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Tema: Cinesiologia da cintura pélvica e dos membros inferiores

1. INTRODUÇÃO

Esta aula tem como objetivo principal apresentar noções de anatomia e conceitos
teóricos relacionados à movimentação dos membros inferiores. A descrição anatômica
focará os aspectos relacionados à movimentação articular. Assim, as superfícies
articulares, os estabilizadores estáticos e dinâmicos e os músculos atuantes serão
enfatizados ao longo do texto em conjunto com os movimentos fisiológicos e
artrocinemáticos, os quais serão apresentados e discutidos do ponto de vista teórico e
prático.

O conteúdo apresentado associa a Cinesiologia e a Biomecânica, áreas de estudo


fundamentais para a análise do movimento humano, uma vez que a Cinesiologia
descreve qualitativamente o movimento e a Biomecânica o quantifica.

A descrição dos movimentos articulares será iniciada pela análise do movimento


fisiológico ou osteocinemático; depois, partiremos para a artrocinemática. O movimento
osteocinemático ocorre quando a diáfise óssea forma o raio de um círculo imaginário
em um ponto fixo. Ou seja, o movimento osteocinemático corresponde ao movimento
fisiológico realizado voluntariamente pelo ser humano de acordo com os planos
cardeais do corpo – como, por exemplo, a flexão e extensão, a abdução e adução e a
rotação interna e externa.

Já os movimentos artrocinemáticos são aqueles que ocorrem nas superfícies


articulares durante a realização dos movimentos fisiológicos. Caso um movimento
artrocinemático seja alterado ou bloqueado, não é possível realizar o movimento
fisiológico em toda a sua amplitude. Tais movimentos garantem que as superfícies
articulares mantenham o contato em todo arco de movimento; desta forma, contribui
diretamente para estabilidade local. Nas articulações sinoviais, as superfícies articulares
determinam os movimentos artrocinemáticos locais: o deslizamento, o rolamento ou o
movimento giratório.

Ao analisar o deslizamento, verificamos que um ponto de uma das superfícies


articulares entra em contato com diferentes pontos da superfície articular oposta; neste
caso, verifica-se translação. A direção do deslizamento articular é determinada pelo
formato da superfície articular, fato que determina a regra do côncavo-convexo. Esta
regra relaciona-se diretamente à forma das superfícies articulares que se encontram em
movimento. Ou seja, se a superfície articular móvel for côncava, ela desliza na mesma
direção da diáfise óssea ou do movimento angular. Mas se a superfície articular for
convexa ela deslizará na direção oposta à diáfise óssea. No rolamento, os pontos de
contato das superfícies articulares mudam constantemente; ou seja, novos pontos de
uma superfície entram em contato com novos pontos da superfície oposta, enquanto no
movimento giratório uma extremidade óssea gira sobre a outra ao redor de um eixo
longitudinal.

No corpo humano, as articulações realizam movimentos compostos, em que os


três movimentos artrocinemáticos ocorrem simultaneamente. Diversas lesões articulares
são causadas por alterações ou pela falta destes componentes do movimento,
considerando que os movimentos osteocinemáticos e atrocinemáticos são
interdependentes, pois ocorrem em conjunto. Assim, compreender a artrocinemática é
fundamental para o profissional que trabalha com o movimento humano.

2. TORNOZELO

O complexo do tornozelo e do pé possui 26 ossos, todos funcionando como uma


unidade funcional cuja principal finalidade é impulsionar o corpo à frente. O pé pode
ser dividido em três componentes: o retropé, médiopé e o antepé. As entorses de
tornozelo, principal lesão que acomete o complexo, afetam principalmente o retropé, o
qual é formado pelas articulações tibiofibular distal, tíbiotársica e subtalar.

A articulação do tibiotársica é do tipo sinovial, apresentando um encaixe em


pinça formada pelos dois maléolos e ligamentos colaterais de apoio. O encaixe é
formado pela superfície côncava da tíbia e pelo maléolo fibular; dentro desse encaixe
penetra a superfície convexa da cúpula talar. Medialmente, a articulação é estabilizada
pelo ligamento deltóide e lateralmente pelos ligamentos talofibular anterior,
calcaneofibular e talofibular posterior.

O tálus é o ponto chave do complexo do tornozelo em função da sua localização


– região mais proeminente da parte posterior do tarso. O tálus tem a função de distribuir
o peso do corpo para a região superior, por meio da tróclea articular, transmitindo as
forças pela pinça maleolar, para trás e inferiormente, em direção ao calcâneo, e para
frente para os ossos tarsais – dentre eles, o navicular. Por não ter nenhuma inserção
tendínea, sua nutrição é oriunda dos ligamentos inseridos nesta região. Assim, seu
aporte arterial é suficiente em condições de normalidade. Nos casos de fraturas na
região, há grande possibilidade de a consolidação não ocorrer de maneira adequada,
podendo levar ao desenvolvimento de uma necrose óssea.

O eixo articular da articulação tibiotársica dirige-se no sentido ântero-medial


superior para o póstero-lateral inferior, fazendo com que existam pequenos movimentos
adicionais à dorsiflexão e à flexão plantar – ou seja, a abdução e a adução. Em relação à
amplitude de movimento local, verifica-se 20º de dorsiflexão a 45/50º de flexão plantar.

A região distal da perna participa dos movimentos do complexo do pé e do


tornozelo por meio da articulação tibiofibular distal. A movimentação acessória da
fíbula é fundamental para a amplitude total de movimento existente nas articulações
adjacentes.

