Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
COXOFEMORAL
• INTRODUÇÃO
São chamados os membros inferiores o conjunto de Exemplo: uma hipomobilidade na articulação sa-
quatro articulações: coxofemoral, joelho, tornozelo e croilíaca vai gerar respostas adaptativas nas articula-
pé. Esses segmentos, adaptam-se as alterações funcio- ções da coxofemoral, joelho, tornozelo e pé, justificando
nais, traumáticas ou posturais, oriundas dos segmentos e evidenciando a unidade integrada do segmento.
superiores e fazem com que os segmentos superiores se Quando estivermos nessa linha de raciocínio, estaremos
ajustem as alterações funcionais, originárias nos mem- na visão osteopática do membro inferior.
bros inferiores. Portanto, seja em disfunções primárias Nesse nível, estudaremos as disfunções traumáticas
ou adaptativas, os membros inferiores sempre participa- que podem acometer as articulações do membro infe-
ram das cadeias lesionais que acometem o corpo. rior. Ao adentrarmos o segundo envelope da formação,
Estudaremos os membros inferiores de forma segmenta- entenderemos como as disfunções posturais podem
da: coxofemoral, joelho, tornozelo e pé, porém devemos ter acometer os membros inferiores. Dessa forma, estabe-
noção da unidade desses sistemas articulares. Quando um leceremos uma visão ampla dos problemas que podem
sistema se altera, os demais sofrem repercussões. acometer esse segmento.
• ANATOMIA
• SISTEMA NERVOSO
A inervação dos músculos, cujo papel mecânico sobre a pelve, vem do plexo lombossacral, é importante para a
osteopatia, pois uma disfunção que ocorre ao nível lombar ou sacral, poderá provocar uma facilitação e fixar uma
disfunção da coxofemoral.
Torna-se imprescindível fazer as correções sobre a articulação coxofemoral e investigar também a região lombar
e sacral (ver quadro 1. módulo ilíaco).
• SISTEMA VASCULAR
A pelve é vascularizada a partir da ramificação da ramos para a artéria obturatória, que vascularizará a
aorta, que é dividida em artéria ilíaca comum direita e cabeça femoral e, posteriormente, ramificar-se-á nas
esquerda, essa, por sua vez, emite ramos, que formam artérias circunflexas e continuará como artéria femoral
as artérias ilíacas, interna e externa, e a partir dos ramos após o trígono femoral.
dessas artérias é que surgirão as artérias que farão a Todo tronco aórtico e as artérias que dele provém, são
vascularização dos músculos, vísceras, do aparelho controladas pelas fibras pré-ganglionares do gânglio
excretor e reprodutor, e também dos ossos da pelve. aórtico simpático, que se encontra ao nível vertebral de
A vascularização da articulação coxofemoral é rea- T12 - L1. Essa informação é muito relevante para o os-
lizada, principalmente, pelas artérias ilíacas, interna e teopata, pois uma disfunção vertebral nesse nível, pode
externa. Na pelve, a artéria ilíaca interna dá origem às gerar uma facilitação medular e comprometer toda a
artérias glúteas superior e inferior e a artéria pudenda vascularização da pelve e dos membros.
interna. Em seguida, a artéria ilíaca externa emitirá
• SISTEMA MUSCULAR
Grandes músculos comporão a articulação coxofemoral, podendo influenciar na biomecânica dessa articulação,
interferindo em sua posição (tabela 1 módulo de ilíacos).
Obs.: músculos importantes para serem revisados no módulo de coluna lombar, ilíacos e sacro:
Iliopsoas; Quadríceps femoral; Adutor curto; Glúteo médio;
Piriforme; Isquiotibiais; Adutor longo; Glúteo mínimo;
Sartório; Grácil; Adutor magno; Quadrado femoral;
Tensor da fáscia lata; Pectíneo; Glúteo máximo; Gêmeos superior e inferior.
Obs.: esses músculos interferem diretamente na mecânica dos membros inferiores.
• BIOMECÂNICA
A articulação coxofemoral é a responsável pelos mo- • FISIOLOGIA ARTICULAR
vimentos do quadril. Considerada uma enartrose com
grande coaptação. Essa é uma articulação muito estável
FLEXÃO
A cabeça do fêmur realiza um movimento de rola-
com baixa possibilidade de sofrer com luxações. Seus
mento anterior e deslizamento posterior sobre a su-
graus de movimentos, não são tão amplos como outra
perfície articular do acetábulo e a porção superior do
enartrose, a glenoumeral, no entanto, em algumas situ-
trocânter maior estará orientada para trás. Ao final da
ações, poderá ter sua falta de mobilidade, compensada
amplitude, a cabeça do fêmur está posicionada poste-
pela coluna lombar.
riormente, e o ápice do trocânter maior estará orientado
Quando o membro inferior estiver estendido, ob-
para trás. Amplitude articular com o joelho fletido:
servar a posição dos pés. No pé em rotação externa, a
0°-125° (Marques, 2003; Palmer & Epler, 2000) e 0°-135°
coxofemoral estará em rotação externa (cabeça femoral
(Magee, 2002).
anterior) e no pé em rotação interna, a coxofemoral esta-
rá em rotação interna (cabeça femoral posterior).
Uma disfunção de anterioridade da coxofemoral vai EXTENSÃO
arrastar o ilíaco em rotação anterior, e uma lesão de A cabeça do fêmur realiza um movimento de rola-
posterioridade da coxofemoral vai arrastar o ilíaco em mento posterior e deslizamento anterior, sobre a su-
rotação posterior. perfície articular do acetábulo e a porção superior do
Do lado da rotação anterior teremos uma perna longa. trocânter maior estará orientada para frente. Ao final da
Do lado da rotação posterior teremos uma perna curta. amplitude, a cabeça do fêmur estará posicionada ante-
FISIOLOGIA LIGAMENTAR
TÉCNICA NEUTRA 1
Posição neutra:
Objetivo da técnica:
Os ligamentos estão moderadamente tensos.
Realizar uma movimentação ântero-posterior e
póstero-anterior na articulação, de modo a identificar as
Extensão: áreas de aumento de densidade tecidual, característica
Todos os ligamentos entram em tensão. de disfunções osteopáticas. Essa técnica poderá iniciar
o tratamento, bem como, observar a efetividade das
Flexão: técnicas empregadas.
Todos os ligamentos relaxam.
