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GENERALIDADES berosidade isquiática ou túber isquiático.

Próxima a junção
do corpo e do ramo está a espinha isquiática, uma pequena
A pelve é o anel ósseo em forma de bacia que protege projeção óssea pontiaguda posterior.
partes do sistema intestinal, urinário, órgãos genitais
internos e na mulher, o útero. Através das articulações
sacroilíacas e sínfise púbica, transfere a carga para os
• PÚBIS
membros inferiores e permitem elasticidade para o anel É um osso angulado com um ramo superior, que ajuda
pélvico. Essa tríade articular ajuda a reduzir a força de a formar o acetábulo, e um ramo inferior, que ajuda a
impactos e choques sobre a coluna vertebral e a porção formar o forame obturatório. Possui um espessamento
superior do corpo em decorrência do contato dos mem- anterior do corpo do púbis, a crista púbica, que termina
bros inferiores com o solo, na mulher sofre adaptação lateralmente com tubérculo púbico. A face lateral do
para passagem do bebê pelo mecanismo do parto. púbis está voltada para os MMII, é local de inserção para
Disfunções mecânicas podem causar adaptações as- vários músculos mediais da coxa. A união anterior dos
cendentes e descendentes, permitindo que um paciente dois ramos pubianos forma a sínfise púbica.
com um ilíaco anterior, por exemplo, apresente uma A pelve é dividida em pelve maior e pelve menor.
lesão de parâmetro maior em joelho, pé, lombar e cervi-
cal, devido às relações anatômicas, que serão discutidas • PELVE MAIOR (FALSA)
neste capítulo. Por esse motivo é muito importante o É a parte superior da pelve, onde estão algumas vísceras
osteopata avaliar as articulações sacroilíacas e a sínfise abdominais como o íleo e o cólon sigmóide. É limitada an-
púbica mesmo quando o paciente não tenha sofrido teriormente pela parede abdominal, póstero-lateralmente
traumas diretos sobre a pelve. pelas fossas ilíacas e posteriormente pelas vértebras de L5 e
S1. É a parte inferior da cavidade abdominal.
ANATOMIA APLICADA
A OSTEOPATIA • PELVE MENOR (VERDADEIRA)
Está localizada abaixo da pelve maior, onde estão as
vísceras pélvicas, constituídas pela bexiga urinária e pelos
• ANATOMIA ÓSSEA órgãos reprodutores: ovários e útero. Está limitada pelas
A região da pelve é formada por três diferentes faces pélvicas dos ossos fêmur, ilíacos, sacro e cóccix.
ossos, são esses: Inferiormente a pelve menor está limitada pelo diafrag-
• 2 ilíacos, de formato irregular, cada um dos quais se ma pélvico, formado pelos músculos do assoalho pélvico.
desenvolve a partir da fusão de 3 ossos: ílio, ísquio e púbis;
• 1 sacro, sendo esse em forma de cunha, que está
localizado entre os ilíacos e é formado pela fusão de 5
vértebras sacrais, originalmente separadas;
• 1 cóccix formado pela fusão de 3 ou 4 vértebras
coccígeas rudimentares.
Possui três articulações: duas articulações sacroilía-
cas, D e E, e uma articulação anterior que é a sínfise
púbica, unindo anteriormente os dois ossos ilíacos.
O ilíaco apresenta uma face lateral e uma face medial
que são bastante irregulares, marcadas por inserções
ósseas e ligamentares. Na sua face medial, apresenta as
facetas articulares que se relacionam com o sacro.

• ÍLIO
É uma estrutura em forma de leque que forma a face
superior do ilíaco e faz parte da porção superior do ace-
tábulo. Superiormente, apresenta uma crista ilíaca que
é convexa no plano sagital. As espinhas ilíacas ântero-
-superior e póstero-superior estão localizadas nas duas
extremidades da crista. Inferiormente a espinha ilíaca
póstero-superior, o ílio descreve uma curva irregular e
termina na espinha ilíaca póstero-inferior.

• ÍSQUIO
Possui um corpo e um ramo. A parte superior do
corpo do ísquio ajuda a formar o acetábulo, e o ramo
ajuda a formar o forame obturatório, onde passam a
artéria e o nervo obturatório.
A grande proeminência póstero-inferior do ísquio é a tu-

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Figura 1. Ilíaco, anatomia óssea. Fonte: Adaptado de Netter, 2000

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• ARTICULAÇÃO SACROILÍACA
As articulações sacroilíacas são, em uma parte, uma articulação sinovial e, em outra, uma sindesmose. A
sindesmose, é um tipo de articulação fibrosa, une os ossos com uma lâmina de tecido fibroso permitindo
uma mobilidade parcial.
Se abrimos uma articulação sacroilíaca como um livro, rodando as superfícies articulares em torno de um eixo
vertical, veremos claramente a correspondência das suas superfícies auriculares em forma de C, a face auricular do
osso ilíaco possui a superfície convexa do C direcionada anterior e inferiormente, para a osteopatia a parte superior
do C é o braço menor, istmo, onde se dividem os dois braços, e o braço maior é o inferior. Essa articulação é reves-
tida de cartilagem e é bastante irregular, porém, apresenta a forma de um trilho convexo. Podemos dizer grossei-
ramente que ela está curvada sobre si própria, seguindo um arco de círculo, cujo centro está situado aproximada-
mente na altura da tuberosidade ilíaca, onde se insere fortes ligamentos da articulação sacroilíaca.
Sobre esses braços que a articulação SI se move em posterioridade começando o movimento no braço
maior e terminando no braço menor, e de anterioridade, começando o movimento no braço menor e termi-
nando no braço maior, lembrando que esses movimentos fazem parte da microfisiologia articular e geral-
mente possuem um movimento de 1 a 2 mm.

Figura 2. Biomecânica da superfície auricular em rotação anterior e posterior do ilíaco.


Fonte: Adaptado de Ricard, 2005

SISTEMA LIGAMENTAR - LIGAMENTOS SACRO-ILÍACOS


• LIGAMENTO SI ANTERIOR
É um espessamento da cápsula articular ântero-inferior, formado por um leque fibroso que se origina da EIPS até a
EIPI dirigindo-se para todo o bordo lateral e anterior do sacro, formado por dois feixes, que são os freios da nutação. É
dividido em feixe ântero-superior e ântero-inferior.

• LIGAMENTO SI POSTERIOR
Reforça a articulação sacroilíaca posteriormente. Insere-se sobre as cristas sacrais laterais de S3-S4 indo
lateralmente à EIPS e ao lábio interno da crista ilíaca. Apresenta três divisões:
• Feixe superior: estende da tuberosidade ilíaca indo até o 1º tubérculo sacral lateral;
• Feixe médio (Zaglas): origina-se na tuberosidade ilíaca inserindo no 2º tubérculo sacral lateral;
• Feixe inferior: origina-se na EIPS inserindo sobre o 3º e 4º tubérculo sacral lateral.
Esses ligamentos ficam tensos durante a contranutação, sendo palpável logo abaixo da EIPS.

• LIGAMENTO SI INTERÓSSEO (AXIAL)


É o mais profundo e mais forte do grupo posterior, ocupando totalmente o espaço entre a crista sacral lateral e a tube-
rosidade ilíaca. É dividido em dois grupos:
• Fibras superficiais: originam-se na crista ilíaca e se inserem sobre a crista sacral lateral de S1-S2;
• Fibras profundas: originam-se na tuberosidade ilíaca lateralmente e se inserem sobre as fossas póstero-
-laterais do sacro.
Esse ligamento é o principal limitador à palpação da articulação sacroilíaca.

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• LIGAMENTOS SACRO-CIÁTICOS
- Ligamento sacro-ciático menor (sacroespinhal)
É triangular e está à frente do ligamento sacro-ciático
maior. Origina-se sobre o bordo ínfero-lateral do sacro e
do cóccix, e se insere sobre a espinha isquiática. Confun-
de-se com o músculo ísquio-coccígeo (coccígeo), sendo o
ligamento responsável pelas coccidínias secundárias em
pacientes com disfunções sacroilíacas.

- Ligamento sacro-ciático maior (sacrotuberal)


Esse ligamento está localizado posteriormente ao liga-
mento sacroespinhal, sendo composto por três feixes:
• Feixe superior: é o mais superficial, liga a EIPS ao cóccix;
• Feixe mediano: liga os tubérculos transversos do sacro,
bordo lateral do sacro, do cóccix ao túber isquiático;
• Feixe lateral: conecta o túber isquiático à EIPI.
O glúteo máximo mescla-se com esse ligamento, co-
locando-o em tensão durante sua contração. É inervado
pelo nervo cutâneo perfurante (S2-S3).
Obs.: A chanfradura isquiática é dividida por esses
dois ligamentos que formam dois orifícios importantes: o
forame isquiático maior, que é o orifício superior, por onde
passam o músculo piriforme, nervo isquiático, nervo pu-
dendo e artéria pudenda; e o forame isquiático menor, que é
o orifício inferior por onde sai o músculo obturador interno.

• LIGAMENTOS ÍLIOLOMBARES Figura 3. Complexo Articular da Pelve (Vista Anterior).


Unem as duas últimas vértebras lombares ao osso Fonte: Adaptado de Kamina – Tome 1 (2012).
ilíaco, estando divididos em dois feixes:

- Feixe superior
Origina-se do processo transverso da quarta vérte-
bra lombar e dirige-se para baixo, para fora e para trás,
inserindo-se na crista ilíaca;

- Feixe inferior
Origina-se no processo transverso da quinta vértebra
lombar e dirige-se para baixo, para fora e para frente,
inserindo-se sobre a crista ilíaca. Esse feixe possui dois
fascículos, sendo que o fascículo mais interno vai se
ligar à parte mais lateral da asa sacral.

Figura 4. Complexo Articular da Pelve (Vista Posterior).


Fonte: Adaptado de Kamina – Tome 1 (2012).

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• SISTEMA NERVOSO
A inervação dos músculos que tem um papel mecânico sobre o ilíaco vem do plexo lombossacral. Isso se
torna importante para a osteopatia porque uma disfunção que ocorre na coluna lombar ou sacral pode provo-
car uma facilitação e fixar uma disfunção ilíaca. Dessa forma, torna-se imprescindível, ao fazer as correções
sobre o osso ilíaco, investigar também a região lombar e sacral (quadro 1).

