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SUMÁRIO

1 Biomecânica da Pelve................................................................................. 3

2 Biomecânica do Joelho ............................................................................... 6

3 Biomecânica Pé e Tornozelo ...................................................................... 9

4 TRAUMATOLOGIA ................................................................................... 11

5 DESCRIÇÃO DAS TAREFAS ................................................................... 12

6 FISIOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE ARTROPLASTIA DE


QUADRIL 13

7 FISIOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE FRATURA


TRANSTROCANTERIANA........................................................................................ 14

8 FISIOTERAPIA PÓS FRATURA DIAFISÁRIA DE FÊMUR ...................... 15

9 OSTEOSSÍNTESE .................................................................................... 16

10 FISIOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE ARTROPLASTIA TOTAL


DE JOELHO .............................................................................................................. 17

11 FISIOTERAPIA NAS FRATURAS DE PATELA ..................................... 18

12 FISIOTERAPIA NAS FRATURAS DE PLATÔ TIBIAL ........................... 20

13 FIXAÇÃO EXTERNA ............................................................................. 21

14 FISIOTERAPIA NAS FRATURAS DE DIÁFISE TIBIAL ......................... 21

15 FISIOTERAPIA NAS FRATURAS DE PILÃO TIBIAL ............................ 23

16 RAFI e FIXADOR EXTERNO ................................................................ 23

17 FISIOTERAPIA NAS FRATURAS DE TORNOZELO ............................ 24

18 MEMBROS SUPERIORES .................................................................... 25

19 FRATURAS DA REGIÃO PROXIMAL DO ÚMERO, DE CLAVÍCULA E


ESCÁPULA 27

20 RUPTURA DO MANGUITO ROTADOR ................................................ 29

21 FRATURAS DA CABEÇA DO RÁDIO ................................................... 33

22 LUXAÇÃO DO COTOVELO .................................................................. 34

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23 FRATURA DO TERÇO DISTAL DO RÁDIO .......................................... 36

24 FRATURA DO ESCAFÓIDE .................................................................. 38

25 FRATURAS DA MÃO ............................................................................ 40

26 SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO .................................................... 41

27 LESÃO DOS TENDÕES FLEXORES .................................................... 44

28 LESÃO DOS TENDÕES EXTENSORES .............................................. 47

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1 BIOMECÂNICA DA PELVE

A pelve é, a porção do esqueleto que une o tronco às extremidades inferiores,


um anel ósseo formado pelo sacro e cóccix, posteriormente, e pelos dois ossos
formados pela fusão do: Ílio (situado posteriormente e lateralmente); Ísquio (porção
postero-inferior); Púbis (porção anteroinferior) (MIRANDA, 2000).

Para Filho (2007) a pelve é de suma importância para:


 Proteção das vísceras;
 Estabilização do tronco;
 A pelve com os membros inferiores ajuda na marcha;
 A pelve e o tronco mantêm o centro de gravidade que é o centro de
equilíbrio de todas às forças;
 Qualquer movimento feito com a pelve o que se movimenta primeiro é a
sacroilíaca (L5, S1) o movimento vai sempre iniciar e terminar no centro
articular;
 Participa do movimento de enrolamento e endireitamento, juntamente com
o tronco e a cabeça, com isso essa elipse é de grande importância para a
formação do sistema reto.
Os músculos flexores do quadril são os músculos situados na parte anterior da
coxa. Os músculos flexores são numerosos; os mais importantes são:

 Reto abdominal;
 Psoas;
 Ilíaco;
 Sartório;
 Reto femoral.

Certos músculos mediais também auxiliam na flexão do quadril, são eles:

 Pectíneo;
 Adutor curto
 Adutor longo;
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 Fibras anteriores dos glúteos mínimo e médio.

Os músculos extensores do quadril são os músculos da região glútea e


posteriores da coxa:

 Glúteo máximo;
 Fibras posteriores de glúteo médio;
 Fibras posteriores de glúteo mínimo;
 Porção longa do bíceps femoral;
 Semitendinoso;
 Semimembranoso;
 Porção extensora do adutor magno.

Os músculos abdutores são:

 Fibras superiores e laterais de glúteo máximo;


 Glúteo médio;
 Glúteo mínimo;
 Tensor da fáscia lata;
 Piriforme;
 Sartório;
 Obturador interno e externo (auxiliam).

Os músculos adutores são:

 Adutor magno;
 Adutor longo e curto;
 Grácil;
 Pectíneo;
 Psoas ilíaco;
 Fibras inferiores e mediais do glúteo máximo;
 Semitendinoso e semimembranoso auxiliam.
Os músculos rotadores externos são:
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 Piriforme;
 Obturador externo e interno;
 Gêmeo superior e inferior;
 Quadrado femoral;
 Fibras posteriores do glúteo médio;
 Sartório;
 Porção longa de bíceps femoral;
 Pectíneo;
 Grácil;
 Adutores longo, curto e magno.

Os músculos rotadores internos são: glúteo mínimo; tensor da fáscia lata; fibras
anteriores de glúteo médio; semitendinoso e semimembranoso auxiliam (GARDNER
et al. 1988).
Os ligamentos que unem os ramos púbicos são responsáveis pela estática e
pela estabilidade e são divididos em: ligamentos periféricos e ligamento interósseo
(KAPANDJI, 2000).
De acordo com Kapandji (2000), os ligamentos periféricos compreendem
quatro ligamentos que formam uma espécie de cápsula fibrosa tornando-se
anatomicamente confusa sua limitação. São eles:
 Ligamento anterior: também chamado de anteroinferior, com
característica grossa e resistente, formada por diversos fascículos
fibrosos de direção e tamanho diversos, provenientes das fibras
tendinosas dos numerosos músculos que se inserem e se originam na
sínfise púbica.
 Ligamento superior: é uma cinta fibrosa de coloração amarelada que se
estende horizontalmente de um púbis ao outro.
 Ligamento inferior: também chamado de subpúbico no prolongamento
do ligamento interósseo, formando um arco de margem cortante que
redondeia o vértice do arco púbico. As

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 Forças destes meios de união fazem da sínfise púbica uma articulação
muito sólida, difícil de deslocar.
 Ligamento posterior: é mais delgado, sendo praticamente formado pelo
periósteo posterior.
O ligamento interósseo, também chamado de disco interpubiano, é uma
fibrocartilagem que tem a forma de cunha, constituindo-se de duas porções:
 Uma periférica, dura, densa e muito resistente (porção cartilaginosa);
 Uma central, mais friável e que apresenta uma cavidade irregular de
paredes aderidas (porção fibrocartilaginosa), de maior diâmetro nas
mulheres.

2 BIOMECÂNICA DO JOELHO

De acordo com Dangelo e Fattini (2005), a articulação do joelho é formada


pelos côndilos do fêmur e pelas duas superfícies articulares da tíbia (côndilo medial e
lateral da tíbia). Do ponto de vista funcional, o joelho é trocogínglimo (articulação
trocoide), possibilitando movimentos em dois sentidos: extensão e flexão, assim como
movimentos de rotação (estes somente podendo ser executados em posição de
flexão).
O joelho estabelece a ligação entre perna e pé, de um lado, e a coxa, do outro
lado. O raio de ação da coxa determina o campo de ação do pé; este campo é bem
menor do que o da mão, por razões ditadas pela segurança estática. Por um lado, o
joelho confere apoio firme à unidade funcional formada pela coxa e pela perna.
Canavan (2001), afirma que a biomecânica do joelho é importante, pois os
movimentos conjugados normais e anormais do joelho determinam o estresse
aplicado sobre a musculatura, cartilagem hialina, nos meniscos e nos ligamentos.

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Fonte: www.ortopedia.facafisioterapia.net

O joelho move-se com 6° de liberdade, apresentando flexão e extensão,


translação (de anterior para posterior, de medial para lateral e axial), rotação, adução
e abdução. Os ligamentos funcionam melhor quando recebem carga. A arquitetura
óssea e os meniscos atuam em sintonia para colocar estresse ao longo das vias
ligamentares.
A articulação tibiofemoral é composta pelo fêmur e a tíbia. Na ponta do fêmur
se encontram duas superfícies convexas largas, os côndilos medial e lateral,
separados pela incisura intercondilar na parte de trás e pelo sulco patelar ou troclear
na frente. É importante rever as características anatômicas desses dois côndilos
porque suas diferenças e as diferenças correspondentes na tíbia são responsáveis
pela presença de rotação na articulação do joelho.
Embora os côndilos tibiais sejam virtualmente achatados, os côndilos femorais
têm um formato de polia convexa. Consequentemente, a partir de um ponto de vista
esquelética, a articulação tibiofemoral é muito instável (WATKINS, 2001).
Conforme Watkins (2001), a articulação patelofemoral consiste na articulação
da patela com o sulco troclear no fêmur. A patela é um osso sesamóide, com formato
triangular encapsulado pelos tendões dos músculos do quadríceps femoral.
O papel principal da patela é aumentar a vantagem mecânica do quadríceps
femoral. Durante a flexão do joelho, a patela desliza para baixo no sulco intercondilar
formado pela superfície patelar e pelos côndilos do fêmur.
A terceira e última articulação é a pequena articulação tibiofibular superior.
Essa consiste na articulação entre a cabeça da fíbula e a face póstero lateral e inferior
do côndilo tibial. É uma articulação deslizante, que se move ânteroposteriormente,

