Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Unidade IV
Abordaremos o complexo da articulação temporomandibular (ATM) através de sua anatomia e
biomecânica, além da inspeção e palpação de algumas estruturas ósseas e de tecidos moles.
Também falaremos sobre a coluna vertebral, apresentando uma descrição geral dessa
articulação e, depois, mais especificamente, dos movimentos e da musculatura da coluna cervical,
torácica e lombar.
Vamos ressaltar a importância de alguns testes utilizados, como o teste dos miótomos e a
palpação para a identificação de pontos‑gatilhos ou alterações de sensibilidade. Por último,
discutiremos a avaliação postural, utilizando como referência a posição anatômica e os eixos e
planos de movimentos.
7.1 Descrição
Anatomia e biomecânica
A ATM é uma articulação do tipo sinovial, condiliano e gínglimo, que corresponde às estruturas entre
a fossa articular do osso temporal bilateralmente e os côndilos mandibulares. É, ainda, uma articulação
interdependente. Uma em cada lado da mandíbula deve ser considerada em conjunto em qualquer tipo
de observação. Entre suas estruturas ósseas, há o disco intra‑articular, que divide completamente suas
cavidades. Seu revestimento é diferenciado, de fibrocartilagem, com discreto poder de reparo, e não de
cartilagem hialina (MAGEE, 2006).
Os estabilizadores estáticos são os ligamentos que se encontram nas paredes laterais da articulação
e sua cápsula articular, que possui maior mobilidade em sua porção anterior e posterior e maior poder
estabilizador em sua porção laterolateral. Além disso, a cápsula oferece uma pressão negativa de empuxo
que também favorece a estabilidade dessa articulação (NEUMANN, 2015).
128
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Observação
As articulações são inervadas pelo nervo mandibular, mais precisamente por seu ramo
auriculotemporal. O disco, por sua vez, não possui inervação e vascularização em sua zona
intermediária, somente em sua periferia.
Para os movimentos e como estabilizadores dinâmicos, é de grande valia a sinergia dos músculos da
cabeça e também do pescoço.
Existe uma íntima relação dessas articulações com a coluna cervical e o complexo do ombro. Isso é
resultado das estruturas musculares biarticulares que cruzam essas estruturas e possuem funções em
comum. Por esse motivo, a avaliação e a inspeção da ATM devem ocorrer em conjunto com a observação
e a avaliação clínica dessas outras estruturas (BIASOTTO‑GONZALEZ, 2005).
Saiba mais
129
Unidade IV
Figura 137
Figura 138
130
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Figura 139
7.2.1 Geral
Inspeção e observação
• Marcadores anatômicos:
— osso frontal;
— osso temporal;
— osso parietal;
— occipital;
— zigomático;
— maxilar;
— mandíbula;
— côndilo;
— nasal.
131
Unidade IV
Palpação
• Estruturas ósseas:
— Mandíbula:
– Côndilos: os côndilos são palpados de forma simultânea bilateralmente. Para ter certeza do
posicionamento, pode‑se solicitar ao paciente que realize leve abertura e fechamento da
boca. Nesse movimento, o terapeuta sentirá o deslizamento dos côndilos em seus dedos.
– Ramo: seguindo para o ângulo, o examinador será capaz de sentir toda a extensão dos
ramos mandibulares.
– Ângulo: os ângulos são as porções mais inferiores da mandíbula. Apontam para o mento,
formando com os ramos uma angulação de 90 graus.
— Zigomático:
— Hioide: está localizado na região superior da coluna cervical em sua porção anterior. O osso
hioide não está articulado a nenhum outro osso; sua estabilidade, no entanto, se dá apenas
por tecidos moles, como músculos e ligamentos. Pode ser testada sua mobilidade laterolateral
através de uma pegada em pinça com o dedo polegar e médio.
— Osso temporal: osso fino que recobre lateralmente a calota craniana. Possui três porções
distintas: escamosa, petrosa e timpânica.
— Osso frontal: palpacão superior às sobrancelhas até a face mais anterior do couro cabeludo.
— Ossos parietais: direito e esquerdo; pode‑se averiguar discrepâncias nas alturas através
da sutura.
— Osso occipital: porção mais posterior da cabeça. Nessa região, é possível observar alterações
dos músculos curtos de pequeno braço de alavanca, que correspondem à cervical superior.
132
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Articulação temporomandibular
• Tecidos moles:
— Músculo masseter: a palpação desse músculo deve acompanhar o trajeto desde sua origem
proximal no arco do osso zigomático, seguindo na direção de suas fibras, até sua inserção distal
no corpo da mandíbula.
— Músculo temporal: este é um músculo penado com origem proximal vasta na fossa do osso
temporal. A direção de suas fibras se estendem para a região dos processos coronoides da mandíbula.
133
Unidade IV
— Músculo pterigoideo medial: os pterigoideos mediais estão inferiores aos masseteres com
inserção na face posterior do ângulo da mandíbula.
– digástrico;
– estilo‑hioideo;
134
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
– milo‑hioideo;
– gênio‑hioideo.
Movimentos ativos
Dá‑se o comando verbal para que o paciente realize de forma ativa os movimentos de abertura e
fechamento, a lateralização direita e esquerda, a protusão e a retração.
O avaliador observa se há assimetrias entre os lados, restrição e qualidade dos movimentos analisados
e presença de desconforto, estalido ou dor.
135
Unidade IV
A)
B)
Figura 145 – Avaliação da abertura da boca com paquímetro (A) e régua (B)
136
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
137
Unidade IV
Para correção das medidas, consideramos o alinhamento dos incisivos centrais a fim de observar
as diferenças estruturais. As correções de overbite e overjet mensuram estaticamente as coberturas
estruturais. Overbite para a distância em mm que o incisivo superior cobre o inferior, e overjet para
a distância dos incisivos em uma relação de distância anteroposterior, observando o transpasse
quanto à profundidade.
138
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
A figura a seguir demonstra a avaliação dos músculos masseter, temporal e pterigoideo medial:
Pterigoideo lateral
139
Unidade IV
Músculos supra‑hioideos
Ausculta articular
140
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Músculos periarticulares
Mobilidade
Os desvios observados durante os movimentos ativos são descritos como desvio e deflexão. Caracterizamos
como desvios as assimetrias observadas durante o movimento de abertura, no qual o indivíduo apresenta um
desvio em formato de “S”. Ao término da abertura da boca, é possível observar novamente o alinhamento dos
incisivos. Esse padrão de movimento nos mostra possíveis alterações unilaterais dos discos intra‑articulares.
• Teste para sinovite: através da pegada do polegar nos molares, é realizada uma pressão para a
direção posterior.
• Teste para capsulite: através da pegada do polegar nos molares, é realizada uma pressão para a
direção lateral aos molares.
141
Unidade IV
• Teste para tendinopatia: através da pegada do polegar nos molares, o clínico realiza uma pressão
para a direção anterior.
Observação
8 COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral é composta por 33 vértebras, sendo sete na região cervical, 12 na região torácica,
cinco na região lombar, cinco na região sacral e quatro que formam o cóccix.
No geral, cada vértebra é formada por um corpo vertebral, dois processos transversos laterais, um
processo espinhoso posterior, facetas articulares superiores e inferiores e o orifício vertebral.
No entanto, para cada região da coluna vertebral, suas vértebras têm características próprias. Na
região cervical, suas duas primeiras vértebras, por exemplo, atlas e áxis, localizadas logo abaixo da base
do crânio, possuem características diferenciadas do restante das vértebras cervicais.
Vértebras
torácicas
T12 T12
L1 L1
Vértebras
lombares
L5 L5
Sacro (S1-5)
Sacro (S1-5) Sacro (S1-5)
Cóccix Cóccix Cóccix
142
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Corpo vertebral
Forame vertebral
Pedículo
Processo mamilar
Lâmina Processo espinhoso
As articulações da coluna vertebral são de dois tipos (sem contar as articulações especiais): diartroses
e anfiartroses.
As anfiartroses não são especificamente articulações, mas permitem movimento, não possuem
líquido sinovial e são semimóveis – os discos vertebrais e as junções ligamentares, por exemplo.
Entre cada vértebra, em toda a extensão da coluna vertebral, existe o disco intervertebral. O disco
é peça fundamental para a funcionalidade da coluna vertebral. Além de agir como um dissipador de
energia, evitando sobrecarga direta sobre a articulação, permite, junto com todo o complexo ligamentar,
mobilidade suficiente para que a coluna seja ao mesmo tempo funcional e estável.
Os discos, formados pelo ânulo fibroso, pelo núcleo pulposo e pela placa terminal, também possuem
características diferentes em cada região da coluna vertebral. Por exemplo: na região cervical e lombar,
os discos assumem uma forma com altura maior na sua parte anterior e, na região torácica, ligeiramente
maior em sua parte posterior. Dessa forma, a coluna vertebral assume sua forma lordótica cervical e
lombar e cifótica na região torácica.
143
Unidade IV
Curvatura
torácica
Curvatura
lombar
Curvatura
sacral
Considerando toda a anatomia e a forma dos discos intervertebrais, ele executa papel importante no
carregamento e na distribuição das cargas compressivas.
Núcleo Corpo
Bandas vertebral Posterior AF
pulposo concêntricas
(NP)
NP
Disco
intervertebral
Placa terminal:
cartilagem, osso
subcondral Posterior
Anterior Anel Corpo
fibroso Anterior
vertebral
(AF)
144
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Coluna torácica
Quando avaliamos a coluna torácica, devemos ter em mente que essa é a região da coluna mais
rígida porque é composta, em quase toda a sua extensão, pelo gradil costal, criando uma proteção
importante para os nossos órgãos vitais, como coração e pulmão.
As 12 vértebras torácicas são maiores que as vértebras cervicais e menores que as vértebras
lombares. Possuem processos transversos maiores e duas facetas articulares que se ligam às costelas,
formando as articulações costovertebrais (costelas e corpo vertebral), as articulações costotransversais
(costelas e processos transversos), as articulações costocondrais (costelas e cartilagem costal) e as
articulações esternocostais.
Quanto mais inferior analisamos os processos transversos, mais se nota uma perpendicularidade, até
que se assemelhem às vértebras lombares.
Figura 159
Coluna lombar
O segmento lombar da coluna vertebral, devido à sua localização, exerce papel muito importante
para a funcionalidade do corpo como um todo. É esse segmento que dá a base necessária para toda a
parte superior do tronco e os membros superiores exercerem suas funções, além de dar estabilidade e
movimento para todo o membro inferior, transmitindo e absorvendo carga. Portanto, deve ser estável o
suficiente para suportar todo o tronco e permitir mobilidade suficiente para que o corpo seja funcional.
