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Podoposturologia

• Aula 1 - Cinesiologia e biomecânica da postura

30 minutos

• Aula 2 - Articulações do pé

31 minutos

• Aula 3 - Movimentos dos segmentos e do corpo

35 minutos

• Aula 4 - Goniometria e anamnese dos membros inferiores

32 minutos

• Referências

10 minutos

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PODOPOSTUROLOGIA

138 minutos

• Aula 1 - Cinesiologia e biomecânica da postura

• Aula 2 - Articulações do pé

• Aula 3 - Movimentos dos segmentos e do corpo


• Aula 4 - Goniometria e anamnese dos membros inferiores

• Referências

Aula 1
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA DA POSTURA

Nesta aula você terá acesso a novos saberes e embarcará num mundo de
horizontes que proporcionarão a expansão de conhecimentos sobre o corpo
humano.

30 minutos

INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Boas-vindas! Nesta aula você terá acesso a novos saberes e
embarcará num mundo de horizontes que proporcionarão a expansão de
conhecimentos sobre o corpo humano, a fim de mostrar a beleza presente na
realização dos movimentos. Aprender sobre o movimento do corpo humano
exige do profissional da podologia grande dedicação e esforço, para que seja
possível compreender e ter a percepção não somente de áreas específicas da
anatomia, mas também do conjunto de sistemas que desempenham a função
de deslocamento da estrutura corporal.
O conhecimento da mecânica do movimento aponta a importância de se
compreender a função dos ossos, músculos e articulações que fazem parte
do sistema musculoesquelético, assim como das forças que interagem com
esses componentes e são cruciais para a realização do movimento funcional
do corpo.

CONCEITO DE CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA


O termo biomecânica é composto do prefixo bio, cujo significado é “vida”, e
do nome referente ao campo da mecânica, que representa o estudo das
ações de forças. No início da década de 1970, os cientistas que faziam parte
da comunidade internacional adotaram o conceito de biomecânica para
designar a ciência que envolve o estudo e a aplicação dos princípios da
mecânica no corpo humano (Figura 1), ou seja, do funcionamento do sistema
musculoesquelético dos seres humanos e de todos os seres animais que
possuem um esqueleto (HALL, 2021; HOUGLUM; BERTOTI, 2014; KAPANDJI,
2013). As pesquisas dessa área são feitas com base nas forças internas,
produzidas pelos músculos, e nas forças externas, que atuam diretamente
sobre o corpo humano.

Figura 1 | Forma humana em movimento, representada por uma bailarina

Fonte: Freepik.

A ferramenta da mecânica, utilizada pelos biomecânicos, constitui-se como


um ramo da física no qual as ações das forças são analisadas, a fim de
verificar os aspectos anatômicos e funcionais dos organismos vivos (Figura 2).
Dois subgrupos da mecânica são a estática e a dinâmica. A estática investiga
os sistemas em estado constante de movimento, isto é, em repouso ou em
movimento com velocidade contínua. Já a dinâmica estuda os sistemas nos
quais a aceleração está presente (HALL, 2021).

Figura 2 | Biomecânica – fazendo uso da mecânica na resolução de


problemas com foco direcionado à estrutura e à função dos organismos vivos

Fonte: Hall (2021, p. 3).

Outras subdivisões do estudo biomecânico são a cinemática e a cinética.


A cinemática do movimento compreende o que visualizamos quando um
corpo está em movimento. Envolve o estudo do movimento em relação ao
seu tamanho, sequenciamento e cronologia, sem fazer referência às forças
que o acarretam ou que resultam dele. A execução da habilidade desportiva
ou cinemática de um exercício é denominada, também, de forma ou técnica.
A cinética estuda as forças associadas ao movimento, enquanto a cinemática
delineia a aparência do movimento. A força pode ser considerada como a
ação de empurrar ou puxar o corpo. Diante disso, a biomecânica humana
verifica se a quantidade de força que os músculos empregam é ideal para o
propósito do movimento que se pretende efetuar (HALL, 2021; HOUGLUM;
BERTOTI, 2014; KAPANDJI, 2013).
A cinemática é subdividida com base no foco específico do movimento, o que
dá origem a dois subtópicos: a osteocinemática e a artrocinemática.
A osteocinemática se atenta aos movimentos das partes ósseas ou dos
segmentos que constituem uma articulação. A artrocinemática, por sua vez,
tem como objeto central de análise os movimentos mínimos incluídos numa
articulação e entre as superfícies articulares (KAPANDJI, 2013).
Uma das subdisciplinas da cinesiologia é a biomecânica do movimento
humano (HALL, 2021). Na verdade, a cinesiologia diz respeito à combinação
da arte e da ciência, quando existe a apreciação do movimento humano
numa compreensão sobre os princípios científicos que regem o movimento.
No ambiente profissional da saúde, temos a cinesiologia clínica (HOUGLUM;
BERTOTI, 2014).
De acordo com Houglum e Bertoti (2014), o objetivo de estudo voltado ao
cuidado em saúde da cinesiologia clínica é a compreensão do movimento e
das forças que atuam sobre o corpo humano, para entender como manipular
as forças pode prevenir lesões, restaurando a função e obtendo o
desempenho ideal da estrutura corporal.

