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 BIOMECÂNICA

DA
LOCOMOÇÃO
DEFINIÇÕES
 LOCOMOÇÃO:
 Toda ação que move um corpo de um
animal, através do espaço aéreo, aquático
ou terrestre (Capozzo, 1991);
 Deslocamanto ântero-posterior do CG
sob controle muscular.
Movimentos integrados e
complexos dos segmentos
corporais, em equilíbrio estático
e dinâmico, sendo causado por
forças externas e internas, que
causam deslocamentos angulares
dos segmentos.
LOCOMOÇÃO HUMANA
 Difere das demais locomoções animais
por ser bipede;

 MARCHA HUMANA
 Transporte seguro e eficiente no espaço
terrestre;
 Mais comum de todos os movimentos
humanos.
CORRIDA HUMANA

 Movimento
natural do ser
humano de
deslocamento
mais rápido usado
no cotidiano e em
esportes.
IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR A
LOCOMOÇÃO

 Durante a marcha e a corrida


estamos expostos a forças externas
constantes, e portanto, o estudo
desta forças nos leva a entender os
mecanismos dinâmicos da marcha e
da corrida.
 Alterações da marcha e corrida
que podem ser lesivas;

Alterações da marcha e corrida


em portadores de alguma
deficiência.
EVOLUÇÃO DO BIPEDISMO
 BIPEDISMO DEFINITIVO:
 Exclusividade do homo sapiens;
 Austrolopitecos foram os primeiros bipedes,
em cerca de 4.000.000. A.C.;

BIPEDISMO EVENTUAL:
 Chimpazés utilizam esta forma de
locomoção.
ADAPTAÇÕES À POSIÇÃO ERETA
VANTAGENS DA POSIÇÃO ERETA:
Permite uma melhor visão das
redondezas;

Liberar os membros anteriores para


problemas novos de comportamentos;

Diminuir a área do corpo que que sofria


incidência de raios solares.
PELVE
Abandonou a forma de pá e assumiu a
forma de uma sela larga e plana que
empurra o peso do tronco para baixo,
através da pernas;

Canaldo parto tornou-se mais


comprimido.
MEMBROS
Articulações dos membros aumentaram
de tamanho;

Membros inferiores maiores que


superiores;

Fêmur alongado, delgado e orientado


obliquamente permite o alinhamento das
articulações da bacia e joelho.
 PÉ FUNCIONA COMO UMA PLATAFORMA,
CAPAZ DE ABSORVER CHOQUES E
TENSÕES:

Dedo do pé é longo e robusto e paralelo aos


restantes;
Através do primeiro metatarso o peso é
deslocado do calcanhar p/ extremidade do pé;
Pés desenvolveram um arco.
COLUNA
 As articulações da coluna vertebral
aumentaram de tamanho;

 O crâneo e a coluna realinharam-se, numa


linha vertical, sobre a pelve e os pés, para
suportar o peso do corpo e absorver as
forças da locomoção bípede.
Coluna tem forma de S para apoiar
o peso superior do corpo:
 Eixo vertical que sustenta o corpo,
permitindo movimentos;

 Vértebras articuladas e separadas por


discos intervertebrais maleáveis;

 Apresentando 4 curvaturas que se


compensam: cervical, dorsal, lombar e
sacra.
OUTRAS ADAPTAÇÕES
 CG é abaixado, pois o peso do corpo é
deslocado para membros inferiores;

 Desenvolvimento de músculos
antigravitacionais;
 Desenvolvimento de volume. Força e
número de fibras;

 Alongamento do psoas-ilíaco.
OUTRAS ADAPTAÇÕES
 Desenvolvimento do glúteo máximo;
 Localização: se desloca p/ trás da
articulação do quadril;
 Função: torna-se extensor, rotador
externo e abdutor do quadril;
 Participa da manutençãoda posição ereta;
 Proporciona mais potência e estabilidade
na locomoção.
 Expansão da cavidade craniana e aumento
do volume do cérebro;

 A evolução aperfeiçoou a estabilidade do


corpo e eficiência da locomoção bípede.
CICLO DA MARCHA
 DEFINIÇÃO:

 É uma sequência maravilhosamente


orquestrada de eventos elétricos e
mecânicos que culminam na propulsão
coordenada do corpo através do espaço
(Lieber, 1992).
É a atividade que ocorre entre
o tempo que o calcanhar de
um membro toca o solo e o
tempo que o mesmo pé toca
o solo novamente.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
 Não há padrão universal;

 Locomoção é uma questão individual;


 Tipo de marcha e velocidade mais eficiente
p/ sua estrutura em particular.

