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CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO

CURSO BACHAREL EM FISIOTERAPIA


MARIA FERNANDA FRANÇA FERNANDES

CRUZEIRO DO SUL
2022
MARIA FERNANDA FRANÇA FERNANDES

Quarto portfólio do tipo dissertativo e


apresentado a CLARETIANO CENTRO
UNIVERSITÁRIO POLO CRUZEIRO DO SUL
-
AC, como requisito para o 4 semestre.

Orientador (a): Profº (a) Dr. (a): Sanderson


Samid de Vasconcelos Maia

CRUZEIRO DO SUL
2022
O quadril é o nome dado a articulação que liga a
região proximal do fêmur e o acetábulo. Essa
articulação é formada pela pelve ( ílio, ísquio e
pubis), sacro e cóccix. O osso do quadril ao unir-
se com o sacro e o fêmur forma uma conexão
entre o tronco e o membro inferior(Fisioterapia
Brasil - Volume 2).
O ílio é formado por um corpo e uma asa que forma a região superior do quadril. Além
disso, existe uma linha posterior, as margens do acetábulo, que define a união do ílio com
ísquio. A eminência iliopúbica marca a união do ílio com a pube. A extremidade superior que
se expande do ílio é a crista ilíaca, a qual pode ser palpada no indivíduo vivo por toda a sua
extensão. A espinha ilíaca ântero-superior é o seu limite superior, nesta está fixada oligamento
inguinal, e a espinha ilíaca póstero-superior é seu limite superior (Fisioterapia Brasil -
Volume 2).

Já o ísquio forma a porção póstero-inferior doosso do quadril, consistindo em um

corpo eum ramo.O corpo do ísquio divide-se em porção inferior e superior. A superior forma
uma parte do acetábulo, enquanto a inferior forma o tuber-isquiático. A borda lateral do ísquio
separa as faces femoral e dorsal, a borda posterior separa as faces pélvica e dorsal(Fisioterapia
Brasil - Volume 2).

O púbis, por sua vez, é formado por um corpo e dois ramos: inferior e superior, que
unem-se formando a sínfise púbica. O ramo superior estende-se para cima, para trás e
lateralmente ao acetábulo, onde se funde com o ílio e o ísquio. O ramo superior apresenta as
faces pectíneas, pelvinas e obturatória e bordas posterior, anterior e inferior. O forame
obturado é limitado pelo pubis e pelo ísquio e seus respectivos ramos. O ramo inferior se une
com o ramo do ísquio. O acetábulo é uma grande cavidade crateriforme do lado externo do
osso do quadril que articula com a cabeça do fêmur para formar a juntura do quadril.

O sacro e o cóccix são mais planos e menos salientes anteriormente, para não angustiar
canal do parto (canal pélvico). As paredeslaterais são mais afetadas pelo desvio lateraldas
tuberosidades isquiáticas, dos ramosísquiopubicos mais longos e do arco púbicoter um ângulo
mais aberto.

LIGAMENTOS
A respeito dos ligamentos, a articulação do quadril é formada por 7 (sete) ligamentos.
São eles:

- Cápsula Articular:é um ligamento forte e espesso, que une toda a articulação coxo-
femoral. Nas porções proximal e anterior da articulação, por precisar de maior resistência,
costuma ser mais espessa. Posteriormente e distalmente é mais delgada.

- Ligamento Iliofemoral: é um feixe resistente, e está na região anterior do quadril. Está


ligada à cápsula articular, dando reforço a ela. Sua principal função é limitar a abdução do
quadril.

- Ligamento Pubofemoral: situa-se na crista obturatória e no ramo superior da tube.

- Ligamento Isquiofemoral: é um feixe triangular de fibras resistentes que vai desde o ísquio
distal até posterior ao acetábulo e atua como um estabilizador do quadril em extensão.