PLANOS E EIXOS DE MOVIMENTO


Os anatomistas, estudiosos em anatomia, criaram uma nomenclatura no
intuito de fazer a identificação dos planos específicos que passam pelo corpo
e exibem um eixo equivalente que é perpendicular, os quais são
fundamentais na descrição de planos de dissecação (MCGINNIS, 2015) e de
movimentos relativos a determinadas partes do corpo, com os eixos
empregados na descrição das linhas ao redor de onde acontecem esses
movimentos (MCGINNIS, 2015; HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
O corpo humano se movimenta em três planos, conhecidos como planos
cardinais do movimento (Figura 3). Os três eixos ao redor de onde esses
planos exercem rotação são, em termos físicos, x, y e z. Tais eixos, observados
na Figura 3, a seguir, são:
• O eixo x, ou medial-lateral, que se localiza no plano frontal e percorre de
uma lateral à outra.
• O eixo y, ou vertical, que está no plano transverso e percorre no plano
superior-inferior, ou de cima para baixo.
• O eixo z, ou anterior-posterior, que está no plano sagital e percorre de
frente para trás.
Todos os movimentos são delineados pelo acontecimento ao longo do plano
de movimento e em volta do eixo de movimento desse plano (HOUGLUM;
BERTOTI, 2014; TORTORA; DERRICKSON, 2017).

Figura 3 | Três eixos e planos cardeais do corpo observados em posição


anatômica

Fonte: Houglum e Bertoti (2014, p. 6).

Com relação aos termos funcionais em alusão à posição anatômica, também


descreve-se o eixo de movimento que equivale à posição estática, ou seja,
sem movimento, de referência do corpo. Universalmente, a posição
anatômica é apresentada como a posição em pé, na qual pés, joelhos, corpo
e cabeça estão voltados para a frente e os ombros se mostram em rotação,
de modo que as palmas das mãos permaneçam voltadas para a frente e os
dedos estejam estendidos. Os movimentos e planos são definidos a partir
desse ponto de referência. Como mencionado, os três planos de movimento
são: frontal, sagital e horizontal, cujos eixos equivalentes abrangem,
respectivamente, os eixos de movimento anteroposterior, medial-lateral e
superior-inferior (HOUGLUM; BERTOTI, 2014; MCGINNIS, 2015; TORTORA;
DERRICKSON, 2017).
O plano frontal também é denominado de plano coronal (plano XY), o que se
deve ao fato de ser paralelo ao osso frontal ao longo da sutura coronal do
crânio, dividindo o corpo nas partes anterior e posterior. Tal plano exerce
rotação ao redor de um eixo perpendicular a ele, o eixo anterior-posterior. Os
movimentos correspondentes ao plano frontal são: abdução e adução
(ombro, dedos e quadril); desvio ulnar e radial (abdução/adução do punho);
inclinação ou flexão lateral (tronco e pescoço) (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
O plano sagital (plano YZ) recebe essa denominação em função do aspecto
paralelo que possui em relação à sutura sagital do crânio, separando o corpo
nos lados esquerdo e direito. Trata-se de uma vista lateral. Os movimentos
articulares decorrentes do plano sagital são definidos como flexão e extensão
(tronco, cotovelo, pescoço e outros), além de flexão plantar (tornozelo) e
flexão dorsal. O eixo de movimento é medial-lateral, de forma que os
movimentos no plano sagital têm ponto de rotação num eixo perpendicular a
esse plano, no qual há o cruzamento do lado medial do corpo até o lado
lateral (eixo x) (HOUGLUM; BERTOTI, 2014).
O plano horizontal ou transverso é assim chamado por ser paralelo ao
horizonte e ao solo (plano XZ), separando o corpo nas partes superior e
inferior. As rotações acontecem nesse plano em torno do eixo y, ou
longitudinal. Os movimentos são: rotação medial e lateral (quadril e ombro);
supinação (antebraço) e pronação; inversão (pé) e versão (HOUGLUM;
BERTOTI, 2014).

EIXOS DE ROTAÇÃO
Você já parou para pensar que existe um eixo de rotação destacado durante
um simples movimento exercido por um indivíduo? Se sua resposta foi “sim”,
ótimo! Você já começou a entender o conceito que existe por trás de um
movimento. Se a sua resposta foi “não”, fique despreocupado. Você
conhecerá mais detalhes sobre esse assunto agora. Vamos lá!
De acordo com Floyd (2016), à medida que ocorre o movimento num
determinado plano, a articulação se movimenta ou gira ao redor de um eixo
que possui relação de 90° com o plano. Com base na sua orientação,
denominam-se os eixos (Figura 4).

Figura 4 | Planos de movimento e eixos de rotação. A – plano sagital com eixo


frontal; B – plano frontal com eixo sagital; C – plano transverso com eixo
vertical

Fonte: Floyd (2016, p. 6).

