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No plano sagital, que é o principal, os movimentos são de flexão e extensão (rotação em torno
do eixo x). No plano horizontal, são de rotação medial e lateral (rotação em torno do eixo z).
Este somente ocorre quando o joelho está em flexão. Os demais graus de liberdade são as
translações superior/inferior (translação ao longo do eixo z), medial/lateral (translação ao longo
do eixo x), anterior/posterior (translação ao longo do eixo y) e abdução/adução (rotação em
torno do eixo y).
Ligamentos
Todos os ligamentos do joelho estão tensos em extensão completa, fazendo desta a posição
mais estável do joelho.
Ligamentos colaterais
Ligamentos cruzados
Têm um papel importante na artrocinemática do joelho e possuem uma alta organização ultra-
estrutural. Estão enrolados sobre si próprios e entre ambos e cruzados em todos os planos,
exceto no horizontal.
Ligamentos posteriores
Cinemática
Flexão / extensão
A flexão inicia, dos 0 aos 25º, com um rolamento posterior dos côndilos femorais, aumentando o
contacto da face posterior dos côndilos femorais com os côndilos tibiais. Após os 25º de flexão
existe um rolamento posterior do fêmur, associado a um deslizamento anterior do fêmur.
Na extensão ocorre, inicialmente, um rolamento anterior dos côndilos femorais. O decorrer da
extensão resulta num movimento de rolamento anterior do fêmur acompanhado com um
deslizamento posterior do mesmo.
O rolamento do côndilo medial ocorre nos primeiros 10 a 15º. O rolamento do lateral persiste até
20º, ocorre maior contacto no côndilo tibial. Isto provoca uma rotação automática do joelho.
O movimento de deslizamento anterior dos côndilos femorais durante a flexão coloca em tensão
o LCA, a própria forma dos meniscos força os côndilos a deslizar anteriormente. O movimento
de deslizamento posterior dos côndilos femorais durante a extensão tensiona o LCP, sendo esse
deslizamento forçado pela forma dos meniscos.
Vasto medial: Longo - fibras com orientação vertical, desviando-se medialmente em relação ao
eixo longitudinal do fêmur em 18º. Oblíquo - fibras com orientação horizontal desviando
medialmente em relação ao eixo longitudinal do fêmur de aproximadamente 55º.
O alinhamento dos músculos determinam sua função na articulação do joelho. O vasto lateral,
vasto intermédio, vasto medial longo e o reto femoral produzem todos um torque de extensão do
joelho. O vasto medial oblíquo é incapaz de produzir qualquer extensão do joelho, mais exerce
função extremamente importante na contenção dinâmica contra as forças que poderiam
deslocar a patela lateralmente.
A contração do quadríceps cria uma força dirigida superiormente que é suportada por uma força
dirigida inferiormente oriunda do tendão patelar. A resolução dessas duas forças origina um
vetor de força resultante dirigido posteriormente que causa compressão entre a patela e o
fêmur. A magnitude de vetor de força resultante, e, portanto de força de compressão, é
influenciada pelo ângulo de flexão do joelho e pela força de contração do quadríceps. A força de
compressão é conhecida como força de reação da articulação patelo femoral (RAPF). Fim
Biomecânica da
Articulação do Ombro
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Resumo
Biomecânica do ombro
O ombro é uma articulação tipo esferóide, possuindo movimentos nos três planos:
sagital, frontal e transverso. Fazem parte dessa articulação os ossos: úmero, escápula e
clavícula, quatro articulações a esternoclavicular, acromioclavicular e glenoumeral e a
escapulotorácica, os ligamentos que dão estabilidade e os dezesseis músculos
envolvidos com o complexo do ombro.
O complexo do ombro possui quatro grupos de movimento, no plano sagital: flexão,
extensão e hiperextensão; no plano frontal: abdução e adução; e no plano transverso:
rotação medial e rotação lateral; abdução horizontal e adução horizontal e circundação
(LIPPERT, 2003; HAMILL & KNETZEN, 2008).
Articulação esternoclavicular
Articulação acromioclavicular
Articulação escapulotorácica
Articulação glenoumeral
Artrocinemática do Ombro
As superfícies das articulações móveis são do tipo ovóide (com a forma de um ovo),
articulação desse tipo tem uma relação convexo-cônvava, em articulações como a
glenoumeral e o quadril podem ser classificadas como esferóides.