Em relação à artrocinemática local – durante o movimento de flexão plantar, o


tálus orienta-se anteriormente e aduz, a fíbula move-se para distal e roda medialmente e
os maléolos medial e lateral aproximam-se. Já durante a dorsiflexão, a fíbula desliza
para superior, roda externamente e se afasta do maléolo medial. Neste caso, o tálus
desliza posteriormente e abduz.

Ainda no retropé – a articulação entre o calcâneo e o tálus é conhecida como


subtalar. Nela, temos o movimento de pronação e supinação; este último alcança valores
duas vezes maiores do que o primeiro. As características das superfícies articulares da
subtalar geram movimentos triplanares, os quais combinam os eixos desta articulação
com o da tibiotársica. Assim, os movimentos de inversão/eversão,
flexãoplantar/dorsiflexão, além de adução e abdução, combinam-se e resultam na
pronação e supinação.

O calcâneo é o segmento mais distal do retropé. Dessa forma, o movimento


acessório que ocorre entre as articulações locais – por exemplo, durante a marcha e a
corrida – irão repercutir diretamente nas estruturas adjacentes, principalmente no tálus e
na tíbia. Especificamente na tíbia teremos rotações.
A mobilidade desta articulação depende diretamente da característica postural do
arco plantar. Ou seja, no pé plano há maior mobilidade subtalar e consequentemente
prejuízo à estabilidade local. Já o pé cavo possui menor mobilidade subtalar.

Formados pelos ossos: tálus, navicular, calcâneo e cuboide; as articulações


talocalcaneonavicular (medial) e calcaneocubóide (lateral) formam as articulações
conhecidas como transversas do tarso, mediotarsianas ou de Chopart, as quais
influenciam diretamente a pronação e a supinação.

As articulações mediotársicas influenciam a mobilidade do retropé. Na


locomoção, por exemplo, quando ocorre a pronação, os eixos das articulações subtalar e
calcaneocubóide ficam paralelos entre si e as articulações tornam-se mais móveis. Isto
aumenta a mobilidade do pé e contribui para a fase de aplainamento. Ao contrário,
durante a supinação subtalar, os dois eixos se divergem, gerando uma maior rigidez
local; o resultado é uma maior estabilidade na região. Ou seja, os movimentos
harmônicos acessórios entre as articulações da região são fundamentais para o bom
gerenciamento da função articular do pé e do tornozelo.

Além do já mencionado, temos as articulações tarsometatarsianas, compostas


pelos ossos cubóide e pelos três cuneiformes, os quais se articulam com os cinco
metatarsianos. Em decorrência da grande estabilidade entre o segundo metatarsiano com
os cuneiformes e os metatarsos adjacentes, apenas nesta região há movimentos de
flexo/extensão. As articulações tarsometatarsianas seguem a orientação da subtalar e das
articulações mediotársicas; ou seja, o aumento da pronação subtalar gera maior
mobilidade nas tarsometatarsianas. Já durante a supinação há maior rigidez
tarsometatarsiana.

Nas articulações metacarpofalangeanas, os movimentos de extensão são maiores


do que os de flexão, com amplitude média de 90º e de 45º, respectivamente. Os
movimentos de abdução e adução locais são menores. Já as interfalangeanas são
similares aos segmentos superiores. O primeiro dedo tem apenas uma articulação e os
demais apresentam as articulações interfalangeanas proximal e distal.

Em relação à ação muscular, podemos dividir a região distal do pé em um corte


transversal e imaginar quatro quadrantes: anteromedial, anterolateral, posteromedial e
posterolateral. Todos os músculos que passam pelos quadrantes posteriores realizam o
movimento de flexão plantar; os que passam pelos quadrantes anteriores são
dorsiflexores; aqueles que atravessam as regiões mediais e laterais são músculos que
proporcionam os movimentos de inversão e eversão, respectivamente.

Você pode realizar as provas de função muscular propostas por KENDALL e


McCREARY (1987) para compreender e identificar as ações principais e secundárias de
cada grupo muscular. Já os músculos dos membros inferiores, em conjunto com as suas
respectivas ações, serão apresentados ao final deste texto no QUADRO 1.

Aplicação dos conhecimentos para compreensão de disfunções locais

As entorses de tornozelo geram as lesões ligamentares mais frequentes do corpo


humano; elas ocorrem principalmente no esporte. Essa queixa é comum em prontos-
socorros de trauma: aproximadamente uma entorse do tornozelo ocorre por dia em cada
10 mil pessoas. Apesar da sua alta incidência, ou justamente por serem ocorrências
comuns, essas lesões são frequentemente subtratadas ou banalizadas. Em razão disso, e
por ainda haver controvérsias quanto ao melhor tratamento, os estudos retrospectivos
têm demonstrado a persistência de sintomas residuais em 20 a 40% dos casos tratados
conservadoramente. Várias são as anormalidades tratadas pela fisioterapia relacionadas
à incapacidade funcional ou crônica em decorrência da entorse de tornozelo. Elas
incluem principalmente instabilidade anterior, posterior ou varo do talo na pinça
maleolar, instabilidade ou formação de aderências na articulação subtalar, diástase
tibiofibular inferior e fraqueza dos músculos fibulares e de toda a musculatura do
membro inferior acometido.

