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Módulo I - Coxofemoral | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 11

COXOFEMORAL
• INTRODUÇÃO
São chamados os membros inferiores o conjunto de Exemplo: uma hipomobilidade na articulação sa-
quatro articulações: coxofemoral, joelho, tornozelo e croilíaca vai gerar respostas adaptativas nas articula-
pé. Esses segmentos, adaptam-se as alterações funcio- ções da coxofemoral, joelho, tornozelo e pé, justificando
nais, traumáticas ou posturais, oriundas dos segmentos e evidenciando a unidade integrada do segmento.
superiores e fazem com que os segmentos superiores se Quando estivermos nessa linha de raciocínio, estaremos
ajustem as alterações funcionais, originárias nos mem- na visão osteopática do membro inferior.
bros inferiores. Portanto, seja em disfunções primárias Nesse nível, estudaremos as disfunções traumáticas
ou adaptativas, os membros inferiores sempre participa- que podem acometer as articulações do membro infe-
ram das cadeias lesionais que acometem o corpo. rior. Ao adentrarmos o segundo envelope da formação,
Estudaremos os membros inferiores de forma segmenta- entenderemos como as disfunções posturais podem
da: coxofemoral, joelho, tornozelo e pé, porém devemos ter acometer os membros inferiores. Dessa forma, estabe-
noção da unidade desses sistemas articulares. Quando um leceremos uma visão ampla dos problemas que podem
sistema se altera, os demais sofrem repercussões. acometer esse segmento.

Figura 1. Membro Inferior


Fonte: Adaptado de Sobotta Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008)

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• ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL
A articulação coxofemoral é um elemento importante externa e circundução.
que faz a junção do fêmur com a pelve. Sofre repercus- É semelhante ao ombro, porém possui muita estabi-
sões tanto em cadeia ascendente vinda dos membros in- lidade e menor mobilidade. Essa estabilidade é feita por
feriores, quanto em cadeia descendente vindo do tronco. força de coaptação necessária para nossa locomoção e
É uma enartrose, ou seja, uma articulação que possui sustentação na posição ortostática.
3 eixos e 3 graus de movimentos numa superfície esféri- Está localizada sob grandes massas musculares, o
ca: flexão, extensão, adução, abdução, rotações interna e que dificulta a sua palpação em toda sua extensão.

• ANATOMIA

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Figura 2. Fêmur – vista anterior e extremidade proximal vista superior.
Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008)

• ANATOMIA ÓSSEA DO ACETÁBULO


É a cavidade articular onde se aloja a cabeça femoral, tem o formato de uma taça. Sua profundidade é aumen-
tada pelo lábio do acetábulo, que é um anel fibrocartilaginoso que envolve a cabeça femoral prendendo-a com o
ligamento transverso do acetábulo. Em seu interior, está alojado o ligamento redondo, que une a cavidade à cabeça
femoral. O fêmur é o osso mais longo e pesado do corpo humano.

Figura 3. Articulação do quadril.


Fonte: Adaptado de Sobotta - Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008)

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• TROCÂNTER MENOR DO FÊMUR fóvea da cabeça do fêmur. Não possui função na estabi-
É uma crista que está logo após a união do colo com lidade, porém é importante, pois através dele chegam os
corpo do fêmur. É arredondada e cônica. ramos da artéria obturatória que vão fazer a irrigação
da cabeça do fêmur.

• TROCÂNTER MAIOR DO FÊMUR


• LIGAMENTO TRANSVERSO
Situa-se mais lateralmente, sendo constituída por
uma grande massa óssea, que se projeta superior e pos- É fixo no bordo inferior do lábio do acetábulo e ajuda
teriormente, onde o colo se une ao corpo. a melhorar a coaptação da cabeça femoral.

• LINHA TROCANTERIANA • LIGAMENTO ILIOFEMORAL


É uma linha rugosa, que une os 2 trocanteres, sepa- Conhecido como ligamento de Bigelow ou Bertin. Re-
rando o colo do corpo do fêmur. força anteriormente a cápsula articular em forma de Y,
fixa-se ântero-inferiormente à espinha ilíaca, a margem
do acetábulo proximalmente e a linha intertrocanteria-
• CORPO DO FÊMUR na, distalmente. Esse ligamento impede a hiperextensão
É ligeiramente curvado anteriormente e a maior da articulação do quadril quando de pé.
parte do corpo é arredondado, possuindo uma tube- É dividido em 2 feixes:
rosidade rugosa, logo abaixo do trocânter menor que Superior ou ílio-pré-trocanteriano que é transver-
é a linha áspera. sal na face anterior.
Inferior ou ílio-trocanteriano que é oblíquo na face
• SISTEMA LIGAMENTAR anterior.
Os meios de união da articulação coxofemoral são: a
cápsula articular e os ligamentos redondo, transverso, • LIGAMENTO PUBOFEMORAL
iliofemoral, pubofemoral e isquiofemoral. Insere-se na parte anterior da eminência iliopectínea
e do lábio inferior da goteira subpúbica, e suas fibras
• CÁPSULA ARTICULAR misturam-se à inserção do músculo pectíneo.
É uma cápsula fibrosa forte e frouxa, que permite O conjunto desses 2 ligamentos formam um Z, cujo
um movimento livre na articulação do quadril, fixa- ramo superior é o ligamento ílio-pré-trocanteriano, o
-se próxima ao acetábulo e ao ligamento transverso ligamento ílio-trocanteriano é o feixe que desce oblíquo
do acetábulo, e possui fibras longitudinais, oblíquas, e o ramo inferior é o ligamento pubofemoral.
arciformes e circulares para manter a estabilidade e a
mobilidade articular. • LIGAMENTO ISQUIOFEMORAL
É o único ligamento posterior. É um feixe triangular
• LIGAMENTO REDONDO de fibras resistentes, a sua inserção ocupa quase todo o
Tem origem no fundo do acetábulo e se insere na rebordo posterior e da orla cotiloide (acetábulo).

Figura 4. Articulação do quadril (vista anterior).


Fonte: Adaptado de Sobotta Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008)

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Figura 5. Articulação do quadril (vista posterior).
Fonte: Adaptado de Sobotta - Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008)

• SISTEMA NERVOSO
A inervação dos músculos, cujo papel mecânico sobre a pelve, vem do plexo lombossacral, é importante para a
osteopatia, pois uma disfunção que ocorre ao nível lombar ou sacral, poderá provocar uma facilitação e fixar uma
disfunção da coxofemoral.
Torna-se imprescindível fazer as correções sobre a articulação coxofemoral e investigar também a região lombar
e sacral (ver quadro 1. módulo ilíaco).

Figura 6. Inervação segmentar da pele (dermátomos).


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008).

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Figura 7. Nervos cutâneos do membro inferior.
Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008)

• SISTEMA VASCULAR
A pelve é vascularizada a partir da ramificação da ramos para a artéria obturatória, que vascularizará a
aorta, que é dividida em artéria ilíaca comum direita e cabeça femoral e, posteriormente, ramificar-se-á nas
esquerda, essa, por sua vez, emite ramos, que formam artérias circunflexas e continuará como artéria femoral
as artérias ilíacas, interna e externa, e a partir dos ramos após o trígono femoral.
dessas artérias é que surgirão as artérias que farão a Todo tronco aórtico e as artérias que dele provém, são
vascularização dos músculos, vísceras, do aparelho controladas pelas fibras pré-ganglionares do gânglio
excretor e reprodutor, e também dos ossos da pelve. aórtico simpático, que se encontra ao nível vertebral de
A vascularização da articulação coxofemoral é rea- T12 - L1. Essa informação é muito relevante para o os-
lizada, principalmente, pelas artérias ilíacas, interna e teopata, pois uma disfunção vertebral nesse nível, pode
externa. Na pelve, a artéria ilíaca interna dá origem às gerar uma facilitação medular e comprometer toda a
artérias glúteas superior e inferior e a artéria pudenda vascularização da pelve e dos membros.
interna. Em seguida, a artéria ilíaca externa emitirá

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Figura 8. Sistema arterial.
Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008)

• SISTEMA MUSCULAR
Grandes músculos comporão a articulação coxofemoral, podendo influenciar na biomecânica dessa articulação,
interferindo em sua posição (tabela 1 módulo de ilíacos).
Obs.: músculos importantes para serem revisados no módulo de coluna lombar, ilíacos e sacro:
Iliopsoas; Quadríceps femoral; Adutor curto; Glúteo médio;
Piriforme; Isquiotibiais; Adutor longo; Glúteo mínimo;
Sartório; Grácil; Adutor magno; Quadrado femoral;
Tensor da fáscia lata; Pectíneo; Glúteo máximo; Gêmeos superior e inferior.
Obs.: esses músculos interferem diretamente na mecânica dos membros inferiores.

• BIOMECÂNICA
A articulação coxofemoral é a responsável pelos mo- • FISIOLOGIA ARTICULAR
vimentos do quadril. Considerada uma enartrose com
grande coaptação. Essa é uma articulação muito estável
FLEXÃO
A cabeça do fêmur realiza um movimento de rola-
com baixa possibilidade de sofrer com luxações. Seus
mento anterior e deslizamento posterior sobre a su-
graus de movimentos, não são tão amplos como outra
perfície articular do acetábulo e a porção superior do
enartrose, a glenoumeral, no entanto, em algumas situ-
trocânter maior estará orientada para trás. Ao final da
ações, poderá ter sua falta de mobilidade, compensada
amplitude, a cabeça do fêmur está posicionada poste-
pela coluna lombar.
riormente, e o ápice do trocânter maior estará orientado
Quando o membro inferior estiver estendido, ob-
para trás. Amplitude articular com o joelho fletido:
servar a posição dos pés. No pé em rotação externa, a
0°-125° (Marques, 2003; Palmer & Epler, 2000) e 0°-135°
coxofemoral estará em rotação externa (cabeça femoral
(Magee, 2002).
anterior) e no pé em rotação interna, a coxofemoral esta-
rá em rotação interna (cabeça femoral posterior).
Uma disfunção de anterioridade da coxofemoral vai EXTENSÃO
arrastar o ilíaco em rotação anterior, e uma lesão de A cabeça do fêmur realiza um movimento de rola-
posterioridade da coxofemoral vai arrastar o ilíaco em mento posterior e deslizamento anterior, sobre a su-
rotação posterior. perfície articular do acetábulo e a porção superior do
Do lado da rotação anterior teremos uma perna longa. trocânter maior estará orientada para frente. Ao final da
Do lado da rotação posterior teremos uma perna curta. amplitude, a cabeça do fêmur estará posicionada ante-

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riormente, e o ápice do trocânter maior estará orientado sobre os ligamentos ílio-pré-trocanteriano e pubofemoral
para frente. Amplitude articular: 0°-10° (Marques, 2003); (horizontais). O ligamento posterior isquiofemoral relaxa.
0°-10/15° (Magee, 2002; Palmer & Epler, 2000). (Marques,
2003; Palmer & Epler, 2000) e 0°-135° (Magee, 2002). Rotação interna:
Ocorre o inverso, os ligamentos anteriores se encur-
ABDUÇÃO tam e o isquiofemoral é tensionado.
A cabeça do fêmur realiza um movimento de rola-
mento superior e deslizamento ínfero-medial sobre a Adução:
superfície articular do acetábulo, e o trocânter maior
desloca no sentido súpero-medial em relação ao seu pla- Os ligamentos iliofemoral superior e inferior entram
no anatômico. Ao final da amplitude, a cabeça do fêmur em tensão.
estará posicionada inferior e medial, e o trocânter maior
superior e medial em relação a sua posição original. Abdução:
Amplitude articular: 0°-45° (Marques, 2003; Palmer & Os ligamentos pubofemoral e isquiofemoral encon-
Epler, 2000) e 0°-30/50° (Magee, 2002). tram-se tensos.

ADUÇÃO • AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE DIS-


A cabeça do fêmur realiza um movimento de rola-
FUNÇÃO DA COXOFEMORAL
mento inferior e deslizamento súpero-lateral sobre a
superfície articular do acetábulo e o trocânter maior
desloca-se em sentido ínfero-lateral em relação ao seu INSPEÇÃO ESTÁTICA
plano anatômico. Ao final da amplitude, a cabeça do Face anterior:
fêmur está posicionada superior e lateral, e o trocânter Altura das cristas ilíacas;
maior inferior e lateral em relação à sua posição origi- Altura do trocânter maior do fêmur;
nal. Amplitude articular: 0°-15° (Marques, 2003); 0°-30° Anterioridade ou posterioridade do trocânter maior
(Magee, 2002), 0°-20/30° (Palmer & Epler, 2000). do fêmur;
Posição das EIAS e sínfise púbica;
ROTAÇÃO INTERNA Sensibilidade dolorosa da coxofemoral dolorosa;
A cabeça do fêmur realiza um movimento de rola- Adaptações do segmento inferior;
mento anterior e deslizamento posterior sobre a superfí- Posição dos membros inferiores em RI ou RE.
cie articular do acetábulo, e o trocânter maior desloca-se
para anterior em relação ao seu plano anatômico. Ao Face posterior:
final da amplitude, a cabeça do fêmur estará posicio-
Posição das EIPS;
nada posterior e o trocânter maior estará anterior, em
Ápice do sacro;
relação à sua posição original. Amplitude articular:
Altura do trocânter maior do fêmur;
0°-45° (Marques, 2003); 0°-30/40° (Magee, 2002), 0°-30/45°
Anterioridade ou posterioridade do trocânter maior
(Palmer & Epler, 2000).
do fêmur.

ROTAÇÃO EXTERNA INSPEÇÃO DINÂMICA


A cabeça do fêmur realiza um movimento de rola-
T.M.G em flexão:
mento posterior e deslizamento anterior sobre a superfí-
Observar funcionalidade do segmento lombar;
cie articular do acetábulo, e o trocânter maior desloca-se
Observar ações do ilíaco;
para posterior em relação ao seu plano anatômicas. Ao
Observar funcionalidade do sacro;
final da amplitude, a cabeça do fêmur estará posiciona-
Observar o ângulo formado entre os MMII e a pelve
da anterior e o trocânter maior, posterior, em relação à
(normalidade 90º);
sua posição original. Amplitude articular: 0°-45° (Mar-
Observar a articulação do joelho (flexo ou recurva-
ques, 2003); 0°-40/60° (Magee, 2002), 0°-30/45° (Palmer &
tum);
Epler, 2000).
Observar ângulo tibiotársico (normalidade 90º).

FISIOLOGIA LIGAMENTAR
TÉCNICA NEUTRA 1
Posição neutra:
Objetivo da técnica:
Os ligamentos estão moderadamente tensos.
Realizar uma movimentação ântero-posterior e
póstero-anterior na articulação, de modo a identificar as
Extensão: áreas de aumento de densidade tecidual, característica
Todos os ligamentos entram em tensão. de disfunções osteopáticas. Essa técnica poderá iniciar
o tratamento, bem como, observar a efetividade das
Flexão: técnicas empregadas.
Todos os ligamentos relaxam.
Posição do paciente:
Rotação externa: Deitado em decúbito dorsal e, no segundo momento,
Os ligamentos anteriores entram em tensão maior ventral.

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Em pé, em finta dupla e com o centro de gravidade na
Posição do terapeuta: área do quadril.
Em pé, em finta dupla e com o centro de gravidade na
área do quadril. Colocação das mãos:
Contato amplo de ambas as mãos na região anterior
Colocação das mãos: da coxa.
Contatar com o talo da mão na região anterior e, pos-
teriormente, na região posterior da cabeça do fêmur. Execução da técnica:
Realizar movimentos em rotação interna e externa do
Execução da técnica: fêmur com intuito de buscar as densidades teciduais.
Com o talo da mão realizar uma pressão ântero-pos-
terior e, em seguida, póstero-anterior, de modo a identi-
ficar os aumentos de densidade tecidual.

Figura 11. Técnica neutra 2 em decúbito dorsal.

TÉCNICA NEUTRA 3
Figura 9. Técnica neutra 1 em decúbito dorsal. Objetivo da técnica:
Realizar uma movimentação global na articulação,
a fim de identificar áreas de aumento de densidade
tecidual, característica de disfunções osteopáticas. Essa
técnica poderá iniciar o tratamento, como também, ob-
servar a efetividade das técnicas empregadas.

Posição do paciente:
Deitado em decúbito lateral com o lado a ser avaliado
para cima.

Posição do terapeuta:
Em pé, em finta anterior olhando para os pés do
paciente.

Colocação das mãos:


Figura 10. Técnica neutra 1 em decúbito ventral. Contatar com o talo das mãos próximo à área do tro-
cânter maior do fêmur.
TÉCNICA NEUTRA 2 Execução da técnica:
Objetivo da técnica: Realizar movimentos súpero-inferior e rotacionais na
Realizar na articulação uma movimentação em rota- articulação, com a intenção de identificar a presença de
ção, a fim de identificar as áreas de aumento de densi- densidades teciduais.
dade tecidual, característica de disfunções osteopáticas.
Essa técnica poderá iniciar o tratamento, bem como,
observar a efetividade das técnicas empregadas.

Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:

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Figura 13. Palpação dos rotadores internos.

• TRATAMENTO MUSCULAR
TÉCNICA DE INIBIÇÃO PARA
OS ROTADORES INTERNOS
Objetivo da técnica:
Inibir os triggers points do grupamento e ajustar o
seu tônus.

Posição do paciente:
Decúbito lateral, com o membro a ser tratado para
cima, com leve flexão de ambas as pernas.
Figura 12. Técnica neutra 3 em decúbito lateral.

AVALIAÇÃO E TRATAMENTO NEURAL Posição do terapeuta:


Plexo lombar abordado no módulo de segmento Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente
lombar. próximo ao seu quadril.
Plexo sacral abordado no módulo de segmento sacral.
Colocação das mãos:
• AVALIAÇÃO E TRATAMENTO MUSCULAR Contatar com a polpa dos dedos toda extensão entre
a EIAS e a crista ilíaca, até o trocânter maior do fêmur e
ROTADORES INTERNOS o trato iliotibial.
TENSOR DA FÁSCIA-LATA, GLÚTEO MÉ-
DIO E MÍNIMO Execução da técnica:
PALPAÇÃO Realizar uma pressão sobre o grupamento, bus-
Posição do paciente: cando os parâmetros de densidade tecidual e trigger
Decúbito lateral, com o membro a ser tratado para points (sintomático). Usar as alavancas do membro
cima, com leve flexão de ambas as pernas. inferior em abdução e rotações, em busca das posi-
ções de conforto do paciente e aguardar os sinais de
Posição do terapeuta: liberação do tecido muscular.
Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente
próximo ao seu quadril.

Colocação das mãos:


Contatar com a polpa dos dedos toda extensão entre
a EIAS e a crista ilíaca, até o trocânter maior do fêmur e
o trato iliotibial.

Execução da palpação:
Apreciar o tônus do grupamento rotador interno,
respeitando as camadas musculares e as disposições das
fibras.

Figura 14. Técnica de inibição para os rotadores internos.

