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Marcha humana

BRUNO GIOVANNI A. DA SILVA

ABAERETUBA - PARÁ
ABRIL/2023
Conceito
• A marcha consiste em uma forma de locomoção, assim como o ato de
engatinhar e rastejar.

• Caracteriza-se por ser uma progressão bípede que incluem uma série
de movimentos repetitivos dos membros inferiores, com alternância na
descarga de peso entre os mesmos, quando um dos membros se
desloca livremente sobre a superfície de apoio, ou seja, com um único
membro apoiado.

• “A marcha consiste em sucessivas descargas de peso em membros


que se amparam”.
Fases da Marcha
A marcha pode ser divida em duas fases, a fase de apoio e a fase de balanço.
APOIO
A fase de apoio é o momento em que o membro está em cadeia cinética
fechada, ou seja, está em contato com o solo através da superfície plantar do
pé. Esta fase pode ser dividida em: apoio do calcanhar, aplanamento do pé
médio apoio e impulso.
BALANÇO
Na fase de balanço, o membro não entra em contato com o solo. Ela pode ser
dividida: em início da aceleração metade da aceleração e final da aceleração
ou desaceleração.
Fases e sub-fases da Marcha
• A maior parte do ciclo da marcha ocorre durante a fase de apoio e
apenas 40% do ciclo, durante a fase de balanço.
Toque do Calcanhar

Médio Apoio
Fase de Apoio
Aplanamento do pé

Impulso
Marcha Humana

Início da Aceleração

Fase de Balanço Metade da Aceleração

Desaceleração
EVENTOS DA MARCHA
Terminologias utilizadas na marcha humana
• Ciclo da Marcha (Passada) – É o conjunto de eventos que ocorrem
desde o teque do calcanhar de um dos membros inferiores, até o toque
deste mesmo calcanhar mais a frente. O ciclo compreende as fases de
apoio e balanço e também pode ser chamado de passada por envolver o
passo direito e o esquerdo.

