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Subsistema Longitudinal Profundo

Brent Brookbush

O Subsistema Longitudinal Profundo é composto por:

• Eretor da espinha (contralateral; em relação aos outros elementos)


• Ligamento sacrotuberoso
• Bíceps femoral
• Cabeça da fíbula
• Fibular longo
• Tibial anterior

(N.T: Em muitas definições este subsistema é composto somente por:


Bíceps femoral, ligamento sacrotuberoso e eretores da espinha
contralaterais, como na imagem abaixo)
De cima para baixo: Eretores da espinha (do lado contralateral); Bíceps
femoral; Ligamento sacrotuberoso; Articulação sacroilíaca

Função (resumida):
Estabilização do complexo lombosacral e arco longitudinal medial do pé,
responsável pela desaceleração (ação excêntrica) da perna de balanço na
marcha e controle da pronação/supinação do complexo pé/tornozelo, iniciando
no contato do calcanhar com o solo e continuando através da fase de apoio do
pé no ciclo da marcha. Esse subsistema é potencialmente o mecanismo
primário de propulsão durante a caminhada de baixa intensidade, e durante
atividades de alta intensidade é um mecanismo de comunicação
proprioceptivo, mandando informações ao cérebro sobre as forças de reação
do solo.
Artrocinemática Funcional:
Este subsistema desempenha um papel na estabilização do sacro e no
alinhamento da articulação sacroilíaca através do ligamento sacrotuberoso,
assim como, desempenha um papel no alinhamento artrocinemático do
complexo pé-tornozelo (N.T: A artrocinemática, segundo Neumann 2010, é
responsável por descrever o movimento entre as faces articulares de uma
articulação. Então o alinhamento artrocinemático se refere ao posicionamento
otimizado das estruturas envolvidas no movimento).

O bíceps femoral é praticamente contínuo ao ligamento sacrotuberoso, que por


sua vez, se insere na camada mais profunda da fáscia toracolombar. O sistema
continua através do eretor da espinha (N.T: Eretor da espinha do lado oposto).
Esta continuidade desempenha um papel na estabilização da região
lombosacra durante atividades da vida diária, na marcha e atividades
esportivas. Quando se encontra hiperativo, este subsistema irá fazer com que
haja uma dominância sinergística em relação ao glúteo máximo (N.T: Parte do
Subsistema Oblíquo Posterior) durante a extensão do quadril, tendo como
resultado a quebra da mecânica natural da região lombosacra.
Quando o bíceps femoral contrai, esta força é transmitida através do ligamento
sacrotuberoso, resultando em uma força de extensão no sacro. Se a contração
do bíceps femoral resulta em uma inclinação posterior da pelve (por exemplo,
durante a fase de balanço da marcha) o sacro irá seguir - em essência haverá
um pouco de movimento na articulação sacroilíaca ipsilateral. No entanto, já
que esse movimento acontece frequentemente ipsilateralmente (N.T: Do
mesmo lado), na marcha por exemplo, é importante notar que a extensão do
sacro é frequentemente uma contranutação da articulação sacroilíaca
contralateral relativa à uma pelve inclinada anteriormente. Comumente o
bíceps femoral e o eretor da espinha se tornam sinergisticamente dominantes
em relação a um complexo glúteo hipoativo (N.T: Aquela velha estória de que
se um não faz seu trabalho, outro assume o fardo). Isso pode levar a
problemas na articulação sacroilíaca, em que esta articulação se torna
funcionalmente fixada em relativa contranutação no lado disfuncional. Isso
também força a pelve contralateral em uma inclinação anterior relativa.
(N.T: Os movimentos de nutação e contranutação podem ser vistos
esquematicamente, em detalhes, no vídeo abaixo. Na nutação a base do sacro
se move anteriormente; Na contranutação a base do sacro se move
posteriormente, deixando-o em uma posição mais vertical).
Considerando o joelho:
- Embora o bíceps femoral possa ser visto como uma força que previne o
deslizamento anterior da tíbia sobre o fêmur e previne lesões no ligamento
cruzado anterior, ele só pode desempenhar bem seu papel se a atividade
elétrica do músculo e seu comprimento são adequados, além de se ter uma
artrocinemática normal da articulação tibiofibular proximal.

Infelizmente, esta musculatura é comumente hiperativa e a articulação


tibiofibular proximal se encontra frequentemente "presa" posteriormente
(relativa à articulação tibiofibular distal que está fixada anteriormente), como
resultado de "Disfunção na Parte Inferior da Perna" (N.T: Se refere a uma
classificação de disfunções que ele faz. Essa ele descreve neste artigo
chamado: Lower Leg Dysfunction).
Quando hiperativo o músculo pode contribuir com disfunção no joelho ao criar
um "momento" de adução e rotação interna no fêmur.(N.T: A palavra momento
poderia ser substituída por "torque". O torque ou momento pode ser
considerado como um equivalente de uma força linear. Enquanto a força
empurra ou puxa um objeto de maneira linear o torque ou momento gira um
objeto sobre seu eixo de rotação, Neumann 2010).

Provavelmente é mais fácil visualizar esta ação em padrões de movimento de


cadeia cinética fechada (relativo à uma tíbia fixa). No entanto, a rotação
externa da tíbia é um movimento relativo à uma rotação interna do fêmur(N.T:
Ou seja, o fêmur roda internamente sobre uma tíbia fixa. A tíbia não move, mas
em relação ao fêmur que está em rotação interna, a tíbia está posicionada em
rotação externa). A posição do bíceps femoral na parte lateral do joelho
também contribui para criar um momento de adução; trazendo os aspectos
laterais do fêmur e da tíbia mais próximos um do outro. Quando o pé e a tíbia
estão fixos em uma posição de cadeia cinética fechada (N.T: Cadeia cinética
fechada são movimentos com o pé no solo. Um agachamento por exemplo),
um bíceps femoral hiperativo pode fazer com que o joelho colapse em
valgo (N.T: Joelho para dentro) ao rodar internamento o fêmur e "aduzir" o
joelho. Quando visualizar este movimento, pode ser útil imaginar a cabeça
curta do bíceps femoral como uma "corda de um arco" ficando cada vez mais
tensa e o fêmur e a tíbia como um arco dobrando fora de sua posição normal.
Considerando o tornozelo:
- Este subsistema desempenha um papel significativo em manter o arco
longitudinal do pé e/ou a pronação e supinação durante a marcha em resposta
às forças de reação do solo - desempenhando seu maior papel durante a
desaceleração excêntrica da pronação do momento do contato do calcanhar
até o meio da fase de apoio. Disfunção no subsistema longitudinal profundo
pode resultar em uma pronação precoce/excessiva, incapacidade de uma
dorsiflexão adequada e uma força excessiva colocada nas articulações
transversas tarsais e tarsometatarsais.

Isto acontece frequentemente em conjunto com um deslizamento anterior da


articulação tibiofibular, inabilidade de um movimento posterior do tálus,
deslizamento superior do primeiro cuneiforme sobre o navicular e excessiva
flexão plantar do primeiro raio (N.T: Aos que quiserem saber mais sobre o
primeiro raio da articulação metatarsofalangeana confiram a série de artigos
sobre o hálux: Mobilidade do Hálux - Parte 1).
Primeiro raio da articulação metatarsofalangeana

Para mais informações confiram meu artigo: Lower Leg Dysfunction.

Função Integrada:

Funcionando de maneira ideal, o Subsistema Longitudinal Profundo


desacelera (contração excêntrica) o balanço da perna e a pronação do
pé, estabiliza a articulação sacroilíaca e o arco longitudinal do pé, e age
como um mecanismo proprioceptivo para o pé/tornozelo e joelho, além
de ajudar no posicionamento do complexo lombopélvico/quadril. Por
exemplo, durante a marcha este subsistema desacelera excentricamente
o balanço à frente da perna, seguido por uma inclinação da pelve e
estabilização da articulação sacroilíaca, agindo como um mecanismo
proprioceptivo para transmitir informações a respeito das forças de
reação do solo ao contato do calcanhar, assegurando uma pronação
adequada, mas não excessiva. Como produto da informação
proprioceptiva relatada ao Sistema Nervoso Central, existe um
recrutamento adequado dos motores primários durante o meio da fase de
apoio e o incio da fase de balanço da marcha (N.T: Início da fase de
balanço na marcha se dá quando o hálux sai do solo). Isto é
especialmente verdadeiro durante atividades de alta intensidade e esta
mesma função pode ser generalizada às atividades do membro inferior
no treino de força: Como agachamentos, levantamentos terra, etc.

Um fator contribuinte para disfunção, pode ser a falta de atividades de


alta intensidade que vemos em nossa população. A despeito do glúteo
máximo ser o motor primário durante a extensão do quadril, o corpo nem
sempre recruta os motores primários para produzir movimento articular.
Isso é referido frequentemente como "Lei da Parcimônia" em relação ao
movimento humano. O corpo irá recrutar o menor número de unidades
motoras a fim de tentar conservar energia. Com isto dito, existem alguns
estudos que mostram o bíceps femoral como o motor primário da
extensão do quadril durante a "marcha normal", com menor contribuição
do glúteo máximo. Isto quer dizer, caminhar em uma cadência
relaxada pode não ser de uma intensidade suficiente para requerer a
ativação do glúteo máximo.

Se um indivíduo nunca desempenha atividades de intensidade mais alta


(caminhada rápida, exercício, esportes) existe uma chance de começar a
perder a habilidade de recrutar um melhor programa motor para
atividades de alta intensidade?
Reforçando a dominância sinergística do Subsistema Longitudinal
Profundo em relação ao Subsistema Oblíquo Posterior (N.T: O glúteo
máximo é parte do subsistema oblíquo posterior).

