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Próxima a junção
do corpo e do ramo está a espinha isquiática, uma pequena
A pelve é o anel ósseo em forma de bacia que protege projeção óssea pontiaguda posterior.
partes do sistema intestinal, urinário, órgãos genitais
internos e na mulher, o útero. Através das articulações
sacroilíacas e sínfise púbica, transfere a carga para os
• PÚBIS
membros inferiores e permitem elasticidade para o anel É um osso angulado com um ramo superior, que ajuda
pélvico. Essa tríade articular ajuda a reduzir a força de a formar o acetábulo, e um ramo inferior, que ajuda a
impactos e choques sobre a coluna vertebral e a porção formar o forame obturatório. Possui um espessamento
superior do corpo em decorrência do contato dos mem- anterior do corpo do púbis, a crista púbica, que termina
bros inferiores com o solo, na mulher sofre adaptação lateralmente com tubérculo púbico. A face lateral do
para passagem do bebê pelo mecanismo do parto. púbis está voltada para os MMII, é local de inserção para
Disfunções mecânicas podem causar adaptações as- vários músculos mediais da coxa. A união anterior dos
cendentes e descendentes, permitindo que um paciente dois ramos pubianos forma a sínfise púbica.
com um ilíaco anterior, por exemplo, apresente uma A pelve é dividida em pelve maior e pelve menor.
lesão de parâmetro maior em joelho, pé, lombar e cervi-
cal, devido às relações anatômicas, que serão discutidas • PELVE MAIOR (FALSA)
neste capítulo. Por esse motivo é muito importante o É a parte superior da pelve, onde estão algumas vísceras
osteopata avaliar as articulações sacroilíacas e a sínfise abdominais como o íleo e o cólon sigmóide. É limitada an-
púbica mesmo quando o paciente não tenha sofrido teriormente pela parede abdominal, póstero-lateralmente
traumas diretos sobre a pelve. pelas fossas ilíacas e posteriormente pelas vértebras de L5 e
S1. É a parte inferior da cavidade abdominal.
ANATOMIA APLICADA
A OSTEOPATIA • PELVE MENOR (VERDADEIRA)
Está localizada abaixo da pelve maior, onde estão as
vísceras pélvicas, constituídas pela bexiga urinária e pelos
• ANATOMIA ÓSSEA órgãos reprodutores: ovários e útero. Está limitada pelas
A região da pelve é formada por três diferentes faces pélvicas dos ossos fêmur, ilíacos, sacro e cóccix.
ossos, são esses: Inferiormente a pelve menor está limitada pelo diafrag-
• 2 ilíacos, de formato irregular, cada um dos quais se ma pélvico, formado pelos músculos do assoalho pélvico.
desenvolve a partir da fusão de 3 ossos: ílio, ísquio e púbis;
• 1 sacro, sendo esse em forma de cunha, que está
localizado entre os ilíacos e é formado pela fusão de 5
vértebras sacrais, originalmente separadas;
• 1 cóccix formado pela fusão de 3 ou 4 vértebras
coccígeas rudimentares.
Possui três articulações: duas articulações sacroilía-
cas, D e E, e uma articulação anterior que é a sínfise
púbica, unindo anteriormente os dois ossos ilíacos.
O ilíaco apresenta uma face lateral e uma face medial
que são bastante irregulares, marcadas por inserções
ósseas e ligamentares. Na sua face medial, apresenta as
facetas articulares que se relacionam com o sacro.
• ÍLIO
É uma estrutura em forma de leque que forma a face
superior do ilíaco e faz parte da porção superior do ace-
tábulo. Superiormente, apresenta uma crista ilíaca que
é convexa no plano sagital. As espinhas ilíacas ântero-
-superior e póstero-superior estão localizadas nas duas
extremidades da crista. Inferiormente a espinha ilíaca
póstero-superior, o ílio descreve uma curva irregular e
termina na espinha ilíaca póstero-inferior.