Possuímos cinco vértebras lombares, que são as maiores de toda a coluna vertebral. Suas facetas
articulares são perpendiculares, e as lâminas são amplas.
145
Unidade IV
Ainda em relação à sua localização, pela proximidade com articulações adjacentes, como quadril e
sacroilíaca, o examinador deve, sempre que avaliar esse segmento da coluna vertebral, atentar‑se para
essas articulações.
A musculatura que atua diretamente na coluna vertebral está, em sua maior parte, localizada no
tronco. É responsável por realizar movimentos fundamentais para a funcionalidade do corpo humano:
flexão; extensão; flexão para direita e esquerda; rotação para direita e esquerda e circundução.
Além disso, essa musculatura também é responsável por manter a postura ereta, respondendo a todo
momento à ação da gravidade através da musculatura antigravitacional.
Músculos menores, que possuem sua origem ou inserção diretamente nas vértebras, fazem com que
estas se mantenham unidas, exercendo, assim, papel importante na estabilidade da articulação.
Possuímos, também, músculos que não estão diretamente ligados à coluna, mas que estão diretamente
ligados à sua movimentação – por exemplo, a musculatura abdominal e os músculos da região pélvica.
8.3 Cervical
Exame físico
Para iniciar a avaliação da coluna cervical, o paciente pode estar sentado ou em pé e deve estar
devidamente despido, de maneira que o avaliador consiga avaliar a cintura escapular, as vértebras
torácicas, a coluna cervical e a cabeça.
O primeiro aspecto a ser observado deve ser a posição da cabeça e do pescoço: se há sinais de
torcicolo, se o paciente apresenta um aumento da lordose cervical ou se há uma projeção anterior
da cabeça.
146
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
A) B) C)
Outro aspecto importante a se observar é o alinhamento dos ombros, que, se assimétricos, podem
indicar contratura ou espasmo muscular na região de trapézio superior ou do músculo elevador da
escápula. Devemos lembrar que é comum o membro dominante do paciente ter o ombro levemente
mais elevado.
Movimentos ativos
Durante a avaliação dos movimentos ativos da coluna cervical, o avaliador deve posicionar o paciente
em sedestação. Os movimentos ativos a serem realizados são a flexão (80 a 90º), a extensão (70º), a
flexão lateral para direita e esquerda (20 a 45º) e a rotação para direita e esquerda (70 a 90º).
Já os movimentos passivos podem ser realizados – com o paciente em decúbito dorsal – pelo examinador
quando o paciente apresentar alguma amplitude de movimento incompleta, a fim de determinar o end
feel do movimento, ou seja, a sensação ao final do arco de movimento, para tentar determinar se a
limitação está acontecendo por um bloqueio ósseo, estrutural ou por questões relacionadas ao tecido
mole. Para determinar o end feel, o examinador deve realizar passivamente o movimento desejado e, ao
final, observar se a resistência para o ganho final da amplitude apresenta uma sensação mais rígida ou
se apresenta uma limitação que, passivamente forçada, cede ao movimento.
Ainda durante o teste dos movimentos passivos, o examinador pode conseguir identificar a presença
de um padrão capsular, que acontece quando existe uma limitação na amplitude de movimento para
flexão lateral e rotação com uma extensão sem limitação.
147
Unidade IV
A) B)
C) D)
Observação
Quadro 9 – Dermátomos
149
Unidade IV
Rotadores longos
Flexão lateral do pescoço Levantador da escápula C1‑C8
Esplênio do pescoço Escapular dorsal
C4‑C6
Iliocostais do pescoço
C6‑C8
Longuíssimo do pescoço C6‑C8
Semiespinal do pescoço C1‑C8
Multífido C1‑C8
C1‑C8
Intertransversos
C3‑C8
Escalenos Acessório
Esternocleidomastoideo C2
Oblíquo inferior da cabeça C1
Rotadores curtos C1‑C8
C1‑C8
Rotadores longos
C2‑C6
Longo do pescoço
Rotação do pescoço Levantador da escápula C3‑C4
Esplênio do pescoço Escapular dorsal
C4‑C6
Iliocostais do pescoço
C6‑C8
Longuíssimo do pescoço C6‑C8
Semiespinal C1‑C8
Multífido C1‑C8
C1‑C8
Intertransversos
C3‑C8
Escalenos Acessório
Esternocleidomastoideo C2
Obliquo inferior da cabeça C1
Rotadores curtos C1‑C8
C1‑C8
Rotadores longos
150
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Quadro 10 – Miótomos
Para descartar uma possível lesão neurológica, o examinador deve realizar a avaliação dos miótomos
cervicais. Para isso, são realizados testes de contração isométrica resistida.
151
Unidade IV
A) B)
C) D)
E) F)
G) H)
152
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Lembrete
Palpação
Começando com o paciente em decúbito ventral, na região posterior da coluna cervical, a primeira
estrutura a ser palpada é a protuberância occipital externa. O examinador palpa a região posterior e
inferior do crânio na linha média e move os dedos distalmente até encontrar um gap. A parte óssea
encontrada anteriormente ao gap é a protuberância occipital externa.
Ainda posteriormente, o examinador pode palpar os processos espinhosos e as facetas articulares das
vértebras cervicais. O primeiro processo espinhoso mais evidente a ser palpado é o de C2. Escorregando
os dedos posteriormente, podemos palpar o processo espinho de C1, menos evidente. Outro ponto
importante durante a palpação dos processos espinhosos é que, para localizar e diferenciar a vértebra
C6 de C7, o examinador pode realizar a flexão e a extensão passiva, observando, dessa maneira, que a
vértebra C6 será aquela que se move enquanto a C7 permanece imóvel.
Partindo para a região lateral da coluna cervical, todos os processos transversos podem ser
palpados; dessa vez, o da vértebra C1 é o mais evidente. Para identificá‑lo, o examinador deve localizar
o processo mastoide (abaixo e atrás do lobo da orelha), escorregar os dedos para baixo e um pouco
para a frente, até achar uma região mais dura. Ao pressionar essa região, ele encontrará o precoce
transverso de C1. Para localizar os outros processos transversos, o examinador deve lembrar a forma
lordótica da coluna cervical e que os demais processos transversos podem ser identificados mais
anteriormente a partir de C1.
Na região anterior, podemos palpar o osso hioide, que se localiza anteriormente às vértebras C2 e C3;
a cartilagem tireoide, que se localiza anteriormente às vértebras C4 e C5; e a cartilagem cricoide, que se
move durante a deglutição do paciente.
153
Unidade IV
Osso hioide
Cartilagem tireoide
Primeiro anel da cartilagem cricoide
Mandíbula
Processo transverso
de C1
Processo mastoide
Articulação facetária Tubérculo carotídeo
Processo espinhoso
C1
C5
Protuberância C2 C3 C4 C7
occipital externa C6
Observação
As medidas são adquiridas em graus. Para utilização do goniômetro, o braço fixo deve permanecer
no eixo articular, e o braço móvel deve acompanhar o segmento que está sendo avaliado.
A) B) C) D)
A) B) C)
D) E)
Observação
Para mensuração da força dos músculos que realizam o movimento de flexão da cabeça em relação
ao pescoço, o paciente deve estar posicionado em decúbito dorsal, com os cotovelos flexionados e as
mãos acima da cabeça.
O teste é realizado através da flexão da coluna cervical pela elevação da cabeça da maca, com o
queixo deprimido e levado em direção ao esterno.
O avaliador deve aplicar uma força contra o osso frontal na direção posterior.
155
Unidade IV
O teste não deve ser realizado com o pescoço em extensão, como pode ser visto nas figuras
a seguir, pois, nessa posição, há maior atividade dos músculos esternocleidomastoideos, junto
à força dos escalenos e à porção de inserção dos músculos trapézios superiores na porção das
clavículas anteriormente.
A) B)
O paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal, com a cabeça posicionada em rotação lateral. O clínico
aplicará uma resistência na região do osso temporal do paciente, gerando uma força na direção posterior.
Os principais músculos que realizam esses movimentos e são testados nesse posicionamento são os
esternocleidomastoideos e os escalenos.
O paciente deve estar em decúbito ventral, com os cotovelos flexionados e as mãos acima da cabeça,
repousando sobre a maca. Deve‑se posicionar a cabeça do paciente em extensão posterolateral do
pescoço, com a face direcionada para o lado que estiver sendo testado. O avaliador deve realizar uma
pressão contra a face posterolateral da cabeça, na direção oposta, anterolateral.
156
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Para realização do teste, o paciente deve estar sentado e posicionado com elevação da extremidade
acromial da clavícula e da escápula e extensão posterolateral do pescoço, levando o osso occipital em
direção ao ombro elevado, com a face voltada para a direção oposta. O avaliador deve aplicar uma
pressão contra o ombro, na direção da depressão, e contra a cabeça, na direção da flexão anterolateral.
Teste de compressão
Para realização do teste de compressão, o paciente deve estar sentado. O avaliador ficará atrás do
paciente, com os cotovelos apontados para os ombros do paciente. Nesse momento, o examinador deve
aplicar uma força na direção inferior (descendente) pelo topo da cabeça do paciente.
157
Unidade IV
Caso ocorra a reprodução dos sintomas clínicos apresentados pelo paciente previamente,
consideramos o teste positivo.
Teste de Spurling
O paciente deve estar sentado e assumir o posicionamento de flexão lateral do pescoço. O avaliador
aplica uma resistência em direção inferior no topo da cabeça do paciente. O teste é positivo quando o
paciente referir dor para o mesmo lado da inclinação durante o teste.
Esse teste é utilizado para avaliar condições de radiculopatias. Os sintomas podem aparecer em toda
a extensão do membro superior em trajeto de dermátomo, dependendo do nível cervical comprometido.
158
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Teste de Valsalva
O paciente deve assumir uma posição sentada para realização deste teste. O examinador
deve instruir o paciente a prender a respiração e, depois, realizar e manter uma pressão como se
estivesse evacuando. O teste é positivo se, ao manter a pressão, os sintomas clínicos do paciente
se reproduzem.
Teste de Adson
Para realização deste teste, o paciente deve permanecer sentado ou em pé, posicionado em frente
ao examinador.
O terapeuta deverá observar a palpação do pulso através da artéria radial do paciente. Após essa
etapa, deverá ser realizada uma abdução de 30 graus associada a uma hiperextensão do membro
superior. Mantendo o braço do paciente nessa posição, o examinador deverá observar se o pulso se
apresenta igual ou diminuído.
159
Unidade IV
Sinal de Lhermitte
Para realização deste teste, o paciente deverá estar sentado sobre uma maca com os membros inferiores
estendidos. O avaliador deverá ficar atrás do paciente. Com uma das mãos, auxiliará o movimento de flexão
da coluna cervical do paciente; com a outra mão, deverá realizar a flexão do tronco do paciente.
