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Ombro

ANATOMIA E AVALIAÇÃO DO OMBRO


ANATOMIA 1 - ESTRUTURAS ANATÔMICAS
OSSOS:
Para a formação do complexo articular que é o ombro teremos a participação
principal das seguintes estruturas ósseas:
úmero: precisamente a cabeça proximal.
escápula (acidentes ósseos): acrômio, cavidade glenóide e processo coracóide.
clavícula e manúbrio do esterno.

MÚSCULOS:
obs: temos um agrupamento muito importante chamado de: MANGUITO ROTADOR, composto por: redondo menor +
supraespinhal + infraespinhal + subescapular.

AÇÃO: MUSCULATURAS:

flexores deltóide (anterior) + coracobraquial

extensores tríceps braquial (cabeça longa) + deltóide (posterior)

abdutores deltóide (médio) + supraespinhal

adutores peitoral maior

rotadores medial {interna} subescapular + latíssimo do dorso;

rotadores laterais {externa} infraespinhal + redondo menor + deltóide (posterior);

ARTICULAÇÕES:

ARTICULAÇÃO ESTRUTURAS FUNÇÃO

glenoumeral cavidade glenóide + úmero triaxial (realiza movimentos em três eixos)

esternoclavicular esterno + clavícula estabilizador + facilitador de mobilidade escapular

acromioclavicular acrômio + clavícula estabilizador da escápula

escapulotorácica escápula + musculatura funcional - liberdade escapular


(funcional/falsa)

subacromial entre o acrômio e a cabeça funcional - passagem de tendões e ligamentos


(funcional/falsa) do úmero

BIOMECÂNICA:
MOVIMENTO DE FLEXÃO E ABDUÇÃO DO OMBRO

PRIMEIRA ANGULAÇÃO: SEGUNDA ANGULAÇÃO: TERCEIRA ANGULAÇÃO:

ADM: 0° a 60° 60° a 90° 90° a 180°

ARTICULAÇÃO: glenoumeral escapulotorácica esternoclavicular + acromioclavicular

MÚSCULO: supraespinhal deltóide fibras médias trapézio fibras superiores


RITMO ESCAPULOUMERAL
LEMBRETE: a escápula é unida ao gradil costal por musculatura.
na abdução, a escápula roda pra cima ⇒ trapézio fibras superiores
na adução, ela roda pra baixo ⇒ trapézio fibras inferiores

obs: discinese escapular → é qualquer alteração biomecânica nesse ritmo.

https://youtu.be/rpzBGlOEW4E

ANATOMIA 2 - PALPAÇÃO ANATÔMICA


PALPAÇÃO ÓSSEA:
. Toda a extensão da clavícula e do . Articulação esternoclavicular; . Tubérculo maior do úmero;
esterno. . Articulação acromioclavicular; . Borda medial e lateral da escápula;
. Acrômio; . Diáfise do úmero; . Espinha da escápula;
. Ângulo inferior da escápula.

PALPAÇÃO MUSCULAR:
. Deltóide; . Subescapular; . Bíceps;
. Peitoral Maior e Menor; . Redondo Maior e Menor; . Tríceps
. Supraescapular e Infraescapular; . Trapézio; . Grande dorsal;

dica de como descrever as referências:


. Acrômio: ápice do ombro (ponto mais alto);
. Articulação Acromioclavicular: entre a porção/terço medial da clavícula e o manúbrio do esterno.
. Peitoral Maior: com o braço do paciente em adução e introduzir os dedos indicador e médio até o oco axilar. Em seguida
aduza o braço para relaxar a pele axilar e aprofundar mais os dedos:

AVALIAÇÃO e MOBILIDADE
ESCAPULOTORÁCICA:
Análise visual da sintonia durante a realização do movimento ativo (feito pelo paciente), com o fisioterapeuta de frente para o
dorso do paciente (ambos em pé).
avaliação postural com foco escapular ⇒ sempre P-A (póstero anterior)
OBS: a distância entre o eixo (da coluna) com a borda medial deverá ser a mesma e o o ângulo inferior deve estar apontado
para o chão;
ALTERAÇÕES COM A REFERÊNCIA A BORDA MEDIAL OU ÂNGULO INFERIOR
se a borda medial toda se afastar do eixo significa que ela ta abduzida. → mais casos
se a borda medial toda se aproximar do eixo significa que ela tá aduzida.
se a escápula estiver mais longe do eixo, ela está em rotação para cima;
se a desculpa tiver mais aproximada do eixo, ela está em rotação para baixo
tilt anterior: escápula alada ⇒ é como se a escápula fosse sair pelo ombro, o ângulo inferior aparece. → muito mais
comum.
tilt posterior: como se ela quisesse passar para a axila

ALTERAÇÕES COM A REFERÊNCIA A ESPINHA DA ESCÁPULA


se a espinha da escápula estiver muito próxima da orelha (apontando para o teto), logo, não apontando pra trás, essa
escápula está elevada
se ela estiver mais pra baixo do que o esperado → escápula deprimida

