Você está na página 1de 29

BIOMECÂNICA DA MARCHA, CORRIDA, SALTO E

CALÇADOS

1
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

2
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4
2. BIOMECÂNICA DA CORRIDA ............................................................................. 5
2.1 Análise biomecânica da corrida ......................................................................... 6
2.2 Benefícios e importância da biomecânica da corrida ......................................... 9
3. SALTO EM DISTÂNCIA...................................................................................... 12
3.1 Fases do Salto ................................................................................................. 14
4. CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA DO CICLO DA MARCHA ............................ 21
4.1 Análise da fase de apoio da marcha. ............................................................... 23
5. BIOMECÂNICA DO CALÇADO ESPORTIVO .................................................... 27
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29

3
1. INTRODUÇÃO

A biomecânica esportiva é um subcampo da biomecânica e é um ramo da


ciência humana e biológica. Essencialmente, a biomecânica do esporte e do exercício
concentra-se na análise da mecânica fisiológica do movimento humano. Isso inclui a
análise de como as forças interagem e os efeitos que essas forças exercem sobre e
dentro do corpo.
Biomecânica da Marcha humana, fundamentada na prática cotidiana e o papel
fundamental que os músculos, a locomoção e os exercícios físicos exercem na saúde
do ser humano, além de especificamente identificar as alterações cinético-funcionais
de órgãos e sistemas do corpo humano durante a prática da marcha; analisar a
utilização da marcha como tratamento fisioterapêutico; e, verificar as vantagens físicas
a partir da prática cotidiana desta atividade física, justamente no momento em que as
atividades físicas ganham enorme importância, pois o exercício regular proporciona
uma modificação da composição do corpo - há um aumento da proporção de tecido
muscular em relação ao tecido adiposo (gordura). A corrida é caracterizada
pela substituição da fase de duplo apoio da marcha por uma suspensão do corpo,
assim haverá dois períodos de apoio unilaterais para um de suspensão do corpo.
Biomecânica do Salto em Distância. As técnicas utilizadas nos esportes estão
sujeitas as mesmas leis físicas que governam todos os movimentos. Portanto,
utilizando este conceito, a Biomecânica tem contribuído de forma decisiva na análise
e melhora do desempenho do atleta nas provas de saltos.

4
2. BIOMECÂNICA DA CORRIDA

Fonte: Google

A Biomecânica é uma área de estudo biológico pelo olhar da mecânica.


Buscamos olhar os seres vivos com atenção às suas estruturas e funções de seus
sistemas.
A biomecânica busca estudar os esforços externos para que exista uma melhor
compreensão das repercussões destes nas estruturas internas.
Biomecânica da corrida na melhora do exercício
Um ciclo de passada é composto por 2 fases principais:
1. Fase de contato;
2. Fase de balanço.
A fase de contato é aquela em que mantemos o pé em contato com o solo,
enquanto a fase de balanço é aquela que representa a fase aérea.
Durante esta fase é que temos a ação do ciclo-alongamento-encurtamento e a
contribuição mecânica para a propulsão e minimização de energia.
A fase de contato pode ser dividida em contato, apoio e despregue.

5
O contato é a aterrissagem do calcanhar no solo, gerando uma força contrária
ao deslocamento a frente e é quando existe uma demanda muscular excêntrica para
amortecer as tendências de flexão de joelho e quadril.
É nesse momento que existe o pico de força de reação do solo, que é
responsável pelo desenvolvimento de lesões articulares e fraturas de stress.
A fase de apoio é quando todo o pé está em contato com o solo, esta é uma
fase de transição e absorção de energia mecânica.
Já a fase de despregue é a fase que a musculatura propulsora em membros
inferiores é mais exigida em sua ação concêntrica e é quando existe a transferência
de energia elástica somando-se ao esforço cardiorrespiratório para manter o sistema
muscular ativo.
Pode-se observar essas duas fases da passada, para buscarem a melhora do
padrão mecânico do nosso aluno de corrida.
Por via de regra um menor tempo de contato é acompanhado de menores
tempos de contração concêntrica, que é bastante dispendiosa, e representa um correr
mais econômico.
Além disso, ao aumentar a fase aérea, se tem uma redução da frequência de
passada o que também contribui para uma melhor performance, menor número de
passadas e consequentemente menor número de pico de impacto, reduzindo a
sobrecarga articular e o risco de lesão.