Posição do paciente:
Rotação externa: Deitado em decúbito dorsal e, no segundo momento,
Os ligamentos anteriores entram em tensão maior ventral.
TÉCNICA NEUTRA 3
Figura 9. Técnica neutra 1 em decúbito dorsal. Objetivo da técnica:
Realizar uma movimentação global na articulação,
a fim de identificar áreas de aumento de densidade
tecidual, característica de disfunções osteopáticas. Essa
técnica poderá iniciar o tratamento, como também, ob-
servar a efetividade das técnicas empregadas.
Posição do paciente:
Deitado em decúbito lateral com o lado a ser avaliado
para cima.
Posição do terapeuta:
Em pé, em finta anterior olhando para os pés do
paciente.
Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal.
Posição do terapeuta:
• TRATAMENTO MUSCULAR
TÉCNICA DE INIBIÇÃO PARA
OS ROTADORES INTERNOS
Objetivo da técnica:
Inibir os triggers points do grupamento e ajustar o
seu tônus.
Posição do paciente:
Decúbito lateral, com o membro a ser tratado para
cima, com leve flexão de ambas as pernas.
Figura 12. Técnica neutra 3 em decúbito lateral.
Execução da palpação:
Apreciar o tônus do grupamento rotador interno,
respeitando as camadas musculares e as disposições das
fibras.
Execução da técnica:
Realizar os movimentos articulares nos 3 planos do
espaço buscando possíveis áreas de densidade e incapa-
cidade funcionais. O terapeuta deve encorajar os movi-
mentos restritos para devolver a mecânica articular.
Causas:
Pós-traumática: na prática esportiva, traumatismo
sobre um membro inferior cujo pé ficou preso ao solo
(esqui, futebol);
Queda em escadas.
Causas secundárias:
Qualquer adaptação às disfunções suprajacentes ou
subjacentes repercutindo sobre a articulação coxofemoral;
Joelho recurvado, por exemplo, que “leva” a cabeça
femoral para frente em relação ao acetábulo;
Figura 17. Teste de compressão articular.
Hiperlordose secundária devido ao uso de sapatos
de salto alto que, “coloca” a cabeça femoral para a frente
TESTE DE MOBILIDADE ARTICULAR GLO- em relação ao acetábulo.
BAL DA COXOFEMORAL
Objetivo do teste: Lembrar antes da redução:
Observar as restrições de mobilidade da articulação É preciso realizar os testes de mobilidade ao nível
nos movimentos anteriores, posteriores, adução, abdu- do osso ilíaco em abertura e fechamento (deslocamento
ção e rotacionais. para a frente e para trás, para cima e para baixo) e fazer
a distinção entre uma disfunção femoral e/ou ilíaca.
Posição do paciente: Em caso de disfunção ilíaca associada, tratar essa
Deitado em decúbito dorsal, com uma leve flexão última em primeiro lugar.
Execução da técnica:
Aplicar uma compressão axial oscilatória sobre o eixo
do fêmur do paciente promovendo um stretching da
cápsula posterior.
Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal, com o drop posicionado
na área a ser corrigida.
Posição do terapeuta:
O terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça
do paciente.
Posição do terapeuta:
Em finta anterior, homolateral ao lado ser tratado e
olhando para a cabeça do paciente.
Execução da técnica:
A mão interna cria uma alavanca de extensão do quadril,
enquanto a mão externa mobiliza a cabeça femoral no senti-
Figura 21. Técnica de correção para anterioridade da cabeça do do anterior gerando um estiramento da cápsula anterior.
fêmur com uso de drop.
Causas secundárias:
É uma disfunção que pode compensar uma restrição
da mobilidade do osso ilíaco ou da coluna dorsolombar.
Pode, igualmente, compensar uma restrição da mobi-
lidade ao nível da articulação tibiofemoral (via cadeias
musculares). Figura 22. Stretching para cápsula anterior.
Dismorfismos congênitos ou adquiridos da cabeça
femoral, da pelve ou do membro inferior. MOBILIZAÇÃO ARTICULAR DA
COXOFEMORAL PARA DISFUNÇÃO
Objetivos do exame físico: DE POSTERIORIDADE
Restrição da mobilidade acompanhada frequente- Objetivo da técnica:
mente por flexão do quadril e de falsa perna curta. Corrigir a mecânica póstero-anterior da cabeça femoral.
É acompanhada também, muito frequentemente, por
espasmo do músculo tensor da fáscia lata.
Uma restrição da mobilidade da coluna dorsolombar
Posição do paciente:
pode, igualmente, estar associada a um espasmo do O paciente está deitado em decúbito dorsal, com uma
músculo psoas, associada ou não a um problema seme- leve flexão de quadril.
lhante do quadrado lombar, ipsilateral ou contralateral,
segundo a adaptação desenvolvida pelo indivíduo. Posição do terapeuta:
O terapeuta apoia uma das pernas na maca para criar
Lembrar antes da técnica: uma alavanca de flexão do quadril do paciente.
Antes de começar a manipulação terapêutica, é preci-
so tratar o trato iliotibial (alongamentos, fricções). Colocação das mãos:
Ocupar-se com a disfunção da coluna dorsolombar e Ambas as mãos envolvem a parte proximal da perna.
de suas repercussões articulares (articulação sacroilíaca)
e musculares (ver antes objetivos do exame físico). Execução da técnica:
Pode haver a participação dos músculos rotadores
O terapeuta realiza leves movimentos de flexão do
CABEÇA FEMORAL EM
Figura 23. Mobilização articular da coxofemoral para disfunção de
ABDUÇÃO OU ADUÇÃO
posterioridade. Causas diretas:
Choques diretos;
TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA Sequelas de acidentes de trânsito;
POSTERIORIDADE DA CABEÇA Patinação no gelo.
FEMORAL COM USO DO DROP
Objetivo da técnica: Causas secundárias:
Corrigir a mecânica póstero-anterior da cabeça femoral. Artrose do quadril;
Periartrite do quadril.
Em geral, isso depende da forma como o indivíduo se
Posição do paciente: adaptou à disfunção em questão.
Paciente em decúbito ventral, com o drop posiciona- Por um andar manco, pelas diferentes posições que
do na área a ser corrigida. ele pode adotar para se adaptar a uma restrição da mo-
bilidade sobrejacente ou subjacente.
