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MÚSCULOS DA REGIÃO GLÚTEA QUE MOVEM O

FÊMUR

Os músculos dos membros inferiores são maiores e mais potentes do que

os dos membros superiores em virtude das diferenças funcionais. Enquanto os


músculos dos membros superiores são caracterizados pela versatilidade de
movimento, os músculos dos membros inferiores atuam na estabilidade, na
locomoção e na manutenção da postura. Além disso, os músculos dos membros
inferiores frequentemente cruzam duas articulações e atuam igualmente em ambas.
A maioria dos músculos que movimentam o fêmur (osso da coxa) se
origina no cíngulo do membro inferior e se insere no fêmur.

1 - Músculos psoas maior e o músculo ilíaco (músculo


iliopsoas)

Origem: Psoas maior - Processos transversos e corpos das vértebras lombar.


Ilíaco - Fossa ilíaca e sacro
Inserção: Psoas maior e ilíaco - Trocanter no menor do fêmur.

Ação: Os músculos psoas maior e ilíaco, atuando em conjunto, flexão da coxa na


articulação do quadril, giram lateralmente a coxa e flexão o tronco no quadril quando
sentamos a partir de uma posição de supinação.

Inervação: Psoas maior - Nervos espinais lombares L2, L3. Iliaco - Nervo femoral.
Os músculos psoas maior e ilíaco compartilham uma inserção comum
(trocanter menor do fêmur) e são conhecidos coletivamente como o músculo
iliopsoas. O músculo iliopsoas é o flexor mais potente da coxa e,
consequentemente, é importante nos atos de caminhar, correr e ficar ereto.

2 - Músculo psoas menor

Origem: Corpos vertebrais de T12 e L1.


Inserção: Eminência iliopúbica, linha do pectíneo.
Ação: Flexão fraca do tronco.
Inervação: Nervos L1 e L2.
O psoas menor é um músculo fino encontrado na região abdominal e pélvica
posterior. Ele está localizado ventralmente ao músculo psoas maior, mas não se
estende inferiormente além do nível do ligamento inguinal. Apesar de sua íntima
relação com o músculo psoas maior, o psoas menor não é considerado parte do
músculo iliopsoas.
O psoas menor não é encontrado em todos os indivíduos, mas apenas
em parte da população, sendo portanto considerado um músculo inconstante.
Quando está presente ele atua na coluna lombar para produzir uma flexão fraca do
tronco.

O psoas menor é um músculo muito fraco, e sua ausência não resulta


em nenhuma redução da funcionalidade do corpo. Assim, sua função não está
estabelecida de forma precisa. Entretanto, acredita-se que o músculo ajuda na
flexão do tronco, permitindo o inclinamento anterior da coluna lombar.
3 - Glúteos: Máximo, médio e mínimo
3.1 - Glúteo máximo

Origem: Crista ilíaca, sacro, cóccix e ligamento sacrotuberal

Inserção: Trato iliotibial da fáscia lata e parte lateral da linha áspera ( tuberosidade
glútea) sob o trocanter maior do fêmur.
Ação: Estende a coxa na articulação do quadril e gira lateralmente a coxa.
Inervação: Nervo glúteo inferior.
O glúteo máximo é o maior e o mais pesado dos três músculos, e é um dos
maiores músculos no corpo. Esse músculo grande e superficial da região glútea
tem o formato de um quadrilátero, e é grosseiramente fasciculado com os fascículos
orientados inferior e lateralmente. É um extensor potente da coxa ou, na sua ação
muscular reversa (AMR), um potente extensor do tronco na articulação do quadril.
Sua inserção no trato iliotibial ajuda a manter a articulação do joelho em extensão.
Essa ação é fundamental para ficar de pé e também para caminhar quando o centro
de gravidade está passando sobre a articulação do joelho estendida à medida que
se dá cada passo.

3.2 - Músculo glúteo médio

Origem: Ílio.
Inserção: Trocanter maior do fêmur.
Ação: Abduz a coxa na articulação do quadril e gira medialmente a coxa.
Inervação: Nervo glúteo superior.