Durante o movimento, deve ser observada a reação do paciente. O teste é positivo quando a reação
do paciente é semelhante a um arrepio e/ou desconforto do tipo parestesia. Em pacientes com suspeita
de meningite, essa manobra poderá provocar uma forte dor do tipo ardência ou agulhada.
Também nesse teste devemos ficar atentos para a reação de proteção neural que pode ser manifestada
pelo paciente através de uma flexão de joelhos, a fim de minimizar o estiramento neural provocado pela
flexão da coluna.
160
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Teste de distração
O paciente deve estar em decúbito dorsal, e, previamente à realização do teste, seus sintomas devem
ser avaliados. O examinador deve usar uma pegada na região do queixo do paciente e, com a outra mão,
realizar uma pegada na região do osso occipital do paciente. Uma força de tração deve ser aplicada,
e, nesse momento, os sintomas do paciente devem ser reavaliados. O teste é positivo quando ocorre a
redução dos sintomas durante o movimento de tração.
Esse teste deve ser utilizado quando houver suspeita diagnóstica de radiculopatia.
Teste de Soto‑Hall
Para realização deste teste, o paciente deve estar deitado em decúbito dorsal na maca. O examinador
deverá instruir o paciente a realizar a flexão da coluna cervical ativa. Em seguida, o terapeuta, com a
palma da mão sobre o osso esterno, deve empurrar com leve pressão para baixo, enquanto a outra mão
realiza uma força de forma contrária sob a região do osso occipital.
Esse teste poderá revelar doença óssea ou ligamentar da coluna cervical através dos resultados de
dor sob a pressão exercida pelo terapeuta.
161
Unidade IV
Para realização deste teste, o paciente deve estar sentado com a cabeça ligeiramente flexionada.
O examinador deverá percutir o processo espinhoso e a musculatura associada a cada vértebra
cervical com martelo neurológico. Se houver dor radicular, pode indicar fratura vertebral com
comprometimento neurológico ou herniações com extravasamento para a medula.
Esse não é um teste específico, pois outras condições também podem ter como resposta os
mesmos sintomas.
8.4 Torácica
Inspeção
Começamos observando o paciente em pé, desde o tornozelo até a região de pescoço e cabeça. Em
seguida, verificamos se existe algum desvio fora do normal.
Hoje em dia, o conceito de postura normal já não é mais usado para justificar dores ou lesões, mas
é de extrema importância entender a anatomia de cada paciente e saber identificar diferentes desvios e
posturas que cada paciente pode adotar.
Durante a inspeção e observação da região torácica, podemos nos deparar com uma condição cifótica
aumentada. Normalmente, a região torácica apresenta uma cifose em torno de 40º; porém, existem
casos em que essa curvatura é maior. O examinador deve saber identificar essa curvatura, assegurar‑se
de que realmente há a presença de uma cifose excessiva e observar a posição escapular desse paciente.
Escápulas planas podem dar a falsa impressão de uma curva cifótica aumentada.
162
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Existem quatro tipos de cifose: dorso de curvo, que consiste na diminuição da inclinação pélvica
com cifose toracolombar ou torácica; corcunda, que consiste em uma angulação posterior acentuada
(denominada giba); dorso chato, na qual acontece uma diminuição da inclinação pélvica com uma
coluna vertebral móvel, ao contrário da dorso curvo; e corcunda de viúva, em que ocorrem fraturas de
diversas vértebras por consequência de osteoporose ou menopausa.
Outra deformidade que pode ser observada durante a inspeção do paciente é a escoliose. A escoliose
consiste em uma deformidade na qual existem uma ou mais curvas na coluna lombar ou torácica.
A escoliose pode ser estrutural ou não. Pode existir somente uma curvatura lateral na região torácica
e somente na região lombar ou toracolombar.
A escoliose não estrutural pode ser causada por contraturas no quadril, irritação de raízes nervosas
ou inflamação na região da coluna. Portanto, é de responsabilidade do examinador saber identificar
tais fatores.
Outra deformidade que podemos encontrar é o peito de pombo (pectus carinatum), na qual o esterno
encontra‑se posicionado para frente e para baixo. É uma deformidade congênita que pode interferir na
eficácia da respiração.
O peito de sapateiro (pectus excavatum) também é uma deformidade congênita, na qual o esterno
encontra‑se empurrado para trás, além do tórax de barril, em que o esterno está para frente e para cima.
Lembrete
163
Unidade IV
Movimentos
Para avaliar os movimentos da coluna torácica, o paciente deve estar em pé. Os movimentos
realizados são: flexão anterior de 20º a 45º, extensão de 25º a 45º, flexão lateral (direita e esquerda) de
20º a 40º, rotação (direita e esquerda) de 35º a 50º, expansão costovertebral de 3 cm a 7,5 cm, além dos
movimentos combinados com coluna lombar e cervical durante a maioria dos movimento funcionais
da coluna vertebral.
A) B)
C) D)
164
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Movimento Músculos
Reto do abdome
Flexão da coluna torácica Oblíquo externo
Oblíquo interno
Espinal do tórax
Iliocostal do tórax
Longuíssimo do tórax
Extensão da coluna torácica
Semiespinal do tórax
Multífido
Interespinais
Iliocostal do tórax
Longuíssimo do tórax
Intertransversos
Rotação e flexão lateral da Oblíquo interno
coluna torácica Semiespinal do tórax
Multífido
Oblíquo externo (lado contrário)
Transverso do abdome
Escaleno anterior
Escaleno médio
Escaleno posterior
Serrátil posterior
Elevação das costelas
Iliocostal do pescoço
Elevador da costela
Peitoral maior e menor
Serrátil anterior
Serrátil posterior
Iliocostal lombar
Longuíssimo do tórax
Reto do abdome
Depressão das costelas
Oblíquo interno
Oblíquo externo
Transverso do abdome
Quadrado lombar
Quando pensamos especificamente na região torácica da coluna vertebral, testes especiais devem ser
realizados se o avaliador suspeitar de algum problema ou se deparar com algum sinal clínico que pode
ter relação com algum comprometimento que envolva a medula espinal. Existem três testes realizados
com maior frequência para testar a neurodinâmica desse paciente, como veremos a seguir.
O examinador posiciona o paciente sentado, com os membros inferiores livres, e solicita que incline
o tronco para frente, fletindo a coluna. O avaliador se posiciona ao lado do paciente, com uma mão na
base do crânio do paciente. Enquanto o paciente mantém a cabeça e o pescoço em posição neutra, ou
seja, somente com a inclinação do tronco, o avaliador questiona se os sintomas foram desencadeados.
Se a resposta for não, o avaliador flexiona o pescoço do paciente. Nesse momento, o paciente estará
165
Unidade IV
com o tronco e o pescoço flexionados, e o avaliador deverá questionar novamente sobre a exacerbação
dos sintomas ou não. Se a resposta ainda for negativa, o avaliador deverá realizar a extensão do membro
inferior a ser avaliado (no qual o paciente relata sintomas) e questionar novamente o paciente sobre a
presença de sintomas.
O paciente é posicionado com o membro superior a 90º, o antebraço em flexão e pronação a 90º.
O avaliador pede, então, que o paciente posicione as mãos atrás do pescoço, distendendo o nervo
ulnar e a raiz de T1.
O teste é considerado positivo quando o paciente relata sintomas na região escapular e nos
membros superiores.
Palpação
Devemos começar a palpação pelo osso esterno, localizado na linha média do tórax. O examinador
deve saber identificar e palpar o manúbrio do esterno, seguido pelo corpo e, por fim, pelo processo
xifoide, observando a presença de alterações ou dor.
Depois, realiza‑se a palpação das costelas e das articulações esternocostais, a fim de perceber alguma
reação de dor, aumento de volume ou alteração de sensibilidade.
166
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Ao palpar a clavícula, o examinador deve percorrer todo o seu trajeto ósseo, desde sua junção com
o esterno até sua junção na articulação acromioclavicular, para verificar a presença de algum calo ósseo
ou proeminência anormal.
O abdome deve ser palpado também na busca de pontos dolorosos ou qualquer indicativo de lesão.
167
Unidade IV
Posteriormente, o examinador deve palpar a escápula, buscando pontos dolorosos na sua borda
medial, lateral e parte superior, onde se originam os músculos importantes na estabilização do tronco e
dos membros superiores.
Ainda na parte posterior do tronco, devemos palpar os processos espinhosos das vértebras torácicas,
observando se existe alguma anormalidade ou presença de dor e movendo os dedos de 2 cm a 3 cm
lateralmente, onde se localizam as facetas articulares.
A dor lombar (DL) é uma queixa e pode ser resultado de diferentes doenças. A nomenclatura DL se
dá pela localização da dor entre a região baixa da coluna, podendo se estender até a linha glútea e gerar
uma dor irradiada para os membros inferiores. Muitas vezes, a dor lombar é utilizada como diagnóstico.
O impacto da DL a torna um dos problemas de saúde pública mais relevantes (IHME, 2017). Estima‑se
que aproximadamente 540 milhões de pessoas podem apresentar essa queixa em algum momento
da vida (BUCHBINDER et al., 2018). Nos Estados Unidos, estima‑se que as despesas na área da saúde
relacionadas à dor lombar atingem um valor próximo a 90 bilhões de dólares por ano, e, quando
acrescentamos a perda de produtividade e o afastamento do trabalho, esse gasto passa para cerca
de 635 bilhões de dólares. No Brasil, em 2016, foram gastos em torno de 714 milhões de dólares com
desordens da coluna vertebral, representando 58% dos gastos na área da saúde (CARREGARO; SILVA;
VAN TULDER, 2018).
Uma possível explicação para a baixa resolução e os números cada vez mais expressivos, em relação
à incapacidade e ao impacto econômico com o passar do anos, é a dificuldade em diagnosticar e
diferenciar esses pacientes, para, assim, propor a abordagem mais indicada.
Inspeção
Quando começamos a observar um paciente com alguma queixa na região da coluna lombar,
devemos verificar desde o modo como ele chega ao examinador, como se movimenta e quais estratégias
usa para a locomoção e a marcha.
168
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Antes de iniciar o exame no paciente, também é importante investigarmos a presença de alguma bandeira
vermelha. Bandeiras vermelhas são sinais de advertência que podem indicar uma patologia grave. Devemos
perguntar sobre a existência ou não de um trauma, se apresenta uma dor constante e progressiva, se perdeu
peso nos últimos meses, se apresenta algum histórico de câncer (ou na família) e se já apresentou episódio de
perda de urina ou fecal. Esses são alguns exemplos de questionamentos que devem ser feitos. Caso a resposta
do paciente a essas perguntas seja positiva, devemos orientá‑lo a buscar ajuda médica o quanto antes.