Posição do terapeuta: Resultantes de problemas patelares associados a um
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça do problema genu varum (joelho varo) ou um genu val-
paciente. gum (joelho valgo) que pode repercutir sobre a articula-
ção do quadril.
Colocação das mãos:
Mão externa contata a parte posterior da cabeça do Objetivos do exame físico:
fêmur e a mão interna contata o terço posterior e distal - Quadril em abdução
da coxa para controlar as alavancas.
Dor ao nível do glúteo médio e do TFL (tensor da
fáscia lata) ao nível do joelho. O bíceps femoral também
Execução da técnica: pode ser afetado por esse tipo de disfunção.
O terapeuta ajusta o mecanismo do drop e com a
mão externa o paciente reduz o slack de anterior para
- Quadril em adução
posterior e a mão interna cria uma alavanca de rotação
externa no sentido da correção. Aplicar 3/4 AVBAs com Adutores com espasmos, endurecidos, doloridos,
uso do dispositivo de drop. principalmente o feixe vertical do adutor longo.
Posição do terapeuta:
O terapeuta apoia uma das pernas na maca para criar
uma alavanca de flexão do quadril do paciente.
Execução da técnica:
O terapeuta realiza movimentos deslizando a cabeça
femoral em adução e abdução. Para normalizar essa
mecânica, o terapeuta implementa uma mobilização
articular no sentido da correção e também pode aplicar
Figura 26. Técnica de correção da cabeça femoral em abdução.
pequenas manobras em AVBAs.
Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.
Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior com a perna interna a frente.
Figura 25. Mobilização articular da coxofemoral para disfunções de Colocação das mãos:
abdução e adução da cabeça do fêmur.
Com a mão interna em contato indexial envolver a
região medial da coxofemoral e a mão externa no terço
TÉCNICA DE CORREÇÃO PARA CABEÇA distal da perna.
FEMORAL EM ABDUÇÃO
Objetivo da técnica: Execução da técnica:
Corrigir a mecânica da cabeça femoral no desliza- Partindo do contato da mão interna o terapeuta cria
mento no sentido da adução. uma alavanca para abduzir a cabeça femoral, enquanto
a mão externa gera uma alavanca em adução do qua-
Posição do paciente: dril. Partindo dessa junção de alavancas, o terapeuta
Paciente em decúbito lateral com o lado a ser corrigido trabalha em mobilização articular e pode evoluir para
voltado para superior e o quadril contralateral em flexão. pequenas AVBAs com a mão interna.
Posição do terapeuta:
• TRATAMENTO
TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR
PARA CORREÇÃO DE UMA ROTAÇÃO EX-
TERNA
Objetivo da técnica:
Corrigir a mecânica em rotação interna do fêmur.
Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal com flexão do quadril
e joelho.
Posição do terapeuta:
Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça do
paciente.
Execução da técnica:
Partindo dos contatos propostos, o terapeuta cria
uma alavanca de rotação externa e solicita ao paciente
a contração isométrica em rotação interna. Repetir por
3 momentos esse procedimento e ajustar a alavanca em
Figura 31. Técnica de AVBA para disfunção em rotação externa do rotação externa. Deve-se realizar 3 ciclos do procedi-
fêmur. mento proposto acima.
CABEÇA FEMORAL EM
ROTAÇÃO INTERNA
Causas diretas:
Posição do esquiador;
Atletismo: lançadores de bolas de metal (martelo, peso);
Todos os que trabalham agachados (bombeiros, colo-
cadores de telhas, ladrilheiros);
O trabalho em turno com movimentos combinados
de adução e de rotação medial repetitivos.
Causas secundárias:
Mulheres que apresentam hiperlordose;
Joelho valgo;
Pé plano.
Execução da técnica:
Criar uma alavanca em rotação externa, o terapeu-
ta reduz o slack deslocando o corpo para posterior,
aumenta a flexão do quadril do paciente e finaliza a
técnica com uma tração do fêmur no sentido caudal
gerando uma decoaptação. Pode-se realizar a manobra
de AVBAs 3/4 repetições.
Figura 34. Técnica de AVBA para disfunção em rotação externa do
fêmur.
DISFUNÇÃO EM COMPRESSÃO
É a disfunção mais frequente e está associada a todas
as outras. É favorecida pelas forças da gravidade. Fato-
res que provocam a coaptação:
Posição ortostática;
Sobrepeso;
Sistemas ligamentares e musculares.
Execução da técnica:
Fazer uma decoaptação da coxofemoral inclinando o
tronco para trás. Fazer uma rotação interna e adução, e
depois passar para rotação externa e abdução, como o 8
da técnica articulatória.
TÉCNICA DE AVBA PARA Figura 36. Técnica de AVBA para decoaptação da cabeça femoral.
DECOAPTAÇÃO DA CABEÇA FEMORAL
Objetivo da técnica: STRETCHING EM DECOAPTAÇÃO
Decoaptar a cabeça femoral. Objetivo da técnica:
Decoaptar a cabeça femoral.
Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal com flexão do quadril e Posição do paciente:
joelho.
Deitado em decúbito dorsal e com o membro a ser
tratado em flexão do quadril.
Posição do terapeuta:
Terapeuta sentado e olhando para a cabeça do paciente. Posição do terapeuta:
Sentado olhando para a cabeça do paciente próximo a
Colocação das mãos: joelho do paciente.
Com ambas as mãos, envolver a região proximal do
fêmur. Colocação das mãos:
Com a mão externa contatar a parte distal da coxa e a
Execução da técnica: mão interna passar posteriormente ao joelho do pacien-
Terapeuta reduz o slack deslocando o corpo para pos- te, e apoiar no braço contralateral do terapeuta.
terior, aumenta a flexão do quadril do paciente e finaliza
a técnica com pequenos stretchings em uma tração do Execução da técnica:
fêmur no sentido caudal gerando uma decoaptação.
Realizar uma decoaptação da coxofemoral em stre-
Pode-se realizar a manobra de AVBAs 3/4 repetições.
tching tracionando o membro do paciente axialmente,
utilizando a queda do corpo para posterior.
TÉCNICA DE DESCOMPRESSÃO
ARTICULAR
Objetivo da técnica:
Gerar uma descompressão articular da coxofemoral.
Posição do paciente:
O paciente está deitado em decúbito dorsal o mais
relaxado possível.
Posição do terapeuta:
O terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça
do paciente.
