 linfonodos primária.
exame de imagem para-aórticos.
ou por
histopatológico.

IV - carcinoma Disseminação do
que se estendeu IVA Tumor para órgãos Quimiorradioterapia
para além da adjacentes (bexiga primária.
pelve, podendo e reto).
acometer a
bexiga ou o Disseminação para Quimiorradioterapia
reto. IVB órgãos distantes. primária. (Paliativo)

Tipos de Histerectomia Radical


●Piver II ou histerectomia radical modificada ou histerectomia tipo II: É menos extensa que
uma histerectomia radical e remove a metade medial dos ligamentos cardinais e uterossacros.
Envolve a remoção de parte dos paramétrios e uterossacros, terço superior da vagina,
linfadenectomia pélvica sistemática e linfadenectomia paraaórtica seletiva.
●Wertheim-Meigs ou histerectomia radical ou histerectomia tipo III: remove todo paramétrio
e disseca os linfonodos pélvicos (ilíacos externos, internos, comuns e obturadores) juntamente com
retirada da maior parte dos ligamentos uterossacros e cardinais e do terço superior da vagina. Pode
preservar os ovários, caso haja desejo de manutenção da função hormonal.
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●Histerectomia radical estendida tipo IV: o tecido periureteral, a artéria vesical superior, e até
três quartos da vagina são removidos.
●Histerectomia radical estendida tipo V: são ressecadas partes do terço distal do ureter e da
bexiga.

Outros procedimentos
●Histerectomia tipo 1: está Ia1, sem invasão do espaço vascular linfático e sem desejo de
engravidar.
●Traquelectomia radical: consiste na remoção da maior parte ou totalidade do colo do útero,
de um segmento proximal contíguo dos paramétrios e dos fundos de saco vaginais adjacentes, por via
vaginal, associada a uma linfadenectomia pélvica, preferencialmente por via laparoscópica.

●Exenteração: anterior (remove bexiga, vagina, colo e útero), posterior (remove reto, vagina,
colo e útero) e total (anterior + posterior).
●Radioterapia primária: ainda que a radioterapia possa ser usada em todos os estádios da
doença, a cirurgia é indicada para as pacientes com câncer invasivo em estágios I e IIa por apresentar
menos efeitos colaterais.
●Quimiorradioterapia concomitante: A quimioterapia para sensibilizar as células à
radioterapia melhora o controle locorregional. Cisplatina + radio
●Radioterapia adjuvante: a radioterapia pode ser usada no pós-operatório na presença de
margens cirúrgicas positivas.

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Anotações aula 09/08 Anotações aula 16/08


- Infec persistente → NIC → lesão maligna. - Sind nefrótica membranosa é o tipo mais
comum de câncer.
-

- tumor com maior carga mutacional tem


pior prognóstico, portanto um tumor de
cabeça e pescoço hpv dependente tem um
prognóstico muito melhor doq o tabaco
dependente.

- só biopsio a gestante se ela tiver uma AIA


c area suspeita de invasão
- biópsia pós parto 9 semanas
- tc de tórax, abd sup e rm de pelve
- lesões maiores que dois cm nao posso
fazer cirurgia para conservar a fertilidade.
- terço proximal do parametrio, terço sup da
vagina e linfanectomia:: Traquelectomia
- Invasão Angiolinfática presente, invasão
estromal > 2/3 da vagina e tumor > 4cm 🡪
Precisa receber radioterapia adjuvante
-

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