• ÍSQUIO
Possui um corpo e um ramo. A parte superior do
corpo do ísquio ajuda a formar o acetábulo, e o ramo
ajuda a formar o forame obturatório, onde passam a
artéria e o nervo obturatório.
A grande proeminência póstero-inferior do ísquio é a tu-
• LIGAMENTO SI POSTERIOR
Reforça a articulação sacroilíaca posteriormente. Insere-se sobre as cristas sacrais laterais de S3-S4 indo
lateralmente à EIPS e ao lábio interno da crista ilíaca. Apresenta três divisões:
• Feixe superior: estende da tuberosidade ilíaca indo até o 1º tubérculo sacral lateral;
• Feixe médio (Zaglas): origina-se na tuberosidade ilíaca inserindo no 2º tubérculo sacral lateral;
• Feixe inferior: origina-se na EIPS inserindo sobre o 3º e 4º tubérculo sacral lateral.
Esses ligamentos ficam tensos durante a contranutação, sendo palpável logo abaixo da EIPS.
- Feixe superior
Origina-se do processo transverso da quarta vérte-
bra lombar e dirige-se para baixo, para fora e para trás,
inserindo-se na crista ilíaca;
- Feixe inferior
Origina-se no processo transverso da quinta vértebra
lombar e dirige-se para baixo, para fora e para frente,
inserindo-se sobre a crista ilíaca. Esse feixe possui dois
fascículos, sendo que o fascículo mais interno vai se
ligar à parte mais lateral da asa sacral.
• SISTEMA VASCULAR
A pelve é vascularizada a partir da ramificação da aorta, que é dividida em artérias ilíacas comuns direita e es-
querda. Essas, por sua vez, emitem ramos que formam a artéria ilíaca interna e externa. É a partir desses ramos que
os músculos e vísceras do aparelho excretor e reprodutor, bem como o osso da pelve, serão vascularizados.
O osso ilíaco é ricamente vascularizado. As artérias destinadas a esse osso procedem da artéria íliolombar (divi-
são posterior da artéria ilíaca interna), da artéria glútea inferior (divisão anterior da artéria ilíaca interna) e da artéria
glútea superior (divisão posterior da artéria ilíaca interna). As artérias circunflexas (ramo da artéria femoral) e glúteas
vascularizam o ílio, a artéria obturatória vasculariza o acetábulo e o púbis, e a artéria pudenda vasculariza o ísquio.
Todo o tronco aórtico e as artérias que dele provém, são controlados pelas fibras pré-ganglionares do gânglio
aórtico simpático, que se encontram localizadas no segmento vertebral de T12-L1. Essa informação é muito relevan-
te para o Osteopata, pois uma disfunção vertebral a esse nível pode gerar uma facilitação medular e comprometer
toda a vascularização da pelve e dos membros inferiores.
• SISTEMA MUSCULAR
O osso ilíaco recebe inúmeras inserções musculares › Relação Metamérica e Inervação Motora:
que são responsáveis pelo comportamento biomecânico Sua relação metamérica é correspondente aos me-
desse osso. Através da ação dos grupos musculares é tâmeros de L2-L3.
possível compreender os diferentes movimentos que
ocorrem em um sistema de eixos e planos. › Inervação Motora:
A perda da mobilidade desse osso está intimamente Nervo femoral.
ligada ao desequilíbrio das ações musculares. A correção
das lesões osteopáticas do osso ilíaco depende da corre- › Ação Motora:
ção artrocinemática, seguida de um trabalho muscular. Faz a flexão, abdução e gira lateralmente a coxa.
Em poucos locais do organismo, o trabalho muscular
é tão importante quanto nas normalizações ilíacas. Te- › Disfunções articulares associadas:
mos inserido no ilíaco 35 músculos, portanto, qualquer Rotação anterior da pelve.
alteração muscular pode gerar um mau posicionamen-
to dessa peça óssea. Dessa forma, podemos encontrar
› Área de dor referida:
hipomobilidades, gerando nos seguimentos acima ou
Região superior da coxa
abaixo áreas de hipermobilidades reacionais.