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para cima e para baixo, e com rotação em resposta à rotação da tíbia e do pé. A fíbula
gira externamente e move-se para cima e para baixo com a dorsiflexão do pé
(HAMILL, 2008).
Conforme Behnke (2004), o reto femoral é um músculo que atravessa tanto a
articulação do quadril como a do joelho, sendo o músculo mais superficial dos
músculos anteriores da coxa. É o músculo extensor da articulação do joelho. O vasto
lateral é o maior dos três músculos vastos. O vasto lateral, vasto intermédio e o vasto
medial são extensores da articulação do joelho. O sartório se origina na espinha ilíaca
anterossuperior, atravessa a articulação do quadril, passa posteriormente ao côndilo
medial do fêmur e se insere apenas inferiormente à extremidade proximal da
superfície medial da tíbia. Na articulação do joelho, o sartório o flexiona e promove a
rotação medial da perna.
O semitendíneo é o segundo isquiotibial que se origina na tuberosidade
isquiática e se insere na face medial da perna (BEHNKE, 2004).
O grácil é o único adutor da articulação do quadril que também atravessa a
articulação do joelho. Origina-se na superfície inferior da sínfese púbica, segue
posteriormente ao côndilo medial do fêmur e se insere apenas posteriormente na face
medial da extremidade proximal da tíbia (TORTORA e GRABOWSKI, 2002).
De acordo com Tortora e Grabowski, (2002), o bíceps femoral é um músculo
isquiotibial que tem duas cabeças: uma longa e outra curta. O bíceps femoral flexiona
o joelho, e, à medida que este alcança a flexão total, a perna rota externamente. Os
músculos sóleo originam-se na face posterior da cabeça da fíbula e inserem-se junto
com os gastrocnêmicos. Esses constituem um músculo tripartido, denominado tríceps
sural, que atuam juntos na flexão plantar e na articulação do tornozelo.
Para Behnke (2004), o semimembranáceo é o terceiro isquiotibial que se
origina na tuberosidade isquiática e se insere na face medial posterior do côndilo
medial da tíbia. O grácil, o semitendíneo e o sartório se inserem na mesma área,
denominada comumente de “pata de ganso”. Os três componentes flexionam a
articulação do joelho e fazem a rotação medial da perna. O trato iliotibial é uma
combinação dos tendões de inserção do glúteo máximo e do tensor da fáscia lata. Ela
flexiona e estende a articulação do joelho, dependendo do grau de angulação da
articulação. Quando a articulação do joelho se encontra entre a extensão completa e

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de 10 a 15° de flexão, o trato iliotibial está anterior ao côndilo femoral lateral e auxilia
na extensão da articulação do joelho.
O músculo poplíteo atravessa, em diagonal, o espaço poplíteo da articulação
do joelho, segue entre a face lateral do côndilo lateral do fêmur e a linha solear do
terço proximal da superfície posterior da tíbia. Tem como função a flexão e a rotação
medial. O músculo gastrocnêmico tem duas cabeças, ambas se combinam em um
único tendão de inserção que se liga ao calcâneo (BEHNKE, 2004).

3 BIOMECÂNICA PÉ E TORNOZELO

O pé e o tornozelo são estruturas anatômicas muito complexas, que consistem


em 26 ossos irregularmente moldados, 30 articulações sinoviais, mais de 100
ligamentos e 30 músculos agindo no segmento. Todas essas articulações precisam
agir harmoniosamente e combinadas entre si para obter um movimento cadenciado
(HAMILL, 2008).
Os movimentos do pé e tornozelo ocorrem pela combinação das articulações
talocrural, subtalar e transversa do tarso. A junção do tálus com o calcâneo forma a
articulação subtalar, enquanto que a articulação transversa do tarso é formada pela
união do calcâneo com o cuboide e do tálus com o navicular (PERRIN, 2008).
Os músculos do pé e tornozelo são diferenciados como intrínsecos e
extrínsecos. Os músculos intrínsecos, inervados pelos nervos plantares medial e
lateral, são divididos em quatro camadas, sendo a mais superficial, a fáscia plantar,
quem mantém o arco longitudinal. Já os músculos extrínsecos, originam-se na perna
e atuam sobre o tornozelo e os dedos.
 Os músculos tibiais anteriores, extensor longo do hálux, extensor longo
dos dedos e fibular terceiro, situados na face anterior, executam
dorsiflexão e extensão dos dedos.
 Os fibulares longo e curto, na região lateral, produzem eversão.
 Os músculos profundos póstero-mediais, que incluem o tibial posterior,
o flexor longo do hálux e o flexor longo dos dedos, causam inversão e
flexão dos dedos.

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 E por fim, os músculos gastrocnêmio, sóleo e músculos plantares
executam a flexão plantar e são conhecidos como músculos posteriores
verdadeiros (PERRIN, 2008).

Fonte: www.profandrefernandes.blogspot.com.br

O tornozelo, devido às suas características anatômicas, é uma articulação de


grande estabilidade quando em posição neutra. Tal fato deve-se à superfície convexa
do dômur talar que se apoia na concavidade da extremidade distal da tíbia, recebendo
apoio adicional dos maléolos tibiais medial e posterior e do maléolo lateral
(KAPANDJI, 2000).
Os músculos laterais da perna, responsáveis pela estabilidade dinâmica do
tornozelo, principais eversores são: fibulares longo e curto (PERRIN, 2008).
Conforme Moore e Dalley (2007), o esqueleto do pé pode ser dividido
funcionalmente em tarso, metatarso e falanges. O tarso é composto por sete ossos,
organizados em fileiras proximal e distal. A primeira fileira compreende o tálus e o
calcâneo, enquanto a última, contém medialmente o osso navicular e, médio-
lateralmente, os ossos cuneiformes (medial, intermédio e lateral) e o cuboide.
Os movimentos de abdução e adução e de pronação e supinação não existem
em estado puro nas articulações do pé. As articulações que compõem o pé
configuram-se de forma que o movimento em um plano é acompanhado por um
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movimento nos outros dois planos. Desse modo, o movimento de adução é
acompanhado, necessariamente, de uma supinação e uma extensão, caracterizando
a inversão. Por conseguinte, a abdução é acompanhada de pronação e flexão,
evidenciando-se uma eversão (KAPANDJI, 2000).

4 TRAUMATOLOGIA

As patologias traumáticas atualmente destacam-se nas estatísticas de


diagnósticos e internações hospitalares, tendo em vista o aumento da violência urbana
e da quantidade de veículos automotores (de Castro et al 2013).
O trauma já atinge o primeiro lugar entre os agravos que acometem a
população produtiva, tornando-se um grave problema de saúde pública pela
magnitude das sequelas orgânicas e emocionais que produz (Whitaker, Gutiérrez,
Koizumi,1998).
No Brasil, em 2005, foram registrados 36.661 óbitos e 124.283 internações
hospitalares decorrentes de acidentes de trânsito. Já em 2009, esses números
aumentaram, respectivamente, para 38.469 e 134.317, portanto, ocorreu um
crescimento de 4,93% na taxa de óbito e 8,07% nas internações hospitalares
(BRASIL, 2010).

Fonte: www.imotbh.com.br/

Em 2012, a taxa de internação hospitalar (SUS) por causas externas registrou


73% das internações para o sexo masculino e 27% para o sexo feminino.

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Quanto à faixa etária, elevados são os valores de frequência. Para a idade de
20 a 59 anos 59,8%. Houve aumento expressivo de internação para pessoas idosas
(70 anos ou mais): 63%. (Ministério da Saúde/Datasus-SIH/SUS).
Gumieiro et al, destacam como causa para essa incidência, as fraturas
secundárias a osteoporose e osteoartrose.
Em estudo realizado por de Castro et al (2013) ocorre a apresentação da
distribuição dos acometimentos de traumas segmentares. Para os membros inferiores
há a incidência, em ordem crescente, de acometimento segmentar de 6,3% para
joelho, 8,4% tornozelo, 10,7% pé, 12,8% tíbia e 15,5% fêmur.
Dada à grandeza dos números de vítimas do trauma e a complexidade dos
distúrbios ortopédicos e traumatológicos faz-se necessário o investimento pelo
Serviço de Ortopedia e Traumatologia, em especial, o segmento, fisioterapia, para a
criação de uma rotina procedimental de tratamento fisioterapêutico visando
potencializar a intervenção, viabilizando uma ordem sequencial de evolução funcional
para um melhor planejamento e organização da reabilitação física.
Objetivos Gerais da fisioterapia
 Restaurar e manter completa ADM;
 Melhorar e restaurar a força muscular;
 Reduzir e/ou prevenir edemas;
 Manter a representação cortical do segmento;
 Manter a função do sistema nervoso;
 Manter a função respiratória.

5 DESCRIÇÃO DAS TAREFAS

Prescrição de exercícios
Exercícios ativos, ativo-assistidos e passivos:
 Mínimo: 2 séries de 5 repetições
 Máximo: 3 séries de 10 repetições
Exercícios isométricos:
 Mínimo: 2 séries de 3 repetições de 6 segundos cada
 Máximo: 2 séries de 5 repetições de 6 segundos cada
Alongamento:
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 Mínimo: 1 série de 3 x de 20 segundos cada
 Máximo: 1 série de 5 x de 30 segundos cada

6 FISIOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE ARTROPLASTIA DE QUADRIL

Fase 1 - 1° dia pós-operatório


 Posicionamento do membro operado com leve abdução (colocar rolo
entre as pernas).
 Orientação para o paciente a respeito das precauções com o quadril:
não fechar a perna operada, não cruzar a perna operada, não inclinar o
tronco para frente, não deitar do lado operado, sentar sempre de forma
recostada.
 Exercícios metabólicos.
 Exercícios isométricos de quadríceps, abdômen e glúteos.
 Exercícios respiratórios e estímulo de tosse.
 Exercícios ativos para os MMSS, MI contralateral à cirurgia.

Fonte: www.iafortopedia.com.br

Fase 2 - 2° ao 5° dia pós-operatório


 Repetir os exercícios da fase 1.
 Exercícios ativos de flexão e extensão de joelho (se possível, caso
contrário, realizar o movimento de forma ativa-assistida).
 Exercícios ativos de abdução do quadril (se possível, caso contrário,
realizar o movimento de forma ativa-assistida).

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 Exercícios de ponte unipodal (fisioterapeuta auxilia o membro inferior
operado).
 Treinamento de mobilidade no leito.
 Treinamento de sedestação à beira do leito, do lado operado. (Sem
permitir que o tronco e o quadril façam um ângulo acima de 90°).
 Entrega da cartilha quanto ao posicionamento e exercícios a serem
realizados em domicilio até o retorno ao ambulatório.
Fase 3 - 6° ao 10° dia pós-operatório
 Repetir os exercícios da fase 2.
* Treino de marcha com carga total progressiva (utilizando o andador), quando
prótese cimentada.
* Nas próteses não cimentadas a deambulação depende do material utilizado
e intercorrências no intra-operatória, sendo assim será realizada após liberação
médica em prontuário.
 1° mês toque de artelhos.
 2° mês carga parcial. -3° mês carga total progressiva.