O M. glúteo médio é, em grande parte, profundo ao M. glúteo máximo e um


potente abdutor da articulação do quadril. É um local comum para aplicação de
injeção intramuscular.
3.3 - Músculo glúteo mínimo

Origem: Ílio.
Inserção: Trocanter maior do fêmur.
Ação: Abduz a coxa na articulação do quadril e gira medialmente a coxa.
Inervação: Nervo glúteo superior.
O M. glúteo mínimo é o menor dos músculos glúteos e se situa
profundamente ao M. glúteo médio. Sua inserção, como a do M. glúteo médio, é no
trocanter maior e, consequentemente, as ações dos dois músculos são
essencialmente as mesmas. Ambos os músculos abduzem e giram medialmente o
fêmur. Isso é muito importante no caminhar, e especialmente quando corremos.
Quando elevamos um pé do solo, esses dois músculos abduzem a articulação do
quadril do membro com apoio (membro no solo) e a ação muscular reversa abduz o
osso da pelve em direção ao trocanter maior, assim não há adução sob a carga
gravitacional e nem colapso na direção do lado sem apoio. Simultaneamente, a
ação de rotação ajuda a oscilar a pelve para a frente a cada passo.
4 - Músculo tensor da fáscia lata

Origem: Crista ilíaca.


Inserção: Tíbia por meio do trato iliotibial.
Ação: Flexiona e abduz a coxa na articulação do quadril.
Inervação: Nervo glúteo superior.
O músculo tensor da fáscia lata é fusiforme e localizado na face lateral da
coxa. O músculo se situa abaixo da fáscia lata, que é a fáscia de tecido conjuntivo
denso que envolve toda a coxa. O músculo tensor da fáscia lata se fixa no lado
inferior da fáscia no lado lateral, junto com o músculo glúteo máximo. Na junção
desses músculos a fáscia se espessa para formar o trato iliotibial, uma faixa
resistente de tecido conjuntivo que se estende sobre a face lateral da coxa, desde o
ílio até a uôia. O trato se insere no côndilo lateral da nôia. O trato iliotibial, que mede
provavelmente três dedos de largura, possui tamanha força que comumente achata
o lado lateral arredondado da coxa. O ventre do músculo tensor da fáscia lata está
situado entre os músculos glúteo médio e sartório, mantendo o trato iliotibial
esticado, e, assim, ajudando a manter a articulação do joelho estendida na posição
ereta.
5 - Músculos piriformes
Origem: Parte anterior do sacro.
Inserção: Margem superior do trocanter maior do fêmur.
Ação: Gira lateralmente e abduza a coxa na articulação do quadril.
Inervação: Nervos espinais sacrais S1 ou S2, principalmente S1.

6 - Músculo obturador interno e músculo obturador externo

Origem: Obturador Interno - Face interna do forame obturado, púbis e ísquio .


Obturador Externo - Face externa da membrana obturadora.

Inserção: Obturador Interno - Face medial do trocanter maior do fêmur.


Obturador Externo - Depressão profunda inferior ao trocanter maior (fossa
trocantérica) do fêmur.
Ação: Obturador Interno - Gira lateralmente e abduz a coxa na articulação do
quadril.
Obturador Externo - Gira lateralmente e abduz a coxa na articulação do
quadril.

Inervação: Obturador Interno - Nervo para o músculo obturador interno.


Obturador externo - Nervo obturado.

7 - Músculos gêmeo superior e músculo gêmeo inferior

Origem: Gêmeo superior - Espinha isquiática.


Gêmeo inferior - Tubérculo isquiático

Inserção: Gêmeo superior - Face medial do trocanter maior do fêmur.


Gêmeo inferior - Face medial do trocanter maior do fêmur.

Ação: Gêmeo superior - Gira lateralmente e abduz a coxa na articulação do


quadril.
Gêmeo inferior - Gira lateralmente e abduz a coxa na articulação do quadril.

Inervação: Gêmeo superior - Nervo para o músculo obturador interno.


Gêmeo inferior - Nervo para o músculo quadrado femoral.

8 - Quadrado femoral

Origem: Túber isquiático


Inserção: Elevação superior na parte média da crista intertrocantérica (tubérculo
quadrado) na parte posterior do fêmur.
Ação: Gira lateralmente e estabiliza a articulação do quadril.
Inervação: Nervo para o Músculo quadrado femoral.

