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ATM - Anatomia e Patologia _ de MILORO

É composta pelo osso temporal e pela mandíbula, pelo disco articular (DA - estrutura fibrosa densa
especializada), ligamentos e músculos associados.

A ATM é uma articulação mista, classif pelo tipo anatômico e pela função:

- Anatomicamente, é uma articul DIARTRODIAL – descontinua de dois ossos, permitindo liberdade


de movimentos, ditado pelos músculos associados e limitado pelos ligamentos. Sua cápsula de tec
conj é bem inervada e vascularizada, e bem aderida aos ossos. É uma articul SINOVIAL recoberta
superiormente por uma membrana sinovial, que secreta fluido sinovial – lubrifica a articul e nutri
as estruturas internas não vascularizadas;

- Funcionalmente, é uma articul MISTA, composta por 4 superf articul: facetas articul do osso
temporal, do côndilo mand, e das superf sup e inf do DA – divide a articul em dois
compartimentos: Inf que permite o deslize ou rotação, denominado ginglimóide; Sup que permite
movim de deslize ou translação, chamada de artrodial. Assim, a ATM pode ser chamada
GINGLIMOARTRODIAL.

ESTRUTURAS ÓSSEAS

Porção articul do osso temporal (3 partes): 1. Fossa articular/mandibular, não é uma área de
absorver estresse; 2. Eminência articular, é normalmente espessa e atua como componente
funcional princ da ATM; 3. Plano pré-glenóide, área achatada anterior à eminência.

A mandíbula articula-se com o osso temporal pela superf articul de seus côndilos. O côndilo mand
tem aproxim 15 a 20 mm de largura e 8 a 10 mm anteropost. Medialmente, abaixo da superf
articul tem a fóvea pterigóidea (depressão proeminente) sítio de inserção do músc pterigóideo
lateral.

CARTILAGEM ARTICULAR E MEMBRANA SINOVIAL

Recobrem internamente todas articul sinoviais, incluindo a ATM. O espaço unido pelas duas estrut
é a cavidade sinovial, prenchida pelo fluido sinovial (FS). As superf articul do osso temporal e do
côndilo são recobertas com fibrocartilagem articul densa – tec conj fibroso, com capacidade de
regeneração e remodelação sob estresse funcional.
A cartilagem articul é composta de condrócitos e matriz intercelular de fibras colágenas, água e
mat de preenchimento não fibroso – subst fundamental.
Há pouca vascularização nessas áreas, onde a cartilagem é nutrida primariamente por difusão do
FS.

A subst fundamental contém proteínas plasmáticas, glicose, uréia e sais minerais, bem como
proteoglicanas.

Membrana sinovial (MS) é um tec vascular fino, macio e ricamente inervado, s/ epitélio, que
recobre o ligamento capsular. A MS Tem a capacidade de se regenerar rapidamente e
completamente após uma lesão.
FS é considerado um ultrafiltrado plasmático. Com alta concentração de ác hialurônico,
responsável pela alta viscosidade do fluido. Funções do FS: lubrificar a ATM, fagocitose de indutos
particulados e nutrição da cartilagem articul.

DA – DISCO ARTICULAR

É composto de tec conj fibroso denso e NÃO é vascularizado e inervado, permitindo-o resistir à
pressão! É uma estrutura bicôncava e flexível, e se adapta às demandas funcionais das superf.
O DA está inserido no Lig Articul anteriormente, posterior, medial e lateralmente.

TECIDO RETRODISCAL

Na reg posterior, o DA se mistura com uma estrut altamente vascularizada e inervada – a zona
bilaminar, que está envolv na produção do FS.
1. Lâmina retrodiscal sup, funciona como limitador do movim do disco (translatórios
extremos);
2. Lâmina retrodiscal inf, serve como restrição para prevenir rotação extrema do disco no
côndilo.

LIGAMENTOS

São compostos de colágeno, e servem para LIMITAR os movimentos do côndilo e o DA.