7 FISIOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE FRATURA


TRANSTROCANTERIANA

Fase 1 - 1° dia pós-operatório


 Posicionamento do membro operado em posição neutra.
 Orientar o paciente que o membro operado não pode realizar alavanca
e nem movimentos bruscos.
 Exercícios metabólicos.
 Exercícios isométricos de quadríceps, abdômen e glúteos.
 Exercícios respiratórios e estímulo de tosse.
 Exercícios ativos para MMSS e MI contralateral à cirurgia.

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Fonte: www.efdeportes.com

Fase 2 - 2° ao 5° dia pós-operatório


 Manter os exercícios da fase 1.
 Exercícios ativos de flexão e extensão de joelho e quadril (se possível,
caso contrário, realizar o movimento de forma ativa-assistida).
 Exercícios ativos de abdução e adução do quadril (se possível, caso
contrário, realizar o movimento de forma ativa-assistida).
 Exercícios de ponte unipodal (fisioterapeuta auxilia o membro inferior
operado).
 Treinamento de mobilidade no leito.
 Treinamento de sedestação à beira do leito, com a coxa do membro
operado completamente apoiada na cama.
 Entrega da cartilha quanto ao posicionamento e exercícios a serem
realizados em domicilio até o retorno ao ambulatório.
Fase 3 - 5° ao 10° dia pós-operatório
 Manter os exercícios da fase 2.
* Treino de marcha com toque de artelhos (utilizando o andador), de acordo
com liberação médica.

8 FISIOTERAPIA PÓS FRATURA DIAFISÁRIA DE FÊMUR

Tração transesquelética
 Manter MI sob tração.

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 Exercícios metabólicos.
 Exercícios isométricos de extensores do joelho e glúteo.
 Exercícios ativos de MMSS e MI contralateral.
 Exercícios respiratórios e estímulo de tosse.
 Posicionamento adequado no leito.
Fixador externo
 Mobilização patelar (se possível).
 Exercícios metabólicos.
 Exercícios isométricos de extensores do joelho e abdutores quadril.
 Exercícios ativos de MMSS e MI contralateral.
 Exercícios respiratórios e estímulo de tosse.
 Posicionamento adequado no leito e sentado no leito, com cuidado em
relação ao membro fraturado.

Fonte: www.slideshare.net

9 OSTEOSSÍNTESE

Fonte: www.slideshare.net

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Fase 1 - 1º dia pós-operatório
 Posicionamento adequado do MI.
 Mobilização patelar (se possível).
 Exercícios metabólicos.
 Exercícios isométricos de extensores do joelho e abdutores quadril.
 Exercícios ativos de MMSS e MI contralateral.
 Exercícios respiratórios e estímulo de tosse.
Fase 2 - 2º ao 5º dia pós-operatório
 Mantem condutas da fase 1.
 Flexão e abdução do quadril ativo ou ativo-assistido.
 Tríplice flexão ativa ou ativa-assistida da extremidade inferior.
 Mudança de decúbito, sentar beira leito.
Fase 3 - 6º a 10º dia pós-operatório
 Manter conduta da fase 1 e 2.
 Alongamentos dos músculos isquiotibiais, quadríceps e tríceps sural.
 F1exão na posição supina e abdução em decúbito lateral.
 Extensão ativa do joelho em cadeia cinética aberta de 90° a 30° de flexão
(respeitando o posicionamento do MI todo apoiado sobre a superfície da
cama).
 Fortalecimento de tríceps sural com resistência elástica.
 Ganho de ADM de flexão do joelho mantida por 10 minutos;
* Treino de marcha com carga toque de artelhos (fase 2), podendo progredir
para a fase 3 com carga de 20 kg (de acordo com liberação médica)

10 FISIOTERAPIA NO PÓS-OPERATÓRIO DE ARTROPLASTIA TOTAL DE


JOELHO

Fase 1 - 1° dia pós-operatório


 Posicionamento do MI com coxim para extensão do joelho.
 Exercícios isométricos de quadríceps, glúteos, abdutores e adutores de
quadril.
 Exercícios metabólicos.

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 Exercícios ativos de MMSS e MI contralateral.
 Exercícios respiratórios e estímulo de tosse.
 Orientações quanto ao posicionamento, carga e cuidados com a prótese.
Fase 2 - 2º ao 5° dia pós-operatório
 Mantém exercícios da fase 1.
 Ganho de ADM no mínimo 45° (passivo, auto passivo).
 Estimular exercícios ativos de flexão e extensão de joelho.
 Colocar paciente sentado.
 Deambulação com andador.
 Crioterapia.

Fonte: www.facafisioterapia.net

Fase 3 - 6° ao 10° dia pós-operatório


 Mantém exercícios fase 1 e fase 2.
 Mobilização patelar.
 Ganho de ADM ativa até 90°.
 Exercícios isométricos em diferentes ângulos.
 Marcha com andador.
 Evitar deformidades em flexão de joelho.
* Marcha carga total progressiva já no 2º PO com prótese cimentada, se não
houver intercorrências intra-operatória.

11 FISIOTERAPIA NAS FRATURAS DE PATELA

Rafi (redução aberta e fixação interna)

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Fonte: www.fisioterapeutasgp.blogspot.com.br

Fase 1 - 1º dia pós-operatório


 Levar a extremidade para diminuir edema.
 Exercícios metabólicos.
 Exercícios isométricos para glúteos.
 Exercícios isométricos para extensores, abdutores e adutores (caso não
haja lesões de cadeia extensora).
 Exercícios ativos de mmss e mi contralateral.
 Exercícios respiratórios e estímulo de tosse.
Fase 2 - 2º ao 5º dia pós-operatório
 Mantém exercícios da fase 1.
 Exercícios ativos de quadril em todos planos.
 Alongamento de tríceps sural.
 Iniciar descarga de peso com auxílio de muleta ou andador.
 Iniciar exercícios ativos de joelho na posição sentada, se fixação estável
(RAFI).
 Não fazer exercícios passivos para joelho (RAFI).
Fase 3 - 6º ao 10º dia pós-operatório
 Mantém exercícios da fase 1 e 2.
 Flexão e extensão ativo de joelho sem sustentação de peso.
 Mobilização patelar.
* Treino de marcha com carga total progressiva (de acordo com liberação
médica e de acordo com lesões de partes moles)

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12 FISIOTERAPIA NAS FRATURAS DE PLATÔ TIBIAL

Fonte: www.pt.slideshare.net

RAFI
Fase 1 - 1º dia pós-operatório
 Manter MI operado elevado.
 Exercícios metabólicos.
 Exercícios ativos de MMSS e MI contralateral.
 Exercícios respiratórios e estímulo de tosse.
 Exercícios isométricos de glúteo máximo.
Fase 2 - 2º ao 5º dia pós-operatório
 Mantém exercícios fase 1.
 Exercícios ativo-assistido leves de joelho de 40º a 60º (*Evitar estresse em varo
e valgo).
 Treino de sedestação, respeitando a amplitude angular do exercício anterior.
Fase 3 - 6º ao 10º dia pós-operatório
 Mantém exercícios fase 1 e 2.
 Transferências sem sustentação de peso.
 Exercícios ativo-assistido de flexão de joelho até 90º.
 Deambular com muletas, pacientes idosos com andador (*sem
sustentação de peso).
 Não realizar exercícios de fortalecimento no MI tratado cirurgicamente.
* Sustentação de peso parcial ou total só ao final da 12º semana.

20
* Liberação de carga parcial após 8 a 10 semanas e carga total por volta da 12º
semana.
* Não permitir sobrecarga de estresse em varo ou valgo de joelho.

13 FIXAÇÃO EXTERNA

Se o fixador for do tipo “híbrido”, realize os mesmos exercícios da RAFI. Se o


fixador atravessar o joelho, nenhum movimento na articulação do joelho será
permitido.
Fase 1 - 1º dia pós-operatório
 Manter MI operado elevado.
 Exercícios metabólicos.
 Exercícios isométricos de glúteo máximo e abdominal.
 Exercícios ativos de MMSS e MI contralateral.
Fase 2 - 2º ao 5º dia pós-operatório
 Mantém exercícios da fase 1.
 Treino de sedestação, sem flexão de joelho.
 Treino da prática mental (lateralidade e funcionalidade).
Fase 3 - 6º ao 10º dias pós-operatórios
 Mantém exercícios fase 1 e 2.

14 FISIOTERAPIA NAS FRATURAS DE DIÁFISE TIBIAL

Fase 1 - 1º dia pós-operatório


 Manter MI operado elevado.
 Exercícios metabólicos.
 Exercícios ativos de MMSS e MI contralateral.
 Exercícios respiratórios e estímulo de tosse.
 Isometria de quadríceps e glúteo máximo.

21
Fonte: www.spallafisioterapia.com.br

Fase 2 - 2º ao 5º dia pós-operatório


 Mantém exercícios da fase 1.
 Exercícios ativo-assistido e ativos de joelho (se joelho livre).
Fase 3 - 6º ao 10º dia pós-operatório
 Mantém exercícios da fase 1 e 2.
 Transferências sem sustentação de peso.
 Deambular com muletas, pacientes idosos com andador *.
 Não realizar exercícios de fortalecimento no MI tratado cirurgicamente.
* A sustentação de peso varia com o padrão da fratura e também com o método
de fixação
1) Osteossíntese: padronizado pelo serviço.
2) Haste medular:
 Fratura instável: Sustentação parcial (ponta de dedos) com muleta ou
andador na primeira semana.
 Fratura estável: sustentação de peso imediata com muleta ou andador.
3) Fixador externo: Sustentação parcial (ponta de dedos) com muleta ou
andador.

22
15 FISIOTERAPIA NAS FRATURAS DE PILÃO TIBIAL

Fonte: www.olharfisio.blogspot.com.br

16 RAFI E FIXADOR EXTERNO

Fase 1 - 1º dia pós-operatório


-Paciente com aparelho gessado.
-Posicionamento adequado do MI para evitar edema.
- Exercícios ativo metacarpo falangianas.
- Exercícios isométricos para cadeia extensora, abdutora e adutora.
- Exercícios ativos de MMSS e MI contralateral.
- Exercícios respiratórios e estímulo de tosse.
Fase 2 - 2º ao 5º dia pós-operatório
- Mantém exercícios da fase 1.
- Marcha com muletas, sem apoio.
- Exercícios ativo metacarpo falangianas, joelho e quadril.
Fase 3 - 6º ao 10º dia pós-operatório
- Prosseguir metacarpo falangianas.
-Prosseguir exercícios ativos para aumento da ADM de metacarpo falangianas
e joelho.
- Iniciar exercícios suaves, aumento da ADM de tornozelo retirado gesso
bivalvado ou órtese.
- Prosseguir exercícios ativos para aumento da ADM de metacarpo falangianas.