O Quadro 1, a seguir, mostra a relação dos planos de movimento com seus


respectivos eixos de rotação.

Quadro 1 | Planos de movimento e eixos de rotação

Plano

Descrição do plano
Eixo de rotação

Descrição do eixo

Movimentos comuns

Sagital (anteroposterior ou AP)

Divide o corpo nas porções direita e esquerda

Frontal (coronal, lateral ou mediolateral)

Corre no sentido medial/lateral

Flexão, extensão

Frontal (lateral, coronal)

Divide o corpo nas porções anterior e posterior

Sagital (anteroposterior ou AP)

Corre no sentido anterior/posterior

Abdução, adução

Transverso (axial, horizontal)

Divide o corpo nas porções superior e inferior

Vertical (longitudinal ou longo)

Corre no sentido superior/inferior

Rotação medial, rotação lateral

Fonte: elaborada pelo autor.

Eixo frontal, coronal, lateral ou mediolateral


Como o plano sagital percorre o sentido anterior para posterior, seu eixo se
estende de lado a lado. Tal eixo recebe uma denominação similar, pois segue
na mesma orientação direcional que o plano de movimento frontal.
Conforme o cotovelo flexiona e estende no plano sagital ao longo de uma
flexão de bíceps, o antebraço gira em volta de um eixo frontal que percorre
lateralmente por meio da articulação do cotovelo. A denominação de eixo
bilateral também pode ser concedida ao eixo frontal (FLOYD, 2016;
HOUGLUM; BERTOTI, 2014).

Eixo sagital ou anteroposterior


O movimento que acontece no plano frontal gira em volta de um eixo sagital,
o qual acompanha a mesma orientação direcional que o plano de movimento
sagital e percorre no sentido de frente para trás, seguindo um ângulo reto em
relação ao plano frontal de movimento. Durante a abdução e a adução do
quadril no decorrer dos polichinelos, o fêmur gira em volta de um eixo que
perpassa da região da frente para trás por meio da articulação do quadril
(FLOYD, 2016; HOUGLUM; BERTOTI, 2014).

Eixo vertical ou longitudinal


O eixo vertical também é conhecido como eixo longitudinal ou longo. Desce
em linha reta pelo cume da cabeça, criando um ângulo reto juntamente com
o plano de movimento transverso. No ato de girar ou virar a cabeça da direita
para a esquerda, advertindo um sinal de desaprovação, o crânio e as
vértebras cervicais giram em volta de um eixo, que desce de maneira vertical
pela coluna vertebral (FLOYD, 2016; HOUGLUM; BERTOTI, 2014).

Eixo diagonal ou oblíquo


O eixo diagonal (Figura 5), também denominado eixo oblíquo, percorre em
ângulo reto com o plano diagonal.

Figura 5 | Planos diagonais e eixos de rotação. A – movimento e eixo do


membro superior no plano diagonal elevado; B – movimento e eixo do
membro superior no plano diagonal baixo; C – movimento e eixo do membro
inferior no plano diagonal baixo


Fonte: Floyd (2016, p. 7).

Durante o movimento da articulação glenoumeral (ombro) no sentido de


abdução diagonal para a realização da adução diagonal ao longo de um
lançamento/arremesso num nível acima da cabeça, seu eixo percorre
perpendicularmente ao plano por meio da cabeça do úmero (FLOYD, 2016;
HOUGLUM; BERTOTI, 2014).

VÍDEO RESUMO
A investigação acerca do movimento humano vem evoluindo para uma
ciência que verifica teorias e princípios voltados à anatomia do corpo, na
intenção de analisar os aspectos compreendidos pela fisiologia, física,
mecânica, biomecânica e antropologia, o que atribui a essas diferentes áreas
de estudo uma forte ligação. Conhecer as forças que existem no movimento é
de grande valia no atendimento podológico, já que alterações nesses
mecanismos podem ter relação com anomalias e disfunções nos pés.

Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas estudados nesta etapa de
aprendizagem, indico a leitura do artigo desenvolvido por Bini et al. (2008). O
objetivo dessa pesquisa foi avaliar o comportamento do TR de uma máquina
de musculação utilizada para a realização do exercício de extensão dos
joelhos em CCA e, em seguida, realizar um ensaio teórico a partir do
comportamento do TR, no intuito de estimar as forças internas na articulação
tibiofemoral.
Além disso, é interessante que você faça a leitura do texto escrito por Amadio
e Serrão (2011), cuja intenção foi caracterizar a biomecânica como uma área
de conhecimento fortemente envolvida com a identificação de parâmetros
mecânicos capazes de influenciar o rendimento esportivo e a melhora da
qualidade de vida.

Aula 2
ARTICULAÇÕES DO PÉ
Você aprenderá quais perguntas devem ser feitas durante uma anamnese, na
intenção de identificar possíveis lesões nos pés, além de entender o que
precisa ser observado no período da avaliação.