Ligamentos funcionais: colateral, capsular e temporomandibular – são componentes anatômicos
principais;
Ligamentos acessórios: esfeno-mandibular e estilo-mandibular – restritores passivos ao movim
mandibular.
 Lig colaterais: restringir a movim do DA para longe do côndilo, permitindo um movim
sincronizado e suave;
 Lig capsular: envolve toda ATM, serve para resistir às forças mediais, laterais e inf. Como
função secundária, contenção do FS dentro dos espaços;
 Lig temporomandibular: localizados lateralmente (ext) de cada articul.
- Porção horiz int – limita movim posterior;
- Porção oblíqua post – limita o movim de abertura rotacional.

 Lig esfeno-mandibular: emerge da espinha do osso esfenóide, serve como ponto de


rotação durante a ativação do músc pterigóideo lateral, contribuindo para translação da
mand.
 Lig estilo-mandibular: descende do processo estilóide para borda post do âng da mand.,
serve como ponto de rotação e limita a protrusão excessiva da mand.

SUPRIMENTO VASCULAR E INERVAÇÃO

Vascularização primariamente de ramos das art temporal e maxilar, posteriormente da art


massetérica. No aspecto posterior a ATM há um plexo rico de veias, associado aos tec retrodiscais.

Inervação: ramos do N. aurículo-temporal, contribuição ant do N. massetérico e N. temporal post


profundo.
MÚSCULOS

São 4 grandes músculos da mastigação, que se aderem ao ramo e pescoço do côndilo da mandíb,
sendo o Grupo SUPRAMANDIBULAR: m. temporal, m. masseter, m. pterigóideo medial e m.
pterigóideo lateral (tbém c/ função de depressão), com a função de elevadores da mandíb.

Grupo INFRAMANDIBULAR, que funcionam como depressores da mandíb.:


4 músc Suprahióideos - m. digástrico, m. geniohióideo, m. milohióideo e m. estilohióideo; que
servem p/ levantar o osso hióide, se a mandíb estiver fixa em posição pelos músc
supramandibulares, e serve p/ baixar a mandíbula.
4 músc Infrahióideos - m. esternohióideo, m. omohióideo, m. esternotiróideo e m. tirohióideo;
esse grupo pode baixar o osso hióideo ou mantê-lo em posição.
Grupo SUPRAMANDIBULAR - c/ inervação N. mandibular - V/3

M. Temporal é um músc grande com origem da fossa temporal (parte escamosa) e aspecto
lateral do crânio - porções dos ossos parietal, temporal, frontal e esfenóide.
Suas fibras cruzam entre o arco zigomático e o crânio, inserindo na mandíb no proc
coronóide e borda ant do ramo ascendente p/ baixo na superf oclusal da mandíb, post ao
3ºM. Na dimensão anteropost, há 3 porções: p. Anterior c/ fibras vert, p. Média c/ fibras
oblíquas, e p. Posterior c/ fibras semi-horiz.
Função: elevar a mandíb p/ fechamento, e p. posterior retrai a mandíb.

M. Masseter é retangular e curto c/ origem no arco zigomático e inserção na superf lat da


mandíb (da incisura até o âng.), é o mais potente elevador da mandíb. Possui 2 porções:
p. Superficial se origina da borda inf do arco zig., realiza protrusão e fechamento
contralateral;
p. Profunda se origina da superf int do arco zig., realiza retrusão e fechamento ipsilateral.

M. Pterigóideo Medial é retangular e tem origem na fossa pterigóidea (osso esfenóide,


Proc. pterigóide), com algumas fibras na tuberosidade da maxila e osso palatino.
Inserção na superf medial do âng da mandíb. - tuberosidade pterigóidea.
Realiza elevação da mandíb e tbém protrusão unilateral.