Quadro 1: Nervos periféricos e suas


raízes derivativas que inervam os
músculos da cintura pélvica.

Músculos N. periférico (raízes)


Abdominais Ramos Ventrais (T12, L1)
Piramidais N. subcostal (T12)
Glúteo médio Glúteo superior (L5, S1)
Glúteo mínimo Glúteo superior (L5, S1)
Glúteo máximo Glúteo inferior (L5, S1, S2)
Piriforme Ramos Ventrais (L5, S1, S2)
Gêmeo superior N. do obturatório interno (L5, S1)
Gêmeo inferior N. do quadrado da coxa (L5, S1)
Obturador externo Obturatório (L3, L4)
Obturador Interno N. do obturatório interno (L5, S1)
Quadrado da coxa N. do quadrado da coxa (L5, S1)
Semimembranoso Tibial (L5, S1, S2)
Semitendinoso Tibial (L5, S1, S2)
Bíceps da coxa Tibial, perineal comum (L5, S1, S2)
Adutor curto Obturatório (L2, L3, L4)
Adutor longo Obturatório (L2, L3, L4)
Adutor magno Obturatório, tibial (L2, L3, L4)
Femoral, 0bturatório
Pectíneo
acessório (L2, L3)
Grácil Obturatório (L2, L3)
Reto da coxa Femoral (L2, L3, L4)
Sartório Femoral (L2, L3,)
Tensor da fáscia lata Glúteo superior (L4, L5)
Ramos lateral e intermédio dos
Eretor da espinha ramos dorsais segmentares
Quadrado Lombar Ramos ventrais (T12-L3 (L4))
Ilíaco Femoral (L2, L3, L4)
Psoas menor Ramos ventrais (L1)
Abdominais Ramos Ventrais (T12, L1)
Elevador do ânus Retal inferior, pudendo (S4)
Ramo perineal do n.
Esfíncter da uretra
pudendo (S2, S3, S4)
Coccígeos Ramos ventrais (S4, S5)
Ramificação medial do
Multífidos ramo segmentar posterior
Psoas maior Ramos ventrais (L1, L2, L3)
Quadro 1: Nervos periféricos e suas raízes derivativas que inervam os mús-
culos da cintura pélvica.

• SISTEMA VASCULAR
A pelve é vascularizada a partir da ramificação da aorta, que é dividida em artérias ilíacas comuns direita e es-
querda. Essas, por sua vez, emitem ramos que formam a artéria ilíaca interna e externa. É a partir desses ramos que
os músculos e vísceras do aparelho excretor e reprodutor, bem como o osso da pelve, serão vascularizados.
O osso ilíaco é ricamente vascularizado. As artérias destinadas a esse osso procedem da artéria íliolombar (divi-
são posterior da artéria ilíaca interna), da artéria glútea inferior (divisão anterior da artéria ilíaca interna) e da artéria
glútea superior (divisão posterior da artéria ilíaca interna). As artérias circunflexas (ramo da artéria femoral) e glúteas
vascularizam o ílio, a artéria obturatória vasculariza o acetábulo e o púbis, e a artéria pudenda vasculariza o ísquio.
Todo o tronco aórtico e as artérias que dele provém, são controlados pelas fibras pré-ganglionares do gânglio
aórtico simpático, que se encontram localizadas no segmento vertebral de T12-L1. Essa informação é muito relevan-
te para o Osteopata, pois uma disfunção vertebral a esse nível pode gerar uma facilitação medular e comprometer
toda a vascularização da pelve e dos membros inferiores.

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Figura 5. Sistema Arterial da Pelve.
Fonte: Adaptado de Gilroy – Atlas de Anatomia – 2º Edição (2014).

• SISTEMA MUSCULAR
O osso ilíaco recebe inúmeras inserções musculares › Relação Metamérica e Inervação Motora:
que são responsáveis pelo comportamento biomecânico Sua relação metamérica é correspondente aos me-
desse osso. Através da ação dos grupos musculares é tâmeros de L2-L3.
possível compreender os diferentes movimentos que
ocorrem em um sistema de eixos e planos. › Inervação Motora:
A perda da mobilidade desse osso está intimamente Nervo femoral.
ligada ao desequilíbrio das ações musculares. A correção
das lesões osteopáticas do osso ilíaco depende da corre- › Ação Motora:
ção artrocinemática, seguida de um trabalho muscular. Faz a flexão, abdução e gira lateralmente a coxa.
Em poucos locais do organismo, o trabalho muscular
é tão importante quanto nas normalizações ilíacas. Te- › Disfunções articulares associadas:
mos inserido no ilíaco 35 músculos, portanto, qualquer Rotação anterior da pelve.
alteração muscular pode gerar um mau posicionamen-
to dessa peça óssea. Dessa forma, podemos encontrar
› Área de dor referida:
hipomobilidades, gerando nos seguimentos acima ou
Região superior da coxa
abaixo áreas de hipermobilidades reacionais.
Região ântero-interna da coxa.
Portanto, torna-se importante para o clínico o conhe-
cimento anatômico dos músculos que se inserem no
ilíaco, bem como as suas linhas de força. Esses fatores
permitirão o raciocínio para a compreensão das várias
disfunções que podem acometer esse segmento.
Músculos importantes para a mecânica do osso ilíaco:
Esse músculos foram citados no módulos de lombar:
• Quadrado Lombar;
• Psoas Maior;
• Oblíquo externo;
• Oblíquo interno;
• Transverso do abdome;
• Reto do abdome.

Figura 6. Músculo Sartório e sua dor referida.


• SARTÓRIO Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005
Estende-se desde a EIAS até a parte superior da face
medial do joelho (pata de ganso).

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• MÚSCULO TENSOR DA FÁSCIA LATA - TFL › Inervação Motora:
Tem origem na EIAS e parte anterior da crista ilíaca. Nervo femoral.
Insere-se no trato iliotibial que se prende à face lateral do
joelho. Une-se às fibras provenientes do glúteo máximo. › Ação Motora:
Todos estendem a perna, o reto femoral também
› Relação Metamérica e Inervação Motora: estabiliza a articulação do quadril e ajuda o músculo
Sua relação metamérica é correspondente aos me- iliopsoas a fletir a coxa.
tâmeros de L5-S1.
› Disfunções articulares associadas:
› Inervação Motora: Disfunção de ilíaco anterior.
Nervo glúteo superior. Superioridade da patela.

› Ação Motora: › Área de dor referida:


Abduz, flete e gira medialmente a coxa. É um mús-
culo antigravitário, chamado de “lata de lixo”, onde se
acumulam muitas toxinas.

› Área de dor referida:


Região lateral da coxa.

Figura 8. Músculo reto anterior da coxa e sua dor referida.


Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005

Figura 7. Músculo TFL e sua dor referida.


Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005

• MÚSCULOS DO QUADRÍCEPS FEMORAL


Reto femoral: tem origem na EIAI e ílio superior
ao acetábulo.
Vasto lateral: tem origem no trocânter maior do fê-
mur e lábio lateral da linha áspera do fêmur.
Vasto medial: tem origem na linha intertrocantérica e
lábio medial da linha áspera do fêmur.
Vasto intermédio: tem origem na face anterior e late-
ral do corpo do fêmur.
Todos se inserem no ligamento da patela e na base
da patela.

› Relação Metamérica e Inervação Motora:


Sua relação metamérica é correspondente aos me-
tâmeros de L2-L4.

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Figura 9. Músculos Anterior da Coxa. Figura 10 Trato ílio-tibial.
Fonte: Adaptado de Kamina – Tome 1 (2012). Fonte: Adaptado de Kamina – Tome 1 (2012).

• MÚSCULOS ADUTORES
- Adutor Longo
É um grande músculo em forma de leque, o mais
superficial e mais longo de todos os adutores. Origina-se
no corpo do púbis inferior à crista do púbis, e se insere
na linha áspera do fêmur.

› Relação Metamérica e Inervação Motora


Sua relação metamérica é correspondente aos me-
tâmeros de L2-L4.

› Inervação Motora
Nervo obturatório.

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› Ação Motora › Relação Metamérica e Inervação Motora:
Aduz a coxa. Sua relação metamérica é correspondente aos me-
tâmeros de L2-L4.
› Disfunções articulares associadas
Disfunção de ilíaco anterior. › Inervação Motora:
Nervo obturatório para a porção adutora.
- Adutor Curto Nervo isquiático para a porção Jarrete.
Está atrás dos músculos, pectíneo e do adutor longo. Ori-
gina-se no corpo e ramo inferior do púbis, inserindo-se na
› Ação Motora:
Ambas as partes aduzem a coxa.
linha pectínea e parte proximal da linha áspera do fêmur.
A parte adutora flete a coxa e a parte do Jarrete
estende a coxa.
› Relação Metamérica e Inervação Motora:
Sua relação metamérica é correspondente aos metâ-
meros de L2-L4.
› Disfunções articulares associadas:
Disfunção de ilíaco anterior.
› Inervação Motora:
Nervo obturatório.
› Área de dor referida:
Região ântero-interna da coxa.
Região do assoalho e vísceras pélvicas.
› Ação Motora:
Aduz a coxa e até certo ponto, flete a coxa.

› Disfunções articulares associadas:


Disfunção de ilíaco anterior.

› Área de dor referida dos adutores longo e curto:


Região ântero-interna da coxa.

Figura 12. Ponto gatilho músculo adutor magno.


Fonte: Adaptado de Simons e travell, 2005.

- Grácil
Esse músculo é longo e semelhante a uma fita. Origi-
na-se na parte inferior do ramo pubiano e se insere na
região medial do joelho.

Relação Metamérica e Inervação Motora:


Sua relação metamérica é correspondente aos me-
tâmeros de L2-L3.

› Inervação Motora:
Figura 11. Músculo adutores longo e curto e sua dor referida. Nervo obturatório.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005
› Ação Motora:
- Adutor Magno Aduz a coxa, flete a perna e roda medialmente a per-
na quando o joelho está fletido.
É o maior músculo do grupo adutor. Possui duas partes:
a adutora e do Jarrete. A parte adutora origina-se no ramo
do ísquio e ramo inferior do púbis e se insere na tuberosi- › Disfunções articulares associadas:
dade glútea, linha áspera e linha supracondilar medial. A Disfunção de ilíaco anterior.
parte do Jarrete origina-se no túber isquiático e se insere no
tubérculo do adutor do fêmur. › Área de dor referida:
Região ântero-interna da coxa.