31 minutos

INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula você ficará por dentro de um assunto de extrema
importância para a área da podologia, já que, de posse desse conhecimento,
você terá domínio sobre as características das articulações do pé,
conhecendo as diferentes posições dessa parte do corpo, que são: retropé,
mediopé e antepé. Para tanto, você aprenderá quais perguntas devem ser
feitas durante uma anamnese, na intenção de identificar possíveis lesões nos
pés, além de entender o que precisa ser observado no período da avaliação.
A maior parte da população apresenta problemas ou alterações nos pés, os
quais podem ser corrigidos a partir de uma correta avaliação, tratamento e
também por meio de cuidados com os pés. As lesões no tornozelo e no pé
podem alterar a mecânica da marcha e impor estresse sobre algumas outras
articulações dos membros inferiores, desencadeando, possivelmente, certas
patologias nessas regiões.

RETROPÉ, MEDIOPÉ E ANTEPÉ

Retropé

Articulação tibiofibular
A articulação tibiofibular inferior (distal) do tipo fibroso, ou sindesmose, é
sustentada pelos ligamentos tibiofibular anterior, transverso inferior,
tibiofibular posterior e ligamentos interósseos (Figura 1). Permite uma
pequena quantidade de deslocamentos em virtude dos mínimos movimentos
dessa articulação. A dorsiflexão da articulação do tornozelo promove o
movimento da fíbula para cima, impondo estresse sobre a articulação
tibiofibular inferior no tornozelo e sobre a articulação tibiofibular superior no
joelho. Na dorsiflexão a fíbula tem maior poder de suporte da carga axial. A
articulação é inervada pelos nervos fibular profundo e tibial (MAGEE, 2010;
TORTORA; DERRICKSON, 2017).

Articulação talocrural (tornozelo)


Articulação talocrural (tornozelo)
É uma articulação sinovial uniaxial modificada do tipo dobradiça, localizada
entre o tálus, o maléolo medial da tíbia e o maléolo lateral da fíbula. O tálus
tem uma forma durante a dorsiflexão que permite sua inserção como uma
cunha entre os maléolos, viabilizando uma pequena inversão ou eversão no
nível da articulação do tornozelo ou impossibilitando tais movimentos. O
maléolo medial é mais curto e se estende do meio caminho até o tálus. Já o
maléolo lateral se estende até o nível da articulação subtalar. A articulação é
inervada por ramos dos nervos tibial e fibular profundo (MAGEE, 2010;
TORTORA; DERRICKSON, 2017).

Figura 1 | Ligamentos do retropé e mediopé. A – com vista medial; B – com


vista lateral

Fonte: Magee (2010, p. 845).

Mediopé (articulações mediotarsais)


Uma quantidade mínima de movimento é permitida apenas com as
articulações mediotarsais. Contudo, quando em conjunto, essas estruturas
viabilizam um movimento formidável para o pé, permitindo que ele se adapte
a várias posições distintas sem conferir indevido esforço sobre as
articulações. Articulação de Chopart é um termo que se refere à coletividade
de articulações mediotarsais entre o táluscalcâneo e o navicularcuboide
(MAGEE, 2010).

Articulação talocalcaneonavicular
Articulação sinovial esferoidal (do tipo “bola e soquete”) com três graus de
liberdade. A supinação é a posição máxima de congruência, sustentada pelos
ligamentos talonavicular dorsal, calcaneonavicular plantar e bifurcado (Figura
1) (MAGEE, 2010).

Articulação cuneonavicular
Articulação sinovial plana com posição de congruência máxima em
supinação, cujos movimentos possíveis são de discreto deslizamento e
rotação (MAGEE, 2010).

Articulação cuboideonavicular
É fibrosa e sua posição de congruência máxima é de supinação, com
movimentos de discreto deslizamento e rotação (MAGEE, 2010).

Articulações intercuneiformes
Articulações sinoviais planas com uma posição de congruência máxima em
supinação, apresentando movimentos de leve deslizamento e rotação
(MAGEE, 2010).

Articulação cuneocuboidea
Articulação sinovial plana com uma posição de congruência máxima em
supinação, apresentando movimentos de deslizamento e rotação (MAGEE,
2010).

Articulação calcaneocuboidea
Possui forma de sela, com uma posição de congruência máxima em
supinação. Um ligamento bifurcado, calcaneocuboideo e plantares longos
sustentam essa articulação, a qual apresenta movimentos de deslizamento
com rotação concomitante (MAGEE, 2010).

Antepé
Articulações tarsometatarsais
Articulações sinoviais planas com posição de congruência máxima em
supinação, possuindo movimento de deslizamento (MAGEE, 2010).

Articulações metatarsofalângicas
As cinco articulações metatarsofalângicas são articulações sinoviais
condiloides com dois graus de liberdade. A extensão completa é a posição de
congruência máxima, com movimentos de flexão, extensão, abdução e
adução (MAGEE, 2010).

