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Moraes

Physio Habilitare
Apostila de Cinesiologia
Sumário
CINESIOLOGIA.......................................................................................................................3
HISTÓRIA DA CINESIOLOGIA...............................................................................................3
MECÂNICA APLICADA AO ESTUDO DE MOVIMENTO.......................................................4
PLANOS E EIXOS...................................................................................................................4
PLANOS ANATÔMICOS.........................................................................................................4
GONIOMETRIA........................................................................................................................6
ARTROCINEMÁTICA..............................................................................................................7
OSTEOCINEMÁTICA..............................................................................................................7
ARTICULAÇÕES MECÂNICAS X ARTICULAÇÕES HUMANAS...........................................7
MOVIMENTOS INTRA-ARTICULARES..................................................................................8
PRINCÍPIOS MECÂNICOS – CINÉTICA................................................................................8
NEUROFISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR............................................................9
CONTROLE MOTOR.............................................................................................................11
TIPO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR...................................................................................13
COMPLEXO DE OMBRO......................................................................................................13
COTOVELO...........................................................................................................................17
ARTICULAÇÃO DO PUNHO.................................................................................................20
CINÉTICA RESPIRATÓRIA..................................................................................................22
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR – ATM...............................................................23
COLUNA VERTEBRAL..........................................................................................................26
SEGMENTO CERVICAL........................................................................................................29
QUADRIIL..............................................................................................................................31
SEGMENTO REGIÃO LOMBAR...........................................................................................33
MÚSCULOS DO TRONCO E ABDOME...............................................................................33
HÉRNIA DE DISCO...............................................................................................................34
QUADRIL – ORIGEM E INSERÇÃO.....................................................................................37
FUNÇÃO DE SUSTENTAÇÃO DOS MÚSCULOS...............................................................38
ARTICULAÇÃO DO JOELHO................................................................................................39
MENISCOS MEDIAL E LATERAL.........................................................................................41
LIGAMENTOS CRUZADOS ANTERIOR E POSTERIOR.....................................................44
PÉ E TORNOZELO................................................................................................................44
LIGAMENTOS ESTABILIZADORES DO TORNOZELO.......................................................46
O PÉ.......................................................................................................................................47
CAMINHADA – CICLO DA MARCHA....................................................................................47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................49
CINESIOLOGIA

Cinesiologia é o estudo dos movimentos. Ciência que busca compreender as forças que
atuam sobre o corpo humano e em como manipular essas forças em procedimentos de
tratamento de modo a melhorar o desempenho e em como lesões adicionais possam ser
prevenidas. Combinação da teoria e princípios da anatomia, fisiologia, antropometria e mecânica.
BIOMECÂNICA: aplicação das leis da mecânica nos sistemas “vivos.” É derivada das
ciências naturais que utilizam análises físicas dos diferentes sistemas biológicos, incluindo o
movimento humano. A biomecânica analisa o movimento em diferentes aspectos amplamente
dinâmicos e utiliza como método de medição de seus parâmetros quantitativos a antropometria, a
cinemetria, a dinamometria e eletromiografia.
ANTROPOMETRIA: medida de determinadas características do corpo humano como
estatura, massa, volume, densisdade, centro de gravidade e momento de inércia da massa.
CINEMETRIA: medição cinemática que busca a partir de imagens da execução do
movimento, observaro comportamento das variáveis dependentes: velocidade, aceleração,
deslocamento, posição e orientação do corpo e seus segmentos.
DINAMOMETRIA: método de medição cinética que envolve todas as medidas de força
resultadndo na interpretação das respostas de comportamentos dinâmicos do movimento do
corpo humano.
ELETROMIOGRAFIA: método de registro de atividade elétrica de um músculo durante uma
contração. Contribui para o diagnóstico de doenças neuromusculares.

A cinesiologia tem por objetivo entender como as forças agem no corpo humano no intuito
de manipulá-la de maneira correta resultando na melhora da função ou agindo na prevenção de
possível disfunção muscular, ligamentar ou articular.
O estudo desssa ciência demanda fundamento importância no que se diz respeito em
conhecer os efeitos e as mudanças que são desencadeadas, realizadas pelo movimento, sendo
possível estabelecer e conhecer os limites para as estruturas do corpo, e direcionar uma melhor
prescrição de exércícios em conformidade com a estrutura física individual.

Músculos: o músculo se liga, conecta-se ao osso através do tendão.


