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ANATOMIA DA REGIÃO DO QUADRIL E DA COXA

1. INTRODUÇÃO

2. TECIDO SUBCUTÂNEO E FÁSCIA DA REGIÃO DO QUADRIL E DA COXA

3. MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO ANTERIOR DA COXA

3.1. PECTÍNEO
3.2. ILIOPSOAS
3.3. SARTÓRIO
3.4. QUADRÍCEPS FEMORAL

4. MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO MEDIAL DA COXA

4.1. ADUTOR LONGO


4.2. ADUTOR CURTO
4.3. ADUTOR MAGNO
4.4. GRÁCIL
4.5. OBTURADOR EXTERNO

5. ESTRUTURAS NEUROVASCULARES DA REGIÃO ANTEROMEDIAL DA COXA

5.1. TRÍGONO FEMORAL


5.2. NERVO FEMORAL
5.3. BAINHA FEMORAL
5.4. ARTÉRIA FEMORAL
5.5. VEIA FEMORAL

6. MÚSCULOS GLÚTEOS

6.1. GLÚTEO MÁXIMO


6.2. GLÚTEOS MÉDIO E MÍNIMO
6.3. TENSOR DA FÁSCIA LATA
6.4. PIRIFORME
6.5. OBTURADOR INTERNO E GÊMEOS
6.6. QUADRADO FEMORAL

7. MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO POSTERIOR DA COXA

7.1. SEMITENDÍNEO
7.2. SEMIMEMBRANÁCEO
7.3. BÍCEPS FEMORAL

8. ESTRUTURAS NEUROVASCULARES DA REGIÃO GLÚTEA E DO COMPARTIMENTO


POSTERIOR DA COXA

8.1. NERVOS DA REGIÃO GLÚTEA E COMPARTIMENTO POSTERIOR DA COXA


8.2. ARTÉRIAS DA REGIÃO GLÚTEA E COMPARTIMENTO POSTERIOR DA COXA
8.3. VEIAS DA REGIÃO GLÚTEA E COMPARTIMENTO POSTERIOR DA COXA

9. DRENAGEM LINFÁTICA DA REGIÃO GLÚTEA E COXA


1. INTRODUÇÃO

Os membros inferiores (MMII) são extensões do tronco especializadas para


sustentação do peso do corpo, locomoção (capacidade de se deslocar de um lugar para
outro) e manutenção do equilíbrio.
O membro inferior tem 6 regiões principais:

a) Região glútea: é a região de transição entre o tronco e os membros inferiores.


Inclui a região arredondada e proeminente posterior, as nádegas e a região do
quadril, lateral, menos proeminente, que se superpõe à articulação do quadril e
ao trocanter maior do fêmur. A largura do quadril na terminologia comum é uma
referência às dimensões transversais no nível dos trocanteres maiores. A região
glútea é limitada superiormente pela crista ilíaca, medialmente pela fenda
interglútea e inferiormente pela prega cutânea subjacente à nadega, o sulco
infraglúteo.
b) Região da coxa: é a parte do membro inferior livre situada entre as regiões
glútea, abdominal e perineal na parte proximal e o joelho na parte distal. Inclui
a maior parte do fêmur, osso da coxa. A transição do tronco para o membro
inferior é abrupta na região inguinal ou virilha. O limite entre as regiões
abdominal e perineal e a região femoral, é demarcado pelo ligamento inguinal.
c) Região do joelho: inclui a parte distal do fêmur e a parte proximal da tíbia e
fíbula, além da patela, bem como as articulações.
d) Região crural: é a parte situada entre o joelho e a parte distal da perna, incluindo,
portanto, a maior parte da tíbia e da fíbula. A perna une o joelho ao pé.
e) Região talocrural: também conhecida como tarso, esta região inclui as
proeminências medial e lateral (maléolos) que ladeiam a articulação talocrural,
a articulação do tornozelo.
f) Região do pé: parte distal do membro inferior que contém o tarso, metatarso e
as falanges.