Bandeiras vermelhas:
• história de trauma;
• histórico de câncer;
• perda de peso;
Normal Hiperlordose
169
Unidade IV
Movimentos
Para o examinador avaliar os movimentos da coluna lombar, o ideal é posicionar o paciente em pé.
Quando nos deparamos com um paciente que possui queixa nessa região da coluna vertebral, é comum
encontrarmos um padrão de evitação do movimento que pode gerar dor. Porém, durante a avaliação,
o examinador, na medida do possível, deve ser capaz de conseguir acessar esses movimentos para
entender como, quando e de que maneira os sintomas do paciente são exacerbados.
Os movimentos básicos a serem avaliados primeiramente são: flexão (40º a 60º), extensão (20º a 35º),
rotação para direita e esquerda (3º a 18º) e flexão lateral direita e esquerda (15º a 20º).
Visto que a presença de sintomas na região lombar está muito mais relacionada a movimentos
combinados, devemos incluí‑los na avaliação. Não devemos realizar somente movimentos em um único
plano (flexão e extensão pura); é necessário acrescentar movimentos ativos, como flexão lateral com
flexão, flexão lateral com extensão, extensão com rotação e flexão com rotação.
Caso contrário, se os sintomas do paciente não forem exacerbados em movimentos ativos, devemos
procurar outras origens (avaliar quadril e articulação sacroilíaca, por exemplo).
Por ser uma região diretamente ligada a funções comuns do dia a dia, como marchar, sentar, levantar
e correr, é importante que o examinador inclua em sua avaliação a observação desse paciente em
determinadas tarefas, para investigar possíveis compensações e identificar qual é o padrão adotado por
esse paciente.
170
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
A) B) C)
D) E) F)
G)
171
Unidade IV
Outros aspectos devem ser analisados na realização dos movimentos. Durante a flexão da coluna
lombar, por exemplo, podemos e devemos observar se o paciente realiza uma compensação com o quadril,
se existe um padrão muito maior de flexão de quadril do que das vértebras lombares propriamente ditas.
Durante a extensão, também devemos observar se o paciente poupa as vértebras lombares e realiza uma
extensão de tronco compensada por uma anteriorização da pelve.
Essas compensações podem estar acontecendo por um mecanismo de defesa do paciente, para evitar
a dor, ou também por uma hipomobilidade articular das vértebras lombares e torácicas do paciente.
Cabe ao avaliador questionar o paciente sobre a presença ou não de dor na realização dos movimentos,
tentar excluir as compensações e, por fim, questionar novamente quanto à presença ou não de dor na
região ou aumento dos sintomas.
172
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Além dos movimentos ativos, a fim de garantir a integridade muscular e descartar qualquer fraqueza
muscular de origem neurológica, devemos avaliar os miótomos. Para isso, o paciente é posicionado em
decúbito dorsal, e cada miótomo é avaliado individualmente. As articulações a serem testadas devem
estar em posição neutra, e o examinador deve aplicar uma resistência isométrica na musculatura a ser
testada por, pelo menos, 5 segundos em ambos os membros individualmente.
173
Unidade IV
A) B)
C) D)
E) F)
Figura 188 – Avaliação dos miótomos lombares
Teste de Sorensen
O paciente deve se posicionar em decúbito ventral, apoiado somente com os membros inferiores na
maca, mantendo todo o tronco (acima das cristas ilíacas) para fora da maca e os membros inferiores fixos.
O paciente deve cruzar os braços sobre o tórax, e o examinador solicita que o paciente mantenha a posição
do tronco sem apoio no plano horizontal durante o tempo que conseguir. O examinador deve cronometrar o
tempo. É definida uma nota de corte para os pacientes que apresentaram dor ou não de 28 e 29 segundos.
A) B)
Teste de centralização
Com o paciente em pé ou decúbito dorsal, o examinador solicita que ele realize todas as direções
de movimento (flexão, extensão, movimentos combinados) e as repita de 5 a 20 vezes, até que ocorra a
centralização ou periferização definitiva.
O teste é considerado positivo para sintomas discogênicos quando acontece a centralização dos sintomas.
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 40.
• Especificidade: 94.
175
Unidade IV
O examinador posiciona o paciente sentado, com os membros inferiores livres, e solicita que
incline o tronco para frente, fletindo a coluna. O avaliador se posiciona ao lado do paciente, com
uma mão na base do crânio dele. Enquanto o paciente mantém a cabeça e o pescoço em posição
neutra, ou seja, somente com a inclinação do tronco, o avaliador questiona se os sintomas foram
desencadeados. Se a resposta for não, o avaliador flexiona o pescoço do paciente. Nesse momento,
o paciente estará com o tronco e o pescoço flexionados, e o avaliador deverá questionar novamente
sobre o aumento dos sintomas ou não. Se a resposta ainda for negativa, o avaliador deverá realizar
a extensão do membro inferior a ser avaliado (no qual o paciente relata sintomas) e questionar
novamente sobre a presença de sintomas.
O teste é considerado positivo para herniação do núcleo pulposo ou radiculopatia lombar quando
os sintomas do paciente são desencadeados, indicando compressão da dura‑máter e da medula espinal
ou de raízes nervosas..
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 83.
• Especificidade: 55.
O paciente deve estar em decúbito dorsal, com pescoço e cabeça em posição neutra. O examinador
apoia o calcanhar de um membro do paciente e, com o membro contralateral em extensão, realiza uma
flexão de quadril com o joelho em extensão, até que ocorra a exacerbação dos sintomas.
176
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
O teste é considerado positivo para herniação do núcleo pulposo ou radiculopatia lombar quando
os sintomas são reproduzidos..
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 78.
• Especificidade: 64.
O paciente deve estar em decúbito dorsal para teste do nervo fibular comum e em decúbito ventral
para teste dos nervos isquiáticos e tibial.
O examinador aplica uma pressão suave na parte posterior da cabeça da fíbula (para nervo fibular), a
meio caminho entre a linha da tuberosidade isquiática até o trocânter maior do fêmur (nervo isquiático)
e no ponto médio da prega poplítea (para nervo tibial).
O teste é positivo para dor na perna relacionada a dor lombar quando o paciente relatar dor ou
desconforto se comparado ao lado contralateral..
• Sensibilidade: 85.
• Especificidade: 60.
177
Unidade IV
O paciente permanece em decúbito ventral, e o examinador coloca uma das mãos na espinha ilíaca
posterosuperior do mesmo lado em que irá fletir o joelho passivamente. Então, o examinador começa
a fletir o joelho do paciente até iniciarem os sintomas. Pode ser realizado o aumento de extensão de
quadril para elevar a sensibilidade do teste.
O teste é positivo para hérnia de disco lombar lateral quando os sintomas são reproduzidos..
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 84.
• Especificidade: NT.
A) B)
178
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
O teste é positivo para instabilidade quando o paciente relata dor, sensação de peso na região
lombar e sensação de que está saindo do lugar..
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 85,7.
• Especificidade: 45,5.
O paciente fica em decúbito dorsal, e o examinador solicita que o paciente eleve suas pernas,
mantendo o joelho em extensão cerca de 30 cm para fora da maca. Depois, solicita que retorne as
pernas para a maca.
O teste é positivo para instabilidade quando o paciente realiza uma queda rápida das pernas na maca.
• Confiabilidade: NT.
• Sensibilidade: 39,8.
• Especificidade: 72,6.
179
Unidade IV
Seguindo na avaliação dos aspectos neurológicos, quando o paciente apresentar sinais clínicos
que indiquem lesão neurológica, o examinador deve avaliar os dermátomos para buscar alterações
de sensibilidade, possível lesão de nervo periférico e nível de acometimento. Deve passar as mãos em
todas as fases da perna e do pé, no abdome, nas costas, na coxa anterior e posterior, medialmente e
lateralmente à coxa em ambos os membros, e buscar diferenças na sensibilidade quando comparados.
180
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Intumescência
lombossacral Cone medular
(término da
medula espinal)
Cauda equina
Filamento terminal
interno (parte pial)
Figura 198 – Imagem ilustrativa das delimitações das regiões de inervação sensitiva
Palpação
Quando realizamos a palpação da região lombar a fim de localizar a origem da dor ou do desconforto
do paciente, devemos, durante toda a avaliação, questionar o paciente a cada palpação quanto à
presença ou não dos sintomas.
Começando pela parte anterior da região lombar, o examinador posiciona o paciente em decúbito
dorsal e inicia a palpação pela cicatriz umbilical, localizada na altura de L3‑L4, que é o ponto de inserção
dos quadrantes abdominais. Nessa região, palpamos algumas vísceras, como o apêndice no quadrante
inferior direito, o fígado no quadrante superior direito e os rins quadrantes superiores direito e esquerdo,
para descartar qualquer dor ou desconforto proveniente dessas estruturas. Dependendo do paciente, o
examinador pode conseguir palpar, saindo da marca de L4‑L4 (cicatriz umbilical) e descendo até L4, L5,
S1, as facetas articulares anteriores desse paciente e o ligamento longitudinal.
181
Unidade IV
Descendo para a região inguinal, o examinador pode palpar as espinhas ilíacas ântero‑superiores e a
sínfise púbica. Nessa região, além de buscarmos sintomas de hérnia, abcesso e infecção na palpação dos
linfonodos, o examinador deve palpar os tendões, as origens e as inserções de musculaturas que estão
localizadas nessa região, como adutores, psoas e quadríceps femoral, e questionar o paciente sobre a
presença de desconforto ao palpar cada estrutura.
Na crista ilíaca, podemos palpar a musculatura flexora de quadril (psoas maior e menor e ilíaco)
em busca de espasmos e contraturas musculares. Pode‑se observar o alinhamento entre as cristas e o
alinhamento na região da sínfise púbica.
Vista anterior
Ligamento iliofemoral (ligamento em Y de Bigelow)
Bolsa iliopectínea (sobre o espaço nos ligamentos)
Espinha ilíaca
antero-superior
Ligamento pubofemoral
Espinha ilíaca
antero-inferior Ramo superior do púbis
Trocanter Ramo inferior do púbis
maior
Vista posterior
Ligamento iliofemoral
Ligamento isquiofemoral
Zona orbicular
Trocanter maior
Espinha
Trocanter menor isquiática
Túber
isquiático
Linha intertrocantérica Protusão da
membrana
sinovial
Crista intertrocantérica
Articulação aberta:
vista lateral
Trocanter menor
Figura 199
182
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Ainda durante a palpação na parte posterior, o examinador pode palpar a espinha ilíaca póstero‑superior
e realizar a palpação de toda a crista posteriormente, tentando rastrear algum sintoma de dor ou
desconforto. Mais distalmente, entre o sacro e o trocânter maior do quadril, o examinador pode palpar
a musculatura glútea e piriforme em busca de espasmos, nódulos anormais e alteração de sensibilidade.