2.1 Análise Biomecânica da Corrida

Fonte: Google

6
É necessário fazer uma avaliação biomecânica e postural completa, para poder
identificar como atleta corre em relação as fases da passada, ou qual o tipo de pisada
que cada atleta tem.
Na avaliação postural escolha o protocolo que lhe é mais adequado e procure
por desvios posturais que possam interferir no movimento de membros inferiores,
alterar o centro de massa, gerar co-contrações para estabilização dinâmica.
Todos esses desvios podem gerar lesões com as altas cargas de impacto
promovidas pela corrida, além de gerar padrões neuromusculares de ativação que
sejam pouco eficientes.
Procure corrigir desequilíbrios musculares, e encurtamentos que possam
prejudicar a amplitude de movimento, e gerar lesões futuras, uma vez que a corrida é
uma atividade cíclica e que sobrecarrega bastante as estruturas corporais.
Fique atento nos:
 Tipos de pisada;
 Desvios em joelhos;
 Amnésia glútea;
 Encurtamento do sóleo e flexores do joelho;
 Síndrome do piriforme;
 Pouca força em transverso e estabilizadores da coluna.

7
Fonte: Google

Um sistema sem equilíbrio gasta muita energia para se equilibrar durante a


corrida, energia essa que poderia estar sendo utilizada para melhorar a performance
e alcançar benefícios de saúde.
Outra avaliação importante para que se possa ter uma visão mais específica
seria um teste de corrida.
Filmar o corredor, seja em esteira ou ao ar livre, em torno de 120Hz, para que
você possa analisar o ângulo do pé no contato e despregue, além da trajetória do
membro inferior durante a fase de balanço, o posicionamento do tronco e o movimento
de membros superiores durante a passada.

8
2.2 Benefícios e Importância da Biomecânica da Corrida

Fonte: Google

A biomecânica é a disciplina científica que se ocupa de estudar os fenómenos


físicos (um lançamento, um desequilíbrio, o impacto sobre o solo durante a corrida,
etc.), necessitando de tecnologia para medir diferentes variáveis biológicas e
mecânicas. Algumas destas variáveis são complexas e para a sua medição são
requeridos instrumentos sofisticados.
Conhecer, em detalhe, os mecanismos intrínsecos subjacentes às adaptações
fisiológicas torna-se crucial tanto para explicar os benefícios que a atividade física tem
para a saúde, como para a adequada programação e periodização das cargas no
treino desportivo, particularmente no caso do desporto de alto rendimento. Em ambas
as situações, é preciso, além disso, considerar a variabilidade individual nas respostas
biológicas ao exercício físico, uma variabilidade que nestes momentos pressupõe-se
relacionada com a diferente dotação genética de cada indivíduo.
Graças às explicações oferecidas por inúmeros estudos científicos, é
possível melhorar e entender como os diferentes exercícios ou movimentos devem
ser utilizados de maneira adequada para evitar algum tipo de patologia, muscular ou
articular, em qualquer região do corpo, através da cinemática, que é um ramo
da biomecânica, para interpretar com maior profundidade a descrição do movimento
dos corpos no espaço.

9
Na corrida existe um aumento na força de reação do solo, tornando o aparelho
locomotor mais exposto à sobrecarga mecânica durante a corrida quando comparado
à marcha, uma vez que há entre 800 e 2000 contactos com o solo por milha (≅ 1,6km),
além do aumento na magnitude da força a partir da diminuição do tempo de apoio, ou
seja, exposição a lesões.
No contexto desta atividade desportiva, mais importante, portanto, do que
identificar o tipo da pisada, é entender como biomecanicamente o corpo se comporta
durante a marcha ou corrida, avaliando de forma dinâmica as principais causas de
lesões que acometem tanto os corredores recreacionais como os atletas de elite.
Fatores biomecânicos podem favorecer a leveza e a facilidade no
deslocamento, além da absorção mais eficiente do impacto, que inibe a sobrecarga
nas articulações e lesões.