23
17 FISIOTERAPIA NAS FRATURAS DE TORNOZELO

Fase 1 - 1º dia pós-operatório


- Imobilização do Tornozelo.
- Controle de edema de dedos (ciclo: ativação cadeia linfática inguinal, arraste
nos dedos, ativação cadeia linfática poplítea).
- Exercícios isométricos de quadríceps, glúteo máximo e glúteo médio,
abdutores e adutores de quadril
- Mobilização de articulações adjacentes livres.
- Treino de Imagética Motora (3 minutos - lateralidade; 3 minutos -
funcionalidade; 5 a 8 minutos treino de espelho).
- Crioterapia (combinada com elevação da extremidade) 15 minutos.

Fonte: www.nucleophysio.wordpress.com

Fase 2 - 2º ao 5º dia pós-operatório


- Imobilização do Tornozelo.
- Controle de edema de dedos (ciclo: ativação cadeia linfática inguinal, arraste
nos dedos, ativação cadeia linfática poplítea).
- Exercícios isométricos de quadríceps, glúteo máximo e glúteo médio,
abdutores e adutores de quadril
- Mobilização de articulações adjacentes livres.
- Treino de Imagética Motora (3 minutos - lateralidade; 3 minutos -
funcionalidade; 5 a 8 minutos treino de espelho).
- Crioterapia (combinada com elevação da extremidade) 15 minutos.
Fase 3 - 6º ao 10º dia pós-operatório

24
- Exercícios ativos com carga elástica progressiva para fortalecimento de
musculatura de joelho e quadril.
- Exercícios de alongamento de cadeia muscular posterior do membro
contralateral:
 Mínimo (1 série, 3 repetições, 20 segundos cada);
 Máximo (1 série, 5 repetições, 30 segundos cada).
- Exercício auto passivo de DORSIFLEXÃO (com faixa) para ganho de ADM de
tornozelo.
- Treino de Imagética Motora (3 minutos - lateralidade; 3 minutos -
funcionalidade; 5 a 8 minutos treino de espelho).
- Treino de Marcha com descarga parcial 20 Kg.
Orientações domiciliares
- Cuidados com posicionamento do membro.
- Treino de imagética motora (lateralidade e funcionalidade).

18 MEMBROS SUPERIORES

O membro superior é rico em detalhes e funcionalidade, podendo ser dividido


em articulações principais: complexo do ombro, cotovelo, antebraço, punho e mão.
Devido à riqueza de componentes e funções dos membros superiores (MMSS), várias
patologias podem interferir no seu correto desempenho. Os principais e mais
numerosos acometimentos são os traumáticos, pois além de interferir na
funcionalidade normal, essas alterações podem causar dor, diminuição da mobilidade,
fraqueza muscular, instabilidade e compensações, podendo acarretar sequelas
permanentes (KAPANJI, 2000; MAGEE, 2005).
A função normal do membro superior inclui a capacidade de alcance
direcionado, preensão e manipulação de objetos. Tais componentes formam a base
da capacidade motora requerida para a realização das atividades de vida diária (AVD)
com eficiência.
O ombro é a articulação mais móvel do corpo humano, permitindo flexão,
extensão, abdução, adução, abdução e adução horizontais e rotação medial e lateral
do úmero e ainda o movimento de circundução, sendo este a combinação dos

25
movimentos elementares ao redor dos três eixos, forçados em sua amplitude máxima
(KAPANDJI, 2000).
O cotovelo é uma articulação estruturalmente estável, que ajuda a posicionar a
mão, compreendido por três articulações: umeroulnar, umeroradial que permitem os
movimentos de flexão e extensão e ainda radioulnar proximal (MAGEE, 2005).
O antebraço é constituído por dois ossos paralelos: o rádio e a ulna que são
unidos basicamente pela membrana interóssea e por três músculos: o pronador
redondo, o pronador quadrado e o supinador.
Além da membrana interóssea e dos três músculos que unem o rádio á ulna,
existe o complexo da fibrocartilagem triangular do punho, que também contribui para
a estabilidade axial dos dois ossos do antebraço. As articulações proximais e distais
entre o rádio e a ulna permitem que o rádio mude de posição (gire sobre a ulna)
resultando nos movimentos de pronação e supinação.
O complexo punho e mão é constituído pela articulação radioulnar distal que é
formada pela cabeça da ulna e a incisura ulnar do rádio. A articulação radiocárpica é
composta pela extremidade distal do rádio e pelos três ossos da fileira proximal do
carpo: escafoide, semilunar e piramidal. Articulações cárpicas entre a fileira proximal
do carpo, com exceção do pisiforme e a fileira distal do carpo: trapézio, trapezoide,
capitato e hamato. Articulações carpometacárpicas são aquelas entre os quatro ossos
da fileira distal do carpo e a base dos metacarpos. Articulações intermetacárpicas são
formadas pelas faces laterais e mediais dos metacarpos. Articulações
metacarpofalângicas estão entre as cabeças dos metacarpos e a base das falanges
proximais. Articulações interfalângicas estão entre as falanges (KAPANDJI, 2000;
MAGEE, 2005).
Ainda que as articulações do antebraço, do punho e da mão sejam discutidas
separadamente, elas não atuam isoladamente e sim como grupos funcionais. Sendo
que a posição de uma articulação influencia na posição e ação de outras articulações
(MAGEE, 2005).
A fisioterapia em ortopedia e traumatologia atua na investigação, prevenção e
tratamento das doenças ósseas, musculares, articulares e ligamentares tendo por
objetivo restabelecer a função do sistema musculoesquelético. No tratamento das
disfunções deste sistema são utilizados recursos fisioterapêuticos como:
termoterapia, eletroterapia, fototerapia, massoterapia, cinesioterapia, mecanoterapia

26
entre outros com a finalidade de aliviar o quadro álgico, melhorar o processo
inflamatório, restabelecer amplitude de movimento (ADM), ganhar força muscular
(FM), restabelecer equilíbrio, propriocepção, reeducar posturas e realizar orientações
(APLEY; SOLOMON,1998; DUTTON, 2007; KISNER, 2009; MAXEY, MAGNUSSON,
2003).

19 FRATURAS DA REGIÃO PROXIMAL DO ÚMERO, DE CLAVÍCULA E


ESCÁPULA

http://maurogracitelli.com/

A fratura é a interrupção/quebra na continuidade de um osso. Ela pode ser


identificada por localização (diafisária, metafisária, epifisária, intra-articular), extensão
(completa e incompleta), configuração (transversa, oblíqua ou espiral, cominutiva),
relação entre os fragmentos (sem desvio e com desvio), relação com ambiente
(fechada e exposta) e complicações (locais e sistêmicas relacionadas a lesão ou
tratamento) (KISNER; COLBY, 2009).
As fraturas proximais de úmero são lesões comuns, principalmente em grupos
de maior idade. Tem sido publicado que correspondem por 4 a 5% de todas as
fraturas e 70% das fraturas de úmero. Elas englobam três estruturas: cabeça umeral,
colo anatômico e colo cirúrgico (CASTOLDI; MULITERNO; COSTA, 2005).
A incidência de fratura de clavícula é variável entre 5 a 16%, é considerada
benigna e de simples tratamento por muitos autores, tendo tendência para cura. As
fraturas de escápula são raras e sua incidência entre todas as fraturas é referida de
0,4% a 1%, de acordo com revisão de literatura (DUTTON, 2007).
Manifestações clínicas
27
Dor aguda, edema crepitação, redução de ADM, impotência funcional, perda
de força muscular e hipotrofia muscular (CASTOLDI; MULITERNO; COSTA, 2005).
Tratamento
O tratamento vai depender de cada caso, podendo ser conservador ou
cirúrgico.
Objetivos Específicos
Promover alívio de dor, restaurar ADM completa, restabelecer força muscular,
ganhar trofismo muscular, realizar treino de AVD e Atividades de Profissional (AVP) e
realizar propriocepção (CASTOLDI; MULITERNO; COSTA, 2005).
Fisioterapia
O programa de reabilitação é variável e depende do tipo de fratura, do
tratamento, da estabilidade da fratura, das características do paciente e da orientação
do ortopedista para progressão dos exercícios conforme consolidação radiológica
(CASTOLDI; MULITERNO; COSTA, 2005).
Intervenção fisioterapêutica FASE I- Precoce (2 a 3 semanas após lesão
tratadas com redução fechada e nas fraturas tratadas com redução aberta e fixação
interna clássica (RAFI))
Para dor e edema, recursos eletroterapêuticos e físicos: estimulação elétrica
nervosa transcutânea (TENS), ultrassom, infravermelho, laser e gelo conforme quadro
clínico do paciente.
Exercícios pendulares/Codman: exercícios que usam os efeitos da gravidade
para separar o úmero da cavidade glenoidal. Ajudam a aliviar a dor por meio de tração
suave e movimentos oscilatórios e causam a mobilização precoce de estruturas e
líquido sinovial (KISNER, 2009).
Exercícios de amplitude de movimento ativa (ADMA) para as articulações
distais de cotovelo, punho e mão.
Intervenção fisioterapêutica FASE II (6 a 8 semanas nas com RAFI e 8-10
semanas em fraturas com reduções fechadas-dependendo da consolidação)
Exercícios ativos e ativo-assistidos (de flexão, extensão, abdução, adução, RI
e rotação externa (RE) do ombro podendo utilizar polia, bastão, escada digita.
Exercícios de flexão e abdução de ombro em frente ao espelho para
autocorreção e com ajuda do fisioterapeuta para estabilizar escápula (evitando
elevação da escápula).

