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CASO CLÍNICO

Ronaldo Duarte Araújo Abreu


APRESENTAÇÃO • Monitor de Anatomia I
• Monitor de Anatomia II
• Monitor de Anatomia III
• Monitor de Embriologia Humana
• Monitor de Morfofuncional III
• Vice-Presidente da LAANATO -
UniBH
• Co-fundador da IFMSA BRAZIL -
UNIBH
• LPR-D IFMSA BRAZIL - UNIBH
• Criador do projeto de pesquisa e
extensão Clube do ECG
• CEO da Help Academic
• Fundador da LIAH - GV
RELATO DE CASO

DISCUSSÃO DE CASO
CLÍNICO - LIAH - GV
RELATO DE CASO

História clínica:
MF, 1 ano, sexo masculino, branco, natural e procedente de cidade do interior, acompanhado pela mãe,
procurou atendimento com queixa de “inchaço em escroto”.

Mãe do paciente refere que criança apresentou dor, inchaço e hiperemia em região escrotal, taquipnéia e
irritabilidade, sendo então trazido ao Pronto Atendimento. Relata também que o inchaço era intermitente que
piora ao esforços, no entanto dessa vez não diminuiu.

Nega doenças prévias, alergias, cirurgias e hemotransfusões. Não há relatos de hipertensão e diabetes na
família. Relata que o pai da criança é tabagista e etilista social. Mora em casa de alvenaria na zona rural, com
seus pais e mais três irmãos. Mantém contato com animais. Relata que em sua moradia não há tratamento de
esgoto, sendo este deslocado para fossa.
RELATO DE CASO

História clínica:
MF, 1 ano, sexo masculino, branco, natural e procedente de cidade do interior, acompanhado pela mãe,
procurou atendimento com queixa de “inchaço em escroto”.

Mãe do paciente refere que criança apresentou dor, inchaço e hiperemia em região escrotal, taquipnéia e
irritabilidade, sendo então trazido ao Pronto Atendimento. Relata também que o inchaço era intermitente que
piora ao esforços, no entanto dessa vez não diminuiu.

Nega doenças prévias, alergias, cirurgias e hemotransfusões. Não há relatos de hipertensão e diabetes na
família. Relata que o pai da criança é tabagista e etilista social. Mora em casa de alvenaria na zona rural, com
seus pais e mais três irmãos. Mantém contato com animais. Relata que em sua moradia não há tratamento de
esgoto, sendo este deslocado para fossa.
RELATO DE CASO

Exame Físico:
• Sinais vitais: FC: 172 bpm; FR: 70 irpm; PA: 100x70 mmHg;
Temperatura: 36,6°C; SatO2: 98%

• AG: paciente irritado e gemente ao leito, regular estado geral.


Ativo e reativo. Fácies atípica. Anictérico, eupneico, afebril,
hidratado e acianótico. Enchimento capilar de 2 segundos.
RELATO DE CASO

Exame Físico:
• Pulmonar: tórax atípico, eupneico, sem esforço respiratório e com expansibilidade
preservada. FTV normal. Som claro atimpânico à percussão. MV normal, sem RA.

• Cardíaco: ictus impalpável. Ritmo cardíaco regular em dois tempos sem sopros.
Pulsos periféricos simétricos e palpáveis, sincrônicos e com boa amplitude.
Ausência de turgência jugular.

• Abdome: plano, normotenso. Ausência de abaulamentos, retrações ou circulação


colateral. RH+. Fígado a 2 cm do rebordo costal . Espaço de traube livre. Ausência
de visceromegalias.
RELATO DE CASO

Exame Físico:
• Urogenital: Genitália masculina típica com presença
de abaulamento na escroto nas posição ortostática e
decúbito dorsal que piora com a manobra de
Valsalva. Não foi possível realizar manobra de
Landivar, devido a dor. Sinal de seda de Gross
positivo.
RELATO DE CASO

Exame Físico:
• Urogenital: Genitália masculina típica com presença de
abaulamento no escroto nas posição ortostática e decúbito
dorsal que piora com a manobra de Valsalva. Não foi
possível realizar manobra de Landivar, devido a dor. Sinal
de seda de Gross positivo.
RELATO DE CASO

QUAL O DIAGNÓSTICO ?
RELATO DE CASO

Cirurgia:
Internado eletivamente no HMVB-MG para submeter-se a
tratamento cirúrgico de hérnia inguinal bilateral.
RELATO DE CASO

Cirurgia:
• Iniciada herniorrafia pelo lado esquerdo,
detectou-se apêndice cecal e ceco no interior do
saco herniário.
RELATO DE CASO

Cirurgia:
• Iniciada herniorrafia pelo lado esquerdo,
detectou-se apêndice cecal e ceco no interior do
saco herniário.
RELATO DE CASO

Cirurgia:
• Iniciada herniorrafia pelo lado esquerdo,
detectou-se apêndice cecal e ceco no interior do
saco herniário.
RELATO DE CASO

Cirurgia:
• No segundo dia de pós-operatório o paciente
apresentou distensão abdominal sem eliminação
de fezes ou gases.
RELATO DE CASO

Cirurgia:
• No segundo dia de pós-operatório o paciente
apresentou distensão abdominal sem eliminação
de fezes ou gases.