Execução da Técnica:
O terapeuta cria uma leve alavanca de flexão do
quadril, desloca o seu peso para posterior criando uma
tensão articular e realiza uma tração axial no fêmur em
AVBA.
• ANATOMIA ÓSSEA
FACES ARTICULARES
Face articular medial
Côncava nos dois sentidos. Tem menor mobilidade
quando comparada à face articular lateral.
TUBÉRCULOS INTERCONDILARES
Encontram-se entre as faces articulares. Na área inter-
condilar anterior está a inserção tibial do LCA e na área
intercondilar posterior está a inserção tibial do LCP.
Ligamento meniscofemoral
Figura 12. Articulação do joelho. Insere-se no menisco lateral, indo em direção ao côn-
Fonte: Adaptado de Sobotta – Atlas de Anatomia Humana – 22º dilo femoral, inserindo-se sobre o LCP.
edição (2008)
Ligamento poplíteo arqueado
Ligamento colateral tibial ou LCT O ligamento se origina na face posterior da cabeça da
É um ligamento largo e achatado com origem no epi- fíbula, passa superior e medialmente sobre o tendão do
côndilo femoral medial e se insere abaixo dos tendões músculo poplíteo e se espalha sobre a face posterior da
da pata de ganso. Estabiliza medialmente o joelho e articulação do joelho. Também reforça a cápsula fibrosa
impede o bocejo medial. posteriormente.
Ligamentos cruzados
Têm a forma de cruz e unem o fêmur à tíbia, cruzan-
do dentro da cápsula articular sinovial. Os ligamentos
cruzados estão localizados no centro da articulação e
cruzam um sobre o outro mantendo a estabilidade ânte-
ro-posterior do joelho.
SISTEMA VASCULAR
A vascularização do joelho é realizada pela anastomose de muitas artérias, que formam uma circulação colate-
ral importante de desvios dos vasos principais, quando o joelho é mantido por muito tempo na posição fletida ou
quando os vasos estão estreitos, ou oclusos.
Essas artérias provêm da artéria femoral, que após atravessar pelo hiato dos adutores, passa a se chamar artéria
poplítea, a qual transita inferior e lateralmente à fossa poplítea e termina na margem posterior do músculo poplí-
teo, dividindo-se em artérias tibiais anterior e posterior.
A parte mais profunda da fossa, a artéria poplítea, corre junto à cápsula articular da articulação do joelho. Cinco
ramos geniculares irrigam a cápsula articular e os ligamentos, são as artérias geniculares: artéria superior lateral,
superior medial, média inferior lateral e inferior medial.
Poplíteo MACROFISIOLOGIA
O músculo poplíteo compõe os músculos profundos Flexão
do compartimento posterior da perna. Ele atua na arti- Tíbia roda internamente;
culação do joelho, enquanto os outros atuam na articu- Meniscos recuam (tracionados pelo m. semimembranoso);
lação talocrural e do pé. Patela desce e medializa;
Origina-se na face lateral do côndilo lateral do fêmur Aumento da congruência entre as superfícies articulares.
e do menisco lateral e se insere distalmente na face pos-
terior da tíbia, acima da linha do músculo sóleo. Extensão
É um flexor do joelho. Quando a pessoa está em pé
Tíbia roda externamente;
com o joelho fletido, o poplíteo se contrai para auxiliar
Meniscos avançam;
o LCP, evitando o deslocamento para frente do fêmur
Patela sobe e lateraliza.
sobre a tíbia.
Técnica NEUTRA 3
› Objetivo da técnica:
Realizar uma movimentação global do joelho, buscando
os bocejos mediais e laterais, a fim de identificar áreas de
aumento de densidade tecidual característica de disfun-
ções osteopáticas. Essa técnica poderá iniciar o tratamento,
bem como observar a efetividade das técnicas emprega-
das.
› Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal com a perna a ser traba-
Figura 18. Técnica neutra 1. lhada para fora da maca.
› Execução da técnica:
Partindo desse contato, realizar movimentos globais
do joelho combinando a flexo-extensão dele com as
alavancas látero-laterais apreciando a mobilidade do
complexo articular.
› Posição do terapeuta:
Em finta dupla homolateral ao lado a ser avaliado.
Figura 21 – Palpação do músculo poplíteo.
› Colocação das mãos: Nota: a perda elasticidade desse músculo se mani-
festa em padrões onde o joelho apresenta uma discreta
A mão craniana posiciona sua mão com um contato
flexão e rotação medial da perna sobre a coxa. Em rela-
profundo entre o côndilo lateral do fêmur e a face poste-
ção à debilidade muscular, joelhos que apresentam uma
rior e proximal da tíbia. A mão caudal envolve a região
hiperextensão podem estar associados a esse padrão
plantar do pé, estabilizando o complexo.
muscular.
› Execução da palpação:
Técnica de inibição com aproximação
Delimita-se o ventre muscular e realiza-se a palpação
em busca das densidades teciduais. › Posição do paciente:
Em decúbito ventral.
› Posição do terapeuta:
Em finta dupla anterior olhando para a cabeça do
paciente homolateral ao lado a ser tratado.
› Execução da técnica:
O terapeuta ao encontrar as áreas de densidade mus-
cular usa as alavancas do membro inferior em busca das
posições de conforto do paciente e aguardar os sinais de
liberação do tecido muscular. Pode-se associar movi-
mentos circulatórios com a mão da inibição.
› Execução da técnica:
Terapeuta exerce uma leve pressão para acessar os
tecidos e, em um segundo passo, uma discreta alavan-
TRATAMENTO
TÉCNICA DE AVBA PARA DISFUNÇÕES
FEMOROTIBIAIS EM LATERALIDADE
› Objetivo da técnica: Figura 29. Técnica de AVBA para disfunções femorotibiais em
Corrigir os parâmetros disfuncionais em lateralidade. lateralidades.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta sentado à frente da perna do paciente e
sobre o seu pé estabilizando o membro.
› Execução da técnica:
O terapeuta reduz o slack deslocando levemente o
seu corpo para trás e aplica a manobra em AVBA.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça do
paciente.
› Execução do teste:
O terapeuta certifica-se que o membro avaliado está
bem estabilizado com os contatos e a partir de movi-
mentos rotacionais do seu tronco aprecia a mobilidade
da tíbia para os movimentos rotacionais. Comparar os
movimentos rotacionais e verificar as diferenças com
o membro contralateral para realizar o diagnóstico
disfuncional.