O tendão por sua vez, transmite força para o osso, estimulando o
sistema nervoso. Toda alavanca tem 3 pontos: apoio, resistência e
potência.

HISTÓRIA DA CINESIOLOGIA

Anatomia = estrutura Fisiologia – função.


- Aristóteles (384-322 a.C): Pai da Cinesiologia. Descreveu a ação muscular dos animais
e submeteu a uma análise geométrica. Primeiro a descrever o complexo de marcha.
- Arquimedes (287-212 a.C): Princípios hidroestáticos que governam os corpos flutuantes
– natação.
- Galeno (201-131 a.C): Descreveu a diferença entre os nervos motores e sensitivos,
músculos agonistas e antagonistas, tônus e conceitos articulares.
TÔNUS: estado de semicontração permanente do músculo.
- Leonardo Da Vinci (1452-1519): Conceitos sobre a gravidade, equilíbrio, centro de
resistência. Descreve a mecânica da posição ereta, a marcha na subida e na descida, o salto, etc.
- Galileo Galilei (1608-1643): Contribuiu para a cinesiologia como ciência.
- Borelli (1608-1679): Pai da moderna biomecânica, o primeiro a estudar matematicamente
o movimento.
- Isaac Newton (1642-1727): Conceito sobre as leis: fundamentos da dinâmica de
movimentos.
- Irmãos Webers: Em 1836, desenvolveram o conceito sobre o mecanismo da ação
muscular.

MECÂNICA APLICADA AO ESTUDO DE MOVIMENTO

Há diversos tipos de mecânicas que auxiliam no estudo do movimento ou repouso do corpo


humano:
MECÂNICA ESTÁTICA: estuda os corpos em repouso ou movimento uniforme.
MECÂNICA DINÂMICA: trata dos corpos que estão em aceleração ou desaceleração.
BIOMECÂNICA: aplicação da mecânica ao corpo humano vivo.
CINEMÁTICA: ciência de movimento dos corpos no espaço. Estuda um único ponto do
corpo, a posição de vários segmentos, a posição de uma única articulação ou movimentos que
ocorrem entre superfícies articulares adjacentes. Descreve o movimento de um corpo de forma
livre, ou seja, sem se preocupar com as forças ou torques responsáveis pela sua produção. Ramo
da mecânica que descreve o movimento de um corpo sem preocupar-se com as forças ou os
torques necessários para ser produzido.

PLANOS E EIXOS

Para poder compreender sobre planos e eixos, é importante ter em observação que tudo é
avaliado no corpo em uma posição anatômica constante, garantindo que as descrições não sejam
ambíguas. Ao descrever pacientes (ou cadáveres), é preciso visualizar mentalmente essa
posição, estejam eles em decúbito lateral, dorsal (deitados de costas) ou ventral (de barriga para
baixo). A posição anatômica refere-se à posição do corpo como se a pessoa estivesse em pé,
com:
 A cabeça, o olhar e os dedos voltados anteriormente (para frente)
 Os braços ao lado do corpo, como as palmas voltadas anteriormente e
 Os membros inferiores próximos, com os pés paralelos.

Esta posição é adotada mundialmente para as descrições anatômicas.

PLANOS ANATÔMICOS

As descrições anatômicas baseiam-se em quatro planos imaginários (mediano, sagital,


frontal e transverso) que cruzam o corpo na posição anatômica.
PLANO MEDIANO: (plano sagital mediano), plano vertical que corta o corpo
longitudinalmente, divide o corpo nas metades direita e esquerda. O plano define a linha mediana
da cabeça, do pescoço e do tronco, onde cruza a superfície do corpo. Muitas vezes o termo linha
mediana é erroneamente usado como sinônimo de plano mediano.
PLANOS SAGITAIS: são planos verticais que atravessam o corpo paralelamente ao plano
mediano. Embora seja muito usado, o termo parassagital é desnecessário, pois todo plano
paralelo ao plano mediano, situado a cada lado dele, é, por definição, sagital. Entretanto, um
plano paralelo ao plano mediano e próximo a ele pode ser denominado plano paramediano
PLANOS FRONTAIS: (coronais) são planos verticais que atravessam o corpo formando
ângulos retos com o plano mediano, dividindo o corpo em partes anterior e posterior.
PLANOS TRANSVERSOS: são planos horizontais que atravessam o corpo formando
ângulos retos com os planos mediano e frontal, dividindo o corpo em partes superior e inferior. Os
radiologistas referem-se aos planos transversos como transaxiais, que costumam ser abreviados
como planos axiais.
Planos anatômicos – ilustração os principais planos anatômicos.