 Há gestos motores pessoais característicos.


CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS
INTRÍNSECAS (Controle não Voluntário)

 Dimensões e configurações dos ossos;

 Restrições de movimentos nas articulações;

 Distribuição de massa nos membros.


CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DA
MARCHA NORMAL

 Contato do pé com o solo;


 Posição dos pés;
 Movimentos do CG;
 Transmissão dos esforços de peso;
 Gasto energético;
 Funções musculares.
COMPRIMENTO DO PASSO
 Distância entre batida de calcanhar de um
membro e a batida de calcanhar de outro;
COMPRIMENTO DO PASSO LARGO
 Distância do ciclo de marcha;
 Distância entre a batida do calcanhar de um
pé e a batida do calcanhar novamente do
mesmo pé.
COMPRIMENTO DO PASSO

 Comprimento do passo é em média 40 cm;

 Amplitude da base é em média 10 cm.


ORDEM DOS EVENTOS
DURANTE O PASSO
 1. Calcanhar toca o solo;
 2. Peso do corpo é transferido para
frente;
 3. Peso transferido para borda externa de
todo o pé;
 4. Peso transferido para a cabeça do
metatarsos;
 5. Fim do passo.
COLOCAÇÃO DOS PES
 Maioria dos indivíduos tem os pés
desviados p/ fora;

 Esse desvio é de um pouco menos de 7


graus;

 É também uma adaptação à posição


vertical (busca de uma maior equilibrio);
 É produzido pela rotação interna ou
externa do quadril;

 Pode ser diferente em cada pé;

 Indivíduos com mais de 60 anos:


 Desvio pode ser de quase 10 graus;
 Adquirir estabilidadeadicional.
Início da marcha se dá entre
10 e 18 meses e padrões
próprios de marcha adulta
ocorrem aos 5 anos de idade
(Forssberg, 1985).
DESENVOLVIMENTO DA
LOCOMOÇÃO PRÉ-NATAL
 9a. Semana: movimentos dos braços e
pernas;

 16a. Semana: Movimentos alternantes nas


pernas, semelhantes ao padrão normal de
marcha.
DESENVOLVIMENTO DA
LOCOMOÇÃO NOS BEBÊS
DESENVOLVIMENTO DA
LOCOMOÇÃO NOS BEBÊS
 3 a 6 meses: aquisição do equilíbrio;
 2 anos: Marcha assincronizada;
 5 anos: Progressão do andar independente.

 Obs. Um produto inato de padrões cria um


ritmo básico do ciclo do passo.
FASES DO CICLO DA MARCHA

 O Ciclo da Marcha, divide-se em três fases:

 Apoio ou estação;

 Impulsão;

 Balanço ou oscilação.
FASE DE APOIO E ESTAÇÃO

 Pé em contato com o solo;


 Início com batida de calcanhar de um
pé e termina quando esse pé deixa o
solo;
 60% do ciclo da marcha;
 Pé membro oposto está terminando
a impulsão;
SUBDIVIDE-SE EM TRÊS FASES
 1. Apoio calcâneo;
 2. Apoio chapado;
 3. Apoio de ante-pé.
 RELACIONA-SE C/ 5 COMPONENTES:
 1. Batida do calcanhar;
 2.Pé plano;
 3.Estação média;
 4.Calcanhar fora do chão;
 5.Dedos fora do chão.
MARCHA
APOIO OU CALCÂNEO
 Impacto: com vetor dirigido p/ frente e p/
baixo e componentes resultantes;
 Solo reage com intensidade igual e
sentido contrário (mecanismo de
absorção;
 Componente horizontal cria frenagem;
 Componente vertical é transmitido ao
eixo longitudinal.
BATIDA DO CALCANHAR
 Tornozelo em posição neutra;
 Joelho estendido e começa a se fletir
(absorção do choque);
 Quadril em flexão;
 Tronco ereto, girando p/ lado oposto;
 Braço oposto p/ frente;
 Braço do mesmo lado p/ trás.
 Fase de apoio calcâneo gera torque no solo
provocando um impacto: choque calcâneo;
MECANISMO DE ABSORÇÃO DO
IMPACTO
 Corporais: semi-flexão passiva do
joelho e mata-borrão do pé;