M. Pterigóide Lateral apresenta 2 porções funcionalmente distintas:

1. Pterig lat Inferior, o maior, se origina da superf lateral da lâmina do Proc


pterigóide, c/ inserção na fóvea pterigóidea do côndilo mandib;
Função: protrusão e abertura contralateral

2. Pterig lat Superior se origina da superf infratemporal da asa maior do esfenóide,


c/ inserção na parte sup da fóvea pterigóidea, cápsula articul e DA.
Função: retrusão, fechamento e epsilateral

BIOMECÂNICA DA ATM

A relação de 4 articul distintas envolvidas no movim mandibular resulta em movimentos livres


complexos. São as articul INFERIOR e SUPERIOR - bilateralmente. Com dois tipos de movim:
rotação e translação.

 Articul INF - côndilo e DA, são responsáveis pela ROTAÇÃO, em torno de um eixo fixo, c/ o
centro de rotação ao longo de um eixo horizontal passando entre os dois côndilos. Na
teoria, são possíveis movimentos rotatórios puros em +/- 2,5 cm da borda incisal dos
dentes ant.

 Articul SUP - DA e fossa temporal, que realizam um movimento deslizante de


TRANSLAÇÃO, a manbíb e o disco deslizam juntos em unidade, pois são unidos pelos lig
colaterais. O movim máximo p/ frente e lateral na translação é de +/- 1,5 cm.
Todos movim mandibulares, simétricos e assimétricos, envolvem contato íntimo do côndilo, disco
e eminência articul. Movim de abertura, fechamento, protrusão e retrusão puros, são resultados
da ação bilateral simétrica dos músc. Movim assimétricos são possíveis por movim unilaterais da
musculatura.

O papel dos ligamentos é de restrição passiva dos movimentos extremos, eles não movem a
articul. Durante função normal, movim de rotação e translação ocorrem simultaneamente.

PATOLOGIA DA ATM - Disfunção TM

A DTM pode ser resultado da hiperfunção muscular ou parafunção e/ou alterações degenerativas
primárias ou secundárias subj dentro da articul.

Classif da DTM:

Desordem Ñ Articul, por desordens musc: - artropatias inflamatórias:


- sinovite; capsulite; artrite reumatóide;
- como dor e disfunção miofascial (DDM), artrite reumatóide juvenil; poliartrite soro-
- espasmo musc (c/ esplintagem, dor e proteção negativa; artrite reativa (bact, viral, fúngica).
muscular),
- fibromialgia, - desordens de crescimento:
- miosite ossificante progressiva, - não neoplásicas: de desenvolvimento
- distrofias miotônicas, e (hiperplasia, hipoplasia, displasia)
- desordens de crescimento. - não neoplásicas: adquiridas
(ex.: condilose)
Desordem Articul, acompanha desarranjo int:
- neoplasmas:
- artropatias não inflamatórias: - pseudo tumores (condromatose
- osteoartrose primária sinovial)
- osteoartrose secundária (trauma, - benigno (condroma, osteotoma)
cirurgia prévia, necrose avascular) - maligno (primário, metastático)

- desarranjos mecânicos: - desordens difusas de tec conj


- desordens de osso e cartilag c/ manif - desordens articul miscelâneas
articul.

Desordens Ñ Articulares: a maioria se apresenta como Disfunção Muscular Mastigatória.


50% ou mais, as DTMs são formas de MIALGIA MASTIGATÓRIA, conforme quadro anterior.

A DDM é a mais comum, relacionada ao espasmo do m. masseter ou m. temporal, e pode


envolver o m. pterigóide. Hábitos parafuncionais (bruxismo e apertamento) são os princ
contribuintes. Também pode ocorrer por causa de problemas internos da articul, como
deslocamento do disco ou doença articular degenerativa (DAD).
Modalidades de Tratam.: ajuste oclusal - discrepâncias grosseiras, acessórios de proteção
noturna - descomprimir a articul, reposicionar a mandíb e proteção oclusal, AINEs,
relaxantes musc, e fisioterapia. Podem ser empregadas sozinhas ou em combinação.
A Fibromialgia é uma condição sistêmica - má qualidade do sono, dor generalizada c/
ausência de localização nas articul, hist de somatização a outras condições - síndrome do
intestino irritável e dores de cabeça. Observada em população mais velha do que a DDM e
pref pelo sexo Fem. É difícil de diferenciar da DDM, assim tratam similar - não cirúrgico,
conforme relatado anteriormente.

