Você está na página 1de 41

Biomecânica do pé e tornozelo

Cirurgia do pé e tornozelo - R4 Gustavo Silveira


• GAIT CYCLE • Heel Strike to Foot Flat: Supple for Impact
• Walking Cycle Absorption
• • Ankle Joint
First Interval
• • Subtalar Joint
Second Interval
• • Transverse Tarsal Joint Complex
Third Interval
• • Foot Flat to Toe-Off: Progression to a Rigid Platform
Running Cycle
• • Ankle Joint
KINEMATICS OF HUMAN LOCOMOTION
• • Subtalar Joint
Vertical Body Displacements
• • Transverse Tarsal Articulation
Lateral Body Displacements
• • Plantar Aponeurosis
Horizontal Limb Rotation
• • Metatarsophalangeal Break
KINETICS OF HUMAN LOCOMOTION
• • Talonavicular Joint
Measuring Whole Body Kinetics and Plantar
Pressure • Swing Phase
• Types of Studies • Component Mechanics of Running
• Data Representations • SURGICAL IMPLICATIONS OF BIOMECHANICS OF
• Measurement Variability THE FOOT AND ANKLE
• • Biomechanical Considerations in Ankle Arthrodesis
Kinetics of Walking
• • Hindfoot Alignment
Whole Body Kinetics
• • Midfoot Alignment
Plantar Pressure Kinetics
• • Forefoot Principles
Kinetics of Running
• • Tendon Transfers
BIOMECHANICS OF THE COMPONENT OF THE
LOCOMOTOR SYSTEM • Ligaments of the Ankle Joint
Ciclo da Marcha (caminhada)
• Um ciclo é definido como: momento entre o contato do calcanhar no início de um passo e o
contato do mesmo calcanhar em um próximo passo;

• Dividido em fase de apoio (62%) e fase de balanço (38%);

• Fase de apoio é dividida em uma fase de duplo apoio inicial (0 a 12%), seguida por uma fase
de apoio simples (12 a 50%) e um segundo período de duplo apoio (50 a 62%);

• No membro contra-lateral sequências previsíveis ocorrem:


• Aos 12% o desprendimento dos dedos contralaterais (enquanto o pé ipsilateral está em aplainamento);
• Aos 34% desprendimento do calcanhar ipsilateral, enquando o membro contralateral ultrapassa o pé de
apoio;
• Aos 50%, contato do calcanhar contralateral com o solo.
• Em pacientes com espasticidade o contato inicial pode ser com os dedos,
aplainamento pode não ocorrer e o desprendimento do calcanhar ser
prematuro;

• Em pacientes com fraqueza muscular do tríceps sural o desprendimento


do calcanhar pode ser tardio;

• Fraqueza do compartimento anterior pode ocasionar pé caído e aumento


da flexão do quadril e joelho no balanço;

• Para melhor estudo a fase de apoio é dividida em 3 fases:


• 1° intervalo: contato do calcanhar ao aplainamento do pé
• 2° intervalo: durante o período de acomodação quando o corpo ultrapassa o pé
• 3° intervalo: início do desprendimento do calcanhar ao fim do desprendimento
dos dedos.
Primeiro Intervalo (1º Rocker)
• Aproximadamente 15% do ciclo da marcha;
• Do contato do calcanhar ao aplainamento do pé;
• Tipicamente o pé contralateral desprendeu mas ainda há carga no
antepé;
• Nessa fase o pé ajuda a absorver e dissipar as forças de reação do
solo;
• A medida que o peso é descarregado o calcanhar everte o arco
plantar aplaina;
• No início do contato com o solo o retropé está suavemente supinado
e nesse primeiro intervalo passa de forma passiva de supinação para
pronação;

• A subtalar faz um link entre a rotação do retropé e da perna;

• A eversão do calcâneo é transmitida pela articulação subtalar em


rotação interna que é transmitida proximalmente através da
articulação do tornozelo para a extremidade inferior;

