Você está na página 1de 15

Biomecânica do joelho

É importante compreender a biomecânica do joelho (fêmoro tibial e patelo femoral ao


prescrever exercícios para o joelho em um programa de reabilitação, seja qual for o
diagnóstico.

Mobilidade fêmoro tibial

No plano sagital, que é o principal, os movimentos são de flexão e extensão (rotação em torno
do eixo x). No plano horizontal, são de rotação medial e lateral (rotação em torno do eixo z).
Este somente ocorre quando o joelho está em flexão. Os demais graus de liberdade são as
translações superior/inferior (translação ao longo do eixo z), medial/lateral (translação ao longo
do eixo x), anterior/posterior (translação ao longo do eixo y) e abdução/adução (rotação em
torno do eixo y).
Ligamentos

Todos os ligamentos do joelho estão tensos em extensão completa, fazendo desta a posição
mais estável do joelho.

Ligamentos colaterais

Ambos os ligamentos ficam tensos em extensão completa.

 LCM (ligamento calateral medial)


 Resiste ao stress de valgo, especialmente com o joelho em extensão;

 Resiste à rotação lateral da tíbia;

 Resiste à rotação lateral e deslocamento anterior da tíbia.

 LCL (ligamento colateral lateral)


 Resiste ao stresse de varo,

 Resiste à rotação lateral da tíbia,

 Resiste à rotação lateral da tíbia com deslocamento posterior da tíbia.

Ligamentos cruzados

Têm um papel importante na artrocinemática do joelho e possuem uma alta organização ultra-
estrutural. Estão enrolados sobre si próprios e entre ambos e cruzados em todos os planos,
exceto no horizontal.

 LCA (ligamento cruzado anterior)


 BAM (banda Antero medial) – laxa na extensão, tensa na flexão (70º);

 BPL (banda póstero lateral)– tensa na extensão, laxa na flexão;

 Resiste ao deslocamento anterior da tíbia (ou posterior do fêmur);

 Resiste à rotação medial do joelho;

 Algumas fibras estão tensas em flexão;

 Máxima tensão em extensão completa.


 LCP (ligamento cruzado posterior)
 BAL (banda Antero lateral) – laxa na extensão e tensa na flexão (80 a 90º);

 BPM (banda póstero medial) – tensa na extensão, laxa na flexão;

 Resiste à rotação medial do joelho;

 Limita o deslocamento posterior da tíbia (ou anterior do fêmur);

 Algumas fibras apresentam tensão em extensão completa;

 Máxima tensão em flexão.

Ligamentos posteriores

Os ligamentos arqueado e poplíteo oblíquo estão tensos na posição de extensão e restringem a


hiperextensão.

Cinemática

Flexão / extensão

O eixo de flexão/extensão passa horizontalmente através dos côndilos femorais, com


orientação inclinada medialmente para baixo. Esta obliquidade no eixo do movimento faz com
que a tíbia se mova de uma posição lateral ao fêmur (valgo fisiológico) em extensão, para uma
posição medial ao fêmur na flexão completa. O movimento depende da articulação coxo-
femural, devido ao fato dos músculos serem bi articulares. O excesso de extensão do joelho é
denominado recurvato, enquanto que o déficit é o flexo.

A flexão inicia, dos 0 aos 25º, com um rolamento posterior dos côndilos femorais, aumentando o
contacto da face posterior dos côndilos femorais com os côndilos tibiais. Após os 25º de flexão
existe um rolamento posterior do fêmur, associado a um deslizamento anterior do fêmur.
Na extensão ocorre, inicialmente, um rolamento anterior dos côndilos femorais. O decorrer da
extensão resulta num movimento de rolamento anterior do fêmur acompanhado com um
deslizamento posterior do mesmo.
O rolamento do côndilo medial ocorre nos primeiros 10 a 15º. O rolamento do lateral persiste até
20º, ocorre maior contacto no côndilo tibial. Isto provoca uma rotação automática do joelho.
O movimento de deslizamento anterior dos côndilos femorais durante a flexão coloca em tensão
o LCA, a própria forma dos meniscos força os côndilos a deslizar anteriormente. O movimento
de deslizamento posterior dos côndilos femorais durante a extensão tensiona o LCP, sendo esse
deslizamento forçado pela forma dos meniscos.

