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CINESIOLOGIA E

BIOMECÂNICA

PROFA. DÉBORA ALMEIDA GALDINO ALVES

CURSO DE FISIOTERAPIA
UNILAVRAS
O COMPLEXO DO OMBRO
Complexo do ombro
A região do ombro é um complexo de 20 músculos, 5
articulações ósseas que permite a maior mobilidade entre
todas as regiões encontradas no corpo.

• Uso da mão
• Levantar e empurrar
• Elevação do corpo
• Respiração forçada
• Sustentação de peso
COMPLEXO ARTICULAR DO OMBRO
• Articulação mais móvel do corpo humano, porém muito
instável = estabilidade dinâmica.
OMBRO
Vulnerável a lesões;
• Escápula, clavícula e úmero;

• Dor no ombro: muitas vezes exige avaliação da coluna


cervical (do referida da cervical)
• Muitas estruturas, proximidade entre elas, muitos
movimentos possíveis, variadas lesões
ÂNGULOS UMERAIS

• Ângulo de retroversão de 30º;


• Ângulo colo-diafisário ~ 135º.
GRAUS DE LIBERDADE
3 graus de liberdade:
• Plano sagital: Flexão (180°)
Extensão (45-50°)

• Plano frontal: Abdução (180°) – com rotação


automática do m.s.
Adução (30-45°) - associada à flexão (ou
extensão)
GRAUS DE LIBERDADE
Plano transverso:
• Flexão horizontal (140°)
• Extensão horizontal (30-40°)
* Rotação voluntária lateral (80°)
* Rotação voluntária medial (100-110°)
• cotovelo fletido a 90° (eliminar componente de
pronosupinação)

• Combinação dos movimentos nos 3 planos:


Circundução
COMPLEXO ARTICULAR DO OMBRO
Componentes: escápula + clavícula + úmero +
articulações que os unem

1. Articulação Gleno-umeral
2. Articulação Subacromial ou supra-umeral
3. Articulação Escapulotorácica
4. Articulação Acromioclavicular
5. Articulação Esternoclavicular – une o complexo
do ombro com o esqueleto axial.
ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR
Forma de sela:
• Clavícula côncava para protração e retração;
• Clavícula convexa para elevação e depressão.
ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR
• Incongruência articular
• Disco: aumentar congruência articular e reduzir choques
mecânicos
ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR
ESTABILIDADE =
cápsula + Lig.
Esternoclavicular (anterior
e posterior) + lig.
costoclavicular + lig.
Interclavicular + disco
fibrocartilaginoso.
• Mínimas mudanças
degenerativas
ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR
• 3 graus de liberdade: movimentos na extremidade distal
da clavícula (terminação lateral).

• Elevação (45°) e depressão (15°) associados à elevação +


rotação lateral da escápula ou depressão da escápula
• Protração (15°) e retração (15°) associados à protração
(abdução) ou retração (adução) da escápula
• Rotação longitudinal posterior: a sua face inferior
volta-se anteriormente (30-45°)

• Associada à rotação da escápula


• Ocorre quando o ombro foi abduzido ou fletido a 90°
ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR
FUNÇÕES: manter contato da clavícula com a
escápula durante o início da elevação de m.s. e
aumentar amplitude de rotação da escápula no final
da elevação de m.s.
• Incongruência articular
ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR
Função: auxiliar na rotação da escápula;
• Presença de “disco interarticular”;
• Fortes ligamentos: acromioclavicular, córaco-claviculares
(conóide e trapezóide = limitam a separação da clavícula
e escápula.).
ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR
ESTABILIDADE = cápsula (fraca) + lig.
coracoclavicular (conóide + trapezóide) + lig.
acrômioclavicular + lig. Coraco-acromial.
• Ligamento coracoclavicular (conóide + trapezóide): limita
movimento superior excessivo da clavícula e limita
rotação da escápula.
• Grandes mudanças degenerativas.
LUXAÇÃO ACROMIO-CLAVICULAR
• Geralmente após quedas sobre o ombro;
• Ligamento coracoacrômial como principal
estabilizador articular.
ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA
• Espaço entre escápula e parede torácica – escápula
desliza
FUNÇÕES: orientar otimamente a fossa glenóide
para melhorar contato com úmero e aumentar
amplitude de elevação do m.s..
• Movimentos da escápula sempre associados a
movimentos das articulações esternoclavicular e
acromioclavicular.
ARTICULAÇÃO ESCÁPULO-TORÁCICA
Músculos que prendem a escápula ao tórax são de
fundamental importância na estabilidade;
• Função: orientar a glenóide para contato com o úmero e
proporcionar base estável para mov’s translatórios;
• Normalmente de T2 a T7-T9 (espinha ao nível de T3).
ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA
• ESTABILIDADE = pressão atmosférica + músculos
serrátil anterior e subescapular.
ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA
Movimentos da escápula:
• Elevação (associada à rotação lateral) e Depressão (10 a
12 cm)
• Abdução (protração) e Adução (retração) – 15 cm
• Rotação lateral (fora) e Rotação medial (dentro) – 60°
ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA
Movimentos de “winging”: deslocamento posterior
da borda medial da escápula ou deslocamento anterior
da fossa glenóide.

Movimento necessário durante a abdução ou adução


da escápula para acompanhar a curvatura torácica.
ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA
• Movimentos de “tilt”: deslocamento posterior do
ângulo inferior da escápula ou anterior da borda
superior. Movimento necessário durante a elevação
ou depressão da escápula ou rotação de clavícula
para acompanhar a curvatura torácica.
ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICA
“tilt da escápula”

Fraqueza do trapézio fibras inferiores


Excesso de ação do coracobraquial
peitoral
bíceps
MÚSCULOS ESCAPULARES
• Rotação inferior da
escápula:
Levantador da escápula;
Rombóides.