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito ventral e com o joelho fletido.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça do
paciente. Figura 33. Técnica de correção para disfunções em rotação da tíbia
em energia muscular.
› Colocação das mãos:
DISFUNÇÕES FIBULARES PROXIMAIS
Com a mão externa apoiar sobre a região posterior
da tíbia e a mão da interna passa anterior ao membro POSTERIORIDADE DA FÍBULA
avaliado estabilizando-o e reforça o contato. Mecanismo
Trauma em dorsiflexão ou abdução.
› Execução da técnica:
O terapeuta verifica se os contatos estão bem realiza- Sintomas:
dos e o membro a ser avaliado está estabilizado frente Dor na região externa do joelho, no ligamento colate-
ao corpo do terapeuta. ral lateral;
Para correção de uma rotação interna da tíbia o tera- Instabilidade do tornozelo;
peuta realiza uma rotação no sentido interno (sentido Restrição na plantiflexão;
ANTERIORIDADE DA FÍBULA
Mecanismo
Trauma em flexão plantar forçada e adução (entorse
do tornozelo).
Sintomas:
Restrição da dorsiflexão;
Dor no ligamento colateral lateral, feixe médio;
Edema submaleolar lateral;
Fíbula anterior e baixa;
Restrição da translação ântero-posterior;
Fraqueza dos fibulares ao teste de força.
DIAGNÓSTICO
› Objetivo do teste:
Avaliar a mecânica da fíbula proximal.
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal com o joelho fletido.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta sentado sobre o pé do paciente para estabi-
lizá-lo.
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal com o joelho fletido.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior homolateral ao lado a ser
tratado.
› Execução da técnica:
Colocar as alavancas de flexão do joelho, abdução do
quadril e rotação externa da tíbia evidenciando o conta-
to articular. Acumular os parâmetros ajustando o slack
e finalizar a técnica em AVBA no sentido das alavancas.
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior homolateral a disfunção e
olhando para a cabeça do paciente.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior homolateral ao lado a ser
tratado e olhando para a cabeça do paciente.
› Execução do teste:
No primeiro momento, realizar uma flexão máxima
do joelho, se houver restrição de mobilidade ou dor,
possível interferência do corno posterior do menisco
(fase 1). Na segunda fase do teste, o terapeuta cria uma
extensão do joelho e busca também nos últimos graus
de movimento se há presença de restrição de movimen-
to ou dor, nesse caso caracterizando uma interferência
do corno anterior do menisco (fase 2).
› Execução da técnica:
O terapeuta posiciona o membro a ser tratado entre as
suas pernas e partindo de uma discreta flexão para uma
extensão dos seus próprios joelhos, realiza uma tração
sobre o membro do paciente. Partindo desse posiciona-
mento e contatos, realizar uma mobilização global do
joelho, explorando a interlinha articular, buscando os
bocejos mediais e laterais, movimentos circulares com in-
tuito de corrigir as incapacidades funcionais do menisco.
› Execução do teste:
Terapeuta aprecia os movimentos da patela de supe-
rior para inferior e de inferior para superior a fim de
caracterizar o seu parâmetro disfuncional.
TÉCNICA ARTICULAR PARA CORREÇÃO Figura 41. Técnica articular para correção da patela em superiorida-
DA PATELA EM SUPERIORIDADE de.
› Objetivo da técnica:
Melhorar a mecânica patelar no deslizamento súpe- TÉCNICA PARA CORREÇÃO DA PATELA
ro-inferior. EM INFERIORIDADE
› Objetivo da técnica:
› Posição do paciente: Inibir o tendão patelar (ligamento da patela) e melho-
Paciente sentado na maca com o membro a ser trata- rar a mecânica patelar no deslizamento ínfero-superior
do o mais relaxado possível. da patela.
TRATAMENTO DA LATERALIDADE DA
PATELA
Para a correção da lateralidade da patela o terapeuta
segue os mesmos passos propostos para a avaliação da
disfunção e trabalha em mobilização articular no senti-
do da correção.
DIAGNÓSTICO DA LATERALIDADE
DA PATELA
› Objetivo do teste:
Avaliar o parâmetro disfuncional da patela em late-
ralidade.
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta dupla homolateral ao lado a ser
tratado.
› Execução do teste:
Terapeuta aprecia os movimentos da patela em
lateralidade, a fim de caracterizar o seu parâmetro
disfuncional.
• ANATOMIA
SISTEMA ARTICULAR
ARTICULAÇÕES
Tibiotalar: tíbia e tálus.
Talocalcânea: tálus e calcâneo. Articulação subastragalina ou subtalar.
Mediotársica: cuboide, navicular. Articulação de Chopart.
Tarsometatarsiana: cuneiformes, cuboide e MTTs. Articulação de Lisfranc.
DIVISÕES
Raio interno ou medial: tálus, navicular, três cuneiformes, 1º, 2º e 3º MTTs e 1º, 2º e 3º FLs. Função propulsora
durante a marcha.
Raio externo ou lateral: calcâneo, cuboide, 4º e 5º MTTs e 4º e 5º FLs. Função receptora durante a marcha.
Todo o movimento de flexão/extensão é realizado pela articulação tibiotársica.
Todo o movimento de inversão/eversão é realizado pela articulação subtalar.
ARTICULAÇÃO SUBTALAR
O tálus e o calcâneo estão dispostos de forma cruzada um sobre o outro.
O tálus se orienta para frente e medialmente.
O calcâneo para frente e lateralmente.
O movimento da subtalar se combina em torno do eixo de Henké.
Em volta desse eixo, efetuam-se os movimentos de inversão e eversão.
ARTICULAÇÃO DE CHOPART
Funciona em correia dentada.
RI do navicular + RE do cuboide = desabamento do arco plantar.
RE do navicular + RI do cuboide = aumento do arco plantar.
ARTICULAÇÃO TARSOMETATÁRSICA
Une os cuneiformes e o cuboide à base dos metatarsos.
Permite pequenos movimentos de deslizamento.
O segundo raio, menos móvel, representa o eixo de prono-supinação.
SISTEMA LIGAMENTAR ARCOS DO PÉ dentro e ligeiramente para trás. Insere-se sobre o tubér-
Possuem papel de amortecedor das pressões e adap- culo póstero-lateral do tálus.
tam sua forma segundo o solo.