Movimento patelo femoral

A função do mecanismo da articulação patelo femoral é influenciada vigorosamente por


estabilizadores tanto dinâmicos (estruturas contráteis) quanto estáticos (estruturas não
contráteis) da articulação. Essa estabilidade baseia-se na interação entre a geometria óssea, as
contenções ligamentares e retinaculares e os músculos. Um estabilizador dinâmico, o músculo
quadríceps femoral, é constituído por quatro músculos inervado todos pelo nervo femoral. São
eles:

 Vasto lateral: desvia-se lateralmente do eixo longitudinal do fêmur;

 Vasto intermédio: paralelas ao eixo longitudinal do fêmur;


 Reto femoral;

Vasto medial: Longo - fibras com orientação vertical, desviando-se medialmente em relação ao
eixo longitudinal do fêmur em 18º. Oblíquo - fibras com orientação horizontal desviando
medialmente em relação ao eixo longitudinal do fêmur de aproximadamente 55º.

O alinhamento dos músculos determinam sua função na articulação do joelho. O vasto lateral,
vasto intermédio, vasto medial longo e o reto femoral produzem todos um torque de extensão do
joelho. O vasto medial oblíquo é incapaz de produzir qualquer extensão do joelho, mais exerce
função extremamente importante na contenção dinâmica contra as forças que poderiam
deslocar a patela lateralmente.

O grupo muscular da pata de ganso e o bíceps femoral também afetam dinamicamente a


estabilidade, pois controlam a rotação interna e externa da tíbia, que pode influenciar de
maneira significativa o deslocamento patelar.

Os estabilizadores estáticos da articulação patelo femoral incluem a parte lateral projetada


mais anteriormente do sulco femoral, o retináculo extensor, o trato ileotibial, o tendão
quadricipital e o tendão patelar. O tendão patelar controla as forças que agem sobre a patela
para produzir um deslocamento superior, ao passo que o tendão quadricipital resiste as forças
que causam o deslocamento inferior da patela.

A contração do quadríceps cria uma força dirigida superiormente que é suportada por uma força
dirigida inferiormente oriunda do tendão patelar. A resolução dessas duas forças origina um
vetor de força resultante dirigido posteriormente que causa compressão entre a patela e o
fêmur. A magnitude de vetor de força resultante, e, portanto de força de compressão, é
influenciada pelo ângulo de flexão do joelho e pela força de contração do quadríceps. A força de
compressão é conhecida como força de reação da articulação patelo femoral (RAPF). Fim

Biomecânica da
Articulação do Ombro
Share on facebookShare on twitterShare on email
More Sharing Services37

Avaliação do Usuário: / 180


Votar vote com_content 692
Pior Melhor
http://w w w .fisiow

Trabalho realizado por:

Afrânio da Silva Pacheco*

afranio-pacheco@hotmail.com

* Estudante do 8º semestre do curso de


Fisioterapia da Faculdade São Francisco de
Barreiras- FASB

Resumo

A articulação do ombro é a maior e mais complexa do corpo humano, possui


características como cavidade glenóide rasa e pouca coaptação com a cabeça do úmero
que a torna possível alcançar amplitudes que nenhuma outra articulação é capaz de
alcançar, uma amplitude de movimento de 180º na flexão e abdução e essa grande
amplitude gera uma alta instabilidade na articulação do ombro tornando propenso a
subluxação e luxação, a eatabilidade é garantida pelo manguito rotador e ligamentos
glenoumerais e coracoumerais, com a liberdade de movimento sendo auxiliada pelos
músculos do cíngulo do membro superior.

Palavras – Chave: Biomecânica, Ombro e Fisioterapia

Biomecânica do ombro
O ombro é uma articulação tipo esferóide, possuindo movimentos nos três planos:
sagital, frontal e transverso. Fazem parte dessa articulação os ossos: úmero, escápula e
clavícula, quatro articulações a esternoclavicular, acromioclavicular e glenoumeral e a
escapulotorácica, os ligamentos que dão estabilidade e os dezesseis músculos
envolvidos com o complexo do ombro.
O complexo do ombro possui quatro grupos de movimento, no plano sagital: flexão,
extensão e hiperextensão; no plano frontal: abdução e adução; e no plano transverso:
rotação medial e rotação lateral; abdução horizontal e adução horizontal e circundação
(LIPPERT, 2003; HAMILL & KNETZEN, 2008).