Fonte: Google

Conhecer a biomecânica da corrida e suas diferentes modalidades é de total


importância para estruturar e planejar o treinamento, seja ele atleta ou corredor
recreacional.
Entender com cuidado os mecanismos e musculações que envolvem a corrida,
quais os músculos mais envolvidos e quais são os determinantes de performance.
Como já dito anteriormente, a biomecânica da corrida realizada de forma
adequada traz benefícios, como:

10
 Prevenção de lesões;
 Melhora na performance.

11
3. SALTO EM DISTÂNCIA

Fonte: Google

O salto em distância tem sido objeto de diversos estudos na área da


biomecânica do esporte na literatura internacional. Apesar de existirem atletas de nível
competitivo internacional nas provas de saltos horizontais no país, existe certa
carência de estudos relacionados a performance destes indivíduos. Através do uso de
câmeras buscou-se quantificar e analisar alguns parâmetros cinemáticos no intuito de
fazer uma analogia com os dados da literatura e até mesmo entre os atletas
analisados.
Os eventos de saltos no atletismo são o salto em distância, salto triplo, salto
em altura e salto com vara; sendo o objetivo dos atletas que participam destas provas,
o deslocamento máximo do centro de gravidade (CG) em uma dada direção. No salto
em distância e no salto triplo é requerido o deslocamento horizontal; e no salto em
altura e no salto com vara o deslocamento vertical do centro de gravidade (Hay,
1978) .
Alguns pré-requisitos básicos são necessários para um bom desempenho no
salto em distância, como: velocidade, a posição corporal e a precisão do takeoff (Hay,
1978) . O resultado ideal do salto em distância depende, dentre outras variáveis, da
capacidade do atleta em desenvolver alta velocidade no momento do takeoff. Quanto
maior for a velocidade horizontal do centro de gravidade do atleta, no momento

12
do takeoff na tábua, maior será a distância atingida no salto (Hay, Thorson et al.,
1999) .
Segundo Hay (1993) a distância efetiva do salto é a soma de três distâncias
menores :
 a distância horizontal entre a borda frontal da tábua de impulsão e o CG do
atleta no momento da saída (distância de impulsão-L1);
 a distância horizontal que o CG viaja enquanto o atleta está no ar (distância de
vôo-L2);
 a distância horizontal entre o CG no instante que o calcanhar toca a areia e a
marca efetiva do salto (distância de aterrissagem-L3).

Fonte: Google

13
Modelo determinístico dos fatores que afetam desempenho no salto em distância
(Hay, 1978) .
Fonte: Google

3.1 Fases do Salto

Didaticamente, o salto em distância pode ser dividido em quatro partes


consecutivas. A corrida de abordagem consiste do momento que o atleta inicia o
movimento em direção a tábua de impulsão até o instante do último toque do pé
de takeoff no solo (touchdown). O takeoff compreende o instante deste último toque
(touchdown) até a perda de contato do pé de apoio com o solo (instante do takeoff).
A fase de vôo consiste o instante da perda de contato do pé de apoio com a tábua de
impulsão (instante do takeoff) até o primeiro contato do corpo do atleta com a areia da
caixa. Sendo que a aterrissagem inicia-se com este primeiro contato até o repouso do
CG do atleta (Hay, 1978).

14
Corrida de Abordagem

Fonte: Google

A corrida de abordagem consiste de uma corrida em torno de 40 a 45 metros


ou de 17 a 23 passadas antes do contato com a tábua de impulsão. Esta corrida tem
a função de proporcionar ao atleta uma posição ótima para o contato com a tábua
(Hay, 1978). Durante a corrida, os músculos possuem duas funções essenciais:
acelerar o corpo na direção horizontal e agir contra a força da gravidade atuante na
direção vertical (Wiemann and Tidow 1995). Momentos antes do contato com a tábua
o atleta realiza uma série de ajustes no intuito de encontrar uma posição ótima para o
salto (Hay, 1978) .
A simples alteração súbita ou não programada na freqüência e amplitude nos
passos da corrida, a fim de atingir com maior precisão a tábua de impulsão pode levar
o atleta às lesões musculares, principalmente localizadas na musculatura isqueotibial
durante a fase de contração excêntrica (Lees, Fowler et al., 1993).