Comportamento Motor:
O subsistema longitudinal profundo pode ser apelidado de "Subsistema sempre
Hiperativo". Este subsistema torna-se reflexivamente hiperativo em resposta a
problemas da articulação sacroilíaca, coluna lombar, articulação tibiofibular,
tibiofemoral e complexo pé/tornozelo.
Aparece comumente pareado com hipoatividade (N.T: Atividade abaixo do
normal) de 2 subsistemas:
- Subsistema de Estabilização Intrínseca.
- Subsistema Oblíquo Posterior.
E também pareado com hiperatividade de outro subsistema:
- Subsistema Oblíquo Anterior.
Também aparece hiperativo em disfunções na parte inferior da perna e
complexo lombopélvico/quadril.

Em Disfunções no Membro Superior:Falando em termos gerais, este


subsistema não é relacionado com estas disfunções, no entanto quando
disfunções no membro superior resultam em problemas na sacroilíaca, o
subsistema longitudinal profundo pode tornar-se reflexivamente hiperativo.

Em Disfunções no Complexo Lombopélvico/Quadril:


O subsistema longitudinal profundo é sinergisticamente dominante em relação
à um subsistema oblíquo posterior hipoativo.

Em Disfunções da Parte Inferior da Perna:O subsistema longitudinal profundo é


hiperativo. Pode ser observado a pronação do pé, adução e rotação interna do
fêmur e contra-nutação do sacro como resultado da ação concêntrica desse
subsistema e a "caracterização" de um modelo previsível de disfunção da parte
inferior da perna.
Em Disfunções da Articulação Sacroilíaca: Este subsistema torna-se
incrivelmente hiperativo no lado disfuncional da sacroilíaca, e pode não retomar
sua atividade normal até que a sacroilíaca seja mobilizada.
O subsistema longitudinal profundo é frequentemente o elo entre disfunção na
parte inferior da perna, disfunção na articulação sacroilíaca e dor lombar.

Subsistemas, Disfunção Postural e Seleção de Exercícios


Integrados:
Os resumos abaixo são destinados à uma referência rápida, na prática, e
não ilustram todos os possíveis cenários.

Atividades dos Subsistemas Baseado na Disfunção Postural:

Efeito no Exercício:
Resumo:
Seleção de Exercícios:

Se a avaliação de movimento nos leva a crer que o Subsistema Longitudinal


Profundo é hiperativo, considere as seguintes mudanças no seu programa de
exercícios.
Núcleo:
(N.T: Tradução de "Core")
- Sem fortalecimento dos isquiotibiais.

Flexibilidade:
Liberação:
• Eretores da coluna (se usar autoliberação, liberar somente na área da
torácica).
• Bíceps femoral.
• Fibulares.
• Piriforme (se existe suspeita de problema na sacroilíaca).
Alongamento:
(N.T: Os nomes dos alongamentos estão em inglês porque essa questão de
nomenclatura de exercício é complicada, cada um chama como quer).
• "Child's Pose" (Eretores da coluna). (N.T: O que muitos aqui chamam de
"Alá", aquela posição sentado nos calcanhares estendendo os braços À frente).
• Pigeon Toed Calve Stretch (Fibulares). (N.T: Alongamento com os pés
para dentro, por isso a referência à pombo: pigeon em inglês).
• Active Biceps Femoris Stretch. (N.T: Alongamento ativo do bíceps
femoral).
Mobilização:
• Coluna torácica.
• Rotação do tronco deitado (automobilização da sacroilíaca).
Integração dos Subsistemas/Seleção de Exercícios Globais:

• Integrar Subsistema Oblíquo Posterior.

Treino de Resistido:

• Não fazer exercícios isolados para posterior da coxa (isquiotibiais).


• Não fazer levantamento terra com os joelhos retos, ou quase retos(N.T:
O que chamam no Brasil de stiff).
• Não fazer windmill com kettlebell.
Subsistema Oblíquo Anterior
Brent Brookbush

O Subsistema Oblíquo Anterior é composto por:

• Oblíquo Externo
• Fáscia Abdominal/Linha Alba
• Adutores Anteriores Contralaterais
• Oblíquo Interno
• Reto Abdominal
• Nota: O oblíquo interno e o reto abdominal não são tradicionalmente
vistos como parte do Subsistema Oblíquo Anterior. No entanto, baseado nas
minhas considerações de anatomia, função, pesquisas disponíveis e
observações na prática, adicionar estes músculos ao subsistema
subsistema adiciona
congruência ao nosso entendimento de sinergias musculares, comportamento
motor e modelos preditivos de problemas de movimento.

(N.T: A imagem abaixo mostra uma boa representação desse


subsistema. Oblíquo interno e adutores do mesmo lado e oblíquo externo
do lado contralateral).
Função (resumida):

Estabilização da cadeia cinética anterior (incluindo as articulações da sínfise


púbica, quadril e coluna lombar), transferência de força entre as extremidades
inferior e superior, movimentos globais de empurrar, rotação interna da cadeia
cinética, desaceleração (contração excêntrica) da supinação global do corpo.

Artrocinemática Funcional:
O Subsistema Oblíquo Anterior é um importante estabilizador da cadeia
cinética anterior. Este subsistema tem pouco efeito direto na artrocinemática
articular (quando comparado ao Subsistema Oblíquo Posterior e a articulação
sacroilíaca); no entanto, está indiretamente envolvido na estabilização da
coluna lombar, torácica, gradil costal, sínfise púbica e quadril.
Esse subsistema é responsável pela desaceleração excêntrica da rotação e
extensão da coluna lombar e torácica - um padrão de movimento que pode
levar à compressão das articulações facetárias e da parte posterior do disco
intervertebral, o que tem sido um indicativo de lesão na coluna lombar.
O subsistema oblíquo anterior também tem envolvimento na desaceleração
excêntrica da inclinação pélvica anterior, especialmente em movimentos de
empurrar na posição em pé. Como uma inclinação pélvica anterior inclui a
extensão lombar, movimentos da articulação sacroilíaca e se não for realizado
em base simétrica pode incluir rotação: Da sacroilíaca, da lombar ou mudanças
na rotação pélvica, o que pode indicar o envolvimento desse subsistema.

O subsistema oblíquo anterior estabiliza diretamente a sínfise púbica, embora a


relação mais notável entre o subsistema e esta articulação seja a continuidade
fascial entre o reto abdominal (um músculo não tradicionalmente colocado
como parte do subsistema oblíquo anterior) e o adutor longo. Embora
relativamente raro, discinesia (N.T: Discinesia pode ser entendido por
anormalidade nos movimentos articulares) da sínfise púbica ocorre e pode ser
dolorosa. A função otimizada do subsistema oblíquo anterior bilateral, assegura
o controle da rotação, deslizamento superior/inferior e outros movimentos
acessórios na sínfise púbica, associados com uma torção pélvica normal
durante a marcha.

Disfunção assimétrica no subsistema oblíquo anterior, pode levar à discinesia


na coluna lombar e torácica, articulação sacroilíaca e sínfise púbica, através da
rotação da coluna e/ou da pelve. Esta disfunção pode se apresentar como
rotação, flexão lateral, uma inclinação do quadril (N.T: Hip hike em inglês),
inclinação anterior ou posterior de um ou ambos os lados da pelve e discinesia
da sínfise púbica. Note que disfunções posturais assimétricas como essa têm
sido correlacionada com lesões. No mínimo, estas disfunções irão aumentar a
pressão no sistema de movimento humano, levando à sobrecarga de padrões e
um ciclo cumulativo de lesões.

Torção pélvica
Função Integrada:
Estes músculos desempenham um papel importante na transferência de forças
entre as extremidades superior e inferior e na estabilização da cadeia cinética
anterior. O subsistema oblíquo anterior é estressado na maior parte dos
movimentos de empurrar e nas rotações da cadeia cinética. Este subsistema
também funciona como um desacelerador da "supinação global do corpo" (Da
extensão com rotação da coluna, extensão, abdução e rotação externa do
quadril).
(N.T: Se refere à rotações de toda a cadeia cinética, como aquelas ocorridas
nos esportes. O exemplo seria um jogador de futebol que está de costas para o
gol, gira o corpo e inicia uma arrancada em direção ao gol adversário. Em
primeiro momento o subsistema age como um freio - contração excêntrica - do
início até a metade do giro. Em segundo momento realiza uma ação
concêntrica para completar o giro para que o atleta dispare em direção à meta
adversária).
A importância da desaceleração da supinação global do corpo pode ser vista
durante a "fase de carga" de um arremesso (N:T: Ou fase de contração
excêntrica dessa cadeia anterior. Como na preparação de um arremesso;
imagem abaixo).

Quando ela realiza o arremesso o subsistema oblíquo anterior realiza uma


ação concêntrica

Junto com a função otimizada do Subsistema Intrínseco de Estabilização e


Subsistema Oblíquo Posterior, o Subsistema Oblíquo Anterior assegura uma
estabilização, alinhamento e movimento ideal do Complexo
Lombopélvico/Quadril e uma artrocinemática ótima das articulações do quadril
e lombosacra. Embora um tanto simplista, pode ser de valia considerar isso
como um subsistema antirotacional/antiextensão - nossa defesa número um
contra lesões da coluna lombar.

Comportamento Motor:

O Subsistema Oblíquo Anterior pode ser apelidado de "O Médico e o Monstro"


dos subsistemas.

• Em Disfunções do Membro Superior (N.T: Upper Body Dysfunction)o


subsistema se encontra hiperativo;
• Em Disfunções do Complexo Lombopélvico/Quadril (N.T: Lumbo Pelvic
Hip Complex Dysfunction) o subsistema se encontra frequentemente sub-ativo;
• Em Disfunções da Parte Inferior da Perna (N.T: Lower Leg
Dysfunction) o subsistema ou não está envolvido ou está hiperativo no caso de
uma inclinação anterior excessiva, ou ainda, está sub-ativo
sub ativo no caso da
disfunção da parte inferior da perna se apresentar com uma inclinação anterior
da pelve;
• O comportamento e comprimento relativo do subsistema durante
Disfunção da Articulação Sacroilíaca (N.T: Sacroiliac Joint Dysfunction)
Dysfunction é um
pouco mais envolvente do que este artigo irá considerar, mas maiores
informações podem ser encontradas neste artigo "Sacroiliac Joint Motion and
Predictive Model of Dysfunction" (N.T: Movimento da Articulação Sacroilíaca e
um Modelo Preditivo de Disfunções).
Disfunções)

Em disfunções do membro superior, o subsistema oblíquo anterior é


hiperativo/dominante e faz um par com um subsistema oblíquo posterior sub-
sub
ativo/inibido. Isto pode parecer mais óbvio naqueles indivíduos que exibem
uma cifose torácica/lombar excessiva.

