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Unidade II
Continuaremos estudando o membro superior, evoluindo para o complexo articular do cotovelo e,
a seguir, o complexo articular do punho e da mão, passando pelo exame físico, pela inspeção e pela
palpação dessas articulações e suas estruturas. Também falaremos sobre como realizar a goniometria
dessas articulações em todos os movimentos estudados, sobre a avaliação da força muscular e alguns
testes especiais.
3.1 Descrição
Inspeção
• Vista lateral:
— côndilos, epicôndilo lateral, cabeça do rádio (testar com pronossupinação, 80º de cotovelo);
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Vista medial:
• Vista anterior:
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Unidade II
— nervo cutâneo lateral, tendão do bíceps, artéria braquial e nervo medial (de lateral para medial).
• Vista posterior:
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Lembrete
Palpação do cotovelo
O cotovelo pode ser palpado muito facilmente com o paciente sentado ou deitado em supino. O clínico
deve flexionar o cotovelo do paciente em, aproximadamente, 70º a 90º e suportar o antebraço com uma
mão enquanto faz a palpação com a outra. Todas as estruturas são facilmente palpáveis nessa posição.
E A: Epicôndilo medial
B: Epicôndilo lateral
B
C A C: Olécrano
D: Sulco do nervo ulnar
D E: Tendão do tríceps braquial
Ainda na região distal do úmero, temos os epicôndilos medial e lateral. O epicôndilo medial é maior e
mais bem definido que o epicôndilo lateral. Logo acima dos epicôndilos, temos as cristas supracondilianas
lateral e medial, sendo que a medial necessita de uma palpação mais profunda que a lateral.
• Olécrano: o processo olécrano está localizado na região mais distal do braço, na região posterior,
entre os dois epicôndilos. O olécrano torna‑se mais proeminente com a flexão de cotovelo.
• Sulco do nervo ulnar/nervo ulnar: entre o epicôndilo medial e o olécrano, temos o sulco no
nervo ulnar. O nervo ulnar está localizado no sulco e pode ser facilmente palpado com o cotovelo
semifletido e deslizando os dedos sobre o sulco.
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Unidade II
A: Cabeça do rádio
B
A C B: Tendão do bíceps
C: Fossa cubital
• Cabeça do rádio: na região lateral do cotovelo, abaixo do epicôndilo lateral, temos a linha articular
e, logo abaixo, podemos palpar a cabeça do rádio, sendo essa uma estrutura lisa e arredondada.
Com o cotovelo semiflexionado e realizando um movimento de pronação e supinação, a palpação
torna‑se mais acessível.
• Bíceps braquial: o seu ventre muscular está localizado em toda a região anterior do braço. Para
evidenciar as porções do bíceps, é necessária uma contração isométrica de flexão de cotovelo.
Com uma mão, deve‑se palpar o ventre do bíceps, separando a cabeça longa, posicionada mais
lateralmente, e a cabeça curta, posicionada mais medialmente. Na região mais distal, podemos
palpar o tendão da inserção do bíceps na fossa cubital.
• Tríceps braquial: na região posterior do braço, temos o músculo tríceps braquial. Com uma
extensão isométrica resistida, conseguimos evidenciar melhor as suas porções, tendo a cabeça
longa medialmente, começando lateralmente à prega axilar. Entre a cabeça longa e a lateral, é
possível visualizar um sulco, onde se localiza a cabeça medial na distal e medial da parte posterior
do braço. Ambas as porções se unem no terço distal da região posterior do braço para formar o
tendão, que irá se inserir no processo olécrano.
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Fossa cubital: na região anterior do cotovelo, temos a fossa cubital, que é uma área triangular e
côncava, limitada superiormente por uma linha que interliga os epicôndilos do úmero, medialmente
pelo músculo pronador redondo e lateralmente pelo músculo braquiorradial. O conteúdo da fossa
cubital é, de medial para lateral, o nervo mediano, a parte terminal da artéria braquial e o tendão
do bíceps braquial.
Observação
Quando um paciente se encontra com queixa de dor no cotovelo, é necessário pedir que ele realize
de forma ativa todos os movimentos do cotovelo. Devemos observar o ângulo em que o paciente
começa a sentir a dor e analisar se há alguma alteração importante de desvio do trajeto ou qualidade
do movimento.
Inicialmente, o clínico deve instruir o paciente a flexionar o cotovelo de maneira que o punho seja
direcionado para o ombro. Em seguida, deve pedir para que realize a extensão de cotovelo, voltando o
braço para a posição de repouso.