Para todo plano sempre existirá um eixo perpendicular ao plano:

- para o plano sagital – eixo transversal


- para o plano frontal – eixo sagital
- para o plano transversal – eixo longitudinal

Todo movimento desliza pelo plano e gira ao redor do eixo.


Plano sagital x eixo transversal = ocorre os movimentos de flexão e extensão.
Plano frontal x eixo sagital = ocorre os movimentos de deslocamento lateral ou abdução e o
retorno do deslocamento lateral ou adução.
Plano transversal x eixo longitudinal = ocorre os movimentos de rotação interna e rotação
externa ou rotação lateral e rotação medial.

Esses movimentos compreendem também:


MOVIMENTOS OSTEOCINEMÁTICOS: são movimentos de controle corpóreo voluntário.
MOVIMENTOS ARTROCINEMÁTICOS: são movimentos sem controle corpóreo.
MOVIMENTOS ACESSÓRIOS: são os movimentos de tração, deslizamentos (laterais e
anteroposteriores), rotação.
- torque: é o produto da força pela distância perpendicular de sua linha de ação ao eixo do
movimento. T= FxD.

GONIOMETRIA

A goniometria compreende uma técnica de avaliação que tem por finalidade determinar a
amplitude, quantidade de movimento que uma articulação consegue realizar. Constitui em avaliar
a função da morfologia da articulação, da cápsula e ligamentos, assim como dos músculos e
tendões que cruzam, estejam envolvidos em uma determinada articulação. As articulações são
descritas por graus de movimentos que realizam, graus de liberdade de movimento que podem
variar de um a três graus conforme o plano e eixo em que a articulação se movimenta.
A amplitude de movimento (ADM) é a quantidade de movimento de uma articulação. A
posição inicial para se medir a ADM de todas as articulações, com exceção dos movimentos de
rotação, é a posição anatômica. A amplitude de movimento varia de acordo com a estrutura
óssea, desenvolvimento muscular, gordura corporal.

O que é amplitude de movimento ativa?


É a quantidade de movimento articular realizada por um indivíduo sem qualquer auxílio.
Quando a amplitude é realizada ativamente, o examinador tem a informação exata sobre a
capacidade, coordenação e força muscular da amplitude de movimento do indivíduo. Ao testar a
ADM ativa, e o indivíduo completar sem esforço e sem dor, tem-se a noção exata da real
condição da amplitude de movimento.

O que é a amplitude de movimento passiva?


É a quantidade de movimento realizada pelo examinador sem a ajuda do indivíduo. A ADM
passiva fornece ao examinador a informação exata sobre a integridade das superfícies articulares
e a extensibilidade da cápsula articular, ligamentos e músculos. Ocorrendo dor durante a ADM
passiva, ela se deve, muitas vezes, ao movimento de estiramento ou compressão das estruturas
não contráteis. A quantidade de ADM passiva é determinada pelo tipo de estrutura da articulação
que está sendo testada: cápsulas, ligamentos, tendão ou músculos.

Grau de liberdade: é a capacidade do corpo de transformar movimentos angulares


estereotipados das articulações, em movimentos curvilíneos.

Classificação: ocorre de acordo com o número de planos que se movem ou o número de


eixos primários que possuem:
 1 grau de liberdade: move-se em um plano e tem um eixo (flexão e extensão
interfalangeanas e articulação do cotovelo) = 2 movimentos.
 2 graus de liberdade: move-se em dois planos e tem dois eixos (metacarpo
falangeanas das mãos e radio cárpicos do punho) = 4 movimentos.
 3 graus de liberdade: move-se em três planos e tem três eixos de movimento quem
passam no centro da articulação (articulação glenoumeral e quadril) = 6
movimentos.
* Toda articulação que apresenta 3 graus de liberdade de movimento, apresenta 6+1
movimentos, 3 planos, 3 eixos, 7º movimento = circundução.
Amplitude normal dos ângulos articulares dos membros superiores e inferiores.

ARTROCINEMÁTICA

Análise da dinâmica de um movimento que ocorre entre as superfícies articulares, bem


como suas relações ósseas para que determinados movimentos ocorram. Deslizamento,
rolamento e giro, são os micromovimentos que ocorrem dentro das articulações.