Região ântero-interna da coxa.
Portanto, torna-se importante para o clínico o conhe-
cimento anatômico dos músculos que se inserem no
ilíaco, bem como as suas linhas de força. Esses fatores
permitirão o raciocínio para a compreensão das várias
disfunções que podem acometer esse segmento.
Músculos importantes para a mecânica do osso ilíaco:
Esse músculos foram citados no módulos de lombar:
• Quadrado Lombar;
• Psoas Maior;
• Oblíquo externo;
• Oblíquo interno;
• Transverso do abdome;
• Reto do abdome.
• MÚSCULOS ADUTORES
- Adutor Longo
É um grande músculo em forma de leque, o mais
superficial e mais longo de todos os adutores. Origina-se
no corpo do púbis inferior à crista do púbis, e se insere
na linha áspera do fêmur.
› Inervação Motora
Nervo obturatório.
- Grácil
Esse músculo é longo e semelhante a uma fita. Origi-
na-se na parte inferior do ramo pubiano e se insere na
região medial do joelho.
› Inervação Motora:
Figura 11. Músculo adutores longo e curto e sua dor referida. Nervo obturatório.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005
› Ação Motora:
- Adutor Magno Aduz a coxa, flete a perna e roda medialmente a per-
na quando o joelho está fletido.
É o maior músculo do grupo adutor. Possui duas partes:
a adutora e do Jarrete. A parte adutora origina-se no ramo
do ísquio e ramo inferior do púbis e se insere na tuberosi- › Disfunções articulares associadas:
dade glútea, linha áspera e linha supracondilar medial. A Disfunção de ilíaco anterior.
parte do Jarrete origina-se no túber isquiático e se insere no
tubérculo do adutor do fêmur. › Área de dor referida:
Região ântero-interna da coxa.
- Pectíneo
Estende-se do ramo superior do púbis e se insere
na linha pectínea do fêmur, imediatamente inferior ao
trocânter menor. É inervado pelo nervo femoral L2-L3 e
pode receber inervação do nervo obturatório.
› Inervação Motora:
Nervo femoral e pode receber inervações do nervo
obturador.
› Inervação Motora:
Nervo obturatório interno.
› Ação Motora:
Rotação externa da coxofemoral e fixa a coxa no
acetábulo.
› Inervação Motora:
Figura 16. Músculo obturador interno e sua dor referida. Nervo glúteo superior.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005
› Ação Motora:
Abdução e rotação interna da coxa.
• MÚSCULOS GLÚTEOS
- Glúteo máximo › Área de dor referida:
É o mais superficial dos glúteos. Origina-se desde a Região sacral.
face posterior do ílio, parte posterior do sacro, linha glútea Região Glútea.
posterior, cóccix e ligamento sacrotuberal e se insere no trato
iliotibial (que se insere no côndilo lateral da tíbia).
› Inervação Motora:
Nervo glúteo inferior.
› Ação Motora:
Estende a coxa, ajuda sua rotação lateral e fixa a coxa,
ajudando a levantar da posição sentada para em pé. Figura 18. Músculo glúteo médio e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005.
› Disfunções articulares associadas:
Disfunção de rotação posterior do ilíaco.
› Ação Motora:
Realiza a flexão e rotação externa do joelho.
BIOMECÂNICA SACRO-ILÍACA
Para a medicina ortodoxa, as articulações SI pos-
suem movimentos somente durante o parto, nos mo-
vimentos de nutação e contranutação. Na osteopatia,
a biomecânica é distinta, porque descreve movimen-
tos do sacro entre os ilíacos e movimentos de rotação
dos ilíacos em relação ao sacro, que acompanham os
movimentos de cisalhamentos da sínfise púbica.