A) B)
Com o paciente com os braços relaxados ao lado do corpo, mantendo os cotovelos flexionados, ele
deve ser instruído a pronar e supinar ao longo de todo o curso do movimento.
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Unidade II
A) B)
Goniometria do cotovelo
Movimento Valor
Posição do teste Eixo Braço fixo Braço móvel
anatômico normativo
Paciente em decúbito dorsal Paralelo ao Paralelo ao rádio,
ou sentado com a mão Epicôndilo lateral do úmero, em em direção
Flexão 0º a 150º
supinada e o braço paralelo à cotovelo. direção ao ao processo
linha média do corpo. acrômio. estiloide.
Paciente em decúbito dorsal Paralelo ao Paralelo ao rádio,
com a mão supinada. Pode Epicôndilo lateral do úmero, em em direção 0º – 10º de
Extensão ser necessário um travesseiro cotovelo. direção ao ao processo hiperextensão
abaixo do braço em casos de acrômio. estiloide.
hiperextensão.
Paciente sentado com o braço
ao lodo do corpo, o cotovelo
flexionado a 90 graus e o Paralelo Paralelo ao
antebraço na posição neutra. Sobre a terceira
Pronação ao eixo eixo do lápis
articulação 0º a 90º
Um truque simples é fazer longitudinal do ou polegar
metacarpofalangeana.
com que o paciente segure úmero. (abduzido).
uma caneta ou um lápis para
facilitar a medição.
Paciente sentado com o braço Paralelo Paralelo ao
Sobre a terceira
ao lado do corpo, o cotovelo ao eixo eixo do lápis
Supinação articulação 0º a 90º
flexionado a 90 graus e o longitudinal do ou polegar
metacarpofalangeana.
antebraço na posição neutra. úmero. (abduzido).
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Os principais músculos responsáveis por flexionar o cotovelo são o braquial e o bíceps braquial.
O bíceps braquial é um músculo biarticular, tendo uma de suas origens no tubérculo supraglenoidal
e inserção na tuberosidade do rádio, influenciando no movimento de flexão do ombro.
O braquial tem origem na diáfise do úmero e se insere no processo coronoide, sendo uniarticular e
agindo somente na flexão de cotovelo. Os músculos do antebraço têm um papel auxiliar na flexão do
cotovelo. Entre esses músculos, o que mais se destaca é o braquiorradial, mas os flexores/extensores
do punho, assim como o pronador redondo, também auxiliam esse movimento.
• Fixação: o avaliador apoia o braço contra a maca caso o paciente esteja deitado. Se o paciente
estiver em pé, o avaliador estabiliza o braço do paciente de modo a evitar a flexão do ombro
durante a extensão do cotovelo.
Os músculos responsáveis pela flexão de cotovelo são o ancôneo e o tríceps braquial. O tríceps
braquial, por ser um músculo biarticular, tendo a origem de sua cabeça longa no tubérculo infraglenoidal
e sua inserção sobre o aspecto posterior do ancôneo, auxilia na extensão e adução do ombro.
O ancôneo tem origem no aspecto distal do úmero e inserção no aspecto lateral do acrômio. Tem
como principal função a extensão de cotovelo.
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Unidade II
• Posição inicial: paciente deitado em supino com o ombro fletido a 90° e cotovelo estendido
ou semifletido.
• Fixação: o avaliador apoia o braço do paciente de modo a evitar a flexão de ombro durante o teste.
Observação
O teste de estresse em valgo é utilizado para avaliar a instabilidade do ligamento colateral medial
do cotovelo.
• Posição inicial: paciente em pé com o ombro fletido a, aproximadamente, 45° e cotovelo fletido
de 20º‑30°.
• Teste: o avaliador apoia o úmero distal de modo a deixar os dedos próximos à porção medial do
cotovelo. Com a outra mão, o avaliador estabiliza a região distal do antebraço, logo acima do
punho. A mão posicionada no cotovelo faz uma força em valgo. O teste é positivo caso ocorra
instabilidade em valgo ou o paciente relate dor.
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Posição inicial: paciente em pé com o ombro em flexão de, aproximadamente, 45° e cotovelo
fletido cerca de 20°‑30°.