OSTEOCINEMÁTICA

Estudo dos pontos de referência no espaço e suas classificações de acordo com os


movimentos articulares realizados. A combinação de várias destas articulações unidas por
segmentos sucessivos, compõe cadeias cinéticas abertas (não indicada no pós operatório recente
de cruzado anterior instável), e cadeias cinéticas fechadas. Movimentação de grandes amplitudes
– macromovimentos.

ARTICULAÇÕES MECÂNICAS X ARTICULAÇÕES HUMANAS

Superfícies articulares ovóides e selares.

superfícies ovóides raio de curvatura varia ponta a ponta


articulares

relação pareada côncavo-convexa


MOVIMENTOS INTRA-ARTICULARES

Deslizamento superfície plana: maior amplitude côncava em relação a convexa no


movimento de abdução e adução, predominância de rolamento.
3 tipos: deslizamento, rolamento e giro. Osso fixo e osso móvel.

PRINCÍPIOS MECÂNICOS – CINÉTICA

FORÇA: quando de mesma magnitude, mas em sentido opostos, mantém um estado de


equilíbrio, ou seja, se anulam. Em estado de equilíbrio / desequilíbrio = ação e reação.
FONTES DE FORÇA: externa = gravidade | força muscular, atrito.

 Gravidade encontrada no peso das próprias partes corporais, talas, aparelhos de


gesso, utensílios de comer, pesos.
 Músculos produzem força sobre os segmentos ósseos por contração ativa ou por
serem alongados.
 Resistência externa: resistência manual, polias.
 Atrito pode ser proporcional, estabilidade, retardar o movimento quando em excesso
e provocar instabilidade se inadequado.
 Ação que contrai um ou mais músculos, a reação é de resistência oposta a força em
movimento.
 Quando maior o atrito e/ ou a resistência, maior a força empregada pelo músculo.

CONSEQUÊNCIAS CLÍNICAS DAS FORÇAS APLICADAS: compressão articular, tração


articular, pressão (força por unidade de área). Quanto maior o braço de potência e menor o braço
de resistência, a alavanca será favorável (fácil), menos gasto de energia.
NEUROFISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR

1- ESTRUTURA DO MÚSCULOESQUELÉTICO:

FIBRA MUSCULAR: o musculoesquelético é composto por um conjunto de fibras
musculares. O conjunto de várias fibras musculares é chamada de fascículo. Cada fibra
muscular possui um conjunto de miofibrilas e estas por sua vez, é formada por filamentos
chamados de actina e miosina. A fibra muscular possui uma membrana chamada
sarcolema (parte externa da fibra) é uma sarcoplasma. Essa sarcoplasma possui
elementos como Mg, K, Fe, enzimas e mitocôndrias. É no sarcoplasmas que as miofibrilas
estão suspensas. Cada miofibrila possui um conjunto de sarcômeros que podemos
comparar com os vagões de um trem. Estes sarcômeros é compreendido entre dois discos
chamados de Z ou banda Z. Esta banda Z na realidade, está delimitando um sarcômero. O
sarcômero possui uma banda clara composta de filamentos de actina e uma banda
escura central onde estão os filamentos de miosina, tanto a actina como a miosina são
proteínas.
A figura demonstra as formações conhecidas como sarcômeros, que são as unidades
contráteis dos músculos esqueléticos. Existem filamentos espessos (compostos por miosina,
centrais) e filamentos finos (compostos por actina, de ambos os lados). Tanto os filamentos de
actina quanto os de miosina são conectados a uma linha vertical, conhecida como Disco Z. Este
disco Z é uma proteína filamentosa que liga todas as miofibrilas da fibra muscular (ajudando na
estabilidade do músculo), é ela também, que confere o aspecto característico de músculo
estriado, tanto ao músculo esquelético quanto ao cardíaco.
Além do disco Z, observem na primeira figura que existem algumas faixas, conhecidas
como faixa A, I e H. As mais comumente abordadas, a faixa I é clara e só contém filamentos de
actina e a faixa A, escura, que contém os filamentos de miosina e as extremidades dos filamentos
de actina, onde se superpõem aos filamentos de miosina. Como pode-se notar nas duas figuras, o
filamento grosso de miosina possui algumas projeções laterais, conhecidas como Pontes
Cruzadas, cuja interação com os filamentos finos de actina garantem a contração.

O sarcômero é o segmento da miofibrila que se encontra entre dois discos Z, e é essa


estrutura, pelo movimento dos filamentos grossos e finos, que exerce a contração muscular. Além
disso, a estabilidade do posicionamento característico dos filamentos de actina e miosina é bem
difícil de ser mantida, e só acontece pelo grande número de moléculas conhecidas como Titina,
observadas na figura 2. São essas moléculas de titina que funcionam como molas, e como estão
presas ao disco Z permitem que a estrutura mantenha sua estabilidade durante a contração.

Observem na figura a baixo a diferença entre a miofibrila relaxada e contraída:


2- MECANISMO DA CONTRAÇÃO MUSCULAR

DESLIZAMENTO DOS FILAMENTOS: a contração da fibra muscular ocorre através do
deslizamento entre os filamentos de actina. A miosina não se modifica, cada sarcômero
em repouso, em média mede 2,5µm (micrômetro). Quando contraído, pode chegar a
1,05µm. Um músculo como o bíceps, possui 40.000,00 de sarcômeros e pode encurtar
até 4cm.

POTENCIAL DE AÇÃO DO MÚSCULO: é semelhante ao potencial de ação do nervo,
no entanto, ele só pode ser desencadeado por meio de um estímulo nervoso. A duração
do potencial de ação é em torno de 1,5m’s e a velocidade de condução é de 3 5ms2.

EXCITAÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS: toda fibra muscular tem
uma inervação própria e cada fibra tem uma elevação. A excitação da fibra é originada
por um estímulo nervoso. Esse estimulo nervoso despolariza a membrana da fibra
muscular gerando atividades eletroquímicas. A transmissão do impulso nervoso ocorre
através da junção mioneural (sinapse) através da liberação de acetilcolina.

3- GRADUAÇÃO DA FORÇA DE CONTRAÇÃO MUSCULAR

Ativação dos neurônios motores com menor razão de inibição. Cada fibra muscular tem
uma enervação específica – aumentando o número de unidades motoras ativadas
simultaneamente.
UNIDADE MOTOR: é o neurônio motor e a quantidade de fibras que inerva. Tem músculos
que possuem unidades motoras que inervam de 5 a 10 fibras musculares. Exemplo: músculos da
mão necessitam um controle fino do movimento e há músculos onde o neurônio motor inerva
várias fibras musculares como o músculo sóleo (batata da perna), onde exige mais força do que
controle fino.
 Aumentando a frequência de estimulação de cada unidade motora. É um estímulo após o
outro, não deixando a membrana em repouso.

4- TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES

CONTRAÇÃO LENTA: há algumas maneiras de classificar os tipos de fibras, podendo ser,


segundo a função, característica anatômica ou pela velocidade de contração.

fadiga
VELOCIDADE COR DIÂMETRO (tam) RESISTÊNCIA ENERGIA
Lenta Vermelho escuro Pequena Menos força Respiração
resistência aeróbia
oxidatório
Respiração
Rápida Pálida/branca Grande Resistência anaeróbia
glicolítico

Intermediária Vermelho claro Média ≅ Resistência Glicolítico /


oxidatório

CONTROLE MOTOR

TÔNUS MUSCULAR: é o grau residual de contração da musculatura esquelética. Na


posição vertical ele é bem evidente nos músculos antigravitacionários que nos membros
superiores. São: os flexores do tronco, os abdominais e os paravertebrais; e nos membros
inferiores os extensores.
bíceps .
braquial
paravertebrais
No ato voluntário o tônus estava
aumentado na musculatura
abdominais agonista e sinergista.

glúteos
quadríceps

tríceps sural

1- CONTROLE SEGMENTAR:

O controle do movimento no próprio segmento medular. Os componentes que participam