O objeto de estudo que será aqui abordado é a anatomia da região da coxa e do


quadril, abordando, também as estruturas da região glútea, por estarem relacionadas.
2. TECIDO SUBCUTÂNEO E FÁSCIA DA REGIÃO DO QUADRIL E DA COXA

O tecido subcutâneo da região do quadril e coxa é contínuo com aquele da parte


inferior da parede anterolateral do abdome e da nádega.
A fáscia muscular do MI é especialmente forte, revestindo o membro como uma
meia elástica. A fáscia muscular limita a expansão externa dos mm. que se contraem,
tornando a contração mais eficiente na compressão das veias para favorecer o retorno
venoso.
A fáscia muscular da coxa é denominada fáscia lata (lata, do latim, larga), e é
contínua com:
- O ligamento inguinal, arco púbico, corpo do púbis e tubérculo púbico, superiormente;
- A crista ilíaca, lateral e posteriormente;
- O sacro, cóccix, ligamento sacrotuberal e túber isquiático, posteriormente;
- As partes expostas de ossos ao redor do joelho e fáscia muscular da perna, distalmente.
A fáscia lata encerra os grandes músculos da coxa, principalmente na região lateral,
onde é reforçada, formando o trato iliotibial, o qual se estende do tubérculo ilíaco ao
côndilo lateral da tíbia.
A fáscia lata e septos intermusculares fasciais originados dela separam o músculo da
coxa em 3 compartimentos: anterior, medial e posterior.
O hiato safeno é uma abertura na fáscia lata situa-se inferiormente à parte medial
do ligamento inguinal, sendo fechado por uma lâmina membranácea, a fáscia
cribriforme. Esta fáscia possui várias aberturas para passagem de vasos linfáticos, da v.
safena magna e suas tributárias.
Para facilitar a continuidade, os compartimentos anterior e medial da coxa serão
abordados inicialmente, seguidos pela face posterior da parte proximal do membro, a
região glútea, e, na sequência, o compartimento posterior da coxa.

3. MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO ANTERIOR DA COXA

O grande compartimento anterior da coxa contém os músculos anteriores da coxa,


que são os mm. flexores de quadril e os mm. extensores de joelho. Estes músculos
tendem a sofrer hipotrofia, ou mesmo atrofia, rapidamente diante do imobilismo
causado por doença ou lesões, sendo necessária fisioterapia para reestabelecer força,
tônus e simetria.
3.1. PECTÍNEO

É um pequeno músculo plano situado na face súpero medial da coxa, anteriormente,


na transição entre os compartimentos anterior e posterior. Faz adução, flexão e auxilia
na rotação medial da coxa.

3.2. ILIOPSOAS

É um dos mais fortes músculos do corpo, sendo o principal flexor da coxa. A maior
parte de sua massa está localizada na parede posterior do abdome e pelve maior. Sua
parte lateral larga, o m. ilíaco, e sua parte medial longa, o m. psoas maior, originam-se
da fossa ilíaca e das vértebras lombares, respectivamente. Sua contração concêntrica
(quando há aproximação das fixações proximais e distais do músculo) leva à flexão da
coxa para elevar o membro e iniciar seu balanço durante a marcha (deambulação,
caminhada). Trata-se, também, de um músculo postural, sendo que o encurtamento ou
fraqueza do m. iliopsoas leva a alterações posturais, que irão depender do lado
acometido ou se o comprometimento é bilateral.

3.3. SARTÓRIO

É o músculo mais longo do corpo, semelhante a uma fita. A partir da parte súpero-
anterior da coxa, segue obliquamente, em sentido látero-medial, até a parte medial do
joelho. Assim, atua através de duas articulações, principalmente fazendo flexão e
rotação lateral do quadril; e flexão de joelho. É um músculo sinergista, ou seja, auxilia
outros músculos da coxa.

