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Podoposturologia
30 minutos
• Aula 2 - Articulações do pé
31 minutos
35 minutos
32 minutos
• Referências
10 minutos
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A-AA+
PODOPOSTUROLOGIA
138 minutos
• Aula 2 - Articulações do pé
• Referências
Aula 1
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA DA POSTURA
Nesta aula você terá acesso a novos saberes e embarcará num mundo de
horizontes que proporcionarão a expansão de conhecimentos sobre o corpo
humano.
30 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Boas-vindas! Nesta aula você terá acesso a novos saberes e
embarcará num mundo de horizontes que proporcionarão a expansão de
conhecimentos sobre o corpo humano, a fim de mostrar a beleza presente na
realização dos movimentos. Aprender sobre o movimento do corpo humano
exige do profissional da podologia grande dedicação e esforço, para que seja
possível compreender e ter a percepção não somente de áreas específicas da
anatomia, mas também do conjunto de sistemas que desempenham a função
de deslocamento da estrutura corporal.
O conhecimento da mecânica do movimento aponta a importância de se
compreender a função dos ossos, músculos e articulações que fazem parte
do sistema musculoesquelético, assim como das forças que interagem com
esses componentes e são cruciais para a realização do movimento funcional
do corpo.
Fonte: Freepik.
EIXOS DE ROTAÇÃO
Você já parou para pensar que existe um eixo de rotação destacado durante
um simples movimento exercido por um indivíduo? Se sua resposta foi “sim”,
ótimo! Você já começou a entender o conceito que existe por trás de um
movimento. Se a sua resposta foi “não”, fique despreocupado. Você
conhecerá mais detalhes sobre esse assunto agora. Vamos lá!
De acordo com Floyd (2016), à medida que ocorre o movimento num
determinado plano, a articulação se movimenta ou gira ao redor de um eixo
que possui relação de 90° com o plano. Com base na sua orientação,
denominam-se os eixos (Figura 4).
Plano
Descrição do plano
Eixo de rotação
Descrição do eixo
Movimentos comuns
Flexão, extensão
Abdução, adução
•
Fonte: Floyd (2016, p. 7).
VÍDEO RESUMO
A investigação acerca do movimento humano vem evoluindo para uma
ciência que verifica teorias e princípios voltados à anatomia do corpo, na
intenção de analisar os aspectos compreendidos pela fisiologia, física,
mecânica, biomecânica e antropologia, o que atribui a essas diferentes áreas
de estudo uma forte ligação. Conhecer as forças que existem no movimento é
de grande valia no atendimento podológico, já que alterações nesses
mecanismos podem ter relação com anomalias e disfunções nos pés.
Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas estudados nesta etapa de
aprendizagem, indico a leitura do artigo desenvolvido por Bini et al. (2008). O
objetivo dessa pesquisa foi avaliar o comportamento do TR de uma máquina
de musculação utilizada para a realização do exercício de extensão dos
joelhos em CCA e, em seguida, realizar um ensaio teórico a partir do
comportamento do TR, no intuito de estimar as forças internas na articulação
tibiofemoral.
Além disso, é interessante que você faça a leitura do texto escrito por Amadio
e Serrão (2011), cuja intenção foi caracterizar a biomecânica como uma área
de conhecimento fortemente envolvida com a identificação de parâmetros
mecânicos capazes de influenciar o rendimento esportivo e a melhora da
qualidade de vida.
Aula 2
ARTICULAÇÕES DO PÉ
Você aprenderá quais perguntas devem ser feitas durante uma anamnese, na
intenção de identificar possíveis lesões nos pés, além de entender o que
precisa ser observado no período da avaliação.
31 minutos
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula você ficará por dentro de um assunto de extrema
importância para a área da podologia, já que, de posse desse conhecimento,
você terá domínio sobre as características das articulações do pé,
conhecendo as diferentes posições dessa parte do corpo, que são: retropé,
mediopé e antepé. Para tanto, você aprenderá quais perguntas devem ser
feitas durante uma anamnese, na intenção de identificar possíveis lesões nos
pés, além de entender o que precisa ser observado no período da avaliação.
A maior parte da população apresenta problemas ou alterações nos pés, os
quais podem ser corrigidos a partir de uma correta avaliação, tratamento e
também por meio de cuidados com os pés. As lesões no tornozelo e no pé
podem alterar a mecânica da marcha e impor estresse sobre algumas outras
articulações dos membros inferiores, desencadeando, possivelmente, certas
patologias nessas regiões.