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• TÉCNICA DE STRETCHING PARA • DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
OS ROTADORES INTERNOS ARTICULAR DA COXOFEMORAL
Objetivo da técnica: PALPAÇÃO ESTÁTICA
Criar vetores de estiramento para ajustar o tônus do Paciente em decúbito ventral:
grupamento. Trocânter maior do fêmur;
EIPS, EIPI, crista ilíaca, ísquios e base sacra;
Posição do paciente: Quick scannig sobre a articulação coxofemoral.
Paciente em decúbito dorsal:
Paciente deitado em decúbito lateral, com o lado a ser Trocânter maior do fêmur;
trabalhado para baixo e flexão do quadril do membro EIAS, EIAI, sínfise púbica e crista ilíaca;
contralateral. Observar a perna em repouso;
Quick scannig sobre a articulação coxofemoral.
Posição do terapeuta:
Em finta dupla próximo à área a ser abordada. TÉCNICA DE HARMONIZAÇÃO
ARTICULAR GLOBAL
Colocação das mãos: Objetivo da técnica:
Com a mão caudal contatar a região anterior e distal Observar a mobilidade articular nos três planos do
da coxa e com a mão craniana estabilizar a perna con- espaço. Essa abordagem pode ser avaliativa sobre a mo-
tralateral. bilidade e para o tratamento.

Execução da técnica: Posição do paciente:


Criar a alavanca em adução e rotação externa do qua- Em decúbito dorsal, com o membro inferior direito
dril até a barreira muscular. Pode ajustar alavancas em colocado em flexão tríplice pelo terapeuta.
extensão buscando os maiores vetores de densidade do
grupamento muscular.
Posição do terapeuta:
O terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça
do paciente.

Colocação das mãos:


Mão externa busca o contato no joelho e a mão inter-
na com a parte distal da perna.

Execução da técnica:
Realizar os movimentos articulares nos 3 planos do
espaço buscando possíveis áreas de densidade e incapa-
cidade funcionais. O terapeuta deve encorajar os movi-
mentos restritos para devolver a mecânica articular.

Figura 16. Técnica de harmonização articular global.

TESTE DE COMPRESSÃO ARTICULAR


Figura 15. Técnica de stretching para os rotadores internos.
Objetivo do teste:
Observar se a articulação coxofemoral tem a capaci-
dade de decoaptação.

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Posição do paciente: de quadril.
O paciente está deitado em decúbito dorsal o mais
relaxado possível. Posição do terapeuta:
O terapeuta apoia uma das pernas na maca para criar
Posição do terapeuta: uma alavanca de flexão do quadril do paciente.
O terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça
do paciente. Colocação das mãos:
Ambas as mãos envolvem a parte proximal da perna.
Colocação das mãos:
Ambas as mãos envolvem a parte distal da perna. Execução da técnica:
O terapeuta aprecia os movimentos em anterioridade,
Execução da técnica: posterioridade, adução, abdução, rotação interna e ro-
O terapeuta cria uma leve alavanca de flexão do tação externa. O teste deve ser comparativo com o lado
quadril, desloca o seu peso para posterior criando uma contralateral para caracterizar os parâmetros de restri-
tensão articular e testa a capacidade da articulação de ção e, consequentemente, a disfunção osteopática.
se decoaptar, realizando uma tração axial no fêmur. Se
não houver a decoaptação, há presença de disfunção de
compressão do fêmur, que habitualmente está associada
as demais disfunções de mobilidade dessa articulação.

Figura 18. Teste de mobilidade articular global da coxofemoral.

CABEÇA FEMORAL ANTERIOR


Lesão essencialmente traumática, no qual ocor-
re um deslizamento anterior da cabeça femoral em
relação ao acetábulo.

Causas:
Pós-traumática: na prática esportiva, traumatismo
sobre um membro inferior cujo pé ficou preso ao solo
(esqui, futebol);
Queda em escadas.

Causas secundárias:
Qualquer adaptação às disfunções suprajacentes ou
subjacentes repercutindo sobre a articulação coxofemoral;
Joelho recurvado, por exemplo, que “leva” a cabeça
femoral para frente em relação ao acetábulo;
Figura 17. Teste de compressão articular.
Hiperlordose secundária devido ao uso de sapatos
de salto alto que, “coloca” a cabeça femoral para a frente
TESTE DE MOBILIDADE ARTICULAR GLO- em relação ao acetábulo.
BAL DA COXOFEMORAL
Objetivo do teste: Lembrar antes da redução:
Observar as restrições de mobilidade da articulação É preciso realizar os testes de mobilidade ao nível
nos movimentos anteriores, posteriores, adução, abdu- do osso ilíaco em abertura e fechamento (deslocamento
ção e rotacionais. para a frente e para trás, para cima e para baixo) e fazer
a distinção entre uma disfunção femoral e/ou ilíaca.
Posição do paciente: Em caso de disfunção ilíaca associada, tratar essa
Deitado em decúbito dorsal, com uma leve flexão última em primeiro lugar.

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Pode haver a participação dos músculos rotadores MOBILIZAÇÃO ARTICULAR
externo e da cápsula posterior. DA COXOFEMORAL PARA DISFUNÇÃO DE
ANTERIORIDADE
• TRATAMENTO Objetivo da técnica:
STRETCHING PARA CÁPSULA Corrigir a mecânica ântero-posterior da cabeça femoral.
POSTERIOR
Objetivo da técnica: Posição do paciente:
Promover um stretching da cápsula posterior. Deitado em decúbito dorsal, com uma leve flexão de
quadril.
Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal, próximo à borda da Posição do terapeuta:
maca e com flexão do quadril e do joelho. O terapeuta apoia uma das pernas na maca para criar
uma alavanca de flexão do quadril do paciente.
Posição do terapeuta:
Em finta anterior do lado homolateral a ser tratado, na Colocação das mãos:
direção da cabeça do paciente. Ambas as mãos envolvem a parte proximal da perna.
Execução da técnica:
Colocação das mãos: O terapeuta realiza leves movimentos de extensão do
cotovelo, com intuito de deslizar a cabeça femoral no
Com a mão interna contatar o joelho do membro a ser
sentido posterior, criando alavancas de mobilização ar-
tratado e com a mão externa contatar a região poste-
ticular. Pode-se realizar pequenas manobras em AVBAs
rior da articulação, inicialmente de forma sensitiva e,
partindo desses parâmetros.
posteriormente, pode reforçar o contato da mão interna
durante a execução da técnica.

Execução da técnica:
Aplicar uma compressão axial oscilatória sobre o eixo
do fêmur do paciente promovendo um stretching da
cápsula posterior.

Fig. 20. Mobilização articular da coxofemoral para disfunção de


anterioridade.

TÉCNICA DE CORREÇÃO PAR


ANTERIORIDADE DA CABEÇA DO FÊMUR
COM USO DE DROP
Objetivo da técnica:
Corrigir a mecânica ântero-posterior da cabeça femoral.

Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal, com o drop posicionado
na área a ser corrigida.

Posição do terapeuta:
O terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça
do paciente.

Colocação das mãos:


Com o talo da mão externa contatar a cabeça femoral
Figura 19. Stretching para cápsula posterior.
anteriormente e a mão interna contatar o membro a ser
corrigido, a fim de controlar as alavancas.

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internos e da cápsula anterior.
Execução da técnica:
O terapeuta ajusta o mecanismo do drop, com a STRETCHING PARA CÁPSULA ANTERIOR
mão externa o paciente reduz o slack de anterior para Objetivo da técnica:
posterior, e a mão interna cria uma alavanca de rotação Promover um stretching da cápsula anterior.
interna no sentido da correção. Aplicar 3/4 AVBAs com
uso do dispositivo de drop. Posição do paciente:
Paciente em decúbito ventral.

Posição do terapeuta:
Em finta anterior, homolateral ao lado ser tratado e
olhando para a cabeça do paciente.

Colocação das mãos:


Com a mão externa contatar a região posterior da
cabeça do fêmur e a mão interna contatar o terço distal
da coxa.

Execução da técnica:
A mão interna cria uma alavanca de extensão do quadril,
enquanto a mão externa mobiliza a cabeça femoral no senti-
Figura 21. Técnica de correção para anterioridade da cabeça do do anterior gerando um estiramento da cápsula anterior.
fêmur com uso de drop.

CABEÇA FEMORAL POSTERIOR


Causas diretas:
Choque direto na posição ereta ao nível da prega
inguinal.
Qualquer atividade em que o indivíduo esteja de pé,
discretamente inclinado para a frente: jardinagem ou
faxina, por exemplo.

Causas secundárias:
É uma disfunção que pode compensar uma restrição
da mobilidade do osso ilíaco ou da coluna dorsolombar.
Pode, igualmente, compensar uma restrição da mobi-
lidade ao nível da articulação tibiofemoral (via cadeias
musculares). Figura 22. Stretching para cápsula anterior.
Dismorfismos congênitos ou adquiridos da cabeça
femoral, da pelve ou do membro inferior. MOBILIZAÇÃO ARTICULAR DA
COXOFEMORAL PARA DISFUNÇÃO
Objetivos do exame físico: DE POSTERIORIDADE
Restrição da mobilidade acompanhada frequente- Objetivo da técnica:
mente por flexão do quadril e de falsa perna curta. Corrigir a mecânica póstero-anterior da cabeça femoral.
É acompanhada também, muito frequentemente, por
espasmo do músculo tensor da fáscia lata.
Uma restrição da mobilidade da coluna dorsolombar
Posição do paciente:
pode, igualmente, estar associada a um espasmo do O paciente está deitado em decúbito dorsal, com uma
músculo psoas, associada ou não a um problema seme- leve flexão de quadril.
lhante do quadrado lombar, ipsilateral ou contralateral,
segundo a adaptação desenvolvida pelo indivíduo. Posição do terapeuta:
O terapeuta apoia uma das pernas na maca para criar
Lembrar antes da técnica: uma alavanca de flexão do quadril do paciente.
Antes de começar a manipulação terapêutica, é preci-
so tratar o trato iliotibial (alongamentos, fricções). Colocação das mãos:
Ocupar-se com a disfunção da coluna dorsolombar e Ambas as mãos envolvem a parte proximal da perna.
de suas repercussões articulares (articulação sacroilíaca)
e musculares (ver antes objetivos do exame físico). Execução da técnica:
Pode haver a participação dos músculos rotadores
O terapeuta realiza leves movimentos de flexão do

26 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Coxofemoral | IDOT


cotovelo com intuito de deslizar a cabeça femoral no
sentido anterior, criando alavancas de mobilização arti-
cular. Pode-se realizar pequenas manobras em AVBAs
partindo desses parâmetros.

Figura 24. Técnica de correção para posterioridade da cabeça do


fêmur com uso de drop.

CABEÇA FEMORAL EM
Figura 23. Mobilização articular da coxofemoral para disfunção de
ABDUÇÃO OU ADUÇÃO
posterioridade. Causas diretas:
Choques diretos;
TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA Sequelas de acidentes de trânsito;
POSTERIORIDADE DA CABEÇA Patinação no gelo.
FEMORAL COM USO DO DROP
Objetivo da técnica: Causas secundárias:
Corrigir a mecânica póstero-anterior da cabeça femoral. Artrose do quadril;
Periartrite do quadril.
Em geral, isso depende da forma como o indivíduo se
Posição do paciente: adaptou à disfunção em questão.
Paciente em decúbito ventral, com o drop posiciona- Por um andar manco, pelas diferentes posições que
do na área a ser corrigida. ele pode adotar para se adaptar a uma restrição da mo-
bilidade sobrejacente ou subjacente.
Posição do terapeuta: Resultantes de problemas patelares associados a um
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça do problema genu varum (joelho varo) ou um genu val-
paciente. gum (joelho valgo) que pode repercutir sobre a articula-
ção do quadril.
Colocação das mãos:
Mão externa contata a parte posterior da cabeça do Objetivos do exame físico:
fêmur e a mão interna contata o terço posterior e distal - Quadril em abdução
da coxa para controlar as alavancas.
Dor ao nível do glúteo médio e do TFL (tensor da
fáscia lata) ao nível do joelho. O bíceps femoral também
Execução da técnica: pode ser afetado por esse tipo de disfunção.
O terapeuta ajusta o mecanismo do drop e com a
mão externa o paciente reduz o slack de anterior para
- Quadril em adução
posterior e a mão interna cria uma alavanca de rotação
externa no sentido da correção. Aplicar 3/4 AVBAs com Adutores com espasmos, endurecidos, doloridos,
uso do dispositivo de drop. principalmente o feixe vertical do adutor longo.

- Lembrar antes da redução:


Liberar, em um primeiro tempo, os músculos já citados.
Levantar qualquer restrição de mobilidade que
possa existir ao nível da articulação sacroilíaca e/ou
da sínfise pubiana.

Módulo I - Coxofemoral | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 27


TRATAMENTO Terapeuta atrás do paciente com o joelho sobre a maca.
Colocação das mãos:
MOBILIZAÇÃO ARTICULAR DA Com o talo da mão craniana contatar a área do tro-
COXOFEMORAL PARA DISFUNÇÕES cânter maior do fêmur e a mão caudal envolver a parte
DE ABDUÇÃO E ADUÇÃO DA CABEÇA DO medial do joelho do paciente.
FÊMUR
Objetivo da técnica: Execução da técnica:
Corrigir a mecânica da cabeça femoral em abdução e Com a mão caudal gerar uma alavanca de abdução
adução. do quadril e com a mão craniana deslizar a cabeça
femoral em adução. Partindo dessa junção de alavancas,
o terapeuta trabalha em mobilização articular e pode
Posição do paciente: evoluir para pequenas AVBAs com a mão craniana.
O paciente está deitado em decúbito dorsal com uma
leve flexão de quadril.

Posição do terapeuta:
O terapeuta apoia uma das pernas na maca para criar
uma alavanca de flexão do quadril do paciente.

Colocação das mãos:


Ambas as mãos envolvem a parte proximal da perna.

Execução da técnica:
O terapeuta realiza movimentos deslizando a cabeça
femoral em adução e abdução. Para normalizar essa
mecânica, o terapeuta implementa uma mobilização
articular no sentido da correção e também pode aplicar
Figura 26. Técnica de correção da cabeça femoral em abdução.
pequenas manobras em AVBAs.

• TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO EM ADUÇÃO


TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA CABEÇA
FEMORAL EM ADUÇÃO
Objetivo da técnica:
Corrigir a mecânica da cabeça femoral no desliza-
mento no sentido da abdução.

Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior com a perna interna a frente.

Figura 25. Mobilização articular da coxofemoral para disfunções de Colocação das mãos:
abdução e adução da cabeça do fêmur.
Com a mão interna em contato indexial envolver a
região medial da coxofemoral e a mão externa no terço
TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA CABEÇA distal da perna.
FEMORAL EM ABDUÇÃO
Objetivo da técnica: Execução da técnica:
Corrigir a mecânica da cabeça femoral no desliza- Partindo do contato da mão interna o terapeuta cria
mento no sentido da adução. uma alavanca para abduzir a cabeça femoral, enquanto
a mão externa gera uma alavanca em adução do qua-
Posição do paciente: dril. Partindo dessa junção de alavancas, o terapeuta
Paciente em decúbito lateral com o lado a ser corrigido trabalha em mobilização articular e pode evoluir para
voltado para superior e o quadril contralateral em flexão. pequenas AVBAs com a mão interna.

Posição do terapeuta:

28 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Coxofemoral | IDOT


Figura 27. Técnica de correção da cabeça femoral em adução. Figura 28. Diagnóstico específico das disfunções de rotação interna
e externa.
DIAGNÓSTICO ESPECÍFICO DAS
DISFUNÇÕES DE ROTAÇÃO INTERNA CABEÇA FEMORAL EM ROTAÇÃO
E EXTERNA EXTERNA
Objetivo do teste: Causas primárias:
Apreciar as mobilidades rotacionais do fêmur e diag- Futebol: certos gestos técnicos, como o golpe de pé
nosticar as disfunções nesses movimentos. dado numa bola com a planta do pé.
Escalada: os indivíduos ficam muitas vezes em aber-
tura do quadril, na prática desse esporte.
Posição do paciente:
Ginástica: certas posições em “abertura” do quadril,
Paciente em decúbito dorsal o mais relaxado possível. mantidas e repetidas de forma excessiva.
Equitação (treinamento).
Posição do terapeuta: Motoristas de estrada e motoristas de táxi, etc. Ao
Terapeuta no bordo inferior da maca, próximo aos longo do dia posicionam seu quadril em rotação externa
pés do paciente. (lateral).

Colocação das mãos: Causas secundárias:


Com o talo das mãos e polegares envolver os tornoze- São responsáveis pelo genu valgum não associado ao
los do paciente. pé chato.

Execução do teste: Objetivos do exame físico:


Partindo do contato proposto, realizar movimento de Piriforme pode doer e estar espasmado.
rotação interna apreciando a mobilidade articular. Em O TFL (tensor da fáscia lata) pode igualmente estar
um segundo momento, o terapeuta cruza os seus braços, dolorido e tenso (hipertonia).
buscando o contato com o membro contralateral do Com o decorrer do tempo, podem aparecer dores nos
paciente e implementa o teste em rotação externa. Inter- rotadores mediais.
pretar as densidades teciduais e parâmetros da incapa-
cidade funcional e caracterizar a possível disfunção. Lembrar antes da redução:
A primeira coisa a ser feita é ajustar o tônus do piri-
forme, assim como todos os outros músculos que pos-
sam estar espasmados (grupamento rotador externo).

• TRATAMENTO
TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR
PARA CORREÇÃO DE UMA ROTAÇÃO EX-
TERNA
Objetivo da técnica:
Corrigir a mecânica em rotação interna do fêmur.

Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal com flexão do quadril
e joelho.
Posição do terapeuta:

Módulo I - Coxofemoral | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 29


Terapeuta em finta anterior olhando para os pés do paciente.
paciente.
Colocação das mãos:
Colocação das mãos: Com ambas as mãos, envolver a região proximal do fêmur.
Com a mão externa envolver o tornozelo e o pé do
paciente e a mão interna apoiar sobre seu joelho. Execução da técnica:
Criar uma alavanca em rotação interna, o terapeuta
Execução da técnica: reduz o slack deslocando o corpo para posterior e aumen-
Partindo dos contatos propostos, o terapeuta cria tando a flexão do quadril do paciente, finalizar a técnica
uma alavanca de rotação interna e solicita ao paciente com uma tração do fêmur no sentido caudal gerando uma
a contração isométrica em rotação externa. Repetir por decoaptação. Pode-se realizar a manobra de 3/4 repetições.
3 momentos esse procedimento e ajustar a alavanca em
rotação interna. Deve-se realizar 3 ciclos do procedi-
mento proposto acima.