• Foi realizada TC abdominal com contraste


evidenciando vólvulo mesentérico e obstrução
intestinal, confirmados em laparotomia.
RELATO DE CASO

O QUE ACONTECEU ?
RELATO DE CASO

Cirurgia:
• Durante a laparotomia foi encontrado má rotação
do tipo IIIA – Rotação normal do duodeno, com
não rotação do cólon e ausência da banda de
Ladd.

• Cecopexia realizada na parede interna do


quadrante superior esquerdo pela técnica de
Ladd-Gross.
RELATO DE CASO

Cirurgia:
• Durante a laparotomia foi encontrado má rotação
do tipo IIIA – Rotação normal do duodeno, com
não rotação do cólon e ausência da banda de
Ladd.

• Cecopexia realizada na parede interna do


quadrante superior esquerdo pela técnica de
Ladd-Gross.
RELATO DE CASO

Cirurgia:
• Durante a laparotomia foi encontrado má rotação
do tipo IIIA – Rotação normal do duodeno, com
não rotação do cólon e ausência da banda de
Ladd.

• Cecopexia realizada na parede interna do


quadrante superior esquerdo pela técnica de
Ladd-Gross.
RELATO DE CASO

Pós-cirúrgico:
• O paciente evoluiu sem anormalidades recebendo
alta no 4o dia de pós-operatório.
Hérnias

DISCUSSÃO
Hérnias

História:
• A referência mais antiga sobre a doença herniária apareceu no papiro
egípcio de Ebers (cerca de 1552 a C.).

• O chamado Corpus Hippocraticum, menciona as hérnias.

Hérnia
Umbilical em
terracota
fenícia do séc
5 a.C
Hérnias

História:
• Galeno (129-199 d C.), cirurgião dos gladiadores romanos,
declarou que as hérnias surgiam devido a rupturas no peritônio
e destruição das fáscias e músculos, recomendando operação,
que consistia da ligadura do saco herniário e amputação do
testículo.
Hérnias

História:
• Operação de hérnia, ilustrada em “Practica Copiosa”,
1559, por Kaspar Stromayr, que advogava a retirada do
testículo concomitante à herniorrafia.
Hérnias

O QUE SÃO HÉRNIAS ?


Hérnias

Etimologia:
Do Lat. Hernia = Ruptura.

Definição:

Protrusão ou projeção de um órgão ou parte de um órgão ou através da parede da cavidade que


normalmente o contém.
Hérnias

Hérnia epigástrica

Hérnia umbilical

Hérnia incisional Hérnia Spiegel


Hérnias

Hérnia epigástrica

Hérnia umbilical

Hérnia incisional Hérnia Spiegel


Hérnias

Hérnia epigástrica

Hérnia umbilical
Hérnia incisional
Hérnia Spiegel
Anatomia

M. Oblíquio E
M. Oblíquio E

Ap.M. Oblíquio E Linha Alba


Ap.M. Oblíquio E
Ap.M. Oblíquio I

Lig. inguinal
M. Cremaster
Fibras intercrurais
Lig. Reflexo
Pilar lateral
Lig. Fundiforme
do Penis Pilar medial
Fun. Espermático
Anatomia

Ap.M. Oblíquio E
M. Oblíquio I
M. Transverso do Ab Anel inguinal profundo
N. ilioinguinal
A. Vv. Epigástricas I
F. transversal
A. do ducto deferente F. Transversal
Ducto deferente N. Ilioinginal
P. pampiniforme Anel inguinal superficial
N. genitofemoral Lig. Reflexo
R. genital
M. cremaster N. genitofemoral
R. genital
Lig. inguinal
F. espermática
externa
Anatomia

Anel inguinal
profundo

Parede anterior:
• Músculo oblíquo interno
• Músculo oblíquo externo
Parede posterior:
• fáscia transversal
Teto:
• fáscia transversal
Pavimento:
• ligamento inguinal
Anatomia