Ligamento colateral medial
Arco longitudinal medial ou ligamento deltóideo
Formado pelo calcâneo, tálus, navicular, três cuneifor- Ligamento tibiotalar posterior.
mes e três metatarsos. Ligamento tibiocalcâneo.
Mantido pelos ligamentos talocalcâneo interósseo, Ligamento tibionavicular.
calcaneonavicular plantar, cuneonavicular e cuneometa- Ligamento tibiotalar anterior.
társico plantar; e pelos músculos abdutor do hálux, tibial
posterior, fibular longo e flexor longo do hálux. SISTEMA MUSCULAR MÚSCULOS
O flexor longo do hálux tensiona o arco, sustenta o DA PERNA
calcâneo e mantém o tálus por meio de seu tendão, que A perna é dividida em três septos intermusculares:
desliza atrás dele. anterior, lateral e posterior.
LIGAMENTOS TIBIOTÁRSICOS
Ligamento colateral lateral
Tem origem no maléolo fibular e inserção no tálus
e calcâneo sendo eles: talofibular anterior, posterior e
calcaneofibular.
Feixe anterior: maléolo fibular. Para baixo, para fren-
te, inserindo sobre o tálus.
Feixe médio: vértice do maléolo fibular. Para baixo e
para trás, inserindo na face lateral do calcâneo.
Feixe posterior: face medial do maléolo fibular. Para
› Inervação Motora:
Nervo fibular profundo.
› Ação Motora:
Extensão da metatarsofalangeana e interfalangea-
na do hálux.
Auxilia na inversão do pé e na dorsiflexão do tornozelo.
FIBULAR CURTO
É um músculo fusiforme, que se situa profundo ao fibular longo.
Origina-se em 2/3 inferiores da face lateral da fíbula.
Vai inserir-se na face dorsal da tuberosidade, no lado lateral da base do 5º MTT.
› Relação Metamérica:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâmeros de L4-S1 .
› Inervação Motora:
Nervo fibular profundo.
› Ação Motora:
Realiza o movimento de eversão do pé.
Auxilia fracamente na plantiflexão.
GASTROCNÊMIO
Possui duas cabeças na sua origem proximal:
Cabeça lateral: face lateral do côndilo lateral do
fêmur, acima do côndilo femoral.
Cabeça medial: face poplítea do fêmur, acima do
côndilo medial.
Ambas se inserem na face posterior do calcâneo via
tendão do calcâneo.
› Relação Metamérica:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâ-
meros de S1-S2. .
› Inervação Motora:
Nervo tibial.
› Ação Motora:
Faz a flexão plantar do tornozelo quando o joelho
está estendido, levantam o calcanhar quando caminha-
mos e fletem a perna na articulação do joelho.
› Relação Metamérica:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâmeros de S1-S2. .
› Inervação Motora:
Nervo tibial.
› Ação Motora:
Faz a flexão plantar.
› Inervação Motora:
Nervo tibial.
› Relação Metamérica:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâmeros de L5-S1.
› Inervação Motora:
Nervo tibial e suas ramas terminais – plantar medial e lateral.
› Ação Motora:
O abdutor do hálux pode flexionar e/ou abduzir a falange proximal desse dedo.
O abdutor do dedo mínimo abduz e ajuda a flexão da falange proximal do quinto dedo.
O flexor curto dos dedos flexiona a segunda falange (média) dos quatro dedos menores.
Figura 16. Pontos-gatilho do músculo abdutor do dedo mínimo, flexor curto dos dedos e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005
76 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo III - Tornozelo e Pé | IDOT
• SEGUNDA CAMADA
QUADRADO PLANTAR
TENDÃO DOS MÚSCULOS FLEXOR LONGO DO HÁLUX E FLEXOR LONGO DOS DEDOS
LUMBRICAIS
› Inervação Motora:
Nervo tibial e suas ramas terminais – plantar medial
e lateral.
› Ação Motora:
O quadrado plantar ajuda o flexor longo dos dedos na
flexão das falanges terminais dos quatro dedos menores.
Os quatro lumbricais do pé flexionam as falanges
proximais nas articulações metatarsofalangeana e esten-
dem às duas falanges distais nas articulações interfalân-
gicas dos quatro de¬dos menores. Figura 18. Pontos-gatilho do músculo quadrado plantar e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005
O flexor curto do dedo mínimo estende-se da base Nervo tibial e suas ramas terminais – plantar medial
do quinto metatarsal até a falange proximal do quinto e lateral.
dedo. Às duas partes do flexor curto do hálux estendem-
-se de uma inserção proximal comum nas superfícies › Ação Motora:
ad¬jacentes dos ossos cuboide e cuneiforme lateral até as O músculo flexor curto do dedo mínimo flexionam
inserções distais por dois tendões, um para cada lado da a falange proximal do pequeno dedo na articulação
falange proximal do hálux. A cabeça oblíqua do adutor metatarsofalangeana.
do hálux fixa-se nas bases do segundo, ter¬ceiro e quarto O adutor do hálux aduz o hálux e auxilia na flexão da
metatarsais. A cabeça transversa desse músculo, insere- falange proximal do hálux.
-se com os ligamentos metatarsofalângicos (MF) planta- O flexor curto do hálux flexiona a falange proximal
res do terceiro, quar¬to e quinto dedo. Medialmente, as do hálux na articulação metatarsofalangeana.
duas cabeças desse músculo unem-se onde se inserem
com a face lateral da base da falange proximal do hálux. › Área de dor referida:
› Relação Metamérica: Estende-se na parte plantar do antepé, principalmen-
Sua relação metamérica é correspondente aos metâ- te, na região central e medial;
meros de L5-S1.
› Inervação Motora:
• QUARTA CAMADA
QUATRO MÚSCULOS INTERÓSSEOS PLANTARES
INTERÓSSEOS PLANTARES ADUZEM
INTERÓSSEOS DORSAIS ABDUZEM
Figura 21.
Fonte:
Articulação mediotársica
Inversão
O tibial posterior puxa o navicular.
Figura 22. Pontos-gatilho dos músculos interósseos e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005 A região súpero-externa da cabeça do tálus fica
exposta.
O navicular puxa o cuboide, através do ligamento
BIOMECÂNICA
escafo-cuboide.
