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O ciclo da marcha: é o momento que ocorre desde que o pé toca o solo até ao
momento que o mesmo pé toca o solo novamente. Este ciclo consiste em 2 fases, a
fase de apoio e do balanço. A primeira fase, a de apoio, começa quando o calcanhar de
um pé toca o solo e termina quando esse pé se desloca do solo. Esta é a maior fase, é
60% da marcha. A segunda fase, é quando o pé não está em contacto com o solo, mais
pequena, é cerca de 40%.
Nestas fases, existem cinco subfases na fase de apoio, contacto inicial, resposta à
carga, apoio médio, apoio terminal e pré-balanço, e na fase balanço três subfases,
balanço inicial, balanço intermédio e balanço final. É importante saber os dois
seguintes termos: período de duplo apoio: quando há contacto de ambos os membros
no solo. Período de apoio simples: acontece quando há apenas um membro com o
solo.
O início da fase de apoio é caracterizado pelo duplo apoio inicial quando o calcanho
toca o solo, isto é o contacto inicial. A resposta à carga, tem início quando todo o pé
está no chão, termina quando o pé oposto se eleva, passando o peso para a perna do
membro anterior, ou seja, termina num apoio simples. É seguido do apoio médio, que
é a primeira parte do apoio simples com a elevação do pé posterior e acaba quando o
centro de massa está alinhado com a parte anterior do pé. Por fim, a fase de apoio
terminal corresponde a elevação do calcanhar do pé até o calcanhar do pé anterior
tocar no chão e de seguida o pé posterior se levanta do chão, esta é a subfase de pré-
balanço. Com esta, começa a fase balanço, com o balanço inicial que é quando o pé
posterior sai do chão para avançar e termina quando o outro pé se encontra no fim da
fase de apoio. O período em que o pé que está em balanço avança até a perna se
encontra mais anterior, isto é a subfase de balanço médio. Por fim, no balanço
terminal, a perna anterior continua a mover se em frente até tocar no chão e quando
entrar em contacto com o chão começa um novo ciclo. (Mafra, 2012; Patrícia De
Freitas et al., 2011)
Por fim, existe 5 elementos importante para uma marcha normal, estas são: a
estabilidade do corpo, a manutenção da postura, um controlo da trajetória do pé, um
comprimento de passo adequado e energia.
Ferramentas:
Eletromiografia:
A eletromiografia( EMG) pode ser aplicada para entender quais os músculos que estão
a atuar durantes as diferentes fases do ciclo de marcha.
Este método é útil para a investigação dos processos fisiológicos musculares, pois
permite a observação da ativação do músculo tanto em relação à realização do
movimento e à produção de força, quanto às disfunções e seus processos
fisiopatológicos. Envolve a deteção, a amplificação e a apresentação das alterações
elétricas que ocorrem quando o músculo se contrai.
Métodos optoeletrónicos
São sistemas que transformam a luz em sinais elétricos e rastreiam a luz refletida ou
emitida pelos marcadores. As câmaras são usadas para monitorizar e orientação e o
movimento humano. Estes sistemas podem ser classificados em marcadores visuais ou
livre de marcadores.
Marcadores visuais:
É um método baseado no princípio da triangulação,logo são necessárias três camâras
colocadas ortogonalmente entre si para capturarem os marcadores visuais. As
informações são obtidas pela monitorização dos marcadores através das sequências de
imagens e o movimento do corpo inferido através de métodos de cinemática inversa.
Plataformas de forças
As plataformas de força são utilizadas para medir as forças de reação do solo durante a
marcha nos 3 eixos( sagital, coronal e transversal). Fornecem uma descrição
tridimensional do vetor força de reação do solo, sendo possível obter os 3
componentes de força, as duas coordenadas do centro de pressão, e os momentos
sobre os eixos x, y e z podem ser obtidos, o que se torna imprescindível na
determinação dos padrões da marcha normal, e na avaliação da marcha patológica.
Barometria:
Este é um método que serve para avaliar as disfunções biomecânicas dos pés,
utilizando
Sensores de pressão elétrica que fornecem dados com maior precisão e
compreeensão. Quando o sujeito caminha, a distribuição do vetor vertical embaixo dos
pés é medida. Estes sistemas usam diferentes tipos de sensores como os resistivos e
capacitivos strain gauges, fita condutora e materiais piezoelétricos. Este tipo de
sistema tem sido utilizado para avaliar pés diabéticos ou com artrite, observar
assimetrias na marcha, regular a pressão plantar e controlar o peso no pós-operatório,
monitorar as desordens degenerativas dos pés, determinar a eficácia das órteses
funcionais, executar avaliações pré e pós-operatórias, examinar a transferência de
peso e a função biomecânica e identificar áreas de risco do pé neuropático.