Articulação esternoclavicular

A articulação esternoclavicular é a que conecta o membro superior ao esqueleto axial,


especificamente a extremidade esternal com o manúbrio do esterno. É uma articulação
tipo selar com três graus de liberdade, existe um disco entre as duas superfícies ósseas e
a cápsula é mais espessa anteriormente que posteriormente.

O disco separa o esterno da clavícula e aumenta a estabilidade, os ligamentos dessa


articulação são: o esternoclavicular anterior e esternoclavicular posterior que suportam
a articulação anteriormente, o costoclavicular e o interclavicular, que limitam a
elevação e o abaixamento excessivo respectivamente. Essa articulação possui os
movimentos de elevação, depressão, protração, retração e rotação

A elevação da articulação esternoclavicular é de aproximadamente 55º, a maior parte do


movimento ocorrendo nos primeiros 90º de elevação do braço, a depressão é de
aproximadamente 5º.

Esta articulação localiza – se no sentido medial da clavícula com a parte convexa na


direção superior para inferior e côncava na direção anterior para posterior. A
artrocinemática diz que a parte côncava movimenta -se no sentido do movimento e a
parte convexa no sentido oposto ao movimento, conforme quadro abaixo:

Direção do deslizamento da clavícula


Movimento fifiológico da clavícula
Elevação Inferior
Depressão Superior
Protração Anterior
Retração Posterior
Rotação Espiral

Os movimentos da clavícula são em decorrência dos movimentos escapulares de:


elevação, depressão, protração e retração, respectivamente. A rotação da clavícula
ocorre quando o úmero é elevado e a escápula roda para cima, isoladamente não se
obtém esse movimento voluntariamente.
A partir da posição em repouso a protração da articulação esternoclavicular é de
aproximadamente 30º e a retração também de 30º. A rotação é de aproximadamente 45º
ocorrendo após o ombro ser abduzido ou fletido a 90º e é também indispensável para
rotação da escápula para cima (SMITH et al., 1997 & SOUZA 2001; MAGEE, 2005).

Articulação acromioclavicular

A articulação acromioclavicular é uma articulação artrodial, envolvendo a extremidade


acromial da clavícula e o acrômio, esta articulação possui três liberdades de
movimento, e é nessa articulação que concentra a maioria dos movimentos da
escápula.A estabilidade é conferida pelos ligamentos acromioclavicular,
coracoclavicular com a sua divisão em: trapezóide e conóide
A articulação acromioclavicular realiza um movimento de rotação, desencadeada pela
tensão do ligamento coracoclavicular à medida que a escápula roda lateralmente na
abdução do braço, realiza uma rotação para cima e para baixo de aproximadamente 60º,
realiza também os movimentos de protração e retração com aproximadamente 30 a 50º
e movimentos para cima e para baixo ou elevação e depressão de aproximadamente 30º
(HAMILL & KNUTZEN, 2008).

Articulação escapulotorácica

A escápula faz contato com o tórax por meio da articulação escapulotorácica, a


escápula está aderida a dois músculos, o serrátil anterior e o subescapular. A escápula
se movimenta sobre o tórax como conseqüência de ações nas articulações
acromioclavicular e esternoclavicular.Isso resulta numa amplitude de movimento para a
articulação escapulotorácica de aproximadamente 60º para 180º de abdução ou flexão
(HAMILL & KNUTZEN, 2008).

Articulação glenoumeral

A articulação glenoumeral é formada pela cabeça do úmero e a cavidade glenóide, é