15
Take off

Fonte: Google

A transição entre a corrida de abordagem e o takeoff é a parte que mais


influência na técnica do salto em distância (Hay 1993). O takeoff normalmente é
realizado em uma tábua de 20 centímetros de largura enterrada no solo ao nível da
pista. Para efeito de padronização definimos o termo takeoff como a transição entre a
corrida de abordagem e o início do vôo como proposto por (Hay, 1986). Durante
o takeoff ocorre uma perda de velocidade horizontal e um ganho progressivo de
velocidade vertical do CG. Não só a perda de velocidade horizontal é importante como
torna-se impossível completar um bom salto sem a perda parcial desta
velocidade (Hay, 1986).
A redução da velocidade horizontal no momento do impulso depende
primariamente da duração e magnitude do retardo, ou seja, o tempo e a intensidade
das forças do pé no solo; quanto maior for a velocidade de aproximação do atleta, e
menor for o tempo de takeoff, maior será a distância do salto (Hay, Thorson et al.,
1999) .
Durante o contato inicial com a tábua há uma grande atuação de forças, na
ordem de 7160N a 11770 Newtons ou 11,1 a 16,4 vezes o peso corporal (Hay 1993).
Observou-se grande atividade muscular da perna de impulsão durante este período,
principalmente dos músculos extensores do joelho. Inicialmente há uma ação

16
excêntrica destes músculos e, conseqüentemente o quadril, joelho e tornozelo
ipsilateral encontram-se em flexão, no intuito de absorver o choque inicial e também
armazenar energia elástica que produzirá uma ação concêntrica muscular mais
produtiva (Lees, Fowler et al., 1993).
Durante o takeoff o CG do atleta é deslocado horizontalmente e verticalmente,
sendo relatados deslocamentos de 80-95 cm na horizontal e de 17-18 cm na
vertical (Hay, 1986). Já a altura do CG no instante do takeoff segundo um estudo está
em torno de 1,11-1,26 m (Hay e Miller, 1985).
No salto em distância, onde o atleta desenvolve grande velocidade durante a
corrida de abordagem, ao realizar o takeoff a velocidade horizontal desenvolvida pelo
atleta durante a corrida de aproximação é reduzida na ordem de 9,5% a 17%. Essa
diminuição se faz necessária para que ocorra um aumento da velocidade vertical e a
elevação do centro de gravidade do atleta (Witters, Bohets et al., 1992). Sendo que a
redução da velocidade horizontal é mais pronunciada quando o ângulo de projeção
CG e a altura do salto são aumentados (Hay, 1986). Indícios apontam uma alta
relação entre a magnitude da diminuição na velocidade horizontal e o aumento na
velocidade vertical durante o takeoff. Observaram-se relações entre as velocidades
horizontal e vertical na ordem de 2:1 a 3:1 durante o takeoff, e ângulos de projeção de
26,6o e 18,4o respectivamente (Hay, 1986).
A literatura demonstra que o trecho que mais influencia o resultado final do
salto é a distância de vôo do CG (L2) (Hay, 1986; Hay, 1988). A distância de vôo é
determinada pela velocidade, ângulo de projeção e altura relativa do CG no instante
do take off, além da resistência do ar encontrada durante o vôo, variáveis essas que
determinam a trajetória de qualquer projétil (Hay, 1986). Uma combinação da
velocidade horizontal (Vx) desenvolvida na corrida e a velocidade vertical (Vy)
adquirida no take off determinam o ângulo de projeção do CG (Hay e Koh, 1988).
O conhecimento destas variáveis torna-se imprescindível para a análise
quantitativa do salto em distância, portanto será empregada metodologia que
possibilite a descoberta destas variáveis. A metodologia proposta para este estudo
será demonstrada mais à frente.

17
Vôo

Fonte: Google

Uma vez livre no ar, desprezando-se a resistência deste, não há nada que se
possa fazer para modificar a trajetória do CG. No entanto, é possível controlar
rotações indesejadas, buscando um melhor posicionamento para a aterrissagem.
Existem basicamente 3 técnicas de vôo atualmente: a técnica de “sail”, a técnica de
“hang”, e a técnica de “hitchkick” ou também chamada de corrida no ar (Hay,
Thorson et al., 1999).
Na técnica de “sail” o atleta traz ambas as pernas simultaneamente a frente
após a saída da tábua e permanece o restante do vôo na posição sentada, com os
quadris flexionados e os joelhos estendidos. É uma técnica primitiva que é muito
utilizada de maneira natural, entretanto devido a sua simplicidade ela é pouco eficaz
para controlar as rotações e posicionar adequadamente o corpo para a aterrissagem
(Hay, 1986).
Um pouco mais sofisticada, a técnica de “hang” utiliza o deslocamento da perna
de balanço a frente logo após o takeoff e posteriormente esta mesma perna realiza o
movimento de varrer para baixo e para trás até que as duas pernas se alinhem. Esse