Para a osteopatia os ilíacos apresentam 7 eixos de
movimento:
• 3 eixos transversos: superior (S1), médio (S2) e infe-
rior (S2e S3), no plano sagital;
• 2 eixos verticais, no plano horizontal;
• 2 eixos ântero-posteriores, no plano frontal.
Sobre os eixos verticais, os ilíacos fazem o movimen-
to de rotação interna e externa. Sobre os eixos ântero- Figura 25. Rotação anterior do ilíaco.
-posteriores, os ilíacos fazem o movimento de out-flare e Fonte: Adaptado de Ricard, 2005
in-flare. Sobre o eixo transverso inferior os ilíacos fazem
movimentos de rotação ântero-posterior. • ROTAÇÃO POSTERIOR DO ILÍACO
• Eixo de movimento transverso inferior.
• O ilíaco roda posteriormente subindo e anteriorizando
o braço maior, e subindo e posteriorizando o braço menor.
• As EIPS vai para trás e para baixo. O ísquio vai
para frente e para cima. Automaticamente, anteriormen-
- Inspeção dinâmica
Somar os parâmetros para determinar os padrões das
disfunções da pelve.
Vide imagens da inspeção estática no módulo de
segmento lombar.
- Palpação estática
A palpação do ilíaco vai além do osso em questão. É fun-
damental entender a importância que ele representa para os
MMII e vice-versa. Sendo assim, podemos encontrar algumas
marcações nos MMII que podem representar disfunção do
Figura 27. Rotação interna do ilíaco. ilíaco, sendo confirmada esta hipótese posteriormente com os
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005
› Execução da técnica:
Com o contato misto realizar um pressão ântero-
-posterior nos braços maior e menor, a fim de avaliar a
capacidade de movimentação nessas articulações. Nesse
momento, o osteopata pode identificar aumentos de
densidade no sistema local. Essa técnica é uma continu-
ação da técnica neutra empregada na coluna lombar.
Técnica Neutra 3
› Objetivo da técnica:
Realizar pressões sobre a articulação ílio-sacra a fim de
observar se há restrição de mobilidade e densidade nela.
› Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal.
- Teste de elasticidade
› Posição do paciente:
Decúbito dorsal, com os membros inferiores em ex-
tensão e no bordo inferior da maca.
› Posição do terapeuta:
Sentado e contralateral ao lado a ser avaliado.
› Posição do terapeuta:
Em finta anterior homolateral ao lado a ser avaliado.
› Posição do terapeuta:
Em finta anterior olhando para os pés homolateral ao
lado a ser tratado.
› Execução do teste:
Solicitar ao paciente uma força em flexão de quadril, o
terapeuta impõe também uma força em direção a exten-
são do quadril, devendo o paciente manter o movimento.
› Interpretação do teste:
Caso haja uma debilidade do músculo, o paciente não
conseguirá manter a posição de flexão do quadril.
› Posição do terapeuta:
Em finta dupla homolateral ao lado a ser tratado.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta sentado homolateral ao lado a ser tratado
na altura da coxa do paciente.
› Execução da técnica:
Engajar a origem e inserção do músculo e buscar a
aproximação dos extremos. Aguardar os sinais de liberação
do tecido e em seguida buscar alavancas onde distanciam Figura 36 – Técnica de contração para o músculo quadríceps
os pontos de origem e inserção, e novamente buscar os
sinais de liberação tecidual. Nesse grupamento, podemos - Técnica de stretching para reto femoral.
também, testar os movimentos onde deslocamos a porção
proximal dos músculos para medial e a porção distal para › Posição do paciente:
lateral apreciando as densidades, posteriormente podemos Paciente em decúbito dorsal, pode-se colocar uma
inverter os vetores esperando os sinais de liberação. almofada na região lombar, para evitar a hiperlordose e
no bordo inferior da maca.