são:
 NERVOS PERIFÉRICOS (raízes aferentes ou sensitivas): é composto de raízes e fibras
aferentes e sensitivas que tem a função sensitiva que recebe as informações da sensibilidade
dos músculos, tendões e articulações. Fazem parte do nervo também as fibras nervo motoras
ou também chamadas de eferentes.
 MEDULA ESPINAL: tem início a partir do tronco cerebral e vai até as vértebras lombares. Ela
possui uma região central em forma de borboleta ou “H” que tem a cor cinzenta e nela estão
os corpos dos neurônios motores. A substância branca está externamente à cinzenta e ela
tem essa coloração devido a presença de axônios.
 FUSO MUSCULAR: receptores musculares que recebem informações do comprimento das
fibras musculares e na velocidade de estiramento. Ele tem a forma fusiforme e está
localizado entre as fibras musculares. Ele possui dois tipos de fibras intrafusais: uma em
forma de bolsa e outra em forma de cadeia nuclear. Essas fibras possuem uma região central
não contrátil onde estão localizados os receptores primários responsáveis para detectar a
velocidade e comprimento do estiramento e também os receptores secundários responsáveis
pela percepção do comprimento e do estiramento. Essas informações vão para a medula
através do nervo aferente.
 RECEPTORES ARTICULARES / TENDINOSOS: receptores articulares localizados nas
articulações e são responsáveis por detectar a localização e a magnitude das forças
deformantes, altera uam posição (angulação e velocidade). Receptores tendinosos,
localizados nos tendões, próximo ao final das fibras musculares. Quando se tem uma
alteração no comprimento, velocidade e angulação dos músculos e articulações, os
receptores dessas estruturas mandam uma informação via aferente até a medula. Na medula,
estes neurônios podem fazer conexão direta com os neuronios motores, contraindo ou
relaxando os músculos. Podem também ligações com interneurônios inibitórios ou
facilitatórios, ou ainda, estas vias aferentes fazem conexão com neuronios que caminham em
direção ao encéfalo.

2- CONTROLE SUPRASEGMENTAR:

 CENTROS MOTORES E CONTROLADORES


O giro pré central é responsável pelos movimentos voluntários. Outras estruturas
encefálicas participam do controle do movimento, são elas: núcleo da base e cerebelo que tem
como função controlar o tônus muscular e a coordenação dos movimentos.

 INTEGRAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA
Ligação entre a sensação e a resposta a esta sensação. As fibras sensitivas provenientes
da pele, músculos, tendões e articulações, ao chegarem na medula, fazem conexão com outras
fibras que sobrem em direção ao encéfalo. Algumas delas fazem conexões com o cerebelo e o
sistema desestimula e outra vão em direção ao tálamo. Independente dos caminhos que elas
tomarem, elas terminarão na região do encéfalo, chamada de área somestésica. Essa integração
sensório-motora é importante para a correção da postura e dos movimentos.

Sistema vestibular: correção e postura do equilíbrio.


Sistema cerebelar: coordena e controla os movimentos.

 CINESTESIA E PROPRIOCEPÇÃO
Cinestesia (sensação em movimento), conhecimento do movimento articular.
Propriocepção é a entrada sensorial dos receptores profundos (fuso muscular, receptores
tendinosos e articulares). Servem para discriminar a posição e movimentos articulares (direção,
amplitude e velocidade) bem como a tensão relativa entre os tendões.

TIPO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR

 Isotônica igual e contração: contração ou força igual, alteração no comprimento.


Origem e inserção contraídos, se aproximam. O comprimento do músculo é alterado,
porém a força e grau de contração é igual.
 Isométrica: comprimento igual. Origem e inserção não se aproximam. O
comprimento é mantido, porém há o aumento da força.
 Isocinética: velocidade igual a amplitude do movimento. De mesma velocidade.
 Concêntrica: origem e inserção se aproximam: movimento de levantar um peso em
direção ao ombro.
 Excêntrica: origem e inserção se distanciam porém, o músculo está em contração:
esticar o braço cm um peso nas mão por exemplo.

COMPLEXO DE OMBRO

 articulação real
 esterno clavicular
 articulação glenoumeral + importante

Articulação vertebral: feito por ligamentos (funcionais)


