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Patologia do sistema genital

feminino
Colo uterino
Vulva
Colo uterino
JEC
ECTOPIA

EVERSÃO
ZT
PATOLOGIA DO COLO UTERINO
• Epitélio evertido é menos resistente:
– pH ácido
– Flora bacteriana
– relações sexuais
• Sofre metaplasia escamosa: transformação do
epitélio colunar em escamoso. Fenômeno
fisiológico e adaptativo
• Zona de transformação (ZT): região
comprometida entre a JEC original e a nova
junção
Colo uterino normal
Epitélio escamoso (ectocérvice)
Mulher adulta

Pós menopausa

Pré-púbere
Epitélio glandular (endocérvice)
Junção escamo-colunar
Células da reserva
Hiperplasia de células da reserva
Metaplasia escamosa

Metaplasia
escamosa jovem

Metaplasia escamosa madura


• Teste de Schiller
– Positivo quando apresenta áreas que não se coram
– Negativo quando todo o colo se cora
Detecção precoce do câncer cervical

JAMA. 2013;310(8):797-798. doi:10.1001/jama.2013.108415.


HPV – Human Papilloma Virus
Alteração coilocitótica – expressão citopática da
infecção pelo HPV

By Photomicrograph by Ed Uthman, MD. 20 July 2006 Euthman 20:24, 29 November 2006 (UTC) - English Wikipedia file
"ThinprepHPV.jpg" https://www.flickr.com/photos/euthman/194024495/, Public Domain,
https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1616305
INFECÇÕES PELO HPV

Patogênese
Genes supressores de tumor

• Gene do retinoblastoma (Rb) – controle da proliferação celular

• Gene P53 – reparo e síntese de DNA, diferenciação celular e


apoptose
INFECÇÕES PELO HPV
Patogênese
E2
DNA célula humana
DNA HPV

(Integração)
Interferência
no
ciclo celular

pE6

E6
E7

Perda da
pE7
inibição
INFECÇÕES PELO HPV
• Condilomas acuminados e displasias de baixo grau (urogenital,
anal, oro-respiratório)
– Tipos 6 e 11
(HPVs de baixo grau, tipo A)
Geralmente ficam na forma epissomal

• Displasias de alto grau e carcinoma (urogenital, anal)


– Tipos 16, 18, 30, 31, 33, 35, 39, 41-45, 51-59, 62, 64, 68
(HPVs de alto grau, tipo B)
Geralmente se integram ao DNA da célula hospedeira
HPV - carcinogênese
• Imortalizar as células e eliminar restrições sobre a
proliferação celular
– Degradação do p53 (proteína E6)
– Afinidade da p53 e proteína E6 – relacionada a
polimorfismo no códon 72
• Resíduo de prolina (mais resistente)
• Resíduo de arginina (mais susceptível)
– Ligação a proteína RB (retinoblastoma) – proteína E7
• Desloca fatores de transcrição E2F – maior proliferação
celular. -> Ki-67
• Ativação de ciclinas E e A -> desregulação do crescimento
celular e expressão excessiva do p16
HPV – Condiloma acuminado
HPV- Condiloma acuminado
HPV – Condiloma acuminado
HPV - Coilocitose
HPV e zona de transformação
• O HPV infecta as células basais imaturas do
epitélio escamoso
– Áreas de ruptura epitelial ou células escamosas
metaplásicas imaturas.
• Não infecta células superficiais maduras
(revestimento ectocervical, vagina e vulva)
– Nestas localizações a infecção depende da
existência de lesão do epitélio, com acesso do
vírus às células mais jovens.
LSIL Hibridização in situ
Ki-67 p16
DNA HPV

Baixo grau Alto grau


Displasias do colo uterino
• Lesões precursoras do carcinoma
escamocelular do colo uterino
• Distúrbios de maturação e proliferação
celulares
– Leve
– Moderada
– Acentuada/carcinoma escamocelular in situ
• Displasia = neoplasia intraepitelial cervical
(NIC)
CLASSIFICAÇÕES

Displasias:
Graduação: leve, moderada, acentuada

Neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC)


NIC I, NIC II e NIC III
NIC III: displasia acentuada / carcinoma “in situ”
CLASSIFICAÇÕES Sistema usado
atualmente

MORFOLOGIA RICHART BETHESDA SIGNIFICADO

Efeito citopático do Lesão de


HPV Infecção HPV
Displasias leve NIC I baixo grau
baixo risco
(LSIL)

Displasias
moderada NIC II
Lesão de alto Infecção HPV
Displasia grau (HSIL) alto risco
acentuada NIC III
Carcinoma “in situ”
Epitélio escamoso

SUPERFICIAL

INTERMEDIÁRIO

PARABASAL

BASAL
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS DAS LIE

LIE de Baixo Grau LIE de Alto Grau

NORMAL Efeito do Displasia Displasia Displasia Carcinoma


HPV leve moderada acentuada in situ
LSIL HSIL
DIAGNÓSTICO
• História clínica - assintomáticas
• Exame físico
– Genitália externa
– Vagina e colo uterino (exame especular)
• Exame citológico
• Teste de Schiller

– Exame colposcópico
– Biópsia dirigida por colposcopia
NIC I
NIC I
Tributo a Papanicolaou
“Screening” populacional: exame citológico
(Papanicolau, G.N; 1928) – Não é mais usada.