Anel inguinal
superficial

Parede anterior:
• Ap. do oblíquo
externo
Parede posterior:
• Tendão conjunto
Teto:
• Pilar medial do m. o
oblíquo externo
Pavimento:
• ligamento lacunar
Anatomia
Anel inguinal
profundo Parede anterior:
• Músculo oblíquo interno
• Músculo oblíquo externo
Parede posterior:
• fáscia transversal
Teto:
Parede anterior: • fáscia transversal
• A. do oblíquo Pavimento:
externo • ligamento inguinal
Parede posterior:
• Tendão conjunto Anel inguinal
Teto: superficial
• Pilar medial do m. o
oblíquo externo
Pavimento:
• ligamento lacunar
Anatomia

Parede anterior:
• A. oblíqua externa
Parede posterior:
• fáscia transversal
Teto: Meio do canal
• fibras arqueadas do mm. inguinal
oblíquo interno e
transverso do abdómen
Pavimento:
• ligamento inguinal
Anatomia r. genital do n.
genitofemoral

N. ilioinguinal
Funículo espermático
Tipo mais comum de hérnia (>
75% dos casos)
Hérnia Inguinal

Hérnias inguinais indiretas >


hérnias inguinais diretas

Risco ao longo da vida de


aproximadamente 25% nos
Idades de pico de incidência: homens e < 5% nas mulheres
• 0-5 anos de idade
• 75-80 anos de idade
Hérnia Inguinal

HÉRNIA ETIOLOGIA ABERTURA TRAJETO

• Abertura interna: trígono de Heselbach, acima do Lig. inguinal e medialmente


Hérnia Inguinal
às A e V epigástricas inferiores.
Direta Sempre adquirida
• Trajeto: saco herniário perpendicular à parede abdominal.
(Medial)
• Abertura externa: anl inguinal superficial.

• Abertura interna: anel inguinal profundo, acima do Lig. inguinal e lateral às A


Hérnia Inguinal e V epigástricas inferiores.
Congênita ou
Indireta • Trajeto: saco herniário no canal inguinal
adquirida
(Lateral) • Abertura externa: anl inguinal superficial.
Hérnia Inguinal

Hérnia Inguinal Indireta Hérnia Inguinal Direta


Hérnia Inguinal
Hérnia Inguinal
Hérnia Inguinal
Indireta
Hérnia Inguinal
Indireta
Hérnia Inguinal
Indireta
Hérnia Inguinal
Indireta
Hérnia Inguinal
Indireta

Hidrocele testicular
Hérnia Inguinal

Apresentação clínica:
• Dor ou desconforto inguinal leve
• Protuberância visível na região da virilha.
• Pode estar associado a uma hidrocele
comunicante.
• Pode ser observado eritema sobre a hérnia se
existir estrangulamento e morte do tecido.
Hérnia Inguinal

Complicações:
Encarceramento:
• Incapacidade do conteúdo herniário voltar à sua
cavidade original
• Apresenta-se com dor intensa e uma protuberância
não redutível
• Se o cólon estiver encarcerado, desenvolvem-se
sintomas de obstrução intestinal.

Estrangulamento:
• O conteúdo da hérnia deve primeiro ficar
encarcerado.
• O suprimento de sangue para os órgãos
encarcerados fica comprometido, causando
isquemia e consequente morte do tecido.
Semiologia

Manobra de Valsalva
Semiologia

Manobra de Landivar

OBS: NUNCA fazer em crianças, apenas


em adulto !
Semiologia

Sinal da seda de Goss


Tratamento
Tratamento
Hérnia de Amyand

O QUE É HÉRNIA DE AMYAND ?


Hérnia Amyand

Hernia de Amyand:
• Em 1735, Claudius Amyand descreveu um caso de
herniação do apêndice vermiforme através da
parede abdominal da região inguinal direita de uma
criança de onze anos de idade.
Hérnia Amyand
Tipo mais comum de hérnia (>
75% dos casos)
Hérnia Amyand

Hérnias inguinais indiretas >


hérnias inguinais diretas

Risco ao longo da vida de


aproximadamente 25% nos
Idades de pico de incidência: homens e < 5% nas mulheres
• 0-5 anos de idade
• 75-80 anos de idade

0,4% e 0,6% das hérnias


inguinais
Hérnia Amyand

HÉRNIA ETIOLOGIA

Hérnia de Amyand Direita Indireta em sua maioria, podendo ser direta em raros casos

Hérnia de Amyand Esquerda Ceco móvel, situs inversus e má rotação intestinal


Hérnia Amyand

Ceco móvel
Hérnia Amyand
Hérnia Amyand
Hérnia Amyand
Hérnia Amyand
Organização:

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