3.4. QUADRÍCEPS FEMORAL

O m. quadríceps femoral forma o principal volume muscular do compartimento


anterior da coxa. É um músculo biarticular, atuando, portanto, nas articulações do
quadril e do joelho, movimentando, assim, coxa e perna. Sua principal função é
promover a extensão da perna, importante para levantar-se a partir da posição sentada,
para subir escadas e para diversas ações durante a marcha, como preparar o joelho para
receber o peso corporal e para absorver o choque do impacto do calcanhar no solo.
Trata-se do maior músculo do corpo, sendo constituído de quatro partes:
- Reto femoral: suas fixações no osso do quadril e tíbia o fazem promover flexão de
quadril, junto com o iliopsoas e, sobretudo, a extensão de joelho, juntamente com as
demais partes, os vastos.
- Vasto lateral: na face lateral da coxa.
- Vasto medial: na face medial da coxa.
- Vasto intermédio: profundamente ao reto femoral, entre os vastos.
Os tendões das 4 partes unem-se para formar o tendão do quadríceps, único, forte
e largo, que irá se fixar à patela. O ligamento patelar, fixado à tuberosidade da tíbia, é
a continuação do tendão do quadríceps, no qual a patela está incrustada. Os músculos
vastos também se fixam independentemente na patela, através dos retináculos lateral
e medial da patela.
A patela oferece uma superfície óssea capaz de resistir à compressão do tendão do
quadríceps e proporciona uma alavanca adicional para a ação muscular do quadríceps.

4. MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO MEDIAL DA COXA

Os mm. mediais da coxa, coletivamente denominados de grupo adutor, consistem


nos mm. adutor longo, adutor curto, adutor magno, grácil e obturador externo. Em geral
esses músculos fixam-se proximalmente à face ântero-inferior externa da pelve óssea
(osso púbis, ramo isquiopúbico e túber isquiático) e membrana obturadora, e
distalmente à linha áspera do fêmur.
A maioria desses mm. são inervados pelo n. obturatório (L2-L4). São adutores de
coxa, tracionando-a medialmente e também são usados para estabilização da postura
de pé e para corrigir o balanço lateral do tronco.

4.1. ADUTOR LONGO

É o mais anterior do grupo adutor, grande e em forma de leque. Cobre as faces


anteriores do m. adutor curto e a face média do m. adutor magno.

4.2. ADUTOR CURTO

Situa-se profundamente aos músculos pectíneo e adutor longo. Quando o n.


obturatório emerge do canal obturatório para entrar no compartimento medial da coxa,
forma uma divisão anterior e outra posterior, que seguem anterior e posterior ao m.
adutor curto.

4.3. ADUTOR MAGNO

É o mais forte e mais posterior músculo do grupo adutor. É um músculo triangular


que possui uma parte adutora e uma parte do jarrete. Ambos aduzem a coxa e também,
a parte adutora flete a coxa e a parte do jarrete a estende.
O hiato dos adutores é uma abertura entre as fixações distais da parte do jarrete e
da parte adutora do m. adutor magno. Dá passagem às estruturas provenientes do canal
dos adutores na coxa até a fossa poplítea posterior ao joelho.
O canal dos adutores é uma passagem intramuscular de cerca de 15 cm de
comprimento, pela qual o feixe neurovascular principal da coxa atravessa seu terço
médio. Este feixe é formado pela v. e a. femorais, n. safeno e n. para o m. vasto medial.
O canal dos adutores é limitado: anterior e lateralmente pelo m. vasto medial,
posteriormente pelos mm. adutores longo e magno; e medialmente pelo m. sartório.
O m. adutor mínimo trata-se de uma continuidade do adutor magno,
superiormente.

4.4. GRÁCIL

O grácil é o m. mais medial da coxa, longo, e o mais superficial do grupo adutor, e o


mais fraco também. É o único do grupo que é biarticular, cruzando a articulação do
quadril e do joelho. O grácil une-se aos mm. sartório e semitendíneo, cuja inserção distal
é comum, na pata de ganso, atuando conjuntamente a eles para estabilizar a face
medial do joelho.

4.5. OBTURADOR EXTERNO

É um músculo pequeno em forma de leque, posicionado profundamente na parte


superomedial da coxa. Segue diretamente sob o acetábulo e colo do fêmur.
Funciona como um rotador de coxa e estabilizador da articulação do quadril,
sobretudo quando está fletida.
5. ESTRUTURAS NEUROVASCULARES DA REGIÃO ANTEROMEDIAL DA COXA