O principal mecanismo de lesão das entorses de tornozelo é a combinação da


inversão e flexão plantar; nesse caso, há lesão do complexo ligamentar lateral. Tal fato
se deve a alguns fatores:

• Instabilidade da pinça maleolar à medida que o grau de flexão plantar


aumenta. Durante a flexão plantar, existe um deslizamento anterior do
tálus. A sua dimensão posterior é menor do que a anterior; dessa forma,
como a porção posterior encontra-se na região anterior da pinça, a
instabilidade articular aumenta e pode resultar em uma entorse. Nesta
posição, o pé está parcialmente apoiado. À medida que aumenta o grau
de inversão, a perna roda externamente e o estiramento sobre o ligamento
talofibular anterior aumenta; consequentemente, este acaba se rompendo.
Uma vez lesado, o tálus pode rodar mais internamente (abdução +
dorsiflexão); se a força de inversão continuar, ocorre a ruptura do
ligamento calcaneofibular, ainda que esse ligamento seja mais
sobrecarregado quando se passa da flexão plantar para a dorsiflexão.
• Resistência ligamentar. Os ligamentos da porção lateral são menos
resistentes do que os da porção medial. Os estabilizadores laterais são
três e o medial um; contudo, a capacidade de resistir aos estresses
aumentados é maior no ligamento deltoide, devido à sua maior dimensão.
A lesão do ligamento talofibular anterior aumenta a possibilidade de
deslizamento anterior e a rotação interna do tálus (abdução +
dorsiflexão), já a lesão do calcaneofibualr permite a sua inclinação em
varo (abdução + dorsiflexão) dentro da pinça maleolar, fato chamado de
inclinação talar ou talar tilt. O ligamento talofibular posterior é o mais
forte dos ligamentos e raramente se rompe. Ele se contrapõe ao
deslocamento posterior do tálus e à sua rotação externa.
• Altura dos maléolos. O maléolo medial é mais alto que o lateral; assim,
há menor restrição anatômica para o movimento de supinação, fato que
contribui para as entorses e para o acometimento do complexo lateral.

A lesão isolada do ligamento deltoide é rara: em torno de 2,5% das lesões


ligamentares. O mecanismo de abdução e rotação externa, além de romper o ligamento,
leva à lesão da sindesmose e à fratura fibular.

3. JOELHO

O joelho é uma articulação do tipo condiloide. Ele suporta o peso do corpo e


transmite as forças provenientes do solo; ao mesmo tempo, permite uma grande
quantidade de movimento entre o fêmur e a tíbia. Sua estabilidade é fruto da restrição
passiva dos ligamentos, do arranjo da cápsula, dos meniscos e das estruturas músculo-
tendíneas.
Em função do eixo anatômico longitudinal do fêmur oblíquo e da tíbia vertical, a
articulação do joelho apresenta um valgo fisiológico. Na mulher, tal angulação alcança
valores de 14 a 16º; já nos homens, os valores de normalidade estão entre 10 a 12º.

Os côndilos medial e lateral do fêmur e o platô tibial da tíbia se articulam para


formar a articulação tibiofemoral, que funciona como uma junta do tipo dobradiça
modificada. Os côndilos são estruturas assimétricas, ou seja, o côndilo medial é maior e
o lateral mais largo, fator que contribui para o mecanismo de trava, ou pivô do joelho.

A articulação tibiofemoral é envolvida por uma cápsula articular fibrosa,


revestida por membrana sinovial. As superfícies de contato dos dois ossos seriam
pequenas se elas não fossem revestidas por uma espessa camada de cartilagem e não
tivessem, entre si, os meniscos. A superfície superior dos meniscos, côncava, encaixa-se
com o fêmur. A superfície inferior, entretanto, é tão plana quanto a tíbia. Deste modo, o
stress da articulação do joelho passa a ser distribuído sobre uma superfície maior,
reduzindo a magnitude do estresse articular. Durante a flexão do joelho, os meniscos
deslizam de um lado para o outro até encontrarem o melhor posicionamento intra-
articular.

Os movimentos fisiológicos realizados na articulação tibiofemoral são a flexão e


a extensão e a rotação interna e externa (QUADRO 1). A rotação interna e externa
ocorre somente com os joelhos flexionados. Durante a flexão e extensão, verificam-se
os movimentos acessórios de rolamento e de deslizamento do fêmur sobre a tíbia. Neste
caso, em cadeia cinética aberta, o movimento intra-articular coincide com a regra do
côncavo-convexo; ou seja, durante a extensão a tíbia desliza e rola no sentido anterior.
Os movimentos funcionais do fêmur sobre a tíbia, relacionados às atividades da vida
diária, são realizados em cadeia cinética fechada – neste caso, os côndilos convexos
deslizam em direção oposta ao movimento do osso e rolam no mesmo sentido.

Os dois platôs côncavos da tíbia estão separados pelos tubérculos


intercondilares; o platô tibial lateral é menor, circular e côncavo, enquanto o medial é
mais oval e achatado. Tal assimetria contribui para o mecanismo de pivô que aparece
durante a extensão terminal do joelho, constituído pela rotação interna femoral acoplada
e externa tibial.
Articulação Patelofemoral

A patela é um osso sesamóide interposto no tendão quadricipital que se articula


na linha intercondilar com a face anterior da porção distal do fêmur, ligando-se à tíbia
pelo ligamento patelar. Sua superfície é coberta por cartilagem hialina lisa, a mais
espessa do corpo humano.

A patela desempenha importantes funções biomecânicas:

• Centraliza a tensão divergente exercida pelo quadríceps e a transmite


para o ligamento patelar;
• Amplia a área de contato entre o ligamento patelar e o fêmur, reduzindo
assim o estresse intra-articular; e
• Protege o tendão quadriciptal do atrito contra os ossos adjacentes.

À medida que o joelho flexiona, a partir da posição estendida, o polo inferior


entra em contato primeiramente com o fêmur aos 20º; à medida que a flexão prossegue,
chega aos 90º, quando a área de contato inclui uma maior superfície da porção da
patela; somente aos 135º é que a faceta excedente medial entra em contato com o
côndilo femoral medial.