› Posição do terapeuta:
Sendo em uma cadeira no bordo inferior da maca
homolateral ao lado a ser tratado.
› Execução da palpação:
Solicita-se ao paciente uma contração em flexão de jo-
elho, assim a área muscular do grupamento isquiotibial
saltará sobre as mãos do terapeuta. Delimitar a área de
contração na parte posterior da coxa, realizar a palpação
e identificar as densidades teciduais.
› Posição do terapeuta:
Sentado, próximo ao bordo inferior da maca.
Figura 39 – Palpação do grupamento isquiotibial.
› Colocação das mãos:
Mão cefálica sobre a região do tornozelo do paciente e
mão caudal segurando o spray.
- Teste de elasticidade para o
grupamento isquiotibial
› Execução da técnica: › Posição do paciente:
Flexão de joelho associada à extensão do quadril, até Decúbito dorsal, com os membros inferiores em ex-
encontrar a barreira motriz. Terapeuta aplica o spray por tensão e a região lombossacra apoiada na maca.
todo o trajeto do músculo. Após o relaxamento muscu-
lar ganha mais movimento encontrando nova barreira › Posição do terapeuta:
motriz. Aplica-se a técnica três vezes. Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente.
› Execução do teste:
Paciente ativamente realiza uma flexão do quadril
com o joelho estendido e tornozelos relaxados.
› Interpretação do teste:
O paciente deve ser capaz de elevar o seu membro inferior
em flexão até um ângulo de 80 graus em relação a maca..
› Posição do terapeuta:
Em finta anterior homolateral ao lado a ser tratado e
olhando para a cabeça do paciente.
› Execução da técnica:
Pedimos ao paciente que realize três contrações
isométricas na direção da flexão do joelho em uma
resistência isométrica.
› Posição do terapeuta:
Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente
homolateral ao lado a ser tratado.
› Posição do terapeuta:
Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente.
› Execução da técnica:
A técnica consiste em realizar uma flexão da
coxofemoral com o joelho em extensão (porção dis-
tal). Para um alongamento da porção proximal dos
isquiotibiais, juntamente com as fibras profundas do
glúteo máximo, a técnica é realizada com semiflexão
de joelho e flexão de coxofemoral.
Obs.: A técnica pode ser realizada em abdução.
- Teste de elasticidade
› Posição do paciente:
Decúbito dorsal, com semi-flexão de quadril e joelho.
› Posição do terapeuta:
Em finta anterior ao lado a ser avaliado.
› Execução da palpação:
Solicita-se ao paciente uma contração em adução do qua-
dril resistido pela mão externa, assim a área muscular do
grupamento saltará sobre a mão interna. Delimitar a área
de contração na parte interna da coxa, solicitar que o pa-
ciente relaxe o membro caindo sobre o corpo do terapeuta e
realizar a palpação identificando as densidades teciduais.
› Posição do terapeuta:
Em finta dupla, com a mão caudal estabiliza a parte
interna e distal do membro a ser avaliado, e a mão cefálica
contacta a parte superior da crista ilíaca contralateral a ser
avaliada, com a finalidade de estabilizar.
› Execução do teste:
Solicita-se ao paciente a adução do membro inferior
debaixo, sem rotação do quadril ou inclinações na pel-
ve. Terapeuta executa uma pressão na perna avaliada na
direção da maca, em abdução. Figura 50 – Técnica de inibição dos músculos adutores
› Posição do terapeuta:
Em finta anterior homolateral ao lado a ser tratado.
› Execução da técnica:
Pedimos ao paciente que realize três contrações
isométricas na direção da adução do quadril em uma
resistência isométrica.
› Posição do terapeuta:
Em finta anterior dupla ao lado a ser avaliado.
› Execução da técnica:
Solicita-se ao paciente uma contração em adução do quadril
resistido pela mão caudal, assim a área muscular do grupa-
mento saltará sobre a mão interna. Delimitar a área de contra-
ção na parte interna da coxa e buscar as densidades teciduais,
inibindo os trigger points em pressão ou estímulos rotacionais.