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Figura 13: Ponto gatilho músculo grácil.
Fonte: Adaptado de Simons e travell, 2005.

- Pectíneo
Estende-se do ramo superior do púbis e se insere
na linha pectínea do fêmur, imediatamente inferior ao
trocânter menor. É inervado pelo nervo femoral L2-L3 e
pode receber inervação do nervo obturatório.

› Relação Metamérica e Inervação Motora:


Sua relação metamérica é correspondente aos me-
tâmeros de L2-L3.

› Inervação Motora:
Nervo femoral e pode receber inervações do nervo
obturador.

› Ação Motora: Figura 15. Músculos Adutores.


Faz a adução e flexão a coxa e auxilia a rotação Fonte: Adaptado de Kamina – Tome 1 (2012).
medial da coxa.
• MÚSCULO OBTURADOR INTERNO
› Disfunções articulares associadas:
É um músculo chato, pequeno e profundo. Origina-se na
Disfunção de ilíaco anterior.
margem do forame obturador e membrana obturatória e se
insere na fossa trocantérica do fêmur.
› Área de dor referida:
Região ântero-interna da coxa.
› Relação Metamérica e Inervação Motora:
Sua relação metamérica é correspondente aos me-
tâmeros de L5-S1.

› Inervação Motora:
Nervo obturatório interno.

› Ação Motora:
Rotação externa da coxofemoral e fixa a coxa no
acetábulo.

› Disfunções articulares associadas:


Rotação externa da coxofemoral.

› Área de dor referida:


Região coccígea.
Região posterior da coxa.
Figura 14. Músculo pectíneo e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005

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- Glúteo médio
Origina-se na face externa do ílio, entre as linhas glúteas
anterior e posterior, e se insere no trocânter maior do
fêmur. Abduz e gira medialmente a coxa, e estabiliza a
pelve quando a perna contralateral é elevada. Nervo glúteo
superior L5-S1.

› Relação Metamérica e Inervação Motora:


Sua relação metamérica é correspondente aos me-
tâmeros de L4-S1.

› Inervação Motora:
Figura 16. Músculo obturador interno e sua dor referida. Nervo glúteo superior.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005
› Ação Motora:
Abdução e rotação interna da coxa.
• MÚSCULOS GLÚTEOS
- Glúteo máximo › Área de dor referida:
É o mais superficial dos glúteos. Origina-se desde a Região sacral.
face posterior do ílio, parte posterior do sacro, linha glútea Região Glútea.
posterior, cóccix e ligamento sacrotuberal e se insere no trato
iliotibial (que se insere no côndilo lateral da tíbia).

› Relação Metamérica e Inervação Motora:


Sua relação metamérica é correspondente aos me-
tâmeros de L5-S2.

› Inervação Motora:
Nervo glúteo inferior.

› Ação Motora:
Estende a coxa, ajuda sua rotação lateral e fixa a coxa,
ajudando a levantar da posição sentada para em pé. Figura 18. Músculo glúteo médio e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005.
› Disfunções articulares associadas:
Disfunção de rotação posterior do ilíaco.

› Área de dor referida:


Região glútea.

Figura 19. Músculo Glúteo Médio.


Figura 17. Músculo glúteo máximo e sua dor referida.
Fonte: Adaptado de Kamina – Tome 1 (2012).
Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005

100 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


- Glúteo mínimo • MÚSCULO QUADRADO FEMORAL
Origina-se na face externa do ílio, entre as linhas Origina-se na margem lateral do túber isquiático
glúteas anterior e inferior, e se insere no trocânter maior e se insere no tubérculo do quadrado do fêmur. Gira
do fêmur. Abduz e gira medialmente a coxa e estabiliza lateralmente a coxa e fixa a cabeça femoral no acetábulo.
a pelve. Nervo glúteo superior L5-S1. Nervo quadrado femoral L5-S1.

› Relação Metamérica e Inervação Motora: Relação Metamérica e Inervação Motora:


Sua relação metamérica é correspondente aos me- Sua relação metamérica é correspondente aos me-
tâmeros de L4-S1. tâmeros de L5-S1.

› Inervação Motora: Inervação Motora:


Nervo glúteo superior.
Nervo quadrado femoral.

› Ação Motora: Ação Motora:


Abdução e rotação interna da coxa.
Rotação externa da coxofemoral.
› Área de dor referida: Disfunções articulares associadas:
Região glútea. Rotação externa da coxofemoral.
Região póstero- lateral de coxa e perna.

Figura 20. Músculo glúteo mínimo e sua dor referida.


Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005

• MÚSCULO GÊMEOS SUPERIOR


E INFERIOR
O gêmeo superior se origina na espinha isquiática e o Figura 21. Músculos Pelvicotrocantéricos.
gêmeo inferior no túber isquiático. Ambos se inserem na Fonte: Adaptado de Kamina – Tome 1 (2012).
face medial do trocânter maior.
• MÚSCULOS ISQUIOTIBIAIS
› Relação Metamérica e Inervação Motora:
Sua relação metamérica é correspondente aos me-
- Bíceps femoral
tâmeros de L5-S1. Possui uma cabeça longa, situada no túber isquiático,
e uma cabeça curta, situada na metade inferior do lábio
› Inervação Motora: lateral da linha áspera do fêmur. Inferiormente, esse
Nervo obturador interno e nervo quadrado femoral músculo se insere sobre a cabeça da fíbula. Realiza a
para o gêmeo inferior. flexão e rotação externa do joelho.

› Ação Motora: › Relação Metamérica e Inervação Motora:


Giram lateralmente a coxa estendida e abduz a coxa Sua relação metamérica é correspondente aos me-
fletida. Fixa a cabeça do fêmur ao acetábulo. tâmeros de L5-S2.

› Disfunções articulares associadas: › Inervação Motora:


Rotação externa da coxofemoral. Nervo isquiático.

› Ação Motora:
Realiza a flexão e rotação externa do joelho.

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 101


› Disfunções articulares associadas: - Semimembranoso
Disfunção de ilíaco posterior. Superiormente, insere-se sobre o túber isquiático
Posterioridade da cabeça da fíbula. e, inferiormente, insere-se sobre o terço posterior do
côndilo medial da tíbia.
- Semitendinoso
Superiormente, insere-se sobre o túber isquiático › Relação Metamérica e Inervação Motora:
e, inferiormente, insere-se sobre o terço medial da Sua relação metamérica é correspondente aos me-
parte superior da tíbia. tâmeros de L5-S1.

› Relação Metamérica e Inervação Motora: › Inervação Motora:


Sua relação metamérica é correspondente aos me- Nervo isquiático.
tâmeros de L5-S1.
› Ação Motora:
› Inervação Motora: Junto com o semitendinoso estende a coxa, flete a
Nervo isquiático – (porção tibial). perna e gira medialmente quando o joelho está fletido;
quando a coxa e a perna estão fletidas, esses músculos
› Ação Motora: podem estender o tronco.
Realiza a flexão do joelho.
› Disfunções articulares associadas:
Disfunção de ilíaco posterior.
› Disfunções articulares associadas:
Disfunção de ilíaco posterior.
› Área de dor referida do grupamento
isquiotibial:
Região posterior de coxa e perna.

Figura 22. Músculo isquitibiais e sua dor referida.


Fonte: Adaptado de Simons e Travell, 2005

102 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


Figura 24. Eixo de movimento dos ilíacos.
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005

• ROTAÇÃO ANTERIOR DO ILÍACO


• Eixo de movimento transverso inferior.
• O braço menor do ilíaco desce e anterioriza jun-
tamente com o braço menor do sacro; o braço maior
desliza posteriormente e inferiormente.
• As EIAS deslocam-se anteriormente, para baixo e para
dentro, o que provoca uma separação posterior das asas
ilíacas. A esse movimento chamamos de rotação interna.
• O ísquio se desloca para trás, para cima e se afasta
da linha média corporal. Conjuntamente, produz-se um
deslizamento para baixo da sínfise púbica.
• A rotação anterior está limitada pela tensão da sínfise
púbica, pelo aumento do tônus do reto anterior do abdome,
ísquios tibiais e tensão do ligamento sacroilíaco.

Figura 23. Músculos Isquiotibiais.


Fonte: Adaptado de Kamina – Tome 1 (2012).

BIOMECÂNICA SACRO-ILÍACA
Para a medicina ortodoxa, as articulações SI pos-
suem movimentos somente durante o parto, nos mo-
vimentos de nutação e contranutação. Na osteopatia,
a biomecânica é distinta, porque descreve movimen-
tos do sacro entre os ilíacos e movimentos de rotação
dos ilíacos em relação ao sacro, que acompanham os
movimentos de cisalhamentos da sínfise púbica.
Para a osteopatia os ilíacos apresentam 7 eixos de
movimento:
• 3 eixos transversos: superior (S1), médio (S2) e infe-
rior (S2e S3), no plano sagital;
• 2 eixos verticais, no plano horizontal;
• 2 eixos ântero-posteriores, no plano frontal.
Sobre os eixos verticais, os ilíacos fazem o movimen-
to de rotação interna e externa. Sobre os eixos ântero- Figura 25. Rotação anterior do ilíaco.
-posteriores, os ilíacos fazem o movimento de out-flare e Fonte: Adaptado de Ricard, 2005
in-flare. Sobre o eixo transverso inferior os ilíacos fazem
movimentos de rotação ântero-posterior. • ROTAÇÃO POSTERIOR DO ILÍACO
• Eixo de movimento transverso inferior.
• O ilíaco roda posteriormente subindo e anteriorizando
o braço maior, e subindo e posteriorizando o braço menor.
• As EIPS vai para trás e para baixo. O ísquio vai
para frente e para cima. Automaticamente, anteriormen-

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 103


te as asas do ilíaco se afastam da linha média e poste- • ROTAÇÃO EXTERNA
riormente os ísquios se aproximam da linha média. A (ABERTURA DAS ASAS ILÍACAS)
esse movimento chamamos de rotação externa.
• Eixo de movimento vertical lateral.
• A rotação posterior está limitada pela tensão da
• O movimento é oposto à rotação interna.
sínfise púbica (adutores), reto anterior da coxa, pelo
• Há um desvio da sínfise homolateral para o mesmo lado.
tônus do grande dorsal, espinhais lombares e o plano
ligamentar posterior.

