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Análise Biomecânica da
receção de um salto, para
estudo das lesões do LCA
Docente: Leandro Machado
Filipa Sousa
Leandro Machado
1
Índice
Introdução..................................................................................................................... 3
Cinemetria .................................................................................................................... 4
Enquadramento Teórico ............................................................................................... 4
Tratamento e Análise de Ficheiro de Dados ................................................................. 5
Conclusão..................................................................................................................... 8
Dinamometria ............................................................................................................... 8
Enquadramento Teórico ............................................................................................... 8
Tratamento e Análise de Ficheiro de Dados ................................................................. 9
Conclusão................................................................................................................... 12
Eletromiografia............................................................................................................ 12
Tema e Enquadramento Teórico ................................................................................ 12
Resumo de 3 Artigos Publicados ................................................................................ 15
Conclusão................................................................................................................... 17
Conclusão Geral ......................................................................................................... 18
Bibliografia .................................................................................................................. 19
2
Introdução
3
Para este estudo, o objetivo é estudar o comportamento, do ponto de vista
biomecânico, do joelho na receção ao solo de um salto frontal e perceber a influência
do mesmo na lesão do Ligamento do Cruzado Anterior. Este movimento foi simulado no
Laboratório de Biomecânica de Desporto, onde o praticante tem colocado nos pontos
anatómicos marcadores, marcadores esses que foram trabalhados posteriormente no
programa QTM (Qualisys Track Manager), de forma a reconstruir o movimento
executado. Sendo o objetivo de estudo a lesão do LCA, e relacionado com o estudo da
cinemetria do movimento, optamos por escolher 3 marcadores: LTROC (posicionado no
quadril), o LFME (colocado na parte medial do joelho) e o LMA (colocado no tornozelo).
Estes 3 marcadores conseguem descrever o comportamento de cada articulação
da perna, de forma a conseguirmos ter uma perceção total daquilo que acontece durante
o movimento do membro inferior esquerdo durante a receção ao solo. No que toca à
dinamometria, foram analisados os dados da plataforma de força 3 e da plataforma de
força 4. A plataforma de força 3 registou os valores da receção do solo do membro
inferior esquerdo, que foi o primeiro apoio. Já a plataforma de força 4 registou os valores
referentes à receção ao solo do segundo apoio, que é o membro inferior direito. Estes
dados foram transferidos para o programa Microsoft Excel, onde posteriormente foram
tratados e analisados.
Cinemetria
Enquadramento Teórico
4
extensores do quadril, e ao joelho valgo que, bilateralmente, acontece mais do que no
sexo masculino (Arundale, A. J., Kvist, J., Hägglund, M., & Fältström, A. (2020).
Observa-se também que a lesão do LCA ocorre maioritariamente em ações sem
contacto, sendo que no caso particular da lesão aquando a receção, esta acontece mais
regularmente quando esta é feita a uma perna, pois nesta é exercida maior carga na
articulação e ligamentos. Também se verifica um padrão nestas lesões no que toca à
situação de jogo, em que maior parte ocorre quando os atletas realizam ações
defensivas nas respetivas modalidades (Waldén, M., Krosshaug, T., Bjørneboe, J.,
Andersen, T. E., Faul, O., & Hägglund, M. (2015)).
Assim, existe também estudos que refletem sobre o trabalho preventivo que
deve ser feito relativamente à lesão do LCA, trabalho este que deve focar-se no trabalho
neuromuscular e postural, por exemplo em situações de desequilíbrio, trabalho de
coordenação, técnica de corrida durante mudanças de direção e de receção após salto
(Waldén, M., Krosshaug, T., Bjørneboe, J., Andersen, T. E., Faul, O., & Hägglund, M.
(2015)).
Gráficos de Posição
LTROC
Como representado na figura, a posição do quadril (LTROC) manteve-se constante
no plano medial-lateral, no antero-posterior começa o movimento em -1,3 e termina em
1,3 e no vertical começa em 0,8, sofre um ligeiro aumento aquando do salto chegando
aos 1,4 e termina novamente nos 0,8.
Posição do LTROC
0.65
5
LFME
Podemos observar que a posição do ponto do joelho (LFME) teve uma diferença
mínima passando de 0,5 para 0,3 no plano medial-lateral, no antero-posterior começa o
movimento em -1 e termina em 1,7 e no vertical começa em 0,5, sofre um ligeiro
aumento aquando do salto chegando a 1 e termina novamente nos 0,5.