5.1. TRÍGONO FEMORAL

O trígono femoral, um espaço subfascial, apresenta-se como uma depressão


triangular inferior ao ligamento inguinal. É limitado:
- superiormente, pelo ligamento inguinal que forma a base do trígono femoral;
- medialmente, pelo adutor longo;
- lateralmente, pelo sartório.
O assoalho do trígono femoral, muscular, é formado pelo iliopsoas lateralmente e
pelo pectíneo, medialmente.
Profundamente ao ligamento inguinal, o espaço subinguinal é uma importante
passagem que une a cavidade abdomino-pélvica ao membro inferior. O arco
iliopectíneo é um espessamento da fáscia do iliopsoas posterior ao ligamento inguinal.
As lacunas lateral e medialmente situadas ao arco permitem, respectivamente, a
passagem do m. iliopsoas e n. femoral (lacuna muscular) e a passagem dos vasos (lacuna
vascular).
O conteúdo do trígono femoral, da região lateral para a medial, é:
- nervo femoral e seus ramos:
- bainha femoral e seu conteúdo: a. femoral e seus ramos; v. femoral e suas tributárias;
e linfonodos inguinais profundos e vasos linfáticos associados.
A a. e v. femoral entram e saem do canal dos adutores inferiormente no ápice
do trígono femoral.

5.2. NERVO FEMORAL

É o maior ramo do plexo lombar. Origina-se no abdome, dentro do m. psoas maior,


e desce póstero-lateralmente e entra no trígono femoral, aonde passa a emitir ramos
para os mm. anteriores da coxa, além de ramos articulares para o quadril e o joelho. O
ramo cutâneo lateral é o n. safeno, que segue anteroinferiormente no MI.
5.3. BAINHA FEMORAL

É um tubo fascial afunilado que passa profundamente ao ligamento inguinal,


revestindo a lacuna vascular do espaço subinguinal. Termina fundindo-se à adventícia
dos vasos femorais. A bainha femoral é subdivida em:
- compartimento lateral, para a a. femoral;
- compartimento intermédio, para a v. femoral;
- compartimento medial, que forma o canal femoral.
O canal femoral permite que a veia femoral se expanda diante do aumento do
retorno venoso ou da manobra de Valsalva. A abertura proximal do canal é o anel
femoral, coberto pelo septo femoral, de tecido adiposo. O septo femoral é perfurado
por vasos linfáticos que unem os linfonodos inguinais aos ilíacos externos.

5.4. ARTÉRIA FEMORAL

A a. femoral é a continuação da a. ilíaca externa, distal ao ligamento inguinal, sendo


a principal a. do MI. Suas pulsações são palpáveis no trígono femoral devido à sua
posição relativamente superficial.
A a. femoral profunda é o maior ramo da a. femoral e a principal a. da coxa, cujos
ramos perfurantes suprem todos os três compartimentos da coxa.
Da a. femoral podem originar-se as aa. circunflexas femorais, medial e lateral,
sendo a medial a mais importante, pois seus ramos suprem a cabeça e o colo do fêmur,
muitas vezes lacerados em fraturas.

5.5. VEIA FEMORAL

A v. femoral é a continuação da v. poplítea, proximal ao hiato dos adutores, que


ascende através do canal dos adutores, acompanhando o trajeto da a. femoral.
Na parte inferior do trígono femoral, a v. femoral recebe a v. femoral profunda, a v.
safena magna e outras tributárias.

6. MÚSCULOS GLÚTEOS

Os mm. glúteos localizam-se em um mesmo compartimento, mas são organizados


em duas camadas, superficial e profunda.
A camada superficial compreende os mm. glúteos máximo, médio e mínimo, além
do m. tensor da fáscia lata. Possuem fixações proximais na superfície póstero-lateral e
nas margens das asas do ílio.
A camada profunda compreende mm. menores: piriforme, obturador interno,
gêmeos e quadrado femoral, os quais são cobertos pela metade inferior do m. glúteo
máximo. Possuem fixações distais sobre a crista intertrocantérica do fêmur ou
adjacentes a ela. Atuam fazendo rotação lateral de coxa, além de estabilizar a
articulação do quadril.