Figura 28. Rotação externa do ilíaco.


Fonte: Adaptado de Ricard, 2005

Figura 26. Rotação posterior do ilíaco.


DISFUNÇÕES ILÍACAS
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005
• AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS
DAS DISFUÇÕES ÍLIOSACRAS
• ROTAÇÃO INTERNA
(FECHAMENTO DAS ASAS ILÍACAS) - Inspeção estática
• Eixo de movimento vertical lateral. O osteopata nesse momento da avaliação extrai através
• As EIAS se aproximam da linha média anterior. de um olhar sobre a estática do paciente parâmetros que
• As EIPS se separam da linha média posterior. podem indicar e somar na construção diagnostica. Neste
• Há um desvio da sínfise púbica homolateral para segmento, deve-se atentar para:
o lado contrário e uma abertura da parte posterior da Na vista anterior, a altura das cristas ilíacas, nível das
articulação que produz tensão ligamentar posterior. EIAS e posição de rotação interna ou externa do fêmur.
Na vista posterior, além de corroborar com os achados
supracitados, observar se há um alterações de posição das
EIPS e fossetas de Michaelis;
Na vista lateral, se há possível presença de rotação
anterior ou posterior da pelve.
Vide imagens da inspeção estática no módulo de
segmento lombar.

- Inspeção dinâmica
Somar os parâmetros para determinar os padrões das
disfunções da pelve.
Vide imagens da inspeção estática no módulo de
segmento lombar.

- Palpação estática
A palpação do ilíaco vai além do osso em questão. É fun-
damental entender a importância que ele representa para os
MMII e vice-versa. Sendo assim, podemos encontrar algumas
marcações nos MMII que podem representar disfunção do
Figura 27. Rotação interna do ilíaco. ilíaco, sendo confirmada esta hipótese posteriormente com os
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005

104 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


testes dinâmicos. Sempre comparar um lado com o outro. › Sínfise púbica
Finta anterior, olhando em direção aos pés do pacien-
Decúbito dorsal te para evitar contato com os órgãos genitais. Centro de
• Maléolos. gravidade sobre a região, colocando a mão sobre o abdome
• EIAS. (quando for homem, colocar o pênis para baixo) e caminhar
• Sínfise Púbica. em direção ao ramo pubiano.
• Músculos: adutores, quadríceps, reto maior do ab- Usar sempre a mesma referência como as polpas digitais si-
dome, psoas e tensor da fáscia lata. métricas e os mesmos dedos ex.: 2º, 3º e 4º dedos da mão D e E.
Analisar o ramo pubiano e observar assimetrias, em altu-
Decúbito ventral ras, profundidades bilaterais, os músculos do abdome, adu-
tores e outros. Observar se há presença de cordões miálgicos,
• Ísquios. principalmente após inserções inferiores dos adutores.
• EIPS – braço menor e maior.
• Crista ilíaca.
• L5 - L4.
Decúbito ventral
• Músculos: isquiotibiais, glúteo máximo, médio, › Ísquios
mínimo, espinhais e quadrado lombar. Correr com a mão na face póstero-mediana da coxa. O
primeiro osso que se encontra é o ísquio. Com o centro de
gravidade sobre os ísquios avaliaremos as assimetrias ânte-
- Palpação dinâmica
ro-posterior e súpero-inferior. Podemos também observar
Testes clínicos na sua parte inferior o tônus dos ísquio tibiais que poderão
• Teste dos polegares ascendentes: Teste Mitchell. estar em sofrimento. Superiormente e medialmente, pode-
• Teste de Gillet para os ilíacos. mos fazer a palpação do ligamento sacro-ciático maior.
• Teste de Downing para os ilíacos.
• Teste de mobilidade global (TMG). › EIPS
A palpação é feita com a polpa dos polegares, sendo duas
Avaliação da articulação ílio-sacra palpação proeminências ósseas bem salientes posteriormente. Caso
tenha dificuldade na palpação, você̂ deve localizar a crista
Protocolo ilíaca e correr sua mão posteriormente até observar duas
• Paciente posicionado em decúbito dorsal. convexidades que representam as duas EIPS. Após localizá-
• Fletir os joelhos. -las com os polegares na sua parte inferior avalie as assime-
• Realizar a flexão total do quadril. trias. Ex.: EIPS direita mais baixa e posterior (ilíaco posterior
• Em seguida, pedir para o paciente realizar a ponte. à direita ou ilíaco anterior à esquerda ou torção ilíaca onde o
• Realizar extensão dos MMII. ilíaco direito é posterior e o ilíaco esquerdo anterior).
• Buscar assimetria entre os maléolos.
• O centro de gravidade do terapeuta tem que estar
› Músculos
em cima do local a ser avaliado.
Os espinhais participam de todos os processos da pelve.
Deve-se buscar a tonicidade bilateral dos espinhais.
Decúbito dorsal • Quadrado lombar – vai desde a última costela
› Maléolos até a crista ilíaca.
Com o polegar, tocar o bordo medial e inferior dos • Isquiostibiais - buscar espasmos e quadros álgicos.
maléolos, tracionando toda a pele com a extensão dos • Glúteos – buscar trigger points.
MMII, procurando assimetria entre o bordo inferior Localizações: logo abaixo da EIPS, próximo do sacro,
dos dois maléolos. está o glúteo máximo, mais distal o glúteo médio e no
bordo mais externo o glúteo mínimo.
› EIAS • Pélvico trocanterianos – estão entre o trocânter e o sacro.
Na região ântero-inferior, colocar os polegares sobre o São os responsáveis pela rotação externa da coxofemoral.
bordo inferior das EIAS, buscando as assimetrias desses
pontos bilateralmente. Comparar a distância entre as EIAS › Vértebra L5
e o umbigo e a distância entre a EIAS e a linha média. No ilíaco posterior, L5 estará em rotação para o lado
homolateral. No ilíaco anterior, L5 estará em rotação para o
› Músculos lado contralateral – em função dos ligamentos íliolombares.
Um dos membros estendidos e o membro a ser
avaliado com o joelho fletido e relaxado. Apoiá-lo sobre › Crista ilíaca
o quadril do terapeuta, realizar a palpação, iniciando Observar as simetrias entre elas, em altura, anterio-
sobre a cabeça da fíbula e a região da pata de ganso ridade ou posterioridade, rotação interna ou externa e
(sartório, grácil e semitendinoso), que no caso de um se há quadro doloroso nas inserções musculares sobre a
ilíaco posterior podem estar doloridos. Pode-se também crista ilíaca (quadrado lombar).
palpar os adutores. Com os joelhos estendidos, palpa-se
o quadríceps, reto anterior do abdome, tensor da fáscia Técnica Neutra 1
lata e o psoas, que deve ser palpado com o joelho fletido.
› Objetivo da técnica:
Realizar uma movimentação global da área dos braços

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 105


da articulação ílio-sacra a fim de identificar áreas de au- › Posição do terapeuta:
mento de densidade tecidual, características de disfunções Em pé, em finta anterior olhando para os pés do paciente.
osteopáticas. Essa técnica poderá iniciar o tratamento, bem
como observar a efetividade das técnicas empregadas. › Colocação das mãos:
Contato com o talo das mãos na região posterior do
› Posição do paciente: ilíaco e na área dos braços articulares.
Deitado em decúbito ventral com a cervical em
posição neutra. › Execução da técnica:
Com o talo de ambas as mãos realizar mobilizações
› Posição do terapeuta: no sentido de rotação, ântero-posterior e súpero-inferior
Em pé, em finta dupla e contralateral ao lado a ser abordado. apreciando a mobilidade articular e densidade da área dos
ilíacos em relação ao sacro e a coxofemoral.
› Colocação das mãos:
Contato misto na área dos braços maior e menor da
articulação ílio-sacra.

› Execução da técnica:
Com o contato misto realizar um pressão ântero-
-posterior nos braços maior e menor, a fim de avaliar a
capacidade de movimentação nessas articulações. Nesse
momento, o osteopata pode identificar aumentos de
densidade no sistema local. Essa técnica é uma continu-
ação da técnica neutra empregada na coluna lombar.

Figura 30 - Técnica Neutra 2

Técnica Neutra 3
› Objetivo da técnica:
Realizar pressões sobre a articulação ílio-sacra a fim de
observar se há restrição de mobilidade e densidade nela.

› Posição do paciente:
Deitado em decúbito dorsal.

Figura 29 - Técnica Neutra 1. › Posição do terapeuta:


Em pé, em finta anterior olhando para a cabeça do paciente.
Técnica Neutra 2
› Colocação das mãos:
› Objetivo da técnica: Usando a mão externa contactar com a polpa do
Realizar uma movimentação global da área do ilíaco em segundo, terceiro e quarto dedo envolvendo a EIPS e
decúbito lateral a fim de identificar as áreas de aumento de toda área das facetas articulares do ilíaco. Com a mão
densidade tecidual características de disfunções osteopá- interna envolver o joelho do paciente realizando uma
ticas. Essa técnica poderá iniciar o tratamento, bem como flexão do quadril e uma pressão axial sobre o fêmur do
observar a efetividade das técnicas empregadas. paciente.

› Posição do paciente: › Execução da técnica:


Deitado em decúbito lateral com o lado a ser traba- Partindo desse posicionamento e da pressão axial
lhado voltado para cima. realizar movimentos de circundução para realizar aber-
tura da articulação ílio-sacra. Apreciar a mobilidade em

106 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


abertura e densidade da área articular.

Figura 32 – Palpação do músculo quadríceps femoral.

- Teste de elasticidade
› Posição do paciente:
Decúbito dorsal, com os membros inferiores em ex-
tensão e no bordo inferior da maca.

› Posição do terapeuta:
Sentado e contralateral ao lado a ser avaliado.

› Colocação das mãos:


Mão cefálica apoia sobre o joelho e a mão caudal sobre o
Figura 31 - Técnica Neutra 3 pé do membro inferior homolateral ao terapeuta.