• Teste: o avaliador apoia uma mão medialmente ao cotovelo, com os dedos sobre o
aspecto lateral do cotovelo. A outra mão é posicionada acima do punho lateralmente. É,
então, aplicada uma força no sentido médio‑lateral na altura do cotovelo. O movimento
é repetido com incrementos de força. O teste é positivo quando o paciente relata dor ou
alterações do movimento.
O teste de Mill avalia a presença de epicondilite lateral, ou seja, a tendinite dos músculos que se
inserem no epicôndilo lateral, os extensores do punho e dos dedos.
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Unidade II
Teste de Cozen
• Teste: o examinador, com uma mão, estabiliza o cotovelo do paciente com o polegar sobre o
epicôndilo lateral do paciente. Com a outra mão, apoia a região dorso medial da mão do paciente.
O paciente realiza uma extensão de punho com desvio radial. Caso seja relatada dor na região do
epicôndilo lateral, o teste é positivo.
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Teste: com uma das mãos, o examinador estabiliza o cotovelo do paciente apoiando os dedos
sobre a região do epicôndilo medial. O antebraço do paciente é supinado, e o punho é estendido.
O avaliador, então, estende o cotovelo do paciente. O teste é positivo caso o paciente relate dor
na região do epicôndilo medial do úmero.
A) B)
Teste de Tínel
O teste de Tínel avalia a sensibilidade do nervo ulnar, podendo identificar lesões locais.
• Posição inicial: paciente sentado ou em pé com o ombro flexionado à frente e o cotovelo semifletido.
• Teste: o avaliador realiza uma percussão no trajeto do nervo ulnar na altura do canal cubital
(entre o olécrano e o epicôndilo medial). O teste é positivo quando o paciente relata uma
sensação de formigamento na região de inervação do nervo ulnar até o ponto de compressão
do nervo. O teste indica até onde as fibras sensórias do nervo estão se regenerando; onde
houver a sensação de formigamento, indica até onde há regeneração.
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Unidade II
Sinal de Wartenberg
• Teste: o examinador pede que o paciente posicione as mãos sobre uma mesa e afasta os dedos do
paciente. O avaliador pede, então, que o paciente aproxime os dedos. A incapacidade de aproximar
o dedo mínimo aos outros indica lesão do nervo ulnar.
Este teste avalia a presença de dedo redondo. Não há estudos bons que atestem a sensibilidade e a
especificidade deste teste.
• Teste: o examinador resiste a uma força de pronação do paciente enquanto realiza uma extensão
do cotovelo do paciente. O teste é positivo caso o paciente relate formigamento ou dormência no
trajeto do nervo mediano.
Saiba mais
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
4.1 Descrição
Os movimentos do punho ocorrem por meio das articulações radioulnar distal, radiocárpica e
mediocárpica. Por ser uma articulação sinovial condilar, o punho permite movimentos de flexo‑extensão,
pronação e supinação.
A articulação radioulnar distal, com a superfície convexa da ulna e côncava do rádio, possui uma
estrutura de tecidos conjuntivos e um disco articular, favorecendo a completa estabilidade da articulação
e a ativação dos músculos.
Estruturas ósseas do carpo são dispostas em duas fileiras. A primeira fileira, ou fileira proximal,
é convexa, articulando‑se com a concavidade do rádio distalmente e medialmente ao lado ulnar
para efeito de contenção, gerando uma estabilidade dorsal e radial na articulação radiocárpica.
A segunda fileira, ou fileira distal, articula‑se proximalmente com a primeira fileira, formando a
articulação intercárpica, na qual há pouca mobilidade. E, distalmente, a segunda fileira articula‑se
com a parte face articular proximal do segundo ao quarto metacarpo, formando a articulação
carpometacárpica.
Inspeção
Além da avaliação da região dorsal e palmar da mão, torna‑se necessária a comparação de ambos os
lados da mão com o membro contralateral, observando os seguintes pontos:
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Unidade II
A palpação das estruturas do punho deve ser realizada com a articulação em posição neutra, para
facilitar a palpação dos tendões e tecidos moles.
• Processo estiloide do rádio e da ulna: nas regiões laterais do punho, no terço distal do rádio
e da ulna, é possível palpar os processos estiloide do rádio e da ulna, sendo o processo estiloide
localizado mais distalmente em relação ao processo estiloide medial, e o processo estiloide da
ulna é palpável de forma mais acessível com o antebraço pronado.
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Tendão dos flexores do punho/túnel do carpo: na região anterior do terço distal do antebraço,
podemos palpar os tendões dos músculos flexores do radial e ulnar. Cobrindo essa região, temos
a bainha, que recobre diversas estruturas, chamada de túnel do carpo. Dor e edema nessa região
podem sinalizar uma inflamação local.