18
movimento da perna de balanço provoca uma ação contrária do tronco e do membro
superior para conter certas rotações indesejáveis. Esses movimentos antagônicos são
interrompidos até que os braços encontrem-se alinhados acima da cabeça e ao
mesmo tempo os joelhos aparecem flexionados na preparação para a queda (Hay,
Thorson et al., 1999).
A técnica de corrida no ar é a forma mais complexa de vôo utilizada pelos
atletas de elite. Além disso apresenta algumas variações, sendo nomeada de acordo
com o número de passadas executadas durante o vôo. Contudo, a primeira parte
desta técnica se assemelha com a técnica de hang, onde a perna de balanço é levada
a frente com o joelho em extensão, para posteriormente fazer o movimento de varrer
para baixo e para trás, enquanto a perna de takeoff encontra-se em flexão de joelho
com o calcanhar passando próximo a nádega (Hay, 1978). Utilizar uma ou outra
técnica de vôo tem como objetivo atingir a melhor distância do salto, realizando
movimentos dentro de uma eficiência biomecânica, a fim de que o atleta assuma uma
posição ideal para a aterrissagem (Herzog, 1986).

Aterrissagem

Fonte: Google

19
Durante a aterrissagem, um fator fundamental é a inclinação do tronco do atleta
no momento do contato com a caixa de areia. A posição mais adequada de queda é
com ligeira flexão do tronco, pois este procedimento aumentaria o tempo de vôo,
diminuindo a possibilidade do atleta cair para trás (Hay, 1978). A aterrissagem ótima
é caracterizada pela máxima distância de aterrissagem atingida pelo atleta e a mínima
perda dessa mesma distância (Herzog, 1986). A posição corporal aliada a técnica
empregada, pode promover uma perda significativa do comprimento do salto, como
ocorre quando o atleta toca com as mãos a areia durante a aterrissagem.
Cinemetria
Cinemática envolve a descrição do movimento independente das forças que
causam estes movimentos. O movimento pode ser descrito em termos espaciais e
temporais, sendo que esta descrição pode ser feita com a utilização de goniômetros,
acelerômetros, filmagens ou equipamentos optoeletrônicos (Winter, 1990).
A cinemetria é um conjunto de métodos que busca medir os parâmetros
cinemáticos do movimento, isto é, posição, orientação, velocidade e aceleração.
Devido à complexidade que envolve o movimento humano, o único sistema que
possibilita a captura de todos os dados é um sistema de imagem. O instrumento básico
para medidas cinemáticas é o baseado em câmeras de vídeo que registram a imagem
do movimento e então através de software específico calcula-se as variáveis
cinemáticas de interesse (Winter, 1990). Neste projeto, a cinemetria será utilizada
para registrar a cinemática planar do movimento da cabeça, tronco e membros dos
sujeitos durante as atividades selecionadas.

20
4. CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA DO CICLO DA MARCHA

Fonte: Google

O caminhar é a maneira utilizada para locomover-se com os pés. A marcha é


considerada o processo de caminhada. Cada pessoa apresenta o seu “estilo”
individual de caminhada. A literatura apresenta que o estilo de caminhado pode ser
diretamente influenciada pelo humor do indivíduo. Por exemplo, quando se está feliz
os passos são mais leves e pode haver mais vitalidade ao caminhar. Do contrário
quando se está triste ou deprimido, os passos podem ser mais “arrastados”. Um ponto
interessante que o padrão de caminhada ou marcha de algumas pessoas é tão
singular que é possível identifica-las de longe, mesmo sem que se posso identificar
de forma nítida o rosto.
A caminhada requer equilíbrio sobre um membro inferior enquanto o outro
move-se para frente. Também é necessário além do moimento dos membros
inferiores, movimentos do tronco e membros superiores.
O ciclo da marcha pode ser dividido em duas fases: 1) fase de apoio e 2) fase
do balanço.
Quais os componentes da marcha