uma articulação sinovial tipo esferóide (bola e soqueta), possui quatro liberdade de
movimento e pouca estabilidade óssea, sua estabilização é dependente de ações
musculares.
A diferença entre o tamanho da cabeça do úmero e da cavidade glenóide torna o contato
das superfícies articulares assimétrico, somente uma parte da cabeça do úmero encontra
em contato com a cavidade glenóide.
O lábio glenoidal é um anel formado por fibrocartilagem que circunda a cavidade
glenóide com a função de aprofundar dando maior espaço articular e estabilização
A cápsula está presente na margem da cavidade glenóide e colo anatômico do úmero, é
constituída externamente por membrana fibrosa e internamente por membrana sinovial.
Com o braço em posição neutra ao lado do corpo, a parte superior da cápsula fica
esticada e a parte inferior fica relaxada na abdução acontece o oposto a cápsula fixa a
articulação glenoumeral reforçada por ligamentos.
O ligamento coracoumeral reforça a parte superior da cápsula articular. Os ligamentos
glenoumerais reforçam a cápsula anteriormente e pelo músculo subescapular, este
sendo o principal estabilizador dinâmico da articulação glenoumeral.
Lateralmente a cabeça do úmero é rodeada por duas camadas musculares uma profunda
e a outra superficial. A camada profunda é constituída pelo manguito rotador (supra-
espinhoso, infra-espinhoso, redondo menor e subescapular), além do tendão da porção
longa do bíceps braquial, que envolvem a cápsula.
Na articulação glenoumeral a parte côncava é representada pela cavidade glenóide,
enquanto a convexa é pela cabeça do úmero, somente uma pequena parte desta fica em
contato com a cavidade glenóide, favorecendo grandes amplitudes de movimento e
instabilidade.
A artrocinemática explica que a parte côncava movimenta – se no sentido do
movimento realizado pelo úmero, e a convexa movimenta – se no sentido opsto ao do
úmero, conforme o quadro:
Direção do deslizamento da cabeça do
Movimentos fisiológicos do úmero úmero
Flexâo Posterior
Extensão Anterior
Abdução Inferior
Adução Superior
Rotação interna Posterior
Rotação externa Anterior
Abdução horizontal Anterior
Adução horizontal Posterior

A camada superficial é formada pelo trapézio, deltóide, redondo maior, latíssimo do


dorso, serrátil anterior e peitoral maior, que estão em volta da cabeça do úmero, mas um
pouco distante (HAMILL & KNUTZEN, 2008; LIPPERT, 2003).

Movimento da Articulação Glenoumeral

Quando observamos o movimento da articulação glenoumeral temos que levar em conta


a diferença entre o tamanho da cabeça do úmero e da cavidade glenóide, outro ponto a
ser observado é a ação do músculo deltóide que ao início da elevação do braço possui
uma tração vertical puxando a cabeça do úmero para cima colidindo com o arco
coracoacromial e entrando em contato com o acrômio. Com tudo isso grandes
amplitudes de movimento seriam impossíveis, o que torna possível alcançar as grandes
amplitudes de movimento é a ação do manguito rotador e os movimentos da
artrocinemática (LIPPERT, 2003; RASCH, 1991; HALL, 2000).

Artrocinemática do Ombro

As superfícies das articulações móveis são do tipo ovóide (com a forma de um ovo),
articulação desse tipo tem uma relação convexo-cônvava, em articulações como a
glenoumeral e o quadril podem ser classificadas como esferóides.
Se a parte convexa da articulação move-se sobre a côncava o movimento é do lado
oposto ao segmento ósseo, se a parte côncava da articulação move-se sobre a convexa o
movimento é da mesma direção ao segmento ósseo.
No início da abdução ou flexão o músculo deltóide tem sua força dirigida
verticalmente, com isso produz um cisalhamento sobre a cavidade glenóide fazendo a
cabeça umeral colidir com o arco coracoacromial, só que isso não acontece porque é
impedido pelas linhas de ação horizontais e para baixo do manguito rotador.
Quando uma articulação se movimenta três movimentos podem ocorrer entre as duas
superfícies são: deslizamento, rolamento e rotação. Grande parte dos movimentos
articulares possui alguma combinação desses três movimentos citados
A combinação de deslizamento, rolamento e rotação fazem com que seja alcançada
grande amplitude de movimento. Se apenas um desses movimentos fosse realizado a
amplitude de movimento seria pequena ou então as superfícies articulares teriam que
ser bem maiores para acomodar igual amplitude de movimento (SMITH et al, 1997;
HALL, 2000; LIPPERT, 2003).
As grandes amplitudes de movimento na abdução ou flexão do ombro e a cabeça do
úmero em contato com a cavidade glenóide só são possíveis por causa dos movimentos
artrocinemáticos de: deslizamento, rolamento e rotação, ao fazer a abdução a cabeça do
úmero faz um rolamento, se existisse só esse movimento ocorreria uma luxação,
deslizamento para baixo mantendo o contato com a cavidade glenóide, e a rotação
lateral necessária para livrar o acrômio do tubérculo maior.
Dentro da artrocinemática temos os movimentos acessórios que não podem ser
efetuados voluntariamente, e são fundamentais para a função articular sem dor. A
rotação lateral do tubérculo maior para não colidir com o acrômio e sim deslizar
embaixo dele e ir para trás, com isso o movimento acontece sem risco de lesão e dor
(SMITH et al, 1997).
Nos primeiros 30º de abdução ou nos primeiros 45 a 60º de flexão, a escápula se
movimenta no sentido à coluna vertebral ou ainda afastando dela buscando
estabilização. Depois de alcançado a estabilização a escápula se movimenta em
movimentos de rotação para cima, protração ou abdução e elevação (HAMILL &
KNUTZEN, 2008).
Até os 30º de abdução e os 60º de flexão o movimento acontece principalmente na
articulação glenoumeral, após esses graus é solicitado um movimento de rotação para
cima da articulação escapulotorácica de 60º, sendo que desse 60º aproximadamente 40º
vem da articulação esternoclavicular e 20º vem da articulação acromioclavicular, para a
amplitude de movimento de 180º de abdução ou flexão, com uma relação de
movimento glenoumeral e escapular de 2:1, assim dos 180º de amplitude máxima 120º
é movimento glenoumeral e 60º movimento escapular (HAMILL & KNUTZEN, 2008;
SOUZA, 2000; HALL, 2000; LIPPERT, 2003).