Articulações interfalângicas
Articulações em dobradiça, sinoviais, com um grau de liberdade. A posição de
congruência máxima é em extensão completa, e o padrão capsular é de
maior limitação na flexão do que na extensão, com movimentos de flexão e
extensão (MAGEE, 2010).

ANAMNESE
perna, o tornozelo, o joelho e o pé do paciente. O profissional, nesse caso,
precisa obter algumas informações de seu paciente, com base nas seguintes
perguntas:
1. Qual é a profissão do paciente? O fato de a pessoa atendida permanecer
muito tempo em pé, em associação com o tipo de superfície sobre a qual se
sustenta, pode ter relação com a causa do problema (HALL, 2021; KAPANDJI,
2013; MAGEE, 2010).
2. O que ocasionou a lesão? No momento, como estava posicionado o pé?
Entorses de tornozelo acontecem com mais frequência no instante em que o
pé está invertido, aduzido e em flexão plantar, com lesão do ligamento
talofibular anterior, da cápsula anterolateral e do ligamento tibiofibular distal.
A fratura maleolar ou da cúpula talar e a síndrome do seio do tarso podem
ser ocasionadas por causa desse mecanismo (HALL, 2021; KAPANDJI, 2013;
MAGEE, 2010). A Figura 2, a seguir, apresenta alguns dos mais comuns
mecanismos de lesão do tornozelo.

Figura 2 | A – lesão por rotação lateral em supinação; B – lesão por adução


em supinação; C – lesão por rotação lateral em pronação; D – lesão por
abdução em pronação

Fonte: Magee (2010, p. 849).

3. Quando a lesão ocorreu, o paciente observou alguma deformidade


temporária ou fixa no pé ou tornozelo? Algum bloqueio transitório foi
apresentado, como corpo livre ou espasmo muscular? Uma resposta
afirmativa pode indicar fratura, que culmina no aumento imediato do
volume, o qual diminui à medida que se distribui para os tecidos
circunvizinhos (HALL, 2021; MAGEE, 2010).
4. Após a lesão, o paciente continuou com sua atividade? Caso a resposta
seja afirmativa, provavelmente a lesão não é muito grave, contanto que não
apresente perda da estabilidade. Em casos de lesão grave, o paciente tem dor
intensa, incapacidade de sustentar peso e aumento rápido de volume
(MAGEE, 2010).
5. Apresentou aumento de volume ou equimose (Figura 3)? De que forma se
manifestou a lesão e com qual velocidade? A partir dessa informação, pode-
se obter uma ideia sobre o tipo de aumento de volume (sinovial, sanguíneo,
purulento), classificando-o, também, como extracapsular ou intracapsular
(HALL, 2021; MAGEE, 2010).

Figura 3 | Equimose após fratura do quinto dedo

Fonte: Magee (2010, p. 850).

A Figura 4, a seguir, exibe uma lesão do tipo skate bite, na qual há um


aumento de volume nos tendões extensores do pé acarretado pela irritação
em função do uso de patins de gelo apertados (HALL, 2021; MAGEE, 2010).

Figura 4 | Skate bite – aumento de volume sobre os tendões extensores


Fonte: Magee (2010, p. 850).

6. Os sintomas estão melhores, piores ou iguais? É necessário coletar


informações sobre o início, duração e intensidade dos sintomas (agudo,
subagudo, crônico) (HALL, 2021; MAGEE, 2010).
7. Qual é a atividade usual do paciente? A resposta a esse questionamento
fornecerá informações relevantes sobre os estresses impostos à perna, ao
tornozelo e ao pé da pessoa atendida. Além disso, será possível verificar se o
paciente está sofrendo de uma lesão por estresse repetitivo (HALL, 2021;
MAGEE, 2010).
8. Quais os tipos de calçados utilizados? Qual o tipo de salto? Os calçados
possuem boas condições? Faz uso de órtese? Ao marcar uma avalição,
recomenda-se pedir que o paciente use os calçados que costuma utilizar no
dia a dia, para que se possa verificar o padrão usual de desgaste. Desse
modo, é possível determinar se os calçados proveem um suporte adequado.
Se a pessoa em atendimento faz uso de órtese, será necessário utilizá-la no
dia da avaliação (HALL, 2021; KAPANDJI, 2013; MAGEE, 2010).

OBSERVAÇÃO
De acordo com Hall (2021) e Magee (2010), a observação do pé deve ser
extensa, em função dos estresses aos quais essa região do corpo é
submetida, fato que pode externar sinais de problemas e patologias
sistêmicas. Diante disso, o profissional de podologia deve realizar uma
inspeção minuciosa e cuidadosa.
Ao efetuar a inspeção, deve-se fazer uma comparação entre a postura com
sustentação de peso (cadeia fechada) e a postura sem sustentação de peso
(cadeia aberta) do pé. Durante o movimento de cadeia aberta, o tálus é
considerado fixo; mas, no período do movimento de cadeia fechada, o tálus
se move no intuito de ajudar o pé e a perna a se adaptarem ao solo e aos
estresses aplicados sobre o pé. A postura do pé com sustentação de peso
mostra como o corpo compensa anormalidades estruturais (Figura 5).