Com o joelho em flexão, o tornozelo pode ser dorsifle-
O cuboide arrasta o calcâneo em ântero-interno.
tido cerca de 20º. Com o joelho estendido essa amplitude
diminui para 15º, devido à alteração da tensão do mús-
culo gastrocnêmio. A amplitude de movimentação em Eversão
flexão plantar do tornozelo é de aproximadamente 45º. O fibular curto lateral, inserido no 5º MTT, puxa o
cuboide para fora e para trás.
Dorsiflexão O cuboide arrasta o navicular.
A região súpero-interna da cabeça do tálus fica ex-
Fíbula sobe, faz rotação interna e anterioriza. Tíbia se
posta. O calcâneo irá se posicionar em póstero-interno.
anterioriza relativamente ao tálus.
Seio do tarso se fecha.
Pinça bimaleolar se abre.
Calcâneo adianta e faz rotação interna. Tálus se pos-
terioriza e se lateraliza. Limitação da eversão
Cuboide roda externo e navicular roda interno. Contato da pinça lateral.
Cuneiformes abaixam-se. Tensionamento do ligamento deltoide.
Artt. tarsometatársicas se anteriorizam. Músculo tibial posterior.
Artt. metatarsofalangeanas se posteriorizam.
Limitação da inversão
Limitação da dorsiflexão Contato da pinça medial.
Contato ósseo anterior. Tensionamento dos ligamentos laterais.
Fibras posteriores do lig. deltoide. Músculos fibulares.
Fibras posteriores do lig. talofibular médio.
Fibras posteriores do lig. calcaneofibular. INSPEÇÃO ESTÁTICA
Músculo tríceps sural. Importante ressaltar dois tipos de avaliações que
devem ser empregadas no segmento do tornozelo e pé.
Plantiflexão A primeira refere-se as adaptações articulares frente a
Fíbula desce, faz rotação externa e posterioriza. traumas que geram os padrões de disfunções articula-
Tíbia se posterioriza relativamente ao tálus. res. Nesse caso, avaliando a inspeção estática o osteopa-
Pinça bimaleolar se fecha. ta obterá algumas informações de possíveis padrões de
Calcâneo recua e faz rotação externa. disfunção.
Tálus anterioriza e medializa. No segundo caso, estamos de frente ao segmento do
Cuboide roda interno e navicular roda externo. ponto de vista postural. A forma como o complexo tor-
Cuneiformes se elevam. nozelo e pé ligam-se ou se relacionam com o solo, pode
Artt. tarsometatársicas se posteriorizam. gerar uma série de adaptações em cadeia ascendente,
Artt. metatarsofalangeanas se anteriorizam. que podem resultar em alterações posturais nos 3 pla-
nos do espaço. Ou ainda, esse complexo pode se adaptar
de desequilíbrios superiores, que de forma descendente
Limitação da plantiflexão
se comportam como um tampão do sistema tônico pos-
Contato ósseo posterior. tural. Nesse segundo caso, avaliaremos e abordaremos
Fibras anteriores do lig. deltoide. esse complexo com um olhar da osteopatia postural, no
Fibras anteriores do lig. talofibular anterior. segundo nível de formação do IDOT.
Técnica Neutra 1
Objetivo da técnica:
Partindo de uma leve tração, realizar uma movimen-
tação global do tornozelo e pé, a fim de identificar áreas
de aumento de densidade tecidual, característica de
disfunções osteopáticas. Essa técnica poderá iniciar o
tratamento, bem como observar a efetividade das técni-
cas empregadas.
Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal.
Posição do terapeuta: Figura 23. Técnica neutra 1.
Em pé, em finta dupla, próximo ao bordo inferior da
maca com o centro de gravidade sobre o tornozelo e pé
do paciente.
Execução da técnica:
Partindo desse contato, apoiar o membro a ser
trabalhado no tronco do terapeuta, realizar uma leve
tração seguida de uma dorsiflexão e, assim, realizar a
movimentação rítmica das estruturas que compõe o
complexo tornozelo e pé, a fim de identificar as áreas de
densidade tecidual.
Interpretação do teste:
O avaliador deve igualar o nível de força do paciente
e suplementá-lo levemente verificando a capacidade da
contração muscular do tibial anterior.
TESTE DE ELASTICIDADE
Execução do teste:
Com a mão externa realizar o movimento de inversão
e dorsiflexão do membro avaliado.
Interpretação do teste:
Observar se há presença de sensação de repuxe
miofascial na área muscular associado à diminuição da
amplitude de movimento.
TESTE DE FORÇA
Execução do teste:
Partindo de uma dorsiflexão e eversão com a mão ex- Figura 30. Técnica de inibição com aproximação dos músculos
terna, realizar o movimento de inversão e plantiflexão. fibulares.
Interpretação do teste:
O avaliador deve igualar o nível de força do paciente
e suplementá-lo levemente verificando a capacidade da
contração muscular dos fibulares.
Posição do terapeuta:
Sentado próximo ao bordo inferior da maca.
Execução da técnica:
Partindo desse contato, realizar uma alavanca de Figura 32. Técnica de spray stretching dos músculos fibulares.
inversão buscando a barreira elástica miofascial. Oscilar
mantendo um mesmo ritmo e amplitude com intuito de
ajustar o tônus do grupamento fibular.
• MÚSCULOS POSTERIORES - TRÍCEPS SURAL
PALPAÇÃO
Posição do paciente:
Deitado em decúbito ventral.
Posição do terapeuta:
Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente e
homolateral ao lado a ser avaliado.
Execução da palpação:
Solicitar ao paciente o movimento de plantiflexão e
Figura 31. Técnica de stretching dos músculos fibulares. verificar se ocorre a contração muscular no contato das
mãos. Partindo dessa verificação, buscar os possíveis
TÉCNICA DE SPRAY STRETCHING PARA trigger points e áreas de densidade tecidual.
OS MÚSCULOS FIBULARES
Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal.
Posição do terapeuta:
Sentado próximo ao bordo inferior da maca.
Execução da técnica:
Partindo desse contato realizar uma alavanca de in-
versão buscando a barreira elástica miofascial e aplicar
Figura 33. Palpação do grupamento do tríceps sural.
o spray na área muscular e de dor referida. Repetir os
procedimentos por três vezes ajustando a barreira elás-
tica e ao final voltar o músculo em posição de relaxa-
mento (neutra).