Coracoacromial: forma uma articulação teto da articulação do ombro (acrômio e
coracóide), espaço entre acrômio e a cabeça do úmero onde se encontra tendões e bursas
subacromial, escápulo torácica ou escápulo costal.
 Úmero: o maior osso do membro superior, articula-se com a escápula na articulação do
ombro e com o rádio e a ulna na articulação do cotovelo. A extremidade proximal do úmero
tem cabeça, colos cirúrgico e anatômico, e tubérculos maior e menor. A cabeça do úmero é
esférica e articula-se com a cavidade glenoidal da escápula. O colo anatômico do úmero é
formado pelo sulco que circunscreve a cabeça e a separa dos tubérculos maior e menor.
Indica a linha de fixação da cápsula articular do ombro. Orla cortilóidea, margeia a cavidade
glenóide. Tecido fibrocartilaginoso. Aumenta a superfície de contato entre a cabeça do úmero
e a cavidade glenóide, dois vetores: um no centro da cabeça do úmero e outro ao longo da
diáfise. A intersecção dos dois gera um ângulo de 135°.
 Cápsula sinovial: localizada ao redor de toda a cavidade glenóide para se inserir toda no colo
cirúrgico do úmero. Toda cápsula articular tem uma membrana sinovial que produz o nitro
sinovial que nutre toda a articulação.
 Úmero e Escápula: terceira estrutura que liga o úmero a escápula. Ligamentos que
estabilizam essa ligação:
1- desde o processo coracóide até a cabeça do úmero: ligamento coracoumeral, que passa
sobre a articulação, fibra cartilaginosa.
2- ligamento dividido em três porções: ligamento glenoumeral, todos tem ponto de fixação
entre a cavidade glenóide e o úmero.
Superior, supero anterior ou anterior
Glenoumeral médio forma a marca do zorro = Z
Inferior ou ínfero anterior
 Coracoumeral: todas as vezes que os pontos de fixação estão distantes, se encontra em
tensão, próximos a medula, relaxados. Quanto maior a abdução, maior a distância de ponto
de fixação, deixando a articulação relaxada.
 Inferior médio: em adução, relaxado, em abdução, tensionado. Bursas tem por função evitar o
atrito entre as estruturas anatômicas que a margeiam.
Músculos que cruzam a articulação do ombro e mantém a cabeça do úmero à cavidade
glenóide:
Músculo supraespinhoso: se localiza na fossa supraespinhal, fica em estado de
semicontração.
Músculo infraespinhoso: ocupa toda a fossa infraespinhosa.
Músculo redondo menor: localizado na borda lateral superior da escápula.
Fossa subescapular: tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial, músculo do
muque; existe dois ventres musculares: cabeça longa e cabeça curta do bíceps.
Músculo deltóide: em forma de delta, se insere na tuberosidade deltoídea. Deltóide e
infraespinhoso são os principais músculos para o movimento de adução e abdução.
Músculo redondo maior: coaptação de pequena importância, rotação interna.
Músculo peitoral maior: tem pontos de fixação nos arcos costais da 2ª a 5ª costela.
Manguito rotador: é composto pelos músculos supraespinhoso, infraespinhoso, redondo
menor e subescapular. Esses quatros músculos são de fundamento importância para a
manutenção da cabeça do úmero na cavidade glenóide.
Escápula próxima da colina – adução.
Escápula distante da coluna – abdução.
ELEVAÇÃO E DEPRESSÃO DA ESCÁPULA: quando o ângulo inferior se afasta da coluna
vertebral, ocorre rotação superior; quando o ângulo inferior se aproxima da coluna vertebral ou o
acrômio deprime, ocorre rotação inferior.

MÚSCULO TRAPÉZIO

O trapézio é dividido em superior, médio e inferior.


 Origem: através da sua face, tem origem da 2ª vértebra cervical até a 11ª vértebra torácica.
 Inserção: SUPERIOR: espinha da escápula, acrômio e extremidade lateral da clavícula.
 Função do superior: elevador do ombro, da escápula, rotador superior da escápula e
inclinador cervical.
 MÉDIO: possui mesma origem do superior.
 Inserção: próximo a espinha da escápula, terço médio da borda medial da escápula.
 Função: adutor da escápula, auxilia um pouco na rotação inferior da escápula.
 INFERIOR: origem é a mesma do superior.
 Inserção: terço médio da borda medial da escápula.
 Função: depressor e rotador superior da escápula, contração conjunto do trapézio causa
abdução da escápula.
O músculo trapézio é um músculo triangular, plano, que se estende sobre a parte posterior
do pescoço e parte superior do tórax. Os músculos trapézio pareados apresentam o formato de
diamante, daí seu nome: os ângulos laterais ocorrem nas pontas do ombro, o ângulo superior na
protuberância occipital e linhas nucais superiores e o ângulo inferior na coluna, na décima
segunda vértebra torácica.
Em cada lado, o músculo insere-se no terço medial da linha nucal superior, protuberância
occipital externa, ligamento nucal e ápices dos processos espinhais e seus ligamentos
supraespinhais de C7 a T12. As fibras superiores descem, as fibras inferiores sobem e as fibras
entre elas prosseguem horizontalmente: todas convergem lateralmente sobre o ombro. As fibras
superiores inserem-se na borda posterior do terço lateral da clavícula; as fibras médias à margem
acromial média e lábio superior da crista da espinha escapular e as fibras inferiores passam para
uma aponeurose que desliza sobre a superfície triangular lisa na extremidade medial da espinha
escapular e insere-se em um tubérculo em seu ápice lateral.
A inserção occipital é feita por uma lâmina fibrosa, que também é aderente à pele. A
inserção espinhal é feita pela aponeurose triangular ampla desde a sexta vértebra cervical até a
terceira vértebra torácica e por fibras tendíneas curtas abaixo disto.