É de grande interesse para a Biomecânica a análise da força de reação


femoropatelar. A força de reação na articulação femoropatelar é mensurada pela
compressão da patela contra o fêmur e dependente do ângulo de flexão de joelho. A
força vetor resultante do quadríceps e do ligamento patelar é igual e se opõe à força de
reação da articulação femoropatelar. O alinhamento normal da extremidade inferior
predispõe a patela a uma força lateral resultante do vetor da força do quadríceps e do
vetor da força do ligamento patelar, que é clinicamente mensurada por um ângulo
formado pela intersecção da Espinha Iliaca Antero Superior (EIAS) até o centro da
patela e pela linha que vai da tuberosidade da tíbia até o centro da patela – denominado
ângulo Q. O alinhamento normal da patela define um ângulo Q de 15º. O mal
alinhamento patelar, além de problemas de trajetória, pode ser causado pelo aumento do
ângulo Q, que por sua vez pode ser produto do geno valgo, da patela alta/pés pronados,
de retração de músculo e fáscia, do retináculo capsular medial frouxo e/ou de músculo
vasto medial oblíquo insuficiente e da fraqueza dos músculos abdutores e rotadores
externos do quadril.
A compressão da parte posterior da patela no fêmur aumenta após os 30º de
flexão de joelho. A compressão aumenta relativamente em três vezes o peso corporal ao
subir escadas e em oito vezes ao realizar agachamento e flexão profunda de joelho.
Essas forças compressivas podem ser minimizadas por uma patela devidamente
alinhada, que dispersa a força por sobre uma área superficial maior. A área de contato
posterior da patela depende da amplitude de flexão do joelho. Normalmente, a patela
ajuda a absorver as forças e a manter a saúde da cartilagem.

O joelho é uma das articulações mais frequentemente lesadas do corpo humano,


pois trabalha como um transmissor biológico cujas funções são admitir, redirecionar e
dissipar cargas entre seus componentes.

Aplicação dos conhecimentos para compreensão de disfunções locais

Diversos autores levantam a problemática do fortalecimento do músculo


quadríceps após a reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). O quadríceps
fica hipotrofiado após a lesão do LCA; isso é muito evidente no pós-operatório. Esta
adaptação é um mecanismo protetor corporal que previne a excessiva anteriorização da
tíbia durante a extensão do joelho por meio de diminuição da atividade da musculatura
anterior e de ênfase dos músculos posteriores da coxa. Este fenômeno é conhecido como
quadríceps avoidance. No pós-operatório, o fortalecimento muscular local é geralmente
realizado por meio de exercícios em cadeia cinética aberta (CCA) e em cadeia cinética
fechada (CCF).

Atualmente, muitos aspectos são levados em consideração quando o assunto é a


comparação entre os exercícios pós-reconstrução do LCA. Tal fato deve-se à
preocupação de evitar o excesso de translação anterior da tíbia, a qual pode gerar uma
tensão exagerada no neoligamento e consequentemente prejudicar a estabilidade local.

Estudos apontam que podemos realizar exercícios seguros que não


comprometam o neoligamento, mas eles devem ser realizados em CCF numa amplitude
de 90º a 0 de flexão e em CCA em amplitude de 90 a 45º. Tais autores preconizam a
associação criteriosa de ambas as modalidades de exercícios fundamentais para o
fortalecimento da região.
4. QUADRIL

A articulação do quadril é composta pela cabeça do fêmur e pelo acetábulo da


pelve; ela faz a junção do membro inferior ao tronco. É uma articulação sinovial, do
tipo bola e soquete, apresentando três eixos e três graus de liberdade. Ela é
indispensável para o suporte e para a transferência de peso durante a locomoção.

A superfície articular do acetábulo apresenta paredes articulares anterior,


posterior e superior aprofundadas, que recebem o lábio acetabular, um anel incompleto
de fibrocartilagem fixado na borda da cavidade acetabular, cuja superfície possui
terminações nervosas livres que participam dos mecanismos nociceptivos e
proprioceptivos da articulação. A cabeça femoral tem a forma de uma esfera, a qual
direciona-se medialmente para se encaixar ao acetábulo.

O colo do fêmur faz a ligação da cabeça femoral com o corpo do osso. Seu
diâmetro é menor que o restante do osso; ele também é internamente mais fracom por
ser constituído principalmente de osso trabecular. O eixo do colo femoral é oblíquo para
cima, para dentro e para frente; forma um ângulo de inclinação de 125° no adulto. O
ângulo de inclinação forma, com o plano frontal, um ângulo de declinação, também
chamado de anteversão, de 10 a 30°, aberto para dentro e para cima.

A articulação do quadril possui uma cápsula articular muito resistente que


envolve toda a articulação. Ela se fixa à periferia do acetábulo, ao colo do fêmur e à
linha intertrocantérica. A cápsula é reforçada por ligamentos espessos, dentre os quais
se destacam, anteriormente, o ligamento iliofemoral; inferiormente, o pubofemoral;
posteriormente, o ligamento isquiofemoral; e internamente à cápsula, o ligamento
redondo ou ligamento da cabeça do fêmur. O formato das superfícies articulares e os
ligamentos da região proporcionam a ela grande estabilidade: ela é uma das articulações
mais estáveis do corpo.