TESTE DE FORÇA
Colocação das mãos:
Com a mão externa estabilizar a face posterior e distal
da perna e a mão interna contatar a planta do pé.
Execução do Teste:
Partindo de uma plantiflexão, o avaliador com a mão
interna realiza um movimento no sentido da dorsifle-
xão, solicitando ao paciente que mantenha a contração
para a plantiflexão.
Interpretação do teste:
O avaliador deve igualar o nível de força do paciente
e suplementá-lo levemente, verificando a capacidade da
contração muscular do grupamento tríceps sural.
Posição do terapeuta:
Terapeuta sentado próximo ao bordo inferior da maca e do membro a ser tratado.
Execução da técnica:
Partindo do contato da mão, criar alavancas para os estiramentos da musculatura intrínseca do pé nas regiões
anterior e posterior. Ao encontrar a barreira elástica, aplicar os feixes do spray na área do ventre muscular e de dor
referida. Repetir o procedimento por três oportunidades ajustando a barreira elástica em cada nível trabalhado.
Figura 44. Técnica de spray stretching dos músculos intrínsecos do pé. Figura 46. Técnica de spray stretching dos músculos intrínsecos do pé.
Figura 45. Técnica de spray stretching dos músculos intrínsecos do pé. Figura 47. Técnica de spray stretching dos músculos intrínsecos do pé.
DISFUNÇÕES ARTICULARES
• DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
DISFUNÇÃO DE COAPTAÇÃO TIBIOTÁRSICA
Mecanismo
Movimento de flexão plantar forçada com inversão da perna (entorse do tornozelo).
Sintomas
Dor ou restrição na região anterior do tornozelo em flexão dorsal.
Dificuldade para agachar, caminhar sobre os calcanhares ou subir escada
Posição do terapeuta:
Osteopata em FA, nos pés do paciente.
Execução do teste:
Fazer uma decoaptação em tração e observar se apre-
senta ruído articular.
Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta dupla.
Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior próximo ao bordo infe-
rior da maca.
Execução da técnica:
Com a mão interna testar a capacidade de movimen-
tação da tíbia no sentido ântero-posterior.
Ao encontrar uma incapacidade funcional, o trabalho
corretivo se dá articulando de anterior para posterior,
podendo ao final aplicar alavancas em AVBA.
Posição do terapeuta:
Terapeuta com a perna sobre a maca.
Execução do teste:
Partindo do contato proposto, o terapeuta avalia a
capacidade de deslizamento ântero-posterior do tálus.
Interpretação do teste:
Identificar a incapacidade funcional do tálus e carac-
terizar o seu parâmetro de disfunção.
Teste de mobilidade para o tálus ântero-interno e pós-
tero-externo: vide figura 59 e 60.
Posição do terapeuta:
Em finta dupla próximo ao bordo inferior da maca.
Execução da técnica:
O terapeuta passa de uma finta dupla para uma finta
anterior olhando para o membro a ser corrigido ajustan-
do o slack no sentindo póstero-externo. Ao encontrar
a barreira articular realizar um impulso em AVBA no
sentido póstero-externo.
Figura 59. Técnica para correção do tálus ântero-interno.
Posição do terapeuta:
Em finta dupla próximo ao bordo inferior da maca.
Execução da técnica:
O terapeuta passa de uma finta dupla para uma finta
anterior, olhando para o membro contralateral a ser
corrigido, ajustando o slack no sentindo ântero-interno.
Ao encontrar a barreira articular realizar um impulso
em AVBA no sentido ântero-interno.
Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta dupla próximo ao bordo inferior
da maca.
DISFUNÇÃO ÂNTERO-INTERNA
DE CALCÂNEO
Mecanismo
Dorsiflexão com eversão forçada.
Deslizamento em eversão.
Geralmente associada à lesão póstero-externa do tálus.
Estiramento do ligamento deltoide medial e posterior.
Estiramento do ligamento talocalcâneo interósseo.
Cuboide e navicular se abaixam.
Sintomas
Instabilidade do tornozelo.
Desconforto no pé.
Irritação do tendão calcâneo.
Dificuldade em descer escadas.
Dor à palpação dos ligamentos colaterais medial e lateral.
DISFUNÇÃO PÓSTERO-EXTERNA
DE CALCÂNEO
Mecanismo
Flexão plantar com inversão forçada em carga. Desli-
zamento em inversão.
Calcâneo fixo em posterioridade e em rotação ex-
terna. Sofrimento dos ligamentos colaterais laterais e
anterior. Irritação das inserções musculares sobre o
calcâneo. Tendência à fasceíte plantar. Figura 61. Teste de mobilidade e técnica articulatória para calcâneo.
Diagnóstico
Dor à palpação do cuboide.
Debilidade ao teste dos fibulares.
Restrição de mobilidade do 5º metatarso em rotação
externa.
Posição do terapeuta:
Terapeuta no bordo inferior da maca.
Execução do teste:
Terapeuta deve realizar uma discreta compressão
no momento inicial do teste de ambos os ossos e
testar a movimentação em rotação interna e externa.
Figura 62. Técnica articulatória para o calcâneo. Avaliar as incapacidades de movimentação e caracte-
rizar a disfunção articular.
DISFUNÇÃO INTERNA DO NAVICULAR
Mecanismo Nota: o terapeuta pode realizar técnicas articulató-
rias partindo desse contato, com intuito de mobilizar a
Lesão de inversão.
articulação e corrigir as disfunções.
A anteriorização do tálus faz girar o navicular em inver-
são, ao mesmo tempo, em que ele se abaixa, provocando a
diminuição do arco plantar e rotação externa do cuboide.
Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta dupla próximo ao no bordo infe-
rior da maca.
Execução da técnica:
Criar uma alavanca de tração e dorsiflexão reduzindo
o jogo articular. Realizar a manobra em AVBA.
Execução da técnica:
Ajustar as alavancas e reduzir o slack, com o aumen-
to da plantiflexão do pé, avançar o cuboide e realizar a
manobra em AVBA.
DISFUNÇÃO DOS CUNEIFORMES Figura 67. Tug técnica para teste e correção cuneiformes superiores.
EM INFERIORIDADE
Rara.
Origem postural.
Acompanha o mesmo mecanismo do cuboide e do
navicular, levando os cuneiformes em inferioridade.
Pode ser provocada por esmagamento do pé (passa-
gem do pneu do carro sobre o pé).
Posição do terapeuta: