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QUADRIL

Curso : Fisioterapia 6º Período


Aluna: Nathália Marôpo
Professora: Karini Cavalcanti
QUADRIL
O quadril é geralmente comparado ao ombro por serem ambos uma articulação triaxial, capaz de funcionar
nos três planos e também no elo proximal de seu membro. Em contraste com o ombro, projetado para dar
mobilidade, o quadril é uma articulação estável construída para o apoio de peso. Contudo, para uma pessoa
desempenhar suas atividades de vida diária (AVD’s) de uma maneira considerada “normal” são necessários
pelo menos 120º de flexão de quadril e 20° de abdução e rotação lateral. As forças provenientes dos membros
inferiores são transmitidas para cima por meio do quadril para a pelve e o tronco durante a marcha e outras
atividades de membros inferiores. No entanto, o quadril suporta o peso da cabeça, do tronco e dos membros
superiores e, desse modo, a função dos músculos lombopélvicos e do quadril influenciam a mecânica e função
de todo o membro inferior.
ESTRUTURA E FUNÇÃO DO QUADRIL
O cíngulo do membro inferior une o membro inferior ao tronco e tem um papel significativo na
função do quadril assim como nas articulações vertebrais. Os ossos da articulação do quadril
consistem na região proximal do fêmur e na pelve. A estrutura da pelve e do fêmur é
apropriada para dar apoio ao peso e transmitir as forças por meio da articulação
do quadril.

Pelve
Cada osso ilíaco da pelve é formado pela união dos ossos Ílio, Ísquio e Púbis,
sendo, portanto, uma unidade estrutural. Os ossos ilíacos direito e esquerdo
articulam-se anteriormente um com o outro na sínfise púbica e posteriormente
com o sacro por meio das articulações sacrilíacas. Ocorre uma leve
movimentação nessas três articulações para atenuar as forças à medida que elas
são transmitidas por meio da região pélvica, mas a pelve basicamente funciona
como uma unidade em cadeia fechada.
Fêmur
A forma do fêmur é própria para dar sustentação ao peso corporal e transmitir
as forças de reação do solo por intermédio do osso longo, do colo e da
cabeça até o acetábulo da pelve. No plano frontal, há um ângulo de
inclinação (normalmente de 125°) entre o eixo do colo femoral e o corpo do
fêmur. O ângulo de torção formado pelo eixo transverso dos côndilos femorais
e o eixo do colo do fêmur varia entre 8° e 25°, com um angulo médio de 12°.
Há também um leve curvamento do corpo do fêmur no plano sagital.
Ligamentos Estabilizadores
Dos três ligamentos que reforçam a cápsula articular, os ligamentos iliofemoral e
pubofemoral estão situados anteriormente enquanto o ligamento isquiofemoral
estão localizados posteriormente.
Características e artrocinemática da articulação do quadril

Características

O quadril é uma articulação do tipo bola e soquete (esferoide) triaxial constituída pela
cabeça do fêmur e pelo acetábulo da pelve. É sustentado por uma cápsula articular
forte que é reforçada pelos ligamentos iliofemoral, pubofemoral e isquiofemoral. As
duas articulações do quadril se unem por meio da pelve óssea e da coluna vertebral
nas articulações sacroillacas e lombossacrais.

Superfícies articulares

A parte óssea côncava da articulação do quadril, o acetábulo, está localizada na


face lateral da pelve e voltada nas direções lateral, anterior e inferior. O acetábulo é
aprofundado por um anel de fibrocartilagem, o lábio do acetábulo. A cartilagem
articular apresenta a forma de uma ferradura, sendo mais espessa na região lateral,
onde as principais forças de apoio de peso são transmitidas. A porção central da
superfície acetabular não é articular. A parte óssea convexa é a cabeça esférica do
fêmur, que está ligada ao colo femoral. Projeta-se nas direções anterior, medial e
superior. As formas das superfícies articuladoras do quadril e as propriedades de
reforço da cápsula e dos ligamentos, assim como a musculatura do quadril,
proporcionam mobilidade e estabilidade para as tarefas funcionais que requerem
amplitudes largas de movimentos combinados, como para agachar, amarrar os
sapatos estando sentado, levantar de uma cadeira ou caminhar.
Artrocinemática da articulação do quadril

Durante muitas atividades, como agachar-se, caminhar ou


fazer exercidos do tipo leg-press, tanto a pelve como o fêmur se
movimentam. Portanto, a mecânica articular pode ser descrita
pelo movimento do fêmur no acetábulo ou da pelve quando se
move sobre o fêmur.