AVALIAÇÃO E TRATAMENTO NEURAL › Execução do teste:


Paciente realiza a flexão de quadril e de joelho do
Plexo lombar abordado no módulo de segmento lombar. membro inferior homolateral.
Plexo sacral será abordado no módulo de segmento sacral.
› Interpretação do teste:
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO MUSCULAR O teste é positivo para perda de elasticidade se o joelho do
paciente apresentar uma flexão menor de 80 graus.
• MÚSCULO DO QUADRÍCEPS FEMORAL
- Palpação
› Posição do paciente:
Decúbito dorsal com os membros estendidos.

› Posição do terapeuta:
Em finta anterior homolateral ao lado a ser avaliado.

› Colocação das mãos:


A mão externa posiciona-se na face anterior da coxa
e a mão interna na parte anterior da perna do paciente,
para resistir a contração.

› Execução da palpação: Figura 33 – Teste de elasticidade do músculo quadríceps femoral.


Solicita-se ao paciente uma contração em flexão de
quadril resistido pela mão interna, assim a área muscular - Teste de força
do quadríceps saltará sobre a mão externa. Delimitar a área
de contração na parte anterior da coxa realizar a palpação, e › Posição do paciente:
identificar as densidades teciduais. Paciente em decúbito dorsal com flexão de quadril e
joelho do lado a ser avaliado.

› Posição do terapeuta:
Em finta anterior olhando para os pés homolateral ao
lado a ser tratado.

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 107


› Colocação das mãos:
Com a mão interna contactar a região distal e anterior da
coxa e a mão externa estabilizar o tornozelo do paciente.

› Execução do teste:
Solicitar ao paciente uma força em flexão de quadril, o
terapeuta impõe também uma força em direção a exten-
são do quadril, devendo o paciente manter o movimento.

› Interpretação do teste:
Caso haja uma debilidade do músculo, o paciente não
conseguirá manter a posição de flexão do quadril.

Figura 35 – Técnica de liberação espontânea para o músculo


quadríceps femoral.

- Técnica de contração para o


grupo quadríceps
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

› Posição do terapeuta:
Em finta dupla homolateral ao lado a ser tratado.

› Colocação das mãos:


Com a mão caudal contactar a região distal e anterior da
coxa, e solicitar um movimento de flexão do quadril.
Figura 34 – Teste de força do músculo quadríceps femoral.
› Execução da técnica:
- Técnica de liberação espontânea Solicitar 3 contrações em flexão do quadril.
para o grupo do quadríceps
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta sentado homolateral ao lado a ser tratado
na altura da coxa do paciente.

› Colocação das mãos:


Envolver com as mãos toda a área proximal e distal
do músculo quadríceps femoral.

› Execução da técnica:
Engajar a origem e inserção do músculo e buscar a
aproximação dos extremos. Aguardar os sinais de liberação
do tecido e em seguida buscar alavancas onde distanciam Figura 36 – Técnica de contração para o músculo quadríceps
os pontos de origem e inserção, e novamente buscar os
sinais de liberação tecidual. Nesse grupamento, podemos - Técnica de stretching para reto femoral.
também, testar os movimentos onde deslocamos a porção
proximal dos músculos para medial e a porção distal para › Posição do paciente:
lateral apreciando as densidades, posteriormente podemos Paciente em decúbito dorsal, pode-se colocar uma
inverter os vetores esperando os sinais de liberação. almofada na região lombar, para evitar a hiperlordose e
no bordo inferior da maca.

› Posição do terapeuta:
Sendo em uma cadeira no bordo inferior da maca
homolateral ao lado a ser tratado.

› Colocação das mãos:


Mão craniana contactar a região distal e anterior da coxa

108 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


e mão caudal a região distal e anterior da perna. - Músculos isquiotibiais
› Palpação
› Execução da técnica: Posição do paciente: decúbito ventral com uma leve
Buscar a barreira elástica do músculo reto femoral flexão do joelho da perna a ser avaliada.
em extensão de quadril e flexão do joelho, oscilando de
maneira rítmica e mantendo a mesma amplitude a fim
de normalizar o tônus do músculo.
› Posição do terapeuta:
Em finta dupla homolateral ao lado a ser avaliado.

› Colocação das mãos:


Com ambas as mãos contactar o ventre muscular
dos isquiotibiais.

› Execução da palpação:
Solicita-se ao paciente uma contração em flexão de jo-
elho, assim a área muscular do grupamento isquiotibial
saltará sobre as mãos do terapeuta. Delimitar a área de
contração na parte posterior da coxa, realizar a palpação
e identificar as densidades teciduais.

Figura 37 – Técnica de stretching para o músculo reto femoral.

- Técnica de Spray Stretching


para reto femoral.
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal com o membro a ser tratado
para fora da maca, o membro contralateral em flexão de
quadril e o joelho sendo sustentado pelo paciente.

› Posição do terapeuta:
Sentado, próximo ao bordo inferior da maca.
Figura 39 – Palpação do grupamento isquiotibial.
› Colocação das mãos:
Mão cefálica sobre a região do tornozelo do paciente e
mão caudal segurando o spray.
- Teste de elasticidade para o
grupamento isquiotibial
› Execução da técnica: › Posição do paciente:
Flexão de joelho associada à extensão do quadril, até Decúbito dorsal, com os membros inferiores em ex-
encontrar a barreira motriz. Terapeuta aplica o spray por tensão e a região lombossacra apoiada na maca.
todo o trajeto do músculo. Após o relaxamento muscu-
lar ganha mais movimento encontrando nova barreira › Posição do terapeuta:
motriz. Aplica-se a técnica três vezes. Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente.

› Colocação das mãos:


Mão interna em contato na face anterior da coxa do
paciente, mantendo-a em direção a maca.

› Execução do teste:
Paciente ativamente realiza uma flexão do quadril
com o joelho estendido e tornozelos relaxados.

› Interpretação do teste:
O paciente deve ser capaz de elevar o seu membro inferior
em flexão até um ângulo de 80 graus em relação a maca..

Figura 38 – Técnica de spray stretching para o músculo reto femoral.

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 109


Figura 41 – Teste de força do grupamento isquiotibial.

Figura 40 – Teste de elasticidade do grupamento isquiotibial.


- Técnica de liberação espontânea para
- Teste de força o grupo dos isquiotibiais
› Posição do paciente: › Posição do paciente:
Paciente em decúbito ventral. Paciente em decúbito ventral.

› Posição do terapeuta: › Posição do terapeuta:


Em finta dupla homolateral ao lado a ser avaliado e Terapeuta homolateral ao lado a ser tratado na altura
na altura da coxa do paciente. da coxa do paciente.

› Colocação das mãos: › Colocação das mãos:


Refere-se a figura 41. Com a mão craniana, esta- Envolver com as mãos toda a área proximal e distal
bilizar a pelve, e a mão caudal posicionar na regiao do músculo quadríceps femoral.
posterior e distal da perna
› Execução da técnica:
› Execução do teste: Engajar a origem e inserção do músculo e buscar a apro-
Solicita-se ao paciente a flexão do joelho entre 50 ximação dos extremos. Aguardar os sinais de liberação do
e 70 graus, com a coxa em discreta rotação lateral e tecido e em seguida buscar as alavancas onde distanciam
a perna em discreta rotação lateral sobre a coxa. O os pontos de origem e inserção, e novamente buscar os
terapeuta com a mão caudal em contato com a porção sinais de liberação tecidual. Nesse grupamento, podemos
distal e lateral da perna exerce uma pressão no senti- também, testar movimentos onde deslocamos a porção
do da extensão do joelho. proximal do músculo para medial e a porção distal para
lateral apreciando as densidades, posteriormente podemos
› Interpretação do teste: inverter os vetores esperando os sinais de liberação.
Caso haja uma debilidade do músculo, o paciente não
conseguirá manter a posição de flexão do joelho.

110 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


Figura 42 – Técnica de liberação espontânea do grupamento isquiotibial

- Técnica de inibição para os isquiotibiais


› Posição do paciente:
Decúbito ventral com o membro a ser avaliado em
flexão de joelho.

› Posição do terapeuta:
Em finta anterior homolateral ao lado a ser tratado e
olhando para a cabeça do paciente.

› Colocação das mãos: Figura 43 – Técnica de inibição do grupamento isquiotibial.


A mão interna estabiliza o tornozelo do membro a ser
avaliado e a mão externa posiciona-se no grupamento a ser
- Técnica de contração para isquiotibiais
palpado, na parte posterior da coxa.
› Posição do paciente:
› Execução da técnica: Paciente em decúbito ventral.
Solicitar que o paciente relaxe o membro e assim, realizar
a palpação identificando as densidades teciduais em toda › Posição do terapeuta:
parte posterior da coxa, localizando os trigger points e rea- Em finta dupla homolateral ao lado a ser tratado.
lizando inibições em pressões e estímulos rotacionais.
› Colocação das mãos:
Com a mão caudal contactar a face posterior e distal
da tíbia do membro a ser tratado, criando uma resistên-
cia para a flexão do joelho.

› Execução da técnica:
Pedimos ao paciente que realize três contrações
isométricas na direção da flexão do joelho em uma
resistência isométrica.

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 111


Figura 45 – Técnica de stretching dos isquiotibiais.

- Técnica de spray stretching


dos isquiotibiais
› Posição do paciente:
Em decúbito dorsal.

› Posição do terapeuta:
Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente
homolateral ao lado a ser tratado.

› Colocação das mãos:


A mão externa contacta a face póstero-lateral do tor-
Figura 44 – Técnica de contração dos isquiotibiais nozelo e a mão interna segura o spray.

- Técnica de stretching para os isquiotibiais › Execução da técnica:


› Posição do paciente: Buscar a barreira elástica em flexão de quadril,
Em decúbito dorsal com o membro em repouso e o aplicar o spray e buscar a nova barreira elástica. Repetir
outro a ser tratado estendido com flexão da coxofemoral o protocolo por 3 repetições e retornar o músculo em
em 90 graus e o joelho em semiflexão. posição de relaxamento.

› Posição do terapeuta:
Em finta anterior olhando para a cabeça do paciente.

› Colocação das mãos:


A mão interna contacta o calcâneo do paciente e a
mão externa fixa o membro contralateral.

› Execução da técnica:
A técnica consiste em realizar uma flexão da
coxofemoral com o joelho em extensão (porção dis-
tal). Para um alongamento da porção proximal dos
isquiotibiais, juntamente com as fibras profundas do
glúteo máximo, a técnica é realizada com semiflexão
de joelho e flexão de coxofemoral.
Obs.: A técnica pode ser realizada em abdução.