Figura 5 | A – supinação em cadeia fechada (com sustentação de peso) da


articulação subtalar (pé direito); B – pronação em cadeia fechada (com
sustentação de peso) da articulação subtalar (pé direito)


Fonte: Magee (2010, p. 852).

As capacidades funcionais e estruturais sem compensação são reveladas pela


postura sem sustentação (Figura 6). A observação do paciente deve ser feita
de frente, de lado e de costas na posição com sustentação de peso (em pé);
bem como de frente, de lado e de costas na posição sentada, com as pernas e
os pés sem sustentação de peso. O profissional precisa examinar a disposição
e a capacidade do paciente de usar os pés. Os contornos ósseos e de tecidos
moles do pé devem estar normais e qualquer desvio precisa ser anotado.
Algumas vezes, podem-se encontrar calosidades dolorosas sobre
proeminências ósseas anormais. Além disso, qualquer cicatriz ou fístula
também deve ser registrada (HALL, 2021; KAPANDJI, 2013; MAGEE, 2010).

Figura 6 | A – supinação em cadeia aberta (sem sustentação de peso) da


articulação subtalar (pé direito); B – pronação em cadeia aberta (sem
sustentação de peso) da articulação subtalar (pé direito)

Fonte: Magee (2010, p. 852).

Com o paciente em pé, o profissional precisa verificar se os quadris e


o tronco do paciente encontram-se em posição normal. A excessiva rotação
lateral do quadril ou a rotação do tronco para longe do quadril oposto
aumenta o arco longitudinal medial do pé, ao mesmo tempo que a rotação
medial do quadril ou a rotação do tronco em direção ao quadril oposto tende
a retificar o arco (Figura 7) (HALL, 2021; KAPANDJI, 2013; MAGEE, 2010).

Figura 7 | A – durante a postura estática, as forças de reação do solo (setas)


direcionadas para cima contra a face plantar de ambos os pés mantêm o
equilíbrio e a estabilidade das extremidades inferiores e da pelve no plano
transverso; B – o tronco é rotado para a direita, o pé direito sofre um
movimento de supinação e o esquerdo sofre um movimento de pronação. O
antepé direito é invertido; C – o tronco é rotado para a esquerda, a reação do
solo impõe forças desiguais contra o antepé esquerdo e forças iguais contra o
antepé direito

Fonte: Magee (2010, p. 853).

A rotação medial do quadril também causa “pés de pombo”, uma condição


comumente associada à torção ou à rotação medial da tíbia. Se o trato
iliotibial estiver encurtado, isso poderá causar eversão e rotação lateral do pé
(HALL, 2021; KAPANDJI, 2013; MAGEE, 2010).
O profissional deve observar como o paciente fica em pé e como ele anda.

VÍDEO RESUMO
O pé e o tornozelo possuem a combinação de flexibilidade e estabilidade
graças à grande quantidade de ossos que apresentam, às suas formas e às
fixações. As regiões da perna, do tornozelo e do pé carregam duas funções
principais: a propulsão e o suporte. Na propulsão, tais estruturas atuam como
uma alavanca flexível. Já no suporte, agem como uma armação rígida que
suporta o corpo inteiro. As articulações do pé são divididas em três partes:
retropé, mediopé e antepé.

Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas estudados nesta etapa de
aprendizagem, indico a leitura do artigo desenvolvido por Teixeira e Olney
(1997), que apresenta um breve resumo sobre a anatomia do tornozelo e do
pé, proporcionando uma base teórica que ajudará você a obter uma
compreensão mais efetiva sobre a dualidade de funções dessas estruturas.
Além disso, é interessante que você faça a leitura do texto escrito
por Bosco et al. (2018), sugerido a seguir, o qual descreve dois relatos de
casos de cisto ósseo aneurismático de apresentação no retropé e seus
respectivos métodos de tratamento.

Aula 3
MOVIMENTOS DOS SEGMENTOS E DO CORPO
Você ampliará seus conhecimentos sobre os movimentos dos segmentos e do
corpo, compreendendo, de forma clara e correta, como ocorre a classificação
das articulações, dos movimentos angulares em articulações e dos
movimentos especiais em articulações.

35 minutos

INTRODUÇÃO
Nesta aula você ampliará seus conhecimentos sobre os movimentos dos
segmentos e do corpo, compreendendo, de forma clara e correta, como
ocorre a classificação das articulações, dos movimentos angulares em
articulações e dos movimentos especiais em articulações.
As articulações são entendidas como entidades, ou mesmo junções
anatômicas, localizadas entre dois ou mais ossos. Constituem-se como locais
onde os ossos estão recobertos e circundados por um tecido conjuntivo, o
que os deixa unidos e ajuda a determinar o tipo e grau do movimento
exercido entre eles. O estudo sobre a classificação, estrutura e função das
articulações é denominada como artrologia.
As articulações favorecem e contribuem com a movimentação do corpo
humano. De posse desse conhecimento, o profissional responsável por
examinar essas estruturas terá maior domínio sobre as particularidades das
articulações e será capaz de identificar possíveis lesões que desencadeiam
alterações na marcha e, por consequência, prejudicam a locomoção do
paciente.

CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES


A execução de diversos movimentos se torna possível graças à articulação de
dois ou mais ossos. O nome atribuído à articulação é determinado
pela extensão e pelo tipo de movimento realizado.
Existe um limite quanto ao tipo e à quantidade de movimento de cada
articulação. Isso acontece pelo fato de que, na estrutura óssea, algumas
articulações não exercem movimento, outras são ligeiramente móveis e
existem, ainda, as que apresentam movimento livre e com diversos graus de
amplitude. Em todo ser humano, os tipos e a amplitude dos movimentos são
semelhantes, porém a liberdade, amplitude e vigor dos movimentos se
limitam por causa da configuração dos ossos, do modo como estes se
encaixam e, por fim, dos músculos e ligamentos (FLOYD, 2016; TORTORA;
DERRICKSON, 2017).
A combinação de resistência e flexibilidade de uma articulação é definida
pela sua estrutura. O movimento das articulações também é estipulado pela
forma de articulação dos ossos, pela flexibilidade (tônus ou tensão) dos
ligamentos que sustentam os ossos unidos e pela tensão dos músculos e
tendões adjuntos. Além disso, os hormônios podem afetar a flexibilidade das
articulações. Nos estágios finais da gravidez, por exemplo, é liberado o
hormônio relaxina, o qual eleva a flexibilidade da fibrocartilagem da sínfise
púbica e promove o afrouxamento dos ligamentos entre o sacro e o osso do
quadril. Com essas alterações, acontece o aumento na abertura inferior da
pelve, o que auxilia o nascimento do bebê (TORTORA; DERRICKSON, 2017).
De acordo com Tortora e Derrickson (2017), as articulações são classificadas
quanto à sua estrutura, com base nas características anatômicas que
possuem, e quanto à sua funcionalidade, com base no movimento que
realizam.

Classificação estrutural
A classificação estrutural das articulações é realizada de acordo com dois
critérios: (1) presença ou ausência de um espaço no meio dos ossos que se
articulam, denominado de cavidade articular; e (2) tipo de tecido conectivo
que sustenta os ossos unidos.
Segundo Floyd (2016), no que diz respeito à estrutura, as articulações são
categorizadas nos seguintes tipos:
• Articulações fibrosas: não têm cavidade articular, são ricas em fibras
colágenas e os ossos são ligados por tecido conectivo denso não modelado.
• Articulações cartilagíneas: não possuem cavidade articular e os ossos são
ligados por cartilagem.
• Articulações sinoviais: os ossos que desenvolvem a articulação têm uma
cavidade articular, sendo unidos pelo tecido conectivo denso não modelado
de uma cápsula articular e por ligamentos acessórios.

Classificação funcional
Tortora e Derrickson (2017) afirmam que a classificação funcional das
articulações tem relação com o grau de movimento existente. As articulações
funcionais são categorizadas nos seguintes tipos:
• Sinartrose: articulação fixa.
• Anfiartrose: articulação com pouca mobilidade.
• Diartrose: articulação livremente móvel. Todas são consideradas
articulações sinoviais, exprimindo variedade com relação às formas, o que
viabiliza a execução de diferentes tipos de movimentos.
Existe uma sobreposição expressiva entre os sistemas de classificação por
causa da forte associação no âmbito das estruturas e funções. Ou seja, ocorre
uma quantidade maior de semelhanças do que de diferenças entre os dois
membros em relação a cada um dos seguintes pares: articulações
sinartrodiais e fibrosas; e articulações diartrodiais e sinoviais. No entanto,
existem articulações que não se encaixam perfeitamente em nenhum dos
sistemas (HOUGLUM; BERTOTI, 2014; KAPANDJI, 2013).
Vários profissionais, como fisioterapeutas, podólogos, anatomistas e
cinesiologistas, utilizam uma terminologia própria para indicar os tipos de
movimentos específicos que acontecem numa articulação sinovial. Esses
termos concisos fazem a indicação da forma e direção de movimento ou da
relação de uma região do corpo com outra no decorrer do movimento. O
termo amplitude de movimento (ROM, do inglês range of motion) tem como
referência a amplitude, calculada em graus, num círculo, com a qual os ossos
de uma articulação fazem o movimento. Os movimentos que acontecem nas
articulações sinoviais são agrupados em quatro categorias: deslizamento,
movimentos angulares, rotação e movimentos especiais. Nesta última
categoria estão incluídos movimentos que ocorrem apenas em determinadas
articulações (FLOYD, 2016; HALL, 2021; MAGEE, 2010; TORTORA;
DERRICKSON, 2017).

MOVIMENTOS ANGULARES EM ARTICULAÇÕES


Como você identificaria os movimentos de deslizamento e angulares das
articulações? Vamos conhecê-los agora!