Distrofia miotônica (é raro para DTM) é uma desordem multissistêmica dominante


adquirida que pode afetar os musc faciais. Pode contribuir p/ atrofia e fibrose da musc
supra e inframandibular.

Miosite ossificante progressiva (raro) implica em fibrose dos tec moles após trauma local
menor, incluído cirurgia. Pode resultar em perda significante da movim da mandíb, trismo
e dor.

Desordens Articulares:

 As artropatias não inflamatórias (ANI) da ATM são geralmente idiopáticas, onde a +


comum é a osteoartrose primária, que pode se manifestar como condromalácia -
afrouxamento da cartilagem, deslocamento do disco, alterações degenerativas do osso ou
cartilagem. As ANI podem ser secundárias ao trauma, infecção, cirurgia prévia, desordens
de deposição de cristais (gota e pseudogota).
* As ANI podem evoluir p/ tipos inflamatórios através de concentrações crescentes de produtos de
degradação dentro da articul.

* Deslocamento do disco categorizado quando a severidade e cronicidade, pelos estágios


de Wilkes.

 As artropatias inflamatórias (AI), são resultantes de condições como artrite reumatóide,


artrite reumatóide juvenil, espondilite anquilosante, artrite psoriática ou artrite resultante
de infecção. Causas secundárias: sinovite, capsulite, artrite traumática ou artrite aguda
inflamatória (gota).

Classificação das DTMs por HUPP, 2009

§ Dor Miofascial (DDM) “dor e disfunção”: São a causa mais freq de dor mastigatória e limitação funcional.

§ Disfunção por deslocamento do disco:

a. Deslocamento anterior c/ redução: O disco é posicionado anterior e medialmente ao côndilo na


posição fechada. Quando o côndilo faz translação p/ frente, ele passa sobre a porção post mais
espessa do disco - produzindo o som de estalo. Após o estalo, o disco permanece em relação
apropriada c/ o côndilo pelo restante do ciclo de abertura. Durante o fechamento, o côndilo
escorrega posteriormente e repousa sobre o tecido retrodiscal.

b. Deslocamento anterior do disco sem redução: O disco não pode ser reduzido, assim o côndilo não é
capaz de fazer a translação p/ sua amplitude anterior - impedindo a abertura máxima, causando o
desvio p/ o lado afetado e redução das excursões laterais p/ o lado contralateral. Não há o estalo,
pois o côndilo não passa pela porção post do disco. O disco cronicamente deslocado anteriormente
apresenta alteração na sua morfologia (não bicôncava). Quando o côndilo faz a translação p/
frente, o disco permanece anterior ao côndilo.

c. Deslocamento recorrente crônico: Deslocamentos são causados por hipermobilidade mandibular.


Subluxação é o deslocamento do côndilo, o qual é autorreduzido e em geral não necessita de
tratamento clínico. Luxação é uma condição mais grave que ocorre quando o côndilo faz translação
anterior à frente da eminência articular e “trava” nessa posição. O deslocamento pode ser uni ou
bilateral e deve ser reduzido o mais breve possível. Quando o deslocamento persiste por mais de
alguns segundos se torna doloroso e está associado a espasmo muscular severo.
A redução é realizada com pressão na região da oclusal dos molares inf ou do trigono
retromolar, realizando a pressão p/ baixo e p/ trás em um único movimento.

§ Doenças articulares degenerativas - DADs (Artrose, Osteoartrite): incluem uma variedade de achados
anatômicos, como discos irregulares, perfurados ou severamente danificados, associados c/ alterações da
superf articular, como achatamento, erosão ou formação de osteófitos.
O mecanismo das DADs se acredita ser multifatorial, sendo três possíveis:
1. Traumatismo mecânico direto; 2. Lesão por hipoxia-reperfusão; 3. Inflamação neurogênica.

§ Condições artríticas sistêmicas: a mais comum é a Artrite Reumatóide, processo inflamatório que resulta
em proliferação anormal do tecido sinovial, a chamada formação de pannus.