Logo abaixo das pregas glúteas, realizando uma pressão maior para vencer todo o tecido mole
sobreposto, o examinador localiza a tuberosidade isquiática. Movendo mais lateralmente, ele pode
palpar o troncânter maior do quadril, músculo tensor da fáscia lata.
Espinha ilíaca
póstero-inferior
Acetábulo
Face semilunar
Limbo (margem) do acetábulo
Incisura do acetábulo
Incisura isquiática maior
Ramo superior do púbis
Corpo do ílio
Espinha isquiática Tubérculo púbico
Incisura isquiática menor
Corpo do ísquio Forame Crista obturatória
obturado Ramo inferior do púbis Linha intermédia Crista
Túber isquiático Lábio interno ilíaca
Tuberosidade ilíaca
Ramo do ísquio
Espinha ilíaca antero-superior
Espinha ilíaca
póstero-superior
Asa do ílio (com a fossa ilíaca)
Espinha ilíaca antero-inferior Face auricular
(para o sacro)
Linha arqueada
Espinha ilíaca
Eminência iliopúbica póstero-inferior
Ramo superior do púbis
Incisura isquiática maior
Espinha isquiática
Linha pectínea do púbis
Corpo do ílio
Tubérculo púbico
Forame Incisura isquiática menor
Fase sinfisial obturado
Ílio Corpo do ísquio
Ísqui Crista obturatória Túber isquiático
Púbis Ramo inferior do púbis
Vista medial Ramo do ísquio
Figura 200
183
Unidade IV
Em 90% dos casos de dor lombar, não é possível associar sintomas a exames clínicos e complementares. Por
isso, na maioria das vezes, ela é definida como dor lombar não específica (DLNE) (FOSTER et al., 2018). Há uma
multidimensionalidade de fatores que contribuem para o surgimento ou a persistência dos sintomas, como os
fatores psicológicos, sociais, genéticos e biológicos que estão envolvidos na modulação da dor (JULL, 2017).
Na maior parte das áreas da medicina, o diagnóstico é considerado a chave para a eficácia do tratamento.
Porém, quando tratamos a dor lombar, esse não é o cenário mais comum; o foco dos estudos clínicos ainda
é muito direcionado à subdivisão desses pacientes baseada apenas em características biológicas da doença.
Contudo, em 90% dos casos, em que não existe uma causa específica, a multidimensionalidade de
fatores que podem influenciar na DLNE dificulta a classificação desses pacientes. Portanto, torna‑se
extremamente necessária uma avaliação multidimensional desses pacientes, substituindo a avaliação
puramente física, que envolve somente aspectos biológicos da dor.
Na teoria, o modelo biopsicossocial é representado por três esferas, que englobam aspectos
psicológicos, biológicos e sociais, e valoriza a importância do entendimento de cada aspecto e sua
influência na dor de cada indivíduo (JULL, 2017).
Outro fator comum em pacientes com DLNE é o distúrbio do sono. O sono é essencial para manter
normais as condições emocionais, físicas e mentais. Os distúrbios do sono levam à diminuição de horas
de trabalho e ao maior risco de lesão musculoesquelética. Estudos mostram que aproximadamente 50%
dos pacientes com DLNE apresentam algum distúrbio relacionado ao sono (BAHOUQ et al., 2013). A dor
associada a distúrbios do sono pode afetar a qualidade de vida, o nível de atividade física, a vida social e
os aspectos emocionais; por isso, contribui diretamente para um mau prognóstico do paciente com DLNE.
É de extrema importância o entendimento da dor e de todos os seus aspectos para a tomada de decisão
quando tratamos dos paciente com DLNE. A educação do paciente sobre a dor é uma das ferramentas
adequadas (NIJS et al., 2013) para o manejo da dor no paciente com DLNE (MILES et al., 2011).
Portanto, a teoria biopsicossocial, que ressalta que os fatores associados à incapacidade, como os
aspectos cognitivos, ambientais e sociais, podem influenciar na cronicidade da dor, vem sendo agregada
e deve ser valorizada na avaliação e no tratamento de pacientes com dor lombar, na tentativa de
melhorar o direcionamento do tratamento e torná‑lo cada vez mais eficaz.
184
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Biomecânica
Função Força
Bio Nível de
Catastrofização escolaridade
Dor
Depressão/ Psico Social Situação
Ansiedade socioeconômica
Cinesiofobia Profissão
Sono
8.7.1 Definição
Porém, o termo referente à posturologia, atualmente, ainda não é considerado um conceito fixo e
é compreendido como parte da fisionomia fixa das estruturas inerentes do corpo, determinadas pela
herança genética, ou parte da fisionomia móvel, determinada pela patologia ou pela cultura. Portanto,
a postura é definida pelas genealogias entrelaçadas dos vários usos e significados associados ao próprio
termo “postura”, e não necessariamente pelas reivindicações daqueles que definem qual postura deve
ser. Desse modo, possui múltiplos significados abrangentes que exemplificam as genealogias inerentes
a qualquer compreensão do corpo humano.
Com base na sustentação do corpo, atuam diversas estruturas ósseas que incluem toda a coluna
vertebral, desde a coluna cervical até a coccígea e axial, envolvendo os membros distais, as estruturas
musculares que circundam a coluna vertebral, desempenhando papel importante na sustentação da
coluna vertebral e na estabilização do tronco, e, por fim, as estruturas ligamentares, que se adaptam
facilmente aos movimentos realizados. Portanto, os componentes estáticos e dinâmicos do nosso corpo
se complementam para melhor adequação da coluna vertebral diante de situações diárias.
A coluna vertebral comporta quatro curvas na vista sagital: a lordose cervical, a cifose torácica, a lordose
lombar e a cifose sacral. Essas são responsáveis por permitir maior eficiência na absorção de energia e na
mobilidade da coluna vertebral. Em um plano frontal, é considerada uma estrutura óssea retilínea, fazendo
com que a presença das curvaturas no plano sagital aumente a resistência à compressão axial dez vezes mais.
Sendo assim, as curvas dorsal e sacral são consideradas primárias, e a cervical e lombar secundárias, uma
vez que, a partir do desenvolvimento da posição pronada, o recém‑nascido eleva a cabeça, promovendo
um estímulo para a adaptação da lordose cervical. Assim, a partir da posição sentada, e evoluindo para
a postura bípede, inicia‑se a formação da lordose lombar.
Durante centenas de anos, as bases literárias sobre esse tema englobavam diversas vertentes que nos
levavam a considerar o sistema postural como um sistema estruturado com múltiplas funções, como:
lutar contra a gravidade e manter a postura ereta; opor‑se às forças externas em situações necessárias;
situar‑se no espaço‑tempo estruturado que nos envolve; equilibrar‑se durante o movimento e guiar e
reforçar o movimento. Desse modo, deu‑se a importância necessária para a realização de uma avaliação
física com ênfase na análise postural.
Na prática clínica, essa avaliação é realizada durante a análise do exame físico. Dessa forma, é considerada
uma abordagem qualitativa com baixa sensibilidade e baixa confiabilidade intra e interavaliadores.
Durante o exame físico, há determinados conceitos e fundamentos da postura que devem ser
esclarecidos para melhor abordagem.
Posição anatômica
A posição anatômica é considerada uma referência para definições e descrições dos planos e eixos
corporais. Considera‑se a posição anatômica do corpo aquela posição ereta, com a face direcionada
para frente, os membros superiores ao lado do corpo, as palmas direcionadas para frente e os dedos e
polegares estendidos.
186
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Eixos
Os eixos são as linhas sobre as quais o movimento ocorre. Existem três tipos de eixos em ângulo reto
entre si:
Planos
Os três planos básicos de referência derivam das dimensões no espaço e formam ângulos retos entre si:
• Plano sagital: é vertical e se estende na direção ântero‑posterior. O plano sagital mediano divide
o corpo nas metades direita e esquerda.
• Plano coronal: é vertical e se estende na direção laterolateral. O plano coronal ou frontal divide
o corpo nas porções anterior e posterior.
• Plano transverso: é horizontal e divide o corpo nas porções superior e inferior, craniana e caudal,
respectivamente.
187
Unidade IV
Lembrete
Os eixos são as linhas sobre as quais o movimento ocorre. São eles: eixo
sagital, coronal e longitudinal.
De acordo com a linha de pensamento de Kendall e McCreary (2005), em uma postura alterada, a pelve
pode estar inclinada anteriormente, posteriormente ou lateralmente. Em uma postura cifótica‑lordótica, a
pelve inclina‑se para frente, criando um aumento da curva anterior dessa região e gerando maior lordose.
Na postura com dorso plano e sway back, a pelve inclina‑se para posterior, e a coluna lombar se torna plana.
188
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Equipamentos de avaliação
Durante uma avaliação postural clássica, pode‑se utilizar diversos equipamentos para execução:
• Linha ou fio de prumo: a linha é suspensa a partir de um suporte acima da cabeça, e o peso de
chumbo é fixado em contato com o chão.
Referências anatômicas
Segundo Ferreira et al. (2010), para padronizar um método de avaliação postural, consideram‑se
algumas estruturas do corpo para tomada de referências anatômicas: tragus, acrômio, espinha ilíaca
ântero‑superior (EIAS), trocânter maior do fêmur, linha articular do joelho, ponto médio da patela,
tuberosidade da tíbia, maléolos laterais, maléolos mediais, ponto médio entre o segundo e terceiro
metatarso, processo espinhal de C7 e T3, ângulo inferior da escápula, espinha ilíaca póstero‑superior
(EIPS), linha medial da perna, tendão calcâneo e calcâneo.
189
Unidade IV
Desse modo, percebe‑se que a avaliação postural é minimamente detalhada, subjetiva e descritiva
e aponta possíveis diagnósticos ou causas de desfechos sobre a dor, sendo um complemento ao
exame físico do paciente. Alguns pesquisadores incluem testes para flexibilidade e comprimento
muscular e teste de força muscular para posterior execução do raciocínio clínico e interpretação
dos achados dos testes.
Este teste é utilizado para avaliar a retração dos músculos responsáveis pela flexão do joelho: o
semitendíneo, o semimembranáceo e o bíceps femoral. O paciente deve estar em decúbito dorsal,
em posição inicial de flexão de quadril e joelho de 0‑90° no membro avaliado. O terapeuta inicia o
teste realizando uma extensão do joelho até encontrar uma resistência que sinalize um encurtamento
da musculatura posterior da coxa, que será quantificada com um goniômetro manual. A angulação
considerada normal para encurtamento da musculatura equivale a 157 a 167°.