Se a parte convexa da articulação move-se sobre a côncava o movimento é do lado
oposto ao segmento ósseo, se a parte côncava da articulação move-se sobre a convexa o
movimento é da mesma direção ao segmento ósseo.
No início da abdução ou flexão o músculo deltóide tem sua força dirigida
verticalmente, com isso produz um cisalhamento sobre a cavidade glenóide fazendo a
cabeça umeral colidir com o arco coracoacromial, só que isso não acontece porque é
impedido pelas linhas de ação horizontais e para baixo do manguito rotador.
Quando uma articulação se movimenta três movimentos podem ocorrer entre as duas
superfícies são: deslizamento, rolamento e rotação. Grande parte dos movimentos
articulares possui alguma combinação desses três movimentos citados
A combinação de deslizamento, rolamento e rotação fazem com que seja alcançada
grande amplitude de movimento. Se apenas um desses movimentos fosse realizado a
amplitude de movimento seria pequena ou então as superfícies articulares teriam que
ser bem maiores para acomodar igual amplitude de movimento (SMITH et al, 1997;
HALL, 2000; LIPPERT, 2003).
As grandes amplitudes de movimento na abdução ou flexão do ombro e a cabeça do
úmero em contato com a cavidade glenóide só são possíveis por causa dos movimentos
artrocinemáticos de: deslizamento, rolamento e rotação, ao fazer a abdução a cabeça do
úmero faz um rolamento, se existisse só esse movimento ocorreria uma luxação,
deslizamento para baixo mantendo o contato com a cavidade glenóide, e a rotação
lateral necessária para livrar o acrômio do tubérculo maior.
Dentro da artrocinemática temos os movimentos acessórios que não podem ser
efetuados voluntariamente, e são fundamentais para a função articular sem dor. A
rotação lateral do tubérculo maior para não colidir com o acrômio e sim deslizar
embaixo dele e ir para trás, com isso o movimento acontece sem risco de lesão e dor
(SMITH et al, 1997).
Nos primeiros 30º de abdução ou nos primeiros 45 a 60º de flexão, a escápula se
movimenta no sentido à coluna vertebral ou ainda afastando dela buscando
estabilização. Depois de alcançado a estabilização a escápula se movimenta em
movimentos de rotação para cima, protração ou abdução e elevação (HAMILL &
KNUTZEN, 2008).
Até os 30º de abdução e os 60º de flexão o movimento acontece principalmente na
articulação glenoumeral, após esses graus é solicitado um movimento de rotação para
cima da articulação escapulotorácica de 60º, sendo que desse 60º aproximadamente 40º
vem da articulação esternoclavicular e 20º vem da articulação acromioclavicular, para a
amplitude de movimento de 180º de abdução ou flexão, com uma relação de
movimento glenoumeral e escapular de 2:1, assim dos 180º de amplitude máxima 120º
é movimento glenoumeral e 60º movimento escapular (HAMILL & KNUTZEN, 2008;
SOUZA, 2000; HALL, 2000; LIPPERT, 2003).
Ritmo escapuloumeral
Para LIPPERT, 2003 & HALL, 2000 durante os primeiros 30º de abdução ou flexão do
ombro não há movimento escapular, todo movimento está na articulação glenoumeral,
quando esse ângulo de elevação ultrapassa os 30º entra em ação o ritmo escapuloumeral
que é definido como rotação da escápula para cima em 1º para cada 2º de abdução ou
flexão, numa relação de 2:1.
Para alcançar as grandes amplitudes de movimento além do ritmo escapuloumeral é
necessário os movimentos que ocorre nas outras articulações como elevação da
clavícula em cerca de 45 a 50º de movimento na articulação esternoclavicular para
realização completa de 90º de abdução ou flexão, e a rotação na articulação
acromioclavicular que ocorre nos primeiros 30º de elevação.
Manguito Rotador
É um grupo muscular formado por quatro músculos, o M. Supra-espinhoso, o M. Infra-
espinhoso, M. Redondo menor e M. Sudescapular, tem como função principal manter a
cabeça do úmero na cavidade glenóide quando o úmero se movimenta garantindo a
estabilização da articulação do ombro (TORTORA & GRABOWSKI, 2002; HALL,
2000).