• CLASSE I: Exame normal


• CLASSE II: Alterações inflamatórias
• CLASSE III: Suspeito
• CLASSE IV: Sugestivo
• CLASSE V: Maligno
Lesões glandulares
• Atipia epitelial glandular
• Adenocarcinoma in situ
• Adenocarcinoma invasor
Coleta
endocervical com
escovinha
Células endocervicais
Células endocervicais
• Quando presentes no esfregaço cervical
indicam representatividade da zona de
transformação (amostra satisfatória).
Atividade sexual

EXPOSIÇÃO AO HPV
Zona de transformação do colo uterino

diferenciação escamosa diferenciação colunar


endocervical
LESÃO INTRA-EPITELIAL ESCAMOSA

BAIXO GRAU ALTO GRAU LESÃO INTRA-EPITELIAL


GLANDULAR

tabagismo, contraceptivos orais, número elevado de partos,


estado imunológico, alterações genéticas, tempo

CARCINOMA ESCAMOSO INVASOR ADENOCARCINOMA INVASOR


INFECÇÕES PELO HPV

Métodos diagnósticos complementares


Captura híbrida (teste de hibridização molecular -
DNA)
• tipo do HPV
• carga viral Alta sensibilidade e especificidade
CÂNCER DE COLO UTERINO
• 2º tumor mais comum em mulheres em todo o mundo
• Doença de grande impacto populacional
• Fisiopatologia mais bem conhecida
• Bons métodos diagnósticos
• Morbimortalidade
– 8º causa de morte países desenvolvidos
• Aumento dos diagnósticos de lesões precoces
– 5º causa de morte no Brasil (1º em algumas regiões)
Belo Horizonte (2005-2016)

Amanda Amâncio Ferreira, Maralina Peixoto Paiva, Michelle Alves Ribeiro


Óbitos por Neoplasia maligna de colo do útero segundo Região
Metropolitana de MG e Faixa etária

2012-2016

Elisa Weber, Letícia Freitas e Sophia Mourão


Óbitos por Neoplasia maligna de colo do útero segundo Região
Metropolitana de MG e Raça:
Hospitalizações por Neoplasia maligna de colo do útero
segundo Região de Belo Horizonte/MG e Raça/cor
Estadiamento inicial Ca colo
uterino

Fonte: Tabulador RHC - Belo Horizonte - 2012-2016 INCA - MS


Taxa de incidência ajustada – C53
Número de casos por Faixa Etária segundo Topografia CID 10: C53 - COLO DO UTERO Período 2000-2013
Grupo: Letícia Gariglio, Júlia Lacerda, Rafael Nahum, Renata Castro e Tamíreis Castro
Grupo: Letícia Gariglio, Júlia Lacerda, Rafael Nahum, Renata Castro e Tamíreis Castro
Taxas de mortalidade ajustada (população
mundial) por c53, por anos, segundo
localidade, por 100.000 mulheres, pela
população mundial, Minas Gerais, com faixa
etária de Ign. a 99+, entre 2000 e 2018
Qualidade exame citologico

Amanda Amâncio Ferreira, Maralina Peixoto Paiva, Michelle Alves Ribeiro


Hsil/satisfatórios
Hsil/satisfatórios (Siscolo - BH)
Informações do Registro de Câncer de Base Populacional
Número de casos por Raça Cor segundo Faixa Etária
CID 10: : C53 - COLO DO UTERO
Período : 2004-2014 Mayan Barcelos; Henrique Castro Neves
Isabella Abidalla do Carmo
Luiza Pereira Campos
Isabella Abidalla do Carmo
Luiza Pereira Campos
CÂNCER DE COLO UTERINO
Epidemiologia – fatores de risco
• Atividade sexual
Mulheres de vida sexual ativa
Início precoce da atividade sexual (< 16 anos de idade)
Multiparidade
Mútiplos parceiros
Parceiros com história de DST
Parceiros com múltiplos parceiros
Infecção ginecológica de repetição
CÂNCER DE COLO UTERINO
Epidemiologia – fatores de risco
• HPV
CÂNCER DE COLO UTERINO
Classificação dos tumores invasivos do colo

• CCE - neoplasia maligna mais comum (90%)

• Adenocarcinoma do canal endocervical - Puro

• Adenoescamoso

• Sarcomas

• Melanoma maligno
CÂNCER DE COLO UTERINO
Carcinoma de células escamosas
características gerais
Qualquer idade
Picos de incidência: 40-45 anos
Etiopatogenia: HPV
CÂNCER DE COLO UTERINO
Carcinoma de células escamosas
Aspectos morfológicos:
• Carcinoma microinvasor (CMI) – neoplasia invasiva microscópica
– achados de CIS + focos de invasão
– baixo índice de metástases e baixa recidiva

• Carcinoma invasor - padrões de crescimento


– exofítico (mais comum) – melhor prognóstico

– endofítico – dificulta o diagnóstico


• úlcero-infiltrativo
• nodular
< 5 mm

< 7 mm
CÂNCER DE COLO UTERINO
ADENOCARCINOMA

• 10 – 25% dos carcinomas do colo


• Origem em glândulas endocervicais
• Neoplasia intra-epitelial glandular –
adenocarcinoma “in situ”
• Proliferação de glândulas atípicas que invadem o
estroma adjacente
CÂNCER DE COLO UTERINO
LESÃO INVASORA
• Disseminação
– Extensão por contiguidade a estruturas vizinhas

– Metástases preferencialmente por via linfática (cadeias

pélvicas)

• sacrais ilíacas paraaórticas inguinais

– Metástases hematogênicas para órgãos distantes


(MO, fígado, pulmões)
Prevenção do câncer de colo uterino
• Rastreamento citológico
• Teste para HPV
• Vacinas contra o HPV de alto risco.
Cervicites / vaginites
• Alteração da flora – mudança no pH.
• Garderella
• Thichomonas
• Candida sp
• Chlamydia
• DST – gonorreia – cancro mole – granuloma
inguinal – linfogranuloma venéreo
• Herpes virus
Garderella – células indicadoras
Trichomonas
Candida
Herpes virus

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