Teste de Thomas
O teste de Thomas foi descrito com a finalidade de avaliar o grau de retração tecidual dos músculos
flexores de quadril. A realização desse teste é feita com o paciente em decúbito dorsal segurando um
membro inferior em flexão máxima junto ao tronco, e o outro membro a ser testado em extensão total.
Se o quadril do membro testado não estender completamente, é considerado positivo.
190
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Segundo Kendall e McCreary (2005), o teste de avaliação da elasticidade do músculo peitoral maior
é realizado com o paciente deitado em posição supina, com os joelhos flexionados e o membro superior
a ser testado posicionado em 90° de abdução para analisar as fibras superiores, e 135° para as fibras
inferiores, mantendo o cotovelo estendido e o ombro em rotação externa. O teste é considerado positivo
quando o membro não encosta completamente na mesa, sinalizando uma retração tecidual.
O teste de Schober foi descrito primariamente em 1937 e modificado em 1969. Tem por finalidade
avaliar a flexibilidade da coluna lombar. O teste é executado com o paciente em posição ortostática
para realizar as seguintes marcações: junção lombossacra, tendo como referência a espinha ilíaca
póstero‑superior (EIPS), uma marca 10 cm acima e uma marca 5 cm abaixo.
191
Unidade IV
Após as marcações, solicita‑se a flexão de tronco o máximo tolerado, mantendo a extensão dos joelhos,
e mensura‑se a distância entre as marcações mais extremas. A flexibilidade da coluna lombar é avaliada
pela diferença entre essas mensurações, e considera‑se o resultado normal igual ou maior que 7 cm.
A) B)
Figura 209 – Teste de Schober
Teste dedo‑solo
192
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
A avaliação da condição de força dos músculos responsáveis pela manutenção da postura é realizada
para tomada de conduta terapêutica futura, para diferenciação entre a condição de hiperatividade
muscular, força muscular, fraqueza muscular e inibição muscular. Desse modo, realiza‑se o teste para
os músculos do abdome superiores, inferiores e oblíquos, assim como dos flexores laterais de tronco e
extensores de coluna, rotadores externos, internos, extensores e flexores de quadril, flexores e extensores
de joelho, flexores plantar e dorsais e escapulotorácicos.
O software para avaliação postural (Sapo) é um software desenvolvido em 2005 por um grupo de
pesquisadores brasileiros com a finalidade de auxiliar durante a avaliação postural a partir de imagens
digitalizadas. Está disponível em domínio público e livre de código aberto para procedimentos científicos
de análise postural.
O protocolo que segue o software foi idealizado a partir de base científica, da relevância clínica, da
viabilidade metodológica e da aplicabilidade, considerado como padrão para avaliação postural, a fim
de gerar valores para o banco de dados sobre postura.
A avaliação realizada pelo software é baseada em quatro vistas fotográficas diferentes: frontal
posterior, frontal anterior, lateral direita e lateral esquerda. Consideram‑se, para cada uma dessas vistas,
pontos de referências anatômicas.
1. Glabela
2. Trago direito
3. Trago esquerdo
4. Mento
5. Acrômio direito
6. Acrômio esquerdo
7. Manúbrio do esterno
8. Epicôndilo lateral direito
9. Epicôndilo lateral esquerdo
10. Ponto médio entre a cabeça do rádio e a cabeça da ulna direita
11. Ponto médio entre a cabeça do rádio e a cabeça da ulna esquerda
12. Espinha ilíaca ântero‑superior direita
193
Unidade IV
194
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
1. Trago direito
2. Trago esquerdo
3. Acrômio direito
4. Acrômio esquerdo
5. Intersecção entre a margem medial e a espinha da escápula direita
6. Intersecção entre a margem medial e a espinha da escápula esquerda
7. Ângulo inferior da escápula direita
8. Ângulo inferior da escápula esquerda
9. Espinha ilíaca póstero‑superior direita
10. Espinha ilíaca póstero‑superior esquerda
11. Epicôndilo lateral direito
12. Epicôndilo lateral esquerdo
13. Ponto médio entre a cabeça do rádio e a cabeça da ulna direita
14. Ponto médio entre a cabeça do rádio e a cabeça da ulna esquerda
15. Processo espinhoso C7
16. Processo espinhoso T1
17. Processo espinhoso T3
18. Processo espinhoso T5
19. Processo espinhoso T7
20. Processo espinhoso T9
21. Processo espinhoso T11
22. Processo espinhoso T12
23. Processo espinhoso L1
24. Processo espinhoso L3
25. Processo espinhoso L4
26. Processo espinhoso L5
27. Processo espinhoso S1
28. Trocânter maior do fêmur direito
29. Trocânter maior do fêmur esquerdo
30. Linha articular do joelho direito
31. Linha articular do joelho esquerdo
32. Ponto sobre a linha média da perna direita
33. Ponto sobre a linha média da perna esquerda
34. Maléolo lateral direito
35. Ponto sobre o tendão do calcâneo direito na altura média dos dois maléolos
36. Maléolo medial direito
195
Unidade IV
1. Glabela
2. Trago direito
3. Mento
4. Manúbrio do esterno
5. Acrômio direito
6. Epicôndilo lateral direito
7. Ponto médio entre a cabeça do rádio e a cabeça da ulna direita
8. Processo espinhoso C7
9. Processo espinhoso T1
10. Processo espinhoso T3
11. Processo espinhoso T5
196
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
197
Unidade IV
Além das medidas de protocolo, o Sapo possibilita medir distâncias e ângulos livremente, como:
assimetrias do comprimento dos membros inferiores, ângulo Q, angulações da cabeça/escápula/tronco/
pelve/quadril/joelho/tornozelo/pé e estimativa do centro da gravidade (CG).
O Sapo é considerado um software com alta repetitividade de precisão das avaliações, e os testes de
reprodutibilidade ainda estão sendo implementados.
• Um tripé.
Saiba mais
Desmistificando a postura
O conceito de postura, conforme descrito no início do tópico, sempre foi amplamente e globalmente
estudado nas últimas décadas, e, a cada atualização, foi‑se confrontando com ideais e crenças de
profissionais da área da saúde, fisioterapeutas e/ou educadores físicos.
198
SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Com isso, Slater e colaboradores (2019) publicaram um estudo desmistificando todos os conceitos
e as ideais a respeito desse tema e seus desfechos: avaliação, dor, recomendações clínicas, mudança de
linguagens e narrativa sobre a postura. Assim, elaboraram de maneira ilustrativa uma cartilha.
Observação
Figura 214
Apesar das crenças comuns na postura, não há fortes evidências de que existe uma postura ideal ou que evitar
posturas incorretas impeça a dor nas costas.
2. Diferenças na postura fazem parte da vida
Existem variações naturais nas curvaturas da coluna, e não há uma curvatura específica fortemente associada
com a dor. A dor não deve ser atribuída a variações relativamente normais.
3. Posturas refletem crenças e humores
Figura 215
Posturas podem fornecer uma melhor compreensão sobre as emoções de uma pessoa, os pensamentos e a
imagem corporal. Algumas posturas são adotadas como estratégia protetora e podem refletir preocupações
quanto à vulnerabilidade corporal. Entender as razões por trás de posturas preferidas pode ser útil.
199
Unidade IV
Figura 216
A coluna é uma estrutura forte e adaptável, capaz de se mover e de sustentar cargas com segurança em uma
variedade de posturas. Alertas comuns para a proteção da coluna não são baseados em evidências e podem
causar medo.
6. Sentar não é perigoso
Ficar sentado por mais de 30 minutos em uma posição não é perigoso. No entanto, mover e mudar de posição
pode ser útil, e ser fisicamente ativo é importante para a saúde.
7. Uma forma não serve para todos
Figura 217
A avaliação da postura e do movimento previne a dor no ambiente de trabalho. Estilos de se levantar preferidos
são influenciados por curvatura espinhais, variando naturalmente, e os conselhos para adotar uma postura
específica ou manter o “core” aliviado não são baseados em evidências.
Resumo
dessas estruturas, além de, a partir daí, ser construído o racicíonio clínico
mediante a avaliação.
201
Unidade IV
Exercícios
Questão 1. (Instituto AOCP 2015) Sobre a articulação temporomandibular e suas disfunções, assinale
a alternativa incorreta.
C) Cefaleia, dificuldade de abrir e/ou fechar a boca, dor de ouvido e/ou zumbido, dificuldade de
mastigar, desvio da mandíbula para os lados e alterações posturais são sinais e sintomas das
disfunções temporomandibulares.
D) Entre as condutas que podem ser utilizadas nas disfunções temporomandibulares, estão:
eletroterapia, crioterapia, calor superficial e profundo, terapia manual, cinesioterapia e
reeducação postural.
E) Os músculos pterigoideo lateral e pterigoideo médio são responsáveis pela retração da mandíbula.
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: os sintomas mais comuns da disfunção da ATM são: dores de cabeça na região
da testa, no fundo de olho e nas têmporas; dores de ouvido; zumbidos no ouvido; dificuldade
para mastigar, principalmente alimentos duros; dores durante a mastigação; tonturas; vertigens;
barulho próximo à orelha ao abrir e fechar a boca; desgaste dental excessivo; sensação de travar
a mandíbula.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: como tratamento não farmacológico, são indicados exercícios fisioterápicos, laserterapia,
cinesioterapia, termoterapia, dispositivos intra‑orais, terapia cognitivo‑comportamental, agulhamento
seco, bloqueio anestésico, visco‑suplementação, artrocentese e ajuste oclusal.
E) Alternativa correta.
Questão 2. (Instituto AOCP 2015) A coluna vertebral possui curvaturas que permitem a distribuição
do peso das partes moles. Estas podem ser divididas em primárias e secundárias. Referente ao assunto,
assinale a alternativa correta.
A) Primárias: lordose cervical e lordose lombar; secundárias: cifose torácica e cifose sacral
ou sacrococcígea.
203
Unidade IV
E) Primárias: cifose vertebral e cifose sacral; secundárias: lordose vertebral e lordose lombar.
Análise da questão
Curvaturas primárias: torácica e sacral (mantêm o sentido da curvatura da coluna fetal). Curvaturas
secundárias: cervical (surge em torno do terceiro mês de vida, quando a criança já sustenta o peso
da cabeça); lombar (surge em torno do sexto mês de vida, quando a criança já sustenta o corpo em
posição ortostática).
Na cifose, temos a acentuação das curvaturas primárias (torácica e sacral). Na lordose, temos a
acentuação das curvaturas secundárias (cervical e lombar).
204
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 137
OHRBACH, R. et al. Diagnostic criteria for temporomandibular disorders clinical protocol and
assessment instruments. International RDC/TMD Consortium Network, jan. 2014. p. 69.
