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LABORATÓRIO DE MOVIMENTO FUNCIONAL HUMANO

OS MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL

MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO
GLENOUMERAL

O complexo do ombro é formado por um conjunto de quatro articulações, que


envolvem o esterno, a clavícula, a costela, a escápula e o úmero. A estabilidade desse
complexo se deve ao equilíbrio entre as articulações e os músculos, como os músculos
escapulares e os glenoumerais.

Nesta prática, será abordada a articulação glenoumeral (GU), formada pela


cabeça convexa do úmero e a concavidade rasa da cavidade glenoide, que é uma parte
côncava, o que a deixa com muita mobilidade e pouca estabilidade (Figura 2). De
acordo com a teoria côncavo-convexa de mobilidade articular, com os movimentos do
úmero, a cabeça convexa rola na mesma direção e desliza na oposta dentro da
cavidade glenoidal (KISNER; COLBY, 2016, p. 540). Essa é uma articulação sinovial, tipo
“bola e soquete” (esferoide), em que a superfície articular da cavidade glenoide cobre
aproximadamente um terço da superfície articular da cabeça do úmero (NEUMANN,
2011, p. 137).

O úmero é o maior e mais longo osso do membro superior (LIPPERT, 2013, p.


117). A cabeça do úmero tem a separação da diáfise do osso por meio de dois colos: o
anatômico, entre a cabeça do úmero e o tubérculo maior e o tubérculo menor; e o
cirúrgico, na parte superior da diáfise. No sulco intertubercular, formado entre o
tubérculo maior e o tubérculo menor, fica o ligamento transverso do úmero,
responsável por manter o tendão de origem da cabeça longa do músculo bíceps
braquial neste sulco (BEHNKE, 2004, p. 61) ― Figura 2. O movimento fisiológico do
úmero é detalhado por Kisner e Colby (2016, p. 541), ao realizar o movimento de
flexão e de extensão, ocorre um mínimo rolamento e deslizamento. Nos movimentos
de adução horizontal e na rotação medial com 0° de abdução, ocorre o rolamento
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anterior e o deslizamento posterior. Nos movimentos de abdução horizontal e na


rotação lateral com 0° de abdução, ocorre o rolamento posterior e deslizamento
anterior. Nos movimentos de abdução, ocorre um movimento de rolamento superior e
deslizamento inferior.

Outra estrutura óssea importante é a escápula, um osso em forma de asa


grande e triangular, situado na porção posterior superior do tronco. Sua superfície
costal é coberta pelo músculo subescapular, que também participa da estabilização da
cabeça do úmero contra a cavidade glenoide.

A articulação glenoumeral é triaxial, com três graus de liberdade, executando


seis movimentos fundamentais (Figura 1) nos três planos (sagital, frontal e horizontal),
mais a circundação (resultado da combinação de movimentos fundamentais do ombro,
ou seja, uma sequência de flexão, abdução, extensão e adução ― ou o inverso)
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014, p. 954; LIPPERT, 2013, p. 116), conforme explicado a
seguir:

a) Flexão (movimento anterior do braço, de 0 a 180°) e extensão (retorno da


flexão) no plano sagital, em torno de um eixo frontal.

b) Abdução (movimento para longe da linha mediana do corpo) e adução


(movimento em direção à linha mediana do corpo) no plano frontal, em
torno de um eixo sagital com até 180° de amplitude.

c) Rotação medial (para dentro) e rotação lateral (para fora) no plano


horizontal, em torno do eixo longitudinal.

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Figura 1 – Movimentos do ombro.

Esses movimentos fundamentais são realizados por músculos principais, que


são, de acordo com Behnke (2004, p. 70), na face anterior da articulação do ombro, o
músculo peitoral maior, músculo bíceps braquial, músculo subescapular e músculo
coracobraquial. Na face superior, o músculo deltoide ― parte clavicular, acromial e
espinhal, e o músculo supraespinhal. Na face posterior, o músculo infraespinal e o
músculo redondo menor. Na face inferior, o músculo latíssimo do dorso, músculo
redondo maior e músculo tríceps braquial.