- Ligamento da Cabeça do Fêmur: é um feixe triangular achatado, que se insere no ápice da


fóvea da cabeça do fêmur e na incisura da cavidade do acetábulo. Tem pequena função como
ligamento e algumas vezes está ausente.

- Orla Acetabular: é uma orla fibrocartilagínea inserida na margem do acetábulo, fazendo


com que essa cavidade seja mais profunda. Protege e nivela as diferenças de sua superfície,
formando assim um círculo completo que circunda a cabeça do fêmur e auxilia na contenção
desta em seu lugar.

- Ligamento Transverso do Acetábulo: é uma parte da orla acetabular, diferindo dessa por
não ter fibras cartilagíneas entre suas fibras. Consiste em fortes fibras achatadas que cruzam a
incisura acetabular.

FÊMUR

O fêmur, também conhecido como o osso da coxa, é o maior osso do corpo humano. É
composto por uma diáfise e duas extremidades: superior e inferior. A região superior é
constituída pela cabeça do fêmur, dois trocanteres (maior e menor) e demais acidentes ósseos.
Já a região inferior, por sua vez, é constituída de dois côndilos – um lateral e um medial.

Na sua diáfise possui uma curvatura na região superior. Na cabeça do fêmur encontra-
se também uma fóvea, chamada de fóvea da cabeça do fêmur. Abaixo da cabeça encontra-se o
colo, que é responsável por unir a cabeça à diáfise, na região dos trocanteres. Na
regiãoanterior está a linha intertrocantérica, que é quem separa a diáfise e o colo. O trocanter
maior pode ser palpado na face lateral da coxa. O trocanter maior apresenta faces; laterais e
mediais, margens superior,anterior e posterior. A lateral tem uma cristapara a inserção do
glúteo médio. A margemposterior continua embaixo com a crista intertrocantérica que
termina no trocanter menor. A face medial apresenta uma depressão áspera, a fossa
trocantérica. O trocanter menor está medialmente da porção póstero-medial dajunção do colo
com a diáfise. Ele é indistintamente palpável acima da extremidade lateral da prega glútea
quando a coxa gira medialmente. O corpo mostra bordas medial e lateral mal definidas, mas
no terço médio possui uma acentuada borda posterior, a linha áspera, que apresenta lábios
medial e lateral.(Fisioterapia Brasil - Volume 2).

A linha supracondilar medial é interrompida por uma área lisa relacionada à


artériafemoral e termina no tubérculo adutório. Aextremidade distal consiste em dois
côndilosrecurvados em espiral que são separados posteriormente e inferiormente pela fossa
intercondilar. Anteriormente aos côndilos encontramos a face patelar. O epicôndilo lateral é
uma proeminênciada face lateral do côndilo lateral. A fossa intercondilar é separada da face
poplítea do corpo pela linha intercondilar.

ARTICULAÇÕES DO QUADRIL

A articulação do quadril é denominada acetábulo-femoral e consiste na extremidade


redonda superior (cabeça) do osso da coxa (fêmur) e parte do osso pélvico. Classifica-se como
uma articulação sinovial do tipo esferoide, constituída pela cabeça do fêmur e o acetábulo. É
forte e estável, com uma amplitude reduzida (devido ao colo do fêmur ser mais estreito que o
diâmetro da cabeça), mas proporciona estabilidade e força.

A referida articulação realiza os movimentos da coxa, tais como: flexo-extensão,


abdução-adução, rotação medial e lateral e circundação. A flexo-extensão da coxa acontece
por meio da cabeça do fêmur, com o afrouxamento da coxa quando há a flexão do quadril.
Além da juntura do quadril, este movimento também pode ser feito pela flexão da coluna. No
processo de extensão, o ligamento iliofemoral é tensionado e o quadril estende-se apenas um
pouco. A extensão combinada com a adução moderada e rotação medial, fecham a juntura do
quadril. A abdução e a adução ocorrem ao redor de um eixo anteroposterior através da cabeça
do fêmur. A abdução é um pouco mais livre que a adução. (Fisioterapia Brasil - Volume 2). A
rotação, por sua vez, acontece ao redor de um eixo vertical que vai desde a cabeça do fêmur
até o côndilo medial. Na circundação, o membro gira ao redor da cabeça do fêmur.