• Distalmente, esta eversão do retropé desbloqueia a articulação


transversa do tarso, permitindo que as articulações do mediopé se
tornem flexíveis  isso contribui para o aplainamento do pé e
dissipação de energia.
• Contração excêntrica da musculatura do compartimento anterior
ajuda a conter flexão plantar nessa fase (fraqueza leva a “slap foot
gait” tapa do pé no solo);

• A musculatura posterior está quiescente (flexão plantar passiva),


assim como a musculatura intrínseca do pé;
Segundo Intervalo (2º Rocker)
• Essa fase fica entre 15 e 40% do ciclo da marcha e nela o centro de
gravidade passa de posterior para anterior em relação ao pé apoiado;

• O centro de gravidade atinge sua altura máxima enquanto ultrapassa


a perna, em cerca de 35% do ciclo;

• O pé passa de uma estrutura flexível para uma estrutura rígida capaz


de suportar o peso do corpo;
• O pé dorsiflete com pico em cerca de 40% do ciclo enquanto a força
sobre o tornozelo corresponde a cerca 4.5x o peso corporal;

• Desprendimento do calcanhar inicia aos 34% quando o pé em balanço


ultrapassa o pé de apoio;

• A subtalar inverte progressivamente (muitos fatores contribuem, o


que é o principal é incerto);

• Inversão contribui para enrijecer o arco tarsal transverso,


transformando o mediopé em uma estrutura rígida;
• Nessa fase a musculatura intrínseca está ativada;

• As cadeias laterais e tríceps sural estão ativados;

• O tríceps sural ajuda a frear o movimento de anteriorização da tíbia,


contribuindo para um passo mais longo  se o tríceps está fraco o
contato do calcanhar do membro oposto é mais precoce;

POR ISSO QUE TEM TANTO PACIENTE QUE CLAUDICA APÓS


FRATURA. MESMO DEPOIS QUE CONSOLIDA E MELHORA A DOR.
Terceiro Intervalo (3º Rocker)
• Extende de 40% a 62% do ciclo;

• Ocorre rápida flexão plantar nessa fase (ação concêntrica do tríceps sural);

• O processo de inversão da subtalar continua, sendo máxima no desprendimento dos


dedos;

• A obliquidade do tornozelo, ação da aponeurose plantar e obliquidade dos metatarso


contribuem para isso;

• Musculatura intrínseca está ativa, mas a principal estabilizadora do arco plantar é a


aponeurose plantar;
Ciclo na corrida
• Na caminhada sempre um pé
está em contato com o solo;

• Com aumento da velocidade há


uma fase de flutuação, onde
nenhum pé toca o solo;

• O tempo que o pé toca o solo


diminui consideravelmente.
Cinemática da locomoção

• Descrição dos movimentos das partes do corpo durante a marcha;

• Trata-se de um processo aprendido, similar entre os seres humanos,


mas com individualidades próprias de cada um;
Deslocamento vertical

• Minimizar o deslocamento vertical do centro de gravidade economiza


energia;
• Mais energia é gasta para elevar o corpo contra a gravidade ou para frear a
descida do que para mover para frente (perpendicular ao vetor gravidade);
• O centro de gravidade desloca em um suave formato de sinusoide, com
amplitude de 4 a 5cm;
• Está mais alto logo após uma perna ultrapassar a outra e mais baixo no
momento do toque inicial do calcanhar no solo;
• Movimentos da pelve e quadril modificam a amplitude dessa sinusoide,
joelho, tornozelo e pé a tornam suave.
Deslocamento lateral

• O centro de gravidade também se move latero-lateral, para manter o


centro de gravidade aproximadamente acima do pé de apoio, em uma
amplitude de cerca de 4 a 5cm;

• O geno valgo fisiológico em geral ajuda a manter a tíbia em uma


posição vertical sobre o pé, enquanto o fêmur em uma posição
divergente articula com o quadril, minimizando o deslocamento
lateral;
Rotação horizontal