28
Exercícios resistidos inicialmente isométricos evoluindo para isotônicos (podem
ser feitos em pé com faixa elástica (theraband) ou na posição supino com halteres) de
acordo com cada paciente.
Intervenção fisioterapêutica FASE III- (12 semanas nas com RAFI e após 10
semanas com redução fechada)
 Alongamento das articulações de cervical, ombro, cotovelo, punho e mão.
 Exercícios isométricos para músculos da escapulotorácica (ex: empurrar
parede, entre outros).
 Fortalecimento com exercícios isotônicos concêntricos e excêntricos com
auxílio de halteres e faixas elásticas para articulações do ombro, cotovelo,
punho.
 Fortalecimento nas diagonais funcionais do Kabat (com auxílio de halteres e
faixas elásticas).
 Exercícios direcionados para as atividades às quais o paciente necessita
retornar (arremesso, entre outros).
 Treinamento proprioceptivo (na posição de quatro apoios colocar uma bola nas
mãos, de- pois evoluir para uma bola em cada mão, em pé frente a uma parede
e com uma bola na mão, entre outros).

20 RUPTURA DO MANGUITO ROTADOR

O manguito rotador é um complexo formado por quatro músculos:


subescapular, supra- espinhal, infra-espinhal e redondo menor. Além de criar uma
variedade de torques em torno da articulação glenoumeral, tais músculos estabilizam
a articulação (BORDIN; PEREIRA; ZILMER, 2005).
As lesões do manguito rotador além de serem muito frequentes são
incapacitantes, e acontecem principalmente em indivíduos que realizam atividades
com os braços acima da cabeça, sua etiologia é multifatorial, tanto de inadequações
musculares como de alterações estruturais (BORDIN; PEREIRA; ZILLMER, 2005).
O mais comum é o manguito ser esgarçado e evoluir para uma laceração da
espessura total após esforço repetitivo, sofrendo degradação gradual.
Não existe um consenso sobre um programa de exercícios ideal para tratar
indivíduos com lesão no manguito rotador. De acordo com a literatura, os protocolos
29
de reabilitação, após cirurgias de reparo do manguito, devem basear-se no tamanho
da lesão e/ou nas fases de cicatrização do tendão (KUHN, 2009).
Manifestações clínicas
As manifestações das várias formas clínicas do manguito incluem rigidez do
ombro, fraqueza muscular, instabilidade articular e atrito/crepitação (BORDIN;
PEREIRA; ZILMER, 2005).
Tratamento
A presença de lesão do manguito rotador não necessariamente sugere a
indicação de um procedimento cirúrgico, tudo dependerá da extensão da lesão, das
condições clínicas do paciente e da indicação clínica. Quando indicado o tratamento
cirúrgico pode ser realizado por via aberta ou artroscópica (BORDIN; PEREIRA;
ZILMER, 2005).
Objetivos específicos
Os objetivos da fisioterapia são prevenir os efeitos deletérios da imobilização,
reduzir dor, promover retorno gradual da ADM total, reduzir a atrofia muscular e
recuperar progressivamente a força muscular (BORDIN; PEREIRA; ZILMER, 2005).
Fisioterapia
 Pequenas Rupturas
As 2 primeiras semanas constituem a fase de proteção máxima.
Intervenção fisioterapêutica FASE I (2-3 semanas)
No período inicial é importante o uso de tipoia para evitar esforços com o
membro superior operado.
Orientações para não carregar pesos, não dormir sobre membro superior
operado, mantê-lo na linha da cintura e evitar esforços para elevá-lo.
Para dor e edema recursos eletroterapêuticos e físicos: TENS, ultrassom, laser,
gelo conforme quadro clínico do paciente.
Exercícios de amplitude de movimento ativa (ADMA) de coluna cervical,
cotovelo, punho e mão.
Exercícios pendulares/ Codman (já descritos anteriormente):
 Exercícios ativo-assistidos de flexão de ombro em decúbito dorsal (DD) com
auxílio de bastão;

30
 Exercícios ativo-assistidos para RE são iniciados após 3 semanas (realizados
em DD com um coxim sob o braço e ligeira abdução de ombro a 30º, reduzindo
estresse sobre reparo);
 Os exercícios para ganho de ADM (flexão, extensão, abdução, adução relativa)
devem ser realizados em amplitude indolor aumentando gradualmente até o
limite de tolerância, para isso pode-se utilizar uma polia, bastão.
Intervenção fisioterapêutica FASE II- (4-5 semanas)
Para dor e edema recursos eletroterapêuticos e físicos:
 TENS, ultrassom, infravermelho, la- ser, gelo conforme quadro clínico do
paciente;
 Exercícios isométricos para músculos do ombro e músculos da
escapulotorácica devem ser introduzidos no protocolo de reabilitação a partir
da quarta semana, para manutenção da con- dição muscular, de forma
submáxima e indolor, para os grupos musculares responsáveis pela abdução,
RE, RI e flexão de ombro, e flexão de cotovelo;
 A partir da quarta semana: posicionar o ombro em 45º de abdução aumentando
o grau de exigência para ganho da RE;
 Dependendo da laceração do manguito rotador os exercícios de recuperação
da RI poderão ser iniciados progressivamente na quarta semana.
Intervenção fisioterapêutica FASE III- (6 semanas)
A partir da sexta semana, em média, se houver um adequado controle de dor
e ADM funcional (aproximadamente 140º de flexão e 40º de RE de ombro) iniciar
exercícios de fortalecimento com faixa ou tubo elástico, com o membro superior em
posição neutra (ao lado do corpo), especialmente para rotadores externos e internos.
Intervenção fisioterapêutica FASE IV- (Período intermediário 6-8 semanas)
Objetiva-se atingir a amplitude de movimentos plena e indolor por meio de
alongamentos e exercícios de força muscular da articulação do ombro que permita o
desenvolvimento de atividades funcionais com mínimo de desconforto.
Exercícios de fortalecimento acima da linha do ombro desde que o manguito
rotador esteja suficientemente forte e haja adequada ADM.
Exercícios isotônicos com halteres (flexão de ombro, abdução de ombro).
Exercícios ativo-assistidos com bastão devem ser intensificados para atingir
170-180º de flexão de ombro e pelo menos 60-70º de RE.

31
Intervenção fisioterapêutica FASE V- (acima de 12 semanas)
Busca-se a manutenção da ADM plena e indolor do ombro, cotovelo, punho e
mão.
Melhorar força muscular e equilíbrio neuromuscular (ombro, cotovelo, punho e
mão) permitindo o retorno às atividades funcionais (Os exercícios resistidos devem
ser feitos em plano reto, diagonais funcionais do Kabat com auxílio de halteres e faixas
elásticas).
Exercícios de cadeia cinética fechada (exemplo apoio contra parede).
Treinamento proprioceptivo (na posição de quatro apoios colocar uma bola nas
mãos, depois evoluir para uma bola em cada mão, em pé frente a uma parede e com
uma bola na mão, entre outros).
 Grandes rupturas ou rupturas maciças
Quando as rupturas no manguito rotador são grandes lacerações ou rupturas
maciças, a conduta fisioterapêutica deve ser modificada, em respeito ao maior tempo
de cicatrização dos tecidos.
Pode-se manter o protocolo inicial, contudo o uso da tipoia deve ser estendido
de 6-8 semanas, exercícios ativos para cotovelo, punho e mão devem ser realizados,
além dos pendulares/Codman. A RE inicialmente deve-se limitar a 30º e a elevação
realizada passivamente pelo profissional, no plano escapular, até o limite de 130º-
140º (BORDIN; PEREIRA; ZILMER, 2005).
Durante as seis primeiras semanas não se deve realizar a RI, hiperextensão e
polias, afim de evitar uma re-ruptura. A partir desta fase pode-se iniciar os exercícios
isométricos como já descrito anteriormente (BORDIN; PEREIRA; ZILMER, 2005).
Na oitava semana deve-se buscar ADM total de ombro, devendo esta ser
atingida até 12ª semana. O fortalecimento muscular deve ser direcionado para os
músculos deltoide (sem ultrapassar ângulos de 90º), supraespinhal, rotadores internos
e externos, flexores e extensores do cotovelo e músculos escapulares (BORDIN;
PEREIRA; ZILMER, 2005).
É importante verificar se, ao realizar o movimento de flexão de ombro, o
paciente não realiza mecanismos compensatórios escapulotorácicos. Caso isso
ocorra, é necessário mantê-los por mais tempo nos exercícios de estabilização umeral
antes de progredir com exercícios isotônicos (BORDIN; PEREIRA; ZILMER, 2005).

32
A partir da 15ª semana, deve-se identificar possíveis déficits funcionais e o
tratamento deve ser direcionado nesse sentido. Nessa fase visa-se aprimorar controle
neuromuscular e força da cintura escapular, retomando gradualmente atividades
funcionais como descrito anteriormente (BORDIN; PEREIRA; ZILMER, 2005).

21 FRATURAS DA CABEÇA DO RÁDIO

As fraturas da cabeça do rádio ocupam um lugar importante entre as lesões


traumáticas do cotovelo, devido às dificuldades do tratamento e pelas complicações
que delas podem advir. Em geral ocorrem sobre a mão estendida com o cotovelo em
flexão incompleta e em pronação com estresse em valgo. Nesse mecanismo pode
ocorrer também uma luxação do cotovelo (GONÇALVES, 2005).
Manifestações Clínicas
Na maioria das vezes o paciente é capaz de mover o cotovelo em
flexo/extensão, mas a pronação e supinação é muito dolorosa e parece bloqueada. A
palpação da região causa dor, a mobilização passiva da prono e supinação além de
ser dolorosa apresenta crepitação. Pode apresentar aumento de volume no triângulo
lateral formado pelo epicôndilo lateral, olecrano e cabeça do rádio (sinal do coxim
gorduroso). Deve-se atentar para eventual instabilidade, pois a fratura da cabeça do
rádio pode estar associada a luxação do cotovelo (GONÇALVES, 2005).
Tratamento
O tratamento de uma fratura da cabeça do rádio pode ser incruento ou cruento.
O tratamento incruento envolve, em geral imobilização por gesso por período variável
seguida de mobilização ativa que deve ser o mais precoce possível. O tratamento
cruento deve ter por regra básica a preservação da cabeça do rádio sempre que
possível, mas isso depende do tipo e da gravidade da fratura (GONÇALVES, 2005).
Objetivos Específicos
Melhorar quadro álgico, restabelecer ADM, restabelecer FM inclusive de
preensão (GONÇALVES, 2005).
Fisioterapia
Intervenção fisioterapêutica FASE I
 Para dor e edema recursos eletroterapêuticos e físicos: turbilhão, TENS,
ultrassom, laser, gelo conforme quadro clínico do paciente.