No entanto, os fatores que contribuem para a dominância do subsistema


oblíquo anterior em disfunções do membro superior podem ser bem mais
complexos. Frequentemente durante um agachamento com os braços acima
da cabeça (N.T: Overhead squat),
squat) o indivíduo irá
rá apresentar sinais de
disfunções do membro superior (braços caem à frente, escápula eleva), mas se
o agachamento é feito com as mãos na cintura, a dominância do subsistema
oblíquo anterior não irá se apresentar (flexão da coluna lombar/torácica e/ou
excessiva
ssiva inclinação à frente). O aumento na atividade do latíssimo do dorso
nas disfunções do membro superior pode levar à uma alteração no padrão
motor usado para estabilizar o complexo lombopélvico/quadril. Isto é, a
dominância sinergística do latíssimo do dorso leva à uma inibição do
Subsistema Intrínseco de Estabilização: Seja devido à mudanças na
artrocinemática ou a adoção de um padrão compensatório que resulta em um
padrão de disparo latente do subsistema intrínseco de estabilização e eventual
descondicionamento.
(N.T: Ou seja, uma atraso na ativação deste subsistema intrínseco de
estabilização, crucial para uma estabilização eficiente dos segmentos da
coluna vertebral. Esse subsistema tem de disparar antes dos demais para
garantir esta estabilização segmentar vertebral).

Em tempo, a falta de estabilização intrínseca gera uma diminuição no limiar de


atividade para o recrutamento da musculatura global do tronco, incluindo o
subsistema oblíquo anterior (músculos globais tornam-se hiperativos), para
estabilizar o complexo lombopélvico/quadril, levando a uma hiperatividade.

(N.T: Ou seja, existe uma hiperatividade de músculos globais, já que o limiar de


ativação destes músculos diminui, significando que atividades que
anteriormente não atingiam o limiar mínimo de disparo destes músculos, como
a demanda de estabilizar a coluna, agora passam a fazer com que eles
contraiam. Por outro lado, os músculos do subsistema intrínseco de
estabilização: Como o transverso abdominal, multífidos e assoalho pélvico,
passam a apresentar um atraso de ativação, não fazendo seu trabalho de
maneira eficiente, já que os músculos globais passam a fazê-lo, o resultado
disso tudo são disfunções e dores).

Neste caso, provavelmente é melhor evitar exercícios que agravem ainda mais
a atividade do subsistema oblíquo anterior, exemplos incluem: pranchas,
abdominais tradicionais, chops (N.T: Exercícios de padrões diagonais, feitos de
cima para baixo, o que lembra a ação de cortar, provavelmente daí venha o
nome "chop", que numa tradução literal pode significar "cortar") e padrões de
empurrar em pé. Ao invés disso, o foco deveria ser na ativação do subsistema
intrínseco de estabilização e estabilidade estática, incluindo a manobra
"drawing-in" (N.T: A manobra de encolher a barriga).
Chop 1/2 ajoelhado no cabo

Na disfunção mais comum do complexo lombopélvico/quadril (A inclinação


anterior da pelve) , o subsistema oblíquo anterior se encontra sub-ativo e faz
um par com um subsistema posterior oblíquo também sub-ativo. Neste caso, o
subsistema oblíquo anterior é incapaz de realizar a inclinação posterior da
pelve ou manter uma flexão lombar suficiente para obter uma coluna neutra,
um cenário que é concorrente com o grande e sinergisticamente dominante
latíssimo do dorso, junto com o ilíaco, puxando o indivíduo para a extensão
lombar. Dicas verbais, visuais e táteis para a posteriorização da pelve,
reforçando o alinhamento pélvico ideal e a integração do subsistema oblíquo
anterior (exercícios de pernas com exercícios de "empurrar" dos membros
superiores) são efetivos para melhorar esta disfunção (N.T: Uma maneira mais
rápida de lidar com estas e outras disfunções é o uso do Método NKT, uma
ferramenta extremamente útil em avaliar e lidar com disfunções
musculoesqueléticas. Alguns artigos sobre o método podem ser encontrados
aqui neste espaço ou no Blog da Fortius).

Nota: O uso de um exercício de integração do subsistema oblíquo anterior em


alguém que tem uma inclinação pélvica anterior frequentemente melhora o
alinhamento do complexo lombopélvico/quadril, mas em alguns casos resulta
em uma inclinação anterior excessiva. Neste caso, é apropriado seguir
um exercício de integração do subsistema oblíquo anterior com um
de integração do subsistema oblíquo posterior.

O subsistema oblíquo anterior geralmente não está envolvido com disfunções


na parte inferior da perna: No entanto, alguns indivíduos se apresentam com
disfunção na parte inferior da perna e uma inclinação anterior do tronco ou
inclinação pélvica anterior. No caso da inclinação anterior do tronco, evite
exercícios que possam aumentar a atividade desta musculatura e ao invés
disso, ponha o foco na ativação do subsistema intrínseco de estabilização e
integração do subsistema oblíquo posterior. No caso de uma inclinação pélvica
anterior, considere as sugestões dadas acima, onde foi tratada as disfunções
do complexo lombopélvico/quadril.

Adições ao Subsistema Oblíquo Anterior:

Relação entre os tendões do reto abdominal e adutor longo

Reto Abdominal:
Pode o reto abdominal ser parte do Subsistema Oblíquo Anterior?
O reto abdominal é envelopado pela bainha do reto e a fáscia do
transverso abdominal e é divido pela linha alba. Estas estruturas auxiliam
na transmissão de força e podem influenciar o tônus dos músculos
envolvidos por elas. Isso incluiria o reto e os oblíquos abdominais. Além
disso, os tendões do reto abdominal e a linha alba são revestidos com
uma fáscia superficial que continua até os tendões dos adutores
anteriores. Na essência, a fáscia abdominal tem uma continuidade a
partir do abdome, através da sínfise púbica até os tendões dos adutores
anteriores e a fáscia superficial da parte anterior da coxa. A idéia da
continuidade fascial e de recrutamento sinérgico muscular para o
movimento do tronco são de fato as ideias centrais que levaram ao
conceito dos subsistemas do núcleo (N.T: Núcleo na tradução da palavra
core. Que é como muitas vezes eles chamam os subsistemas: "Core
Subsystems"). Embora o Subsistema Oblíquo Anterior seja
tradicionalmente apresentado como: Oblíquo externo, fáscia abdominal e
adutor longo contralateral (excluindo o reto abdominal) - a relação fascial
mais notável na realidade é entre o tendão do reto abdominal e o tendão
do adutor longo.

O reto abdominal é ativo durante todas funções do subsistema oblíquo


anterior. Flexionar o tronco, rotação interna da cadeia cinética, pronação
e supinação do corpo, assim como na transferência de forças entre as
extremidades inferior e superior - todas estas ações requerem uma
atividade otimizada do reto abdominal.
Além disso, a atividade muscular e comprimento relativo do reto
abdominal quando analisado em relação à disfunções posturais e de
movimento, combina perfeitamente com a atividade do subsistema
oblíquo anterior. Eu tenho apelidado este subsistema de "O Médico e o
Monstro", porque ao contrário de outros subsistemas ele pode estar hiper
ou hipoativo dependendo do padrão de compensação apresentado:

→ Em disfunções do complexo lombopélvico/quadril, está


frequentemente sub-ativo assim como o reto abdominal.

→ Em disfunções do membro superior, está hiperativo, assim como o


reto abdominal.

→ Em disfunções da parte inferior da perna, a posição relativa da pelve


dita seu comportamento e o reto abdominal segue sua tendência.

→ Em disfunções da articulação sacroilíaca, está frequentemente


hiperativo no lado da disfunção e sub-ativo no lado contralateral, embora
não seja possível trabalhar somente um lado do reto abdominal, lesão e
o padrão de dor sugerem que o reto segue novamente o comportamento
do subsistema oblíquo anterior.

Muito frequentemente, a hiperatividade do subsistema oblíquo anterior


vem em par com sub-atividade do subsistema oblíquo posterior.

Em minha humilde opinião, as idéias acima deveriam levar à inclusão do


reto abdominal no subsistema oblíquo anterior. A seleção de exercícios
deveria ser considerada em conjunto com este subsistema, para todas as
modalidades: Liberação, alongamento, ativação e exercícios para o
núcleo(N.T: Núcleo: Tradução da palavra "core"). E na integração do
subsistema nas atividades físicas, reabilitação e treino de melhora da
performance esportiva.

Oblíquo Interno:
A fáscia superficial abdominal e a linha alba são investidas pelos
oblíquos interno e externo e o reto abdominal. Esta continuidade fascial,
junto com a função compartilhada faz com que, muitas vezes, fique difícil
apontar quando estes músculos não estão agindo sinergisticamente. O
oblíquo interno assiste na rotação da coluna com uma co-contração (N.T:
Contração conjunta) do oblíquo externo contralateral. Sem essa co-
contração, o oblíquo externo iria produzir flexão lateral e/ou puxaria o
reto abdominal e a linha alba lateralmente, resultando em movimento
ineficiente. O oblíquo externo tem uma direção de fibras mais vantajosa
em termos mecânicos e uma área de secção transversa maior, mas essa
necessária sinergia entre os oblíquos interno/externo resulta em um par
inseparável.
Os oblíquos internos também são sinergistas para todos movimentos e
atividades associadas com o Subsistema Oblíquo Anterior, desde a
estabilização do tronco e transmissão de força para flexão e rotação
ipsilateral da coluna até a desaceleração da supinação (N.T: Se refere à
supinação global do corpo). Embora o oblíquo interno seja o terceiro em
habilidade de produzir força, atrás do oblíquo externo e do motor
primário, o reto abdominal, este músculo está envolvido em todas
atividades do subsistema oblíquo anterior.