Movimentos do fêmur.

A cabeça do fêmur convexa desliza na dileção oposta ao


movimento fisiológico do fêmur. Assim, com a flexão e a
rotação medial do fêmur, a superfície articuladora desliza
posteriormente, e, com a extensão e rotação lateral, ela desliza
anteriormente; com a abdução, desliza inferiormente; e com a
adução, superiormente.
Movimentos da pelve
Quando o membro inferior encontra· -se estabilizado (fixado) distalmente, como
quando se está em pé ou durante a fase de apoio da marcha, o acetábulo côncavo
move-se sobre a cabeça convexa do fêmur de modo que desloca na mesma direção
que a pelve. A pelve é um dos elos de uma cadeia fechada; portanto, quando a pelve
se move ocorre movimento nas duas articulações do quadril assim como na região
lombar da coluna vertebral.

Movimentos Fisiológicos Rolamento Deslizamento


Flexão Anterior Posterior
Extensão Posterior Anterior
Abdução Lateral Inferior
Adução Medial Superior
Rotação Medial Medial Posterior
Rotação Lateral Lateral Anterior
Influência da articulação do quadril no equilíbrio e no controle postural

A cápsula articular é ricamente suprida com mecanorreceptores que respondem às


variações na posição, na tensão e no movimento para controle da postura, do equilíbrio e
movimento. As contrações musculares reflexas de toda a cadeia cinemática, conhecidas
como estratégias de equilíbrio, ocorrem em uma sequência previsível quando o equilíbrio
em pé é perturbado e recuperado. Patologias articulares, restrições de mobilidade ou
fraqueza muscular podem prejudicar o equilíbrio e o controle postural.

RELAÇÕES FUNCIONAIS DA REGIÃO DO QUADRIL

O quadril funciona durante atividades com e sem apoio de peso, que requerem que os
músculos movimentem o fêmur ou controlem fêmur e pelve enquanto forças externas são
impostas à região.
Movimentos do fêmur e função muscular

Os movimentos do fêmur e as ações musculares


costumam ser descritos como ocorrendo nos três
planos primários: flexão/extensão plano sagital,
abdução/adução no plano frontal e rotação
medial/lateral no plano transverso. A maioria dos
músculos atua em diversos planos.

Movimentos pélvicos e função muscular

A pelve é o elo de ligação entre a coluna e os


membros inferiores. O movimento da pelve causa o
movimento das articulações do quadril e da região
lombar da coluna vertebral. A contração da
musculatura do quadril produz o movimento pélvico
por meio de ação reversa, portanto, para impedir
mobilidade pélvica excessiva ao mover o fêmur na
articulação do quadril, a pelve precisa ser
estabilizada pela musculatura do tronco.
Inclinação pélvica anterior

As espinhas ilíacas anterossuperiores da pelve


movem-se nas direções anterior e inferior e desse
modo, se aproximam da face anterior do fêmur à
medida que a pelve roda para a frente em torno do
eixo transverso das articulações do quadril. Isso
resulta em flexão do quadril e aumento da extensão
da região lombar da coluna vertebral.
• Os músculos que causam esse movimento são os
flexores do quadril e extensores da coluna.
• Quando o movimento desejado é a flexão do
quadril, a pelve precisa ser estabilizada pelos
músculos abdominais para impedir a inclinação
pélvica anterior.
• Quando se está em pé (bipedestação), a linha da
gravidade do tronco cai anterior ao eixo das
articulações do quadril, o efeito é um momento de
inclinação pélvica anterior. A estabilidade é dada
pelos músculos abdominais e extensores do quadril.
Músculos do quadril: função em cadeia aberta (sem apoio de peso)
Ação Movimentos Primários Movimentadoras secundários (1 ação
depende da posição da articulação do
quadril)
Flexão ° °lliopsoas Pectíneo
°Reto femoral (também estende o joelho) Adutor longo
° Tensor da fáscia lata (também abduz e roda mediamente o quadril e Adutor magno
mantém a tensão na banda iliotibial) Grácil
° Sartório (também faz abdução e rotação lateral do quadril e flexão e
rotação medial do joelho)
Extensão ° glúteo máximo (também faz rotação lateral do quadril; as fibras Glúteo médio (fibras posteriores)
superiores se inserem na banda iliotibial) Adutor Magno
°lsquiotibiais : cabeça longa do bíceps femoral, semitendíneo, Piriforme
semimebranáceo (também flexiona o joelho)
Abdução ° Glúteo médio Piriforme
Glúteo mínimo Sartório
° Tensor da fáscia lata (também flexiona o quadril) Reto femoral
Adução °Adutor magno Bíceps femoral (cabeça longa)
°Adutor longo Glúteo máximo (fibras posteriores)
°Adutor curto Quadrado femoral
°Grácil Obturador externo
° Pectíneo
Rotação Sem movimentadores primários Glúteo médio (fibras anteriores)
medial Glúteo mínimo (fibras anteriores)
Tensor da fáscia lata Adutor longo e curto
Adutor magno (fibras posteriores)
Pectíneo
Inclinação Pélvica Posterior