Ritmo escapuloumeral

Para LIPPERT, 2003 & HALL, 2000 durante os primeiros 30º de abdução ou flexão do
ombro não há movimento escapular, todo movimento está na articulação glenoumeral,
quando esse ângulo de elevação ultrapassa os 30º entra em ação o ritmo escapuloumeral
que é definido como rotação da escápula para cima em 1º para cada 2º de abdução ou
flexão, numa relação de 2:1.
Para alcançar as grandes amplitudes de movimento além do ritmo escapuloumeral é
necessário os movimentos que ocorre nas outras articulações como elevação da
clavícula em cerca de 45 a 50º de movimento na articulação esternoclavicular para
realização completa de 90º de abdução ou flexão, e a rotação na articulação
acromioclavicular que ocorre nos primeiros 30º de elevação.

Manguito Rotador
É um grupo muscular formado por quatro músculos, o M. Supra-espinhoso, o M. Infra-
espinhoso, M. Redondo menor e M. Sudescapular, tem como função principal manter a
cabeça do úmero na cavidade glenóide quando o úmero se movimenta garantindo a
estabilização da articulação do ombro (TORTORA & GRABOWSKI, 2002; HALL,
2000).
O M. Supra-espinhoso impede os deslocamentos superiores e pressiona a cabeça do
úmero para dentro, o M.Infra-espinhoso e o M. Redondo menor impedem os
deslocamentos anteriores e pressiona a cabeça do úmero para dentro e para baixo, e o
M. Subescapular impede os deslocamentos posterior da cabeça do úmero além de
pressiona-la para dentro e para baixo (CALAIS-GERMAIN, 2002).
Antes pensava-se que ao carregar um peso na mão a contração dos músculos deltóide,
bíceps braquial e tríceps braquial eram os que estabilizavam o ombro por causa de suas
ações verticais, mantiam a cabeça do úmero na cavidade glenóide, mais tarde estudos
mostraram que esses músculos não esboçavam nenhuma contração ao carregar um
peso,
A estabilização do ombro ao carregar peso com a mão é realizada com os músculos
horizontais do manguito rotador, principalmente o supra-espinhoso, infra-espinhoso e o
redondo menor.
Para a atuação do membro superior com força e destreza é necessário que a escápula
possua uma boa estabilização contra o tronco, essa estabilização é feita basicamente
pelos músculos: trapézio, rombóides, elevador de escápula e serrátil anterior, estes todo
tempo estão contrapondo à ação da gravidade (MORELLI & VULCANO, 1993).