Finalmente, a pesquisa mostra que o oblíquo interno está ativo durante


potencialmente a mais importante função do subsistem oblíquo anterior.
O oblíquo interno é um estabilizador importante quando o corpo resiste a
uma carga externa significativa, especialmente quando o vetor da carga
é anterior para posterior (N.T: Ou seja, quando o corpo recebe a carga
de frente). O uso da musculatura global do tronco para estabilizar a
coluna é frequentemente chamada de "bracing" e inclui contrações
isométricas de toda a musculatura do tronco, incluindo os oblíquos
internos (N.T: Numa linguagem popular, o bracing seria aquela técnica
de "firmar" a parede abdominal). Existe algum debate se este músculo é
verdadeiramente um músculo global ou parte do Subsistema de
Estabilização Intrínseco; no entanto, o trabalho de Richardson et
al. aponta em direção à um padrão de recrutamento que liga este
músculo com o reto abdominal e o oblíquo externo.
(N.T: No sentido de o oblíquo interno ser um músculo com uma
característica parecida com a do reto abdominal e o oblíquo externo, ou
seja, um músculo que desempenha movimentos globais. Ao invés de ser
um músculo que tenha características como a do transverso abdominal,
que garante a integridade da coluna).

Presumindo que este músculo seja parte do sistema muscular global, ele
teria o mesmo comportamento do oblíquo externo durante disfunção
postural, resultando na mesma seleção de exercícios. Se por acaso
acontecer deste músculo ser parte do Subsistema Intrínseco de
Estabilização, então o consideraríamos durante a ativação do
Subsistema Intrínseco/Transverso Abdominal, no entanto, isto não
mudaria nossa seleção de exercícios.

Subsistemas, Disfunção Postural e Seleção de Exercícios


Integrados:

Os resumos abaixo são destinados à uma referência rápida, na prática, e


não ilustram todos os possíveis cenários.
(N.T: Os quadros abaixo são os mesmo apresentados no artigo sobre
osubsistema longitudinal profundo).
Atividades dos Subsistemas Baseado na Disfunção Postural:

Efeito no Exercício:
Resumo:
Seleção de Exercícios:

Se a avaliação de movimento nos leva a crer que o Subsistema Oblíquo


Anterior é sub-ativo (Inclinação Pélvica Anterior), considere as
seguintes mudanças no seu programa de exercícios.

Núcleo:
(N.T: Tradução de "Core")
Pode ser benéfico adicionar pranchas, abdominais tradicionais (N.T: O
que os americanos chamam de crunch, aquele abdominal feito com a
lombar no solo, fazendo a flexão) e padrões de "chops" na porção de
ativação do núcleo em um aquecimento integrado.

Integração do Subsistema/Seleção de Exercícios Globais:


Os exercícios usados para integrar o subsistema podem ser resumidos
em "pernas com empurrar" (N.T Um avanço com empurrar na horizontal
por exemplo). Por causa da dificuldade inerente destes exercícios pode
ser necessário usar uma progressão estática de chop e de empurrar na
horizontal em pé (N.T: Empurrar na horizontal seriam as variações de
supino) como pré-requisitos antes de progressões mais avançadas.

Avanço com empurrar na horizontal


Treinamento Resistido:

Não existe diferença entre os exercícios selecionados para a Integração


dos Subsistemas usados no aquecimento e os Movimentos Globais
usados no Treinamento Resistido (N.T: Os americanos usam o termo
"Resistance Training" que pode ser traduzido por Treinamento de
Resistido ou Treinamento de Resistência, embora esse último gere
confusão em português. Já que o termo se refere ao treinamento com
sobrecarga, seja ela anilha, borracha, máquinas com cabos, etc.).
Se alguém se apresenta com um Subsistema Oblíquo Anterior sub-ativo,
pode ser ideal continuar a usar "exercícios de perna com empurrar"
durante Movimentos Globais. Se você escolher usar o mesmo exercício
para ambos (Integração dos Subsistemas e Movimentos Globais), então
o último exercício do aquecimento será o primeiro do programa de
treinamento resistido; sem a necessidade de repetir séries. Se o cliente
já solucionou a maioria das suas disfunções, você pode adicionar outros
padrões de movimento globais que podem ou não estarem relacionados
com sua disfunção de movimento.

Progredir movimentos de tronco para exercícios sem um suporte estável


para as costas. Por exemplo, empurrar na horizontal em pé, e/ou
puxadas em base ajoelhada. Pode ser uma boa jogada limitar
movimentos de empurrar acima da cabeça (N.T: O que seria classificado
como um padrão de empurrar na vertical, as variações de
desenvolvimento de ombros) até seja obtida uma melhor estabilização do
Complexo Lombopélvico/Quadril.

Poderíamos dizer que uma vez que seja completado um aquecimento


integrado; o conhecimento da avaliação de movimento e dos
subsistemas irão influenciar, e não ditar, a seleção dos exercícios
resistidos.
Se a avaliação de movimento nos leva a crer que o Subsistema Oblíquo
Anterior é hiperativo (Disfunção no Membro Superior, Excessiva
Inclinação à Frente), considere as seguintes mudanças no seu
programa de exercícios.
Núcleo:
Pode ser benéfico evitar pranchas, abdominais tradicionais, e
progressões de chops na porção de ativação do núcleo em um
aquecimento integrado e passar mais tempo em ativações do transverso
abdominal e pontes (N.T: Ponte é um exercício, já bem conhecido, de
ativação de glúteos e cadeia posterior).

Integração do Subsistema/Seleção de Exercícios Globais:


Evite a integração do subsistema oblíquo anterior e coloque o foco em
integração do subsistema oblíquo posterior: Os exercícios usados para
integrar este subsistema podem ser resumidos em "perna com
puxada"(N.T: Um agachamento com remada usando cabo/borracha por
exemplo).

Agachamento com remada

Treinamento Resistido:
Se alguém se apresenta com um subsistema oblíquo anterior hiperativo,
pode ser ideal continuar a usar "perna com puxada (Integração do
Subsistema Oblíquo Posterior)" durante Movimentos Globais.

Pode ser necessário limitar movimentos de ombro acima da cabeça até


que seja obtida uma melhor estabilização do Complexo
Lombopélvico/Quadril.
Bibliografia:

1. Dr. Mike Clark & Scott Lucette. "NASM Essentials of


Corrective Exercise Training". 2011 Lippincott Williams &
Wilkins.

2. Donald. A. Neumann. "Kinesiology of the Musculoskeletal


System: Foundations of Rehabilitation" - 2nd Edition. 2012.

3. Carolyn Richardson, Paul Hodges, Julie Hides. Therapeutic


Exercise for Lumbo Pelvic Stabilization - A Motor Control
Approach for the Treatment and Prevention of Low Back
Pain" - 2nd Edition. Elsevier Limited, 2004.
Postado por Prof. Marcus Lima às 15:09
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Subsistema Lateral
Dando continuidade à série dos subsistemas, desta vez apresentando o
Subsistema Lateral.

Aos que não leram os artigos anteriores:


- Subsistema Longitudinal Profundo.
- Subsistema Oblíquo Anterior.

Link do artigo original: Lateral Subsystem.


Subsistema Lateral
Brent Brookbush

O Subsistema Lateral é composto por:

• Glúteo Médio
• Adutores
• Quadrado Lombar Contralateral
• Tensor da Fáscia Lata
• Nota: O tensor da fáscia lata não é tradicionalmente visto como
parte do Subsistema Lateral. No entanto, baseado nas minhas
considerações de anatomia, função, pesquisas disponíveis e
observações na prática, adicionar este músculo ao subsistema adiciona
congruência ao nosso entendimento de sinergias musculares,
comportamento motor e modelos preditivos de problemas de movimento.

(N.T: A imagem abaixo mostra uma outra representação desse


subsistema. Com a adição do tensor da fáscia lata).
Função (resumida):

Estabilização no plano frontal do Complexo Lombopélvico/Quadril,


transferência de força entre as extremidades superior e inferior, papel
ativo em todos padrões integrados (que usam o corpo todo) no plano
frontal e em padrões de movimento unipodais (N.T: Em uma perna só,
como quando nos apoiamos em uma perna ao subir em um degrau por
exemplo).
Artrocinemática Funcional:

Este subsistema desempenha um papel chave no bom alinhamento da


articulação do quadril, pelve, articulação sacroilíaca e coluna lombar.
Mais notadamente na manutenção da pelve neutra no plano frontal, com
a coluna perpendicular à ela. Este subsistema provavelmente é mais
ativo durante padrões de movimento unipodais e no plano frontal.

A incapacidade do subsistema lateral de manter estas posições, resulta


em flexão ipsilateral da coluna, depressão da pelve contralateral (ponto
de referência: crista ilíaca) e adução relativa do fêmur ipsilateral.

(N.T: Tomemos como ponto de referência os adutores e abdutores da


figura acima. Então quando falarmos em ipsilateral, isto é, do mesmo
lado, estaremos nos referindo ao lado esquerdo da figura acima, que é
onde estão os adutores/abdutores. Quando nos referirmos a
contralateral, isto é, o lado contrário, estaremos nos referindo ao lado
direito da figura.
Quando ele fala em adução relativa do fêmur, está se referindo a
"movimento relativo" do fêmur em relação à pelve. O fêmur não move,
mas a queda da pelve faz com que ele "em relação à pelve", esteja
aduzido).
Isto tudo resulta em uma disfunção artrocinemática, incluindo:
- Compressão das articulações facetárias e discos intervertebrais
ipsilaterais.
- Rotação e deslizamento da articulação sacroilíaca.
- Deslizamento superior da cabeça do fêmur no acetábulo.