Figura 30. Técnica de AVBA em descompressão para disfunção em


rotação externa do fêmur.
Figura 29. Técnica de energia muscular para correção de uma
rotação externa. TÉCNICA DE AVBA PARA CABEÇA
FEMORAL EM ROTAÇÃO EXTERNA
TÉCNICA DE AVBA PARA Objetivo da técnica:
DECOAPTAÇÃO PARA CABEÇA Corrigir a mecânica em rotação interna do fêmur.
FEMORAL EM ROTAÇÃO EXTERNA
Objetivo da técnica: Posição do paciente:
Corrigir a mecânica em rotação interna do fêmur. O paciente em decúbito dorsal.

Posição do paciente: Posição do terapeuta:


Paciente em decúbito dorsal com flexão do quadril e joelho. O terapeuta em finta dupla no bordo inferior da maca
próximo ao pé do paciente do membro a ser corrigido.
Posição do terapeuta: Colocação das mãos:
Com a mão externa contatar a região distal e lateral
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça do

30 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Coxofemoral | IDOT


da perna, e a mão interna envolver as partes ínfero-me- • TRATAMENTO
dial da perna.
TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR
Execução da técnica: PARA CORREÇÃO DE UMA ROTAÇÃO IN-
O terapeuta impõe alavancas de tração e adução do
TERNA
membro do paciente, ajusta a sua finta para uma finta Objetivo da técnica:
anterior olhando para o lado contralateral a ser tratado, Corrigir a mecânica em rotação externa do fêmur.
e por fim, ajusta uma alavanca em rotação interna. Ao
reduzir todo o slack nas alavancas supracitadas, aplicar Posição do paciente:
pequenas AVBAs em rotação interna. Paciente em decúbito dorsal com flexão do quadril e joelho.

Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça do
paciente.

Colocação das mãos:


Com a mão interna envolver o tornozelo e o pé do
paciente, e a mão externa apoiar sobre o seu joelho.

Execução da técnica:
Partindo dos contatos propostos, o terapeuta cria
uma alavanca de rotação externa e solicita ao paciente
a contração isométrica em rotação interna. Repetir por
3 momentos esse procedimento e ajustar a alavanca em
Figura 31. Técnica de AVBA para disfunção em rotação externa do rotação externa. Deve-se realizar 3 ciclos do procedi-
fêmur. mento proposto acima.

CABEÇA FEMORAL EM
ROTAÇÃO INTERNA
Causas diretas:
Posição do esquiador;
Atletismo: lançadores de bolas de metal (martelo, peso);
Todos os que trabalham agachados (bombeiros, colo-
cadores de telhas, ladrilheiros);
O trabalho em turno com movimentos combinados
de adução e de rotação medial repetitivos.

Causas secundárias:
Mulheres que apresentam hiperlordose;
Joelho valgo;
Pé plano.

Objetivos do exame físico:


Nesse tipo de disfunção, a cabeça femoral roda mais
facilmente para dentro do que para fora. São os indiví-
duos que apresentam mais frequentemente sintomas
lombares (em relação ao músculo psoas-ilíaco).
Os rotadores laterais estão alongados e podem chegar
a ter espasmos, doloridos (verificar, portanto, o estado
desses músculos).

Lembrar antes da correção:


Idêntico a todos os problemas do quadril, o exame vai
da coluna dorsolombar aos pés (série ascendente ou des-
cendente; a ordem depende da anamnese; é importante
saber se a origem da disfunção é direta ou adaptativa).

Figura 32. Técnica de energia muscular para correção de uma


rotação interna.

Módulo I - Coxofemoral | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 31


TÉCNICA DE AVBA PARA xima do fêmur em contato indexial e a mão interna, na
DECOAPTAÇÃO PARA CABEÇA pelve contralateral.
FEMORAL EM ROTAÇÃO INTERNA
Execução da técnica:
Objetivo da técnica:
O terapeuta com a mão externa, cria uma alavanca de
Corrigir a mecânica em rotação interna do fêmur.
rotação externa, sendo ajudado pelo restante do seu braço,
apoiando a perna do paciente e com a mão interna bloqueia
Posição do paciente: o tornozelo do paciente facilitando a rotação externa e,
Paciente em decúbito dorsal com flexão do quadril por fim, estabiliza a pelve contralateral. Partindo desses
e joelho. direcionamentos o terapeuta implementa o movimento
de rotação externa em AVBA utilizando todo o seu corpo.
Posição do terapeuta: Pode-se repetir a manobra de 3/4 vezes.
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça do
paciente.

Colocação das mãos:


Com ambas as mãos, envolver a região proximal do
fêmur.

Execução da técnica:
Criar uma alavanca em rotação externa, o terapeu-
ta reduz o slack deslocando o corpo para posterior,
aumenta a flexão do quadril do paciente e finaliza a
técnica com uma tração do fêmur no sentido caudal
gerando uma decoaptação. Pode-se realizar a manobra
de AVBAs 3/4 repetições.
Figura 34. Técnica de AVBA para disfunção em rotação externa do
fêmur.

DISFUNÇÃO EM COMPRESSÃO
É a disfunção mais frequente e está associada a todas
as outras. É favorecida pelas forças da gravidade. Fato-
res que provocam a coaptação:

Posição ortostática;
Sobrepeso;
Sistemas ligamentares e musculares.

Os músculos mais importantes:


Glúteo médio e mínimo;
Figura 33. Técnica de AVBA em descompressão para disfunção em Piriforme;
rotação interna do fêmur. Obturador externo.

TÉCNICA DE AVBA PARA CABEÇA O papel de prevenção das técnicas osteopáticas é


FEMORAL EM ROTAÇÃO INTERNA realizando técnicas de tração (decoaptação) e técnicas
miofasciais ao longo do eixo do fêmur e ao longo do
Objetivo da técnica: colo do fêmur para melhorar a decoaptação da articula-
Corrigir a mecânica em rotação externa do fêmur. ção coxofemoral.

Posição do paciente: • TRATAMENTO


O paciente em decúbito dorsal com flexão de quadril
e joelho. TÉCNICA PARA DECOAPTAÇÃO
TÉCNICA DE PILLOW
Posição do terapeuta: Objetivo da técnica:
O terapeuta olhando para a cabeça do paciente com a Harmonizar toda a musculatura do quadril e gerar a
perna interna sobre a maca. decoaptação articular da coxofemoral.

Colocação das mãos: Posição do paciente:


Com a mão externa contatar a região anterior e pró- Deitado em decúbito dorsal o mais relaxado possível.

32 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Coxofemoral | IDOT


Posição do terapeuta:
No bordo inferior da maca, próximo ao pé do mem-
bro a ser trabalhado.

Colocação das mãos:


Com ambas as mãos envolver a região distal da per-
na.

Execução da técnica:
Fazer uma decoaptação da coxofemoral inclinando o
tronco para trás. Fazer uma rotação interna e adução, e
depois passar para rotação externa e abdução, como o 8
da técnica articulatória.

Figura 35. Técnica para decoaptação técnica de Pillow.

TÉCNICA DE AVBA PARA Figura 36. Técnica de AVBA para decoaptação da cabeça femoral.
DECOAPTAÇÃO DA CABEÇA FEMORAL
Objetivo da técnica: STRETCHING EM DECOAPTAÇÃO
Decoaptar a cabeça femoral. Objetivo da técnica:
Decoaptar a cabeça femoral.
Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal com flexão do quadril e Posição do paciente:
joelho.
Deitado em decúbito dorsal e com o membro a ser
tratado em flexão do quadril.
Posição do terapeuta:
Terapeuta sentado e olhando para a cabeça do paciente. Posição do terapeuta:
Sentado olhando para a cabeça do paciente próximo a
Colocação das mãos: joelho do paciente.
Com ambas as mãos, envolver a região proximal do
fêmur. Colocação das mãos:
Com a mão externa contatar a parte distal da coxa e a
Execução da técnica: mão interna passar posteriormente ao joelho do pacien-
Terapeuta reduz o slack deslocando o corpo para pos- te, e apoiar no braço contralateral do terapeuta.
terior, aumenta a flexão do quadril do paciente e finaliza
a técnica com pequenos stretchings em uma tração do Execução da técnica:
fêmur no sentido caudal gerando uma decoaptação.
Realizar uma decoaptação da coxofemoral em stre-
Pode-se realizar a manobra de AVBAs 3/4 repetições.
tching tracionando o membro do paciente axialmente,
utilizando a queda do corpo para posterior.

Módulo I - Coxofemoral | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 33


Figura 37. Técnica de stretching em decoaptação da cabeça femoral. Figura 38. Técnica de descompressão articular.

TÉCNICA DE DESCOMPRESSÃO
ARTICULAR
Objetivo da técnica:
Gerar uma descompressão articular da coxofemoral.

Posição do paciente:
O paciente está deitado em decúbito dorsal o mais
relaxado possível.

Posição do terapeuta:
O terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça
do paciente.

Colocação das mãos:


Ambas as mãos envolvem a parte distal da perna.

Execução da Técnica:
O terapeuta cria uma leve alavanca de flexão do
quadril, desloca o seu peso para posterior criando uma
tensão articular e realiza uma tração axial no fêmur em
AVBA.

34 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Coxofemoral | IDOT


Módulo I - Coxofemoral | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 35
36 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Coxofemoral | IDOT
Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 37
ARTICULAÇÃO DO JOELHO
INTRODUÇÃO
É uma articulação leninscate, que está localizada entre o quadril e o tornozelo e que tem a função de sustentação
e mobilidade. É uma articulação sinovial troclear, porém instável do ponto de vista ósseo. Sua estabilidade é dada
pelos sistemas, muscular e ligamentar. O principal movimento é o de flexão e extensão, e com o joelho em semifle-
xão ou flexão é permitido realizar a rotação da tíbia. As articulações do joelho são:
Femorotibial; Femoropatelar; Tíbiofibular (significante à osteopatia).

• ANATOMIA ÓSSEA

Figura 1. Fêmur – extremidade distal.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º
edição (2008). Figura 3. Patela vista anterior.
Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º
edição (2008).

Figura 2. Fêmur – extremidade distal.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º Figura 4. Tíbia e fíbula – vista superior.
edição (2008). Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º
edição (2008).

Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 39


Figura 5. Tíbia - vista anterior.
Fonte: Adaptado de Sobotta Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008).

Figura 6. Tíbia - vista lateral.


Fonte: Adaptado de Sobotta Atlas de Anatomia Humana – 22º
edição (2008).

40 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo II - Joelho | IDOT


• SISTEMA ARTICULAR - SUPERFÍCIES
ARTICULARES
CÔNDILOS FEMORAIS
Possuem superfícies salientes e convexas, sendo o
côndilo medial mais curvo que o lateral. Por essa razão,
o côndilo medial possui menor mobilidade quando com-
parado ao côndilo lateral.

Figura 8. Vista inferior do joelho.

FACES ARTICULARES
Face articular medial
Côncava nos dois sentidos. Tem menor mobilidade
quando comparada à face articular lateral.

Face articular lateral


É convexa sagitalmente e côncava transversalmente.
A externa é mais aberta que a medial.

TUBÉRCULOS INTERCONDILARES
Encontram-se entre as faces articulares. Na área inter-
condilar anterior está a inserção tibial do LCA e na área
intercondilar posterior está a inserção tibial do LCP.

Figura 7. Tíbia – vista posterior.


Fonte: Adaptado de Sobotta Atlas de Anatomia Humana – 22º
edição (2008).

Figura 9. Fêmur – extremidade distal.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º
edição (2008).

Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 41


SISTEMA LIGAMENTAR LIGAMENTOS EXTRACAPSULARES
A articulação do joelho possui um forte sistema liga- A cápsula articular é reforçada por cinco ligamentos
mentar que estabiliza e permite movimentos de grande extracapsulares:
amplitude em sua articulação. Ligamento da patela;
Além da cápsula fibrosa, possui ligamentos extracap- Ligamento colateral fibular;
sulares e intra-articulares da articulação do joelho. Ligamento colateral tibial;
Ligamento poplíteo oblíquo;
CÁPSULA FIBROSA Ligamento poplíteo arqueado.
A cápsula fibrosa que envolve o joelho é fina e defi-
ciente em algumas regiões. Encontra-se fixa ao fêmur Ligamento da patela
superiormente, logo às margens articulares dos côndi- O ligamento da patela é o ligamento anterior da
los, e também às fossas intercondilares posteriormente. articulação do joelho. É a parte distal do tendão do
É deficiente no côndilo lateral para permitir que a músculo quadríceps femoral, constituído por uma faixa
tensão do músculo poplíteo saia da articulação para se fibrosa forte e espessa, que passa do ápice e margens
fixar à tíbia. adjacentes da patela para a tuberosidade da tíbia. Ele se
Inferiormente, a cápsula fibrosa se fixa na margem funde aos retináculos medial e lateral da patela, que são
articular da tíbia, exceto onde o tendão do músculo expansões aponeuróticas dos músculos vasto medial e
poplíteo cruza o osso. lateral e da fáscia profunda suprajacente. Os retináculos
A patela e o ligamento da patela servem como uma sustentam a cápsula articular do joelho lateralmente.
cápsula anteriormente.

Figura 11. Articulação do joelho.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º
edição (2008).

Figura 10. Articulação do joelho.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008)

42 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo II - Joelho | IDOT


Ligamento colateral fibular ou LCF Nas disfunções de lateralidade interna do joelho esse
O LCF tem origem no epicôndilo femoral lateral e se ligamento entra em sofrimento com bocejo medial e
insere abaixo da cabeça da fíbula. Estabiliza lateralmen- lateralidade da tíbia. É aderido ao menisco medial.
te o joelho e impede o bocejo lateral.
Nas disfunções de lateralidade externa do joelho, esse
ligamento entra em sofrimento por estiramento, através
do bocejo lateral e movimento medial da tíbia. Não é
aderido ao menisco, pois entre eles passa o músculo
poplíteo.

Figura 13. Articulação do joelho.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º
edição (2008)
Ligamento poplíteo oblíquo
É uma expansão do tendão do músculo semimembra-
náceo que reforça a cápsula fibrosa posteriormente.
Origina-se posterior ao côndilo medial da tíbia e
passa superior e lateralmente, fixando na parte central
da face posterior da cápsula fibrosa.

Ligamento meniscofemoral
Figura 12. Articulação do joelho. Insere-se no menisco lateral, indo em direção ao côn-
Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º dilo femoral, inserindo-se sobre o LCP.
edição (2008)
Ligamento poplíteo arqueado
Ligamento colateral tibial ou LCT O ligamento se origina na face posterior da cabeça da
É um ligamento largo e achatado com origem no epi- fíbula, passa superior e medialmente sobre o tendão do
côndilo femoral medial e se insere abaixo dos tendões músculo poplíteo e se espalha sobre a face posterior da
da pata de ganso. Estabiliza medialmente o joelho e articulação do joelho. Também reforça a cápsula fibrosa
impede o bocejo medial. posteriormente.

Figura 14. Articulação do joelho.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008)

Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 43


LIGAMENTOS INTRA-ARTICULARES
Os ligamentos intra-articulares consistem nos liga-
mentos cruzados e meniscos. O tendão do músculo po-
plíteo também é intra-articular em parte do seu trajeto.

Ligamentos cruzados
Têm a forma de cruz e unem o fêmur à tíbia, cruzan-
do dentro da cápsula articular sinovial. Os ligamentos
cruzados estão localizados no centro da articulação e
cruzam um sobre o outro mantendo a estabilidade ânte-
ro-posterior do joelho.

Ligamento cruzado anterior (LCA)


É o mais fraco dos dois ligamentos cruzados.
Tem origem na região intercondilar anterior, entre o
corno anterior do menisco interno e externo.
Dirige-se obliquamente para trás, para cima, e ex-
ternamente, até a face axial do côndilo externo, para se
fixar à parte posterior do lado medial do côndilo lateral
do fêmur.
Impede a gaveta anterior ou o deslizamento anterior
da tíbia.
Tem uma irrigação sanguínea escassa.
É mais frouxo quando o joelho está fletido, e tenso
quando está estendido.

Ligamento cruzado posterior (LCP)


É o mais forte dos dois ligamentos cruzados.
Tem origem na região intercondilar posterior, atrás
dos tubérculos intercondilares.
Dirige-se obliquamente para trás, para cima, e inter- Figura 15. Articulação do joelho – Meniscos e suprimento arterial.
namente, ultrapassando a face axial do côndilo interno, Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º
na face lateral do côndilo medial do fêmur. edição (2008)
Impede a gaveta posterior ou o deslizamento poste-
rior da tíbia. SISTEMA NERVOSO
A inervação do joelho é dada pelo nervo safeno, ner-
MENISCOS vo isquiático e suas ramificações. Normalmente, o nervo
As superfícies articulares entre os côndilos femorais isquiático termina no ângulo superior da fossa poplítea,
e a superfície articular da tíbia, não são congruentes e dividindo-se em nervos tibial e fibular comum.
isso é compensado pelos meniscos, que aumentam a
congruência articular. Nervo Safeno
Possuem a forma de cunha e de tecido fibrocartilaginoso. É um ramo terminal do nervo safeno que emerge
Também servem como sistema de amortecimento e no canal do adutor e segue um caminho de proximal e
absorção da carga do peso imposta ao corpo. medial para lateral e distal passando pela parte medial
Superior = côncava. do joelho fazendo inervação sensitiva dessa da área.
Lateral = cilíndrica.
Inferior = plana, que repousa sobre as faces articula- Nervo tibial
res medial e lateral.
É o maior ramo terminal do nervo isquiático. É o
mais superficial dos três principais componentes cen-
Função trais da fossa poplítea, artéria, nervo e veia poplítea. Do
Aumentam a concavidade das faces articulares. Ge- nervo tibial emergem ramos para os músculos sóleo,
ram maior estabilidade. gastrocnêmio, plantar e poplíteo. O nervo cutâneo sural
Proporcionam melhor distribuição da sinóvia. Tem medial também se deriva do nervo tibial, que se une ao
importante papel na biomecânica, sendo que: nervo cutâneo sural lateral para formar o nervo sural e
- Na extensão, os meniscos avançam; inervar a face lateral da perna e tornozelo.
- Na flexão, os meniscos recuam.
Nervo fibular comum
É o menor ramo terminal lateral do nervo isquiático.
Começa no ângulo superior da fossa poplítea e segue
intimamente à margem medial do músculo bíceps fe-

44 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo II - Joelho | IDOT


moral e seu tendão até a região súpero-lateral da fossa poplítea.
Deixa a fossa, passando superficialmente a cabeça lateral do músculo gastrocnêmio e depois passa sobre a face
posterior da cabeça da fíbula.
Nervo cutâneo posterior da coxa
Tem origem nos ramos anteriores de S1 e S2 e das divisões anteriores de S2 e S3.
Esse nervo supre mais a pele do que qualquer outro nervo cutâneo, desde a parte inferior da nádega, períneo, até
a pele das partes posteriores da coxa e proximal da perna.