Joelho:
Flexão (ligeira) do membro inferior de apoio no plano sagital
Rotação interna (ligeira) do membro inferior de apoio no
plano horizontal Resposta à Carga
Pé:
Flexão Plantar do pé de apoio no plano sagital
Cintura Pélvica:
Rotação pélvica para a direita no plano horizontal
Inclinação lateral para a direita no plano coronal
Anca:
Rotação interna do membro inferior de apoio no plano horizontal
Extensão do membro inferior de apoio no plano sagital
Joelho: Apoio Médio
Extensão do membro inferior de apoio no plano sagital
Rotação externa ligeira (rotação automática) do membro
inferior de apoio no plano horizontal
Pé:
Dorsiflexão do pé de apoio no plano sagital
Anca:
Hiperextensão do membro inferior de apoio no plano sagital
Joelho:
Flexão (ligeira) do membro inferior de apoio no plano
Apoio Terminal
Sagital
Pé:
Supinação do pé de apoio no plano coronal
Adução do pé de apoio no plano horizontal
Cintura Pélvica:
Rotação pélvica para a esquerda no plano horizontal
Inclinação para a esquerda no plano coronal
Anca:
Flexão do membro inferior de apoio no plano sagital
Rotação externa do membro inferior de apoio no plano
horizontal
Joelho: Pré-balanço
Continuação da flexão do membro inferior de apoio no plano
sagital
Pé:
Flexão plantar do pé de apoio no plano sagital
Cintura pélvica:
Rotação pélvica para a esquerda no plano horizontal
Inclinação para a esquerda no plano coronal
Anca:
Flexão do membro inferior de balanço no plano sagital Balanço inicial
Joelho:
Flexão do membro inferior de balanço no plano sagital
Pé:
Dorsiflexão (ligeira) do pé de balanço no plano sagital
Pronação (ligeira) do pé de apoio no plano coronal
Abdução (ligeira) do pé de apoio no plano horizontal
Anca:
Continuação da flexão do membro inferior de balanço no plano
sagital Balanço intermédio
Rotação externa do membro inferior de balanço no plano
horizontal
Joelho:
Extensão do membro inferior de balanço no plano sagital
Anca:
Continuação da flexão do membro inferior de balanço no plano sagital
Joelho:
Extensão do membro inferior de balanço no plano sagital
Rotação externa ligeira (rotação automática) do membro inferior de
balanço no plano horizontal Balanço final
Pé:
Dorsiflexão do pé de apoio no plano sagital
Pronação (ligeira) do pé de apoio no plano coronal
Abdução (ligeira) do pé de apoio no plano horizontal
Fase de apoio
Contacto inicial (0-2%)
Durante o contacto inicial, podemos observar atividade muscular no grupo extensor da
anca, grupo flexor do joelho e grupo flexor dorsal da tibiotársica. Na anca, o principal
músculo em ação é o grande glúteo e encontra-se em contração excêntrica. No joelho,
temos ação dos isquiotibiais com contração excêntrica. Por fim, na tibiotársica, existe
contração concêntrica do tibial anterior.
Resposta à carga (2-10%)
Na resposta à carga, a ação muscular dá-se nas três articulações envolvidas nos
seguintes grupos musculares: extensores da anca, extensores do joelho e flexores
dorsais. Na anca, a contração é concêntrica e o músculo principal é o grande glúteo.
No joelho, a contração é concêntrica e o músculo é o quadricípite femoral. Por fim, na
tibiotársica, a contração é excêntrica e o músculo é o tibial anterior.
Apoio médio (10-30%)
A ação muscular no apoio médio resume-se à contração excêntrica do grupo muscular
flexor plantar. Os principais músculos em ação são o solhar e o gastrocnémio.
Apoio terminal (30-50%)
No apoio terminal, só existe ação nos flexores plantar. O músculo em ação são o solhar
e o gastrocnémio e realizam contração concêntrica.
Pré-balanço (50-60%)
No pré-balanço, a ação muscular dá-se nos grupos flexores plantares e da anca. Em
relação aos flexores plantares, os principais músculos são o solhar e o gastrocnémio e
realizam contração concêntrica. Já em relação aos flexores da anca, o principal
músculo em ação é o iliopsoas e realiza também contração concêntrica.
Fase de balanço
5-Bibliografia
Costa De Araújo1, C., Preis1, C., Isabel, D., Ribas1, R., Faller1, L., Lúcia Israel2, V., & Rech1, V.
(n.d.). Sistemas de Avaliação da Marcha Humana. http://www.tekscan.com.
Mafra, N. (2012). Análise de Imagem na Avaliação Clínica da Marcha Humana-Nuno Mafra-
Página 2.
Patrícia De Freitas, C., Barbosa, M., Mendes, J., Professora, M., Cristina, D., & Peixoto, M.
(2011). Escola de Engenharia Modelação biomecânica do corpo humano: aplicação na
análise da marcha.
Sousa, A., Manuel, J., & Tavares, R. S. (2010). A marcha humana: uma abordagem
biomecânica.