GLENOUMERAL:
O fisioterapeuta irá apoiar a mão na articulação, tomando o cuidado para não atrapalhar a realização ativa e lenta do
movimento ordenado ao paciente. É uma avaliação sensorial, devemos prestar atenção em ruídos presentes durante a
movimentação.
Além disso, podemos realizar a decoaptação da cabeça do úmero verificando os movimentos em sentido antero-posterior e
latero-lateral. Realizaremos isso com o paciente em decubito dorsal, com o membro rente a borda da maca, o fisioterapeuta
ficará ao lado apoiando com a lateral da coxa para que o membro nãoo caia, e irá abraçar com as mãos o membro superior
um pouco abaixo da axila.
ACROMIOCLAVICULAR E ESTERNOCLAVICULAR:
São análises semelhantes, mudando apenas a extremidade da clavícula e consequentemente a articulação.
O princípio da avaliação é o mesmo:
1. O paciente deitado em decúbito dorsal, o fisioterapeuta irá se posicionar acima da cabeça do paciente.
2. O fisioterapeuta deve posicionar suas mãos sob as articulações (uma em cada - para comparação) e realizar tanto
movimentos pressionando em sentido craniocaudal quanto anteroposterior.

GONIOMETRIA
Procedimento que possui a finalidade de mensurar a graduação dos movimentos relacionados a determinada articulação.
INSTRUMENTO:
Para a sua realização usamos um instrumento - o goniômetro, composto por braço móvel e braço fixo. O braço fixo, fica como
o próprio nome já diz, fixado em angulação 0°. Já o braço móvel, acompanha o movimento do membro ao longo da diáfise
óssea.
MOVIMENTO ARTICULAR QUE PODE SER MEDIDO:
Movimentos da articulação do ombro, que podem ser mensurados através de goniometria - abdução, flexão, extensão,
rotação medial e rotação lateral.
OBS: não é feito do movimento de adução, uma vez que não é um movimento funcional

MÉTODO DE MEDIÇÃO:
Para fazer a descrição da medição com o uso do goniômetro é importante dar como referência sempre: posição do paciente
(PP), do fisioterapeuta (PF), do braço fixo (BF), do braço móvel (BM) e do eixo do goniômetro, além do resultado (angulação
esperada).

FLEXÃO: EXTENSÃO:
* PP - em decúbito dorsal com o membro relaxado ao * PP - em decúbito ventral com o membro relaxado ao
longo do corpo; longo do corpo;
* PF - ao lado da maca de frente ao paciente; * PF - ao lado da maca de frente ao paciente;
* BF - se mantém fixo apoiado na maca em sentido * BF - se mantém fixo apoiado na maca em sentido
horizontal; horizontal;
* BM - acompanha o movimento da diáfise do úmero; * BM - acompanha o movimento da diáfise do úmero;
* EIXO - altura da articulação acromioclavicular; * EIXO - altura da articulação acromioclavicular;
* RES - angulação esperada é de 180°. * RES - angulação esperada é de 45°.

ABDUÇÃO:
* PP - em decúbito dorsal com o membro relaxado ao ROTAÇÃO MEDIAL: rotação interna - POSIÇÃO 2
longo do corpo; * PP - em decúbito dorsal com o cotovelo em 90° - levara o
* PF - acima da cabeça do paciente; dorso da mão em direção a maca;
* BF - se mantém fixo a linha medial da axila, proximo ao * PF - ao lado da maca de frente ao paciente;
tronco; * BF - se mantém fixo na vertical a frente da diáfise dos
* BM - acompanha o movimento da diáfise do úmero; ossos do antebraço (rádio e ulna);
* EIXO - da articulação acromioclavicular; * BM - acompanha o movimento da diáfise dos ossos do
* RES - angulação esperada é de 180°. antebraço;
* EIXO - altura da articulação do cotovelo;
* RES - angulação esperada é de 90°.
ROTAÇÃO LATERAL: rotação externa - POSIÇÃO 2
* PP - em decúbito dorsal com o cotovelo em 90° - levará a palma da mão em direção a maca;
* PF - ao lado da maca de frente ao paciente, se atentando para não atrapalhar o movimento;
* BF - se mantém fixo na vertical a frente da diáfise dos ossos do antebraço (rádio e ulna) ⇒ vertical / perpendicular a maca;
* BM - acompanha o movimento da diáfise dos ossos do antebraço;
* EIXO - altura da articulação do cotovelo;
* RES - angulação esperada é de 90°;

OBS: NO CASO DAS ROTAÇÕES HÁ DOIS MODOS DE REALIZAR A GONIOMETRIA, O MODO 1 SERÁ DISCUTIDO NA PRÓXIMA
AULA - CLÍNICA ESCOLA.

AVALIAÇÃO DE FORÇA MUSCULAR:


Os testes são feitos sempre a partir do terceiro grau, diante da resposta do paciente, regredindo ou aumentando.
GRAUS DE FORÇA
Esse teste é medido através de uma escala que vai do grau 0 ao 5;
- grau 0: não há sinais de contração muscular, não tendo esboço de movimento - na prática não é usada.
- grau 1: sinais discretos, sem movimento articular.
- grau 2 : realiza o movimento com a eliminação da gravidade.
- grau 3: funcional, vencimento da gravidade.
- grau 4: resiste a gravidade somado a uma pequena força.
- grau 5: contra uma resistência acentuada e contra a gravidade.