SISTEMA VASCULAR
A vascularização do joelho é realizada pela anastomose de muitas artérias, que formam uma circulação colate-
ral importante de desvios dos vasos principais, quando o joelho é mantido por muito tempo na posição fletida ou
quando os vasos estão estreitos, ou oclusos.
Essas artérias provêm da artéria femoral, que após atravessar pelo hiato dos adutores, passa a se chamar artéria
poplítea, a qual transita inferior e lateralmente à fossa poplítea e termina na margem posterior do músculo poplí-
teo, dividindo-se em artérias tibiais anterior e posterior.
A parte mais profunda da fossa, a artéria poplítea, corre junto à cápsula articular da articulação do joelho. Cinco
ramos geniculares irrigam a cápsula articular e os ligamentos, são as artérias geniculares: artéria superior lateral,
superior medial, média inferior lateral e inferior medial.

Figura 16. Artérias do MMII.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º edição (2008)

Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 45


• SISTEMA MUSCULAR • FISIOLOGIA ARTICULAR
Obs.: músculos importantes para serem revisados no BIOMECÂNICA
módulo de coluna lombar, ilíacos e sacro. Amplitude de movimento da articulação do joelho
Sartório; (movimentos ativos):
Tensor da fáscia lata; Flexão – 0º a 135º.
Quadríceps femoral; Extensão – 0º a 15º.
Isquiotibiais; Rotação interna da tíbia em relação ao fêmur – 20º a 30º.
Grácil. Rotação externa da tíbia em relação ao fêmur – 30º a 40º.

Poplíteo MACROFISIOLOGIA
O músculo poplíteo compõe os músculos profundos Flexão
do compartimento posterior da perna. Ele atua na arti- Tíbia roda internamente;
culação do joelho, enquanto os outros atuam na articu- Meniscos recuam (tracionados pelo m. semimembranoso);
lação talocrural e do pé. Patela desce e medializa;
Origina-se na face lateral do côndilo lateral do fêmur Aumento da congruência entre as superfícies articulares.
e do menisco lateral e se insere distalmente na face pos-
terior da tíbia, acima da linha do músculo sóleo. Extensão
É um flexor do joelho. Quando a pessoa está em pé
Tíbia roda externamente;
com o joelho fletido, o poplíteo se contrai para auxiliar
Meniscos avançam;
o LCP, evitando o deslocamento para frente do fêmur
Patela sobe e lateraliza.
sobre a tíbia.

› Relação Metamérica e Inervação Motora: MICROFISIOLOGIA


Movimento dos côndilos femorais sobre as faces
Sua relação metamérica é correspondente aos metâ- articulares.
meros de L4, L5 e S1. Os côndilos femorais realizam dois movimentos so-
bre as faces articulares: rolamento e deslizamento.
› Inervação Motora:
Nervo Tibial. Flexão
Ocorre um ROLAMENTO do côndilo femoral para
› Ação Motora: trás sobre o platô tibial, com o contato do seu 1/3 pos-
Rotação medial da tíbia sobre o fêmur (sem sustenta- terior. Então, o LCA se tensiona e bloqueia o rolamento.
ção do peso). Com a continuação do movimento, ocorre o DESLI-
Rotação lateral do fêmur sobre a tíbia e flexiona o ZAMENTO dos côndilos sobre os platôs, retidos pela
joelho (com sustentação do peso). tensão do LCA.

› Disfunções articulares associadas: Extensão


Rotação interna da tíbia. Ocorre um ROLAMENTO do côndilo femoral para
frente sobre o platô tibial pela tração do quadríceps. De
› Área de dor referida: modo que, o LCP entra em tensão e bloqueia o movi-
mento de rolamento. Com a continuação do movimento,
Região posterior do joelho.
ocorre então um DESLIZAMENTO dos côndilos sobre
os platôs tibiais, retidos pela tensão do LCP.

Rotação automática do joelho


A rotação (R) só é permitida quando o joelho se
encontra em semiflexão ou fletido, pois os côndilos
femorais são liberados relativamente das superfícies
intercondilares permitindo, dessa forma, a R da tíbia.
O côndilo medial rola menos e a face articular medial
é mais curva, com isso, ambos têm um menor rolamento.
O côndilo lateral rola mais e a face articular lateral é
mais convexa, com isso permitem um maior rolamento.

Mobilidade dos meniscos


Na extensão do joelho, os meniscos se deslocam
anteriormente e durante a flexão ocorre o inverso. Essa
mobilidade depende de dois fatores: passivo e ativo.
Os côndilos femorais influenciam os meniscos.
Figura 17. Pontos-gatilho do músculo psoas.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005.
Fator ativo
Extensão - os meniscos são tracionados por: asas

46 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo II - Joelho | IDOT


menisco rotulianos; Articulação tibiofibular inferior
Ligamento transverso; É uma anfiartrose (sem cartilagem).
LCA; A superfície tibial é côncava, ligeiramente rugosa,
Ligamento meniscofemoral. delimitada pelo bordo externo do osso.
Flexão - os meniscos são tracionados por: menisco A superfície fibular é convexa e plana.
interno São conectadas pelos ligamentos:
semimembranoso; LCP. Anterior: dirige-se da tíbia para fora e para baixo,
Menisco externo: Poplíteo. dando a sustentação da polia do tálus na flexão do
As maiores lesões vão ocorrer no corno posterior dos tornozelo;
meniscos, pois no final da flexão esses podem ser com- Posterior: mais espesso e mais largo. Direciona-se da
primidos. O maior índice de lesões ocorre sob os menis- tíbia até a borda interna do maléolo externo. Ajuda a
cos mediais que são menos móveis que os laterais. sustentar o movimento de extensão do tornozelo;
Os meniscos são presos somente em seus cornos pos- Ligamentos interósseos: borda externa da tíbia até a
terior e anterior, o corpo do menisco é livre. face interna da fíbula.
O menisco interno tem a forma de “C” e o menisco
externo tem a forma de “O”. O menisco lateral é mais
móvel que o medial.
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE DIS-
FUNÇÕES DO JOELHO
Patela INSPEÇĀO ESTÁTICA
É um osso pequeno que está inserido sob o tendão do Observas as possíveis assimetrias do fêmur e tíbia.
quadríceps, em sua face anterior.
A principal função da patela é a de proteger o quadríceps. INSPEÇÃO DINÂMICA
É de fácil localização, sendo recoberta por pele em No TMG observar as adaptações do joelho aos movi-
sua parte anterior e sua parte posterior corresponde à mentos das articulações superiores.
tróclea femoral. Exemplos: no movimento de flexão da coluna, há pos-
Ela é contida lateralmente pela vertente da tróclea, síveis adaptações do ilíaco em rotação anterior e rotação
que é mais saliente em sua porção lateral, e contida me- interna da coxofemoral, devemos observar a tendência
dialmente pela ação do vasto medial que a medializa. do joelho para caminhar em lateralidade interna. No
A articulação femoropatelar é exposta a muitas solici- movimento de extensão devemos observar a rotação
tações mecânicas, principalmente em seu bordo lateral. posterior do ilíaco, rotação externa do fêmur e a tendên-
0 º – contato quase nulo com o fêmur. cia do joelho a caminhar em lateralidade externa.
30-45 º – contato na região inferior. Outra proposta será avaliar o movimento de flexão
90 º – contato central. e extensão do joelho. Observar possíveis restrições de
100-120 º – contato superior. mobilidade e/ou quadro álgico.
Nos últimos graus de flexão – contatos laterais.

Articulação tibiofibular - Técnica Neutra 1


É uma sindesmose (articulação ligada por ligamen- › Objetivo da técnica:
tos). A fíbula tem movimentos como um pistão nos Realizar uma movimentação global do joelho, buscando
movimentos da tibiofibular. os bocejos mediais e laterais, a fim de identificar áreas de
Dorsiflexão: a fíbula sobe e posterioriza. aumento de densidade tecidual característica de disfunções
Plantiflexão: a fíbula desce e anterioriza. osteopática. Essa técnica poderá iniciar o tratamento, bem
A tíbia e a fíbula, articulam-se pelas suas duas extre- como observar a efetividade das técnicas empregadas.
midades ao nível das articulações tibiofibular superior
e inferior. Essas duas articulações estão mecanicamente › Posição do paciente:
ligadas à tibiotársica. Deitado em decúbito dorsal.

Articulação tibiofibular superior › Posição do terapeuta:


É uma artródia com duas superfícies ovalares planas Em pé, em finta anterior olhando para a cabeça do
ou ligeiramente convexas. paciente.
A faceta tibial está sobre a região póstero-externa do
platô tibial e orientada para baixo e para fora.
A faceta fibular está sobre a face superior da cabeça
› Colocação das mãos:
da fíbula e sua orientação é para cima e para dentro. Está A mão externa envolve a região proximal e anterior da
sobreposta pela apófise estiloide da cabeça da fíbula, tibial, enquanto o braço interno estabiliza o membro a ser
onde se insere o tendão do bíceps femoral. O ligamento trabalhado em contato com corpo, passa inferiormente e
colateral lateral do joelho se insere entre o bíceps femoral busca o braço contralateral do próprio terapeuta.
e a faceta fibular. Posteriormente, temos o músculo po-
plíteo, que se origina na face lateral do côndilo lateral do › Execução da técnica:
fêmur e do menisco lateral e se insere distalmente na face Partindo desse contato realizar movimentos globais
posterior da tíbia, acima da linha do m. sóleo. em oito, buscando os bocejos látero-laterais do joelho,
trabalhando com pequenas variações na flexão e exten-

Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 47


são dele, com intuito de encontrar as possíveis incapaci-
dades funcionais e aumentos de densidade.

Figura 19. Técnica neutra 2.

Técnica NEUTRA 3
› Objetivo da técnica:
Realizar uma movimentação global do joelho, buscando
os bocejos mediais e laterais, a fim de identificar áreas de
aumento de densidade tecidual característica de disfun-
ções osteopáticas. Essa técnica poderá iniciar o tratamento,
bem como observar a efetividade das técnicas emprega-
das.

› Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal com a perna a ser traba-
Figura 18. Técnica neutra 1. lhada para fora da maca.

- Técnica Neutra 2 › Posição do terapeuta:


› Objetivo da técnica: Em pé e em finta dupla.
Realizar uma movimentação global do joelho, buscan-
do os bocejos mediais e laterais, de modo a identificar › Colocação das mãos:
áreas de aumento de densidade tecidual característica Ambas as mãos envolvem a interlinha articular do
de disfunções osteopáticas. Essa técnica poderá iniciar o joelho.
tratamento, bem como observar a efetividade das técnicas
empregadas. › Execução da técnica:
O terapeuta envolve a perna do paciente entre suas
› Posição do paciente: pernas e partindo de uma leve flexão dos seus joelhos
Deitado em decúbito dorsal. para uma extensão, cria uma alavanca de tração no
membro do paciente, possibilitando a movimentação no
› Posição do terapeuta: joelho. Partindo desse ponto, com o contato proposto, o
terapeuta busca movimentações látero-laterais, circula-
Em pé, em finta dupla com o contato do membro
res e testa os bocejos mediais e laterais a fim de buscar
sobre a maca próximo à área a ser trabalhada.
as densidades teciduais e incapacidades funcionais.
› Colocação das mãos:
A mão caudal contacta e controla a região distal da
perna enquanto a mão craniana envolve o joelho dire-
cionando os movimentos.

› Execução da técnica:
Partindo desse contato, realizar movimentos globais
do joelho combinando a flexo-extensão dele com as
alavancas látero-laterais apreciando a mobilidade do
complexo articular.

48 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo II - Joelho | IDOT


Figura 20. Técnica neutra 3.

• AVALIAÇÃO E TRATAMENTO NEURAL


Plexo lombar abordado no módulo de segmento
lombar.
Plexo sacral abordado no módulo de segmento sacral.

• AVALIAÇÃO E TRATAMENTO MUSCULAR


MÚSCULO POPLÍTEO
Palpação
› Posição do paciente:
Decúbito dorsal.

› Posição do terapeuta:
Em finta dupla homolateral ao lado a ser avaliado.
Figura 21 – Palpação do músculo poplíteo.
› Colocação das mãos: Nota: a perda elasticidade desse músculo se mani-
festa em padrões onde o joelho apresenta uma discreta
A mão craniana posiciona sua mão com um contato
flexão e rotação medial da perna sobre a coxa. Em rela-
profundo entre o côndilo lateral do fêmur e a face poste-
ção à debilidade muscular, joelhos que apresentam uma
rior e proximal da tíbia. A mão caudal envolve a região
hiperextensão podem estar associados a esse padrão
plantar do pé, estabilizando o complexo.
muscular.
› Execução da palpação:
Técnica de inibição com aproximação
Delimita-se o ventre muscular e realiza-se a palpação
em busca das densidades teciduais. › Posição do paciente:
Em decúbito ventral.

› Posição do terapeuta:
Em finta dupla anterior olhando para a cabeça do
paciente homolateral ao lado a ser tratado.

› Colocação das mãos:


A mão externa busca os trigger points, as áreas
de densidade tecidual muscular do poplíteo e a mão
interna contacta e envolve o terço distal da perna para
controlar as alavancas de aproximação.

› Execução da técnica:
O terapeuta ao encontrar as áreas de densidade mus-
cular usa as alavancas do membro inferior em busca das
posições de conforto do paciente e aguardar os sinais de
liberação do tecido muscular. Pode-se associar movi-
mentos circulatórios com a mão da inibição.

Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 49


Figura 23 – Técnica de spray stretching para poplíteo.

Figura 22. Técnica de inibição com aproximação do músculo poplíteo.

TÉCNICA DE SPRAY STRETCHING PARA


POPLÍTEO
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito ventral.
Figura 24 – Técnica de spray stretching para poplíteo.
› Posição do terapeuta:
Sentado próximo ao local a ser tratado. • AVALIAÇÃO E TRATAMENTO
ARTICULAR DO JOELHO
› Colocação das mãos: TÉCNICA DE LIBERAÇÃO
ESPONTÂNEA DO JOELHO
Mão interna estabiliza a região do tornozelo enquan- › Objetivo da técnica:
to a mão externa segura o spray. Abordagem fluídica articular, objetivando levar
sangue para a área, com intuído de facilitar as libera-
› Execução da técnica: ções dos tecidos fascias e posteriormente promover uma
Com a mão interna gerar uma alavanca em rotação melhor abordagem articular.
externa buscando a barreira elástica. Aplica-se o spray
de distal para proximal e medial para lateral de forma
› Posição do paciente:
oblíqua e ganha-se a barreira elástica. Aplicar a técnica Paciente em decúbito dorsal.
três vezes.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta sentado próximo ao joelho do paciente.

› Colocação das mãos:


Com a mão caudal, envolver o terço proximal da tíbia
e a mão craniana envolver o terço distal do fêmur.

› Execução da técnica:
Terapeuta exerce uma leve pressão para acessar os
tecidos e, em um segundo passo, uma discreta alavan-

50 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo II - Joelho | IDOT


ca de aproximação de suas mãos e. consequentemente,
uma aproximação articular. Nesse momento, esperar os › Execução da técnica:
sinais de liberação tecidual. Na última etapa, o terapeuta
realiza uma discreta alavanca de afastamento articular e Realizar movimentos laterais (com mão avaliadora),
espera os sinais de liberação tecidual. sendo que uma das mãos sempre permanece fixa (mão
estabilizadora). Avaliar possível diminuição de movimento.

Figura 25. Técnica de liberação espontânea do joelho com alavancas


de aproximação. Figura 27. Diagnóstico femorotibial em lateralidades.

Figura 26. Técnica de liberação espontânea do joelho com alavancas


de afastamento. Figura 28. Diagnóstico femorotibial em lateralidades.

DIAGNÓSTICO FEMOROTIBIAL LATERALIDADE EXTERNA


EM LATERALIDADES Mecanismo
› Objetivo do teste: Força aplicada sobre a parte interna do joelho com o
quadril e pé fixos.
Identificar possíveis incapacidades funcionais em
lateralidade.
Sintomas:
› Posição do paciente: Espasmo do músculo sartório;
Dor na região lateral do joelho, ao nível do ligamento
Paciente em decúbito dorsal com o joelho para fora da
colateral lateral;
maca.
Hiperpressão do lado interno da patela (menisco
medial);
› Posição do terapeuta: Dor na flexão e extensão do joelho;
Terapeuta em finta dupla, com a perna do paciente Bocejo lateral do joelho;
entre as suas coxas. Restrição na abdução e debilidade do sartório.

› Colocação das mãos: LATERALIDADE INTERNA


Mão externa sobre a tíbia e mão interna sobre o côn- Mecanismo
dilo femoral. No segundo momento, trocar o posiciona- Trauma direto de lateral para medial da tíbia com o
mento das mãos para mão externa no côndilo femoral e fêmur fixo.
a mão interna contactar a tíbia.

Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 51


Sintomas:
Espasmo do músculo tensor da fáscia lata;
Dor na parte interna do joelho, ao nível do ligamento
colateral medial;
Dor na flexão e extensão;
Hiperpressão do lado externo da patela (menisco
lateral);
Lateralidade da tíbia em relação ao fêmur;
Restrição em adução;
Debilidade do músculo tensor da fáscia lata.

TRATAMENTO
TÉCNICA DE AVBA PARA DISFUNÇÕES
FEMOROTIBIAIS EM LATERALIDADE
› Objetivo da técnica: Figura 29. Técnica de AVBA para disfunções femorotibiais em
Corrigir os parâmetros disfuncionais em lateralidade. lateralidades.

› Posição do paciente: DISFUNÇÕES TIBIAIS


Paciente em decúbito dorsal com o joelho para fora ANTERIORIDADE DA TÍBIA
da maca. Mecanismo
Movimento de flexão e rotação interna forçada do
› Posição do terapeuta: joelho, geralmente com o pé fixo ao solo e rotação do
Terapeuta em finta dupla, com a perna do paciente tronco.
entre as suas coxas, criando uma leve alavanca de tração Mecanismo lesional do ligamento cruzado anterior.
no membro do paciente.
Sintomas:
› Colocação das mãos: Dor na extensão do joelho;
Para correção de uma lateralidade interna, a mão Debilidade do quadríceps;
externa estabiliza a tíbia e a mão interna contacta o Gaveta anterior positiva;
côndilo femoral interno. Na correção da lateralidade Tíbia anterior em relação ao outro lado.
externa a mão interna estabiliza a tíbia e a mão externa
contacta o côndilo femoral externo. POSTERIORIDADE DA TÍBIA
Mecanismo
› Execução das técnicas: Choque direto: como saída sobre os joelhos. Mecanis-
Buscar componentes de lateralidade do joelho e apre- mo lesional do ligamento cruzado posterior.
ciar ruído articular.
Caso perceba diminuição de ruído articular, aplicar Sintomas:
uma correção com a técnica de AVBA em lateralidade. Dor na flexão do joelho, ao nível da fossa poplítea;
Hiperpressão femoropatelar;
Lateralidade interna = realizar um deslizamento de Dor na fossa poplítea;
medial para lateral e executar a técnica de AVBA. Teste de gaveta posterior positivo;
Lateralidade externa = realizar um deslizamento de Debilidade do quadríceps.
lateral para medial e executar a técnica de AVBA.
DIAGNÓSTICO
Obs.: se o terapeuta observar maiores incapacidades
de movimentação da tíbia em relação ao fêmur, pode
› Objetivo do teste:
aplicar a técnica com intuito de mobilizá-la. Identificar possíveis incapacidades funcionais em
anterioridade e posterioridade da tíbia.
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal e com o joelho fletido.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta sentado à frente da perna do paciente e
sobre o seu pé estabilizando o membro.