A disfunção do subsistema também pode resultar em "colapso em valgo"


dos joelhos (inibição no glúteo médio e dominância sinergística dos
adutores anteriores), ou em um "varo" (dominância dos adutores magnos
posteriores) durante os movimentos, incluindo a avaliação do
agachamento com os braços acima da cabeça (N.T: O que os
americanos chama de "Overhead Squat Test"). A propósito, isto pode
levar à um encurtamento adaptativo da cápsula articular posterior e
inferior, contribuindo ainda mais para o deslizamento superior e anterior
da cabeça do fêmur no acetábulo.

Patologias comuns que podem resultar destas disfunções, incluem:


- Síndrome do impacto no quadril.
- Estiramentos musculares nos adutores.
- Mudanças degenerativas do labrum.
- Através do tempo, alterações osteoartríticas da superfície anterior e
superior do acetábulo.
Sinal de Trendelenburg positivo - Notar a queda do quadril direito,
resultando numa adução relativa do fêmur esquerdo e a flexão lateral da
coluna para a esquerda
(N.T: Sinal de Trendelemburg positivo é quando o quadril cai para o lado
da perna que está no ar, quando estamos apoiados em uma perna só)

Função Integrada:

Embora fiquemos tentados a considerar a flexão (lateral) e movimentos


laterais como a função primária desse subsistema, ele serve à um
propósito mais importante. Flexão lateral e movimentos laterais
simplesmente não compõem uma porção muito grande de nossos
movimentos diários para serem considerados uma grande preocupação
para a maioria dos indivíduos. No entanto, o subsistema lateral funciona
como estabilizador primário para estabilização do complexo
lombopélvico/quadril. Todas atividades unipodais (N.T: Apoiado em uma
perna somente) nos planos sagital, frontal e transverso irão criar uma
necessidade de estabilidade do complexo lombopélvico/quadril no plano
frontal. Quando o subsistema lateral está disfuncional, podemos notar
uma inclinação do quadril, queda no quadril oposto (Sinal de
Trendelenburg positivo), joelhos para dentro ou para fora durante
posturas estáticas e dinâmicas. É papel desse subsistema manter um
alinhamento e postura ideais para assegurar uma relação
comprimento/tensão apropriada, eficiência neuromuscular e
artrocinemática ideais. (N.T: Relação comprimento/tensão: O músculo
tem um comprimento ideal para poder gerar o máximo de tensão. Se ele
se encontra alongado ou encurtado em demasia no começo da
contração, não irá gerar a quantidade ideal de tensão, ou seja, menos
força será produzida).
A função integrada deste subsistema pode ser resumida como:
"Manter a coluna reta, pelve nivelada e fêmur alinhado"
A falha do subsistema lateral (na figura representado apenas pelo glúteo
médio) levando à queda do quadril oposto, o esquerdo nesse caso,
elevação do quadril direito, adução relativa do fêmur direito e flexão
lateral da coluna para a direita
A falha no subsistema lateral também pode afetar a posição dos joelhos

Comportamento Motor:

O subsistema lateral pode ser apelidado de "Subsistema Vítima" já que


ele frequentemente se torna disfuncional como resultado de problemas
em outros subsistemas e/ou discinesia da coluna lombar, articulação
sacroilíaca ou quadril. Ele frequentemente faz par com o Subsistema
Posterior Oblíquo que se encontrará sub-ativo e com o Subsistema
Longitudinal Profundo que se encontrará hiperativo.

Geralmente, disfunção neste subsistema leva à dominância sinergística


do quadrado lombar, tensor da fáscia lata e adutores. A propensão do
quadrado lombar de tornar-se hiperativo parece ser reforçada pela
relação com a articulação sacroilíaca que se torna "presa" ou deslocada
(Mais sobre disfunção da articulação sacroilíaca nesse artigo: Sacroiliac
Joint Dysfunction) resultando em uma hiperatividade reflexa desse
músculo.

Seja por meio de uma inibição recíproca alterada estimulada pelos


adutores
(N.T: Os músculos trabalham em conjunto para produzir movimento,
enquanto alguns devem contrair para produzir movimento, outros contrair
para estabilizar determinadas articulações, enquanto outros devem
relaxar para permitir movimento. Quando há uma alteração nessa
coordenação, um ou mais músculos se tornam dominantes. Geralmente
se referem à inibição recíproca dando o exemplo de um músculo que
deve contrair enquanto outro deve relaxar, como no caso de uma flexão
de cotovelo: Bíceps deve contrair e o tríceps deve relaxar. Porém o
conceito é mais amplo, dada a complexidade envolvida no movimento).

ou um atraso na ativação do glúteo médio em relação à um tensor da


fáscia lata hiperativo, a disfunção no subsistema lateral quase sempre
resulta em hipoatividade do glúteo médio, e isto é comumente notado
durante a avaliação sob a forma de um Sinal de Trendelenburg positivo -
A inabilidade de manter a pelve neutra durante a postura unipodal.
Como mencionado em um artigo sobre o quadrado lombar (N.T:
Artigo:Quadratus Lumborum), hiperatividade dos estabilizadores globais
provavelmente resultam em inibição do Subsistema Intrínseco de
Estabilização (N.T: Inibição é um termo corrente usado pelos praticantes
doMétodo NKT para se referir à músculos que sofrem de hipoatividade,
atraso de estabilização ou qualquer outro sinônimo que indique um
estado não ideal da função muscular).

Resumo das Disfunções no Subsistema Lateral:

• Dominância Sinergística:
• Quadrado lombar
• Adutores
• Tensor da fáscia lata
• Inibição:
• Glúteo médio
• Subsistema intrínseco de estabilização

Em disfunções do membro superior, o subsistema lateral raramente


desempenha algum papel; no entanto, existem alguns cenários em que
este subsistema pode ser afetado. Em alguns casos de disfunção do
membro superior, a hipoatividade do subsistema intrínseco de
estabilização leva à hiperatividade dos músculos globais de estabilização
do tronco.
(N.T: Na realidade, uma crença mais recente entre os praticantes do
Método NKT, como o autor desse artigo, é a de que os músculos
hiperativos levam a hipoativação de outras funções musculares. O que
neste cenário descrito pelo autor seria: "Em alguns casos de disfunção
do membro superior, a hiperatividade dos músculos globais de
estabilização do tronco levam à hipoatividade do
subsistema intrínseco de estabilização". O contrário do que o autor
colocou).
Dentre estes estabilizadores globais, se incluem: O latíssimo do dorso,
Subsistema oblíquo anterior e o Subsistema lateral.
Os adutores sendo parte dos subsistemas lateral e oblíquo anterior, junto
com o quadrado lombar (propensão a se tornar hiperativo) fazem com
que isso seja um problema para indivíduos com um longo histórico de
disfunção do membro superior.

Um segundo cenário, envolvendo o subsistema lateral em disfunções do


membro superior envolve assimetria. Se um lado do membro superior é
mais afetado do que outro, levando à rigidez do latíssimo do dorso em
um lado, disfunção da articulação sacroilíaca e assimetria
direita/esquerda do complexo lombosacral (Ex: Inclinação do quadril) o
subsistema lateral irá desenvolver uma disfunção assimétrica.

Em disfunções do complexo lombopélvico/quadril, o subsistema lateral


pode tornar-se disfuncional sob a forma de subatividade do Subsistema
Oblíquo Posterior e hiperatividade do Subsistema Longitudinal Profundo,
levando à discinesia do complexo lombosacral.

Em disfunções da parte inferior da perna, o subsistema lateral é


comumente disfuncional. Isto devido em grande parte à rotação externa
relativa da tíbia e rotação interna do fêmur e eversão do tornozelo,
levando à instabilidade do membro inferior no plano frontal. Deve ser
notado que a disfunção do subsistema lateral é frequentemente pareada
com a relação entre os subsistemas descritas abaixo, em que o
Subsistema Oblíquo Posterior é subativo e o Subsistema Longitudinal
Profundo é hiperativo. A integração entre os subsistemas durante
disfunções da parte inferior da perna é o uso mais comum dos exercícios
de integração do subsistema lateral.
Subsistemas, Disfunção Postural e Seleção de Exercícios
Integrados:

Os resumos abaixo são destinados à uma referência rápida, na prática, e


não ilustram todos os possíveis cenários.
(N.T: Os quadros abaixo são os mesmo apresentados nos artigos
anteriores sobre os subsistemas).

Atividades dos Subsistemas Baseado na Disfunção Postural:


Efeito no Exercício:

Resumo:
Seleção de Exercícios:

Se a avaliação de movimento nos leva a crer que o Subsistema Lateral


é disfuncional, considere as seguintes mudanças no seu programa de
exercícios.

• Nota: Ao contrário de outros subsistemas, este subsistema não é


facilmente rotulado como "subativo" ou "hiperativo". Músculos individuais
necessitarão ser avaliados (N.T: Tenho visto na prática que o Método
NKT é uma maneira rápida e eficiente de avaliar os componentes dos
subsistemas, de maneira individual, isto é, dos músculos que os
compõem, para depois avaliar as relações entre as funções musculares
desses componentes) para depois então usarmos técnicas inibitórias, de
alongamento e de ativação para tratar o comportamento apresentado
pelos componentes do subsistema. Somente depois disso usaremos os
exercícios de integração do subsistema lateral, resultando em melhores
chances do trabalho ser bem sucedido.
(N.T: Abaixo ele faz várias recomendações baseado no comportamento
comum das funções musculares dos elementos do subsistema lateral.
Lembro sempre de uma máxima repetida peloDavid Weinstock, criador
do Método NKT: NÃO EXISTEM ABSOLUTOS! Então as coisas podem
se apresentar de maneira diferente).