Retropé
Articulação tibiofibular
A articulação tibiofibular inferior (distal) do tipo fibroso, ou sindesmose, é
sustentada pelos ligamentos tibiofibular anterior, transverso inferior,
tibiofibular posterior e ligamentos interósseos (Figura 1). Permite uma
pequena quantidade de deslocamentos em virtude dos mínimos movimentos
dessa articulação. A dorsiflexão da articulação do tornozelo promove o
movimento da fíbula para cima, impondo estresse sobre a articulação
tibiofibular inferior no tornozelo e sobre a articulação tibiofibular superior no
joelho. Na dorsiflexão a fíbula tem maior poder de suporte da carga axial. A
articulação é inervada pelos nervos fibular profundo e tibial (MAGEE, 2010;
TORTORA; DERRICKSON, 2017).
Articulação talocalcaneonavicular
Articulação sinovial esferoidal (do tipo “bola e soquete”) com três graus de
liberdade. A supinação é a posição máxima de congruência, sustentada pelos
ligamentos talonavicular dorsal, calcaneonavicular plantar e bifurcado (Figura
1) (MAGEE, 2010).
Articulação cuneonavicular
Articulação sinovial plana com posição de congruência máxima em
supinação, cujos movimentos possíveis são de discreto deslizamento e
rotação (MAGEE, 2010).
Articulação cuboideonavicular
É fibrosa e sua posição de congruência máxima é de supinação, com
movimentos de discreto deslizamento e rotação (MAGEE, 2010).
Articulações intercuneiformes
Articulações sinoviais planas com uma posição de congruência máxima em
supinação, apresentando movimentos de leve deslizamento e rotação
(MAGEE, 2010).
Articulação cuneocuboidea
Articulação sinovial plana com uma posição de congruência máxima em
supinação, apresentando movimentos de deslizamento e rotação (MAGEE,
2010).
Articulação calcaneocuboidea
Possui forma de sela, com uma posição de congruência máxima em
supinação. Um ligamento bifurcado, calcaneocuboideo e plantares longos
sustentam essa articulação, a qual apresenta movimentos de deslizamento
com rotação concomitante (MAGEE, 2010).
Antepé
Articulações tarsometatarsais
Articulações sinoviais planas com posição de congruência máxima em
supinação, possuindo movimento de deslizamento (MAGEE, 2010).
Articulações metatarsofalângicas
As cinco articulações metatarsofalângicas são articulações sinoviais
condiloides com dois graus de liberdade. A extensão completa é a posição de
congruência máxima, com movimentos de flexão, extensão, abdução e
adução (MAGEE, 2010).
Articulações interfalângicas
Articulações em dobradiça, sinoviais, com um grau de liberdade. A posição de
congruência máxima é em extensão completa, e o padrão capsular é de
maior limitação na flexão do que na extensão, com movimentos de flexão e
extensão (MAGEE, 2010).
ANAMNESE
perna, o tornozelo, o joelho e o pé do paciente. O profissional, nesse caso,
precisa obter algumas informações de seu paciente, com base nas seguintes
perguntas:
1. Qual é a profissão do paciente? O fato de a pessoa atendida permanecer
muito tempo em pé, em associação com o tipo de superfície sobre a qual se
sustenta, pode ter relação com a causa do problema (HALL, 2021; KAPANDJI,
2013; MAGEE, 2010).
2. O que ocasionou a lesão? No momento, como estava posicionado o pé?
Entorses de tornozelo acontecem com mais frequência no instante em que o
pé está invertido, aduzido e em flexão plantar, com lesão do ligamento
talofibular anterior, da cápsula anterolateral e do ligamento tibiofibular distal.
A fratura maleolar ou da cúpula talar e a síndrome do seio do tarso podem
ser ocasionadas por causa desse mecanismo (HALL, 2021; KAPANDJI, 2013;
MAGEE, 2010). A Figura 2, a seguir, apresenta alguns dos mais comuns
mecanismos de lesão do tornozelo.
•
Fonte: Magee (2010, p. 850).
OBSERVAÇÃO
De acordo com Hall (2021) e Magee (2010), a observação do pé deve ser
extensa, em função dos estresses aos quais essa região do corpo é
submetida, fato que pode externar sinais de problemas e patologias
sistêmicas. Diante disso, o profissional de podologia deve realizar uma
inspeção minuciosa e cuidadosa.