21
Fonte: Google

Para descrever de forma objetivo a marcha algumas definições são


necessárias. O ciclo da marcha, também chamado de passada, é a atividade ocorrida
entre o momento em que um pé toca o solo e o momento em que esse mesmo pé
toca o solo novamente. (colocar a figura).
O comprimento da passada é a distância percorrida durante o ciclo da marcha.
O passo é metade de uma passada. Dois passos (um direito e um esquerdo)
equivalem a uma passada ou um ciclo da marcha, esses passos devem ser iguais. O
comprimento do passo é a distância entre o toque do calcanhar de um pé no solo e o
toque do calcanhar do outro é no solo. Um ponto importante é que um aumento ou
diminuição da velocidade de caminhada aumenta ou diminui o comprimento do passo,
respectivamente. Qualquer que sejam a velocidade, os comprimentos dos passos
deverão ser iguais nos dois membros inferiores, para que se tenha uma marcha
coordenada e equilibrada.
A velocidade da caminhada ou cadência, é o número de passos por minuto e
varia muito. Por exemplo, uma caminhada lenta pode ser de apenas 70 passos por
minuto. Por outro lado, em uma caminhada rápida o indivíduo poderá alcançar um
número de 130 passos por minuto.
Como ocorre o ciclo da marcha
O ciclo da marcha é constituído por duas fases, ou seja, a fase do apoio e do
balanço:
– FASE DO APOIO: é a atividade que ocorre quando o pé está em contato com
o solo. Essa fase inicia-se quando o calcanhar de um pé toca o solo e termina quando

22
esse pé sai (eleva-se) do solo. A literatura apesenta que essa fase constitui por volta
de 60% do ciclo da marcha;
– FASE DO BALANÇO: essa atividade ocorre quando o pé não está em contato
com o solo. Inicia-se assim que o pé sai do solo e termina quando o calcanhar do
mesmo pé toca o solo novamente. Essa fase constitui cerca de 40% do ciclo da
marcha.
A seguir no texto será realizada uma análise minuciosa de cada fase
mencionada acima que compõem.

Fonte: Google

4.1 Análise da Fase de Apoio da Marcha

A fase de apoio é o período de contado do pé com o solo. Essa fase é


tradicionalmente dividida pela literatura especializada em cinco subfases:
1) toque do calcanhar;
2) apoio completo do pé;
3) apoio médio;
4) saída ou elevação do calcanhar;
5) saída ou elevação dos dedos.

23
O toque do calcanhar tem como característica sinalizar o início da fase de
apoio, o momento em que o calcanhar faz contado com o solo. Nesse ponto, a
articulação do tornozelo estará em posição neutra, ou seja, entre uma dorsiflexão e
flexão plantar, e inicia-se a flexão do joelho. Essa leve flexão do joelho absorverá
parcialmente o choque quando o pé tocar ao solo. A articulação do quadril estará em
uma flexão de aproximadamente 25°. Por sua vez, o tronco estará ereto e
permanecerá assim durante todo o ciclo da marcha. Já o tronco rodará para o lado
oposto (contralateral), o membro superior oposto estará à frente, e o membro superior
do mesmo lado (ipsilateral) estará para trás em hiperextensão do braço na articulação
do ombro. Nesse momento o peso do corpo começará a ser transferido para o membro
inferior de apoio.
Os músculos dorsiflexores do pé estarão ativos e colocarão a articulação do
tornozelo em posição neutra. Já o músculos quadríceps femoral, que apresentava
contração concêntrica, passa contrair-se de maneira excêntrica para minimizar o grau
de flexão no joelho. Os músculos flexores da articulação do quadril nesse momento
estarão ativos. Todavia, os músculos extensores do quadril começarão a contrair-se,
impedindo com isso uma flexão demasiada do quadril. Por sua vez, os músculos
eretores da coluna ou espinha estarão de ativos de forma isométrica impedindo a
flexão do tronco. No momento que o pé toca o solo, a força é transferida ao tronco
pelo tornozelo, joelho e quadril. Esse fenômeno causaria uma rotação anterior do
quadril, com alguma flexão do tronco, se os músculos eretores da espinha não
estivessem neutralizando essa força.
No momento do apoio completo do pé, quando esse segmento está totalmente
em contado com o solo, ocorre logo após o calcanhar tocar o solo. Aproximadamente
15° de flexão plantar do pé na articulação talocrural, com contração excêntrica dos
músculos dorsiflexores para evitar que o pé “bata” com força no solo. Nesse momento
ocorre cerca de 20° de flexão do joelho. Em seguida, o joelho estende-se
possibilitando que o restante do corpo com a alcançar os membros inferiores. A
transferência do peso para o membro inferior de apoio contínua. A literatura apresenta
que o ponto em que o corpo passa sobre o membro inferior que sustenta o peso é o
apoio médio. Nesse ponto ocorrerá leve dorsiflexão do tornozelo, entretanto os
músculos dorsiflexores tornam-se inativos. Os músculos flexores plantares começarão
a contrair-se, para controlar a velocidade de movimento da perna sobre o tornozelo.