Movimentos do complexo do ombro e da escápula

O ombro é uma articulação com quatro liberdades de movimento que são realizadas nos
planos sagital, frontal e transverso, para isso é necessário um sinergismo entre os
músculos do cíngulo do membro superior e o complexo do ombro, além dos
movimentos escapulotorácico de: elevação, depressão, protração, retração, rotação para
cima e rotação para baixo.
Através desse sinergismo conseguimos reslizar todos os movimentos do ombro com
seus ângulos máximos que são:
No plano sagital o movimento de flexão é de 0 a 180º, a extensão é o retorno à posição
anatômica e a hiperextensão é de 0 a 45º.
No plano frontal tem os movimentos de abdução e adução, com a abdução atingindo
180º e a adução o retorno a posição anatômica (LIPPERT,2003).
No plano transverso tem os movimentos de rotação medial e rotação lateral. A partir da
posição neutra é possível realizar 90º em cada direção. Ainda no plano transverso os
movimentos de abdução horizontal e adução horizontal, estes movimentos iniciam com
90º de abdução do ombro. A abdução horizontal é de aproximadamente 30º, e a adução
horizontal é de 120º, e circundação que exprime todos movimentos realizados pelo
ombro.
São dezesseis músculos envolvidos com todos os movimentos do ombro, e podemos
dividir em cinco músculos do cíngulo do membro superior e onze com o ombro. Os
cinco músculos do cíngulo do membro superior são: trapézio, serrátil anterior,
rombóides, levandador da escápula e peitoral menor. E os onze músculos do ombro que
são: deltóide, peitoral maior, redondo maior, latíssimo do dorso, coracobraquial,
manguito rotador: o supra-espinhoso, infra-espinhoso, redondo menor e subescapular,
bíceps braquial e tríceps braquial (TORTORA & GRABOWSKI, 2002).

Movimentos realizados pela escápula

Elevação – a elevação é realizada pelos músculos trapézio parte ascendente, levantador


da escápula e rombóides, com a articulação acromioclavicular movendo-se
superiormente em aproximadamente 60º.

Depressão – a depressão é realizada pelos músculos trapézio parte descendente e


peitoral menor, a partir de uma posição de repouso é possível alcançar de 5 a 10º de
depressão, esse movimento é importante na estabilização da escápula e elevação do
corpo ao usar muletas, esse movimento eleva o tronco em até 15 cm.

Protração – a protração é realizada pelo músculo serrátil anterior, com as margens


mediais movendo para longe da linha média em até 15 cm, esse movimento também é
chamado de abdução da escápula.

Retração – a retração é realizada pelos músculos trapézio parte transversa e rombóides,


as margens mediais da escápula aproximam da linha média, esse movimento também é
chamado de adução da escápula.

Rotação para cima – a rotação para cima é realizada pelos músculos trapézio parte
ascendente e descendente e serrátil anterior (fibras inferiores), através de forças
conjugadas ou conjugação de forças que é definida pela contração dos músculos em
direções opostas para a realização do mesmo movimento, o trapézio contrai nas
direções superior e inferior e medial com o serrátil anterior, alcançando 60º com a
abdução ou flexão completa do ombro.

Rotação para baixo – a rotação para baixo é realizada pelos músculos levantador da
escápula, rombóides e peitoral menor, constituindo outro exemplo de forças
conjugadas, o levantador contrai na direção superior, o peitoral menor na direção
inferior e o rombóides na direção medial (LIPPERT, 2003; HALL,2000; SMITH, et al
1997; HAMILL & KNUTZEN, 2008).

Movimentos realizados pelo ombro

Flexão – a flexão ocorre no plano sagital, esse movimento é realizado pelos músculos
deltóide (parte clavicular), coracobraquial, bíceps braquial (cabeça longa), e peitoral
maior ( parte clavicular), este tendo ação como flexor até 60º, depois desse grau o
músculo perde sua linha de ação vertical que o garante realizar a flexão.
A flexão do ombro alcança uma amplitude de movimento (ADM), de 180º para isso
além desses músculos conta com o ritmo escapuloumeral,que entra em ação a partir dos
30º, que é a rotação para cima da escápula em 1º para cada 2º de flexão, através dos
músculos escapulotorácicos trapézio (fibras superiores e inferiores) e serrátil anterior
(fibras inferiores).

Extensão – a extensão ocorre no plano sagital, esse movimento é realizado pelos


músculos deltóide (parte espinhal), latíssimo do dorso, redondo maior, tríceps braquial
(cabeça longa), peitoral maior (parte esternal), este tendo ação quando o braço estiver a
90º, a extensão é descrita como o retorno à posição anatômica, correspondendo a 0º.
Hiperextensão – a hiperextensão ocorre no plano sagital, esse movimento é realizado
pelos músculos latíssimo do dorso e deltóide (parte espinhal), a partir da posição
anatômica é possível alcançar 45º..