Deslizamento
O deslizamento é considerado um movimento simples, no qual faces
relativamente planas do osso mexem-se para a frente e para trás, assim como
de um lado para o outro, de forma recíproca (Figura 1). Isso ocorre na região
entre a clavícula e o acrômio da escápula, alocando o membro superior ao
lado do corpo humano, de maneira que ele se eleva para cima da cabeça e se
abaixa novamente. Movimentos de deslizamento são limitados em relação a
amplitude, em virtude da estrutura de ajuste frouxo da cápsula articular e
dos ligamentos e ossos associados (FLOYD, 2016; TORTORA; DERRICKSON,
2017).

Figura 1 | Deslizamento entre intercarpais

Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 170).

Movimentos angulares
Existe, nesses movimentos, aumento ou diminuição do ângulo entre os ossos
articulantes. Os principais movimentos angulares são circundação, abdução,
adução, flexão, extensão e hiperextensão, os quais se manifestam quando o
corpo está na posição anatômica.
Na circundução ocorre o movimento de extremidade distal com uma parte
do corpo em círculo (Figura 2), não como um movimento isolado, mas sim
como uma sequência contínua de abdução, flexão, adução e extensão. Assim,
tal movimento não acontece ao longo de um plano separado de movimento.
No quadril a circundução é mais limitada por causa da maior tensão nos
ligamentos e músculos, bem como em decorrência da profundidade do
acetábulo na articulação do quadril (FLOYD, 2016; TORTORA; DERRICKSON,
2017).

Figura 2 | Movimentos de circundução

Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 172).

Abdução ou desvio radial é o movimento de um osso para longe da linha


mediana do corpo, enquanto adução ou desvio ulnar é o movimento de um
osso em direção à linha mediana do corpo. Geralmente esses movimentos
acontecem no decorrer do plano frontal (Figura 3). Em cada caso, quando se
realiza o movimento em direção oposta, produz-se a adução (TORTORA;
DERRICKSON, 2017).

Figura 3 | Movimentos de abdução e adução

Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 172).

Na flexão acontece uma diminuição do ângulo entre os ossos articulantes. Já


na extensão ocorre uma elevação com aumento do ângulo entre os ossos
articulantes, normalmente para fornecer a recolocação de uma parte do
corpo na posição anatômica após um movimento de flexão. Os movimentos
de flexão e extensão, no geral, acontecem ao longo do plano sagital.
A hiperextensão é assim denominada pelo fato de o movimento gerado ser
uma continuação da extensão para além da posição anatômica (FLOYD, 2016;
TORTORA; DERRICKSON, 2017). Na Figura 4, a seguir, é possível observar, de
forma nítida, os movimentos de flexão, extensão e hiperextensão, bem como
suas diferenças.

Figura 4 | Movimentos de flexão, extensão e hiperextensão

Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 171).

Alguns exemplos de flexão abrangem: a inclinação da cabeça na direção do


peito (Figura 4a); o processo de caminhar, quando os braços balançam e
realiza-se o movimento do úmero para a frente, na articulação do ombro
(Figura 4b); o movimento do antebraço em direção ao braço (Figura 4c); o
movimento da palma da mão na direção do antebraço (Figura 4d); o ato de
caminhar quando há o movimento do fêmur para a frente (Figura 4e); e o
movimento de flexão dos joelhos (Figura 4f) (TORTORA; DERRICKSON, 2017).

MOVIMENTOS ESPECIAIS EM ARTICULAÇÕES


Você já se perguntou como ocorrem os movimentos de rotação e os
movimentos especiais desempenhados pelas articulações do corpo? Vamos
conhecê-los agora e entender mais sobre o assunto!

Rotação
No movimento de rotação, um osso gira ao redor do seu próprio eixo
longitudinal. Como exemplo, podemos citar o ato de uma pessoa virar a
cabeça de um lado para o outro, como quando queremos sinalizar com
movimentos a resposta negativa – “não” (Figura 5a). Já nos membros, a
rotação tem como definição a sua relação com a linha mediana. Quando a
face anterior do osso de um membro gira em direção à linha mediana, o
movimento recebe o nome de rotação medial (interna).
Vamos fazer um breve exercício! Você pode girar medialmente o seu úmero
na articulação do ombro obedecendo aos seguintes passos: inicie na posição
anatômica, depois flexione o seu cotovelo e, na sequência, leve a palma da
sua mão em direção ao tórax (Figura 5b). Pronto, você realizou o exercício!
Caso a face anterior do osso de um membro esteja girada para longe da linha
mediana, o movimento receberá o nome de rotação lateral (externa), como é
possível visualizar na Figura 5b, a seguir (FLOYD, 2016; TORTORA;
DERRICKSON, 2017).

Figura 5 | Movimentos de rotação nas articulações

Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 171).

Movimentos especiais
De acordo com Floyd (2016), Tortora e Derrickson (2017), os movimentos
especiais acontecem exclusivamente em certas articulações, as quais incluem
os movimentos de elevação, depressão, protração, retração, inversão, eversã

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