 Implementos: Tênis adequado;

 Solo: graus de dureza e plasticidade


(areia , grama e cimento).
APOIO CHAPADO
 É resultado de uma flexão plantar passiva;
 É a continuação do momentum de inércia.

 PÉ PLANO:
 Tornozelo faz flexão plantar;
 Joelho realiza cerca de 20 graus de flexão;
 Quadril realiza extensão.
ESTAÇÃO MÉDIA
 Ponto no qual o corpo passa sobre o pé
que sustenta o peso;

 Joelho e quadril continuam a se extender;


 Braços ao longo do corpo;

 Tronco em posição neutra de rotação.


APOIO DO ANTE-PÉ
 Flexão das articulações
metatarsofalângicas e falângicas;

 Confunde-se com a fase de impulsão;


CALCANHAR FOR A DO SOLO
 Tornozelo realiza flexão plantar;
 Joelho está em extensão;
 Quadril está em hiperextensão;
 Tronco gira para o mesmo lado;
 Braços oscilam p/ frente (flexão do
ombro).
DEDOS FORA DO SOLO
 Indica final da fase de apoio ou estação;

 Confunde-se com impulsão;

 Tornozelo realiza flexão plantar;

 Quadril e joelho iniciam flexão.


FASE DE IMPULSO
 Inicia-se com o apoio do ante-pé;
 Realizada por três movimentosativos
contra a gravidade e contra resistência;

 OCORRE:
 Flexão plantar;
 Extensão do quadril e joelho.
 Desloca o CG p/ cima e p/ frente;

 Vetor da impulsão é p/ baixo e e p/ trás;

 Vetor de reação do solo é p/ cima e p/


frente.
FASE DE IMPULSO OU OSCILAÇÃO
 Pé não está em contato com o solo;
 Início: pé deixa o solo;
 Fim: calcanhar do mesmo pé toca o solo
novamente;
 40% do ciclo da marcha;
 Movimento pendular do membro, cujo
eixo está no quadril.
SUBDIVIDE-SE EM:
 1. Balanço posterior ou oscilação;

 2. Balanço médio ou oscilação média;

 3. Balanço anterior ou desaceleração.


SUB-FASES DA OSCILAÇÃO
 1. Balanço posterior ou aceleração:

 Membro está atrás do corpo e move-se


p/ acompanhá-l

 Tornozelo realiza dorsiflexão;

 Quadril e joelho continuam a se fletir.


2. Balanço ou oscilação média
 Tornozelo em posição neutra;

 Quadril e joelho em flexão máxima,


BALANÇO ANTERIOR OU
DESACELERAÇÃO
 Tornozelo continua em posição neutra;

 Joelho realiza extensão;

 Quadril realiza extensão por contração


excêntrica dos flexores;
OBSERVAÇÕES
 Fase de sustentação de uma perna
coincide com a fase de oscilação da outra;

 Há um período de transição que os 2 pés


estão em contato com o chão.
AÇÕES MUSCULARES DURANTE
A MARCHA
 AÇÃO MUSCULAR:

 Isométrica ou excêntrica (menos gasto


energético);

 Concêntrica: apenas em breves disparos;

 Fibras do tipo I.
MÚSCULOS DA MARCHA
 QUADRÍCEPS:
 Trabalha nas três fases;

 Balanço:
 Segunda metade;
 Contração mecânica
 Apoio
 Contração excêntrica
 (amortecimento)

 Impulsão
 Contração concêntrica
ÍSQUIOS TIBIAIS
 Fracos impulsores;

 Estabilizadores da pelve;

 Contração isométrica;