§ Anquiloses:

Anq Intracapsular / fusão da articulação: leva a redução da abertura mandibular - de uma redução
parcial funcional até a imobilidade completa da mandíb. Resultante da fusão do côndilo, do DA e do
complexo da fossa mandib por formação de tec fibroso, fusão óssea ou pela combinação de ambos. Causa
mais comum é o macrotraumatismo (relacionado c/ fratura condilar).

Anq Extracapsular: em geral envolve o proc coronoide e o músc temporal. Causas frequentes são
alargamento ou hiperplasia do proc coronoide, e traumatismo na região do arco zigomático. Infecção ao
redor do músc temporal tbém pode resultar.

§ Neoplasias: são raras as neoplasias de ATM.

§ Infecções: são raras, mesmo no caso de traumatismo ou intervenção cirúrgica local.

* A avaliação da posição do disco e sua integridade tem sido tradicionalmente a base do


diagnóstico e tratam cirúrgico.

* E mais recente, a atividade fisiológica de céls sinoviais, condrócitos e céls inflamatórias em


articul sintomáticas, tem sido associada com a patogênese, assim, alterando a abordagem
primária de tratam p/ técnicas menos invasivas direcionadas p/ LISE das aderências e lavagem
intracapsular -> Artrocentese!

* Acredita-se que a artrocentese e a artroscopia (modalidades cirúrgicas menos invasivas)


levam à alteração do meio articul, reduzindo os sintomas e melhorando a função.
* Associado com articul patológicas, o estresse oxidativo contribui p/ formação de radicias livres
na ATM, que por sua vez, amplifica a ativação de citocinas, enzimas, neuropeptídeos e
metabólicos do ác araquidônico, levando à doença degenerativa.

* O óxido nitroso tem efeitos diretos na síntese de prostaglandina e enzimas COX2, levando à
inflamação sinovial e destruição tecidual.

TRATAMENTO REVERSÍVEL

* Pctes c/ desarranjo interno de ATM são tratados inicialmente c/ métodos CONSERVADORES: c/


terapias não-cirúrgicas - modificações de dieta; AINEs; relaxante musc; compressa quente ou de
gelo e fisioterapia; placa de mordida/miorrelaxante.

Intervenção cirúrgica só será empregada se os objetivos do tratam primário não forem


alcançados, se houver falha. Em alguns casos, como na anquilose ou degeneração articul
severa -> o tratamento cirúrgico pode ser a abordagem inicial.

Orientações ao pcte

- Conscientizá-lo da condição patológica que causa dor e disfunção e descrever o prognóstico ou


possível progressão da condição;
- Muitos problemas de dor e disfunção à mastigação estabilizam-se ou melhoram c/ o tratam
conservador;
- Em caso de DDM, explicar c/ confiança que a dor muscular melhora c/ o tratam mínimo;
- Em alguns casos, como na DAD, conscientizá-lo que os resultados dos problemas serão a longo
prazo. Sinais da degeneração progressiva devem ser enfatizados: aumento da dor, da limitação de
movimento e do ruído articular;
- A dor miofascial em geral é resultado de hábitos parafuncionais ou hiperatividade muscular
causados por estresse ou ansiedade;
- Modificação da dieta e rotinas de exercícios físicos tbém são partes importantes do proc de
educação do pcte;
- Modificação temporária (6 semanas) para alimentos mais macios pode reduzir os sintomas;
- Fatores de agravamento: mascar chicletes, roer unhas, tomar sorvete - o abandono ou redução
destes precisam ser encorajados.

Medicação

A terapia medicamentosa é um aspecto importante do tratam conservador da DTM.