Posição do LFME
1.6
0.6
-1.4
LFME ML mm 7 pts LFME AP mm 7 pts LFME VT mm 7 pts
LMA
O marcador do tornozelo (LMA) manteve-se praticamente constante no plano
medial-lateral ao longo do movimento, no antero-posterior começa o movimento em -1
e termina em 1,5 e no vertical começa em 0,1, sofre um ligeiro aumento aquando do
salto chegando a 0,6 e termina novamente nos 0,1.
Posição do LMA
1.5
0.5
-1.5
LMA ML mm 7 pts LMA AP mm 7 pts LMA VT mm 7 pts
6
Gráficos de Velocidade
LTROC
Como representado na figura, a velocidade do quadril (LTROC) no plano medial-
lateral manteve-se constante perto dos 0, no antero-posterior também se mantém
constante, mas perto dos 2, e no vertical começa e finda perto dos 0 mas com ligeiras
variações aquando do salto e da receção.
Velocidade do LTROC
5
0
5.8 6 6.2 6.4 6.6 6.8 7
-5
vel LTROC ML mm 7 pts (m/s) vel LTROC AP mm 7 pts (m/s) vel LTROC VT mm 7 pts (m/s)
LFME
Podemos observar que a velocidade do ponto do joelho (LFME) manteve-se
constante a rondar o 0 no plano medial-lateral, no antero-posterior começa e acaba o
movimento em 3 mas sofre um decréscimo para 0 aquando do momento de impulsão
para o salto, e no vertical começa e termina a rondar o 0, mas com leves variações
aquando do salto e da receção.
Velocidade do LFME
10
0
5.8 6 6.2 6.4 6.6 6.8 7
-5
vel LFME ML mm 7 pts (m/s) vel LFME AP mm 7 pts (m/s) vel LFME VT mm 7 pts (m/s)
7
LMA
O marcador do tornozelo (LMA) manteve-se praticamente a velocidade constante e
próxima de 0 nos 3 planos, denotando apenas um ligeira variação no plano vertical
aquando da receção, algumas variações no plano antero-posterior na fase de voo e
após receção.
Velocidade do LMA
10
0
5.8 6 6.2 6.4 6.6 6.8 7
-5
vel LMA ML mm 7 pts (m/s) vel LMA AP mm 7 pts (m/s) vel LMA VT mm 7 pts (m/s)
Conclusão
O que mais importa retirar, a partir destes gráficos, é que os dados não nos
fazem querer que o movimento analisado tenha estado próximo de uma lesão do LCA.
Considerando o momento de receção, que começa no instante 6,63 e termina no 6,70,
salientar que, no plano medial-lateral, o joelho não difere muito da posição do quadril e
do tornozelo durante aquele intervalo, indicando assim que não há movimento valgo que
poderia ser um alerta para a risco de lesão no LCA. Também podemos observar que,
no plano antero-posterior, no intervalo de receção do salto, o quadril situa-se
ligeiramente recuado em relação ao joelho e tornozelo, o que refuta que esta receção
tenha sido com a perna em extensão máxima, que seria mais um indicador de perigo
de ocorrência de lesão no LCA.
Também referir que o facto de o movimento ter sido feito de forma programada
e não numa situação complexa e caótica, como por exemplo acontece em jogo, pode
ter contribuído para que não houvesse grandes desvios nestas posições de diferentes
pontos anatómicos.
Dinamometria
Enquadramento Teórico
Proveniente da língua grega, “Dina” significa força e Métron representa medição,
onde a sua soma traduz a medição da força. A dinamometria, é o conjunto de processos
que compreende quaisquer tipos de medidas de força e de distribuição da pressão, por
outras palavras, estuda as causas do movimento, as forças que originam o movimento
por interação do corpo com o meio envolvente. Para Vilas-Boas JP (2016), podem ser
medidas as forças e pressões externas, forças e pressões internas, torques e momentos
de força.