→ Liberar e Alongar:
→ Quadrado lombar
→ Adutores
→ Tensor da fáscia lata

→ Ativar:
→ Glúteo médio
→ Subsistema intrínseco de estabilização

→ Mobilizar: (quando necessário e dentro de seus limites profissionais)


→ Coluna lombar
→ Sacro
→ Quadril

Núcleo:
Use pranchas laterais como parte de sua rotina. Limite a flexão lateral da
coluna lombar, já que o quadrado lombar tende a se tornar hiperativo.
Prancha lateral

Integração do Subsistema/Seleção de Exercícios Globais:


Os exercícios usados para integrar o subsistema podem ser
resumidos em "Unipodais com Séries de Ombro - de preferência no
Plano Frontal". As roscas (N.T: As famigeradas "roscas bíceps") e séries
de ombro são usadas para progressivamente deslocar o centro de massa
para cima; criando um maior braço de alavanca para desafiar o
subsistema lateral a resistir.
(N.T: Uma progressão que ilustra o tipo de exercício que o autor usa para
integrar o subsistema lateral pode ser visto acima; um step up - ou
subida em português - com rosca bíceps e desenvolvimento de ombros).

Treinamento Resistido:
Não existe diferença entre os exercícios selecionados para Integração do
Subsistema e os Movimentos Globais usados no Treinamento Resistido.
Se alguém se apresenta com um subsistema lateral subativo, o ideal
pode ser continuar com exercícios "Unipodais com Séries de Ombro - de
preferência no Plano Frontal". Pode também ser benéfico integrar tanto
atividades em uma perna quanto a habilidade individual do executante
permitir.
• Se você escolher usar o mesmo exercício para ambos (Integração
dos Subsistemas e Movimentos Globais), então o último exercício do
aquecimento será o primeiro do programa de treinamento resistido; sem
a necessidade de repetir séries.
• Se o cliente já solucionou a maioria das suas disfunções, você
pode adicionar outros padrões de movimento globais que podem ou não
estarem relacionados com sua disfunção de movimento.
• Poderíamos dizer que uma vez que seja completado um
aquecimento integrado; o conhecimento da avaliação de movimento e
dos subsistemas irão influenciar, e não ditar, a seleção dos exercícios
resistidos.

Bibliografia:

1. Dr. Mike Clark & Scott Lucette. "NASM Essentials of


Corrective Exercise Training". 2011 Lippincott Williams &
Wilkins.
2. Donald. A. Neumann. "Kinesiology of the Musculoskeletal
System: Foundations of Rehabilitation" - 2nd Edition. 2012.
3. Carolyn Richardson, Paul Hodges, Julie Hides. Therapeutic
Exercise for Lumbo Pelvic Stabilization - A Motor Control
Approach for the Treatment and Prevention of Low Back
Pain" - 2nd Edition. Elsevier Limited, 2004.
Postado por Prof. Marcus Lima às 22:56
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A Unidade Externa - P. Chek


Dando continuidade a filosofia do Chek, este é o complemento da ideia iniciada anteriormente
com o artigo: A Unidade Interna (se você não o leu, leia-o primeiro).
Este artigo que apresento abaixo, também foi traduzido pelo Thiago Passos da empresa Arte
da Força - SP.
Nenhum dos 2 artigos é tão simples assim de entender, confesso que os tinha no meu
computador há um bom tempo e que a princípio a leitura embaralhou minhas ideias, mas após
algumas leituras as peças começam a se encaixar (acho que se eu ler mais umas 9 ou 10x eu
consiga finalmente compreendê-los).
Vamos a ele.
Boa leitura!

A Unidade Externa - Paul Chek

No outro artigo intitulado A Unidade Interna – Uma Nova Fronteira em Treinamento Abdominal,
nós discutimos a função do Transverso Abdominal, Multífido, Diafragma e a musculatura do
assoalho pélvico e sua importância como estabilizadores da coluna vertebral e das
extremidades. A principal mensagem desse artigo foi a de que a estabilização do Core através
da Unidade Interna precisa sempre anteceder a geração de força pelo Core ou pelas
extremidades.
O objetivo principal deste artigo será primeiramente explicar a anatomia da Unidade Externa, e
a seguir descrever as funções dos quatro sistemas elásticos da Unidade Externa e finalmente
demonstrar exercícios visando um, ou todos os sistemas elásticos de uma maneira metódica.

ANATOMIA FUNCIONAL DA UNIDADE EXTERNA


A Unidade Externa consiste primariamente de músculos Fásicos (tabela 1), entretanto há
muitos outros músculos, como os Abdominais Oblíquos, Quadrado Lombar, Bíceps Femoral e
adutores, que têm um papel duplo, agindo numa função tônica como estabilizadores e numa
função fásica como grandes primários. Para sermos tecnicamente corretos, podemos dizer que
as funções da Unidade Externa são predominantemente Fásicas (buscando movimento).

TABELA 1. Propriedades de músculos tônicos e fásicos


*Músculos fásicos são comumente reconhecidos como aqueles primeiramente responsáveis
por movimento, entretanto, como apresentado nesse artigo, muitos outros músculos da
Unidade Externa servem para fornecer ambos: movimento e estabilização geral.

** Experiência clínicas mostram que músculos que tendem a se enfraquecer são comumente
alongados em relação ao comprimento ideal de descanso e o comprimento relativo de seus
antagonistas.

Superficiais à musculatura da Unidade Interna estão os Sistemas da Unidade Externa, muitas


vezes citados como sistemas elásticos. O Sistema Longitudinal Profundo (1,2) (SLP) é
composto dos músculos eretores da coluna vertebral e a fáscia que o cerca. Os eretores da
coluna se comunicam com o Bíceps Femoral através do ligamento sacrotuberal da Pélvis e
com as extremidades inferiores através do músculo Fibular Longo (Figura 1).

FIGURA 1. O SISTEMA LONGITUDINAL PROFUNDO


Aqui as ações do SLP podem ser vistas através do garoto correndo as bases num jogo de
baseball. Assim que a perna direita está na fase de balanço, há uma rotação posterior do Ílio
direito, relativamente ao Sacro (A), ajudando no que é conhecido como Fechamento da
articulação Sacro-ilíaca. Na preparação para o contato do calcanhar no final da fase de balanço
da perna durante a corrida, o Bíceps femoral trabalha para controlar ambos: flexão do quadril e
extensão do joelho. A ação do Bíceps femoral é transferida para cima através do ligamento
sacro-tuberal (B), ajudando no fechamento da articulação Sacro-íliaca. Há uma ação dupla na
perna na contração do Bíceps femoral, causando tensão no Fibular Longo (C), que em
conjunto com o Tibial anterior estabiliza os pés e o tornozelo, criando uma plataforma de
trabalho para o corpo se mover com adequado suporte. Quando o pé atinge o chão, a energia
cinética será capturada pela fascia tóraco-lombar (D) para ser usada na fase propulsiva.
Energia cinética será dissipada através do sistema paraespinhal e deverá ser anulada antes de
atingir a região occipital (1,2,4,6).

O sistema oblíquo posterior (1,2,4) (SP) consiste primariamente do Grande Dorsal e do Glúteo
Máximo contralateral (FIGURA 2).

FIGURA2. O SISTEMA OBLÍQUO POSTERIOR


ida, há uma contração fásica do Glúteo máximo, que ocorre
Na fase propulsiva da corrida,
simultaneamente com a contração do Grande Dorsal contralateral, ao se estender o braço
como um meio de contra rotação. Esta contração simultânea produz tensão na fáscia tóraco-
tóraco
lombar, que ajudará a estabilizar a articulação Sacro-Íliaca
Sacro Íliaca da perna de suporte. Vleeming cita
Margaria, que relata que o sistema oblíquo posterior pode agir como uma mola inteligente,
guardando e fornecendo energia no mecanismo da fáscia tóraco-lombar
tóraco lombar (A), o que diminuiria o
custo metabólico do andar (4).

FIGURA 3. O SISTEMA ANTERIOR OBLÍQUO

O sitema oblíquo anterior (SA) (1, pag.59) consiste em uma relação entre a musculatura
abdominal oblíqua, a musculatura adutora contralateral e a fáscia abdominal anterior que se
estende entre eles. Os adutores trabalham em conjunto com os músculos oblíquo interno e o
oblíquo externo oposto, com ambos estabilizando o corpo sobre a perna de suporte e girando a
pélvis para frente, posicionando a pélvis e o quadril adequadamente para a entrada do
calcanhar no passo seguinte.

FIGURA 4. O SISTEMA LATERAL

O Sistema Lateral (SL) (FIGURA 4) consiste em uma relação de trabalho entre o Glúteo médio,
Glúteo mínimo e os adutores ipsilaterais (1,3). Porterfield and DeRosa (3) indicaram uma
relação de trabalho entre o Glúteo médio e adutores de uma perna com o Quadrado Lombar
oposto. A experiência clínica do autor sugere enfaticamente que a musculatura oblíqua seja
sinergística com o Quadrado lombar durante a função elástica como vista na FIGURA 4.
Ao se erguer a perna na aula de step, o corpo precisa ser estabilizado sobre a perna esquerda.
A contração do Glúteo médio esquerdo e dos adutores estabilizam a pélvis em conjunto com a
ativação do Quadrado Lombar contralateral, que trabalha para elevar a pélvis suficientemente
para abrir espaço para a perna que se move. Caso o sistema lateral fadigue e a pessoa
continue a seguir fazendo a aula, ela será forçada a progressivamente começar a utilizar os
suportes passivos, como os ligamentos e discos na pélvis e na coluna. Essa disfunção é uma
fonte comum de lesões nas costas e nas pernas.

- OS SISTEMAS DA UNIDADE EXTERNA EM AÇÃO -

LONGITUDINAL PROFUNDO E OS SISTEMAS POSTERIORES

Para se entender melhor como o SLP e o SP funcionam, exploraremos suas ações no que é
certamente um dos nossos padrões de movimento mais primário, o andar.

Enquanto andamos, há uma ativação mínima e consistente dos músculos da Unidade Interna
para oferecer a rigidez muscular necessária para proteger as articulações, e dar suporte para
os grandes músculos primários da Unidade Externa (5). O recrutamento dos músculos da
Unidade Interna flutuarão em intensidade, necessária para manter uma adequada rigidez
articular e suporte, assim que as forças de inércia do movimento dos membros, a dinâmica e a
pressão intravertebral aumentam.