• Rotação Superior da
escápula:
Trap. Superior e Inferior;
Serrátil anterior.
rombóide

Levantador da
escápula
MÚSCULOS ESCAPULARES

• Elevação da escápula:
Trap. superior;
Levantador da escápula;
Rombóides e serrátil ant.
(auxílio).

• Depressão da escápula:
Trap. inferior.
MÚSCULOS ESCAPULARES
Protração de escápula:
• Serrátil anterior;
• Peitoral menor e maior.

Retração de escápula:
• Rombóides;
• Trap. médio.

Obs.: escápula alada – fraqueza de serrátil anterior.


Peitoral maior Peitoral menor
Ação do grande dorsal

Têm a sua origem no processo espinhoso das


vertebras T6-T12, sacro e cristas ilíacas, a
inserção está localizada no sulco intertubercular.
ARTICULAÇÃO GLENO-UMERAL
Incongruência articular: lábio glenoidal aumenta
profundidade da fossa.
ARTICULAÇÃO GLENO-UMERAL
• Braço de força do lig. córaco-umeral é 2X > do que braço
da resistência (gravidade).
ARTICULAÇÃO GLENO-UMERAL
ESTABILIDADE = Cápsula (fixa superior, frouxa inferior) +
lig. córaco-umeral + lig. gleno-umeral + tendões “maguito
rotador”
ARTICULAÇÃO GLENO-UMERAL
Qualquer movimento da escápula e sua cadeia cinética
fechada (AC e ET) influencia na movimentação da GU.

3 graus de liberdade:

1) Flexão / Extensão: 90° (com escápula fixa) e 40-60°,


respectivamente
ARTICULAÇÃO GLENO-UMERAL
2) Adução/ Abdução:
• Abdução em rotação medial: limitada à 60° com o
contato do tubérculo maior no acrômio.
• Abdução em rotação lateral: 90-135º. Tubérculo maior
passa por trás do acrômio.
• Abdução passiva: 120° limitada pelo lig. gleno-umeral
• Abdução ativa: 90°
ARTICULAÇÃO GLENO-UMERAL
3) Rotação lateral / medial: depende do rolamento e
deslizamento da cabeça do úmero sobre a fossa
glenóide.
Cotovelo deve estar fletido.

m.s. pendente – 180°: Rot. medial limitada pelo contato


do tubérculo menor com a fossa glenóide anterior e rot.
Lateral limitada pelo contato do tubérculo maior com com
o acrômio.

se m.s. abduzido em 90° com cotovelo fletido – rot.


lateral 90° e rot. medial 70°: Limitação somente capsular
e muscular.
ESTABILIDADE ESTÁTICA DO OMBRO
Estabilidade estática (braço pendente):
• Superfícies incongruentes – inclinação da glenóide;
• Força da gravidade agindo sobre o úmero.
• Tensão da cápsula;

Legenda:
• ECS: estrutura capsular superior;
• G: gravidade;
• FC: força compressiva.
ESTABILIDADE DINÂMICA DO OMBRO
Controle muscular;
Mais eficiente que a estabilidade estática (pobre
congruências articulares);

Manguito Rotador
ESTABILIDADE DINÂMICA
Deltóide: Promove translação (movimento superior
da cabeça do úmero) e rotação;

Manguito rotador (supra e infra-espinal, redondo


menor e subescapular):
1.Aumenta a coaptação do úmero;
2.Auxilia na translação inferior do umero
Direção da tração dos músculos do cíngulo do ombro
Estabilização nas rotações de GU
• Durante as rotações o manguito auxilia na
coaptação do úmero na glenoide;
• Co-contração entre infra e subescapular.
ESTABILIDADE DINÂMICA
• Componente rotacional do m. deltóide (Frd) é muito
pequeno para sozinho abduzir o m.s.

• Componente de translação superior do m. deltóide (Ftd)


contribui para uma impactação superior da cabeça do
úmero.
ESTABILIDADE DINÂMICA
• Componente de translação superior do m. deltóide é
anulado pelo componente de translação inferior do
manguito rotador
(exceto m. supra-espinal)

• Componente de rotação do manguito rotador (exceto m.


supra-espinal) tende a comprimir a cabeça do úmero na
fossa glenóide
ABDUÇÃO DO OMBRO
Preferencialmente no plano da escápula, facilitando
a rotação externa de ombro (evitar impacto do tub. >)
• Plano da escápula de 30o de adução horizontal;
Braço de Resistência
Forças sobre clavícula
PLANO DA ESCÁPULA
RITMO ESCÁPULO-UMERAL
Função:
• Distribuir os movimentos entre as articulações
Gleno-umeral (GU) e escápulo-torácica (ET);
• Manter a glenóide em posição ótima de
congruência para recepção da cabeça do
úmero;
• Permitir boa relação Comprimento x Tensão
dos músculos;
RITMO ESCÁPULO-UMERAL

• 0 a 30 graus de abdução: Escápula fixa, movimento


exclusivo da GU;

• 30 a 90 graus de abdução: GU/ET = 2:1 (+elevação de


clavícula);

• 90 a 180 graus: ET / GU = 1:1 (+ rotação posterior da


clavícula de 50 graus + elevação).

• Avaliar a abdução e principalmente seu retorno


(contração excêntrica).
RITMO ESCÁPULO-UMERAL
• Movimentos
equilibrados dos
músculos ET e GU;
• Fraquezas e
encurtamentos
podem alterar o
ritmo ET.
MOVIMENTOS EM CCF
• Quando úmero
fixo, avaliar os
movimentos da
escápula;
• Inversão das
origens com as
inserções.

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