8
O mesmo autor divide a dinamometria em interna e externa, definindo a interna
como a que está diretamente associada às forças que se manifestam e atuam no interior
do sistema biomecânico, apresentando meios indiretos de intervenção e métodos
invasivos ao sistema biológico. A dinamometria externa, é bem menos complexa,
caracterizando-se por recorrer a recursos dinamométricos por intermédio de intrusão da
física e de aplicabilidade externa, que nos permite a medição das forças externas
exercidas pelos sistemas biomecânicos.
A dinamometria é o produto da relação entre a deformação de um transdutor e
alguma grandeza elétrica. Tem como instrumento básico, as plataformas de força que
medem a mesma relativamente ao solo, nas suas diversas componentes e ao seu ponto
de aplicação. Esses sensores podem ser divididos como: piezoelétricos, capacitivos e
resistidos (Vilas-Boas JP ,2016; Hall, 2016). Ao mesmo tempo, utilizado com as
plataformas de força, os sistemas podobaramétricos, de acordo com Amadio e Serrão
(2007) é uma forma diferenciada de abordar a força, onde utiliza-se plataformas e
palmilhas para a medição da pressão, ou seja, relação entre a força e a área de
contacto.
Segundo Vilas-Boas JP (2016), outra ferramenta muito utilizada na medição da
força, é o dinamômetro isocinético, que permite explorar diferentes movimentos
corporais isolados avaliando os mesmos, quando aplicada a um grupo muscular que se
move em velocidade constante.
Outro contexto para a utilização de dinamometria é a estabilometria, que
segundo o mesmo autor acima citado e Amadio e Serrão (2007), consiste na técnica de
avaliação do equilíbrio, onde representa a migração do centro de pressão numa elevada
sustentação. No desporto, a estabilometria tem por objetivo a análise e estudo da
técnica do movimento, da condição física, do controlo da sobrecarga, da relevância dos
fatores internos e externos, da monitorização dos atletas e indicadores de deteção de
talentos desportivos. (Amadio e Serrão, 2007).
Para a existência de lesões no LCA aquando da receção no solo a carga
exercida no joelho, é necessária a produção de uma força de reação do solo de 3 a 4x
a massa corporal do sujeito, atingindo em média 2000 a 3000N. É possível verificar que
a maioria das lesões do LCA ocorre sem contacto, com um choque forte na receção ao
solo como referido anteriormente, acontecendo mais frequentemente quando esta é
feita a uma perna, devido a uma maior exerção de carga na articulação e ligamentos.
9
somente duas placas. Portanto, as figuras a seguir mostram apenas os valores obtidos
na plataforma 3 e 4.
Impulsão AP Plataforma 3
40
35
30
25
20
15
10
5
0
-5 6.62 6.64 6.66 6.68 6.7 6.72 6.74 6.76
-10
10
A figura 9 apresenta o comportamento da força de reação ao solo mensurados na
plataforma quatro, obtendo um pico de cerca de 2000N no eixo vertical, assegurando
uma média de força exercida na ordem dos 1200N. A componente medial-lateral
apresenta um comportamento negativo constante, chegando próximo a cerca de -200N.
Por fim, o eixo anteroposterior apresenta 2 momentos positivos e 2 momentos
negativos, sendo que vence o peso aos 5,913 (s) ao atingir cerca de 1300 N na
componente vertical.
1100
100
5.91 5.912 5.914 5.916 5.918 5.92 5.922
-900
Impulsão AP Plataforma 4
3
-7
-12
-17
-22
P3 sum.trap FAP neg (N*s) P3 sum.trap FAP pos (N*s)
11
Conclusão
Eletromiografia
12
Ao aprofundarmos o estudo percebemos que existem músculos importantes
para a estabilização da articulação do joelho permitindo uma absorção dos impactos
provenientes da receção no solo.
Faremos uma descrição eletromiográfica do que acontece nos diferentes planos e do
estado da arte.
Proximal
Uma ativação assíncrona muscular proximal poderá alterar a posição do joelho
durante o momento de receção no solo. Uma ativação reduzida do tronco e dos
músculos do quadril podem implicar cargas adicionais para o ligamento, sendo a rotação
interna do tronco e o valgo aumentado devido as cargas da receção no solo, um
momento de sobrecarga e de elevada tensão no LCA.