O M. Supra-espinhoso impede os deslocamentos superiores e pressiona a cabeça do
úmero para dentro, o M.Infra-espinhoso e o M. Redondo menor impedem os
deslocamentos anteriores e pressiona a cabeça do úmero para dentro e para baixo, e o
M. Subescapular impede os deslocamentos posterior da cabeça do úmero além de
pressiona-la para dentro e para baixo (CALAIS-GERMAIN, 2002).
Antes pensava-se que ao carregar um peso na mão a contração dos músculos deltóide,
bíceps braquial e tríceps braquial eram os que estabilizavam o ombro por causa de suas
ações verticais, mantiam a cabeça do úmero na cavidade glenóide, mais tarde estudos
mostraram que esses músculos não esboçavam nenhuma contração ao carregar um
peso,
A estabilização do ombro ao carregar peso com a mão é realizada com os músculos
horizontais do manguito rotador, principalmente o supra-espinhoso, infra-espinhoso e o
redondo menor.
Para a atuação do membro superior com força e destreza é necessário que a escápula
possua uma boa estabilização contra o tronco, essa estabilização é feita basicamente
pelos músculos: trapézio, rombóides, elevador de escápula e serrátil anterior, estes todo
tempo estão contrapondo à ação da gravidade (MORELLI & VULCANO, 1993).
O ombro é uma articulação com quatro liberdades de movimento que são realizadas nos
planos sagital, frontal e transverso, para isso é necessário um sinergismo entre os
músculos do cíngulo do membro superior e o complexo do ombro, além dos
movimentos escapulotorácico de: elevação, depressão, protração, retração, rotação para
cima e rotação para baixo.
Através desse sinergismo conseguimos reslizar todos os movimentos do ombro com
seus ângulos máximos que são:
No plano sagital o movimento de flexão é de 0 a 180º, a extensão é o retorno à posição
anatômica e a hiperextensão é de 0 a 45º.
No plano frontal tem os movimentos de abdução e adução, com a abdução atingindo
180º e a adução o retorno a posição anatômica (LIPPERT,2003).
No plano transverso tem os movimentos de rotação medial e rotação lateral. A partir da
posição neutra é possível realizar 90º em cada direção. Ainda no plano transverso os
movimentos de abdução horizontal e adução horizontal, estes movimentos iniciam com
90º de abdução do ombro. A abdução horizontal é de aproximadamente 30º, e a adução
horizontal é de 120º, e circundação que exprime todos movimentos realizados pelo
ombro.
São dezesseis músculos envolvidos com todos os movimentos do ombro, e podemos
dividir em cinco músculos do cíngulo do membro superior e onze com o ombro. Os
cinco músculos do cíngulo do membro superior são: trapézio, serrátil anterior,
rombóides, levandador da escápula e peitoral menor. E os onze músculos do ombro que
são: deltóide, peitoral maior, redondo maior, latíssimo do dorso, coracobraquial,
manguito rotador: o supra-espinhoso, infra-espinhoso, redondo menor e subescapular,
bíceps braquial e tríceps braquial (TORTORA & GRABOWSKI, 2002).
Rotação para cima – a rotação para cima é realizada pelos músculos trapézio parte
ascendente e descendente e serrátil anterior (fibras inferiores), através de forças
conjugadas ou conjugação de forças que é definida pela contração dos músculos em
direções opostas para a realização do mesmo movimento, o trapézio contrai nas
direções superior e inferior e medial com o serrátil anterior, alcançando 60º com a
abdução ou flexão completa do ombro.
Rotação para baixo – a rotação para baixo é realizada pelos músculos levantador da
escápula, rombóides e peitoral menor, constituindo outro exemplo de forças
conjugadas, o levantador contrai na direção superior, o peitoral menor na direção
inferior e o rombóides na direção medial (LIPPERT, 2003; HALL,2000; SMITH, et al
1997; HAMILL & KNUTZEN, 2008).
Flexão – a flexão ocorre no plano sagital, esse movimento é realizado pelos músculos
deltóide (parte clavicular), coracobraquial, bíceps braquial (cabeça longa), e peitoral
maior ( parte clavicular), este tendo ação como flexor até 60º, depois desse grau o
músculo perde sua linha de ação vertical que o garante realizar a flexão.