6.1. GLÚTEO MÁXIMO

Trata-se do m. glúteo mais superficial, maior e mais pesado, cobrindo todos os


outros mm. glúteos, exceto parte do m. glúteo médio.
O túber isquiático pode ser palpado através da parte inferior dedo m. glúteo
máximo.
As principais ações deste m. são extensão e rotação lateral da coxa.
Bolsas glúteas, sinoviais, separam o glúteo máximo das estruturas adjacentes, com
objetivo de reduzir o atrito e permitir o movimento livre. Geralmente 3 bolsas estão
associadas a m. glúteo máximo: bolsa trocantérica; bolsa isquiática do m. glúteo
máximo, e bolsa intermuscular do m. glúteo máximo.
A bursite trocantérica pode resultar de ações repetitivas como subir escadas ou
correr em terrenos inclinados, podendo causar dor profunda na região lateral da coxa.

6.2. GLÚTEOS MÉDIO E MÍNIMO

São mm. glúteos menores, em forma de leque, cujas fibras convergem da mesma
forma, além de possuírem o mesmo suprimento arterial e nervoso. Situam-se
profundamente ao m. glúteo máximo. Fazem abdução e rotação medial de coxa.

6.3. TENSOR DA FÁSCIA LATA

É um m. fusiforme com aproximadamente 15 cm de comprimento, encerrado entre


duas camadas de fáscia lata. Sua inserção distal na tíbia ocorre através do trato iliotibial.
Atua como flexor de coxa, em conjunto com o m. iliopsoas e o reto femoral. Também
atua tensionando a fáscia lata e o trato iliotibial, ajudando no suporte do fêmur sobre a
tíbia na posição de pé.

6.4. PIRIFORME

É um músculo estreito, em forma de pera, posterior à articulação do quadril.


Atravessa o forame isquiático maior, em direção ao trocanter maior do fêmur. O m.
piriforme ajuda a compreender as relações na região glútea, porque determina o nome
dos vasos sanguíneos e nervos: os nn. glúteos superiores emergem superiores a ele,
enquanto que o nn. glúteos inferiores emergem inferiormente.

6.5. OBTURADOR INTERNO E GÊMEOS

O m. obturador interno e os gêmeos superior e inferior formam, em conjunto, um


músculo tricipital, que ocupa a abertura entre o piriforme, superiormente situado e o
quadrado femoral, inferiormente. O tendão comum desses músculos segue
horizontalmente na nadega até o trocanter maior do fêmur.
A bolsa isquiática do m. obturador interno permite livre movimento do músculo, o
qual passa pelo forame isquiático menor.

6.6. QUADRADO FEMORAL

É um músculo, portanto, quadrangular, plano e curto, inferior aos mm. obturador


interno e gêmeos.

7. MÚSCULOS DO COMPARTIMENTO POSTERIOR DA COXA

Três dos quatro músculos na face posterior da coxa são os mm. do jarrete: m.
semitendíneo, m. semimembranáceo e a cabeça longa do m. bíceps femoral. A cabeça
curta do m. bíceps femoral, é o quarto músculo do compartimento posterior.
Os mm. do jarrete possuem características comuns: fixação proximal ao túber
isquiático, profundamente ao m. glúteo máximo; são inervados pela divisão tibial do n.
isquiático; e são biarticulares, promovendo extensão do quadril e flexão da coxa;
contribuem para a manutenção da postura de pé relaxada.
O alongamento dos mm. do jarrete varia. Algumas pessoas não conseguem tocar os
dedos dos pés com os joelhos estendidos. Exercícios de alongamento de rotina podem
alongar esses músculos e seus tendões.
Distensões dos mm. do jarrete são comuns em indivíduos que correm e chutam
forte, podendo ser acompanhadas de rupturas das fibras musculares e contusão, com
hematoma.

7.1. SEMITENDÍNEO

Possui um ventre fusiforme interrompido por um tendão longo, semelhante a um


cordão, que se fixa na pata de ganso, juntamente com o m. sartório e o m. grácil.

7.2. SEMIMEMBRANÁCEO

É um músculo largo, também apropriadamente denominado devido à forma


membranácea achatada se sua fixação proximal. Seu tendão divide-se distalmente em
três partes: uma fixação direta no côndilo medial da tíbia; uma parte que se funde
à fáscia poplítea; e uma parte que reforça a cápsula articular do joelho, como ligamento
poplíteo oblíquo.

7.3. BÍCEPS FEMORAL

Situa-se na parte lateral do compartimento posterior da coxa. É um músculo


fusiforme que tem duas cabeças, uma longa e uma curta, as quais fixam-se através de
um tendão comum na cabeça da fíbula, podendo ser facilmente visto e palpado.
A cabeça longa oferece proteção para o n. isquiático na face anterior da coxa.
A cabeça curta é inervada pela divisão fibular do n. isquiático, diferente dos demais.

8. ESTRUTURAS NEUROVASCULARES DA REGIÃO GLÚTEA E DO


COMPARTIMENTO POSTERIOR DA COXA

Vários nervos importantes originam-se do plexo sacral e suprem a região glútea ou


atravessam-na para suprir o períneo e a coxa.

8.1. NERVOS DA REGIÃO GLÚTEA E COMPARTIMENTO POSTERIOR DA COXA

Os nn. glúteos superficiais, os nn. clúnios, supre a pele da região glútea.


Os nn. glúteos profundos são ramos do plexo sacral que saem da pelve através do
forame isquiático maior e, com exceção do n. glúteo superior, eles emergem inferiores
ao m. piriforme. Os nn. glúteos profundos e as respectivas áreas de suprimento são:
- n. glúteo superior: supre os mm. glúteos médio e mínimo e tensor da fáscia lata;
- n. glúteo inferior: fornece inervação motora para o m. glúteo máximo;
- n. isquiático: maior nervo do corpo, que recebe suprimento da a. para o n. isquiático;
supre os mm. do compartimento posterior da coxa, além dos mm. da perna e pé.
- n. para o quadrado femoral: envia um ramo para a articulação do quadril e supre o m.
quadrado femoral e também o gêmeo inferior.
- n. cutâneo femoral posterior: inerva uma porção de pele maior do que qualquer outro
nervo cutâneo, suprindo, principalmente, a pele da parte inferior das nádegas e da parte
posterior da coxa.
- n. pudendo: supre estruturas do períneo;
- n. para o m. obturador interno: supre, portanto, o músculo obturador interno.

A Lei de Hilton afirma que os nn. responsáveis pela inervação dos mm. que
transpõem uma articulação e nela atuam, também inervam esta articulação. Os ramos
articulares originam-se de ramos musculares. Como por exemplo, os mm. flexores
inervados pelo n. femoral passam anteriormente à articulação do quadril, o qual supre,
portanto, a face anterior da articulação.

8.2. ARTÉRIAS DA REGIÃO GLÚTEA E COMPARTIMENTO POSTERIOR DA COXA

As artérias da região glútea originam-se das aa. ilíacas internas, mas os padrões de
origem são variáveis. Os principais ramos que suprem ou atravessam a região glútea, e
as respectivas áreas de suprimento são:
- a. glútea superior: supre o m. glúteo máximo (ramo superficial) e os mm. glúteos médio
e mínimo e tensor da fáscia lata (ramo profundo);
- a. glútea inferior: supre o m. glúteo máximo, obturador interno, quadrado femoral e
partes superiores dos mm. do jarrete;
- a. pudenda interna: supre os órgãos genitais externos e músculos do períneo;
- aa. perfurantes: suprem a maior parte dos mm. do jarrete, além do m. vasto lateral.
8.3. VEIAS DA REGIÃO GLÚTEA E COMPARTIMENTO POSTERIOR DA COXA

As vv. glúteas são tributárias das vv. ilíacas internas que drenam sangue da região
glútea.
As vv. glúteas superiores e inferiores acompanham as artérias correspondentes.
As vv. pudendas internas acompanham as aa. pudendas internas.
Do mesmo modo, as vv. perfurantes acompanham as artérias de mesmo nome, e
drenam para a v. femoral profunda.

9. DRENAGEM LINFÁTICA DA REGIÃO GLÚTEA E COXA

A linfa dos tecidos profundos das nádegas segue os vasos glúteos até os linfonodos
glúteos superiores e inferiores e deles para os linfonodos ilíacos. Daí, para os
linfonodos aórticos laterais lombares.
A linfa dos tecidos superficiais da região glútea entra nos linfonodos inguinais
superficiais, que também recebem linfa da coxa. Estes linfonodos enviam vasos
linfáticos eferentes para os linfonodos ilíacos externos.

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