Ao andarmos, nós balançamos uma perna e o braço oposto para frente, no que é conhecido
como contra-rotação. Logo antes do pé atingir o chão, o Bíceps femoral se torna ativo (6). O
SLP utiliza a fascia tóraco-lombar e o sistema da musculatura paraespinhal para transmitir
energia cinética para a região acima da pélvis, enquanto usa o Bíceps femoral como um elo de
ligação entre a pélvis e perna. Por exemplo, Vleeming mostra que o Bíceps femoral se
comunica com o fibular longo na cabeça da fíbula, transmitindo aproximadamente 18% da
contração de forca do Bíceps femoral através do sistema de fáscias até o fibular longo (4).
De maneira interessante, o Tibial anterior, como o fibular longo, se conectam com o lado
plantar da cabeça proximal do primeiro metatarso. A significância dessa relação é considerada
quando se confirma que há um recrutamento do Bíceps femural e do Tibial Anterior logo antes
que o calcanhar atinja o chão, em conjunto com os fibulares, que agem como estabilizadores
dinâmicos da perna e pé(7). A dorsiflexão do pé e a ativação do Bíceps femoral logo
anteriormente à entrada do calcanhar no chão, ajudam a estimular o mecanismo da fascia
tóraco-lombar como uma maneira de estabilizar os membros inferiores e armazenando energia
cinética que será liberada na fase propulsiva do andar (4).

Como você pode observar na FIGURA 2, logo antes da entrada do calcanhar no chão, o Glúteo
Máximo alcança seu máximo alongamento, ao mesmo tempo em que o grande dorsal está
também sendo alongado pelo movimento anterior do braço oposto na fase de balanço. A
entrada do calcanhar significa a transição para a fase propulsiva do andar, quando a contração
do Glúteo máximo é superimposta à contração do Bíceps femoral (6). A ativação do Glúteo
máximo ocorre em conjunto com a ativação do grande dorsal contralateral, que agora está
estendendo o braço simultaneamente com a perna propulsora (1,2,4,5). A contração
sinergística do Glúteo máximo e do grande dorsal cria uma tensão na fascia tóraco-lombar, que
será liberada num pulso de energia que auxiliará os músculos da locomoção, reduzindo o gasto
metabólico desse movimento.

O SISTEMA OBLÍQUO ANTERIOR

O conceito do Sistema Oblíquo Anterior (SA – FIGURA 3) tem se tornado muito popular
recentemente (1,4). Uma revisão da literatura mostra que o conceito espiral da ação músculo-
articulação foi entendida como integral ao movimento humano e exercícios corretivos por
Robert W. Lovett, M.D. (8) e pelo anatomista Raymond A. Dart no início do século 20 (9, 10).

Para esclarecer o ponto que diz que os movimentos se originam na coluna vertebral (core),
Gracovetsky descreve a geração de torque por uma coluna em forma de S (11). Ele exemplifica
dizendo que as pernas não são responsáveis pelo movimento de locomoção, são apenas
instrumentos de expressão, mostrando que um homem sem pernas também pode andar (2).
Em ambos exemplos do que Gracovetsky chama de Motor Espinhal (11), é evidente que as
energias cinéticas e potenciais da musculatura oblíqua abdominal, em conjunto com outros
músculos do Core, são primariamente responsáveis por criarem o torque que ativa esse Motor
espinhal; os oblíquos abdominais estão melhores situados para gerarem torque de rotação.

Os oblíquos abdominais, como os adutores, servem para providenciar estabilidade e


mobilidade durante a locomoção. Quando observando os registros de EMG de Oblíquos
abdominais durante a locomoção (Basmajian, 12) e os sobrepondo sobre o cíclo da atividade
dos adutores na locomoção, demonstrado por Inman (6), é claro que ambos grupos de
músculos trabalham na estabilidade na iniciação da fase de suporte na locomoção, assim como
rotando a pélvis e trazendo a perna durante a fase de balanço.

Ao se aumentar a velocidade para uma corrida, a ativação do Sistema Anterior se torna mais
proeminente.

O SA é muito importante, particularmente nos sprints, onde os membros e o tronco precisam


ser acelerados. As demandas no SA são maiores em modalidades multidirecionais como tênis,
futebol, basquete e hockey. Nesses ambientes esportivos, o SA não contribui apenas para
acelerar o corpo, mas também para mudar de direção e desacelerá-lo. E há aquele que não
precisa ver o EMG para apreciar a forte contribuição do SA; é só perguntar para alguém que
teve uma distensão abdominal! Acelerar, desacelerar e mudar de direção são atividades que
resultam em dor imediata na presença de distensões de ambas: abdominal e virilha.

As funções do SA podem ser apreciadas quando se corre na areia. Pelo fato que a areia cede
ao se iniciar a fase de apoio e a fase propulsiva, o timing do impulso das forças reativas do solo
são desarrumadas, resultando num controle ruim da fáscia tóraco-lombar, ou o que Margaria
(4) chama de sistema das molas inteligentes. O resultado é que você precisa aumentar o
trabalho dos abdominais para “sair” da areia. Muitos atletas que realizam o trabalho de sprints
na areia, notam uma fadiga no dia seguinte ou no segundo dia seguinte após o trabalho. Isto é
devido ao aumento da ativação do SA para compensar a perda da energia cinética, potencial e
muscular, que normalmente é absorvida e liberada em parte pelo sistema da fascia tóraco-
lombar. Gracovetsky relata que o uso de tênis de solado macio pode facilmente corromper o
timing do corpo, o que poderia muito bem resultar no aumento na carga de trabalho e
consequentemente no número de lesões (2).
Durante trabalhos de potência, como utilizando uma marreta (figura 5), o SA assume uma
função crítica, estabilizando como na locomoção, ainda assim auxiliando na propulsão da
marreta. Flexão e rotação do tronco, como um movimento de cadeia fechada sobre a perna de
apoio, são geradas pelos adutores, que auxiliam na flexão do tronco e rotação interna da pélvis
e são auxiliados pela gravidade. A ativação dos adutores ocorre em conjunto com o oblíquo
interno do mesmo lado (lado da perna de apoio) e oblíquo externo do lado contrário (braço que
arremessa), levando o corpo na direção necessária para mover o complexo dos braços e
ombros. As forças dessa unidade braço/ombro se unirão com as forças das pernas e tronco
sob ela, para produzir um poderoso impulso da marreta. Aqui se pode observar a função
poderosa do SA agindo.

FIGURA 5. AÇÃO FÁSICA DO SISTEMA OBLÍQUO ANTERIOR


O peso do trabalhador passa da perna de trás para a da frente ao balançar a marreta. Com a
colocação do peso sobre a perna da frente, a cadeia cinética está fechada, permitindo aos
adutores trabalharem em conjunto com o interno oblíquo do mesmo lado e o externo oblíquo do
lado contrário para explosivamente flexionar e rotar o tronco, controlando e suportando a ação
do braço.

O SISTEMA LATERAL

Porterfield e De Rosa (3), sugerem que a anatomia funcional dita que o Sistema Lateral fornece
a estabilidade necessária no plano frontal. Enquanto andamos, o SL se ativará na entrada do
calcanhar (início da fase de suporte), oferecendo estabilidade no plano frontal. Isto é
conseguido através de uma ação de forças conjuntas entre o Glúteo médio e mínimo, trazendo
a Crista Ilíaca em direção ao fêmur estável enquanto o Quadrado Lombar oposto e a
musculatura abdominal oblíqua ajudam , elevando o Ilíaco. Esta ação é necessária para se
abrir caminho para a perna que balança durante a locomoção, especialmente se você
considerar os terrenos que andávamos nos períodos evolutivos.

Durante atividades funcionais, como uma aula de step (Figura 4) ou simplesmente subir uma
escada (figura 6), o SL tem uma função crítica, estabilizando a coluna vertebral no plano
frontal. Estabilidade no plano frontal é muito importante para a longevidade da coluna vertebral,
pois os movimentos no plano frontal na Lombar e na Torácica são sempre associados com
movimentos no plano transverso: e movimentos excessivos de ambos irão rapidamente
agravar as articulações da coluna vertebral.

FIGURA 6. USO FUNCIONAL DO SISTEMA LATERAL


A ativação do Sistema Lateral fornece o suporte necessário durante atividades como subir
escadas. Muitas pessoas se machucam carregando pesadas malas, que sobrecarregam o
Sistema Lateral, resultando em lesão no músculo, ligamento ou articulação.

O SL fornece estabilidade que não só protege a coluna e o quadril que agem, mas é uma ajuda
necessária na estabilidade da pélvis e do tronco. Se o tronco se torna instável, a estabilidade
diminuída comprometerá a capacidade de cada músculo em gerar as forças necessárias para
mover a perna de balanço rapidamente, como necessário em muitas atividades no trabalho ou
em ambientes esportivos. Tentativas de se mover a perna de balanço, ou gerar força com a
perna de suporte durante a locomoção ou outras atividades funcionais, podem facilmente
comprometer a articulação sacro ilíaca e a sínfise púbica e causar uma disfunção cinética em
articulações em toda cadeia cinética.

Um exemplo clássico de uma disfunção do SL foi ilustrada por Sahrmann (13). Ela descreveu
uma transferência lateral do centro de gravidade de um atleta por sobre a articulação subtalar
enquanto na fase de suporte do movimento de locomoção (sinal de Trendelenburg), resultando
numa torção de tornozelo em inversão. Ao assistir seu curso em 1992, o autor descobriu
enfraquecimento de Glúteo médio e dor nas costas no lado oposto, decorrente de uma
sobrecarga de Quadrado Lombar, comumente encontrada em atletas que têm lesões contínuas
de torção de tornozelo.