Os movimentos do quadril ocorrem em três planos: sagital (flexão/extensão),


frontal (abdução/adução) e transversal (rotação interna/rotação externa). A flexão do
quadril associada à extensão do joelho, realizada tanto ativa quanto passivamente, sofre
a restrição dos músculos isquiotibiais. A flexão passiva realizada com o joelho
estendido tem a amplitude média de 90º; já com o joelho fletido, alcança 120º.
Os músculos que atuam durante a flexão do quadril são: psoas, ilíaco, sartório,
reto anterior, tensor da fáscia lata, pectínio, adutor médio e feixes anteriores dos glúteos
mínimo e médio. O psoas e o ilíaco são os mais potentes de todos os músculos flexores.
O sartório é flexor, abdutor e rotador externo do quadril, além de flexor e rotador
interno do joelho; porém, sua principal atuação é a flexão do quadril. O reto anterior,
biarticular, atua na flexão do quadril e na extensão do joelho, porém sua ação mais
efetiva ocorre na flexão do quadril quando o joelho encontra-se fletido (QUADRO 1).

Na extensão, a amplitude do quadril é limitada pela tensão do ligamento


iliofemoral e pelo músculo reto femoral, quando o joelho encontra-se em flexão.
Quando o movimento é realizado de forma passiva, a amplitude de extensão do quadril
é de 20° a 30°; quando realizado ativamente, alcança valores de 10° com o joelho
fletido e 20° com o joelho estendido. Os músculos extensores do quadril são o glúteo
máximo, os isquiotibiais (semitendinoso, semimembranoso e bíceps femoral em sua
porção longa) e o adutor magno. Os músculos isquiotibiais são biarticulares que fletem
o joelho e estendem o quadril quando o joelho encontra-se em extensão. As fibras
posteriores do músculo adutor magno também agem como extensoras do quadril, por se
originarem atrás do plano frontal (QUADRO 1).

A abdução do quadril bilateralmente pode chegar a 90° e unilateralmente a 45°.


A abdução é limitada pelo impacto ósseo do colo do fêmur com o acetábulo; porém,
antes que isso ocorra, intervêm os músculos adutores e os ligamentos iliofemorais e
pubofemorais. São responsáveis pela abdução os músculos: glúteos máximo, médio e
mínimo, tensor da fáscia lata e piramidal. O principal abdutor do quadril é o glúteo
médio; auxiliado pelo glúteo mínimo, desempenha a função de estabilizar a pelve
transversalmente, em especial durante a fase de apoio da marcha. O tensor da fáscia lata
atua como potente abdutor quando o quadril está em alinhamento normal, além de
auxiliar na estabilização da pelve (QUADRO 1).

A adução, aproximação do membro inferior do plano sagital no quadril,


combina-se a extensão, flexão ou abdução do outro quadril. Em todos estes casos, a
amplitude máxima é de 30°. Os principais músculos responsáveis pela adução são:
adutor longo, adutor curto, adutor magno, pectínio e grácil. Eles recebem auxílio dos
músculos semimembranoso, glúteo máximo e obturador interno e externo.
A amplitude de movimento de rotação do quadril deve ser analisada com o
joelho flexionado em ângulo reto. A partir dessa posição, quando a perna se dirige para
fora, medimos a rotação interna, que é de 30 a 40° limitada pela tensão dos rotadores
externos e do ligamento isquiofemoral. Os músculos responsáveis pela rotação interna
são: tensor da fáscia lata, glúteo mínimo e feixes anteriores do glúteo médio. A
amplitude máxima de rotação externa é de 60°, limitada pela tensão dos rotadores
internos e dos ligamentos iliofemoral e pubofemoral. Os rotadores externos do quadril
são numerosos e potentes; são eles: piramidal, obturador interno, obturador externo,
quadrado femoral, pectínio, glúteo máximo, glúteo médio, feixes posteriores do glúteo
mínimo, feixe posterior do adutor magno, gêmeo superior e gêmeo inferior (QUADRO
1).

O quadril é a principal articulação responsável pela sustentação do peso


corporal. Não se sabe exatamente como o estresse in vivo é distribuído na cabeça
femoral, mas mensurações de instrumentos protéticos da cabeça femoral in vivo
mostram que as superfícies anterior e medial da cabeça femoral são aquelas que
transmitem mais carga durante as atividades de vida diária.

4. CINTURA PÉLVICA

A cintura pélvica compreende três ossos separados (os dois ossos ilíacos e o
sacro), constituindo um o anel de osso que une o tronco e os membros inferiores. O osso
ilíaco é formado a partir de três ossos separados: o ílio, o ísquio e o púbis, que se juntam
e se fundem na região do acetábulo de tal modo que, no adulto, o ilíaco é um único
osso. Estas três peças ósseas (ílio, ísquio e púbis) se unem na região onde mais se sente
o peso suportado por este conjunto ósseo, isto é, no centro do acetábulo, fossa articular
que recebe a cabeça do fêmur. Assim, é nesse ponto que acontece a união entre o
esqueleto apendicular do membro inferior e a cintura pélvica. O sacro é um osso
triangular, com uma região mais na parte larga superior e côncavo na região anterior. É
formado pela fusão de cinco vértebras, que diminuem de tamanho gradativamente em
sentido distal.

A articulação sacro-ilíaca é fixada por três dos mais fortes ligamentos do corpo
humano, os ligamentos sacro ilíacos anterior e posterior e o ligamento interósseo; o
movimento local é de pequena amplitude. É em função da pequena mobilidade entre os
ossos da pelve que toda estrutura da cintura pélvica pode ser considerada um só osso.

Na extremidade distal do sacro, forma-se a articulação sacrococcígea. O cóccix,


uma peça óssea pequena, é a mais distal da coluna vertebral, sendo formado pela fusão
de três ou quatro peças ósseas. Articula-se com o sacro por meio de um disco
intervertebral. A articulação sacrococcígea é uma sínfise estabilizada pelos seguintes
ligamentos: sacrococcígeo anterior, posterior, lateral e o interósseo.