33
 Amplitude de movimentos passivos para o cotovelo depois de três a quatro dias
de imobilização.
 Evitar amplitude de movimentos ativos do cotovelo.
 Exercícios de ADMA e de Amplitude de movimento passiva (ADMP) de coluna
cervical, ombro, punho e dedos.
Intervenção fisioterapêutica FASE II (duas semanas)
 Exercícios isométricos para tríceps, bíceps e deltoide;
 Exercícios de ADMA para o cotovelo;
 Exercícios de ADMA e ADMP de coluna cervical, ombro, punho e dedos.
Intervenção fisioterapêutica FASE III (quatro a seis semanas)
 Exercícios de ADMA para o cotovelo;
 Sustentação parcial do peso;
 Exercícios de fortalecimento para bíceps, tríceps, deltoide e musculatura
intrínseca dos dedos iniciando com isométricos evoluindo para isotônicos (com
auxílio de faixa elásticos, halteres, digiflex-exercitador de dedos para
fortalecimento muscular com graduação por cores conforme nível de
dificuldade, bolinhas).
Intervenção fisioterapêutica FASE IV (oito a doze semanas)
 Exercícios de ADMA e ADMP de do cotovelo (flexão, extensão, pronação,
supinação);
 Exercícios de fortalecimento para flexores, extensores, supinadores e
pronadores do cotovelo (com auxílio de faixa elásticos, halteres).

22 LUXAÇÃO DO COTOVELO

As lesões que acometem o cotovelo são incapacitantes, pois essa articulação


é de suma importância para o posicionamento e movimentação da mão na maioria
das atividades. As luxações do cotovelo devem ser reduzidas o mais precoce possível
para evitar complicações e para que o paciente recupere o mais rápido possível à
função normal do cotovelo. Elas correspondem a 20% de todas as luxações, atrás
apenas das articulações glenoumerais e dos dedos, ocorrem mais comumente em
jovens (ZILMER, 2005).

34
As luxações posteriores do cotovelo são causadas por uma queda sobre mão
ou punho com cotovelo em extensão ou leve hiperextensão. Luxações anteriores não
são comuns, admite-se que sejam causadas por impacto no antebraço posterior em
posição de ligeira flexão (ZILMER, 2005).
Manifestações Clínicas
As manifestações clínicas incluem: dor, edema, ADM limitada, instabilidade
(ZILMER,2005).
Tratamento
A maioria das luxações simples de cotovelo é reduzida com facilidade. Em
casos de impossibilidade de redução, deve-se investigar por meio de radiografias e
exame físico meticuloso e então indica-se a cirurgia. As causas mais frequentes nas
indicações do tratamento cirúrgico na luxação de cotovelo são luxações irredutíveis,
fraturas ósseas associadas, grandes instabilidades ou lesão neurovascular (ZILMER,
2005).
Objetivos Específicos
Os objetivos da fisioterapia são controlar inflamação, reduzir dor e edema,
favorecer cicatrização de lesões, prevenir contratura da articulação do cotovelo,
manter amplitude de movimento das articulações não envolvidas, recuperar função
normal do cotovelo ganhando ADM e FM e retornar gradualmente as atividades
(ZILMER, 2005).
Fisioterapia
Intervenção fisioterapêutica FASE I
 Nessa fase são indicados proteção e repouso da articulação, porém exercícios
para as articulações não envolvidas devem ser orientados (exercícios como de
preensão, exercícios ativos de punho e ombro em todos os planos e exercícios
isométricos para flexores e extensores de punho);
 Para dor e edema recursos eletroterapêuticos e físicos: TENS, turbilhão,
ultrassom, infra- vermelho, laser e/ou gelo conforme quadro clínico do paciente;
 A mobilização da articulação deve ser precoce para prevenir contratura
articular, porém deve ser realizada sem causar dor ou estresse ao tecido lesado
(ZILMER, 2005).
Intervenção fisioterapêutica FASE II

35
 Após retirada da imobilização exercícios ativo-assistidos e ativos devem ser
iniciados para ganho de ADM sendo realizado de forma suave e indolor (com
auxílio do fisioterapeuta, e por meio de bastão, prono-supinador e outros
dispositivos);
 Alongamento para musculatura flexora e extensora do cotovelo (a intensidade
e duração do alongamento conforme tolerância do paciente);
 Mobilização articular;
 Exercícios resistidos são iniciados quando ADM do cotovelo estiver completa,
iniciando com exercícios isométricos e evoluindo para isotônicos (ZILMER,
2005).

23 FRATURA DO TERÇO DISTAL DO RÁDIO

As fraturas do terço distal do rádio acometem de 10 a 12% do esqueleto, mais


frequente entre mulheres acima dos 40-50 anos. O sucesso no tratamento depende
da correta redução, fixação e imobilização e encaminhamento precoce à reabilitação
(FREITAS, 2005; PARDINI; FREITAS, 2008).
Fisioterapia
Intervenção FASE I (após redução e imobilização até consolidação)
Manter ADM das articulações não envolvidas: Exercícios de ADMA para as
articulações não envolvidas (ombro, prevenir síndrome ombro-mão; cotovelo, evitar
contratura em flexão; antebraço, exercícios de prono-supino, quando possível; e
dedos, exercícios).
Monitorizar circulação e sensibilidade: (verificar gesso apertado, avaliar
sensibilidade com os monofilamentos).
Tratar da dor: recursos eletroterapêuticos e físicos: TENS, ultrassom,
infravermelho, laser e/ou gelo conforme quadro clínico do paciente (dar atenção à dor
desproporcional à condição = distrofia simpático-reflexa).
Reduzir edema: Crioterapia 20 minutos, elevação, compressão suave,
massagem.
Mobilização precoce da articulação do punho (para fraturas fixadas e
estabilizadas, mobilização ativa-assistida dentro da ADM permitida sem dor).
Benefícios
36
 Evitar artrose pós-traumática;
 Reduzir risco de retração capsulo-ligamentar;
 Retorno precoce da função manual.
Intervenção FASE II (da retirada da imobilização até retorno máximo a função)
 Utilização de turbilhão ou infravermelho (antes dos alongamentos e exercícios
para ganho de ADM com intuito de aumentar extensibilidade do tecido colágeno
e diminuir o risco de lesão tecidual);
 Exercícios para ganho de ADM de punho e antebraço (flexão e extensão de
punho, desvio ulnar e radial, flexão e extensão de cotovelo e prono-supinação
de antebraço);
 Alongamento eficaz: baixa carga de stress;
 Mobilização articular;
 Para dor e edema recursos eletroterapêuticos e físicos: TENS, ultrassom, laser
e/ou gelo conforme quadro clínico do paciente;
 Estimulação elétrica funcional (FES): facilita movimento ativo.
Restauração da força muscular:
 Nas 2 semanas após retirada da imobilização: treino de AVDs (pentear cabelo,
escovar os dentes, amarrar cadarço, fechar e abrir botões);
 Após 2 semanas: mais ênfase no fortalecimento flexores e extensores de
punho e musculatura da mão (com halteres, faixa elástica, digiflex- aumento
gradual da resistência e massinha).
Propriocepção:
 Após 2 semanas de início do fortalecimento iniciar propriocepção;
 Exercícios: transferência de peso (em pé, descarregar peso parcial sobre as
mãos na mesa com cotovelo em extensão, depois evoluir para ambas as mãos
sobre a mesa e cotovelos; em extensão, realizar a flexão de tronco gerando
uma maior descarga de peso; sentado, apoiar mãos e cotovelos em extensão
e descarregar peso ao passar da posição sentada para em pé); escovação
(com escova de lavar roupas na posição em pé, realizar escovação na mesa,
e na posição de 4 apoios, também realizar escovação); em pé, frente a uma
parede e com uma bola na mão, entre outros.
 ÓRTESES estão indicadas quando não há evolução no ganho de ADM do
punho e/ou antebraço. Elas podem promover (extensão e flexão de punho:
37
órtese dinâmica, prono-supino: órtese dinâmica, órteses estáticas: uso
noturno). Tais órteses são confeccionadas pelo serviço de terapia ocupacional
(TO) através da atividade extensionista de reabilitação de mão no contexto da
terapia ocupacional (REAMA);
 Retorno da função manual.

24 FRATURA DO ESCAFÓIDE

As fraturas do escafoide estão entre as fraturas mais comuns de punho depois


das fraturas distais do rádio. Em função da sua localização e função, o escafoide é
um osso muito vulnerável a traumatismos, a fratura geralmente ocorre com a queda
ou impacto sobre a mão espalmada. Por vezes, a fratura de escafoide pode passar
despercebida em uma radiografia sendo detectada só dias após (SARTORETO,
2005).
Manifestações clínicas
Dor à palpação na região da tabaqueira anatômica do punho e nos movimentos
extremos do punho, edema sobre escafoide, ADM reduzida, tumefação ou equimose
(SARTORETO, 2005).
Tratamento
É importante a localização da fratura para determinar o tratamento, pois pode
necessitar de cirurgia ou somente imobilização. As principais complicações da fratura
do escafoide são: pseudoartrose, necrose avascular e artrose pós-traumática. Essas
complicações ocorrem especialmente em razão de três fatores: falta de diagnóstico
inicial, tratamentos inadequados ou déficit vascular devido às características
anatômicas do osso (SARTORETO, 2005).
Objetivos Específicos
 Restaurar ADM do polegar e do punho;
 Fortalecer os músculos abdutores, longo e curto do polegar, extensores longo
e curto do polegar, flexores longo e curto do polegar, e dos flexores ulnar e
radial do carpo;
 Treinar retorno às AVDs (SARTORETO, 2005).
Fisioterapia

38
É recomendado um cuidado especial com acompanhamento da consolidação
óssea, para que possam ser traçadas as diretrizes que irão nortear a fisioterapia
(SARTORETO, 2005).