• Passo – É a distância entre o toque do calcanhar de um dos membros e


o toque do calcanhar do membro oposto mais a frente.
Terminologias utilizadas na marcha humana
• Duplo-apoio – É o momento em que ambos os pés estão em contato
com o solo, sendo que um está tocando com o calcanhar e ou outro na
fase de impulso. Durante o duplo-apoio o peso corporal é redistribuído de
um pé para o outro.
• Apoio Simples – É a fase em que um dos pés permanece em contato
recebendo todo o peso corporal, enquanto o outro pé se desloca
livremente acima do solo sem contato com o mesmo.
• Largura do Passo – É a distância entre o toque dos dois calcanhares
bilateralmente.
Terminologias utilizadas na marcha humana
• Cadência da Marcha – Consiste no número de passos que um
indivíduo realiza durante um minuto.
• Velocidade da Marcha – Consiste no tempo necessário para uma
pessoa percorrer uma determinada área. Conhecendo-se o valor as duas
variáveis: espaço e tempo, calcula-se a velocidade pela razão entre as
mesmas.
• Plantigrama – É um instrumento utilizado para obter informações sobre
determinada marcha. O indivíduo caminha sobre uma longa folha de
papel com a planta dos pés borrados de tinta. Medidas do passo, e
alterações na marcha, são possíveis de serem avaliadas por este
método.
1) Toque do Calcanhar até o
Aplanamento do Pé.
Fase de Apoio
Tornozelo e Pé - O Calcâneo toca o solo a um ângulo de 25º, estando o
tornozelo neutro. Um movimento retrógrado é iniciado um movimento
retrógrado chamado vetor contramão, pela contração excêntrica do grupo
pré-tibial. Após a estabilização do tornozelo inicia-se uma flexão plantar
controlada pelo grupo pré-tibial. Ocorre uma ligeira pronação do pé afim de
se adaptar a superfície de apoio.
Joelho – O Quadríceps femoral é acionado logo após o toque de calcanhar,
pois sua sua contração concêntrica mantém o joelho estendido, porém em
seguida contrai-se excentricamente para controlar a flexão do joelho,
mantendo-a em 150.
Quadril – Inicialmente, com a ação de seus flexores (iliopsoas) encontra-se
em 300 de flexão. Após o toque de calcanhar o glúteo máximo e os
ísquiotibiais com uma contração concêntrica opõem-se ao movimento flexão.
Ocorre aí a ativação dos extensores do quadril.
2) Aplanamento do Pé até o Médio Apoio
Fase de Apoio
Tornozelo e Pé – Ocorre uma variação da flexão plantar para uma
dorsiflexão de 100 no tornozelo, controlada pelo grupo pré-tibial. O tríceps
sural contrai-se excentricamente para estabilizar a tíbia. Ação contínua da
musculatura intrínseca do pé.
Joelho – A flexão do joelho reduz gradativamente até passar para uma
extensão, pela contração concêntrica do quadríceps femoral.
Quadril – O músculo glúteo máximo age contrariamente a flexão, que por
sua vez é reduzida até passar para uma extensão, durante a fase de médio
apoio onde ela será estabilizada pelos glúteos médio e mínimo.
3) Médio Apoio até o Impulso
Fase de Apoio
Tornozelo e Pé - Após a acomodação do pé durante o médio apoio, ocorre a
retirada do calcanhar, causando aumento da dorsiflexão no tornozelo.
Enquanto isso o tríceps sural continua estabilizando a tíbia. Na transição
para a fase de Impulso, corre uma mudança de dorsiflexão para 20º de
flexão plantar até o desprendimento dos dedos. Nessa flexão plantar estão
envolvidos os seguintes músculos: gastrocnêmio, sóleo, flexor longo dos
dedos, flexor longo do hálux, e fibular longo e curto.
Joelho – Alterna bruscamente da extensão para um alto gral de flexão
durante o impulso, cerca de 40º. O gral de flexão do joelho é controlado pela
contração excêntrica do músculo quadríceps femoral.
Quadril – No período da retirada do calcanhar até o impulso o quadril entra
em 20º de hiperextensão pela ação concêntrica do glúteo máximo e
ísquiotibiais.
1) Do início até a metade da
Aceleração
Fase de Balanço
Tornozelo e Pé – Ocorre a redução da flexão plantar até que o pé entre
em dorsiflexão e chegue a posição neutra. O grupo pré-tibial age
impedindo que o pé toque o solo.
Joelho – Aumento da flexão para 600 com consequente ação concêntrica
dos músculos da pata de ganso, do semimembranoso e da cabeça curta
do bíceps femoral.
Quadril – Variação de flexão em 250, com consequente contração
concêntrica dos músculos reto femoral, íliopsoas, grácil, sartório e tensor
da fáscia lata.
2) Da Metade da Aceleração até o
Final da Aceleração
Fase de Balanço
Tornozelo e pé – O tornoze-lo permanece em posição neutra. O grupo
pré-tibial se contrai para dar sustentação à perna.
Joelho – Redução da flexão e início da extensão empreparação para o
toque do calcanhar. Os Isquiotibiais permanecem ativos até o fim da fase
de oscilação. A contração excêntrica dos Isquiotibiais desacelera a
articulação do joelho e impede que haja hiperextensão.
Quadril – A Flexão reduz até a posição neutra. A ação do glúteo máximo
inicia no final da desaceleração.
Avaliação estrutural e ortopédica
Recursos complementares
Disfunções da Marcha
O padrão patológico ou disfunção da marcha é constituído por uma
marcha cujos eventos não correspondem as fases e subfases de um
padrão normal de marcha. São exemplos destas disfunções:
- Marcha Ceifante
- Marcha Anserina
- Marcha Festinante
- Marcha Atáxica
- Marcha de Tredelenburg
- Marcha Escavante

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