Medicamentos + utilizados: AINEs; ocasionalmente analgésicos + potentes; relaxantes musc;
antidepressivos.
AINEs reduzem a inflamação em músc e articul, e servem como excelentes analgésicos. São
derivados do ác. propiônico (ibuprofeno, naproxeno), salicilatos (aspirina, diflusinal) e compostos
de ác. acético (indometacina, sulindac). Inibidores de Ciclooxigenase-2 (Cox2), como celecoxibe
(Celebrex), têm ganhado popularidade no tratam da dor e inflamação.
Os analgésicos podem variar do acetaminofeno (Paracetamol) a narcóticos potentes
(opioides). Cuidado c/ o uso contínuo a longo prazo! Os narcóticos devem ter seu uso restrito a
curtos períodos em episódios severos de dores agudas ou em pós-op., devido seu potencial de
dependência e seus efeitos sedativos e depressivos. O uso de “acetaminofeno + codeína” deve ser
suficiente p/ estes casos, utilizando apenas de 10 dias a duas semanas.
Relaxantes musculares podem fornecer uma melhora significativa na função mandibular e
alívio da dor à mastigação por meio do controle da distonia, utilizando apenas de 10 dias a duas
semanas. Diazepam, carisoprodol, ciclobenzaprino.
Antidepressivos tricíclicos, utilizados em baixa dosagem, parecem ser úteis em tratam c/
dor crônica. Eles evitam a recaptação de aminas neurotransmissoras, como a serotonina e a
norepinefrina, causando inibição da transmissão da dor. Amitriptilina (Elavil) utilizada em peq
doses (10 a 15mg ao deitar) pode melhorar os padrões de sono, reduzir o bruxismo e diminuir a
dor musc e articul.
Toxina botulínica A (injetável) tem se mostrado promissor na redução da hiperatividade
dos músc da mastigação. Essa neurotoxina produz um efeito paralisante na musculatura por inibir
a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular. Seu efeito é temporário, durando de poucas
semanas até alguns meses, assim sua aplicação poderá ser repetida p/ obter um alívio mais
duradouro.

Fisioterapia

Pode ser útil como coadjuvante no tratam de dor e disfunção temporomandibular. As


modalidades mais comuns: exercícios de amplitude de movimento, técnicas de relaxamento,
ultrassom, spray frio, e alongamento e massagem compressiva.
Embora que uma das orientações ao pcte seja de reduzir a carga funcional sobre a articul e
os músc, a maximização da amplitude de movimento tbém é fundamental p/ o tratam de
qualquer DTM. Os exercícios iniciam c/ um programa domiciliar: alongamento suave realizado
dentro da tolerância à dor, como uma rotina de exercícios ativos ou passivos de abertura da boca.
Na mandíbula, o alongamento passivo aplicado pelo movimento em tesoura dos dedos polegar e
médio.
O ultrassom é um modo efetivo de aquecimento do tecido, uma vez que as ondas
ultrassônicas alteram o fluxo sanguíneo e a atividade metabólica em nível mais profundo do que
as aplicações de calor úmido, além da redução da inflamação intra-articular.
O spray e alongamento é um método efetivo p/ obter um aumento da amplitude de
movimento - a estimulação (refrigeração - fluorometano) cutânea superf significativa pode
produzir uma sobreposição ou atraso na informação dolorosa que se origina nos músc e nas
articul.

Terapia com órteses / aparelhos oclusais / placa miorrelaxante

O aparelho oclusal é removível confeccionado em acrílico duro, que se acomoda sobre as


superf oclusais dos dentes em relação cêntrica (RC) entre os arcos. São desenhados p/ fornecer
uma superf plana de contato suave em todos os pontos da oclusão.

Efetividade da placa: - proteção dos dentes frente ao


- diminuição da carga nas ATMs; bruxismo;
- redução da atividade neuromusc - alívio da DDM.
reversa;

Existem dois tipos: placa de autorreposicionamento/estabilização e placa de


reposicionamento anterior.
 Placa de estabilização (Plano achatado)
Usada p/ tratam de problemas musculares ou p/ eliminar dor na ATM sem nenhum
desarranjo interno específico ou outra condição patológica evidente. Porém, podem ser utilizadas
em deslocamento ant de disco ou em DAD como tentativa p/ aliviar a carga na ATM.
Indicação: relaxamento dos músc da mastigação; estabilizar as ATMs; redistribuir forças;
proteção dos dentes do bruxismo.
Fornecem um contato da arcada inteira sem interferência de trabalho ou balanceamento e
sem rampas c/ os côndilos em posição retraída mais posterior. Este aparelho não muda a relação
intermaxilar antero-posterior. Normalmente confeccionada p/ arcada maxilar/sup.