24
O quadril e o joelho continuaram a estender-se. Nesse momento ocorrerá a extensão
bilateral dos membros superiores, e eles ficam quase paralelos ao corpo, por sua vez
o tronco estará em posição neutra.
Depois do apoio médio ocorrerá a saída ou elevação do calcanhar. Nesse
momento o calcanhar sai do solo, há leve dorsiflexão do pé (aproximadamente 15°) e
em seguida, início da flexão plantar do pé. Esse é o início da fase de impulso, que é
também as vezes denominada de fase de propulsão, porque os músculos flexores
plantares do pé empurram o corpo ativamente para frente. Nesse momento do ciclo
da marcha ocorrerá extensão do joelho e hiperextensão do quadril. Então, o membros
inferior posicionara-se atrás do pé, em seguida o tronco começará a rodar para o
mesmo lado, e o membros superiores balançam para frente com flexão do braço. Fim
da fase de impulso da fase de apoio é a saída ou elevação dos dedos do solo:
Nessa fase do ciclo da marcha os dedos dos pés estarão em hiperextensão
externa nas articulações metatarsofalangianas. Cerca de 10° de flexão plantar do pé,
bem como flexão dos joelhos e quadril. A coxa estará perpendicular ao solo.

Fonte: Google

Análise da fase de balanço


A fase de balanço possui três momentos; aceleração, balanço médio e
desaceleração. Todas essas atividades citadas são sem sustentação do peso. A

25
primeira parte é a aceleração. Nesse momento os membros inferiores estarão atrás
do corpo e movendo-se para alcança-lo. Ocorrerá dorsiflexão do pé, flexão do joelho
e quadril continuarão, o que moverá o membro inferior para frente. O balanço inicial é
o período entre o fim da saída (elevação dos dedos do solo) e o fim da aceleração.
No momento do balanço médio, os músculos dorsiflexores do pé “deslocarão”
a articulação do tornozelo em posição neutra. Nesse momento a flexão do joelho é
máxima, aproximadamente 65°, assim como a do quadril (cerca de 25°). Esses
movimentos articulares elevarão o membro inferior (seguimento coxa e perna)
possibilitando a saída do pé do solo durante o balanço. A flexão adicional do quadril
moverá o membro inferior para frente do corpo e colocarão seguimento perna em
posição vertical. O balanço médio é o período entre o fim da aceleração e o fim do
balanço médio.
No período da desaceleração, os músculos dorsiflexores do pé terão ação ativa
para manter a articulação do tornozelo em posição neutra no preparo para o toque do
calcanhar no solo. Nesse momento ocorrerá extensão do joelho e contração
excêntrica dos músculos isquiotibiais para desacelerar o membro inferior, evitando
uma extensão brusca. O membro inferior alcançará o ponto máximo de balanço para
frente e o joelho continuará fletido. O balanço terminal é o período entre o fim do
balanço médio e o fim da desaceleração.

Fonte: Google

26
5. BIOMECÂNICA DO CALÇADO ESPORTIVO

Fonte: Google

Movimento do tornozelo:
 Supinação: dorsiflexão (pé para fora);
 Pronação: flexão plantar, inversão (pé para dentro).
Supinadores X Pronadores excessivos:
 Supinação: rotação lateral da tíbia e rotação interna do fêmur;
 Pronação: rotação interna da tíbia e rotação externa do fêmur.