Intervenção fisioterapêutica FASE I (2 primeiras semanas)


Não havendo imobilização longa são permitidos:
Para dor recursos eletroterapêuticos e físicos: TENS, turbilhão, ultrassom,
laser, gelo conforme quadro clínico do paciente;
Exercícios de ADM ativos livres para cotovelo e ombro;
Exercícios isométricos para bíceps, tríceps e deltoide;
Evitar movimentos bruscos, como prono-supinação.

Intervenção fisioterapêutica FASE II (após 15 dias)


Incentivar movimentos ativos e passivos de dedos;

Intervenção fisioterapêutica FASE III (6 semanas)


Prono-supinação ainda deverá ser restringida;
Fortalecimento para os músculos bíceps, braquial, tríceps, peitoral maior e
deltoide (com auxílio de halteres, faixas elásticas);
Havendo evidência radiológica de consolidação, iniciam-se exercícios ativos
suaves para o punho (flexão/extensão) bem como oposição, e flexão/extensão do
polegar (antes destes exercícios cabe ressaltar a realização de turbilhão ou
infravermelho para aumentar extensibilidade);
Mobilização e tração articular;
Deslizamento dorsal para ganho de flexão e deslizamento volar.

Intervenção fisioterapêutica FASE IV (8 semanas)


Começar movimento de prono-supinação (pode-se utilizar prono-supinador);
Após 10ª semana começar exercícios de força de preensão;
Acrescentar aos movimentos de flexoextensão deslizamento ulnar e radial.

39
25 FRATURAS DA MÃO

As fraturas da mão podem ocorrer em qualquer um dos ossos dos dedos


(falanges ou metacarpianos) ou nos pequenos ossos do carpo. As causas podem
resultar de uma lesão de torção, uma queda, uma lesão por esmagamento, ou
traumatismo direto. São, com frequência, resultantes de acidentes sofridos no
exercício da atividade profissional ou na prática desportiva.

Manifestações clínicas
Edema, hipersensibilidade, deformidade, incapacidade em mobilizar o dedo,
encurtamento do dedo, desvio rotacional com sobreposição digital, depressão na
articulação.
Os problemas mais comuns em fraturas na mão são:
Aderência dos extensores nos metacarpos (MTCs):
 Fraqueza na extensão das metacarpofalangeanas (MFS);
 Limitação na flexão das MFS.
Encurtamento da cápsula dorsal da metacarpofalangeana (MF):
 Limitação passiva na flexão da MFS;
 Edema dorsal;
 Perda da arquitetura da mão.

Fisioterapia
Intervenção fisioterapêutica FASE I

Para dor e edema recursos eletroterapêuticos e físicos: TENS, turbilhão,


ultrassom, laser, gelo conforme quadro clínico do paciente;
Massagem suave (reduzir edema e melhorar circulação);
Exercícios de ADM ativos livres para cotovelo, ombro e cervical;
Órtese (quando necessária confeccionada pelo setor de TO do REAMA (Grupo
de atividade extensionista: "Reabilitação de mão no contexto da terapia ocupacional");
Tapping (bandagem-kinesio tapping): A técnica consiste na aplicação de uma
fita especial e elástica sobre a área tratada, realizada pelo setor de TO pelo projeto
REAMA, quando necessário com fins de analgesia, estabilização, entre outros;

40
Enfaixamentos (quando necessário).

Intervenção FASE II
Utilização de turbilhão (antes dos alongamentos e exercícios para ganho de
ADM);
Exercícios para ganho de ADM de punho e dedos (flexão e extensão de punho,
desvio ulnar e radial, flexão e extensão de dedos, abdução e adução de dedos, treino
de pinça grossa e fina);
Continuar com massagem;
Exercícios resistidos para cotovelo e ombro;
Alongamento de flexores e extensores de punho e dedos;
Mobilização articular;
Iniciar exercícios de fortalecimento muscular;
Iniciar exercícios funcionais (pinça de dedos com bolinha de gude e chumbinho,
abotoar grandes e pequenos botões e zíper, exercícios de preensão com bolinhas).

Intervenção fisioterapêutica Fase III:


 Continuar com alongamentos de punho e dedos;
 Continuar com massagem;
 Progredir com exercícios de fortalecimento conforme tolerado;
 Exercícios funcionais (já descritos anteriormente).

26 SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

A Síndrome do Túnel do Carpo é resultado da compressão do nervo mediano


que passa dentro do canal do carpo, acomete mais mulheres na faixa etária de 40-60
anos, e as causas, dentre outras, são: sequelas de fraturas, poliartrite reumatoide,
gota, acromegalia, mixedema, lesões das bainhas tenossinoviais carpianas ou
simplesmente microtraumatismos por movimentos repetitivos de flexão-extensão dos
dedos com flexão dorsal do punho (ORTIZ, 2005).

Manifestações clínicas

41
Sintomas sensitivos e motores são observados no início da síndrome do túnel
do carpo como: formigamento nos dedos e uma vaga sensação de dolorido no punho,
hiperestesia, adormecimento ou sensação de desconforto nos 3 dedos radiais,
dificuldade para realizar movimentos suaves, e os músculos tênares inervados pelo
nervo mediano também são afetados, surgindo instalação de fraqueza muscular,
atrofia muscular, e finalmente, perda da capacidade de oposição do polegar (ORTIZ,
2005).

Tratamento
O tratamento da síndrome direciona-se para o alívio da pressão sobre o nervo
mediano e, portanto, para a eliminação da isquemia; sendo, às vezes, necessária uma
intervenção cirúrgica.
O tratamento conservador consiste no uso de órtese em posição neutra, nas
infiltrações de corticoides e na fisioterapia com objetivo de analgesia. O tratamento
cirúrgico visará o alcance des- compressivo e será aplicado em caso de falha do
tratamento conservador (ORTIZ, 2005).

Objetivos Específicos
Melhorar quadro álgico, melhorar a parestesia, restabelecer ADM e FM.

Fisioterapia
Intervenção fisioterapêutica no tratamento conservador
Evitar movimentos que piorem o quadro álgico;
Uso da órtese;
Uso de recursos eletroterapêuticos e físicos: TENS, ultrassom (fonoforese com
cataflan tópico), laser, gelo com finalidade de analgesia;
Exercícios de ADMA para ombro, cotovelo, antebraço e dedos;
Alongamentos de flexores e extensores de punho;
Exercícios tonificadores e massagem nos músculos com parestesia.

Intervenção fisioterapêutica no tratamento pós-cirúrgico Fase I:

42
Controle do edema: Crioterapia 20 minutos (pode ser realizado várias vezes ao
dia, cabendo ao fisioterapeuta a orientação, dando intervalos de pelo menos 2 horas
entre uma aplicação e outra);
Utilização do laser para ajudar no processo de cicatrização;
Os cuidados com a cicatriz são iniciados com massagem depois que a ferida
estiver plenamente cicatrizada (cyriax);
Para dor são utilizados recursos eletroterapêuticos e físicos: turbilhão (após
cicatrização), TENS, ultrassom, laser, gelo conforme quadro clínico do paciente;
Exercícios de ADMA para ombro, cotovelo, antebraço;
Iniciar os exercícios ativos e passivos de amplitude de movimento para punho
e dedos juntamente com exercícios leves de fortalecimento da pressão;
Reeducar sensibilidade: atividades de dessensibilização (massagem manual
suave, utilizar texturas-algodão, escova de dente, esponja lado fino e áspero, e lixa)
são iniciadas se existir hipersensibilidade no local da incisão;
Intervenção fisioterapêutica Fase II (4 a 6 semanas):

Continuar massagem cicatricial e ir aumentando a pressão da massagem


manual;
Mobilização passiva, ativo-assistida do punho e dedos;
Exercícios de ADMA para punho (flexão, extensão, desvio ulnar e desvio
radial);
Com cerca de 4 a 6 semanas após a cirurgia podem ser iniciados os exercícios
de fortalecimento de punho (em geral espera-se que a força seja recuperada de 3 a 4
meses após a operação punho, podem ser realizados com halteres, e faixa elástica,
digiflex);
Estimulação elétrica funcional (FES);
Continuar com técnicas de dessensibilização (já descritas);
Iniciar alongamentos de flexores e extensores de punhos de forma suave;
Exercícios funcionais (pinça de dedos com bolinha de gude e chumbinho,
abotoar grandes e pequenos botões e zíper, exercícios de preensão com bolinhas);
Orientações ergonômicas (evitar atividades de preensão mais pesadas como
lavar e torcer roupas, evitar carregar sacolas com preensão de punhos e dedos e sim

43
dar preferência para carregá-las no antebraço, entre outras orientações com intuito de
evitar recidiva da lesão).

Intervenção fisioterapêutica Fase III:


Continuar com alongamentos de punho;
Continuar massagem cicatricial;
Progredir com exercícios de fortalecimento conforme tolerado;
Iniciar atividades direcionadas ao retorno ao trabalho.

27 LESÃO DOS TENDÕES FLEXORES

A lesão traumática dos tendões flexores é bastante comum e grave, pois afeta
a função de preensão da mão, e seu tratamento é complexo. A ruptura dos tendões
flexores ocorre com bastante frequência e as causas mais frequentes são trauma
agudo, trauma agudo direto com material cortante ou arma branca, queda sobre vidro,
etc. Há um maior risco de lesão nas modalidades esportivas em que se usa o membro
superior diretamente, como o basquete e a ginástica (LEÃO, 2005).

Objetivos Específicos
O objetivo principal do tratamento é o restabelecimento da função da mão no
menor intervalo de tempo possível. Para tanto é necessário promover analgesia,
reduzir processo inflamatório, restabelecer ADM, melhorar FM e reeducar
sensibilidade (LEÃO, 2005).

Fisioterapia
REABILITAÇÃO APÓS REPARO DO TENDÃO FLEXOR:

 No tendão imobilizado

Intervenção Fase precoce (0–3 a 4 semanas)


Utilização de órtese dorsal: punho em 30° de flexão; metacarpofalangeanas
(MFS) em flexão de 40º à 60°; e interfalangeanas (IFS) em extensão- Estas órteses
são confecciona- das pela TO, projeto REAMA;

44
Exercícios de ADMA para articulações não envolvidas dos membros
superiores;
Tratamento do edema com Crioterapia por 20 minutos e da ferida com laser
para auxiliar na cicatrização.