Ao efetuar a inspeção, deve-se fazer uma comparação entre a postura com
sustentação de peso (cadeia fechada) e a postura sem sustentação de peso
(cadeia aberta) do pé. Durante o movimento de cadeia aberta, o tálus é
considerado fixo; mas, no período do movimento de cadeia fechada, o tálus
se move no intuito de ajudar o pé e a perna a se adaptarem ao solo e aos
estresses aplicados sobre o pé. A postura do pé com sustentação de peso
mostra como o corpo compensa anormalidades estruturais (Figura 5).
•
Fonte: Magee (2010, p. 852).
VÍDEO RESUMO
O pé e o tornozelo possuem a combinação de flexibilidade e estabilidade
graças à grande quantidade de ossos que apresentam, às suas formas e às
fixações. As regiões da perna, do tornozelo e do pé carregam duas funções
principais: a propulsão e o suporte. Na propulsão, tais estruturas atuam como
uma alavanca flexível. Já no suporte, agem como uma armação rígida que
suporta o corpo inteiro. As articulações do pé são divididas em três partes:
retropé, mediopé e antepé.
Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas estudados nesta etapa de
aprendizagem, indico a leitura do artigo desenvolvido por Teixeira e Olney
(1997), que apresenta um breve resumo sobre a anatomia do tornozelo e do
pé, proporcionando uma base teórica que ajudará você a obter uma
compreensão mais efetiva sobre a dualidade de funções dessas estruturas.
Além disso, é interessante que você faça a leitura do texto escrito
por Bosco et al. (2018), sugerido a seguir, o qual descreve dois relatos de
casos de cisto ósseo aneurismático de apresentação no retropé e seus
respectivos métodos de tratamento.
Aula 3
MOVIMENTOS DOS SEGMENTOS E DO CORPO
Você ampliará seus conhecimentos sobre os movimentos dos segmentos e do
corpo, compreendendo, de forma clara e correta, como ocorre a classificação
das articulações, dos movimentos angulares em articulações e dos
movimentos especiais em articulações.
35 minutos
INTRODUÇÃO
Nesta aula você ampliará seus conhecimentos sobre os movimentos dos
segmentos e do corpo, compreendendo, de forma clara e correta, como
ocorre a classificação das articulações, dos movimentos angulares em
articulações e dos movimentos especiais em articulações.
As articulações são entendidas como entidades, ou mesmo junções
anatômicas, localizadas entre dois ou mais ossos. Constituem-se como locais
onde os ossos estão recobertos e circundados por um tecido conjuntivo, o
que os deixa unidos e ajuda a determinar o tipo e grau do movimento
exercido entre eles. O estudo sobre a classificação, estrutura e função das
articulações é denominada como artrologia.
As articulações favorecem e contribuem com a movimentação do corpo
humano. De posse desse conhecimento, o profissional responsável por
examinar essas estruturas terá maior domínio sobre as particularidades das
articulações e será capaz de identificar possíveis lesões que desencadeiam
alterações na marcha e, por consequência, prejudicam a locomoção do
paciente.
Classificação estrutural
A classificação estrutural das articulações é realizada de acordo com dois
critérios: (1) presença ou ausência de um espaço no meio dos ossos que se
articulam, denominado de cavidade articular; e (2) tipo de tecido conectivo
que sustenta os ossos unidos.
Segundo Floyd (2016), no que diz respeito à estrutura, as articulações são
categorizadas nos seguintes tipos:
• Articulações fibrosas: não têm cavidade articular, são ricas em fibras
colágenas e os ossos são ligados por tecido conectivo denso não modelado.
• Articulações cartilagíneas: não possuem cavidade articular e os ossos são
ligados por cartilagem.
• Articulações sinoviais: os ossos que desenvolvem a articulação têm uma
cavidade articular, sendo unidos pelo tecido conectivo denso não modelado
de uma cápsula articular e por ligamentos acessórios.
Classificação funcional
Tortora e Derrickson (2017) afirmam que a classificação funcional das
articulações tem relação com o grau de movimento existente. As articulações
funcionais são categorizadas nos seguintes tipos:
• Sinartrose: articulação fixa.
• Anfiartrose: articulação com pouca mobilidade.