112 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


Figura 47 – Palpação dos músculos adutores.

- Teste de elasticidade
› Posição do paciente:
Decúbito dorsal, com semi-flexão de quadril e joelho.

› Posição do terapeuta:
Em finta anterior ao lado a ser avaliado.

› Colocação das mãos:


Com mão externa e mão interna na região anterior de
ambos os joelhos.
Figura 46 – Técnica de spray stretching dos isquiotibiais.
› Execução do teste:
Terapeuta deixa com que os membros repousem na
• MÚSCULOS ADUTORES direção da rotação externa e abdução do quadril.

- Palpação › Interpretação do teste:


› Posição do paciente: O teste é positivo para perda de elasticidade se for notado
Decúbito dorsal com o membro a ser avaliado em uma resistência elástica, sensação de repuxe e ou uma dife-
flexão de quadril e joelho. rença de amplitude de um membro em relação ao outro.
Nota: Se testado de forma unilateral, associa-se a perda
› Posição do terapeuta: da elasticidade do grupamento adutor, uma elevação da
Em finta anterior homolateral ao lado a ser avaliado. pelve homolateral junto a uma adução do quadril.

› Colocação das mãos:


A mão externa estabiliza o membro a ser avaliado e a
mão interna posiciona-se no grupamento a ser palpado,
na parte interna da coxa.

› Execução da palpação:
Solicita-se ao paciente uma contração em adução do qua-
dril resistido pela mão externa, assim a área muscular do
grupamento saltará sobre a mão interna. Delimitar a área
de contração na parte interna da coxa, solicitar que o pa-
ciente relaxe o membro caindo sobre o corpo do terapeuta e
realizar a palpação identificando as densidades teciduais.

Figura 48 – Teste de elasticidade dos músculos adutores

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 113


- Teste de força
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito lateral com o lado a ser ava-
liado para baixo.

› Posição do terapeuta:
Em finta dupla, com a mão caudal estabiliza a parte
interna e distal do membro a ser avaliado, e a mão cefálica
contacta a parte superior da crista ilíaca contralateral a ser
avaliada, com a finalidade de estabilizar.

› Execução do teste:
Solicita-se ao paciente a adução do membro inferior
debaixo, sem rotação do quadril ou inclinações na pel-
ve. Terapeuta executa uma pressão na perna avaliada na
direção da maca, em abdução. Figura 50 – Técnica de inibição dos músculos adutores

› Interpretação do teste: - Técnica de contração para os adutores


Caso haja uma debilidade do músculo, o paciente não
conseguirá manter a posição de adução do quadril. › Posição do paciente:
Paciente em decúbito dorsal, com rotação externa do
quadril e flexão do joelho.

› Posição do terapeuta:
Em finta anterior homolateral ao lado a ser tratado.

› Colocação das mãos:


Com a mão externa contacta a face medial do
joelho e a mão interna contactar o membro do lado
contralateral a ser tratado.

› Execução da técnica:
Pedimos ao paciente que realize três contrações
isométricas na direção da adução do quadril em uma
resistência isométrica.

Figura 49 – Teste de força dos músculos adutores.

- Técnica de inibição muscular dos adutores


› Posição do paciente:
Decúbito dorsal com o membro a ser avaliado em
flexão de quadril e joelho.

› Posição do terapeuta:
Em finta anterior dupla ao lado a ser avaliado.

› Colocação das mãos:


A mão caudal estabiliza o membro a ser tratado e
a mão craniana posiciona a mão no grupamento a ser
inibido, na parte interna da coxa.

› Execução da técnica:
Solicita-se ao paciente uma contração em adução do quadril
resistido pela mão caudal, assim a área muscular do grupa-
mento saltará sobre a mão interna. Delimitar a área de contra-
ção na parte interna da coxa e buscar as densidades teciduais,
inibindo os trigger points em pressão ou estímulos rotacionais.

Figura 51 – Técnica de contração dos músculos adutores

114 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


- Técnica de stretching para adutores
› Posição do paciente:
Decúbito dorsal, próximo ao bordo lateral da maca
com a perna a ser tratada em abdução para fora da maca.

› Posição do terapeuta:
Finta anterior olhando para a cabeça do paciente
ao lado a ser tratado.

› Colocação das mãos:


A mão interna estabiliza o membro contralateral e a mão
externa contacta a face medial do tornozelo do membro a
ser tratado mantendo-o em posição neutra para as rotações.

› Execução da técnica:
Com a mão externa o terapeuta vai aumentando a ab-
dução até encontrar a barreira motriz, enquanto que a mão
contralateral estabiliza o membro contrário. Ao encontrar a
barreira trabalha-se em stretching em abdução.

Figura 53 – Técnica de spray stretching dos músculos adutores

• MÚSCULO RETO ANTERIOR DO ABDOME


- Teste de força
Descreveremos um teste onde combinam os movimen-
tos de flexão e rotação do tronco, com intuito de avaliar os
Figura 52 – Técnica de stretching dos músculos adutores músculos retos e oblíquos do abdome de maneira global.
Esse movimento oblíquo do tronco solicitará a contração
do reto abdominal, oblíquo externo contralateral a rota-
- Técnica de spray stretching para adutores ção e do oblíquo interno homolateral a rotação.
› Posição do paciente:
Decúbito dorsal com o membro a ser tratado em ab- › Posição do paciente:
dução de quadril e flexão de joelho. Em decúbito dorsal.

› Posição do terapeuta: › Posição do terapeuta:


Finta anterior homolateral ao lado a ser tratado. Em finta dupla na altura da coxa do paciente, estabili-
zando os membros inferiores na maca.
› Colocação das mãos:
A mão externa segura o spray e a mão interna estabi- › Execução do teste:
liza a pelve contralateral do paciente. O terapeuta posiciona o paciente com flexão do tronco
e quadril e com as mãos aplica uma resistência no sentido
› Execução da técnica: contrário para que o paciente mantenha essa posição.
Encontra-se a barreira motriz em abdução e apli-
ca-se o spray. Acha-se a nova barreira e trabalhe com › Interpretação do teste:
aplicações de 3 ciclos. Caso haja uma debilidade dos músculos, o paciente não
conseguirá manter a posição sendo positivo o teste.

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 115


Figura 55 – Teste de spray stretching para o músculo reto anterior
Figura 54 – Teste de força para o músculo reto anterior do abdome do abdome

Nota: As disfunções que comumente acometem o • AVALIAÇÃO E TRATAMENTO


grupamento abdominal são as debilidades musculares. ARTICULAR DA PELVE
Cabe ao osteopata, identificar as disfunções que impos-
sibilitam o grupamento de se ativar. Posteriormente, - Teste do polegar ascendente
com os músculos capazes de se ativar abordá-los de › Objetivo do teste:
maneira correta, orientando exercícios ou encaminhan- • Informar o lado da disfunção.
do para profissionais especializados.
› Posição do paciente:
- Técnica de spray stretching para o reto • Paciente de pé, com os pés paralelos afastados 15 cm.
anterior do abdome
› Posição do paciente: › Posição do terapeuta:
Decúbito dorsal, com os MMII pendentes para fora • Terapeuta atrás do paciente e com os olhos na altu-
da maca, apoiados sobre um banco e MMSS elevados. ra do quadril do paciente.
Obs.: deve ser colocado um apoio sobre o quadril
para não machucar o paciente. › Colocação das mãos:
• Colocar suavemente os polegares paralela-
› Posição do terapeuta: mente, sobre a EIPS.
Finta anterior do lado contralateral a ser tratado.
› Execução da técnica:
› Colocação das mãos: • Pede-se para o paciente realizar uma flexão do
Mão cefálica detém e aplica o spray. tronco. Com isso o ilí aco e o sacro realizarão um
movimento em dois tempos: o ilí aco se deslizará
anteriormente e o sacro posteriormente.
› Execução da Técnica:
Aplica-se o spray na área das fibras musculares e de
dor referida.
Após a aplicação do spray, pede-se ao paciente para
que uma das pernas desça em relação ao banco em uma
expiração profunda. Durante essa expiração, aplica-se
um novo jato do spray em sentido caudal. Repetir o
procedimento no lado contralateral e ao final promover
uma aproximação das fibras musculares com um conco-
mitante relaxamento lombar.

116 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


Figura 58. Execução do teste de polegar ascendente.

› Interpretação do teste:
• Deve-se observar uma elevação dos dois polegares
que estão sobres as EIPS.
• Os polegares devem ser colocados suavemente e sobre
a pele do paciente, sem exercer muita pressão e, de prefe-
rência, o terapeuta deverá estar com os olhos fechados.
• O polegar que subir mais rápido é o lado da disfun-
ção, pois a articulação estará bloqueada, ocorrendo um
movimento em bloco.
• Nesse caso, a articulação sacroilíaca perde o movi-
mento de dissociação do ilíaco em relação ao sacro.
• Esse teste informa apenas o lado da disfunção, mas
não confirma se é uma disfunção ilíaca ou sacra.
Figura 56. Posição do terapeuta e do paciente no teste de polegar
ascendente. • Em uma escoliose pode-se ter a assimetria na
altura dos polegares.

- Teste de gillet para os ilíacos


› Objetivo do teste:
Avaliar qual braço da articulação sacroilíaca está bloqueado.

› Posição do paciente:
• Paciente de pé, voltado para a parede, com os pés
paralelos, apoiando as mãos na parede, fazendo um
retângulo entre os braços e o corpo, e com espaço para
que possa fletir os joelhos à frente.
• A flexão do joelho é para que o ilí aco possa se
posteriorizar.

› Posição do terapeuta:
Figura 57. Posição das mãos no teste de polegar ascendente. O terapeuta com o olhar na altura da EIPS.

› Colocação das mãos:


• Braço menor: mão avaliadora com o polegar um
nível acima da EIPS do lado a ser avaliado e a mão de
referência com o polegar sobre S1.

• Braço maior: mão avaliadora com o polegar dois


níveis abaixo da EIPS e a mão de referência sobre S3-
S4 (início da fenda glútea).

› Execução da técnica:
Pedir ao paciente que faça uma flexão de 90 graus do
joelho e quadril (acima disso haverá uma báscula poste-

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 117


rior da pelve) do membro homolateral a ser avaliado. distal segurando o maléolo lateral.