› Colocação das mãos:


Com as duas mãos, envolver a região posterior da
tíbia e com os polegares repousar sobre a tuberosidade
da tíbia.

52 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo II - Joelho | IDOT


› Execução da técnica:
Realizar deslizamentos ântero-posteriores da tíbia e
apreciar a mobilidade articular.
Diminuição da mobilidade ântero-posterior = disfun-
ção de anterioridade.
Diminuição da mobilidade póstero-anterior = disfun-
ção de posterioridade.

Figura 31. Técnica de AVBA para disfunção em posterioridade da


tíbia.

TÉCNICA DE CORREÇÃO (SNAP) PARA


ANTERIORIDADE DA TÍBIA
› Objetivo da técnica:
Corrigir a mecânica em translação ântero-posterior
da tíbia.
Figura 30. Diagnóstico das disfunções tibiais em ântero-posteriori-
dades. › Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal com o joelho fletido.
• TRATAMENTO
TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA POSTE- › Posição do terapeuta:
RIORIDADE DA TÍBIA Terapeuta em finta anterior olhando para os pés do
› Objetivo da técnica: paciente e homolateral ao lado a ser tratado.
Corrigir a mecânica em translação póstero-anterior
da tíbia. › Colocação das mãos:
A mão externa envolve a região distal da perna e a
› Posição do paciente: mão interna contacta a tuberosidade da tíbia.
Paciente em decúbito dorsal e com o joelho fletido.
› Execução da técnica:
› Posição do terapeuta: O terapeuta implementa uma leve alavanca de rotação
interna da tíbia e leva todo membro em extensão reali-
Terapeuta sentado à frente da perna do paciente e
zando uma manobra de AVBA em SNAP sobre a maca
sobre o seu pé, estabilizando o membro.
com a mão interna, corrigindo a mecânica da tíbia.

› Colocação das mãos:


Com as duas mãos, envolver a região posterior da
tíbia e com os polegares repousar sobre a tuberosidade
da tíbia.

› Execução da técnica:
O terapeuta reduz o slack deslocando levemente o
seu corpo para trás e aplica a manobra em AVBA.

Figura 32. Técnica de AVBA para disfunção em anterioridade da


tíbia.

Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 53


TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA da maca) até encontrar a barreira articular, no segundo
ROTAÇÃO DA TÍBIA momento, solicita ao paciente que realize o movimento
O diagnóstico da disfunção em rotação interna e ex- de rotação interna da tíbia no qual o terapeuta resiste.
terna é realizado nos mesmos parâmetros da realização Trabalhar com 3 contrações isométricas e ajustar as
da técnica a seguir. Devem-se realizar as rotações no alavancas no sentido da correção. Executar 3 ciclos das
limite de amplitude do paciente e compará-las. Lembrar contrações descritas.
que a disfunção se esconde em seu movimento. Para correção de uma rotação externa da tíbia o tera-
peuta realiza uma rotação no sentido externo (contrário
a maca) atá encontrar a barreira articular, no segundo
DIAGNÓSTICO DAS DISFUNÇÕES DE RO- momento solicita ao paciente que realize o movimento
TAÇÃO DA TÍBIA de rotação interna da tíbia, no qual o terapeuta resiste.
› Objetivo do teste: Trabalhar com 3 contrações isométricas e ajustar as
Avaliar a mecânica rotacional da tíbia. alavancas no sentido da correção. Executar 3 ciclos das
contrações descritas.
› Posição do paciente: Obs.: partindo desses posicionamentos o terapeuta
pode realizar uma técnica de mobilização articular.
Paciente em decúbito ventral e com o joelho fletido.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça do
paciente.

› Colocação das mãos:


Com a mão externa apoiar sobre a região posterior
da tíbia e a mão da interna passar anterior ao membro
avaliado estabilizando-o e reforça o contato.

› Execução do teste:
O terapeuta certifica-se que o membro avaliado está
bem estabilizado com os contatos e a partir de movi-
mentos rotacionais do seu tronco aprecia a mobilidade
da tíbia para os movimentos rotacionais. Comparar os
movimentos rotacionais e verificar as diferenças com
o membro contralateral para realizar o diagnóstico
disfuncional.

TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA


DISFUNÇÕES EM ROTAÇÃO DA TÍBIA EM
ENERGIA MUSCULAR
› Objetivo da técnica:
Corrigir a mecânica rotacional da tíbia.

› Posição do paciente:
Paciente em decúbito ventral e com o joelho fletido.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça do
paciente. Figura 33. Técnica de correção para disfunções em rotação da tíbia
em energia muscular.
› Colocação das mãos:
DISFUNÇÕES FIBULARES PROXIMAIS
Com a mão externa apoiar sobre a região posterior
da tíbia e a mão da interna passa anterior ao membro POSTERIORIDADE DA FÍBULA
avaliado estabilizando-o e reforça o contato. Mecanismo
Trauma em dorsiflexão ou abdução.
› Execução da técnica:
O terapeuta verifica se os contatos estão bem realiza- Sintomas:
dos e o membro a ser avaliado está estabilizado frente Dor na região externa do joelho, no ligamento colate-
ao corpo do terapeuta. ral lateral;
Para correção de uma rotação interna da tíbia o tera- Instabilidade do tornozelo;
peuta realiza uma rotação no sentido interno (sentido Restrição na plantiflexão;

54 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo II - Joelho | IDOT


Cabeça da fíbula alta e posterior;
Restrição do deslizamento póstero-anterior;
Hipertonia dos fibulares.

ANTERIORIDADE DA FÍBULA
Mecanismo
Trauma em flexão plantar forçada e adução (entorse
do tornozelo).

Sintomas:
Restrição da dorsiflexão;
Dor no ligamento colateral lateral, feixe médio;
Edema submaleolar lateral;
Fíbula anterior e baixa;
Restrição da translação ântero-posterior;
Fraqueza dos fibulares ao teste de força.

DIAGNÓSTICO
› Objetivo do teste:
Avaliar a mecânica da fíbula proximal.

› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal com o joelho fletido.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta sentado sobre o pé do paciente para estabi-
lizá-lo.

› Colocação das mãos:


Envolver com o segundo e terceiro dedo a fíbula em
sua parte posterior e o primeiro dedo estabiliza a região Figura 34. Diagnóstico das disfunções fibulares proximais.
anterior e lateral.
TRATAMENTO
› Execução do teste: TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA
Partindo desse contato deslizar a cabeça da fíbula no POSTERIORIDADE DA FÍBULA
sentido ântero-posterior e póstero-anterior. Apreciar a PROXIMAL
mobilidade articular e diagnosticar as incapacidades › Objetivo da técnica:
funcionais.
Corrigir a mecânica póstero-anterior da fíbula.

› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal com o joelho fletido.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior homolateral ao lado a ser
tratado.

› Colocação das mãos:


Com a mão externa realizar um tissue-pull com apoio
indexial sobre a região posterior da cabeça da fíbula e
a mão interna, estabilizar o tornozelo/pé do paciente,
colocando a tíbia em rotação externa para a fíbula se
apresentar ao contato.

› Execução da técnica:
Colocar as alavancas de flexão do joelho, abdução do
quadril e rotação externa da tíbia evidenciando o conta-
to articular. Acumular os parâmetros ajustando o slack
e finalizar a técnica em AVBA no sentido das alavancas.

Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 55


Figura 35. Técnica de correção para posterioridade da fíbula proximal.

TÉCNICA DE CORREÇÃO (SNAP) PARA


ANTERIORIDADE DA FÍBULA
› Objetivo da técnica:
Corrigir a mecânica ântero-posterior da fíbula.

› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior homolateral a disfunção e
olhando para a cabeça do paciente.

› Colocação das mãos:


Figura 36. Técnica de correção para anterioridade da fíbula proximal.
Com o talo da mão externa apoiar sobre a articulação
femorofibular e com a mão interna sobre o tornozelo do
paciente realizar uma rotação interna. DISFUNÇÕES MENISCAIS
DIAGNÓSTICO
› Execução da técnica: › Objetivo do teste:
Criar uma discreta alavanca de rotação interna da Avaliar o parâmetro disfuncional do menisco.
tíbia, levar para extensão do joelho e no final aplicar a
técnica de AVBA. › Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior homolateral ao lado a ser
tratado e olhando para a cabeça do paciente.

› Colocação das mãos:


Com a mão externa contactar próximo à articulação
do joelho e a mão interna contactar o tornozelo/pé dire-
cionando as alavancas.

› Execução do teste:
No primeiro momento, realizar uma flexão máxima
do joelho, se houver restrição de mobilidade ou dor,
possível interferência do corno posterior do menisco
(fase 1). Na segunda fase do teste, o terapeuta cria uma
extensão do joelho e busca também nos últimos graus
de movimento se há presença de restrição de movimen-
to ou dor, nesse caso caracterizando uma interferência
do corno anterior do menisco (fase 2).

56 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo II - Joelho | IDOT


› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta dupla homolateral ao lado a ser.

› Colocação das mãos:


Com o talo de ambas as mãos envolver a interlinha
articular do joelho.

› Execução da técnica:
O terapeuta posiciona o membro a ser tratado entre as
suas pernas e partindo de uma discreta flexão para uma
extensão dos seus próprios joelhos, realiza uma tração
sobre o membro do paciente. Partindo desse posiciona-
mento e contatos, realizar uma mobilização global do
joelho, explorando a interlinha articular, buscando os
bocejos mediais e laterais, movimentos circulares com in-
tuito de corrigir as incapacidades funcionais do menisco.

Figura 37. Fase 1 da avaliação meniscal.

Figura 38. Fase 2 da avaliação meniscal.


Figura 39. Técnica articulatória global para disfunções meniscais.
TRATAMENTO MENISCAL
TÉCNICA ARTICULATÓRIA GLOBAL PARA DISFUNÇÕES DA PATELA
DISFUNÇÕES MENISCAIS DIAGNÓSTICO SUPERIORIDADE
› Objetivo da técnica: E INFERIORIDADE DA PATELA
Melhorar a mecânica do menisco. › Objetivo do teste:
Avaliar o parâmetro disfuncional da patela em supe-
› Posição do paciente: rioridade e inferioridade.
Paciente em decúbito dorsal com o membro a ser
tratado para fora da maca. › Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 57


› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta dupla homolateral ao lado a ser
tratado.

› Colocação das mãos:


Com o primeiro e segundo dedo de ambas as mãos
contactar os bordos superior e inferior da patela.

› Execução do teste:
Terapeuta aprecia os movimentos da patela de supe-
rior para inferior e de inferior para superior a fim de
caracterizar o seu parâmetro disfuncional.

Figura 40. Diagnóstico superioridade e inferioridade da patela.

TÉCNICA ARTICULAR PARA CORREÇÃO Figura 41. Técnica articular para correção da patela em superiorida-
DA PATELA EM SUPERIORIDADE de.
› Objetivo da técnica:
Melhorar a mecânica patelar no deslizamento súpe- TÉCNICA PARA CORREÇÃO DA PATELA
ro-inferior. EM INFERIORIDADE
› Objetivo da técnica:
› Posição do paciente: Inibir o tendão patelar (ligamento da patela) e melho-
Paciente sentado na maca com o membro a ser trata- rar a mecânica patelar no deslizamento ínfero-superior
do o mais relaxado possível. da patela.

› Posição do terapeuta: › Posição do paciente:


Terapeuta sentado próximo ao joelho a ser abordado. Paciente sentado na maca com o membro a ser trata-
do o mais relaxado possível.
› Colocação das mãos:
Com a polpa do polegar contactar o bordo superior › Posição do terapeuta:
da patela reforçando o contato com o polegar contra- Terapeuta sentado próximo ao joelho a ser abordado.
lateral.
› Colocação das mãos:
› Execução da técnica: Com ambos os polegares contactar o tendão patelar
Terapeuta desliza a patela de superior para inferior inferiormente a patela.
realizando uma mobilização articular. Alavancas do
perna?? › Execução da técnica:
Terapeuta busca padrões de densidade no tendão
patelar que pode estar associado a desconforto álgi-
co do paciente, partindo disso, buscar alavancas de
extensão do joelho no intuito de aproximar e melhorar
a densidade local.

58 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo II - Joelho | IDOT


Figura 43. Diagnóstico da lateralidade da patela.

TRATAMENTO DA LATERALIDADE DA
PATELA
Para a correção da lateralidade da patela o terapeuta
segue os mesmos passos propostos para a avaliação da
disfunção e trabalha em mobilização articular no senti-
do da correção.

Figura 42. Técnica para correção da patela em inferioridade da patela.

DIAGNÓSTICO DA LATERALIDADE
DA PATELA
› Objetivo do teste:
Avaliar o parâmetro disfuncional da patela em late-
ralidade.

› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta dupla homolateral ao lado a ser
tratado.

› Colocação das mãos:


Com o primeiro e segundo dedo de ambas as mãos
contactar os bordos laterais da patela.

› Execução do teste:
Terapeuta aprecia os movimentos da patela em
lateralidade, a fim de caracterizar o seu parâmetro
disfuncional.

Módulo II - Joelho | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 59


60 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo II - Joelho | IDOT
Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 61
COMPLEXO ARTICULAR
TORNOZELO E PÉ
Em todas as disfunções, das diversas regiões, deve-se verificar a mobilidade da articulação do pé, pois ele é um
captor postural, que poderá levar às alterações adaptativas em cadeias lesionais ascendentes, além de sofrer com
alterações descendentes. Apresenta um grande número de ossos com fortes inserções músculo-aponevróticas e
articulações com pequenas alavancas de manipulações.
O maléolo fibular é mais baixo que o maléolo tibial e a polia do tálus é mais estreita atrás do que na frente.
Em flexão plantar, a articulação está menos estável e a pinça maleolar se adapta. A fíbula se abaixa para melho-
rar o encaixe das superfícies por ação dos fibulares longo e curto, tibial posterior e extensor longo do hálux. O abai-
xamento da fíbula tensiona os ligamentos tibiofibulares inferiores. Esse tensionamento ocasiona uma aproximação
passiva automática dos dois ossos.
O pé é dividido em três partes:
Retropé: calcâneo e tálus - função estabilizadora;
Mediopé: navicular, cuboide e três cuneiformes - função rítmica;
Antepé: metatarsos (MTTs) e falanges - função dinâmica.

• ANATOMIA
SISTEMA ARTICULAR
ARTICULAÇÕES
Tibiotalar: tíbia e tálus.
Talocalcânea: tálus e calcâneo. Articulação subastragalina ou subtalar.
Mediotársica: cuboide, navicular. Articulação de Chopart.
Tarsometatarsiana: cuneiformes, cuboide e MTTs. Articulação de Lisfranc.

DIVISÕES
Raio interno ou medial: tálus, navicular, três cuneiformes, 1º, 2º e 3º MTTs e 1º, 2º e 3º FLs. Função propulsora
durante a marcha.
Raio externo ou lateral: calcâneo, cuboide, 4º e 5º MTTs e 4º e 5º FLs. Função receptora durante a marcha.
Todo o movimento de flexão/extensão é realizado pela articulação tibiotársica.
Todo o movimento de inversão/eversão é realizado pela articulação subtalar.

NAVICULAR, CUBOIDE E CUNEIFORMES


O conjunto dessas articulações e mais a rotação axial do joelho realiza os movimentos equivalentes a uma só
articulação com três graus de liberdade, o que permite a abóbada plantar realizar as adaptações ao pisar. Esse con-
junto sai pela região póstero-externa do calcâneo. É o eixo da inversão e eversão do calcâneo.

ARTICULAÇÃO SUBTALAR
O tálus e o calcâneo estão dispostos de forma cruzada um sobre o outro.
O tálus se orienta para frente e medialmente.
O calcâneo para frente e lateralmente.
O movimento da subtalar se combina em torno do eixo de Henké.
Em volta desse eixo, efetuam-se os movimentos de inversão e eversão.

ARTICULAÇÃO DE CHOPART
Funciona em correia dentada.
RI do navicular + RE do cuboide = desabamento do arco plantar.
RE do navicular + RI do cuboide = aumento do arco plantar.

ARTICULAÇÃO TARSOMETATÁRSICA
Une os cuneiformes e o cuboide à base dos metatarsos.
Permite pequenos movimentos de deslizamento.
O segundo raio, menos móvel, representa o eixo de prono-supinação.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 63


64 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT
Figura 1. Ossos do pé.
Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22ª edição (2008).

SISTEMA LIGAMENTAR ARCOS DO PÉ dentro e ligeiramente para trás. Insere-se sobre o tubér-
Possuem papel de amortecedor das pressões e adap- culo póstero-lateral do tálus.
tam sua forma segundo o solo.
Ligamento colateral medial
Arco longitudinal medial ou ligamento deltóideo
Formado pelo calcâneo, tálus, navicular, três cuneifor- Ligamento tibiotalar posterior.
mes e três metatarsos. Ligamento tibiocalcâneo.
Mantido pelos ligamentos talocalcâneo interósseo, Ligamento tibionavicular.
calcaneonavicular plantar, cuneonavicular e cuneometa- Ligamento tibiotalar anterior.
társico plantar; e pelos músculos abdutor do hálux, tibial
posterior, fibular longo e flexor longo do hálux. SISTEMA MUSCULAR MÚSCULOS
O flexor longo do hálux tensiona o arco, sustenta o DA PERNA
calcâneo e mantém o tálus por meio de seu tendão, que A perna é dividida em três septos intermusculares:
desliza atrás dele. anterior, lateral e posterior.

Arco longitudinal lateral MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO


Formado pelo calcâneo, cuboide e 4º e 5º metatarso. ANTERIOR
Mantido pelo ligamento calcaneocuboide plantar e Estão localizados na face anterior à membrana in-
pelos músculos fibular curto e longo. teróssea, entre a face lateral do corpo da tíbia e o septo
O fibular longo sustenta o calcâneo e o cuboide. intermuscular anterior, e é limitado anteriormente pela
Arco transverso fáscia da perna e a pele.
Formado pelo navicular, cuneiformes, cuboide e os Esses músculos são, principalmente, dorsiflexores
cinco metatarsos. da articulação talocrural e extensores dos dedos do pé.
Mantido pela porção transversa do adutor do hálux, São quatro músculos: tibial anterior, extensor longo dos
fibular longo e tibial posterior. dedos e extensor longo do hálux.

LIGAMENTOS TIBIOTÁRSICOS
Ligamento colateral lateral
Tem origem no maléolo fibular e inserção no tálus
e calcâneo sendo eles: talofibular anterior, posterior e
calcaneofibular.
Feixe anterior: maléolo fibular. Para baixo, para fren-
te, inserindo sobre o tálus.
Feixe médio: vértice do maléolo fibular. Para baixo e
para trás, inserindo na face lateral do calcâneo.
Feixe posterior: face medial do maléolo fibular. Para

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 65


66 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT
Figura 2. Sistema Ligamentar.
Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22ª edição (2008)

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 67


• SISTEMA MUSCULAR Face anterior e interna da perna, pé até o hálux.
MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO
ANTERIOR

Figura 4. Pontos-gatilho do músculo tibial anterior e sua dor referida.


Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005.

EXTENSOR LONGO DOS DEDOS


É o mais lateral dos músculos anteriores da perna.
Origina-se no côndilo lateral da tíbia e 3⁄4 superiores da
Figura 3. Músculos do compartimento anterior. face medial da fíbula e membrana interóssea. Torna-se
Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22ª tendíneo acima do tornozelo e seus quatro tendões se
edição (2008) inserem nas falanges distais dos quatro dedos laterais.
› Relação Metamérica:
TIBIAL ANTERIOR Sua relação metamérica é correspondente aos metâ-
É um músculo delgado, que se situa na face lateral da meros de L4-L5.
tíbia. Origina-se no côndilo lateral e metade superior da
face lateral da tíbia e membrana interóssea.
O tendão passa dentro de sua própria bainha sino-
› Inervação Motora:
vial, profundo aos retináculos superior e inferior. Nervo fibular.
Insere-se nas faces medial e inferior do cuneiforme
medial e base do 1º MTT. › Ação Motora:
› Relação Metamérica: Extensão das metatarsofalangeanas.
Sua relação metamérica é correspondente aos metâ- Extensão das interfalangianas do segundo ao
meros de L4-L5. quinto dedo.
Auxilia na dorsiflexão e eversão do pé.
› Inervação Motora:
Nervo fibular profundo.
› Área de dor referida:
Região distal da perna;
› Ação Motora: Região dorsal do pé do segundo ao quarto metatarso.
Flexão dorsal (dorsiflexão) do tornozelo.
Inversão do tornozelo e pé.

› Área de dor referida:


68 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT
Figura 5. Pontos-gatilho dos músculos extensor longo dos dedos e extensor longo do hálux e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005.

EXTENSOR LONGO DO HÁLUX MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO


É um músculo fino, que se situa profundo na sua LATERAL
fixação superior da fíbula e membrana interóssea.
Origina-se na parte média da face anterior da fíbula e
membrana interóssea. Insere-se na face dorsal da base
da falange distal do hálux.
› Relação Metamérica:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâ-
meros de L4-L5.

› Inervação Motora:
Nervo fibular profundo.

› Ação Motora:
Extensão da metatarsofalangeana e interfalangea-
na do hálux.
Auxilia na inversão do pé e na dorsiflexão do tornozelo.

› Área de dor referida:


Região distal da perna.
Região dorsal do pé, próximo ao hálux.

RETINÁCULO SUPERIOR DOS MÚSCULOS


EXTENSORES
É uma faixa larga, forte de fáscia da perna, que passa
da fíbula para a tíbia, proximal aos maléolos.
Segura efetivamente os tendões dos músculos do com-
partimento anterior, impedindo-os de se curvarem para
frente durante a dorsiflexão da articulação talocrural.

Retináculo inferior dos músculos extensores


Tem a forma de Y.
Fixa-se lateralmente à face ântero-superior ao calcâneo.
Forma uma alça forte em torno dos tendões dos mús- Figura 6. Músculos do compartimento lateral.
Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22ª
culos fibular terceiro e extensor longo dos dedos. edição (2008).

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 69


FIBULAR LONGO › Inervação Motora:
É o mais comprido e superficial dos dois músculos Nervo fibular profundo.
fibulares. Origina-se na cabeça e dois terços da face
lateral da fíbula. Insere-se na base do 1º MTT e no › Ação Motora:
cuneiforme medial. Realiza o movimento de eversão do pé.
› Relação Metamérica: Auxilia fracamente na plantiflexão.
Sua relação metamérica é correspondente aos metâ-
meros de L4-S1. › Área de dor referida:
Região lateral da perna, até o maléolo medial.

Figura 7. Pontos-gatilho dos músculos fibulares e sua dor referida.


Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005.

FIBULAR CURTO
É um músculo fusiforme, que se situa profundo ao fibular longo.
Origina-se em 2/3 inferiores da face lateral da fíbula.
Vai inserir-se na face dorsal da tuberosidade, no lado lateral da base do 5º MTT.
› Relação Metamérica:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâmeros de L4-S1 .

› Inervação Motora:
Nervo fibular profundo.

› Ação Motora:
Realiza o movimento de eversão do pé.
Auxilia fracamente na plantiflexão.

› Área de dor referida:


Região lateral da perna até o maléolo medial.

70 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO O compartimento posterior é o maior dos três com-
POSTERIOR partimentos da perna. Os músculos da panturrilha,
situados na parte posterior da perna, são divididos em
grupos superficial e profundo.
Grupo de músculos superficiais no compartimento
posterior.
O grupo superficial – gastrocnêmio, sóleo e plantar –
forma uma massa grande e forte na panturrilha que faz
a flexão plantar.
São músculos fortes e pesados, pois sustentam e mo-
vem o peso do corpo.

GASTROCNÊMIO
Possui duas cabeças na sua origem proximal:
Cabeça lateral: face lateral do côndilo lateral do
fêmur, acima do côndilo femoral.
Cabeça medial: face poplítea do fêmur, acima do
côndilo medial.
Ambas se inserem na face posterior do calcâneo via
tendão do calcâneo.
› Relação Metamérica:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâ-
meros de S1-S2. .

› Inervação Motora:
Nervo tibial.

› Ação Motora:
Faz a flexão plantar do tornozelo quando o joelho
está estendido, levantam o calcanhar quando caminha-
mos e fletem a perna na articulação do joelho.

› Área de dor referida:


Figura 8. Sistema Muscular. Região posterior e distal da coxa e área poplítea.
Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22ª Região posterior da perna e área plantar no médio pé.
edição (2008)

Figura 9. Pontos-gatilho do musculo gastrocnêmio e sua dor referida.


Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 71


SÓLEO
Está profundo ao gastrocnêmio.
É um músculo grande, plano e forte.
Origina-se na face posterior da cabeça da fíbula, quarto superior da face posterior da fíbula, linha do músculo
sóleo e margem medial da tíbia.
Insere-se na face posterior do calcâneo via tendão do calcâneo.

› Relação Metamérica:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâmeros de S1-S2. .

› Inervação Motora:
Nervo tibial.

› Ação Motora:
Faz a flexão plantar.

› Área de dor referida:


Região do calcanhar e posterior da perna.
Área sacrilíaca.

Figura 10. Pontos-gatilho do músculo sóleo e sua dor referida.


Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005.

72 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


COMPARTIMENTO PROFUNDO

Figura 11. Sistema Muscular.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22ª edição (2008)

FLEXOR LONGO DO HÁLUX


É o poderoso músculo da impulsão durante o cami-
nhar, correr e saltar. › Ação Motora:
Origina-se nos 2/3 inferiores da face posterior da Flete o hálux em todas as articulações e, fracamente,
fíbula e parte inferior da membrana interóssea. faz a flexão plantar do tornozelo.
Insere-se na base distal do hálux. Suporta o arco longitudinal medial do pé.

› Relação Metamérica: › Área de dor referida:


Sua relação metamérica é correspondente aos metâ- Região próxima ao hálux.
meros de S2-S3.

› Inervação Motora:
Nervo tibial.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 73


Figura 12. Pontos-gatilho dos músculos flexor longo do hálux, flexor longo dos dedos e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005.

FLEXOR LONGO DOS DEDOS TIBIAL POSTERIOR


É menor que o flexor longo do hálux. É o músculo mais profundo do compartimento
Origina-se na parte medial da face posterior da tíbia, posterior.
abaixo da linha do músculo sóleo, e por um largo ten- Origina-se na membrana interóssea, face posterior
dão na fíbula. da tíbia, abaixo da linha do músculo sóleo, e face
Insere-se na base das falanges distais dos quatro posterior da fíbula.
dedos laterais. Insere-se na tuberosidade do navicular, cuneiforme e
cuboide e bases dos 2º, 3º e 4º metatarsos.
› Relação Metamérica:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâ- › Relação Metamérica:
meros de S2-S3. Sua relação metamérica é correspondente aos metâ-
meros de L5-S1.
› Inervação Motora:
Nervo tibial. › Inervação Motora:
Nervo tibial.
› Ação Motora:
Faz a flexão dos quatro dedos laterais e a flexão plan- › Ação Motora:
tar do tornozelo. Faz a inversão e auxilia na plantiflexão.
Auxilia na estabilização medial do pé durante a marcha.
› Área de dor referida: › Área de dor referida:
Região póstero-medial da perna. Região posterior da perna.
Planta do pé. Área do tendão do calcâneo.
Planta do pé.

74 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


Figura 13. Pontos-gatilho do músculo tibial posterior e sua dor referida.

Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005.


MÚSCULOS DO PÉ
• PRIMEIRA CAMADA
ABDUTOR DO HÁLUX
FLEXOR CURTO DOS DEDOS
ABDUTOR DO DEDO MÍNIMO

Figura 14. Sistema Muscular.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22ª edição (2008)

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 75


As origens tanto do abdutor do hálux quanto do abdutor do dedo mínimo são na tuberosidade do calcâneo. A
inserção do abdutor do hálux é com o lado medial ou com a face plantar da falange proximal do hálux; a inser-
ção do abdutor do dedo mínimo é com a face lateral da falange proximal do quinto dedo.
O flexor curto dos dedos também se origina na tuberosidade do calcâneo e, insere-se, por tendões separados,
com a falange média de cada um dos quatro dedos menores.

› Relação Metamérica:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâmeros de L5-S1.

› Inervação Motora:
Nervo tibial e suas ramas terminais – plantar medial e lateral.

› Ação Motora:
O abdutor do hálux pode flexionar e/ou abduzir a falange proximal desse dedo.
O abdutor do dedo mínimo abduz e ajuda a flexão da falange proximal do quinto dedo.
O flexor curto dos dedos flexiona a segunda falange (média) dos quatro dedos menores.

› Área de dor referida:


Abdutor do hálux: face medial do calcâneo e do pé.
Abdutor do dedo mínimo: região plantar e lateral do pe.
Flexor curto dos dedos: região plantar do antepé.

Figura 15. Pontos-gatilho do músculo abdutor do hálux e sua dor referida.


Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005

Figura 16. Pontos-gatilho do músculo abdutor do dedo mínimo, flexor curto dos dedos e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005
76 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT
• SEGUNDA CAMADA
QUADRADO PLANTAR
TENDÃO DOS MÚSCULOS FLEXOR LONGO DO HÁLUX E FLEXOR LONGO DOS DEDOS
LUMBRICAIS

Figura 17. Sistema Muscular.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22ª edição (2008)
A origem do quadrado plantar parte do calcâneo para se inserir no tendão do flexor longo dos dedos. Os lum-
bricais estendem-se das digitações do tendão do flexor
longo dos dedos para se inserir na capa do extensor de
cada um dos quatro dedos menores.
› Relação Metamérica:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâ-
meros de L5-S1.

› Inervação Motora:
Nervo tibial e suas ramas terminais – plantar medial
e lateral.

› Ação Motora:
O quadrado plantar ajuda o flexor longo dos dedos na
flexão das falanges terminais dos quatro dedos menores.
Os quatro lumbricais do pé flexionam as falanges
proximais nas articulações metatarsofalangeana e esten-
dem às duas falanges distais nas articulações interfalân-
gicas dos quatro de¬dos menores. Figura 18. Pontos-gatilho do músculo quadrado plantar e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005

› Área de dor referida:


Quadrado plantar: região do calcâneo.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 77


• TERCEIRA CAMADA
FLEXOR CURTO DO HÁLUX
ADUTOR DO HÁLUX
FLEXOR CURTO DO MÍNIMO

Figura 19. Sistema Muscular.


Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22ª edição (2008)

O flexor curto do dedo mínimo estende-se da base Nervo tibial e suas ramas terminais – plantar medial
do quinto metatarsal até a falange proximal do quinto e lateral.
dedo. Às duas partes do flexor curto do hálux estendem-
-se de uma inserção proximal comum nas superfícies › Ação Motora:
ad¬jacentes dos ossos cuboide e cuneiforme lateral até as O músculo flexor curto do dedo mínimo flexionam
inserções distais por dois tendões, um para cada lado da a falange proximal do pequeno dedo na articulação
falange proximal do hálux. A cabeça oblíqua do adutor metatarsofalangeana.
do hálux fixa-se nas bases do segundo, ter¬ceiro e quarto O adutor do hálux aduz o hálux e auxilia na flexão da
metatarsais. A cabeça transversa desse músculo, insere- falange proximal do hálux.
-se com os ligamentos metatarsofalângicos (MF) planta- O flexor curto do hálux flexiona a falange proximal
res do terceiro, quar¬to e quinto dedo. Medialmente, as do hálux na articulação metatarsofalangeana.
duas cabeças desse músculo unem-se onde se inserem
com a face lateral da base da falange proximal do hálux. › Área de dor referida:
› Relação Metamérica: Estende-se na parte plantar do antepé, principalmen-
Sua relação metamérica é correspondente aos metâ- te, na região central e medial;
meros de L5-S1.
› Inervação Motora:

78 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


Figura 20. Pontos-gatilho do músculo quadrado plantar e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005

• QUARTA CAMADA
QUATRO MÚSCULOS INTERÓSSEOS PLANTARES
INTERÓSSEOS PLANTARES ADUZEM
INTERÓSSEOS DORSAIS ABDUZEM

Figura 21.
Fonte:

Os quatro interósseos dorsais originam-se nas diáfi- › Relação Metamérica:


ses dos ossos metatarsais adjacentes. O pri¬meiro inte- Sua relação metamérica é correspondente aos metâ-
rósseo dorsal insere-se com o lado medial e o segundo meros de L5-S1.
insere-se com o lado lateral da base da falange proximal
do segundo dedo, ambos se unem à aponeurose dorsal
do tendão do extensor longo dos dedos daquele dedo. O
› Inervação Motora:
terceiro e quarto interósseos dorsais inserem-se apenas Nervo tibial e suas ramas terminais – plantar me-
com o lado lateral do terceiro e do quarto dedo de modo dial e lateral.
similar. Os três interósseos plantares estendem-se das › Ação Motora:
bases do terceiro, quarto e quinto ossos metatarsais Os interósseos dorsais e plantares, abduzem e adu-
até a face medial das bases das falanges proximais do zem, respectivamente, os dedos menores e estabilizam
terceiro, quarto e quinto dedo. o antepé.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 79


Fibras anteriores do lig. talofibular médio.
› Área de dor referida: Ligamento tibiofibular.
Região do dorso e da planta do pé, ao longo da por- Músculos extensores e tibial anterior.
ção distal do metatarso correspondente.
Articulação subtalar
Inversão
Calcâneo se abaixa anteriormente (extensão do pé).
Desloca-se para dentro (adução).
Deita-se sobre sua face externa (supinação).
Eversão
Calcâneo vai subir posteriormente (flexão).
Desloca-se para fora (abdução).
Deita-se sobre a sua face interna (pronação).

Articulação mediotársica
Inversão
O tibial posterior puxa o navicular.
Figura 22. Pontos-gatilho dos músculos interósseos e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005 A região súpero-externa da cabeça do tálus fica
exposta.
O navicular puxa o cuboide, através do ligamento
BIOMECÂNICA
escafo-cuboide.
Com o joelho em flexão, o tornozelo pode ser dorsifle-
O cuboide arrasta o calcâneo em ântero-interno.
tido cerca de 20º. Com o joelho estendido essa amplitude
diminui para 15º, devido à alteração da tensão do mús-
culo gastrocnêmio. A amplitude de movimentação em Eversão
flexão plantar do tornozelo é de aproximadamente 45º. O fibular curto lateral, inserido no 5º MTT, puxa o
cuboide para fora e para trás.
Dorsiflexão O cuboide arrasta o navicular.
A região súpero-interna da cabeça do tálus fica ex-
Fíbula sobe, faz rotação interna e anterioriza. Tíbia se
posta. O calcâneo irá se posicionar em póstero-interno.
anterioriza relativamente ao tálus.
Seio do tarso se fecha.
Pinça bimaleolar se abre.
Calcâneo adianta e faz rotação interna. Tálus se pos-
terioriza e se lateraliza. Limitação da eversão
Cuboide roda externo e navicular roda interno. Contato da pinça lateral.
Cuneiformes abaixam-se. Tensionamento do ligamento deltoide.
Artt. tarsometatársicas se anteriorizam. Músculo tibial posterior.
Artt. metatarsofalangeanas se posteriorizam.
Limitação da inversão
Limitação da dorsiflexão Contato da pinça medial.
Contato ósseo anterior. Tensionamento dos ligamentos laterais.
Fibras posteriores do lig. deltoide. Músculos fibulares.
Fibras posteriores do lig. talofibular médio.
Fibras posteriores do lig. calcaneofibular. INSPEÇÃO ESTÁTICA
Músculo tríceps sural. Importante ressaltar dois tipos de avaliações que
devem ser empregadas no segmento do tornozelo e pé.
Plantiflexão A primeira refere-se as adaptações articulares frente a
Fíbula desce, faz rotação externa e posterioriza. traumas que geram os padrões de disfunções articula-
Tíbia se posterioriza relativamente ao tálus. res. Nesse caso, avaliando a inspeção estática o osteopa-
Pinça bimaleolar se fecha. ta obterá algumas informações de possíveis padrões de
Calcâneo recua e faz rotação externa. disfunção.
Tálus anterioriza e medializa. No segundo caso, estamos de frente ao segmento do
Cuboide roda interno e navicular roda externo. ponto de vista postural. A forma como o complexo tor-
Cuneiformes se elevam. nozelo e pé ligam-se ou se relacionam com o solo, pode
Artt. tarsometatársicas se posteriorizam. gerar uma série de adaptações em cadeia ascendente,
Artt. metatarsofalangeanas se anteriorizam. que podem resultar em alterações posturais nos 3 pla-
nos do espaço. Ou ainda, esse complexo pode se adaptar
de desequilíbrios superiores, que de forma descendente
Limitação da plantiflexão
se comportam como um tampão do sistema tônico pos-
Contato ósseo posterior. tural. Nesse segundo caso, avaliaremos e abordaremos
Fibras anteriores do lig. deltoide. esse complexo com um olhar da osteopatia postural, no
Fibras anteriores do lig. talofibular anterior. segundo nível de formação do IDOT.

80 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


INSPEÇÃO DINÂMICA
No TMG observar as adaptações do complexo tor-
nozelo e pé aos movimentos provenientes das articu-
lações superiores.
De forma específica, podemos estudar os movimen-
tos de plantiflexão e dorsiflexão, comparando de forma
bilateral, se houverem alterações no movimento no
final da ADM, pensaremos na área tibiotársica, ou seja,
disfunções osteopáticas no nível distal da tíbia ou fíbula
e disfunções no tálus.
Se houver limitação de padrão articular nos movi-
mentos de inversão e eversão, pensaremos de forma
específica na articulação subtalar. Ou seja, avaliaremos
o padrão de movimento do tálus e do calcâneo.
Obs.: Se houver dúvidas sobre na avaliação dos padrões
descritos acima na diferenciação do padrão articular ou se
há restrições no nível neural ou miofascial, sugere-se uma
avaliação partindo de uma flexão do joelho.