Os músculos estabilizadores proximais tem um papel fundamental,
nomeadamente os glúteos, controlando a posição dos membros inferiores, absorção de
energia e funcionam como rotadores externos e abdutores poderosos do quadril durante
o impacto no solo (Zazulak et al., 2005).
Anteroposterior
Uma ativação aumentada do quadríceps em relação aos antagonistas
isquiotibiais, provocará um recrutamento desajustado dos vastos aumentando as forças
de cisalhamento na parte anterior da tíbia por baixo do angulo de flexão do joelho
durante a aterragem. O quadríceps através da tração anterior do tendão rotuliano na
tíbia contribui para uma sobrecarga do LCA quando a flexão do joelho é inferior a 30º
(Hewett et al., 1996) , o recrutamento apropriado dos isquiotibiais é importante para
evitar o aumento de carga crítica sobre o LCA.
Medial-lateral
A compressão articular por meio da contração muscular permite que a carga em
valgo seja transportada por forças de contato articulares, protegendo os ligamentos. A
diminuição das forças de compressão da articulação medial pode limitar a resistência
passiva ao valgo dinâmico do joelho. Atletas que apresentam disparos desproporcionais
dos isquiotibiais laterais durante a receção no solo mostraram uma diminuição da
proporção de recrutamento do quadríceps medial e lateral, é o caso específico das
mulheres. Esta diminuída proporção, combinada com o recrutamento desequilibrado
dos isquiotibiais mediais pode diminuir o controle das forças do plano coronal no joelho.
Estudos mostram que a contração muscular pode diminuir a frouxidão em valgo e varo
do joelho, aumentando a proteção do atleta.
Uma baixa proporção de recrutamento do quadríceps medial e lateral combinada
com picos de força dos isquiotibiais laterais podem comprimir a articulação lateral, abrir
a articulação medial e aumentar as forças de cisalhamento anterior incidindo
diretamente no LCA (Hewett et al., 2005).
13
Distal
O músculo da perna e do tornozelo desempenham um papel importante na
estabilização dinâmica da articulação do joelho, a. ativação seletiva da musculatura
medial do joelho, incluindo o gastrocnémio medial, durante tarefas de passo lateral com
valgo e momentos de rotação externa.
Mulheres com problemas de LCA apresentaram uma ativação menor do gastrocnémio
lateral.
A resposta neuromuscular a uma perturbação imposta durante exercícios de
suporte de peso, como a extensão do tronco e do fémur repentino à frente mostrou que
o gastrocnémio teve uma ativação mais rápida que o tendão da coxa, que por sua vez
ativou mais rapidamente que o quadríceps, mostrando a tendência dos músculos distais
dispararem primeiro que os músculos proximais (Shultz et al., 2000).
Homens vs Mulheres
Estudos mostram que a incidência da lesão é de 4 a 6 vezes mais elevada no
sexo feminino do que no masculino. Através da eletromiografia podemos observar que
para os mesmos padrões de movimento, a ativação neuromuscular é diferente entre
atletas masculinos e femininos.
Atletas do sexo feminino tem uma exagerada ativação do quadricípite momentos
antes da receção do solo, este aumento de ativação do quadríceps está associado ao
aumento das forças de cisalhamento da parte anterior da tíbia e maior tensão no LCA,
além disso as atletas do sexo feminino tendem a demonstrar níveis reduzidos de
ativação dos músculos isquiotibiais durante movimento de alto risco (corte lateral e
receção no solo), o que fornece ainda menos capacidade de proteção sobrecarregando
o LCA (Bencke et al., 2018).
14
Resumo de 3 Artigos Publicados
“The effects of postseason break on knee biomechanics and lower extr emity EMG
in a stopjumptask: implications for ACL injury”
Jonathan D Chappell, R Alexander Creighton, Carol Giuliani, Bing Yu, William Garrett
15
composta por 12 jogadoras de voleibol da Liga Americana, e consistia em realizar dois
testes de salto antes e após do período de férias.
Foi avaliada a cinemática e cinética do salto com incidência no joelho, a atividade
eletromiografia dos quadríceps e isquiotibiais. Após um mês de intervalo, as jogadoras
demonstraram diminuição significativa da altura do salto, diminuição do ângulo de flexão
do joelho inicial, diminuição do ângulo de flexão do joelho no pico da força resultante no
tibial anterior, resultante diminuição da atividade do vasto lateral e diminuição da
atividade muscular no pré-pouso do bíceps femoral em comparação com os testes
iniciais.