Intervenção Fase Intermediária - precoce: (1 a 2 semanas)


Exercícios de flexoextensão passiva dos dedos;
Exercícios de deslizamento tendinoso (são exercícios elaborados para manter
ou desenvolver o deslizamento livre entre os tendões flexor profundo e superficial dos
dedos e entre os tendões e ossos do punho, mão e dedos (Kisner, 2009) (mão reta,
gancho em garra), punho cerrado, ângulo reto (intrínseca positiva) e punho reto);
Laser e ultrassom para ajudar no processo de cicatrização;
Exercícios de tenodese (ao realizar flexão de punho realizar simultaneamente
extensão de dedos, ao realizar extensão de punho realizar simultaneamente a flexão
de dedos).

 Avaliação: (após 4–5 dias)

 Discrepância de 50 graus entre ADM passiva e ADM ativa:


Grande formação de aderência;
Antecipa-se o programa em 1 semana.

 Bom deslizamento tendinoso:


Mantém o programa por mais 1 semana.

Intervenção Fase final


Utilização de Órtese dinâmica (utilizada quando apresenta contratura em
flexão) - o serviço de TO projeto REAMA atua na confecção das órteses;
Atividades de preensão prolongada, como, por exemplo, cavar massinha;
Tendão sem aderência: - iniciar exercícios com resistência após 7 – 8 semanas;
Retorno às atividades com maior esforço após 10 a 12 semanas.

MOBILIZAÇÃO PASSIVA PRECOCE:

45
Nesta fase utiliza-se a órtese protetora para manter o punho fletido a 20° e MFS
na posição fletida relaxada (confeccionada pela TO que atua em parceria com a
fisioterapia);
Exercícios:
Mobilização passiva de MF e com interfalangeana proximal (IFP) fletidas:
estender interfalangeana distal (IFD);
Com MF e interfalangeana distal (IFD) fletidas: realizar a extensão passiva
interfalangeana proximal (IFP);
4 a 5 semanas: a órtese é retirada e substituída por munhequeira com tração
elástica no dedo para permitir extensão ativa;
Iniciar flexão ativa dedos (deslizamento e bloqueio): é iniciada na 5ª semana;

Iniciar flexão resistida: iniciada na 7a à 8a semanas.

MOBILIZAÇÃO ATIVA PRECOCE:


Objetivo: executar o máximo de deslizamento tendinoso dentro de uma margem
segura de ADM do punho e dedos para se obter o mínimo de aderência e um rápido
retorno funcional.

Indicações: pacientes submetidos a uma tenorrafia reforçada; pacientes


motivados e colaborado- res; mínimo de edema e complicações na ferida cirúrgica;
terapeuta bem orientada (FREITAS, 2005; PARDINI; FREITAS, 2008).

PROTOCOLO:
- ÓRTESES (confeccionada pelo serviço de TO do projeto REAMA):
 Órtese de bloqueio dorsal (punho 20 flexões, MFs 50 flexões, IFs neutro);
 Órtese de tenodese (permite flexão total do punho e bloqueia a extensão em
30 graus, total movimento das IFs e bloqueio das MFs em 60 de flexão).

Intervenção 1 a 4 semanas de pós-operatório:

Programa de Duran (já descrito anteriormente) (15 vezes por hora) com a
órtese dorsal;

46
Com a órtese de tenodese;
Flexão passiva dos dedos e extensão ativa do punho;
Contração isométrica suave dos dedos (5 segs.);
Relaxamento da musculatura contraída e do punho, que se relaxa em flexão
permitindo a extensão dos dedos (25 vezes por hora).

Intervenção 4 semanas de pós-operatório:


Uso apenas da órtese dorsal (proteção e à noite);
Exercícios de tenodese com flexão passiva dos dedos e extensão ativa do
punho;
Exercício ativo de flexoextensão dos dedos e punho;
Contraindicação: extensão de punho e dedos simultânea;
Exercícios feitos 25 vezes em 2 horas.

Intervenção 5 a 14 semanas de pós-operatório:


 Exercícios de deslizamento de tendões;
 Exercícios de bloqueio (6 semanas); extensão passiva (7 semanas);
 Fortalecimento (8 semanas), retorno da função: 14 semanas.

28 LESÃO DOS TENDÕES EXTENSORES

Os tendões extensores dos dedos, em comparação com os flexores, são mais


finos e com menos substância para receber as suturas. Geralmente são estruturas
superficiais, o que os torna suscetíveis a lesões, mesmo em ferimentos não tão
profundos, a maioria das lesões ocorre nas áreas de articulações. Todas as regras
para o atendimento dos flexores valem também para os extensores, além disso, por
estarem em contato direto com estrutura óssea, as reparações cirúrgicas são
geralmente seguidas de aderências (FERRON; ARAÚJO; FIGUEIREDO, 2005).

Objetivos Específicos
Os objetivos da reabilitação do tendão extensor são semelhantes aos
apresentados para o tendão flexor, e as orientações a serem seguidas dependem do
mecanismo da lesão e do tempo decorrido da ruptura até o reparo.
47
Fisioterapia (FREITAS, 2005; PARDINI; FREITAS, 2008).
IMOBILIZAÇÃO: de 4 a 6 semanas proporcionando a formação adesiva e a
redução da flexão das articulações MFS e IFS.
O tratamento é feito de acordo com as 7 zonas anatômicas:

Zona I e II
IFD e falange média: tendão extensor terminal
Tratamento conservador: com imobilização sendo IFD em neutro ou seja 0º ou
em extensão 15º graus por 6 semanas;
Tratamento cirúrgico: com fixação percutânea e imobilização de IFD 0 – 15
graus de extensão por 6 semanas;
Mesmo com tratamento pode ocorrer deformidade em flexão da IFD. Após 6
semanas: exercícios ativos para a IFD
Tendão extensor é 3 vezes mais fraco que o tendão flexor profundo por isso
deve-se enfatizar primeiramente o ganho da extensão;
Laser e ultrassom para ajudar no processo de cicatrização do tendão;
Massagem suave;
Exercícios ativos para IFD;
Exercícios de ADMA para articulações não envolvidas;
Em caso de déficit na extensão pode-se fazer uso da tala metálica (+ 2 a 4
semanas) - Confeccionada pelo serviço de TO pelo REAMA;
Deve-se atentar para aderência e rigidez em ext. da IFD: alongamento do
ligamento retinacular oblíquo;

 Atividades de preensão
Programa de desensibilização (massagem manual suave, utilização de texturas
algodão, bucha lado fino, escova de dente, bucha lado, áspero e lixa);
Programa de resistência gradativo (aumentar resistência gradativamente de
acordo com tolerância paciente);
Ganhar flexão sem perder extensão da IFD.
Zona III e IV

48
IFP e falange Proximal: bandeleta central, ligamento triangular, bandeletas
laterais
Pode ocorrer deformidade: dedo em botoeira (flexão da IFP);
Tratamento cirúrgico com reparo das estruturas lesadas;
Lesões tardias: deformidade fixa = ganho da ADM passiva da IFP e flexão ativa
da IFD (órteses e exercícios)
Técnica cirúrgica reconstrutora: MATEV
Imobilização: 6 semanas
Após 6 semanas: exercícios ativos para a IFP:
 Turbilhão antes dos exercícios;
 Laser e ultrassom para auxiliar na cicatrização;
 Massagem suave.
Enfatizar o ganho da extensão das interfalageanas;
Exercícios ativos de IFP;
1ª semana: 30 graus de flexão IFP; 2ª semana 40 – 50 graus, aumentando 20-
30 graus a cada semana;
IFP rígida em extensão: órtese e exercícios;
Exercícios de ADMA para articulações não envolvidas;
Exercícios de alongamento e resistência: 8 a 9 semanas de pós-operatório.

MOBILIZAÇÃO PRECOCE ATRAVÉS DE PEQUENO ARCO DE MOVIMENTO


(PAM) ATIVO APÓS O REPARO DA BANDELETA CENTRAL

COMPLICAÇÕES: alongamento tendinoso, deficiente excursão tendinosa,


rigidez articular, perda da flexão da IFP.
CAUSAS:
Extensa área de tendão próxima ao periósteo e complexo deslizamento do
sistema extensor
Posicionamento incorreto durante a fase de imobilização que permite flexão IFP
Privação dos efeitos benéficos da mobilização precoce.

ZONA V e VI

49
MF e o dorso da mão = extensor comum dos dedos (EDC), extensor próprio do
polegar (EIP), extensor próprio do dedo mínimo (EMP), conexões intertendinosas e
as bandas sagitais (deformidade em flexão da MF);
Grande quantidade de tecido mole facilita o deslizamento tendinoso;
Lesões por esmagamento = evitar a imobilização.

Reabilitação:
Mobilização passiva controlada;
Imobilização por 3 semanas. Reabilitação no tendão imobilizado:
Imobilização: punho a 45 graus de extensão; MF 0 – 20 graus de flexão; IFS 0
graus (órtese confeccionada pelo serviço de TO pelo programa REAMA);
Verificar rigidez das articulações MFS e IFS.

Exercícios:
Punho e IFS em extensão: fletir MFS a 30 graus + hiperextensão de falanges
Punho e MFS em extensão: fletir as IFS.
Laser e ultrassom para auxiliar na cicatrização do tendão;
Exercícios ativos são iniciados após a terceira semana;
Enfatizar o ganho da extensão da MF, com o punho em neutro ou leve flexão;
Flexão de MF em 40º com o punho em extensão;
Exercício de tenodese (já descrito anteriormente);
IFS: flexoextensão com punho e MFS em extensão
5ª semana: flexão composta com punho em extensão; exercício de extensão
individual; exercício da garra intrínseca;
6ª semana: órtese dinâmica para flexão da MF e IFP (confeccionada pelo
serviço de TO do programa REAMA)
7ª semana: flexão simultânea de dedos e punho; programa de fortalecimento.
Mobilização passiva controlada:
Imobilização nas lesões complexas ao nível do dorso da mão e do punho
(zonas V, VI e VII) = aderências tendinosas, rigidez articular, etc.
A mobilização precoce estimula a cicatrização intrínseca, aumenta a difusão
sinovial, aumenta a força de tensão no local do reparo, estimula a excursão tendinosa.
ZONA VII

50
Tendões extensores passam através de 6 túneis osteofibrosos e são recobertos
por bainhas sinoviais.
Mesmo tratamento da zona VI.

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