Técnica Neutra 1
Objetivo da técnica:
Partindo de uma leve tração, realizar uma movimen-
tação global do tornozelo e pé, a fim de identificar áreas
de aumento de densidade tecidual, característica de
disfunções osteopáticas. Essa técnica poderá iniciar o
tratamento, bem como observar a efetividade das técni-
cas empregadas.

Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal.
Posição do terapeuta: Figura 23. Técnica neutra 1.
Em pé, em finta dupla, próximo ao bordo inferior da
maca com o centro de gravidade sobre o tornozelo e pé
do paciente.

Colocação das mãos:


Contato amplo de uma das mãos envolvendo o tálus e
com a outra mão envolvendo o calcâneo.

Execução da técnica:
Partindo desse contato, apoiar o membro a ser
trabalhado no tronco do terapeuta, realizar uma leve
tração seguida de uma dorsiflexão e, assim, realizar a
movimentação rítmica das estruturas que compõe o
complexo tornozelo e pé, a fim de identificar as áreas de
densidade tecidual.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 81


AVALIAÇÃO E TRATAMENTO NEURAL
TESTE DE ELASTICIDADE DO MÚSCULO
Vide os módulos de lombar e sacro.
TIBIAL ANTERIOR
Posição do paciente:
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO MUSCULAR Deitado em decúbito dorsal.
MÚSCULOS ANTERIORES - TIBIAL ANTERIOR
Posição do terapeuta:
PALPAÇÃO Em pé, em finta anterior, olhando para a cabeça do
Posição do paciente: paciente, próximo ao bordo inferior da maca e homola-
Deitado em decúbito dorsal. teral ao lado a ser tratado.

Posição do terapeuta: Colocação das mãos:


Em pé, em finta anterior, olhando para a cabeça do Com a mão interna envolver a região anterior do pé e
paciente e próximo ao bordo inferior da maca. a mão externa contatar a área anterior e lateral da perna,
sobre o ventre muscular.
Colocação das mãos:
Com a mão interna estabiliza o pé do paciente e a Execução do teste:
mão externa contata a área anterior e lateral da perna, Realizar o movimento de plantiflexão do membro a
sobre o ventre muscular. ser avaliado.

Execução da palpação: Interpretação do teste:


Solicitar ao paciente o movimento de dorsiflexão e Observar se há presença de sensação de repuxe
verificar se ocorre a contração muscular no contato da miofascial na área muscular associada a diminuição da
mão externa. Partindo dessa verificação, buscar os pos- amplitude de movimento.
síveis trigger points e áreas de densidade tecidual.

Figura 24. Palpação do músculo tibial anterior.

82 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


TESTE DE FORÇA DO MÚSCULO TIBIAL TÉCNICA DE INIBIÇÃO COM APROXIMAÇÃO
ANTERIOR Posição do paciente:
Posição do paciente: Paciente deitado em decúbito dorsal.
Deitado em decúbito dorsal.
Posição do terapeuta:
Posição do terapeuta: Terapeuta sentado próximo ao bordo inferior da maca.
Em pé, em finta anterior, olhando para a cabeça do
paciente, próximo ao bordo inferior da maca e homolate- Colocação das mãos:
ral ao lado a ser tratado. Com a mão externa envolver o pé do paciente e a mão
interna com o polegar buscar as áreas de trigger points
Colocação das mãos: no ventre do músculo tibial anterior.
Com a mão interna envolver a região anterior do pé e
a mão externa contatar a área anterior e lateral da perna, Execução da técnica:
sobre o ventre muscular. Realizar pressões sobre o ventre muscular em busca
das densidades, ou seja, dos trigger points. Usam-se ala-
Execução do teste: vancas em dorsiflexão e inversão para as aproximações
Partindo de uma dorsiflexão, com a mão interna criar das fibras musculares.
uma alavanca no sentido da plantiflexão e solicitar ao
paciente que mantenha a posição inicial do tornozelo.

Interpretação do teste:
O avaliador deve igualar o nível de força do paciente
e suplementá-lo levemente verificando a capacidade da
contração muscular do tibial anterior.

Figura 26. Técnica de inibição com aproximação do músculo tibial


anterior.

Figura 25. Posicionamento para os testes de elasticidade e força do


músculo tibial anterior.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 83


TÉCNICA DE STRETCHING DO TIBIAL TÉCNICA DE SPRAY STRETCHING DO
ANTERIOR MÚSCULO TIBIAL ANTERIOR
Posição do paciente: Posição do paciente:
Paciente deitado em decúbito dorsal. Paciente deitado em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta: Posição do terapeuta:


Terapeuta em pé, em finta anterior olhando para a Terapeuta em pé, em finta anterior olhando para a
cabeça do paciente e homolateral ao lado a ser tratado. cabeça do paciente e homolateral ao lado a ser tratado.

Colocação das mãos: Colocação das mãos:


Com a mão externa estabilizar a região ântero-lateral Com a mão interna contatar o complexo tornozelo e
da perna do paciente e a mão interna contatar a região pé para direcionar as alavancas e com a mão externa
anterior do pé. deter o spray.

Execução da técnica: Execução da técnica:


Buscar a barreira elástica muscular com as alavancas Buscar a barreira elástica muscular com as alavancas
de plantiflexão e eversão e oscilar de maneira rítmica, de plantiflexão e eversão e aplicar o spray no ventre
mantendo a mesma amplitude para ajustar o tônus muscular e área de dor referida. Repetir os procedimen-
muscular. tos por três vezes ajustando a barreira elástica e ao final
voltar o músculo em posição de relaxamento (neutra).

Figura 27. Técnica de stretching do músculo tibial anterior.


Figura 28. Técnica de spray stretching do músculo tibial anterior.

84 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


• MÚSCULOS LATERAIS – GRUPAMENTO TÉCNICA DE INIBIÇÃO COM
DOS FIBULARES APROXIMAÇÃO
PALPAÇÃO Posição do paciente:
Posição do paciente: Deitado em decúbito dorsal.
Deitado em decúbito dorsal.
Posição do terapeuta:
Posição do terapeuta: Sentado próximo ao bordo inferior da maca.
Sentado próximo ao bordo inferior da maca.
Colocação das mãos:
Colocação das mãos: Com a mão externa envolver e estabilizar o pé do
Com a mão externa envolver e estabilizar o pé do paciente e a mão interna buscar os triggers point sobre o
paciente e a mão interna contatar a área lateral da perna, ventre muscular.
sobre o ventre muscular.
Execução da técnica:
Execução da palpação: Com o contato da mão interna buscar as áreas de
Solicitar ao paciente o movimento de eversão e veri- densidade tecidual muscular (trigger points) e realizar
ficar se ocorre a contração muscular no contato da mão inibições. Pode-se realizar alavancas de aproximação
interna. Partindo dessa verificação, buscar os possíveis das fibras musculares em plantiflexão e eversão.
trigger points e áreas de densidade tecidual.

TESTE DE ELASTICIDADE
Execução do teste:
Com a mão externa realizar o movimento de inversão
e dorsiflexão do membro avaliado.

Interpretação do teste:
Observar se há presença de sensação de repuxe
miofascial na área muscular associado à diminuição da
amplitude de movimento.

TESTE DE FORÇA
Execução do teste:
Partindo de uma dorsiflexão e eversão com a mão ex- Figura 30. Técnica de inibição com aproximação dos músculos
terna, realizar o movimento de inversão e plantiflexão. fibulares.

Interpretação do teste:
O avaliador deve igualar o nível de força do paciente
e suplementá-lo levemente verificando a capacidade da
contração muscular dos fibulares.

Figura 29. Posicionamento do terapeuta e pacientes nos procedimen-


tos avaliativos de palpação, teste de elasticidade e força dos músculos
fibulares.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 85


TÉCNICA DE STRETCHING PARA OS
MÚSCULOS FIBULARES
Posição do paciente:
Deitado em decúbito lateral com o lado a ser tratado
para cima e com o membro sobre um rolo.

Posição do terapeuta:
Sentado próximo ao bordo inferior da maca.

Colocação das mãos:


Com ambas as mãos contatar o pé do paciente.

Execução da técnica:
Partindo desse contato, realizar uma alavanca de Figura 32. Técnica de spray stretching dos músculos fibulares.
inversão buscando a barreira elástica miofascial. Oscilar
mantendo um mesmo ritmo e amplitude com intuito de
ajustar o tônus do grupamento fibular.
• MÚSCULOS POSTERIORES - TRÍCEPS SURAL
PALPAÇÃO
Posição do paciente:
Deitado em decúbito ventral.

Posição do terapeuta:
Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente e
homolateral ao lado a ser avaliado.

Colocação das mãos:


Com ambas as mãos usando os polegares, buscar a
área do tríceps sural.

Execução da palpação:
Solicitar ao paciente o movimento de plantiflexão e
Figura 31. Técnica de stretching dos músculos fibulares. verificar se ocorre a contração muscular no contato das
mãos. Partindo dessa verificação, buscar os possíveis
TÉCNICA DE SPRAY STRETCHING PARA trigger points e áreas de densidade tecidual.
OS MÚSCULOS FIBULARES
Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:
Sentado próximo ao bordo inferior da maca.

Colocação das mãos:


Com a mão interna envolver a região distal do pé e a
mão externa deter o spray.

Execução da técnica:
Partindo desse contato realizar uma alavanca de in-
versão buscando a barreira elástica miofascial e aplicar
Figura 33. Palpação do grupamento do tríceps sural.
o spray na área muscular e de dor referida. Repetir os
procedimentos por três vezes ajustando a barreira elás-
tica e ao final voltar o músculo em posição de relaxa-
mento (neutra).

86 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


TESTE ELASTICIDADE TÉCNICA DE INIBIÇÃO COM APROXIMAÇÃO
Posição do paciente: Posição do paciente:
Deitado em decúbito ventral. Deitado em decúbito ventral.

Posição do terapeuta: Posição do terapeuta:


Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente e Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente e
homolateral ao lado a ser avaliado. homolateral ao lado a ser avaliado.

Colocação das mãos: Colocação das mãos:


Com a mão externa estabilizar a face posterior e distal Com a mão interna envolver a região anterior do
da perna e a mão interna contatar a planta do pé. complexo tornozelo e pé e a mão externa buscar o ventre
muscular do grupamento.
Execução do teste:
Realizar uma dorsiflexão partindo do contato da mão Execução da técnica:
interna. A mão externa do terapeuta busca as áreas de den-
sidade muscular na área, os triggers point, impondo
Interpretação do teste: pressões no ventre do músculo. Realiza-se a técnica de
Observar se há presença de sensação de repuxe inibição muscular acrescentando as alavancas de aproxi-
miofascial na área muscular associado à diminuição da mação em plantiflexão e flexão do joelho.
amplitude do movimento.

TESTE DE FORÇA
Colocação das mãos:
Com a mão externa estabilizar a face posterior e distal
da perna e a mão interna contatar a planta do pé.

Execução do Teste:
Partindo de uma plantiflexão, o avaliador com a mão
interna realiza um movimento no sentido da dorsifle-
xão, solicitando ao paciente que mantenha a contração
para a plantiflexão.

Interpretação do teste:
O avaliador deve igualar o nível de força do paciente
e suplementá-lo levemente, verificando a capacidade da
contração muscular do grupamento tríceps sural.

Figura 35. Técnica de inibição com aproximação do grupamento


tríceps sural.
Figura 34. Posicionamento proposto para os testes de elasticidade e
força do grupamento tríceps sural.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 87


TÉCNICA DE STRETCHING PARA O TÉCNICA DE SPRAY STRETCHING PARA O
MÚSCULO GASTROCNÊMIO MÚSCULO GASTROCNÊMIO
Posição do paciente: Posição do paciente:
Deitado em decúbito ventral. Deitado em decúbito ventral com o complexo torno-
zelo e pé fora da maca.
Posição do terapeuta:
Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente e Posição do terapeuta:
homolateral ao lado a ser avaliado. Terapeuta sentando próximo ao bordo inferior da maca.

Colocação das mãos: Colocação das mãos:


Com a mão externa contatar a área muscular e a mão Com a mão externa contatar o antepé em sua face
interna contatar a planta do pé. plantar e a mão interna deter o spray.

Execução da técnica: Execução da técnica:


Realizar uma dorsiflexão partindo do contato da mão Com a mão externa realizar uma dorsiflexão buscan-
interna buscando a barreira miofascial. Partindo dessa do a barreira elástica miofascial. Ao encontrar a barreira
zona de trabalho, oscilar a alavanca de forma rítmica e elástica, aplicar os feixes do spray na área do ventre
mantendo uma mesma amplitude com intuito de ajustar muscular e de dor referida. Repetir o procedimento por
o tônus muscular. três oportunidades ajustando a barreira elástica.

Figura 36. Técnica de stretching do músculo gastrocnêmio.


Figura 37. Técnica de spray stretching do músculo gastrocnêmio.

88 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


TÉCNICA DE STRETCHING DO TÉCNICA DE SPRAY STRETCHING DO
MÚSCULO SÓLEO MÚSCULO SÓLEO
Posição do paciente: Posição do paciente:
Deitado em decúbito ventral com flexão do joelho do Deitado em decúbito ventral com flexão do joelho do
lado a ser tratado. lado a ser tratado.

Posição do terapeuta: Posição do terapeuta:


Terapeuta em finta dupla próximo ao membro a ser Terapeuta em finta dupla próximo ao membro a ser
tratado. tratado.

Colocação das mãos: Colocação das mãos:


Com a mão craniana contatar a área muscular e a Com a mão caudal envolver a região do antepé e a
mão caudal contatar o antepé em sua face plantar. mão craniana deter o spray.

Execução da técnica: Execução da técnica:


Partindo do contato da mão caudal, realizar o mo- Partindo do contato da mão caudal realizar o movi-
vimento de dorsiflexão buscando a barreira elástica mento de dorsiflexão, buscando a barreira elástica mio-
miofascial. Ao encontrar a zona de trabalho muscular fascial. Ao encontrar a barreira elástica, aplicar os feixes
oscilar a alavanca de forma rítmica e manter a mesma do spray na área do ventre muscular e de dor referida.
amplitude com intuito de ajustar o tônus muscular. Repetir o procedimento por três oportunidades ajustan-
do a barreira elástica.

Figura 38. Técnica de stretching do músculo sóleo.


Figura 39. Técnica de spray stretching do músculo sóleo.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 89


• MÚSCULO TIBIAL POSTERIOR
TÉCNICA DE STRETCHING DO MÚSCULO TÉCNICA DE SPRAY STRETCHING DO
TIBIAL POSTERIOR MÚSCULO TIBIAL POSTERIOR
Posição do paciente: Posição do paciente:
Deitado em decúbito ventral com flexão do joelho do Deitado em decúbito ventral com o complexo torno-
lado a ser tratado. zelo e pé para fora da maca.

Posição do terapeuta: Posição do terapeuta:


Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça do Terapeuta sentado próximo ao bordo inferior da maca
paciente e homolateral ao lado a ser tratado. e do membro a ser tratado.

Colocação das mãos: Colocação das mãos:


Com a mão externa envolver a região lateral do pé e a Com a mão externa envolver a região do antepé e a
mão craniana estabilizar o terço distal da perna. mão interna deter o spray.

Execução da técnica: Execução da técnica:


Partindo do contato da mão externa criar uma ala- Partindo do contato da mão externa realizar o mo-
vanca de eversão buscando a barreira elástica miofas- vimento de dorsiflexão e eversão buscando a barreira
cial. Ao encontrar a barreira, oscilar de forma rítmica elástica miofascial. Ao encontrar a barreira elástica,
e manter uma mesma amplitude para ajustar o tônus aplicar os feixes do spray na área do ventre muscular e
muscular. de dor referida. Repetir o procedimento por três opor-
tunidades ajustando a barreira elástica.

Figura 41. Técnica de spray stretching do músculo tibial posterior.

Figura 40. Técnica de stretching do músculo tibial posterior.

90 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


• MÚSCULOS INTRÍNSECOS DO PÉ TÉCNICA DE INIBIÇÃO E STRETCHING DOS
TÉCNICA DE STRETCHING PARA OS MÚSCULOS DA PLANTA DO PÉ
MÚSCULOS INTRÍNSECOS DO PÉ Posição do paciente:
Posição do paciente: Deitado em decúbito dorsal.
Deitado em decúbito dorsal.
Posição do terapeuta:
Posição do terapeuta: Terapeuta sentado próximo ao bordo inferior da maca
e do membro a ser tratado.
Terapeuta sentado próximo ao bordo inferior da maca
e do membro a ser tratado.
Colocação das mãos:
Colocação das mãos: Com ambas as mãos envolver os pés e direcionar os
polegares na planta do pé.
Com ambas as mãos contatar os raios do pé.
Execução da técnica:
Execução da técnica:
No primeiro momento da técnica, o terapeuta deve
Com o uso dos polegares e do contato amplo das mãos investigar com os polegares os aumentos de densidade
realizar traços entre os raios do pé. Pode-se realizar muscular na área plantar, podendo realizar técnicas de
alavancas de separação dos raios do pé, sempre com o in- inibição muscular nesse nível. Após normalizar essas
tuito de ajustar as densidades dos tecidos moles da área. densidades, o terapeuta deve impor alavancas com
intuito de afastar os raios do pé e no sentido da dorsifle-
xão, trabalhando de forma rítmica e mantendo a mesma
amplitude ajustando o tônus muscular da área.

Figura 42. Técnica de stretching dos músculos intrínsecos do pé.

Figura 43. Técnica de inibição e stretching dos músculos da planta


do pé.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 91


TÉCNICA DE SPRAY STRETCHING MÚSCULOS INTRÍNSECOS DO PÉ
Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:
Terapeuta sentado próximo ao bordo inferior da maca e do membro a ser tratado.

Colocação das mãos:


Com uma das mãos controlar as alavancas na região distal do pé, próximo às falanges e a outra mão deter o spray.

Execução da técnica:
Partindo do contato da mão, criar alavancas para os estiramentos da musculatura intrínseca do pé nas regiões
anterior e posterior. Ao encontrar a barreira elástica, aplicar os feixes do spray na área do ventre muscular e de dor
referida. Repetir o procedimento por três oportunidades ajustando a barreira elástica em cada nível trabalhado.

Figura 44. Técnica de spray stretching dos músculos intrínsecos do pé. Figura 46. Técnica de spray stretching dos músculos intrínsecos do pé.

Figura 45. Técnica de spray stretching dos músculos intrínsecos do pé. Figura 47. Técnica de spray stretching dos músculos intrínsecos do pé.

DISFUNÇÕES ARTICULARES
• DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
DISFUNÇÃO DE COAPTAÇÃO TIBIOTÁRSICA
Mecanismo
Movimento de flexão plantar forçada com inversão da perna (entorse do tornozelo).