Fonte: Google

27
As pessoas que possuem a pisada supinada devem adquirir calçados macios
no calcanhar. E as pessoas que possuem a pisada pronada deve adquirir calçados
com o calcanhar mais rígido.
É importante lembrar que o teste mecânico não condiz fielmente com o teste
biomecânico, porque apesar do desgaste do amortecedor do calçado o sistema
nervoso central (SNC) se adapta as condições, então não há nenhuma alteração.
Na corrida, quanto mais leve o calçado for o calçado melhor para o atleta.
Quanto mais amortecedor o calçado possuir mais pesado ele fica, desta forma,
fazendo com que o indivíduo gaste mais energia.
O local que o calçado recebe o impacto não é o mesmo que ele realiza a
impulsão. Com o calçado o indivíduo consegue adquirir apenas uma pequena
propulsão.
Na musculação o melhor calçado para utilizar são aqueles sem amortecedores,
como por exemplo, o all star. Porque como os pés estão inteiros no chão, há
mais estabilidade.
Para finalizar, é importante ressaltar que apesar dos benefícios dos calçados,
não são eles que determinam a performance do atleta e sim a sua técnica.

Fonte: Google

28
REFERÊNCIAS

LEWIN, KURT. PSICOLOGIA DO MOVIMENTO. TRADUÇÃO DE CLÁUDIA MOREIRA. SÃO PAULO:


PIONEIRA, 2007.

MAGALHÃES, PATRÍCIA. MECÂNICA DO ESPORTE. SÃO PAULO: UNICAMP, 2008 (MIMEO)

MELLO, PAULO GERALDO ANTÔNIO DE. MECÂNICA. SÃO PAULO: SUMMUS, 2010.

PÁDUA, RAIMUNDO N. B. DE. MARCHA HUMANA. SÃO PAULO: SARAIVA, 2006)

PARANHOS, CELSO MÁRIO. CIÊNCIA DO ESPORTE: CAMINHOS DO RESULTADO. PORTO


ALEGRE: ARTMED, 2008

ROSE, R. M. A TAXA DE USO HIGHT-MOLECULAR-PESO. TRADUZIDO POR: GIUSEPPE


TARANTO. SÃO PAULO.SUMMUS, 2000.

SCHMIDT, RICHARD A. A APRENDIZAGEM E PERFORMANCE MOTORA: UMA ABORDAGEM DA


APRENDIZAGEM BASEADA NO PROBLEMA. 5ª ED. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2002.

SEGATO, JORGE HENRIQUE DE PAULA. ANÁLISE DA MARCHA HUMANA. SÃO PAULO:


UNICAMP, 2000.(MIMEO).

SILVA, FRANCISCO E. H. EXERCÍCIOS PARA A SAÚDE. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2005.

SOARES, PAULO: AS ARTICULAÇÕES NO MOVIMENTO DE MARCHAR. SÃO PAULO: SARAIVA,


2005

SOUZA, XISTO ALMEIDA DE. AS ARTICULAÇÕES NA MARCHA HUMANA: UMA ANÁLISE


BIOMECÂNICA DOFUNCIONAMENTO. SÃO PAULO: SARAIVA, 2005.

TEIXEIRA, CLARISSA STEFANI. MOTA, CARLOS BOLLI MOTA. A BIOMECÂNICA E A


EDUCAÇÃO FÍSICA.

THOMÁS FILHO, AULÉLIO DE SOUZA. BIOMECÂNICA DA MARCHA HUMANA A PARTIR DAS


ARTICULAÇÕES. SÃO PAULO: MODERNA, 2000.

TORRES, FRANCISCO DA SILVA. MARCHAR. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2004.

VAUGHAN, C. L. CONTROLE MÚLTIPLO DA LOCOMOÇÃO HUMANA. SÃO PAULO: HUCITEC,


1996.

VITÓRIO, CÉLIA REGINA DA COSTA. ESPORTES E ARTICULAÇÕES. SÃO PAULO: SUMMUS,


2003.

AMÂNDIO, A. C. LOBO DA COSTA, P. H. SACCO, I. C. N. SERRÃO, J. C. ARAÚJO,


R. C. MOCHIZUKI, L. DUARTE, M. INTRODUÇÃO À BIOMECÂNICA PARA ANÁLISE DO
MOVIMENTO HUMANO: DESCRIÇÃO E APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE MEDIÇÃO.

29

Você também pode gostar