Ainda sobre a articulação do quadril, esta pode se desgastar e sofrer várias patologias
em decorrência disso. Dentre estas patologias está o Impacto Fêmoro-Acetabular (IFA), capaz
de causar artrose no quadril. O impacto fêmoro-acetabular é capaz de fazer estragos na
articulação do quadril, uma vez que provoca alterações mecânicas articulares que geram um
ciclo vicioso de ação e reação do corpo humano (Br J Radiol, 1965). A displasia do quadril é
quando o indivíduo tem um quadril mal coberto ou uma cobertura incompleta da articulação
do quadril, causando uma hiper-pressão entre as superfícies articulares, o que pode levar a
uma artrose (desgaste articular). Esta artrose divide-se em primária e secundária, sendo a
primária ocasionada pelo IFA. Existem três diferentes alterações da anatomia óssea que são
caracterizados como impacto fêmoro- acetabular: tipo Pincer, tipo Cam ou “Came” e tipo
Misto.

O impacto fêmoro-acetabular (IFA) é caracterizado por alteração óssea estrutural que


pode ser sintomática, quando associada à lesão de partes moles agudizada por esforços. Pode
ser completamente assintomática, até o desenvolvimento de artrose. As lesões de partes moles
que produzem os sintomas dependem do tipo de impacto. A dor pode ser localizada na região
glútea. Podem existir queixas mecânicas como episódios de ressalto, estalos, bloqueio e
pinçamento.

O teste de impacto é positivo (reprodução da dor aguda pela manobra de flexão,


adução e rotação interna do quadril). Geralmente existe diminuição da rotação abdução
durante o teste de Patrick (flexão, abdução e rotação externa) – o joelho não encosta na mesa
de exame. O teste de impacto posterior, usado para avaliar a lesão condral acetabular
posterior, é realizado com o paciente em decúbito dorsal, com ambos os membros inferiores
posicionados além da extremidade da mesa de exames. O paciente estabiliza um dos quadris
em flexão máxima. A outra extremidade é abruptamente posicionada em extensão e rotação
externa, o que provoca dor glútea quando a cabeça femoral pressiona a cartilagem e o rebordo
acetabular posterior, na presença de degeneração condral. Este teste pode ser positivo na lesão
em contragolpe.

MÚSCULOS DO QUADRIL
Os músculos do quadril (isquiotibiais) são formados pelos seguintes músculos: bíceps
da coxa, semitendinoso e semimembranoso, que serão descrevidos abaixo. Todos esses
músculos agem flexionando a perna sobre a coxa e estendendo a coxa sobre a pelve. Por
serem flexores da perna e da coxa, agem intervindo ativamente na marcha.

O músculo bíceps femoral é composto por uma parte longa e outra curta. A parte curta
tem sua origem na linha áspera do fêmur e está inserida na cabeça da fíbula. A parte longa,
por sua vez, origina-se na tuberosidade isquiática e sua inserção também é na cabeça da
fíbula. A inervação desse músculo se dá pelo nervo isquiático (L5, S1, S2, S3). Tem função
de determinar a rotação da coxa de medial para lateral

O músculo semitendinoso é originado na tuberosidade isquiática e inserido através de


um tendão longo na porção superior da face medial do corpo da tíbia. Recebe um nervo
superior e um nervo inferior, ambos se ramificando do nervo isquiático (S1, S2). É
responsável por determinar a rotação da coxa da lateral para medial.

O semimembranoso, enfim, origina-se na tuberosidade isquiática e insere-se em um


sulco na face póstero-medial do côndilo medial da tíbia. É inervado por um ramo colateral e,
às vezes, dois, que se originam no nervo isquiático.
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