Na região posterior da pelve, encontram-se as articulações sacro-ilíacas; já na


região anterior, a sínfise púbica. A sínfise púbica é uma anfiartrose; neste caso, entre os
dois ossos púbicos se interpõe uma fibrocartilagem em formato de cunha.

A sínfise púbica é estabilizada por ligamentos potentes e pela musculatura local.


Superiormente, tem-se o ligamento púbico superior, composto por fibras transversais;
embaixo é reforçada pelo ligamento arqueado; na frente, extensões do tendão do
músculo reto do abdome e da aponeurose do oblíquo externo completam os
estabilizadores locais.

A movimentação local é mediada por músculos intrínsecos e extrínsecos. Os


intrínsecos controlam a micção, a defecação e os esfíncteres vesicais e anais durante o
ato de espirrar e tossir, além de sustentar as vísceras que estão dentro da pelve. O
movimento local se dá em três planos e eixos: sagital, anteversão ou inclinação pélvica
anterior e retroversão pélvica ou inclinação pélvica posterior; frontal, inclinação pélvica
lateral direita e esquerda; e horizontal, rotação para a direita e para a esquerda.

Os músculos abdominais e paravertebrais e a musculatura responsável pelo


quadril controlam os movimentos locais. A anteversão é realizada pelos músculos
iliopsoas, reto femoral, sartório e tensor da fáscia lata; a retroversão é função dos
músculos reto do abdome, oblíquos externo e interno, glúteo máximo e glúteo médio,
semitendinoso, semimembranoso e adutor magno; a inclinação Pélvica Lateral é
realizada pelo quadrado lombar e a rotação pelo iliopsoas.

O sacro realiza os movimentos de nutação e contra-nutação no plano sagital: são


movimentos involuntários que não dependem da ação muscular. Na nutação, a base
sacral volta-se para baixo e para diante, enquanto que sua ponta se eleva para trás e para
o alto; já na contra-nutação ocorre o inverso.
Quadro 1 - A tabela abaixo descreve a origem, a inserção e a ação de cada músculo do
membro inferior de acordo com KENDAL e McCREARY (1987).