Não foram observadas diferenças significativas para a biomecânica no plano
frontal e da atividade neuromuscular durante a receção no solo, a nível do quadríceps
e dos isquiotibiais entre os dois testes.
Dado que força de cisalhamento anterior na tíbia não foi medida diretamente no
estudo atual, é desconhecido se existe uma sobrecarga a nível do LCA, portanto, nossos
resultados podem apenas sugerir que o padrão de movimento do joelho mais estendido
demonstrado pelos atletas após o intervalo de um mês pode representar um fator de
risco aumentado para lesões do LCA. No entanto, a relação entre o ângulo de flexão do
joelho e a deformação do LCA é um princípio teórico sem considerar outros mecanismos
de sobre a sobrecarga do LCA.
Este estudo apresenta uma análise do perfil cinético em conjunto com o padrão
de ativação eletromiográfica dos membros inferiores durante um counter movement
jump e sua respetiva fase de receção no solo, entre atletas masculinos e femininos.
Realizou-se uma sessão experimental para registar os parâmetros cinéticos e
eletromiográficos (EMG) durante um salto com contramovimento (CMJ) e a fase de
pouso.
O presente estudo mostra que durante os saltos de contramovimento realizados,
foram encontradas diferenças significativas entre homens e mulheres na cinética e no
controle neuromuscular. A análise revelou que os homens registaram um desempenho
superior do que as mulheres em termos de altura do salto e produção de força. Durante
a fase concêntrica, os atletas masculinos demonstraram maior atividade EMG do que
as mulheres no músculo reto femoral, esses dados sugerem que o número de unidades
motoras ativadas por unidade de tempo foi menor no sexo feminino, um aspeto que
afeta a capacidade do sistema neuromuscular de desenvolver altos níveis de força o
mais rápido possível pelos músculos extensores do joelho durante o desempenho do
CMJ.
Os valores de rigidez foram menores nos homens do que nas mulheres devido
ao maior deslocamento do centro de massa durante o contramovimento. De acordo com
a atividade EMG, os homens demonstraram maior ativação durante a fase concêntrica
do salto, contudo, as mulheres revelaram uma razão de cocontração (= EMG agonistas
16
/ EMG antagonistas) mais alta nos flexores plantares durante a fase descendente
anterior ao salto. Durante a receção no solo, os machos mostraram forças de reação do
solo mais altas, maior rigidez e maior deslocamento máximo do centro de massa do que
as mulheres. A análise EMG revelou maior atividade EMG no tibial anterior e reto
femorais músculos em homens. Maior co-ativação dos flexores plantares durante a
aterragem, também foi superior nos atletas masculinos.
Em conclusão, diferenças baseadas no sexo foram observadas no desempenho
e controle neuromuscular durante o salto e aterragem. Embora sejam necessárias mais
pesquisas para perceber os mecanismos finais responsáveis pelo aumento do risco de
lesão do LCA nas mulheres, este estudo parece apontar para diferentes estratégias de
controle neuromuscular adotadas durante a realização do salto e sua respetiva receção.
as diferenças baseadas no sexo na cinética e no controle neuromuscular durante a fase
de queda de uma atividade pliométrica, como o salto com contramovimento (CMJ),
estão a ser cada vez mais estudadas em profundidade, aguardamos dados recentes
para melhor compreendermos os resultados obtidos.
Conclusão
17
evidencias científicas que possuem uma forte componente neuromuscular, e ao que
parece, esse processo contribui para aumentar o controlo neuromuscular da articulação
e diminuir o risco de lesão do LCA. Estudos mais recentes mostram que o treino
isométrico parece ter influência no aumento de rigidez muscular, contudo são
necessários mais estudos para que essas evidencias consigam ganhar consistência e
possuir fundamentação científica.
Através da eletromiografia podemos observar que para os mesmos padrões de
movimento, a ativação neuromuscular é diferente entre atletas masculinos e femininos.
As diferenças são explicadas não só pelos dados eletromiográficos mas também pela
análise biomecânica do movimento; pelas das diferenças anatómicas entre sexos e
pelas disparidades na capacidade de gerar força.
Conclusão Geral
18
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