› Interpretação do teste: › Execução da técnica:


• Deve ocorrer um descenso do polegar da mão ava- • Esse teste coloca em tensão os ligamentos da coxo-
liadora em relação ao polegar da mão de referência que femoral (ílio-femoral, pubo-femoral e ísquio-femoral),
estará fixo sobre S2. que quando tensionados arrastam o ilíaco anterior-
• Caso não haja um descenso do polegar avaliador mente e posteriormente.
com relação ao polegar de referência é indício de uma • Para tirar as tensões dos ligamentos deve-se fletir os
disfunção no braço avaliado. dois membros sobre o quadril. Logo após, segurar entre os
maléolos e estender os membros inferiores.
• Fazer um traço no maléolo interno de uma das per-
nas e transferir esse traço ao outro maléolo, sendo que
esse deverá ser simétrico com o primeiro, não importan-
do se há diferença na altura dos mesmos.

- Anterior:
• Flexão de 90 graus do quadril e joelho, abdução, rota-
ção externa até a barreira motriz, sem perder a tensão. Pas-
sando sobre o outro membro estendido, faz-se a extensão
do MI. Compara-se com a marcação do maléolo contrário,
realizando uma nova marcação no mesmo.
• Obs.: Após o teste retirar a tensão dos ligamentos
do quadril, fazendo uma flexão do mesmo.

Figura 59. Posição do terapeuta e do paciente para o teste de Gillet. - Posterior:


• Flexão de 90 graus do quadril e joelho, adução e ro-
tação interna até a barreira motriz, sem perder a tensão.
Colocar o membro para fora da maca e realizar extensão
do MID. Compara-se com a marcação do maléolo con-
trário, realizando uma nova marcação nele.

› Interpretação do teste:
• Se o ilíaco se moveu para posterior e anterior ele está livre.
• Se o ilíaco não se moveu para anterior e se moveu
para posterior, há disfunção de posterioridade.
• Se o ilíaco se moveu para anterior e não se moveu
para posterior, há disfunção de anterioridade.
• Se o ilíaco não caminhou nem para frente e nem
para trás, há disfunção de up-slip.

Figura 60. Teste de Gillet em execução.

- Teste de dowing
› Objetivo do teste:
Avaliar a possibilidade de encurtamento ou de alon-
gamento dos membros inferiores, causado pela rotação
anterior ou posterior do ilíaco.

› Posição do paciente:
Posicionar o paciente em decúbito dorsal, fazer uma
flexão total dos joelhos e quadril e, em seguida, a exten-
são dos membros inferiores.
Figura 61. Teste de Downing para anterioridade do ilíaco.
› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior, olhando para o pé do
paciente, do lado homolateral a ser avaliado.

› Colocação das mãos:


Com a mão cefálica na face lateral da coxa, e a mão

118 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


Figura 62. Teste de Downing para posterioridade do ilíaco.

• DIAGNÓSTICO DA PELVE
Todos os eixos e planos de movimento se somam na
mecânica fisiológica do ilíaco durante a marcha, resul-
tando em um movimento tridimensional. A rotação
anterior, rotação interna e o movimento de in-flare Figura 63. Espasmos musculares fixando a rotação anterior do ilíaco.
(fechamento superior da asa ilíaca) acontecem ao mesmo Fonte: Adaptado de Ricard, 2005
tempo. Do mesmo modo, a rotação posterior, rotação
externa e o out-flare (abertura superior da asa ilíaca) se Músculos que sofrem com a disfunção
somam e acontecem em um só movimento.
Podemos observar essa cinemática durante a marcha,
(hipertonia)
quando levamos o membro inferior adiante, em balanço, • Reto anterior do abdome;
ocorre a rotação posterior, rotação externa e o out-flare • Psoas;
e o membro contralateral, em apoio posterior, realiza • Bíceps femoral;
rotação anterior, rotação interna e in-flare. • Ísquio-tibiais;
É importante salientar que ao corrigirmos uma disfun- • Glúteo maior.
ção em rotação anterior ou posterior estamos corrigindo
os outros componentes associados a essa disfunção.

• DISFUNÇÕES ÍLIO-SACRAS
• Disfunção de ilíaco anterior;
• Disfunção de ilíaco posterior.

- Disfunções traumáticas
• Disfunção em torção ilíaca;
• Disfunção em up-slip de ilíaco;
• Disfunção da sínfise púbica.

- Ilíaco anterior
• Produz-se sobre o eixo transverso inferior.
• Ao nível das superfícies articulares o ilíaco abaixa
e vai para adiante (anterior) sobre o braço menor e para
baixo e para trás (posterior) sobre o braço maior.
• A EIAS está anterior e inferior, e a EIPS está
anterior e superior.
• Ocorre uma imbricação do braço maior e uma de-
simbricação do braço menor.

Músculos que fixam a disfunção (espasmo)


• Íliolombares (espinhais); Figura 64. Músculos tensionados devido a rotação anterior do ilíaco.
• Quadríceps (reto-femoral); Fonte: Adaptado de Ricard, 2005
• Sartório;
• Ilíaco;
• Adutores.

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 119


Sinais clínicos
• Perna longa homolateral (teste de Downing);
• Rotação interna da coxofemoral;
• EIAS mais baixa e anterior;
• EIPS mais alta e anterior;
• Ramo pubiano mais baixo;
• Base sacra relativamente mais posterior;
• Rotação contralateral de L5.

Figura 66. Músculos espasmados que fixam uma rotação posterior do ilíaco.
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005
Músculos que sofrem com a disfunção
(hipertonia)
• Ilíaco;
Figura 65. Sinais clínicos de um ilíaco anterior – 1. Crista ilíaca • Sartório;
mais baixa. 2. Rotação anterior. 3. EIAS anterior e inferior. 4. Base • Reto anterior da coxa;
sacra relativamente mais posterior. 5. Ilíaco mais pequeno vertical-
mente. 6. Ramo pubiano mais baixo. 7. Coxofemoral mais baixa. 8. • Adutores;
Rotação interna da coxofemoral. 9. Perna mais longa homolateral. • Quadrado lombar.
10. Rotação contralateral de L5.
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005

Repercussões à distância
• Tensão do ligamento ílio-pectíneo → tensão na
parte ínfero- interna da prega inguinal;
• Tensão sobre o glúteo maior → dor nas nádegas;
• Tensão sobre os isquiotibiais→ dor tíbio-fibular
superior e na face lateral do joelho e tornozelo;
• Tensão sobre o quadrado lombar → última
costela e diafragma.

- Ilíaco posterior
• Produz-se sobre o eixo transverso inferior;
• Ocorre uma imbricação do braço menor e uma
desimbricação do braço maior.

Músculos que fixam a disfunção


(espasmo)
• Isquiotibiais (Bíceps femoral);
• Reto anterior do abdome;
• Psoas;
• Glúteo maior.

Figura 67. Músculos tensionados devido a uma rotação posterior do ilíaco.


Fonte: Adaptado de Ricard, 2005

120 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


Sinais clínicos e de posterior para anterior, até sentir a restrição dos
• Perna curta homolateral; tecidos. A partir daí, realiza as mobilizações de baixa
• Rotação externa da coxofemoral; amplitude em bombeios, respeitando a anatomia e vetor
• EIAS mais alta e posterior; das faces articulares do ilíaco.
• EIPS mais baixa e posterior;
• Ramo pubiano mais alto;
• Base sacra relativamente mais anterior;
• Rotação homolateral de L5.

Figura 68. Sinais clínicos de um ilíaco posterior – 1. Crista ilíaca mais


alta. 2. Rotação posterior. 3. EIAS mais alta e superior. 4. Base sacra
relativamente posterior. 5. Ramo pubiano mais alto. 6. Ilíaco maior
verticalmente. 7. Coxofemoral mais alta. 8. Rotação externa da coxofe-
moral. 9. Perna curta homolateral. 10. Rotação homolateral de L5.
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005

Repercussões à distância
• Tensão sobre o sartório e adutores -> dor interna na
articulação do joelho; Figura 69 – Técnica de baixa amplitude para o ilíaco anterior.
• Tensão sobre o reto anterior da coxa-> pseudo sín-
drome fêmoro-patelar;
• Tensão sobre o quadrado lombar -> dor na 12º costela;
• Tensão sobre o grande dorsal -> dor no ombro.

TRATAMENTO ARTICULAR DA PELVE


• MOBILIZAÇÃO DE BAIXA AMPLITUDE
PARA OS ILÍACOS
› Objetivo da técnica:
Gerar mobilidade nos braços articulares do ilíaco.

› Posição do paciente:
Decúbito ventral.

› Posição do terapeuta:
Ilíaco Posterior - Finta anterior olhando para a cabeça;
Ilíaco Anterior - Finta anterior olhando para os pés.

› Colocação das mãos:


Ilíaco Posterior – Contactar usando o talo da mão a área
do braço menor reforçando com a mão contralateral.
Ilíaco Anterior – Contactar usando o talo da mão a área
do braço maior reforçando com a mão contralateral.

› Execução da técnica:
Terapeuta exerce uma pressão de cima para baixo
Figura 70 – Técnica de baixa amplitude para o ilíaco posterior.

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 121


- Técnica articulatória para ilíaco anterior e - Técnica de energia muscular para
posterior (técnica de volante) ilíaco anterior
› Objetivo da técnica: › Objetivo da técnica:
Restabelecer o movimento do ilí aco em anteriori- Ganhar mobilidade para o ilíaco se posteriorizar.
dade e posterioridade.
› Posição do paciente:
› Posição do paciente: Paciente em decúbito dorsal.
Paciente em decúbito lateral, com a disfunção para cima.
› Posição do terapeuta:
› Posição do terapeuta: Terapeuta em FA, homolateral ao lado a ser tratado,
Terapeuta em FD. com o tórax apoiado na perna do paciente.