A elevação do ombro é possível quando a cabeça do úmero é estabilizada na


glenoide e quando essa ação é sustentada pelos tendões do manguito rotador e
ligamentos glenoumerais, sendo: capsular ― liga o colo anatômico do úmero à
circunferência da cavidade glenoidal da escápula; glenoumeral (porções superior ―
entre o tubérculo do úmero e a borda superior da cavidade glenoidal da escápula;
inferior ― entre a superfície inferior anterior do tubérculo menor do úmero e a borda
inferior anterior da cavidade glenoidal da escápula; e o medial ― entre a superfície
anterior do tubérculo menor do úmero e a borda anterior da cavidade glenoidal da
escápula) ― abaixo da superfície anterior da cápsula articular e o coracoumeral ―

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entre o colo anatômico do úmero, próximo do tubérculo maior, e a face lateral do


processo coracoide da escápula (BEHNKE, 2004, p. 64). O lábio glenoidal é um
ligamento que forma uma borda ao redor de toda a cavidade glenoidal da escápula, o
que ajuda a aprofundar a cavidade glenoidal para receber a cabeça do úmero
(BEHNKE, 2004, p. 65) ― Figura 2.

Outra consideração importante sobre essa articulação é o ritmo


escapuloumeral, movimento harmônico entre a escápula e o úmero, que permite de
150° a 180° de amplitude de movimento do ombro em flexão ou abdução com
elevação. A proporção aceita desse ritmo é de 2:1, ou seja, 2° de movimento
glenoumeral para 1° de rotação escapular, para isso, devem ser avaliadas as condições
musculares e ligamentares.

A estabilidade da articulação glenoumeral acontece pela presença de


limitadores estáticos (a cápsula superior, cujo ligamento GU superior e o ligamento
coracoumeral estão tensionados; as forças de adesão e coesão do líquido sinovial e a
pressão articular negativa que mantém as superfícies unidas; uma leve inclinação da
glenoide e do lábio para cima aprofunda a cavidade, melhora a congruência e age
como uma barreira inferior) e dinâmicos (músculos do manguito rotador ―
subescapular, supraespinhal, infraespinal e o redondo menor, deltoide, cabeça longa
do bíceps braquial, peitoral maior, latíssimo do dorso). O conjunto de ossos,
ligamentos e o lábio glenoidal propiciam uma estabilidade estática, enquanto os
tendões do manguito rotador se unem aos ligamentos e ao lábio glenoidal nos seus
locais de inserção e, quando se contraem, propiciam a estabilidade dinâmica pelo
tensionamento dos limitadores estáticos; esse conjunto de estabilizadores gera ao
indivíduo graus diferentes de suporte, sendo ainda reforçados pela cabeça longa do
músculo bíceps ― que estabiliza contra a elevação do úmero, resistindo às forças de
torção quando o ombro é abduzido e girado lateralmente, e a do músculo tríceps
braquial, que aumenta o suporte articular superior e inferior ao ombro (KISNER;
COLBY, 2016, p. 541).

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Colo anatômico
Tubérculo maior
Escápula
Tubérculo menor

Colo cirúrgico

Ângulo inferior
Úmero

Figura 2 – Estruturas ósseas e musculares do complexo do ombro.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BEHNKE, Robert S. Anatomia do movimento. Porto Alegre: Artmed, 2004.

KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios terapêuticos. Barueri, SP: Manole,
2016.

LIPPERT, Lynn S. Cinesiologia clínica e anatomia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


2013.

MANSOUR, Noura Reda; FAGUNDES, Diego Santos. Cinesiologia e fisiologia do


exercício. Porto Alegre: Sagah, 2019.

MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M. R. Anatomia orientada para a
clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

NEUMANN, Donald A. Cinesiologia do aparelho musculoesquelético. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2011.

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