As espinhas ilíacas posterossuperiores da pelve movem-se posterior e


inferiormente, aproximando-se assim da face posterior do fêmur à
medida que a pelve roda para trás em torno do eixo das
articulações do quadril. Isso resulta em extensão do quadril e flexão
da região lombar da coluna vertebral.

• Os músculos que causam esse movimento são os extensores do


quadril e flexores do tronco.

• Quando o movimento desejado é a extensão do quadril, os


extensores da região lombar da coluna estabilizam a pelve.

• Quando se está em pé com a linha da gravidade do tronco


caindo posteriormente ao eixo das articulações do quadril, o efeito é
um momento de força de inclinação pélvica posterior. A
estabilidade dinâmica é dada pelos músculos flexores do quadril e
extensores da coluna e pela estabilidade passiva do ligamento
iliofemoral.
Desvio pélvico

Quando se está em pé, o desvio de translação anterior da pelve resulta em


extensão do quadril e extensão dos segmentos vertebrais lombares inferiores.
Há um desvio compensatório posterior do tórax sobre a região lombar alta
da coluna vertebral com aumento da flexão desses segmentos vertebrais.
lsso é visto com frequência nas posturas desleixadas ou relaxadas
Pouca ação muscular é necessária, a postura é mantida pelos ligamentos
iliofemorais no quadril, ligamento longitudinal anterior da região lombar
inferior da coluna e ligamentos posteriores das regiões lombar alta e torácica
da coluna vertebral.

Inclinação pélvica lateral

O movimento pélvico no plano frontal resulta em movimentos opostos em


cada articulação do quadril. O movimento pélvico é definido pelo que está
ocorrendo na crista ilíaca da pelve do lado oposto ao membro que está
apoiando o peso (ou seja, o lado da pelve que está se movendo). Quando
a pelve se eleva, isso é chamado elevação do quadril; quando se abaixa, é
chamado queda do quadril ou da pelve. No lado que está elevado, ocorre
adução do quadril; no lado que está abaixado, ocorre abdução do quadril.
Quando se está em pé, a região lombar da coluna flexiona lateralmente em
direção ao lado da pelve elevada (a convexidade da curva lateral é em
direção ao lado abaixado).
Patomecânica da região do quadril

Uma estrutura anormal ou função comprometida no quadril - como


uma diferença no comprimento das pernas, diminuição da
flexibilidade ou desequilíbrios musculares - pode contribuir para
sobrecarregar a coluna ou outras articulações dos membros
inferiores. Diminuição da flexibilidade A diminuição na flexibilidade
das estruturas ao redor da articulação do quadril faz que as forças
de apoio de peso e o movimento sejam transmitidas para a coluna
em vez de serem absorvidas na pelve. Músculos extensores de
quadril encurtados causam aumento da flexão lombar quando o
quadril flexiona. Flexores de quadril encurtados causam aumento da
extensão lombar quando o quadril se estende. As contraturas em
flexão de quadril com extensão incompleta durante o apoio de peso
também aumentam a carga sobre o joelho, porque ele não pode
travar quando o quadril está em flexão a menos que o tronco seja
Inclinado para a frente. Durante o apoio de peso, músculos adutores
encurtados causam inclinação pélvica lateral no lado oposto ao
encurtamento e inclinação lateral do tronco em direção ao lado do
encurtamento. O oposto ocorre com os músculos abdutores
encurtados.
Fraqueza muscular
Uma diminuição na força dos músculos abdutores,
extensores e rotadores laterais do quadril tem sido
identificada como um fator que contribui para o colapso
do joelho em valgo ou que é resultado desse colapso (um
aumento do valgo e rotação medial do fêmur) quando o
joelho é flexionado durante atividades com apoio de peso,
podendo contribuir para as deficiências no membro inferior.