 Placa de reposicionamento anterior


Aparelho que permite à mandíbula assumir uma posição mais anterior, c/ um efeito em
rampa que force a mandíbula realizar movimento de protrusão. Tem o obj de reestruturar a
relação côndilo-disco-fossa na tentativa de reduzir a sobrecarga articular. Utilizado quando há
desordem de desarranjo do disco.
Indicação: é útil p/ alívio temporário à dor em estágios agudos e, em casos raros, de curta a
longo prazo p/ deslocamento anterior do disco c/ redução. Utilizada 24h por dia por muitos
meses. Estas placas, em geral são ineficientes p/ manter a redução permanente do disco
deslocado.

Modificação permanente da oclusão

Após a realização do tratamento conservador, muitos pctes podem necessitar de ajuste


oclusal irreversível. A modificação pode incluir equilíbrio da oclusão, restauração c/ prótese,
ortodontia e cirurgia ortognática.

TRATAMENTO CIRÚRGICO

Quando o pcte não responde ao tratam conservador, eventualmente necessitará de intervenção


cirúrgica p/ melhorar a função mastigatória e reduzir a dor.

Artrocentese
Técnica minimamente invasiva que consiste na colocação de peças (agulhas ou peq
cânulas) no interior da ATM p/ lavar a articulação e romper pequenas aderências (lise).
É realizado c/ anestesia local ou sob sedação intravenosa e bloqueio do n. auriculotemporal (NAT).
Método:
- introdução de uma agulha no espaço sup da articul em paralelo ao meato acústico ext;
- uma peq quantid de solução de Ringer Lactato ou SF é injetada p/ distender o espaço
articul e liberar pequenas aderências que possam estar limitando a mobilidade do disco;
- c/ a articul distendida, uma segunda agulha é colocada no espaço sup, permitindo a
lavagem c/ maior quantid de líquido - aproxim 200mL;
Durante o processo, a mandíbula pode ser suavemente manipulada. Ao final, esteróides,
anestesia local ou a combinação podem ser injetados no espaço articul antes da retirada das
agulhas. Pós-operatório c/ analgésicos suaves ou AINEs, e algum tipo de esquema de exercícios ou
fisioterapia deve ser realizado na recuperação.
O uso mais comum parece ser em casos de deslocamento anterior do disco sem redução.
Quando ocorre o deslocamento do disco, uma pressão negativa é produzida - efeito
“ventosa”, entre o disco e a fossa. Em alguns casos crônicos, alguma aderência pode se
desenvolver na região. Com a artrocentese, a distensão sob pressão pode liberar essas aderências.
Por fim, pode haver acúmulo de mediadores químicos (neuropeptídeos pró-inflamatórios -
prostaglandinas, leucotrienos e enzimas degradadoras de matriz) compostos que participam do
processo doença e servem como marcadores biológicos. A ação da lavagem pode eliminar ou
diminuir os fatores bioquímicos que contribuem p/ inflamação e dor.

Solução de ringer lactado: cloreto de sódio (6 mg/mL) + cloreto de potássio (0,3 mg/mL) +
cloreto de cálcio (0,2 mg/mL) + lactato de sódio (3 mg/mL) + H2O p/ injetáveis (100mL)

* Artrocentese e Artroscopia: são tratam cirúrgicos minimamente invasivos p/ DTMs articul,


reduzindo a dor e aumentando a faixa de movimentação da mandíb.
Indicações:
- doença degenerativa de travamento agudo acompanhado de dor e movimento limitado e efusão
da articul;
- doença de travamento severa, de aparecimento repentino devido à ancoragem ou fenômeno do
“disco preso” - aderência do DA à cavidade glenóide por meio de fricção intra-articul aumentada,
c/ ou s/ formação de aderências dentro da articul.

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