Figura 138
OHRBACH, R. et al. Diagnostic criteria for temporomandibular disorders clinical protocol and
assessment instruments. International RDC/TMD Consortium Network, jan. 2014. p. 69.
Figura 139
OHRBACH, R. et al. Diagnostic criteria for temporomandibular disorders clinical protocol and
assessment instruments. International RDC/TMD Consortium Network, jan. 2014. p. 69.
Figura 140
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. São Paulo: Elsevier, 2011. p. 37.
Figura 141
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. São Paulo: Elsevier, 2011. p. 37.
Figura 142
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. São Paulo: Elsevier, 2011. p. 37.
Figura 143
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. São Paulo: Elsevier, 2011. p. 37.
Figura 144
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. São Paulo: Elsevier, 2011. p. 37.
205
Figura 145
HARRISON, A. L.; THORP, J. N.; RITZLINE, P. D. A proposed diagnostic classification of patients with
temporomandibular disorders: implications for physical therapists. Journal of Orthopaedic & Sports
Physical Therapy, v. 44, n. 3, p. 182‑197, mar. 2014. p. 191.
Figura 146
OHRBACH, R. et al. Diagnostic criteria for temporomandibular disorders clinical protocol and
assessment instruments. International RDC/TMD Consortium Network, jan. 2014. p. 69.
Figura 147
OHRBACH, R. et al. Diagnostic criteria for temporomandibular disorders clinical protocol and
assessment instruments. International RDC/TMD Consortium Network, jan. 2014. p. 69.
Figura 149
OHRBACH, R. et al. Diagnostic criteria for temporomandibular disorders clinical protocol and
assessment instruments. International RDC/TMD Consortium Network, jan. 2014. p. 68.
Figura 150
HARRISON, A. L.; THORP, J. N.; RITZLINE, P. D. A proposed diagnostic classification of patients with
temporomandibular disorders: implications for physical therapists. Journal of Orthopaedic & Sports
Physical Therapy, v. 44, n. 3, p. 182‑197, mar. 2014. p. 192.
Figura 151
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. São Paulo: Elsevier, 2011. p. 46.
Figura 152
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. São Paulo: Elsevier, 2011. p. 50.
Figura 153
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. São Paulo: Elsevier, 2011. p. 41.
206
Figura 154
OHRBACH, R. et al. Diagnostic criteria for temporomandibular disorders clinical protocol and
assessment instruments. International RDC/TMD Consortium Network, jan. 2014. p. 70.
Figura 155
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 70.
Figura 156
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 70.
Figura 157
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 70.
Figura 158
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 70.
Figura 159
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. p. 70.
Figura 160
ALVES, N.; CANDIDO, P. L. Anatomia para o curso de odontologia geral e específica. 4. ed. São Paulo:
Grupo Gen, 2016. p. 13.
Figura 164
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. 3. ed. São Paulo: Elsevier, 2016. p. 97.
Figura 165
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. 3. ed. São Paulo: Elsevier, 2016. p. 97.
Figura 166
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. São Paulo: Elsevier, 2011. p. 97.
207
Figura 167
KENDALL, F. P. et al. Músculos: provas e funções. 5. ed. Barueri: Manole, 2007. p. 155.
Figura 168
KENDALL, F. P. et al. Músculos: provas e funções. 5. ed. Barueri: Manole, 2007. p. 155.
Figura 169
KENDALL, F. P. et al. Músculos: provas e funções. 5. ed. Barueri: Manole, 2007. p. 157.
Figura 170
KENDALL, F. P. et al. Músculos: provas e funções. 5. ed. Barueri: Manole, 2007. p. 158.
Figura 179
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. 3. ed. São Paulo: Elsevier, 2016. p. 78.
Figura 198
IANNOTTI, J. P.; PARKER, R. D. Coleção Netter de ilustrações médicas: parte II. 2. ed. v. 6. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2014. p. 12.
Figura 199
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 474.
Figura 200
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 243.
Figura 202
KENDALL, F.; MCCREARY, E. Muscles, testing and functions with posture and pain. Baltimore, MD:
Lippincott Williams & Wilkins, 2005. p. 54.
Figura 203
KENDALL, F.; MCCREARY, E. Muscles, testing and functions with posture and pain. Baltimore, MD:
Lippincott Williams & Wilkins, 2005. p. 55.
208
Figura 204
KENDALL, F.; MCCREARY, E. Muscles, testing and functions with posture and pain. Baltimore, MD:
Lippincott Williams & Wilkins, 2005. p. 64.
Figura 205
FERREIRA, E. A. G. et al. Postural assessment software (PAS/Sapo): validation and reliability. Clinics, v.
65, n. 7, p. 675, 2010.
Figura 211
DUARTE, M. et al. Documentação sobre o Sapo – Software para avaliação postural. 2005. Disponível
em: http://pesquisa.ufabc.edu.br/bmclab/sapo2/SAPOdoc.pdf. Acesso em: 22 out. 2019. p. 3.
Figura 212
DUARTE, M. et al. Documentação sobre o Sapo – Software para avaliação postural. 2005. Disponível
em: http://pesquisa.ufabc.edu.br/bmclab/sapo2/SAPOdoc.pdf. Acesso em: 22 out. 2019. p. 4.
Figura 213
DUARTE, M. et al. Documentação sobre o Sapo – Software para avaliação postural. 2005. Disponível
em: http://pesquisa.ufabc.edu.br/bmclab/sapo2/SAPOdoc.pdf. Acesso em: 22 out. 2019. p. 5.
Figura 214
SLATER, D. et al. “Sit up straight”: time to re‑evaluate. Journal of Orthopaedic & Sports Physical
Therapy, v. 49, n. 8, p. 562‑564, 2019. p. 562.
Figura 215
SLATER, D. et al. “Sit up straight”: time to re‑evaluate. Journal of Orthopaedic & Sports Physical
Therapy, v. 49, n. 8, p. 562‑564, 2019. p. 562.
Figura 216
SLATER, D. et al. “Sit up straight”: time to re‑evaluate. Journal of Orthopaedic & Sports Physical
Therapy, v. 49, n. 8, p. 562‑564, 2019. p. 562.
Figura 217
SLATER, D. et al. “Sit up straight”: time to re‑evaluate. Journal of Orthopaedic & Sports Physical
Therapy, v. 49, n. 8, p. 562‑564, 2019. p. 562.
209
REFERÊNCIAS
Textuais
ABRUSCATO, K. et al. Diagnostic accuracy of the lever sign in detecting anterior cruciate ligament
tears: a systematic review and meta‑analysis. The International Journal of Sports Physical Therapy,
v. 14, n. 1, p. 2‑13, fev. 2019.
ALAZZAWI, S. et al. Foot and ankle history and clinical examination: a guide to everyday practice.
World Journal of Orthopedics, v. 8, n. 1, p. 21‑29, 2017.
BAHOUQ, H. et al. Prevalence and severity of insomnia in chronic low back pain patients.
Rheumatology International, v. 33, n. 5, p. 1277‑1281, maio 2013.
BARROS FILHO, T. E. P.; LECH, O. Exame físico em ortopedia. São Paulo: Editora Sarvier, 2011.
BIRRELL, F. P. et al. Health impact of pain in the hip region with and without radiographic evidence
of osteoarthritis: a study of new attenders to primary care. The PCR Hip Study Group. Annals of the
Rheumatic Diseases, v. 59, n. 11, p. 857‑863, 2000.
BOHANNON, R. W. Measurement, nature, and implications of skeletal muscle strength in patients with
neurological disorders. Clinical Biomechanics (Bristol, Avon), v. 10, n. 6, p. 283‑292, 1995.
BUCHBINDER, R. et al. Low back pain: a call for action. The Lancet, v. 391, n. 10137, p. 2384‑2388, jun. 2018.
BYRD, J. W. Evaluation of the hip: history and physical examination. North American Journal of Sports
Physical Therapy, v. 2, n. 4, p. 231‑240, 2007.
BYRD, J. W. Physical examination. In: BYRD, J. W. T. (ed.) Operative Hip Arthroscopy. 2. ed. Nova York:
Springer, 2005.
210
BYRD, J. W.; JONES, K. S. Diagnostic accuracy of clinical assessment, magnetic resonance imaging,
magnetic resonance arthrography, and intra‑articular injection in hip arthroscopy patients. American
Journal of Sports Medicine, v. 32, n. 7, p. 1668‑1674, 2004.
CALIS, M. Diagnostic values of clinical diagnostic tests in subacromial impingement syndrome. Annals
of the Rheumatic Diseases, v. 59, n. 1, p. 44‑47, jan. 2000.
CARREGARO, R. L.; SILVA, E. N.; VAN TULDER, M. Direct healthcare costs of spinal disorders in Brazil.
International Journal of Public Health, v. 64, n. 1, abr. 2018.
CLELAND, J.; KOPPENHAVER, S.; SU, J. Netter’s orthopaedic clinical examination: an evidence‑based
approach. 3. ed. São Paulo: Elsevier, 2016.
COOK, C. E.; HEGEDUS, E. J. Orthopedic physical examination tests: an evidence‑based approach. 2. ed.
Nova Jersey: Pearson Education, 2013.
COOK, C. E.; HEGEDUS, E. J. Testes ortopédicos em fisioterapia. 2. ed. Barueri: Manole, 2015.
DAVIES, G. J.; GOULD, J. A.; LARSON, R. L.: Functional examination of the shoulder girdle. The Physician
and Sportsmedicine, v. 9, n. 6, p. 82‑104, 1981.
DAVIES, H.; BLUNDELL, C. (VII) Clinical examination of the foot and ankle. Journal of Orthopaedic
Trauma, v. 25, n. 4, p. 287‑292, 2011.
DUARTE, M. et al. Documentação sobre o Sapo – Software para avaliação postural. 2005. Disponível
em: http://pesquisa.ufabc.edu.br/bmclab/sapo2/SAPOdoc.pdf. Acesso em: 22 out. 2019.
DUTTON, M. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2009.
ELVERU, R. A.; ROTHSTEIN, J. M.; LAMB, R. L. Goniometric reliability in a clinical setting: subtalar and
ankle joint measurements. Physical Therapy, v. 68, n. 5, p. 672‑677, maio 1988.
ENSEKI, K. M. et al. Nonarthritic hip joint pain. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, v.
44, n. 6, p. A1‑32, 2014.
211
ESTERSON, P. S. Measurement of ankle joint swelling using a figure of 8. J Journal of Orthopaedic &
Sports Physical Therapy, v. 1, n. 1, p. 51‑52, 1979.
FERNANDEZ, M. Hip pain in young adults. Australian Family Physician, v. 43, n. 4, p. 205‑209, 2014.