MÚSCULO ORIGEM INSERÇÃO AÇÃO


Sartório Espinha ilíaca ântero- Face proximal Flexiona o
superior medial da tíbia, quadril e o joelho;
abaixo da roda lateralmente
tuberosidade. o quadril.
Iliopsoas Processos transversos e
corpos da últimas Trocanter menor Flexiona o
vértebras torácicas e de do fêmur quadril; flexiona
todas as lombares. o tronco sobre o
Crista e fossa ilíaca fêmur.
Reto da coxa Espinha ilíaca Antero- Faz a extensão d
inferior; logo abaixo Tuberosidade da o joelho; o reto da
do acetábulo do osso tíbia via patela e coxa também
do quadril ligamento da flexiona o
patela. quadril.
Vasto lateral Trocanter maior e lábio Tuberosidade da Faz a extensão d
lateral da linha áspera tíbia via patela e o joelho; o reto da
do fêmur ligamento da coxa também
patela. flexiona o
quadril.
Vasto medial Lábio medial da linha Tuberosidade da Faz a extensão d
áspera do fêmur tíbia via patela e o joelho; o reto da
ligamento da coxa também
patela. flexiona o
quadril.
Vasto intermédio Face anterior da diáfise Tuberosidade da Faz a extensão d
do fêmur tíbia via patela e o joelho; o reto da
ligamento da coxa também
patela. flexiona o
quadril.
Pectíneo Ramo superior do Face posterior do Aduz, flexiona e
púbis fêmur logo abaixo roda lateralmente
do trocânter o quadril.
menor
Grácil Sínfise púbica e arco Face medial da Aduz o quadril;
púbico tíbia logo abaixoflexiona o
do côndilo quadril.
Adutor magno Ramo inferior do púbis Maior parte da Aduz e roda
e ísquio e túber extensão da linha lateralmente o
isquiático áspera e tubérculo
quadril; auxilia na
adutor do fêmur extensão do
quadril.
Adutor longo Terço médio da Aduz e roda
Crista púbica e sínfise linha áspera do lateralmente o
púbica fêmur quadril; auxilia na
extensão do
quadril.
Adutor curto Ramo inferior do púbis Parte superior da Aduz e roda
linha áspera do lateralmente o
fêmur quadril
Bíceps femoral Cabeça longa: túber Face lateral da Flexiona o joelho;
isquiático. cabeça da fíbula e a cabeça longa
Cabeça curta: lábio côndilo lateral da estende o quadril.
lateral da linha áspera tíbia
Semitendíneo Túber isquiático Face medial da Flexiona o joelho,
epífise proximal estende o quadril.
da tíbia
Semimembranáceo Túber isquiático Face medial da Flexiona o joelho,
epífise proximal estende o quadril.
da tíbia
Glúteo Máximo Linha glútea posterior Tuberosidade Estende e roda
do ílio e face posterior glútea do fêmur, lateralmente o
do sacro e do cóccix trato iliotibial do quadril
sacro e cóccix.
Glúteo médio Face externa do ílio, Face lateral do Abduz e roda
entre as linhas glúteas trocânter maior do medialmente o
anterior e posterior. fêmur quadril.
Glúteo mínimo Face externa do ílio, Face anterior do Abduz e roda
entre as linhas glúteas trocânter maior do medialmente o
anterior e posterior. fêmur quadril
Tensor da fáscia Porção anterior da Trato iliotibial da Tensiona a fáscia
lata crista ilíaca e espinha fáscia lata lata, auxilia na
ilíaca Ântero-superior flexão, abdução e
rotação medial do
quadril.
Piriforme Borda superior do Roda o quadril
Face anterior do sacro trocânter maior do lateralmente;
fêmur auxilia na
extensão e na
abdução do
quadril.
Gêmeo superior Espinha isquiática Trocânter maior Roda lateralmente
do fêmur o quadril
Gêmeo inferior Túber isquiático Trocânter maior Roda lateralmente
do fêmur o quadril
Obturador interno Face interna da
membrana obturatória Trocânter maior Roda lateralmente
e margem óssea do do fêmur o quadril
forame obturado
Obturatório externo Face externa da
membrana obturatória Fossa trocantérica Roda lateralmente
e margem óssea do do fêmur o quadril
forame obturado
Quadrado femoral Túber isquiático Diáfise do fêmur Roda lateralmente
logo abaixo do o quadril
trocânter maior
Tibial anterior Côndilo lateral e dois Face medial do 1° Dorsiflexão e
terços proximais da cuneiforme e 1° inversão do pé
diáfise da tíbia e metatarsal
membrana interóssea
Extensor longo do Face anterior da Face dorsal da Dorsiflexão e
hálux metade da fíbula e falange distal do inversão do pé;
membrana interóssea hálux estende o hálux.
Extensor longo dos Côndilo lateral da Face dorsal das Dorsiflexão e
dedos tíbia, três quartos falanges do 2° ao eversão do pé
proximais da face 5° dedos estende os dedos.
anterior da fíbula e
membrana interóssea.
Fibular terceiro Terço distal da face Face dorsal do 5° Dorsiflexão e
anterior da fíbula e metatarsal eversão do pé
membrana interóssea
Fibular longo Dois terços proximais Face ventral do 1° Flexão plantar e
da face lateral da fíbula metatarsal e do eversão do pé
cuneiforme medial
Fibular curto Dois terços distais da Face lateral do 5° Flexão plantar e
fíbula metatarsal eversão do pé
Gastrocnêmio Côndilos lateral e Calcâneo via Flexão do joelho;
medial do fêmur tendão calcâneo flexão plantar do
pé.
Sóleo Face posterior do terço Calcâneo via Flexão plantar do
proximal da fíbula e tendão calcâneo pé
terço médio da tíbia
Plantar Face posterior do Calcâneo Flexão do joelho;
fêmur acima do flexão plantar do
côndilo lateral pé.
Poplíteo Côndilo femoral do Porção proximal Flexiona e roda o
fêmur da tíbia joelho
medialmente
Flexor longo do Dois terços inferiores Falange distal do Flexão do hálux;
hálux da fíbula hálux flexão plantar e
inversão do pé.
Flexor longo dos Face posterior da tíbia Falange distal do Flexiona os
dedos 2° ao 5° dedos dedos; flexão
plantar e inversão
do pé.
Tibial posterior Face posterior da Navicular, Flexão plantar e
membrana interóssea, cuneiforme, inversão do pé
tíbia e fíbula. cubóide; 2° até 4°
metatarsais.
Extensor curto dos Face lateral do Falange proximal Estende os dedos
dedos calcâneo do hálux e tendões do pé, do 1° ao
do extensor longo 4°.
dos dedos
Interósseos dorsais Falanges Abduz os dedos a
Base dos metatarsais proximais; ambos partir do 2° dedo;
adjacentes os lados do 2° movimento o 2°
dedo; face lateral dedo medial e
do 3° e 4° dedos. lateralmente.
Abdutor do hálux Falange proximal Abduz o hálux
Calcâneo do hálux (com o
tendão do flexor
curto do hálux)
Flexor curto do Cubóide e cuneiforme Face proximal do Flexiona o hálux
hálux lateral hálux
Adutor do hálux Cabeça obliqua: 2°, 3° Falange proximal Aduz o hálux
e 4° metatarsais. do hálux
Cabeça transversa:
ligamentos das
articulações
metatarsofalângicas
Abdutor do dedo Calcâneo e aponeurose Falange proximal Abduz o dedo
mínimo plantar do dedo mínimo mínimo
Flexor curto do 5° metatarsal Falange proximal Flexiona o dedo
dedo mínimo do dedo mínimo mínimo
Flexor curto dos Calcâneo e aponeurose Falange média do Flexão do 2° ao
dedos plantar 2° ao 5° dedos 5° dedos
Quadrado plantar Auxilia na flexão
Nos tendões do do 2° ao 5°
Calcâneo flexor longo dos dedos, reforçando
dedos a tração do flexor
longo dos dedos.
Lumbricais Flexiona a
Dos tendões do flexor Nos tendões do falange proximal,
longo dos dedos extensor longo estende as
dos dedos falanges medial e
distal do 2° ao 5°
dedos.
Interósseos 3°, 4° 5° metatarsais. Falanges Aduz os dedos, a
plantares proximais dos partir do 2° dedo.
mesmos dedos

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMADIO, A.C.; DUARTE, M. Fundamentos biomecânicos para análise do


movimento humano. São Paulo: Laboratório de Biomecânica, EEFUSP: 1998.

DUTTON, M. Fisioterapia Ortopédica: exame, avaliação e intervenção. Porto


Alegre: Artmed, 2006.

ENOKA, R.M. Bases neuromecânicas da Cinesiologia. 2 ed. São Paulo: Manole:


2000.
HALL, S.J. Biomecânica Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1993.

HOPPENFIELD, S. Propedêutica Ortopédica: coluna e extremidades. São Paulo:


Atheneu, 2002.