› Posição do terapeuta:
Finta anterior olhando para a cabeça do paciente
ao lado a ser tratado.
› Execução da técnica:
Com a mão externa o terapeuta vai aumentando a ab-
dução até encontrar a barreira motriz, enquanto que a mão
contralateral estabiliza o membro contrário. Ao encontrar a
barreira trabalha-se em stretching em abdução.
› Interpretação do teste:
• Deve-se observar uma elevação dos dois polegares
que estão sobres as EIPS.
• Os polegares devem ser colocados suavemente e sobre
a pele do paciente, sem exercer muita pressão e, de prefe-
rência, o terapeuta deverá estar com os olhos fechados.
• O polegar que subir mais rápido é o lado da disfun-
ção, pois a articulação estará bloqueada, ocorrendo um
movimento em bloco.
• Nesse caso, a articulação sacroilíaca perde o movi-
mento de dissociação do ilíaco em relação ao sacro.
• Esse teste informa apenas o lado da disfunção, mas
não confirma se é uma disfunção ilíaca ou sacra.
Figura 56. Posição do terapeuta e do paciente no teste de polegar
ascendente. • Em uma escoliose pode-se ter a assimetria na
altura dos polegares.
› Posição do paciente:
• Paciente de pé, voltado para a parede, com os pés
paralelos, apoiando as mãos na parede, fazendo um
retângulo entre os braços e o corpo, e com espaço para
que possa fletir os joelhos à frente.
• A flexão do joelho é para que o ilí aco possa se
posteriorizar.
› Posição do terapeuta:
Figura 57. Posição das mãos no teste de polegar ascendente. O terapeuta com o olhar na altura da EIPS.
› Execução da técnica:
Pedir ao paciente que faça uma flexão de 90 graus do
joelho e quadril (acima disso haverá uma báscula poste-
- Anterior:
• Flexão de 90 graus do quadril e joelho, abdução, rota-
ção externa até a barreira motriz, sem perder a tensão. Pas-
sando sobre o outro membro estendido, faz-se a extensão
do MI. Compara-se com a marcação do maléolo contrário,
realizando uma nova marcação no mesmo.
• Obs.: Após o teste retirar a tensão dos ligamentos
do quadril, fazendo uma flexão do mesmo.
› Interpretação do teste:
• Se o ilíaco se moveu para posterior e anterior ele está livre.
• Se o ilíaco não se moveu para anterior e se moveu
para posterior, há disfunção de posterioridade.
• Se o ilíaco se moveu para anterior e não se moveu
para posterior, há disfunção de anterioridade.
• Se o ilíaco não caminhou nem para frente e nem
para trás, há disfunção de up-slip.
- Teste de dowing
› Objetivo do teste:
Avaliar a possibilidade de encurtamento ou de alon-
gamento dos membros inferiores, causado pela rotação
anterior ou posterior do ilíaco.
› Posição do paciente:
Posicionar o paciente em decúbito dorsal, fazer uma
flexão total dos joelhos e quadril e, em seguida, a exten-
são dos membros inferiores.
Figura 61. Teste de Downing para anterioridade do ilíaco.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior, olhando para o pé do
paciente, do lado homolateral a ser avaliado.
• DIAGNÓSTICO DA PELVE
Todos os eixos e planos de movimento se somam na
mecânica fisiológica do ilíaco durante a marcha, resul-
tando em um movimento tridimensional. A rotação
anterior, rotação interna e o movimento de in-flare Figura 63. Espasmos musculares fixando a rotação anterior do ilíaco.
(fechamento superior da asa ilíaca) acontecem ao mesmo Fonte: Adaptado de Ricard, 2005
tempo. Do mesmo modo, a rotação posterior, rotação
externa e o out-flare (abertura superior da asa ilíaca) se Músculos que sofrem com a disfunção
somam e acontecem em um só movimento.