• Região tenar e hipotenar da mão: ainda na superfície palmar da mão, podemos palpar a região
tenar localizada na região lateral da mão, logo abaixo do polegar. Na região medial da mão, temos
a região hipotenar, sendo essa menos volumosa que a região tenar.
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Unidade II
• Estruturas ósseas da mão: na região da mão, em sua superfície palmar, identificamos os ossos
carpais, os ossos metacarpais, a articulação carpometacarpal, as articulações interfalângicas
proximais e distais do segundo ao quinto dedo e a interfalângica do polegar.
Os ossos do carpo são divididos em fileira proximal (escafoide, semilunar, piramidal e pisiforme)
e fileira distal (trapézio, trapezoide, capitato, hamato). Por conta de disposição, podem ser mais
facilmente palpados na vista palmar ou dorsal.
Observação
Ao avaliar o paciente, é importante analisar a movimentação ativa da articulação. Caso não haja
alterações no movimento ativo, a mobilidade passiva está consequentemente normal.
Vejamos, nas figuras adiante, o paciente fechando e abrindo o punho e os dedos e realizando o
desvio radial e ulnar. É necessário observar: sua amplitude de movimento e a sinergia com a qual eles se
movem; se o paciente apresenta dor durante algum movimento, e em qual momento essa dor aparece;
se há alguma alteração importante de desvio do trajeto ou qualidade do movimento.
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
A) B)
Figura 40 – Mobilização ativa de flexão e extensão de punho
A) B)
Figura 41 – Mobilização ativa de desvio radial e ulnar
Goniometria do punho
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Unidade II
Movimento Valor
Posição do teste Eixo Braço fixo Braço móvel
anatômico normativo
Paciente sentado com Imediatamente Sobre a superfície
Flexão de punho o braço em pronação e acima do Face medial da ulna. medial do quinto 0º a 90º
cotovelo fletido. epicôndilo medial. metacarpo.
Paciente sentado com Imediatamente Sobre a superfície
Extensão de o braço em pronação e acima do Face medial da ulna. medial do quinto 0º a 70º
punho cotovelo fletido. epicôndilo medial. metacarpo.
Paciente sentado com Sobre a superfície
No centro da Sobre a superfície
Desvio radial do o cotovelo fletido e dorsal do antebraço,
articulação dorsal do terceiro 0º a 20º
punho antebraço em posição apontando para o
radiocarpal. metacarpo.
neutra. epicôndilo lateral.
Paciente sentado com Sobre a superfície
No centro da Sobre a superfície
Desvio ulnar do o cotovelo fletido e articulação dorsal do antebraço, dorsal do terceiro 0º a 45º
punho antebraço em posição apontando para o
radiocarpal. metacarpo.
neutra. epicôndilo lateral.
Lembrete
Flexores de punho
Os músculos responsáveis pela flexão de punho são os flexores ulnar e radial do carpo, o palmar
longo, o flexor superficial dos dedos e o flexor longo dos dedos. Esses músculos, com exceção do flexor
longo dos dedos, têm origem no epicôndilo medial e, quando sobrecarregados em excesso, podem gerar
epicondilite medial ou cotovelo de golfista.
• Posição inicial: paciente sentado com o antebraço supinado apoiado sobre a mesa, com punho
fora da mesa.
• Teste: o examinador pede para o paciente realizar uma flexão de punho. Com a sua mão livre, o
examinador aplica uma força na mão do paciente no sentido de estender o punho.
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Extensores de punho
Os músculos responsáveis pela extensão do punho são: extensor radial longo do carpo, extensor
radial curto do carpo, extensor ulnar do carpo, extensor dos dedos, extensor do mínimo e extensor do
indicador. Desses músculos, somente o extensor do indicador não se insere no epicôndilo lateral. Esses
músculos, se sobrecarregados de forma abrupta, podem sofrer um processo inflamatório em sua origem,
causando a epicondilite lateral ou o cotovelo de tenista.
• Posição inicial: paciente sentado com o cotovelo fletido, antebraço pronado e apoiado sobre a
mesa de avaliação.
• Teste: o examinador pede que o paciente realize uma extensão de punho. Com a mão livre, o
terapeuta realiza uma força no sentido da flexão de punho contra a resistência do paciente.