KAPANDJI, A.I. Fisiologia Articular: membro inferior. 5 ed. São Paulo: Manole,
1990.

KENDALL, F.P.; McCREARY, E.K. Músculos: Provas e Funções. 3 ed. São


Paulo: Manole: 1987.

MOORE, K.L.; AGUR, A.M.R. Fundamentos de Anatomia Clínica. 2 ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

NORDIN, M.; FRANKEL, V.H. Biomecânica Básica do Sistema


Músculoesquelético. 3 ed. Guanabara Koogan, 2003.

HAMILL, J., KNUTZEN, C. M. Bases Biomecânicas do Movimento Humano;


Editora Manole Ltda: São Paulo - S.P, pp. 227-244, 1999.

LEHMKUHL, L. Don, SMITH, L.K, BRUNNSTRON, S. Cinesiologia Clínica de


Brunnstron; 4 ª edição; Editora Manole: São Paulo - S.P , 1989.

Tema: Cinesiologia do cintura pélvica e dos membros inferiores

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Quais são os movimentos artrocinemáticos locais?


a) Flexão, rolamento e movimento giratório
b) Deslizamento, rotação e movimento giratório
c) Flexão, extensão, rotação, deslizamento, rolamento e movimento
giratório
d) Deslizamento, rolamento e movimento giratório

2. A direção do deslizamento articular é determinada pelo?


a) Formato da superfície articular
b) Pela regra do côncavo-convexo
c) Pelo movimento desejado
d) As alternativas “a” e “b” estão corretas
3. Considerando o movimento giratório, pode-se dizer que:
a) Os pontos de contato das superfícies articulares mudam
constantemente;
b) É um movimento artrocinemático;
c) Uma extremidade óssea gira sobre o outro ao redor de um eixo
longitudinal.;
d) Apenas as alternativas “b” e “c” estão corretas;

4. No rolamento articular, é correto afirmar?


a) Os pontos de contato das superfícies articulares mudam
constantemente;
b) É um movimento artrocinemático;
c) Novos pontos de uma superfície entram em contato com novos pontos
da superfície oposta
d) Todas as alternativas estão corretas;

5. Considerando uma superfície articular móvel côncava, é correto


afirmar?
a) Desliza em direção oposta à diáfise óssea ou ao movimento angular
b) Desliza na mesma direção da diáfise óssea ou do movimento angular
c) Pode deslizar tanto na mesma direção, quanto em direção oposta à
diáfise óssea ou ao movimento angular
d) Não existe relação entre superfície articular e deslizamento

6. Em relação aos movimentos articulares realizados, podemos dizer que:


a) Os movimentos artrocinemáticos e osteocinemáticos são movimentos
independentes
b) Os movimentos artrocinemáticos e osteocinemáticos são movimentos
interdependentes
c) Os três movimentos artrocinemáticos ocorrem simultaneamente
d) Todas as alternativas estão corretas

7. Em relação à Biomecânica, como pode ser composto o pé?


a) Pé, médiopé e o antepé
b) Retropé, médiopé e o antepé
c) Retropé, médiopé e o pé
d) Todas as alternativas estão corretas
8. O principal mecanismo de lesão das entorses de tornozelo envolve
quais movimentos?
a) Combinação da inversão e flexão plantar
b) Combinação da inversão e dorso-flexão
c) Combinação da eversão e flexão plantar
d) Combinação da eversão e dorso-flexão

9. Considerando a articulação do joelho, a estabilidade desta articulação


se deve a quais estruturas?
a) Restrição passiva dos ligamentos
b) Arranjo da cápsula articular
c) Meniscos e estruturas músculo-tendíneas
d) Todas as alternativas estão corretas

10. Os movimentos fisiológicos realizados na articulação tibiofemoral são?


a) Flexão e extensão e rotação interna e externa
b) Flexão e extensão
c) Rotação interna e externa
e) Todas as alternativas estão erradas

11. Das alternativas abaixo, quais podem ser apontadas como importantes
funções biomecânicas da patela:
a) Centraliza a tensão divergente exercida pelo quadríceps e a transmite
para o ligamento patelar
b) Amplia a área de contato entre o ligamento patelar e o fêmur, reduzindo
assim o estresse intra-articular
c) Protege o tendão quadriciptal do atrito contra os ossos adjacentes
d) Todas as alternativas estão corretas

12. Quais estruturas compõem a articulação do quadril ?


a) Grande trocanter e acetábulo da pelve
b) Cabeça do fêmur e acetábulo da pelve
c) Fêmur e ísqueo
d) Todas as alternativas estão erradas
13. Os movimentos do quadril ocorrem em três planos e seis movimentos,
sendo eles:
a) sagital (flexão/extensão), frontal (rotação interna/rotação externa) e
transversal (abdução/adução).
b) sagital (abdução/adução), frontal (flexão/extensão) e transversal
(rotação interna/rotação externa).
c) sagital (flexão/extensão), frontal (abdução/adução) e transversal
(rotação interna/rotação externa).
d) sagital (rotação interna/rotação externa), frontal (abdução/adução) e
transversal (flexão/extensão).

14. O(s) principal(is) abdutor(es) do quadril é(são)?


a) Glúteo médio
b) Glúteo mínimo
c) Glúteo médio, auxiliado pelo glúteo mínimo
d) Todas as alternativas anteriores estão corretas

15. Quais as funções do tensor da fáscia lata?


a) Abdução do quadril em alinhamento normal e estabilização da pelve
b) Adução do quadril em alinhamento normal e estabilização da pelve
c) Flexão do quadril e rotação medial da pelve
d) Todas as alternativas anteriores estão corretas

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