FERREIRA, E. A. G. et al. Postural assessment software (PAS/Sapo): validation and reliability. Clinics,
v. 65, n. 7, p. 675‑681, 2010.
FLANDRY, F; HOMMEL, G. Normal anatomy and biomechanics of the knee. Sports Medicine and
Arthroscopy Review, v. 19, n. 2, p. 82‑92, jun. 2011.
FLYNN, T. W.; CLELAND, J. A.; WHITMAN, J. M. The users’ guide to the musculoskeletal examination:
fundamentals for the evidence‑based clinician. Louisville: Evidence in Motion, 2008.
FOSTER, N. E. et al. Prevention and treatment of low back pain: evidence, challenges, and promising
directions. Lancet, v. 391, n. 10137, p. 2368‑2383, jun. 2018.
FUENTES, J. et al. Enhanced therapeutic alliance modulates pain intensity and muscle pain sensitivity
in patients with chronic low back pain: an experimental controlled study. Physical therapy, v. 94, n. 4,
p. 477‑489, 2014.
GILMAN, S. L. “Stand up straight”: notes toward a history of posture. Journal of Medical Humanities,
v. 35, n. 1, p. 57‑83, mar. 2014.
GUANCHE, C. A.; JONES, D. C. Clinical testing for tears of the glenoid labrum. Arthroscopy, v. 19,
n. 5, p. 517‑523, maio/jun. 2003.
HARRISON, A. L.; THORP, J. N.; RITZLINE, P. D. A proposed diagnostic classification of patients with
temporomandibular disorders: implications for physical therapists. Journal of Orthopaedic & Sports
Physical Therapy, v. 44, n. 3, p. 182‑197, mar. 2014.
HEGEDUS, E. J. et al. Physical examination tests for assessing a torn meniscus in the knee: a systematic
review with meta‑analysis. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, v. 37, n. 9, p. 541‑550,
set. 2007.
HEGEDUS, E. J. et al. Physical examination tests of the shoulder: a systematic review with
meta‑analysis of individual tests. British Journal of Sports Medicine, v. 42, n. 2, p. 80‑92, 2007.
HEGEDUS, E. J.; STERN, B. Beyond SpPIN and SnNOUT: considerations with dichotomous tests
during assessment of diagnostic accuracy. Journal of Manual & Manipulative Therapy, v. 17, n. 1,
p. 1E‑5E, 2009.
212
HUNG, C. I.; LIU, C. Y.; FU, T. S. Depression: an important factor associated with disability among
patients with chronic low back pain. International Journal of Psychiatry in Medicine, v. 49, n. 3,
p. 187‑198, 2015.
IHME. Global Burden of Disease Study 2017 (GBD 2017). Seattle: IHME, 2017.
JULL, G. Biopsychosocial model of disease: 40 years on. Which way is the pendulum swinging? British
Journal of Sports Medicine, v. 51, n. 16, p. 1187‑1188, ago. 2017.
KELLY, S. M.; BRITTLE, N.; ALLEN, G. M. The value of physical tests for subacromial impingement
syndrome: a study of diagnostic accuracy. Clinical Rehabilitation, v. 24, n. 2, p. 149‑158, fev. 2010.
KENDALL, F. P.; MCCREARY, E. K. Muscles, testing and functions with posture and pain. Baltimore, MD:
Lippincott Williams & Wilkins, 2005.
KENDALL, F. P.; MCCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G. Músculos: provas e funções. 4. ed. Barueri:
Manole, 1995.
KIBLER, W. B. et al. Clinical utility of traditional and new tests in the diagnosis of biceps tendon
injuries and superior labrum anterior and posterior lesions in the shoulder. American Journal of Sports
Medicine, v. 37, n. 9, p. 1840‑1847, 2009.
KIRSCHNER, J. S.; FOYE, P. M.; COLE, J. L. Piriformis syndrome, diagnosis and treatment. Muscle &
Nerve, v. 40, n. 1, p. 10‑18, 2009.
KOES, B. W. et al. An updated overview of clinical guidelines for the management of non‑specific low
back pain in primary care. European Spine Journal, v. 19, n. 12, p. 2075‑2094, 2010.
KOPKOW, C. et al. Physical examination tests for the diagnosis of posterior cruciate ligament rupture: a
systematic review. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, v. 43, n. 11, p. 804‑813, nov. 2013.
LANDEROS, O.; FROST, H. M.; HIGGINS, C. C. Post‑traumatic anterior ankle instability. Clinical
Orthopaedics and Related Research, v. 56, p. 169‑178, 1968.
LAPRADE, R. F.; WENTORF, F. Diagnosis and treatment of posterolateral knee injuries. Clinical
Orthopaedics and Related Research, n. 402, p. 110‑121. set. 2002.
LOONG, T. Understanding sensitivity and specificity with the right side of the brain. BMJ, v. 327,
n. 7417, p. 716‑719, 2003.
LUBOWITZ, J. H.; BERNARDINI, B. J.; REID, J. B. Current concepts review: comprehensive physical examination
for instability of the knee. American Journal of Sports Medicine, v. 36, n. 3, p. 577‑594, mar. 2008.
213
MAGEE, D. J. Avaliação musculoesquelética. 4. ed. Barueri: Manole, 2005.
MARTIN, R. L.; MCPOIL, T. G. Reliability of ankle goniometric measurements: a literature review. Journal
of the American Podiatric Medical Association, v. 95, n. 6, p. 564‑572, 2005.
MOLL, J. M.; WRIGHT, V. Normal range of spinal mobility. An objective clinical study. Annals of the
Rheumatic Diseases, v. 30, n. 4, p. 381‑386, jul. 1971.
MÖLLER, M. et al. The reliability of isokinetic testing of the ankle joint and a heel‑raise test for
endurance. Knee Surgery, Sports Traumatology, Arthroscopy, v. 13, n. 1, p. 60‑71, 2005.
MULLIGAN, E. P. et al. The diagnostic accuracy of the lever sign for detecting anterior cruciate ligament
injury. The International Journal of Sports Physical Therapy, v. 12, n. 7, p. 1057‑1067, dez. 2017.
NEELLY, K.; WALLMANN, H. W.; BACKUS, C. J. Validity of measuring leg length with a tape measure compared
to a computed tomography scan. Physiotherapy: Theory and Practice, v. 29, n. 6, p. 487‑492, 2013.
NIJS, J. et al. Thinking beyond muscles and joints: therapists’ and patients’ attitudes and beliefs
regarding chronic musculoskeletal pain are key to applying effective treatment. Manual Therapy, v. 18,
n. 2, p. 96‑102, abr. 2013.
NORKIN, C. C.; LEVANGIE, P. K. Estruturas e função geral. In: NORKIN, C. C.; LEVANGIE, P. K. Articulações:
estrutura e função – uma abordagem prática e abrangente. 2 ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.
NORKIN, C. C.; WHITE, D. J. Measurement of joint motion: a guide to goniometry. Filadélfia: F.A. Davis, 2016.
OHRBACH, R. et al. Diagnostic criteria for temporomandibular disorders clinical protocol and
assessment instruments. International RDC/TMD Consortium Network, jan. 2014.
214
OLIVEIRA, L. P. et al. Tradução e adaptação cultural do Hip Outcome Score para a língua portuguesa.
Revista Brasileira de Ortopedia, v. 49, n. 3, p. 297‑304, maio/jun. 2014.
PETERSON, C. M.; FOLEY, R. A. Testes de movimentos ativos e passivos. Barueri: Manole, 2003.
POTTER, L. Hand & Wrist Examination – OSCE Guide. Geeky Medics, out. 2010. Disponível em: https://
geekymedics.com/hand-examination/. Acesso em: 6 nov. 2019.
POWERS, C. M. The influence of abnormal hip mechanics on knee injury: a biomechanical perspective.
Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, v. 40, n. 2, p. 42‑51, fev. 2010.
REICHERT, B. Palpation techniques: surface anatomy for physical therapists. 2. ed. Stuttgart: Thieme, 2015.
SAGHEER, M. A.; KHAN, M. F.; SHARIF, S. Association between chronic low back pain, anxiety and
depression in patients at a tertiary care centre. Journal of Pakistan Medical Association, v. 63, n. 6,
n. 688‑690, jun. 2013.
SHUMWAY‑COOK, A.; BRAUER, S.; WOOLLACOTT, M. Predicting the probability for falls in community‑dwelling
older adults using the Timed Up & Go Test. Physical Therapy, v. 80, n. 9, p. 869‑903, set. 2000.
SLATER, D. et al. “Sit up straight”: time to re‑evaluate. Journal of Orthopaedic & Sports Physical
Therapy, v. 49, n. 8, p. 562‑564, 2019.
SMITH, L. K.; LEHMKUHL, L. D. Cinesiologia clínica de Brunnstrom. 4. ed. Barueri: Manole, 1989.
SPIERA, H. Osteoarthritis as a misdiagnosis in elderly patients. Geriatrics, v. 42, n. 11, p. 37‑42, 1987.
THOMPSON, T. C. A test for rupture of the tendo achillis. Acta Orthopaedica Scandinavica, v. 32,
p. 461‑465, 1962.
USHIYAMA, N.; KUROBE, Y.; MOMOSE, K. Validity of maximal isometric knee extension strength
measurements obtained via belt‑stabilized hand‑held dynamometry in healthy adults. Journal of
Physical Therapy Science, v. 29, n. 11, p. 1987‑1992, nov. 2017.
215
VOLPON, J. B. Impacto femoroacetabular. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 51, n. 6, p. 621‑629, 2016.
YOUNG, C. C. et al. Clinical examination of the foot and ankle. Primary Care: Clinics in Office Practice,
v. 32, n. 1, p. 105‑132, mar. 2005.
Sites
https://www.aaos.org/
https://drrobertlaprademd.com/
https://physio-pedia.com/home/
https://www.physiotutors.com/
https://www.sbquadril.org.br/
Exercícios
Unidade I – Questão 1: FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (FCC). TRT – 5ª Região (BA) – 2013: Analista
Judiciário – Fisioterapia. Questão 21.
Unidade III – Questão 1: INSTITUTO AOCP. EBSERH – 2017 – Área Assistencial – HUJB – UFCG:
Fisioterapeuta. Questão 45.
Unidade III – Questão 2: FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS (FCC). TRT – 3ª Região (MG) – 2009: Analista
Judiciário – Fisioterapia. Questão 43.
Unidade IV – Questão 1: INSTITUTO AOCP. EBSERH – 2015 – Área Assistencial – HDT‑UFT: Fisioterapeuta.
Questão 41.
Unidade IV – Questão 2: INSTITUTO AOCP. EBSERH – 2015 – Área Assistencial – HE‑UFPEL: Fisioterapeuta.
Questão 41.
216
217
218
219
220
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000