Desequilíbrios nos músculos do quadril e seus efeitos

É importante perceber que os desequilíbrios na função


muscular (dominância de um músculo sobre outro durante
a execução de uma atividade) podem ser decorrentes de
défitis de força e comprimento assim como de
propriocepção e controle neuromuscular alterados, o que
resulta em padrões defeituosos de atividade. Uma
mecânica defeituosa decorrente de comprimento
inadequado ou excessivo, um desequilíbrio aparente na
força ou padrões de movimentos errados são descritos
como causas de deficiências e dor no quadril, joelho ou
coluna vertebral. As síndromes do uso excessivo,
sobrecargas dos tecidos moles e dor articular se
desenvolvem em resposta a cargas anormais continuadas.
QUADRIL E A MARCHA

Durante o ciclo normal da marcha, o quadril segue por uma ADM de 40° de
flexão e extensão (10° de extensão no final do apoio até 30° de flexão no
meio do balanço e contato inicial). Ocorre também alguma inclinação
pélvica lateral e 15° de abdução/adução do quadril ( 10° de adução no
contato inicial, 5° de abdução no inicio do balanço), e rotação
medial/lateral do quadril com a rotação pélvica totalizando 15º de
movimento no plano transverso (pico de rotação medial quando o membro
acaba de receber a carga. pico de rotação lateral no final do pré-balanço).
A perda de qualquer um desses movimentos afeta a suavidade do padrão
da marcha.

Função muscular do quadril durante a marcha

Flexores do quadril

Os flexores do quadril controlam a extensão do quadril no final do apoio,


depois se contraem concentricamente para iniciar o balanço. Com a perda
da função flexora, observa- -se um movimento posterior brusco do tronco
para iniciar o balanço. As contraturas nos flexores do quadril impedem a
extensão completa durante a segunda metade do apoio, a passada é
encurtada. Para compensar, a pessoa aumenta a lordose lombar ou
caminha com o tronco inclinado para a frente.
Extensores do quadril

Os músculos extensores do quadril controlam o momento de força flexor


durante a resposta à carga, e o músculo glúteo máximo inicia a extensão do
quadril. Com a perda da função extensora, ocorre um movimento posterior
brusco do tronco no contato do pé para transferir o centro de gravidade do
tronco para trás do quadril. Com contraturas no glúteo máximo, ocorre
alguma diminuição na amplitude do balanço terminal à medida que o fêmur
vai para a frente, ou a pessoa pode compensar rodando mais a pelve
anteriormente. O membro inferior pode rodar para fora porque o
componente de rotação lateral do músculo, ou o músculo glúteo máximo,
pode impor maior tensão sobre a banda iliotibial por meio de sua inserção,
levando a uma irritação ao longo da face lateral do joelho quando há
excesso de atividade.

Abdutores do quadril

Os músculos abdutores do quadril controlam a inclinação pélvica lateral


durante o apoio da perna oposta. Com a perda de função do músculo glúteo
médio durante o apoio ocorre desvio lateral do tronco sobre o lado
enfraquecido quando a perna oposta balança. Esse desvio lateral também
ocorre nos casos de quadril doloroso para minimizar o torque na articulação
do quadril durante o apoio de peso. O músculo sensor da fáscia lata também
funciona como um abdutor, e quando se torna encurtado pode afetar a
marcha com seu uso defeituoso.
Patologias do quadril e padrões de prática preferidos relacionados
SER FISIOTERAPEUTA É MOSTRAR QUE O
PRIMEIRO PASSO NÃO É O MAIS DIFÍCIL, E SIM O
MAIS IMPORTANTE.

OBRIGADA!!

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