Abdução – a abdução ocorre no plano frontal, esse movimento é realizado pelos


músculos supra-espinhoso e deltóide, sendo que nos primeiros 90º o supra-espinhoso
tem um maior torque, a partir de 90º o deltóide se torna mais ativo, com o supra-
espinhoso desempenhando um papel de estabilizador da cabeça do úmero
Para alcançar a ADM de 180º é necessário além desses músculos o ritmo
escapuloumeral, este entrando em ação a partir dos 30º, realizando uma rotação da
escápula para cima em 1º para cada 2º de abdução este movimento é realizada pelos
músculos trapézio (fibras superiores e inferiores) e serrátil anterior (fibras inferiores), e
o infra-espinhoso o subescapular e o redondo menor neutralizam o deslocamento
superior produzido pelas fibras médias do deltóide (HAMILL & KNUTZEN, 2008).

Adução – a adução ocorre no plano frontal, esse movimento é realizado pelos músculos
peitoral maior, latíssimo do dorso e redondo maior, a adução é classificada como o
retorno à posição anatômica ou neutra, pode cintinuar além da posição neutra em até
75º de hiperadução, auxiliado pela rotação para baixo da escápula através dos músculos
levantador da escápula, rombóides e peitoral menor.

Rotação medial – a rotação medial ocorre no plano transverso, esse movimento é


realizado pelos músculos subescapular, peitoral maior, deltóide (fibras clavicular),
latíssimo do dorso e redondo maior, a partir da posição neutra é possível alcançar 45º de
ADM..

Rotação lateral – a rotação lateral ocorre no plano transverso, esse movimento é


realizado pelos músculos infra-espinhoso, redondo menor e deltóide (parte espinhal), a
partir da posição neutra é possível alcançar 45º de ADM .

Abdução horizontal – a abdução horizontal ocorre no plano transverso, esse


movimento é realizado pelos músculos deltóide (parte espinhal), infra-espinhoso e
redondo menor esse movimento acontece com o ombro a 90º de abdução e é possível
alcançar aproximadamente 30º de ADM.

Adução horizontal – a adução horizontal ocorre no plano transverso, esse movimento é


realizado pelos músculos peitoral maior e deltóide (parte clavicular), esse movimento
acontece com o ombro a 90º de abdução e é possível alcançar aproximadamente 120º de
ADM..

Circundação – a circundação é descrita coma a junção de todos os movimentos


realizados pelo ombro (LIPPERT, 2003; HALL,2000; SMITH, et al 1997, HAMILL &
KNUTZEN, 2008).

Referências Bibliográficas
CALAIS-GERMAIN, B.. Anatomia para o movimento. São Paulo; Manole, 2v. 2002
DELAMARCHE, P.; DUFOUR, M.; MULTON, F. Anatomia, Fisiologia e
Biomecânica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
HALL, S.J. Biomecânica Básica. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
HAMILL, J. KNUTZEN, K. M. Bases Biomecânicas do Movimento Humano. 2ª ed,
São Paulo: Manole,2008.
KENDALL, F. P.; McCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G. Músculos: provas e
funções. 4ª ed. São Paulo: Manole, 1995.
KISNER, C.; COLBY, L.A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas. 3ª ed.
São Paulo: Manole, 1998.
KONIN, J., G. Cinesiologia prática para fisioterapeutas. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2006.
LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica para fisioterapeutas. 3ªed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2003.
MAGEE, David J. Avaliação Musculoesquelética. 4ªed. São Paulo: Manole, 2005.
MORELLI, R. S. S.; VULCANO, D. R. Princípios e Procedimentos Utilizados na
Reabilitação das Doenças do Ombro. Revista brasileira de Ortopedia, v. 28, n. 9, p.
653-659, set., 1993.
NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.
PALASTANGA, Nigel et al. Anatomia e Movimento Humano: Estrutura e Função. 3ª
ed. São Paulo: Manole, 2000.
RASCH, P. J. Cinesiologia e Anatomia Aplicada. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1991.
SMITH, L.; WEISS, E. L.; LEHMKUHL, L. D.. Cinesiologia clínica de
Brunnstrom.5ªed. São Paulo:Manole, 1997.
SOUZA, M.l Z. Reabilitação do Complexo do Ombro. 1ª ed. São Paulo: Manole, 2001.
TORTORA, G. J., GRABOWSKI, Sandra R. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9ª
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

Obs:

- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo é de seu autor.