 No impacto o momento de inércia tende


a girar a pelve para baixo e para frente.
TRÍCEPS SURAL
 Músculos: gastrocnêmios e sóleo;

 Principal impulsor da marcha;

 Contração concêntrica;

 Inicia-se já no apoio
DORSIFLEXORES
 Músculos: tibil anterior, extensor longo
dos dedos, extensor longo do hálux,
fibular terceiro.
 DOIS PAPÉIS:
 Liberação do pé no início do balanço;
 Contração excêntrica no início da fase de
apoio.
 Picos de contração no início das fases.
GLÚTEO MÉDIO
 Estabiliza a pelve no apoio unilateral
(membro que apóia);

 Evitando uma depresão medial e / ou um


giro frontal;

 O que provoca o rebolado;

 Contração isométrica.
ROTADORES EXTENSORES
 Músculos: peniforme (piramidal),
obturador externo e interno, gêmeo
superior e inferior e quadrado da coxa.
 Manter o pé em linha reta, com
desviolateral de 5 a 10 graus;
 Contração excêntrica
 No final do balançoe início do apoio
 Compensando o giro pélvico,
ADUTORES DO QUADRIL
 Músculos: grácil, adutor longo, adutor
breve e adutor magno.
 Agem como acessários dos flexores e
extensores do quadril;
 Agem como estabilizadores no início do
apoio evitando o giro posterior da pelve.
PSOAS-ILÍACO
 Principal motor do balanço;

 Contração concêntrica
ERETORES DA COLUNA
 Estabilização do tronco no instante do
choque calcâneo;

 Contração isométrica.
GLÚTEO MÁXIMO
 Ação como impulsor na corrida;

 Subindo rampas ou escadas;

 Marchas com passos largos;

 Contração isométrica.
TIPOS DE PISADAS
TIPOS DE PISADAS
 NEUTRA: Inicia o contato com o solo do
lado externo do calcanhar e, então,
ocorre uma rotação moderada p/ dentro,
terminando a passada no centro da planta
do pé.

 Calçado ideal: entre amortecimento e


estabilidade.
INVERTIDA (SUPINADA)
 A pisada inicia no calcanhar do lado
externo e se mantém o contato do pé
com o solo do lado externo, terminando
a pisada entre o 4 e 5 metatarso (dedinho
do pé).
 Pé invertido é, em geral, muito rígido.
 Calçado ideal: Aumento do
amortecimento e da flexibilidade.
EVERTIDA(PRONADA)
 Aquela em que a pisada, também se inicia
do lado externo do calcanhar, ou algumas
vezes um pouco mais para a parte interna,
terminando a passada perto do hálux
(dedão do pé). Pé invertido é um
problema de hipermobilidade.
 Calçado ideal: menos flexível, mais
estabilidade, e controle do movimento
(retropé).
FUNÇÃO DO TÊNIS
FUNÇÃO DO TÊNIS
 Limitar as forças de impacto durante o apoio
(amortecimento);
 Dar suporte ao pé durante o apoio médio
(estabilização);
 Conduzir o pé durante a fase final de apoio
(orientação);
 Maximizar o rendimento;
 Prevenir lesões;
 Controlar sobrecarga no aparelho
locamotor.
COMO USAR O TÊNIS ADEQUADAMENTE

 A indústria utiliza principalmente EVA


(acetato vinil etileno);
 PU(poliuretano), MOGO (uma liga plástica),
SPEVA, SOLYTE e o X10 (Carbono), entre
outros.
 Este material é deformado de acordo com
as pressões exercidas na marcha e na
corrida.
Amortecimento ou estabilidade?
 O tema é polêmico.
 Estudos recentes nos mostram que é a
ESTABILIDADE, a característica mais
importante na escolha do tênis p/
treinamento ou atividade física, no que se
refere à prevenção de lesões,
funcionamento biomecânico correto dos
membros inferiores e a performance.
Quando devemos trocar de tênis?
 Estima-se que um tênis vá ter sua eficiência
mecânica compensada, e um bom
amortecimento prevenindo assim as lesões,
dependendo do modelo, entre 500e 800
Km de uso.
Na hora de escolher um modelo de tênis, não
deixe de considerar estes aspectos.

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