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Unidade II
Os principais músculos responsáveis pelo desvio radial são os extensores radiais longo e curto do
carpo e o flexor radial do carpo.
• Posição inicial: paciente sentado com o antebraço apoiado sobre a mesa de avaliação.
• Teste: o examinador pede que o paciente realize o desvio radial do carpo. Então, com o apoio da
mão acima do polegar do paciente, o examinador aplica uma força no sentido do desvio ulnar.
Os principais músculos responsáveis pelo desvio ulnar são: extensor ulnar do carpo e flexor ulnar do carpo.
• Posição inicial: paciente sentado com o antebraço apoiado sobre a mesa de avaliação.
• Fixação: o examinador usa uma das mãos para fixar o antebraço do paciente sobre a mesa
de avaliação.
• Teste: o examinador pede que o paciente realize um desvio ulnar. Então, o examinador, com a
mão sobre o quinto metacarpo, aplica uma força em direção ao desvio radial.
Os principais músculos intrínsecos da mão são: interósseos dorsais, interósseos palmares e lumbricais.
O teste a seguir avalia a força dos interósseos e lumbricais.
• Posição inicial: paciente em pé ou sentado, braço ao lado do corpo, cotovelo fletido em flexão máxima.
Mão com flexão das articulações metacarpofalangeanas e extensão das articulações interfalangeanas.
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
• Fixação: o examinador fixa o punho do paciente caso este apresente fraqueza dos músculos que
estabilizam o punho.
• Teste: o teste é realizado em duas partes. Primeiro, o examinador aplica uma pressão na região
dorsal da mão na altura das falanges distais e da articulação interfalangeana proximal, no sentido
da flexão dos dedos. Depois, o examinador aplica uma força na face palmar da articulação
interfalangeana proximal no sentido da extensão dos dedos. Caso o paciente apresente fraqueza,
os dedos entram em posição de garra.
Os flexores superficiais dos dedos são os músculos responsáveis por flexionar as articulações
interfalangeanas do segundo ao quinto dedo, além de auxiliar na flexão das articulações
metacarpofalangeanas e na flexão do punho.
• Teste: o examinador pede que o paciente realize a flexão da articulação interfalangeana proximal.
O avaliador, então, realiza uma força na falange média de modo a estender o dedo.
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Unidade II
O flexor profundo dos dedos é o músculo responsável por flexionar a falange distal do segundo ao
quinto dedo, além de auxiliar na flexão da articulação interfalangeana e metacarpofalangeana.
• Teste: o examinador aplica uma força na falange distal do dedo a ser avaliado no sentido de
estender a articulação interfalangeana distal.
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Saiba mais
POTTER, L. Hand & Wrist Examination – OSCE Guide. Geeky Medics, out.
2010. Disponível em: https://geekymedics.com/hand-examination/. Acesso
em: 6 nov. 2019.
Teste de Finkelstein
O teste de Finkelstein é usado para avaliar a presença de tenossinovite de De Quervain, que é uma
inflamação dos tendões do abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar.
• Teste: o examinador pede que o paciente cerre o punho com o polegar por baixo do segundo,
terceiro, quarto e quinto dedos. O examinador pede, então, que o paciente, mantendo essa
posição, realize um desvio ulnar do punho. O desvio ulnar também pode ser realizado de
forma passiva pelo avaliador. O teste é positivo caso o paciente relate dor na região da
tabaqueira anatômica.
A) B)
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Unidade II
Teste de Phalen
• Teste: o paciente encosta o dorso de ambas as mãos e realiza uma força de modo a aproximá‑las,
até que todo o dorso das duas mãos esteja em contato. A posição é mantida durante 60 segundos.
O teste é positivo caso ocorra a reprodução dos sintomas na região do nervo mediano.
Teste de pinça
Este teste avalia a integridade do nervo interósseo anterior, que é um ramo do nervo mediano que
passa entre as duas cabeças do pronador redondo.
• Teste: o examinador pede que o paciente realize uma pinça encostando a ponta dos dedos indicador
e polegar. Caso o paciente não consiga realizar a pinça usando as pontas dos dedos encostando as
polpas digitais, o teste é positivo.
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
Lembrete
A realização dos testes deve ser precedida de uma boa história clínica
e um exame físico do paciente, pois os testes por si só não confirmam
um diagnóstico.