• Muitos movimentos de rotação ocorrem no plano transverso;

• Assim como rodam a cintura pélvica e escapular, a tíbia também roda


em seu eixo longo: internamente na fase de balanço e primeira fase
de apoio (subtalar everte), externamente nas últimas fases de apoio
(pé inverte);
Cinética da locomoção

Estuda as causas e forças relacionadas ao movimento;


• Quanto mais devagar a marcha, menos o centro de gravidade se
move e menores são as forças resultantes;

• Qunto mais rápida a marcha, mais o centro de gravidade se move e


maiores são as forças resultantes;

• Com uso de sapatos as forças são transmitidas entre a sola e o sapato


atenuando os picos de força, e distribuindo pelo pé.
Vetor normal de força ao longo do pé
normal e em uma amputação do
primeiro raio;
Implicações
• Pressões aumentadas no antepé podem levar a metatarsalgia e
ulceração;

• Coxim macio proximal a cabeça dos metatarsus pode diminuir a


pressão nas cabeças de 12 a 60%;

• Cunha lateral de ½ polegada diminui a pressão na cabeça do 4° e 5°


metatarso em 24% e aumenta no primeiro e segundo em 21%;

• Cunha medial de ½ polegada diminui a pressão na cabeça do segundo


metatarso em 28% e no primeiro em 31%;
• Pacientes com hálux balgo podem
desenvolver metatarsalgia nos raio laterais;

• Cirurgias com osteotomias diminuem a


pressão no 2° e 3° raios;

• Procedimentos que desestabilizam a 1a


metatarsofalangica, como artroplastia de
Keller e implante de silicone aumentam a
pressão nos raios laterais.
Cinética na corrida
Biomecânica – componentes do sistema
locomotor
• Eixo oblíquo do tornozelo (ponta de um maléolo ao outro)
• Cerca de 93° (88 a 100°)

Com o pé fixo a tíbia


• Roda externo na dorsiflexão que roda, no
sentido oposto
• Roda interno na flexão plantar
• A subtalar contribui para a rotação com rotação
adicional em relação ao tornozelo;
• Permite que o seguimento distal permaneça em posição
fixa
• Calcaneocuboidea e talonavicular formam juntas a articulação tarsal
transversa;

• Seus eixos estão em paralelo quando o calcâneo está evertido e não


paralelos quando o calcâneo está em inversão;

Móvel Rígida
Aponeurose plantar
• Principal estabilizador do arco na elevação do calcanhar e
desprendimento dos dedos;

• Qundo o calcanhar se eleva, as falanges proximais dorsifletem,


puchando a fáscia pela cabeça dos metatarsos. Isso estira a fáscia,
deprime a cabeça dos metatarsos e eleva o arco longitudinal;

• O estiramento da fáscia também contribui para a inversão do retropé,


rotação tibial externa, e estabilização do arco transverso;
• Essa dinâmica estabiliza o médiopé e permite ao pé atuar como como
uma estrutura rígida durante o desprendimento dos dedos.
Metatarsal beak

• Eixo formado pela diferença de


comprimentos dos raios metatarsais;

• Implica em supinação e desvio lateral


quando o calcanhar se eleva para distribuir
o peso pelas cabeças dos metatarsos.
Implicações cirúrgicas da biomecânica
Artrodese do tornozelo
• Transfere o estresse para a subtalar abaixo e o joelho acima;

• Rotação interna excessiva: aumenta extresse na subtalar e


médiotársica quando o centro de gravidade ultrapassa o corpo;

• Rotação externa excessiva aumenta estresse na 1a metatarso


falângica e região medial do jeolho;

• Deve ser colocado em suficiente valgo para permitir um pé


plantígrado.
Referência

Coughlin and Mann's Surgery of the Foot and Ankle, 9th Edition.

Você também pode gostar