Podemos observar essa cinemática durante a marcha,
(hipertonia)
quando levamos o membro inferior adiante, em balanço, • Reto anterior do abdome;
ocorre a rotação posterior, rotação externa e o out-flare • Psoas;
e o membro contralateral, em apoio posterior, realiza • Bíceps femoral;
rotação anterior, rotação interna e in-flare. • Ísquio-tibiais;
É importante salientar que ao corrigirmos uma disfun- • Glúteo maior.
ção em rotação anterior ou posterior estamos corrigindo
os outros componentes associados a essa disfunção.
• DISFUNÇÕES ÍLIO-SACRAS
• Disfunção de ilíaco anterior;
• Disfunção de ilíaco posterior.
- Disfunções traumáticas
• Disfunção em torção ilíaca;
• Disfunção em up-slip de ilíaco;
• Disfunção da sínfise púbica.
- Ilíaco anterior
• Produz-se sobre o eixo transverso inferior.
• Ao nível das superfícies articulares o ilíaco abaixa
e vai para adiante (anterior) sobre o braço menor e para
baixo e para trás (posterior) sobre o braço maior.
• A EIAS está anterior e inferior, e a EIPS está
anterior e superior.
• Ocorre uma imbricação do braço maior e uma de-
simbricação do braço menor.
Figura 66. Músculos espasmados que fixam uma rotação posterior do ilíaco.
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005
Músculos que sofrem com a disfunção
(hipertonia)
• Ilíaco;
Figura 65. Sinais clínicos de um ilíaco anterior – 1. Crista ilíaca • Sartório;
mais baixa. 2. Rotação anterior. 3. EIAS anterior e inferior. 4. Base • Reto anterior da coxa;
sacra relativamente mais posterior. 5. Ilíaco mais pequeno vertical-
mente. 6. Ramo pubiano mais baixo. 7. Coxofemoral mais baixa. 8. • Adutores;
Rotação interna da coxofemoral. 9. Perna mais longa homolateral. • Quadrado lombar.
10. Rotação contralateral de L5.
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005
Repercussões à distância
• Tensão do ligamento ílio-pectíneo → tensão na
parte ínfero- interna da prega inguinal;
• Tensão sobre o glúteo maior → dor nas nádegas;
• Tensão sobre os isquiotibiais→ dor tíbio-fibular
superior e na face lateral do joelho e tornozelo;
• Tensão sobre o quadrado lombar → última
costela e diafragma.
- Ilíaco posterior
• Produz-se sobre o eixo transverso inferior;
• Ocorre uma imbricação do braço menor e uma
desimbricação do braço maior.
Repercussões à distância
• Tensão sobre o sartório e adutores -> dor interna na
articulação do joelho; Figura 69 – Técnica de baixa amplitude para o ilíaco anterior.
• Tensão sobre o reto anterior da coxa-> pseudo sín-
drome fêmoro-patelar;
• Tensão sobre o quadrado lombar -> dor na 12º costela;
• Tensão sobre o grande dorsal -> dor no ombro.
› Posição do paciente:
Decúbito ventral.
› Posição do terapeuta:
Ilíaco Posterior - Finta anterior olhando para a cabeça;
Ilíaco Anterior - Finta anterior olhando para os pés.
› Execução da técnica:
Terapeuta exerce uma pressão de cima para baixo
Figura 70 – Técnica de baixa amplitude para o ilíaco posterior.
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito ventral com o MI a ser tratado
com o joelho estendido.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior contralateral à disfunção.
› Execução da técnica:
• Com a mão apoiada no joelho, realizar a extensão
da coxofemoral, e com a mão apoiada sobre a crista
› Execução da técnica:
• Trazer o paciente para si, até enxergar o braço maior.
• Sulco deltopeitoral apontado para o teto e o joe-
lho para o chão.