Resumo
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Unidade II
Exercícios
Questão 1. (FCC 2018) O nervo mediano fornece inervação motora e sensorial para a mão. Os
grupos musculares supridos por esse nervo são:
A) Extensor radial do carpo, extensor dos dedos, extensor do quinto dedo, extensor ulnar do
carpo, supinador, abdutor longo do polegar, extensor curto e longo do polegar e extensor
próprio do polegar.
B) Flexor radial do carpo, pronador redondo, palmar longo, flexor superficial e profundo dos dedos,
flexor longo e curto, abdutor curto e oponente curto do polegar e lumbricais e dos dedos médio
e indicador.
C) Flexor ulnar do carpo, flexor profundo dos dedos, adutor do polegar, abdutor do quinto dedos,
oponente do quinto dedo, flexor curto do quinto dedo, interósseos dorsal e palmar e músculos
lumbricais do quarto e quinto dedos.
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SEMIOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA
D) Extensores e flexores radial e ulnar do carpo, lumbricais dos dedos indicador, médio, quarto e
quinto dedos e musculatura intrínseca do polegar.
E) Flexor radial do carpo, supinador, flexor superficial e profundo dos dedos, flexor longo e curto do
polegar e abdutor longo e curto do polegar e oponente do polegar.
Análise da questão
O nervo mediano representa um dos ramos terminais do plexo braquial (um conjunto de nervos
que inervam, ou seja, comunicam atividade motriz principalmente ao membro superior) com origem
dos fascículos medial e lateral. Esse nervo é responsável pela inervação da maioria dos músculos do
compartimento anterior do antebraço (chamado de compartimento flexor‑pronador) e, ao chegar ao
punho, passa em direção à mão para inervar também alguns músculos classificados como intrínsecos
da mão, como os músculos da região tênar (três músculos localizados na elevação encontrada abaixo
do nosso polegar) e o 10º e 20º músculos lumbricais (pequenos e longos músculos localizados entre a
mão e os dedos). O nervo mediano possui também uma importante função na inervação sensitiva para
grande parte da pele da face palmar da mão e da pele do polegar, indicador, dedo médio e parte lateral
do dedo anelar.
O nervo mediano, ao atravessar o punho, passa em direção à mão entre os tendões de alguns
músculos: os quatro tendões do músculo flexor superficial dos dedos, os quatro tendões do músculo
flexor profundo dos dedos e o tendão único do músculo flexor longo do polegar, em uma região
denominada túnel do carpo. Esse túnel representa uma passagem osteofibrosa formada pelas faces
anteriores côncavas dos ossos do carpo ou do nosso punho e pelo retináculo dos músculos flexores, uma
faixa de tecido que protege e contém a movimentação dos tendões musculares.
Questão 2. (Cespe/UnB 2013) Um paciente de vinte e cinco anos de idade foi atendido em uma
clínica fisioterapêutica. Durante a avaliação do membro superior direito, o fisioterapeuta solicitou ao
paciente que permanecesse com o cotovelo fletido a 90º, o antebraço em pronação, a mão fechada e
o punho em extensão. O fisioterapeuta aplicou pressão, forçando a flexão do punho, com o antebraço
do paciente estabilizado, e o paciente relatou dor súbita próximo à origem comum dos extensores
do punho, no nível do epicôndilo lateral. Com base no resultado do teste acima aplicado, a provável
síndrome do paciente em questão é:
B) Cotovelo de tenista.
C) Cotovelo de esgrimista.
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Unidade II
D) Cotovelo de golfista.
E) Instabilidade ligamentar.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: a tendinite da porção longa do bíceps, também chamada de tendinite bicipital, é uma
inflamação ou ruptura parcial do tendão principal que une a parte superior do músculo bíceps ao ombro.
B) Alternativa correta.
Justificativa: a epicondilite lateral do cotovelo é a causa mais comum de dor no cotovelo observada
nos consultórios. Também conhecida como “cotovelo do tenista”, a patologia é uma síndrome dolorosa
localizada na região do epicôndilo lateral, parte óssea mais proeminente no aspecto lateral do cotovelo,
sendo sítio de origem dos músculos supinador do antebraço, extensores do punho e dos dedos.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o esgrimista não tem a dor propriamente em nenhuma das áreas articulares do cotovelo
em que se apresenta a lesão, mas efetivamente apenas em uma pequena área da sua face externa.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: a instabilidade ligamentar pode ser uma fraqueza ligamentar congênita ou adquirida,
com ou sem envolvimento das estruturas estabilizadoras adicionais (por exemplo, a cápsula articular, a
cartilagem articular, os meniscos e as estruturas musculares).
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