• Diartrose: articulação livremente móvel. Todas são consideradas
articulações sinoviais, exprimindo variedade com relação às formas, o que
viabiliza a execução de diferentes tipos de movimentos.
Existe uma sobreposição expressiva entre os sistemas de classificação por
causa da forte associação no âmbito das estruturas e funções. Ou seja, ocorre
uma quantidade maior de semelhanças do que de diferenças entre os dois
membros em relação a cada um dos seguintes pares: articulações
sinartrodiais e fibrosas; e articulações diartrodiais e sinoviais. No entanto,
existem articulações que não se encaixam perfeitamente em nenhum dos
sistemas (HOUGLUM; BERTOTI, 2014; KAPANDJI, 2013).
Vários profissionais, como fisioterapeutas, podólogos, anatomistas e
cinesiologistas, utilizam uma terminologia própria para indicar os tipos de
movimentos específicos que acontecem numa articulação sinovial. Esses
termos concisos fazem a indicação da forma e direção de movimento ou da
relação de uma região do corpo com outra no decorrer do movimento. O
termo amplitude de movimento (ROM, do inglês range of motion) tem como
referência a amplitude, calculada em graus, num círculo, com a qual os ossos
de uma articulação fazem o movimento. Os movimentos que acontecem nas
articulações sinoviais são agrupados em quatro categorias: deslizamento,
movimentos angulares, rotação e movimentos especiais. Nesta última
categoria estão incluídos movimentos que ocorrem apenas em determinadas
articulações (FLOYD, 2016; HALL, 2021; MAGEE, 2010; TORTORA;
DERRICKSON, 2017).
Deslizamento
O deslizamento é considerado um movimento simples, no qual faces
relativamente planas do osso mexem-se para a frente e para trás, assim como
de um lado para o outro, de forma recíproca (Figura 1). Isso ocorre na região
entre a clavícula e o acrômio da escápula, alocando o membro superior ao
lado do corpo humano, de maneira que ele se eleva para cima da cabeça e se
abaixa novamente. Movimentos de deslizamento são limitados em relação a
amplitude, em virtude da estrutura de ajuste frouxo da cápsula articular e
dos ligamentos e ossos associados (FLOYD, 2016; TORTORA; DERRICKSON,
2017).
Movimentos angulares
Existe, nesses movimentos, aumento ou diminuição do ângulo entre os ossos
articulantes. Os principais movimentos angulares são circundação, abdução,
adução, flexão, extensão e hiperextensão, os quais se manifestam quando o
corpo está na posição anatômica.
Na circundução ocorre o movimento de extremidade distal com uma parte
do corpo em círculo (Figura 2), não como um movimento isolado, mas sim
como uma sequência contínua de abdução, flexão, adução e extensão. Assim,
tal movimento não acontece ao longo de um plano separado de movimento.
No quadril a circundução é mais limitada por causa da maior tensão nos
ligamentos e músculos, bem como em decorrência da profundidade do
acetábulo na articulação do quadril (FLOYD, 2016; TORTORA; DERRICKSON,
2017).
Rotação
No movimento de rotação, um osso gira ao redor do seu próprio eixo
longitudinal. Como exemplo, podemos citar o ato de uma pessoa virar a
cabeça de um lado para o outro, como quando queremos sinalizar com
movimentos a resposta negativa – “não” (Figura 5a). Já nos membros, a
rotação tem como definição a sua relação com a linha mediana. Quando a
face anterior do osso de um membro gira em direção à linha mediana, o
movimento recebe o nome de rotação medial (interna).
Vamos fazer um breve exercício! Você pode girar medialmente o seu úmero
na articulação do ombro obedecendo aos seguintes passos: inicie na posição
anatômica, depois flexione o seu cotovelo e, na sequência, leve a palma da
sua mão em direção ao tórax (Figura 5b). Pronto, você realizou o exercício!
Caso a face anterior do osso de um membro esteja girada para longe da linha
mediana, o movimento receberá o nome de rotação lateral (externa), como é
possível visualizar na Figura 5b, a seguir (FLOYD, 2016; TORTORA;
DERRICKSON, 2017).
Movimentos especiais
De acordo com Floyd (2016), Tortora e Derrickson (2017), os movimentos
especiais acontecem exclusivamente em certas articulações, as quais incluem
os movimentos de elevação, depressão, protração, retração, inversão, eversã