COMO O TESTE É REALIZADO?


O teste é realizado preferencialmente como o paciente deitado. Com o membro estendido, o terapeuta conduz ao paciente a
realização do teste de força GRAU 3, caso não consiga enquadramos por percepção nas outras duas categorias anteriores. No
entanto, se aprovado no teste, aplicar uma força de carga progressiva conforme sobe do nível 4 para o 5.
obs: para realizar o teste de força devemos observar em pequenas amplitudes e por pouco tempo.
obs2: o comando sempre ocorre no mesmo sentido em que a mão da resistência está, uma vez que a força aplicada é a que o
paciente precisa vencer.

FLEXÃO: * comando: elevar o braço;


* PP: decúbito dorsal com o braço ao longo do corpo; * local de resistência: porção distal do úmero;
* PF: ao lado do paciente; * músculos: deltóide (fibras médias) e supraespinhal
* comando: solicitar uma elevação do membro com baixa
amplitude;
* local de resistência: mão do terapeuta acima da ROTAÇÃO MEDIAL: rotação interna
articulação do cotovelo; * PP: decúbito ventral com antebraço para fora da maca;
* músculos: deltóide (fibras anteriores) e coracobraquial. * PF: acima da cabeça do paciente;
* comando: levar a palma da mão pro teto
EXTENSÃO: * local de resistência: palmar ao terço distal de rádio e ulna
* PP: decúbito ventral com o braço ao longo do corpo; * músculos: subescapular e peitoral menor
* PF: ao lado do paciente;
* comando: solicitar que leve o membro até o teto; ROTAÇÃO LATERAL: rotação externa
* local de resistência: mão do terapeuta acima da * PP: decúbito dorsal com o braço ao longo do corpo;
articulação do cotovelo; * PF: ao lado do paciente;
* músculos: deltóide (fibras posteriores) e cabeça longa do * comando: levar o dorso da mão pro teto;
tríceps * local de resistência: dorsal ao terço distal de rádio e ulna;
* músculos: supraespinhal, redondo menor
ABDUÇÃO:
* PP: lateralmente com o braço ao longo do corpo;
* PF: ao lado do paciente em uma visão craniocaudal;
TESTE ORTOPÉDICOS
Testes ortopédicos especiais, são realizados pelos ortopedistas para o diagnóstico clínico. Nós utilizamos os testes de força.
obs: os testes serão positivos sempre que houver a presença da disfunção.

GERBER - MAIS CAI


. Usado para identificar disfunções e os encurtamentos do músculo subescapular (rupturas ou
inflamações no tendão).
. Posição do paciente: de pé de costas para o examinador.
. Descrição do teste: o terapeuta instrui ao paciente que realize uma adução e rotação interna do
membro superior a ser avaliado e pede ao paciente que coloque o dorso da mão na altura da
região lombar. Após, o terapeuta pede para que o paciente afaste o dorso da mão da lombar.

JOBE (LATA CHEIA) - 2 QUE MAIS CAI


. Usado para identificar disfunções e os encurtamentos para os músculos rotadores externos - músculo supraespinhal e o
infraespinhal ⇒ referir dor na face ântero-lateral do ombro.
. Posição do paciente: de pé, de frente para o examinador.
. Descrição do teste: O terapeuta instrui o paciente para realizar uma flexão de 90°
do ombro e abdução de 30º de membros superiores e uma rotação externa,
apontando os polegares para o cima (lata cheia).
O terapeuta impõe uma resistência com ambas as mãos na altura distal do rádio do
paciente e pede que o mesmo realize uma flexão contra a resistência.

obs: tem uma variação com o dedão pra baixo, usado para rotadores internos, no
entanto, é menos utilizada.

HAWKINS-KENNEDY
. Usado para identificar disfunções e os encurtamentos dos músculos rotadores mediais e
laterais ⇒referirá dor ao movimento que abrange o ombro e a face ântero-lateral do
braço.
. Posição do paciente: Em pé de costas para o avaliador
. Descrição do teste: O terapeuta deverá apoiar a sua uma mão no ombro do paciente e a
outra na porção distal do antebraço e solicitar que:
→ força a palma da mão para trás, enquanto aplica uma resistência, testando os rotadores laterais (rotação externa).
→ forçar a palma da mão para frente, enquanto aplica uma resistência, testando os rotadores medial (rotação interno)

YOKUM
. Usado para identificar disfunções e os encurtamentos dos músculos supraespinhal ⇒
quadro de tendinite do supra-espinhoso (devido ao impacto subacromial) como no caso de
uma artrite acromioclavicular o paciente manifestará dor no ápice do ombro.
. Posição do paciente: De pé em frente ao terapeuta.
. Descrição do teste: com o braço acometido em flexão e adução, cotovelo a 90º e mão
apoiada no ombro oposto, o terapeuta deve instruir para que o mesmo realize uma flexão
do braço até o cotovelo tocar a testa. O terapeuta poderá auxiliar o paciente a elevar ainda
mais o cotovelo.

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