• Redução do slack de trás (posterior) para frente
(anterior) e de cima para baixo.
• Pedir a inspiração e no final da expiração thrust de
cima para baixo em body drop.
ILÍACO EM UP-SLIP
• Disfunção traumática, causada por uma caída sobre o pé;
• Transportar uma carga muito pesada de um só lado.
› Posição do paciente:
Decúbito ventral ou dorsal (variação), com a perna
em ligeira adução e rotação interna.
› Posição do terapeuta:
Em FA, olhando para a cabeça do paciente, com a
coxa que se encontra à frente, em contato com a face
plantar do membro contralateral a ser trabalhado.
› Execução da técnica:
• No primeiro tempo, a técnica consiste no terapeu-
ta aplicar uma adução com rotação interna e tração do
Figura 77. Músculos espasmados que fixam uma disfunção de up-slip. membro a ser trabalhado. No segundo tempo, o terapeu-
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005 ta solicita ao paciente que ele conte até três, e em seguida,
realize o ato de tossir. O terapeuta aproveita o relaxamen-
to do sistema cápsulo-ligamentar e realiza um thrust,
• SINAIS CLÍNICOS: deslocando o membro inferior ao peito do terapeuta.
• Três pontos altos – EIAS, EIPS e ísquio;
• Relaxamento do ligamento sacrociático maior
homolateral;
• Grande restrição de mobilidade.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior olhando para os pés
do paciente.
› Execução da técnica:
Figura 80. Variação em decúbito dorsal da técnica de AVBA em up-slip.
• Terapeuta posicionará o drop imediatamente abai-
xo da pelve e da região articular do braço menor e acio-
- Técnica de energia muscular para nará o mecanismo de drop. Com os contactas durante
o momento expiratório do paciente o terapeuta exerce a
correção de torção ilíaca pressão sobre a articulação e realiza uma AVBA, respei-
Ex.: torção de Ilíaco D anterior e Ilíaco E posterior. tando o vetor articular, sobre a articulação para desar-
mar o drop. Repetir esse mecanismo por 3 vezes.
› Objetivo da técnica:
Normalização do movimento ilíaco bilateral.
› Posição do paciente:
Paciente em DD, com o quadril próximo à borda
inferior da maca.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em FA à frente da perna fletida, segurando
com as mãos os joelhos do paciente.
› Execução da técnica: Figura 82. Técnica de AVBA com uso de drop para ilíaco posterior.
• Deverá realizar uma leve abduç ão, rotaç ão exter-
na e flexão do MID, para levar o ilí aco para posterior,
e uma extensão da coxofemoral do MIE para levar o
ilí aco para anterior.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça
do paciente.
› Execução da técnica:
• Terapeuta posicionará o drop imediatamente abai-
xo da pelve e da região articular do braço menor e acio-
nará o mecanismo de drop. Com os contactas durante
o momento expiratório do paciente o terapeuta exerce a
pressão sobre a articulação e realiza uma AVBA, respei-
tando o vetor articular, sobre a articulação para desar-
mar o drop. Repetir esse mecanismo por 3 vezes.
Figura 84. Técnica de decoaptação da sínfise púbica.
Figura 83. Técnica de AVBA com uso de drop para ilíaco anterior.
Figura 85. Variação da técnica de decoaptação da sínfise púbica.
- Técnica de decoaptação da sínfise púbica
› Objetivo da técnica:
Decoaptar a sínfise púbica.
› Posição do paciente:
Decúbito dorsal, com os joelhos fletidos à 90 graus,
com os pés repousando sobre a maca.
› Posição do terapeuta:
Em FA, olhando para a cabeça do paciente
› Execução da técnica:
A té cnica consiste em pedir ao paciente que realize
uma abduç ão máxima, porém o terapeuta resiste
ao movimento. Abruptamente, o terapeuta realiza a
retirada das mãos.