Sintomas
Dor ou restrição na região anterior do tornozelo em flexão dorsal.
Dificuldade para agachar, caminhar sobre os calcanhares ou subir escada

92 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


Execução da técnica:
Diagnóstico Apoiar o pé sobre o seu tórax, manter os cotovelos
Teste de coaptação/decoaptação tibiotársica sem aber- abertos e articular em 8.
tura articular.
Debilidade do tibial anterior.

TESTE DE DECOAPTAÇÃO DA TIBIOTÁRSICA


Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:
Osteopata em FA, nos pés do paciente.

Colocação das mãos:


Envolver o calcâneo com a mão inferior e a mão supe-
rior sobre a região tibiotársica.

Execução do teste:
Fazer uma decoaptação em tração e observar se apre-
senta ruído articular.

Figura 50. Técnica articulatória tornozelo.

Figura 49. Teste de decoaptação da tibiotársica.

TÉCNICA ARTICULATÓRIA TORNOZELO


Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta dupla.

Colocação das mãos:


Mão externa sobre o calcâneo e mão interna sobre a
articulação subtalar. Figura 51. Técnica articulatória tornozelo.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 93


TUG TÉCNICA PARA DECOAPTAÇÃO DA DISFUNÇÃO EM ANTERIORIDADE DA TÍBIA
TIBIOTÁRSICA Mecanismo
Posição do paciente: O pé fica fixo no solo e a tíbia avança anteriormente.
Paciente em decúbito dorsal. Uma flexão plantar forçada com descarga do peso do
corpo sobre o pé.
Posição do terapeuta: Chute.
A tíbia desliza em relação ao tálus fixada por um
Terapeuta em finta dupla próximo ao bordo inferior
espasmo do tibial anterior.
da maca.
Sintomas
Colocação das mãos:
Desconforto local.
Com a mão interna fazer um contato do terceiro e
Instabilidade do tornozelo.
quarto dedo sob o tálus e com a outra fazer o reforço.
Diminuição da interlinha na posição ortostática.
Edema.
Execução da técnica: Diminuição da ADM na dorsiflexão.
Criar uma alavanca de tração, dorsiflexão e uma Dor no tornozelo ao subir escadas.
discreta eversão reduzindo o jogo articular. Realizar a
manobra em AVBA decoaptando o tálus. Diagnóstico
Limitação de mobilidade ântero-posterior.
Fraqueza do tibial anterior ao teste muscular.

TESTE E TÉCNICA ARTICULAR PARA


ANTERIORIDADE DISTAL DA TÍBIA
Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal e a perna em extensão.

Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior próximo ao bordo infe-
rior da maca.

Colocação das mãos:


Com a mão externa estabilizar calcâneo e a mão
interna estabilizar tíbia e fíbula.

Execução da técnica:
Com a mão interna testar a capacidade de movimen-
tação da tíbia no sentido ântero-posterior.
Ao encontrar uma incapacidade funcional, o trabalho
corretivo se dá articulando de anterior para posterior,
podendo ao final aplicar alavancas em AVBA.

Figura 52. TUG técnica para decoaptação da tibiotársica.

94 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


Figura 53. Teste e técnica articular para anterioridade distal da tíbia. Figura 54. Teste para anterioridade e posterioridade da fíbula distal.

TESTE PARA ANTERIORIDADE TÉCNICA PARA ANTERIORIDADE


E POSTERIORIDADE DA FÍBULA DISTAL FÍBULA DISTAL
Posição do paciente: Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal. Paciente em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta: Posição do terapeuta:


Terapeuta em finta anterior próximo ao bordo inferior Terapeuta em finta anterior próximo ao bordo inferior
da maca. da maca.

Colocação das mãos: Colocação das mãos:


Com a mão interna estabilizar a tíbia anteriormente, e Com a mão externa contatar o bordo tênar da mão na
a mão externa com o contato em pinça envolver a região região anterior da fíbula e com a mão interna reforçar o
distal da fíbula. contato com o polegar.

Execução do teste: Execução do teste:


Com a mão interna manter a tíbia estabilizada en- Realizar uma mobilização ântero-posterior. Pode-se
quanto que o contato em pinça da mão externa avalia a usar o drop para realizar a correção articular.
capacidade de movimentação ântero-posterior da fíbula
em sua articulação distal.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 95


Figura 55. Técnica para anterioridade fíbula distal. Figura 56. Técnica para posterioridade da fíbula distal.

TÉCNICA PARA POSTERIORIDADE DISFUNÇÃO EM ANTERIORIDADE DO


FÍBULA DISTAL TÁLUS
Posição do paciente: Mecanismo
Paciente em decúbito ventral. Flexão plantar e inversão com apoio sobre a borda
lateral.
Posição do terapeuta: Inversão forçada.
Terapeuta em finta anterior próximo ao bordo infe- Pode ocorrer dois tipos de entorse:
rior da maca. -Tálus ântero-interno em relação ao calcâneo;
-Tálus ântero-externo em relação à tíbia.
Colocação das mãos:
Sintomas
Com a mão externa contatar o bordo tênar da mão
na região posterior da fíbula e a mão interna reforçar o Atitude antálgica em flexão plantar com inversão.
contato com o polegar. Restrição da flexão dorsal do tornozelo.
Presença de dor nos ligamentos colaterais lateral e
medial.
Execução do teste: Dificuldade de caminhar sobre os calcanhares.
Realizar uma mobilização póstero-anterior. Pode-se Edema submaleolar.
usar o drop para realizar a correção articular. Dor medial ao nível do seio do tarso.
Passo de pequena amplitude.

96 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


Diagnóstico lizar uma pressão de anterior para posterior e no final
Palpação bilateral do tornozelo. aplicar a técnica de AVBA. Repete-se essa abordagem
Colo do tálus mais anterior e interno. por 3 vezes.

TESTE DE MOBILIDADE TÁLUS


Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal, joelho flexionado,
apoiando a parte plantar do pé na coxa do terapeuta.

Posição do terapeuta:
Terapeuta com a perna sobre a maca.

Colocação das mãos:


O terapeuta realiza um contato indexial sobre a
região anterior do tálus que pode ser reforçado com a
perna contralateral.

Execução do teste:
Partindo do contato proposto, o terapeuta avalia a
capacidade de deslizamento ântero-posterior do tálus.

Figura 58. Técnica de AVBA para anterioridade do tálus com uso


do drop.
Figura 57. Teste de mobilidade tálus.
TESTE DE MOBILIDADE PARA O TÁLUS
TÉCNICA DE AVBA PARA ÂNTERO-INTERNO E PÓSTERO-EXTERNO
ANTERIORIDADE DO TÁLUS COM Posição do paciente:
USO DO DROP Deitado em decúbito dorsal.
Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal com o joelho a ser tratado Posição do terapeuta:
fletido e apoiando a região plantar do pé em cima da Em finta dupla próximo ao bordo inferior da maca.
coxa do terapeuta.
Colocação das mãos:
Posição do terapeuta: Primeira etapa: com a mão externa contatar com o
Sentado no bordo inferior da maca. terceiro e quarto dedo o tálus e mão interna estabilizar o
calcâneo.
Colocação das mãos: Segunda etapa: Com a mão interna posicionar o ter-
Com a mão interna fazer contato pisiforme (poden- ceiro e quarto dedo no tálus e a mão externa estabilizar
do ser o contato com o bordo ulnar da mão) e a outra o calcâneo.
reforça.
Execução do teste:
Execução da técnica: Na primeira etapa a mão externa testa a capacidade
Terapeuta deve calibrar o mecanismo do drop e rea- de movimentação do tálus no sentido póstero-externo

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 97


enquanto a mão interna estabiliza o calcâneo.
Na segunda etapa a mão interna testa a capacidade
do tálus deslizar para ântero-interno.

Interpretação do teste:
Identificar a incapacidade funcional do tálus e carac-
terizar o seu parâmetro de disfunção.
Teste de mobilidade para o tálus ântero-interno e pós-
tero-externo: vide figura 59 e 60.

TÉCNICA PARA CORREÇÃO DO TÁLUS


ÂNTERO-INTERNO
Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:
Em finta dupla próximo ao bordo inferior da maca.

Colocação das mãos:


Com a mão externa contatar com o segundo e terceiro
dedo o tálus de medial para lateral e a mão contralateral
estabilizar o calcâneo.

Execução da técnica:
O terapeuta passa de uma finta dupla para uma finta
anterior olhando para o membro a ser corrigido ajustan-
do o slack no sentindo póstero-externo. Ao encontrar
a barreira articular realizar um impulso em AVBA no
sentido póstero-externo.
Figura 59. Técnica para correção do tálus ântero-interno.

TÉCNICA PARA CORREÇÃO DO TÁLUS


PÓSTERO-EXTERNO
Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:
Em finta dupla próximo ao bordo inferior da maca.

Colocação das mãos:


Com a mão interna realizar um contato com o segun-
do e terceiro dedo no tálus de lateral para medial e com
a mão contralateral estabilizar o calcâneo.

Execução da técnica:
O terapeuta passa de uma finta dupla para uma finta
anterior, olhando para o membro contralateral a ser
corrigido, ajustando o slack no sentindo ântero-interno.
Ao encontrar a barreira articular realizar um impulso
em AVBA no sentido ântero-interno.

98 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


Sintomas
Instabilidade do tornozelo.
Desconforto no pé.
Irritação do tendão calcâneo.

TESTE DE MOBILIDADE E TÉCNICA


ARTICULATÓRIA PARA CALCÂNEO
Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta dupla próximo ao bordo inferior
da maca.

Colocação das mãos:


Com as duas mãos envolvendo o calcâneo do paciente
e com o pé dele apoiado sobre o seu tórax.
Manter os cotovelos abertos.

Execução do teste e técnica:


Partindo desse posicionamento, avaliar a capacida-
de de movimentação do calcâneo em rotação interna e
externa.
Seguindo esses direcionamentos o terapeuta pode
realizar uma técnica articulatória com intuito de corrigir
as restrições de mobilidade encontrada.

Figura 60. Técnica para correção do tálus póstero-externo.

DISFUNÇÃO ÂNTERO-INTERNA
DE CALCÂNEO
Mecanismo
Dorsiflexão com eversão forçada.
Deslizamento em eversão.
Geralmente associada à lesão póstero-externa do tálus.
Estiramento do ligamento deltoide medial e posterior.
Estiramento do ligamento talocalcâneo interósseo.
Cuboide e navicular se abaixam.

Sintomas
Instabilidade do tornozelo.
Desconforto no pé.
Irritação do tendão calcâneo.
Dificuldade em descer escadas.
Dor à palpação dos ligamentos colaterais medial e lateral.

DISFUNÇÃO PÓSTERO-EXTERNA
DE CALCÂNEO
Mecanismo
Flexão plantar com inversão forçada em carga. Desli-
zamento em inversão.
Calcâneo fixo em posterioridade e em rotação ex-
terna. Sofrimento dos ligamentos colaterais laterais e
anterior. Irritação das inserções musculares sobre o
calcâneo. Tendência à fasceíte plantar. Figura 61. Teste de mobilidade e técnica articulatória para calcâneo.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 99


Sintomas
TÉCNICA ARTICULATÓRIA PARA Dor durante a eversão.
O CALCÂNEO Diagnóstico
Posição do paciente: Tubérculo do navicular mais alto à palpação.
Paciente em decúbito lateral, com o pé a ser tratado Debilidade ao teste do tibial posterior.
para baixo e fora da maca. Pé plano.

Posição do terapeuta: Tratamento


Terapeuta em finta dupla e com a ponta do pé entre Tratar primeiro o tálus, o navicular e depois o cuboide.
suas coxas.
DISFUNÇÃO EXTERNA DO CUBOIDE
Colocação das mãos: Mecanismo
A mão interna fixa o tornozelo e a mão externa se O tálus anterior faz girar o navicular em inversão,
posiciona sobre o calcâneo. que provoca um movimento de rotação externa do
cuboide – pé plano.
Execução da técnica:
Partindo desse posicionamento realizar a técnica arti- Sintomas
culatória para corrigir a disfunção articular encontrada. Dor na borda externa do pé.
Fechamento da interlinha lateral.
Dor durante a inversão.
Dor na interlinha articular.
Calosidades no 4º e 5º metatarsos.

Diagnóstico
Dor à palpação do cuboide.
Debilidade ao teste dos fibulares.
Restrição de mobilidade do 5º metatarso em rotação
externa.

TESTE PARA DISFUNÇÃO DO NAVICULAR


E CUBOIDE
Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:
Terapeuta no bordo inferior da maca.

Colocação das mãos:


Para testar a mobilidade do navicular: com a mão em
bico de pato, tomando contato com o navicular. A outra
mão estabiliza o tornozelo.
Para testar a mobilidade do cuboide: com a mão em
bico de pato, tomando contato com o cuboide. A outra
mão estabiliza o tornozelo.

Execução do teste:
Terapeuta deve realizar uma discreta compressão
no momento inicial do teste de ambos os ossos e
testar a movimentação em rotação interna e externa.
Figura 62. Técnica articulatória para o calcâneo. Avaliar as incapacidades de movimentação e caracte-
rizar a disfunção articular.
DISFUNÇÃO INTERNA DO NAVICULAR
Mecanismo Nota: o terapeuta pode realizar técnicas articulató-
rias partindo desse contato, com intuito de mobilizar a
Lesão de inversão.
articulação e corrigir as disfunções.
A anteriorização do tálus faz girar o navicular em inver-
são, ao mesmo tempo, em que ele se abaixa, provocando a
diminuição do arco plantar e rotação externa do cuboide.

100 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


TUG TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA
SUPERIORIDADE – ROTAÇÃO EXTERNA
DO NAVICULAR E ROTAÇÃO INTERNA
DO CUBOIDE
Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta dupla próximo ao no bordo infe-
rior da maca.

Colocação das mãos:


Com a mão externa fazer um contato do terceiro
e quarto dedo sob o navicular e com a outra, fazer o
reforço.

Execução da técnica:
Criar uma alavanca de tração e dorsiflexão reduzindo
o jogo articular. Realizar a manobra em AVBA.

Figura 63. Teste para disfunção do navicular.

Figura 64. Teste para disfunção do cuboide.

Figura 65. Tug técnica de correção para superioridade – rotação


externa do navicular e rotação interna do cuboide.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 101


TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA Terapeuta no bordo inferior da maca.
INFERIORIDADE – ROTAÇÃO INTERNA
DO NAVICULAR E ROTAÇÃO EXTERNA Colocação das mãos:
DO CUBOIDE Tomar contato com o terceiro e quarto dedo sobre o
cuneiforme medial em sua face dorsal, com o reforço da
Posição do paciente:
outra mão.
Paciente em decúbito ventral, com o joelho do lado a
ser tratado fletido, para que o terapeuta tenha acesso à
Execução da técnica:
face plantar do pé.
Criar uma alavanca de tração e dorsiflexão reduzindo
o jogo articular. Nesse momento, apreciar a capacidade
Posição do terapeuta:
de interiorização dos cuneiformes. Se houver restrição
Terapeuta próximo ao bordo inferior da maca. no movimento, realizar a manobra em AVBA aumentan-
Colocação das mãos: do as alavancas propostas.
Com o polegar, apoiar na parte inferior do cuboide e
com o outro polegar reforçar o contato.

Execução da técnica:
Ajustar as alavancas e reduzir o slack, com o aumen-
to da plantiflexão do pé, avançar o cuboide e realizar a
manobra em AVBA.

Figura 66. Técnica de correção para inferioridade – rotação interna


do navicular e rotação externa do cuboide.

DISFUNÇÃO DOS CUNEIFORMES


EM SUPERIORIDADE
Facilmente notada no segundo cuneiforme (intermédio).
Degrau no dorso do pé.
Ao teste de mobilidade, elevando a cabeça do meta-
tarso, o cuneiforme recusa abaixar.

DISFUNÇÃO DOS CUNEIFORMES Figura 67. Tug técnica para teste e correção cuneiformes superiores.
EM INFERIORIDADE
Rara.
Origem postural.
Acompanha o mesmo mecanismo do cuboide e do
navicular, levando os cuneiformes em inferioridade.
Pode ser provocada por esmagamento do pé (passa-
gem do pneu do carro sobre o pé).

TUG TÉCNICA PARA TESTE E CORREÇÃO


CUNEIFORMES SUPERIORES
Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta:

102 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


TESTE E TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA TÉCNICA ARTICULATÓRIA PARA OS
INFERIORIDADE DAS CUNEIFORMES RAIOS DO PÉ
Posição do paciente: Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal. Paciente em decúbito dorsal.

Posição do terapeuta: Posição do terapeuta:


Terapeuta sentado próximo ao pé a ser trabalho. Terapeuta no bordo inferior da maca.

Colocação das mãos: Colocação das mãos:


Com o polegar, apoiar na parte inferior dos cuneifor- Contatar os metatarsos com ambas as mãos envolven-
mes e posicionar a outra mão sobre a face dorsal do pé do suas regiões posterior e anterior.
do paciente.
Execução da técnica:
Execução da técnica: Fixar um metatarso e articular o lateral em movimen-
Com uma das mãos realizar uma alavanca de planti- tos superiores e inferiores, buscando as incapacidades de
flexão e com o polegar contactado na parte inferior dos movimentação em todos os metatarsos. Ao encontrar as
cuneiformes testar a capacidade de superiorizá-los. Se disfunções de movimento, realizar a técnica articulatória.
houver a disfunção articular, reduzir o slack ajustando
as alavancas e realizar a AVBA.

Figura 69. Técnica articulatória para os raios do pé.

Figura 68. Teste e técnica de correção para inferioridade das cunei-


formes.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 103


Figura 70. Técnica articulatória para os raios do pé. Figura 71. Teste e técnica de correção para metatarsos em inferiori-
dade.
TESTE E TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA
METATARSOS EM INFERIORIDADE TÉCNICA PARA MOBILIZAÇÃO GLOBAL
Posição do paciente: DAS FALANGES
Paciente em decúbito dorsal. Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.
Posição do terapeuta:
Terapeuta no bordo inferior da maca. Posição do terapeuta:
Terapeuta no bordo inferior da maca.
Colocação das mãos:
Com o polegar, estabilizar a cabeça do metatarso e Colocação das mãos:
com o outro polegar fazer contato com a falange. Com uma mão estabilizar o pé e a outra, com o pole-
gar e o indicador, envolver lateralmente a falange.
Execução da técnica:
Testar a mobilidade empurrando a cabeça do meta- Execução da técnica:
tarso no sentido superior, ao mesmo tempo, que au- Partindo desse posicionamento realizar rotação
menta a flexão da falange. Se houver incapacidade de interna e externa das falanges, observar os parâmetros
movimentação, ajustar o slack seguindo as alavancas de restrição do movimento e realizar técnicas articula-
propostas e realizar a manobra em AVBA. tória. O terapeuta pode impor alavancas de tração para
melhorar o movimento articular.

104 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT


Figura 72. Técnica para mobilização global das falanges.

Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 105


106 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT

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