A flexão do ombro alcança uma amplitude de movimento (ADM), de 180º para isso
além desses músculos conta com o ritmo escapuloumeral,que entra em ação a partir dos
30º, que é a rotação para cima da escápula em 1º para cada 2º de flexão, através dos
músculos escapulotorácicos trapézio (fibras superiores e inferiores) e serrátil anterior
(fibras inferiores).
Adução – a adução ocorre no plano frontal, esse movimento é realizado pelos músculos
peitoral maior, latíssimo do dorso e redondo maior, a adução é classificada como o
retorno à posição anatômica ou neutra, pode cintinuar além da posição neutra em até
75º de hiperadução, auxiliado pela rotação para baixo da escápula através dos músculos
levantador da escápula, rombóides e peitoral menor.
Referências Bibliográficas
CALAIS-GERMAIN, B.. Anatomia para o movimento. São Paulo; Manole, 2v. 2002
DELAMARCHE, P.; DUFOUR, M.; MULTON, F. Anatomia, Fisiologia e
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HAMILL, J. KNUTZEN, K. M. Bases Biomecânicas do Movimento Humano. 2ª ed,
São Paulo: Manole,2008.
KENDALL, F. P.; McCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G. Músculos: provas e
funções. 4ª ed. São Paulo: Manole, 1995.
KISNER, C.; COLBY, L.A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas. 3ª ed.
São Paulo: Manole, 1998.
KONIN, J., G. Cinesiologia prática para fisioterapeutas. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2006.
LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica para fisioterapeutas. 3ªed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2003.
MAGEE, David J. Avaliação Musculoesquelética. 4ªed. São Paulo: Manole, 2005.
MORELLI, R. S. S.; VULCANO, D. R. Princípios e Procedimentos Utilizados na
Reabilitação das Doenças do Ombro. Revista brasileira de Ortopedia, v. 28, n. 9, p.
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NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.
PALASTANGA, Nigel et al. Anatomia e Movimento Humano: Estrutura e Função. 3ª
ed. São Paulo: Manole, 2000.
RASCH, P. J. Cinesiologia e Anatomia Aplicada. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1991.
SMITH, L.; WEISS, E. L.; LEHMKUHL, L. D.. Cinesiologia clínica de
Brunnstrom.5ªed. São Paulo:Manole, 1997.
SOUZA, M.l Z. Reabilitação do Complexo do Ombro. 1ª ed. São Paulo: Manole, 2001.
TORTORA, G. J., GRABOWSKI, Sandra R. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9ª
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
Obs:
- Publicado em 17/05/2010.
Durante as atividades de reabilitação, a gravidade exerce profunda influência sobre as forças
do quadríceps. A força da gravidade age através do centro de gravidade que, em uma atividade
de cadeia aberta, é encontrado no lado do segmento que se movimenta. Exemplo: Durante um
exercício de extensão do joelho na posição sentada, em cadeia aberta, quando a perna fica
paralela ao solo, o centro de gravidade fica posicionado ao redor do eixo da articulação do
joelho, de forma que a força de gravidade cria maior resistência para a extensão do joelho.
A localização do centro de gravidade irá variar com a quantidade de carga suportada pela
perna. Porém, para qualquer carga constante a localização do centro de gravidade permanecerá
constante para esse segmento. Na posição sentada com o joelho em 90º, o centro de gravidade
é alinhado com o eixo do joelho, de forma a não criar qualquer rotação do mesmo.
Quanto à função muscular, são realizados mais estudos em relação ao quadríceps, por causa da
sua importância para a função da articulação do joelho, e dispõe-se de pouca informação dos
músculos posteriores da coxa (ísquio tibiais), por sua importância ser menor no controle do
joelho, em relação ao quadríceps. Os ísquio tibiais funcionam flexionando o joelho e produzindo
rotação tibial. O bíceps femoral gira a tíbia externamente e o semimembranoso e
semitendionoso giram a tíbia internamente. Devido à inserção dos músculos ísquio tibiais sobre
a tíbia, eles podem agir como contenções dinâmicas nos joelhos com deficiência do ligamento
cruzado anterior.