Os músculos piriforme, obturador interno, obturador externo, gêmeo superior,


gêmeo inferior e quadrado femoral são todos profundos no músculo glúteo máximo
e atuam como rotadores laterais do fêmur na articulação do quadril. Esses músculos
compartilham essencialmente a mesma inserção, no trocanter maior do fêmur ou
próximo deste, e têm basicamente as mesmas ações - girar lateralmente o remur. o
músculo piriforme é de interesse especial em virtude de sua relação com o nervo
isquiático (a principal inervação da parte posterior da coxa e toda a musculatura da
perna). Se esse músculo for lesado ou inchar em decorrência de excesso de
trabalho, comprime o nervo isquiático, podendo resultar em dor e fraqueza
muscular.

Correlação clínica
1- Distensão inguinal
• Os cinco principais músculos da parte interna da coxa movimentam as
pernas medialmente. Esse grupo muscular é importante em atividades como corrida
de velocidade, corrida com barreiras e equitação. O rompimento ou a laceração de
um ou mais desses músculos provoca a chamada “distensão inguinal”. Ocorre mais
frequentemente durante uma corrida de velocidade ou uma torção, ou ao se chutar
por acaso um objeto sólido e talvez estacionário. Os sintomas podem ser súbitos ou
podem só se tornar evidentes 24 horas após a lesão, e incluem dor aguda na região
inguinal, inchaço, hematoma ou incapacidade de contrair os músculos. Como a
maioria das lesões musculares por esforço, o tratamento consiste em proteção,
repouso, gelo, compressão e elevação. Após a proteção contra lesão adicional, o
gelo deve ser aplicado imediatamente e a parte comprometida deve ser elevada e
ficar em repouso. Uma atadura elástica deve ser aplicada, se possível, para
comprimir o tecido comprometido.

2 - Dor na região pararrenal


A proximidade entre os rins e os músculos psoas maiores explica por que a
extensão das articulações do quadril pode aumentar a dor causada pela inflamação
nas áreas pararrenais. Esses músculos flexiona as coxas nas articulações do
quadril.

3 - Dor abdominal posterior


O músculo iliopsoas tem relações extensas e clinicamente importantes com
os rins, ureteres, ceco, apêndice vermiforme, colo sigmoide, pâncreas, linfonodos
lombares e nervos da parede posterior do abdome. Quando uma dessas estruturas
está doente, o movimento do músculo iliopsoas geralmente causa dor. Quando há
suspeita de inflamação intra-abdominal, é realizado o teste do iliopsoas. A pessoa é
instruída a deitar-se sobre o lado não afetado e a estender a coxa no lado afetado
contra a resistência da mão do examinador. A ocorrência de dor com essa manobra
é considerada sinal do psoas positivo. A inflamação aguda do apêndice vermiforme,
por exemplo, causa um sinal do psoas positivo à direita. Como o músculo psoas
situa-se ao longo da coluna vertebral e o músculo ilíaco cruza a articulação
sacroilíaca, a doença das articulações intervertebrais e sacroilíacas pode causar
espasmo do iliopsoas, um reflexo de proteção.
O adenocarcinoma do pâncreas em estágios avançados invade os músculos
e os nervos da parede posterior do abdome, causando dor excruciante em razão da
proximidade entre o pâncreas e a parede posterior do abdome.
4 - Lesão do nervo isquiático
A dor na nádega pode resultar da compressão do nervo isquiático pelo
músculo piriforme (síndrome do piriforme). Os praticantes de esportes que exigem o
uso excessivo dos músculos glúteos (p. ex., patinadores no gelo, ciclistas e
alpinistas) e as mulheres são mais propensos a desenvolver essa síndrome.
A secção completa do nervo isquiático é rara; entretanto, quando ocorre, o
membro inferior torna-se inútil porque há comprometimento da extensão do quadril e
também da flexão da perna. Há perda ainda de todos os movimentos do tornozelo e
do pé.
A secção incompleta do nervo isquiático (p. ex., por feridas perfurocortantes)
também pode acometer os nervos glúteo inferior e/ou cutâneo femoral posterior. A
recuperação de uma lesão do nervo isquiático é lenta e, em geral, incompleta.
Em relação ao nervo isquiático, as nádegas têm um lado de segurança (a
região lateral) e um lado de risco (a região medial). As feridas ou a cirurgia na região
medial das nádegas podem lesar o nervo isquiático e seus ramos para os músculos
isquiotibiais (semitendíneo, semimembranáceo e bíceps femoral) na face posterior
da coxa. A paralisia desses músculos compromete a extensão da coxa e a flexão da
perna

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