A UNIDADE EXTERNA COMO UM SISTEMA ESTABILIZADOR


Ainda que a Unidade Externa seja vista como um sistema fásico, (um sistema motor para o
corpo), ela fornece uma função de estabilização crucial. É necessário lembrar que os músculos
da Unidade Interna são relativamente pequenos, com menos potencial de gerar forças que os
grandes músculos da Unidade Externa.

Os músculos da Unidade Interna estão ocupados gerando uma rigidez articular e estabilidade
segmental. Eles trabalham durante longos períodos sob baixos níveis de contração máxima.
Os músculos da Unidade Externa, enquanto muito bem orientados em mover o corpo, também
são muito importantes para a estabilidade, normalmente agindo para proteger os músculos da
Unidade Interna, ligamentos da coluna e articulações para prever sobrecargas. Por exemplo,
considere este seguinte cenário:
O preparador físico coloca dois atletas para realizarem um trabalho de arremesso oblíquo da
medicine ball, sendo um atleta muito maior e mais forte que o outro, e nisso o atleta mais fraco
tenta segurar a medicine ball de 8 kgs arremessada contra ele a 60 Km/h! E ele descobre que
realmente era muito mais fraco! E ele não tinha a força na Unidade Externa para desacelerar a
medicine ball e é forçado até o limite da flexão e rotação do tronco, traumatizando seus discos
lombares inferiores, ligamentos e músculos intrínsecos da coluna (multífidus, rotadores,
intertrasversais e interespinais).
Independente do excelente nível de condicionamento da Unidade Interna do atleta mais fraco,
a falta de força em sua Unidade Externa relativamente ao seu parceiro, ou às demandas do
trabalho a ser realizado, resultará numa sobrecarga da Unidade Interna e conseqüentemente
lesão! Com uma boa análise das atividades no trabalho ou atividades esportivas, etc., você
verá que uma boa força excêntrica nos Sistemas da Unidade Externa é crucial para proteger a
Unidade Interna de sofrer estragos. Proteção da Unidade Interna através de um
condicionamento da Unidade Externa é uma meta que vale a pena, quando se considera que
uma propriocepção adequada é dependente de uma musculatura de Unidade Interna saudável
e as articulações que elas protegem!

UMA VISÃO MODERNA PARA SE EXERCITAR A UNIDADE EXTERNA


Agora que demos uma boa olhada na anatomia e na função da Unidade Externa, é necessário
que seja claro que a tecnologia moderna de exercícios, nos levou para bem longe de se
condicionar os sistemas da Unidade Externa da maneira que eles foram designados para
funcionarem! Por exemplo, você consegue identificar nos seguintes exercícios alguma maneira
de se condicionar os sistemas de Unidade Externa numa maneira que eles pudessem ser
transferidos para a maioria dos trabalhos funcionais ou atividades esportivas?

• Abdominais no chão (crunches)


• Todos os tipos de máquinas para abdominal
• Abdominal completo (Sit-up)
• Elevação de pernas pendurado
• Supino
• Leg Press
• Máquinas de remada sentada?

Poderíamos continuar, enchendo a página com exercícios que fazem muito pouco para
aumentarem a funcionalidade do corpo. Muitos de vocês reconhecerão esses exercícios como
exercícios tradicionais de Bodybuilding. O que aconteceu então? Algum tempo atrás, nos dias
de Bill Pearl, os bodybuilders estavam construindo seus lindos physiques através de exercícios
funcionais como agachamentos, avanços, remada com a barra, remadas no cabo,
levantamentos terra e outros. Hoje, somos sobrecarregados pela era das máquinas, a era da
estética – um gancho emocional usado pelos fabricantes de máquinas para lhe convencer que
você terá uma melhor aparência se usar as suas máquinas.

Nosso corpo não foi designado para exercitar em máquinas, ele foi designado para agir no
mundo real (no meio da vida selvagem, na era pré-histórica!). Nós fomos designados numa
liberdade tridimensional, não bidimensional guiada, com exercícios irreais que estimulam
desequilíbrios musculares entre aqueles que servem como estabilizadores, e aqueles que
servem como músculos fásicos em qualquer movimento. Os programas motores desenvolvidos
nas máquinas são de pouca utilidade para o corpo, a não ser para mover as alavancas daquela
máquina, durante aquele exercício. Isto limita a funcionabilidade desse trabalho apenas para
aqueles que operam maquinários, como guindastes, escavadoras e ônibus para viverem, ou
seja, eles são as poucas pessoas que precisam aplicar as suas forças para alavancas, num
ambiente suportado, bidimensional.

FORA COM O NOVO E DE VOLTA AO PASSADO!

Usando o seu novo entendimento dos sistemas da Unidade Externa, cuidadosamente analise
tais exercícios, como exercícios de puxar e empurrar (push e pull) como a Remada em pé
unilateral (Figura 7)(14) e press unilateral no cabo em pé (Figura 8)(15). Você verá que todos
os músculos da Unidade Externa são condicionados ao mesmo tempo, assim como são
usados na maioria do nossos trabalhos e atividades esportivas.

FIGURA 7. REMADA EM PÉ UNILATERAL

Mesmo com a remada em pé condicionando os Sistemas Anterior e Lateral, é uma excelente


forma de se condicionar o Sistema Posterior Oblíquo. Como se pode ver, a puxada no cabo
com as pernas alternadas oferecem uma ótima oportunidade para o grande dorsal e o Glúteo
máximo oposto trabalharem juntos, de acordo com a anatomia funcional.

FIGURA 8. PRESS EM PÉ NO CABO UNILATERAL


Ao se pressionar o cabo para frente, há um esforço conjunto do Sistema Oblíquo Anterior para
se produzir as estabilizações necessárias para a perna e para o tronco, e ao mesmo tempo
produzir movimento para auxiliar as pequenas musculaturas dos ombros e braços.

Exercícios com a medicine ball, com peso livres, eram muito mais populares nas décadas de
40, 50, 60 e 70 do que são hoje em dia. Grandes atletas daquele tempo usavam exercícios
como o arremesso oblíquo de medicine ball e a flexão-passe(16), para não mencionar outras
100 variações de exercícios com a medicine ball (17).

CONCLUSÃO
A Unidade externa consiste de quatro sistemas, o longitudinal profundo, o posterior oblíquo, o
anterior oblíquo e o lateral. Estes sistemas são dependentes da Unidade Interna para uma
rigidez articular controlada e estabilidade necessária para criar uma plataforma de geração de
força efetiva. Uma deficiência da Unidade Interna em trabalhar na presença de uma demanda
da Unidade Externa, normalmente resulta em desequilíbrio muscular, lesão articular e
performance abaixo do possível. A Unidade Externa não pode ser condicionada efetivamente
em padrões de movimentos funcionalmente transferidos quando usando máquinas modernas
de musculação. Um condicionamento efetivo de Unidade Externa deve incluir exercícios que
exijam uma função integrada das Unidades Interna e Externa, usando padrões de movimentos
comuns para o trabalho ou atividade esportiva de qualquer cliente.

Referências:

1. Lee, D. (1999). The Pelvic Girdle. 2nd Ed. (pag.60) Churchill Livingstone.

2. Gracovetsky. S.A.(1997). Linking the Spinal engine with the legs: a theory of human gait.
(pag.243-251). In: Movement, Stabiity & Low Back Pain – The essencial role of the pelvis.
Vleeming, A., Mooney, V., Dorman, T., Snijders, C. & Stoeckart, R. (Eds.) Churchill Livingstone.

3. Porterfield, J.A. & DeRosa, C. (1991). Mechanical Low Back Pain – Perspectives in
Functional Anatomy. W.B Saunders Co.
4. Lee, D. & Vleeming, A. (1999). Movement, Stability and Low Back Pain. (Course Notes).
St.Charles Hospital and Rehabilitation Center, New York January 30, 1999 – February 1, 1999.

5. Richardson, C., Jull, G., Hodges, P. & Hides, J. (1999). Therapeutic Exercise for Spinal
Segmental Stabilization in Low Back Pain. Churchill Livingstone.

6. Inman, V.T., Ralston, H.J. & Tood, F. (1981). Human Walking. Williams and Wilkins.

7. Travell, J.G. & Simons, D.G. (1992). Myofascial Pain and Dysfunction – The Trigger Point
Manual Vol. 2. Williams and Wilkins.

8. Lovett, R.W. (1912). Lateral Curvature of the Spine and Round Shoulders. P. Blakinston’s
Son & Co. Philadelphia.

9. Dart, R.A. (1947). The Double-Spiral Arrangement of the Voluntary Musculature In The
Human Body. Surgeons’ Hall Journal Vol. 10 Number 2, October, 1946 – March 1947.

10. Dart, R.A. (1950). Voluntary Musculature in The Human Body – The Double Spiral
Arrangement. The British Journal of Phisical Medicine. December, 1950 Vol.13 No. 12 Nem
Series

11. Gracovetsky, S. (1988) The Spinal engine. Springer-Verlag Wien, New York.

12. Basmajian, J.V. & De Luca, C.J. (1979). Muscles Alive – Their Functions Revealed by
Electromyography 5th .Ed.(pag.386-387). Williams and Wilkins.

13. Sahrmann, S. (1992). Diagnosis and Treatment of Muscles Imbalances associated with
Regional Pain Syndromes – Level 1 (Course Notes) Los angeles, CA September 19-20, 1992

14. Chek, P. (1997) Gym Instructor Video Series Volume 3 – Rows, Pulls, Chins and the
Deadlift, Video. C.H.E.K. Institute, Encinitas, CA.

15. Chek, P. (1997) Gym Instructor Video Series Volume 2 – Pushing and Pressing Exercises,
Video. C.H.E.K. Institute, Encinitas, CA.

16. Chek, P. (1996) Paul Chek’s Medicine Ball Workout Video. C.H.E.K. Institute, Encinitas, CA.

17. Chek, P. (1996) Paul Chek’s Medicine Ball Training Correspondence Course. C.H.E.K.
Institute, Encinitas, CA.

18. Chek, P. (1996) Swiss Ball Exercise Correspondence Course. C.H.E.K. Institute, Encinitas,
CA.

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