› Colocação das mãos: › Colocação das mãos:


Mão caudal toma contato com o ísquio, mão cefálica A mão externa na face anterior do joelho a ser tratado
sobre a EIPS ou EIAS, com a perna do paciente sobre o e a mão interna na face anterior do joelho contralateral.
antebraço do terapeuta.
› Execução da técnica:
› Execução da técnica: • Flexão do membro inferior até a barreira motriz.
• Para o ilíaco anterior: mão cefálica desloca EIAS pos- • Apó s realizar uma abduç ão e rotaç ão externa,
teriormente e a mão caudal sobre o túber isquiático, com acumular os parâ metros.
uma mudança de finta dupla para finta anterior. • Solicitar ao paciente trê s ciclos de trê s segundos
• Para ilíaco posterior: mão cefálica desloca EIPS an- e nova barreira motriz.
teriormente e a mão caudal sobre o túber isquiático, com
uma mudança de finta dupla para finta anterior.

Figura 73. Técnica de energia muscular para ilíaco anterior.


Figura 71. Técnica articulatória em volante para ilíaco anterior.
- Técnica de energia muscular parailíaco
posterior
› Objetivo da técnica:
Ganhar mobilidade para o ilíaco se anteriorizar.

› Posição do paciente:
Paciente em decúbito ventral com o MI a ser tratado
com o joelho estendido.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior contralateral à disfunção.

› Colocação das mãos:


Apoiar a mão cefálica (contato do pisiforme) sobre a crista
ilíaca e a mão caudal sobre a face anterior do joelho.
Figura 72. Técnica articulatória em volante para ilíaco posterior.

› Execução da técnica:
• Com a mão apoiada no joelho, realizar a extensão
da coxofemoral, e com a mão apoiada sobre a crista

122 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


ilíaca, deslocar anteriormente o ilíaco.
• Pedir ao paciente três ciclos de três segundos e
após, nova barreira motriz.

Figura 75. Técnica de AVBA para ilíaco anterior.

- Técnica de avba para ilíaco posterior


Figura 74. Técnica de energia muscular para ilíaco posterior.
› Objetivo da técnica:
Restaurar o articular de anterioridade do Ilíaco.
- Técnica de avba para ilíaco anterior
› Objetivo da técnica: › Posição do paciente:
Restaurar o movimento articular de posteridade do Ilíaco. • Decúbito lateral com a disfunção para cima;
• Técnica em lombar roll.
› Posição do paciente:
• Decúbito lateral com a disfunção mecânica para cima; › Posição do terapeuta:
• Técnica em lombar roll. Terapeuta em FA olhando para a cabeça do paciente.

› Posição do terapeuta: › Construção das alavancas:


• Terapeuta em FA, na altura da pelve: o membro in- • Construção de um bom quadrado.
ferior anterior flexionado apoiado na borda da maca. O • Braço superior na face lateral do tronco.
membro inferior posterior faz contato com a face lateral • Obliquidade entre maléolo, quadril e ombro.
da perna flexionada do paciente. • Alavanca inferior: flexão do quadril e joelho até o nível de-
• O terapeuta sempre deve manter o centro de gravi- sejado (braço menor). Colocar o dorso do pé na fossa poplítea.
dade em cima da articulação manipulada. • Alavanca superior: flexão do tronco até braço menor.

› Construção das alavancas: › Colocação das mãos:


• Construção de um bom quadrado; • Mão cefálica sobre o sulco deltopeitoral;
• Braço superior do paciente na face lateral do tronco; • Contato com o antebraço caudal sobre o ilí aco
• Obliquidade entre maléolo, quadril e ombro; (asa ilí aca externa).
• Alavanca inferior: flexão do quadril e flexão do jo-
elho até chegar a tensão no local desejado (braço maior). › Execução da técnica:
Colocar o dorso do pé na fossa poplítea contralateral; • Trazer o paciente para si, até enxergar o braço menor.
• Alavanca superior: flexão do tronco até braço maior. • Sulco deltopeitoral apontando para o teto e o
joelho para o chão.
› Colocação das mãos: • Redução do slack de trás (posterior) para frente
• Mão cefálica repousa sobre o sulco deltopeitoral, (anterior) e de cima para baixo.
para dar segurança ao paciente. • Pedir a inspiração e no final da expiração thrust
• Contato com o antebraço caudal sobre o braço em bodydrop.
maior (túber isquiático).

› Execução da técnica:
• Trazer o paciente para si, até enxergar o braço maior.
• Sulco deltopeitoral apontado para o teto e o joe-
lho para o chão.
• Redução do slack de trás (posterior) para frente
(anterior) e de cima para baixo.
• Pedir a inspiração e no final da expiração thrust de
cima para baixo em body drop.

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 123


Figura 76. Técnica de AVBA para ilíaco posterior.

ILÍACO EM UP-SLIP
• Disfunção traumática, causada por uma caída sobre o pé;
• Transportar uma carga muito pesada de um só lado.

Figura 78. Sinais clínicos de um caso de up-slip – 1. Crista ilíaca mais


• MÚSCULOS QUE FIXAM A alta. 2. EIPS mais alta. 3. Superioridade do ilíaco. 4. Superioridade da
DISFUNÇÃO (ESPASMO) cabeça femoral. 5. Superioridade do ísquio. 6. Perna curta homolateral.
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005.
• Quadrado lombar;
• Reto do abdome;
• TRATAMENTO
• Grande dorsal;
• Sacro-lombar (espinhais). - Técnica de avba para disfunção em up-slip
› Objetivo da técnica:
Deslizar o ilíaco inferiormente.

› Posição do paciente:
Decúbito ventral ou dorsal (variação), com a perna
em ligeira adução e rotação interna.

› Posição do terapeuta:
Em FA, olhando para a cabeça do paciente, com a
coxa que se encontra à frente, em contato com a face
plantar do membro contralateral a ser trabalhado.

› Colocação das mãos:


As mãos devem abraçar a articulação do tornozelo.
Obs.: as mãos devem formar um bracelete sobre o
maléolo. O terapeuta deve cuidar para não segurar
no pé do paciente.

› Execução da técnica:
• No primeiro tempo, a técnica consiste no terapeu-
ta aplicar uma adução com rotação interna e tração do
Figura 77. Músculos espasmados que fixam uma disfunção de up-slip. membro a ser trabalhado. No segundo tempo, o terapeu-
Fonte: Adaptado de Ricard, 2005 ta solicita ao paciente que ele conte até três, e em seguida,
realize o ato de tossir. O terapeuta aproveita o relaxamen-
to do sistema cápsulo-ligamentar e realiza um thrust,
• SINAIS CLÍNICOS: deslocando o membro inferior ao peito do terapeuta.
• Três pontos altos – EIAS, EIPS e ísquio;
• Relaxamento do ligamento sacrociático maior
homolateral;
• Grande restrição de mobilidade.

124 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT


Figura 79. Técnica de AVBA para ilíaco em up-slip.
Figura 81. Técnica de energia muscular para torção ilíaca.

- Tratamento do ilíaco posterior


avba com uso do drop
› Posição do paciente:
Paciente em decúbito ventral.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior olhando para os pés
do paciente.

› Colocação das mãos:


Com a mão interna contactar a área do braço menor e
a mão externa reforçando o contato.

› Execução da técnica:
Figura 80. Variação em decúbito dorsal da técnica de AVBA em up-slip.
• Terapeuta posicionará o drop imediatamente abai-
xo da pelve e da região articular do braço menor e acio-
- Técnica de energia muscular para nará o mecanismo de drop. Com os contactas durante
o momento expiratório do paciente o terapeuta exerce a
correção de torção ilíaca pressão sobre a articulação e realiza uma AVBA, respei-
Ex.: torção de Ilíaco D anterior e Ilíaco E posterior. tando o vetor articular, sobre a articulação para desar-
mar o drop. Repetir esse mecanismo por 3 vezes.
› Objetivo da técnica:
Normalização do movimento ilíaco bilateral.

› Posição do paciente:
Paciente em DD, com o quadril próximo à borda
inferior da maca.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta em FA à frente da perna fletida, segurando
com as mãos os joelhos do paciente.

› Colocação das mãos:


Com a mão E colocar uma pressão empurrando o joe-
lho aumentando a flexão do quadril, para posteriorizar o
ilíaco D, e a coxa E para baixo, para anteriorizar o ilíaco E.

› Execução da técnica: Figura 82. Técnica de AVBA com uso de drop para ilíaco posterior.
• Deverá realizar uma leve abduç ão, rotaç ão exter-
na e flexão do MID, para levar o ilí aco para posterior,
e uma extensão da coxofemoral do MIE para levar o
ilí aco para anterior.

Módulo I - Segmento Pelve | IDOT Sistemas Musculoesquelético e Neural 125


- Tratamento do ilíaco anterior › Variação da técnica:
avba com uso do drop Terapeuta posicionará uma das mãos na face medial
do joelho e o cotovelo na face medial do outro joelho,
› Posição do paciente: pedindo ao paciente que realize uma adução, sendo que
Paciente em decúbito ventral.
o terapeuta irá resistir ao movimento.

› Posição do terapeuta:
Terapeuta em finta anterior olhando para a cabeça
do paciente.

› Colocação das mãos:


Com a mão interna contactar sobre o ísquio e a mão
externa reforçando o contato.

› Execução da técnica:
• Terapeuta posicionará o drop imediatamente abai-
xo da pelve e da região articular do braço menor e acio-
nará o mecanismo de drop. Com os contactas durante
o momento expiratório do paciente o terapeuta exerce a
pressão sobre a articulação e realiza uma AVBA, respei-
tando o vetor articular, sobre a articulação para desar-
mar o drop. Repetir esse mecanismo por 3 vezes.
Figura 84. Técnica de decoaptação da sínfise púbica.

Figura 83. Técnica de AVBA com uso de drop para ilíaco anterior.
Figura 85. Variação da técnica de decoaptação da sínfise púbica.
- Técnica de decoaptação da sínfise púbica
› Objetivo da técnica:
Decoaptar a sínfise púbica.

› Posição do paciente:
Decúbito dorsal, com os joelhos fletidos à 90 graus,
com os pés repousando sobre a maca.

› Posição do terapeuta:
Em FA, olhando para a cabeça do paciente

› Colocação das mãos:


As mãos estarão apoiadas na face lateral do joelho,
com os cotovelos perpendiculares.

› Execução da técnica:
A té cnica consiste em pedir ao paciente que realize
uma abduç ão máxima, porém o terapeuta resiste
ao movimento. Abruptamente, o terapeuta realiza a
retirada das mãos.

126 Sistemas Musculoesquelético e Neural Módulo I - Segmento Pelve | IDOT

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