- Publicado em 17/05/2010.
Durante as atividades de reabilitação, a gravidade exerce profunda influência sobre as forças
do quadríceps. A força da gravidade age através do centro de gravidade que, em uma atividade
de cadeia aberta, é encontrado no lado do segmento que se movimenta. Exemplo: Durante um
exercício de extensão do joelho na posição sentada, em cadeia aberta, quando a perna fica
paralela ao solo, o centro de gravidade fica posicionado ao redor do eixo da articulação do
joelho, de forma que a força de gravidade cria maior resistência para a extensão do joelho.

A localização do centro de gravidade irá variar com a quantidade de carga suportada pela
perna. Porém, para qualquer carga constante a localização do centro de gravidade permanecerá
constante para esse segmento. Na posição sentada com o joelho em 90º, o centro de gravidade
é alinhado com o eixo do joelho, de forma a não criar qualquer rotação do mesmo.

Durante o exercício de extensão do joelho na posição sentada, à medida que a força do


quadríceps aumenta, o mesmo ocorre com a RAPF. Enquanto o joelho está sendo estendido, a
patela está movimentando-se superiormente no sulco femoral. Portanto, a área de contato entre
o fêmur e a patela diminui ê medida que a extensão progride. A combinação entre uma RAPF
cada vez maior e uma área de contato cada vez menor gera estresses de contato muito maior. O
estresse de contato máximo atinge um pico com aproximadamente 35º a 40º e, a seguir, declina
à medida que a extensão prossegue, por causa do ângulo do joelho reduzido. O estresse de
contato é influenciado por aumentos ou reduções no ângulo Q, que é o ângulo formado por duas
linhas que se interceptam: uma da espinha ilíaca ântero-superior até o meio da patela e a outra
do tubérculo tibial passando pelo meio da patela, que podem produzir uma distribuição irregular
da pressão com estresses máximos mais latos em algumas áreas e falta relativa de cargas em
outras. O ângulo Q descreve o efeito de desvio ou encurvamento lateral que os músculos
quadríceps e o tendão patelar exercem sobre a patela. O estresse de contato é irrelevante
desde, aproximadamente, 10º até a extensão plena, por causa da perda de contato entre a
patela e o fêmur. Na extensão plena a patela apóia-se sobre o coxim gorduroso supratroclear.
A análise de uma atividade em cadeia fechada do tipo agachamento revela um resultado
diferente. Durante o agachamento o centro de gravidade passa a localizar-se pela femoral do
joelho. A localização exata do centro de gravidade varia com a carga e também com a posição
dos segmentos corporais. Ao ficar de pé com o joelho em extensão plena o centro de gravidade
estará posicionado adiante de S2, a linha da força de gravidade cai sobre ou imediatamente
adiante do eixo da articulação do joelho. Isso significa que, para manter o joelho nessa posição
será necessária pouca ou nenhuma força do quadríceps. Ao realizar-se agachamento, a linha de
força da gravidade cairá atrás do eixo do joelho, acarretando sua flexão. O maior momento de
flexão criado pela força da gravidade ocorrerá quando esta ficar mais afastada do eixo da
articulação do joelho. Isso ocorre, especialmente, quando o fêmur fica paralelo ao solo. Para
controlar a flexão do joelho, a força do quadríceps terá que aumentar com o aumento do
momento de flexão da gravidade. Isso acarreta aumento na RAPF que, proporcionalmente,
aumenta a área de contato entre a patela e o fêmur. Isso origina uma carga mais constante por
unidade de área, com a articulação estando melhor preparada para tolerá-la. Hungerford e Barry
sugeriram que essas relações das atividades de cadeia fechada produzem uma carga mais
fisiológica da articulação, em comparação a carga que ocorreu durante as atividades de cadeia
aberta.

Quanto à função muscular, são realizados mais estudos em relação ao quadríceps, por causa da
sua importância para a função da articulação do joelho, e dispõe-se de pouca informação dos
músculos posteriores da coxa (ísquio tibiais), por sua importância ser menor no controle do
joelho, em relação ao quadríceps. Os ísquio tibiais funcionam flexionando o joelho e produzindo
rotação tibial. O bíceps femoral gira a tíbia externamente e o semimembranoso e
semitendionoso giram a tíbia internamente. Devido à inserção dos músculos ísquio tibiais sobre
a tíbia, eles podem agir como contenções dinâmicas nos joelhos com deficiência do ligamento
cruzado anterior.

Você também pode gostar