MÚSCULOS ROMBOIDES MAIOR E MENOR

 Origem: 6ª vértebra cervical até 4ª vértebra torácica.


 Inserção: borda medial próxima a espinha da escápula.
 Função: adução com rotação superior da escápula.

O músculo romboide maior é uma lâmina quadrilateral de músculo que se origina por fibras
tendinosas provenientes dos processos espinhosos e ligamentos supraespinhais da segunda a
quinta vértebras torácicas e desce lateralmente para a borda medial da escápula, entre a raiz de
sua espinha e o seu ângulo inferior. A maior parte de suas fibras geralmente termina em uma
banda tendinosa entre estes dois pontos, unida à borda medial da escápula por uma fina
membrana.
Ocasionalmente esta união é incompleta, caso no qual algumas fibras musculares se fixam
diretamente à escápula. As fixações do músculo romboide maior – e também as dos músculos
romboide menor, levantador da escápula e serrátil anterior – podem ser mais extensas, com
‘pregas’ ou extensões passando para as faces dorsal e costal da escápula adjacentes à sua
margem medial.
O músculo romboide menor é um pequeno músculo cilíndrico. Ele se estende do ligamento
nucal inferior e dos processos espinhosos da sétima vértebra cervical e primeira vértebra torácica
até a base de uma superfície triangular lisa, na extremidade medial da espinha da escápula, onde
as camadas dorsal e ventral juntam-se à borda inferior de inserção do músculo levantador da
escápula.
A camada dorsal do músculo romboide menor é inserida na borda da superfície triangular,
dorsolateral e abaixo do músculo elevador da escápula. A camada ventral é forte e larga, se
estendendo por 2-3 cm medial e abaixo do músculo levantador da escápula; neste ponto as
fáscias dos m. m. romboide menor e serrátil anterior estão fortemente fundidas. O músculo
romboide menor geralmente está separado do romboide maior, mas os músculos se superpõem e
ocasionalmente estão unidos.

MÚSCULO LEVANTADOR (ELEVADOR) DA ESCÁPULA

 Origem: terço superior da borda media da escápula.


 Inserção: vértebras cervicais superiores acima de C4.
 Função: elevador da escápula e rotação superior.

O músculo levantador (elevador) da escápula é um músculo delgado originado por


projeções tendinosas aos processos transversos da terceira e quarta vértebras cervicais. Ele
desce diagonalmente para se aproximar da borda escapular medial entre seu ângulo superior e a
superfície triangular lisa na extremidade medial da espinha escapular.
Variações: O levantador da escápula varia consideravelmente em suas origens vertebrais e
na extensão na qual se separa em feixes. Pode haver fixações acessórias para o processo
mastoide, osso occipital, primeira ou segunda costela, escalenos, m.m trapézio e serrátil anterior.

COMPLEXO DE OMBRO

orla estruturas estáticas, estabilizam a cabeça do úmero na cavidade


cápsula articular glenóide.
glenoumeral

musculo supraespinhoso, deltóide, ocupa toda a fossa supraespinhosa.


* tendão: fixação proximal= clavícula, acrômio, espinha da escápula em forma de delta.
 Depressão = peitoral menor, trapézio inferior.
 Abdução = serrátil anterior, peitoral maior e menor.
 Adução = serrátil anterior, trapézio – fibras médias, rombóides.
 Rotação superior = trapézio superior e inferior, serrátil anterior.
 Rotação inferior = elevador da escápula, rombóides.

GLENOUMERAL

 FLEXÃO: peitoral maior, deltóide anterior, coracobraquial, bíceps braquial.


 EXTENSÃO: latíssimo do dorso (grande dorsal), redondo maior, tríceps braquial,
deltóide posterior.
 ABDUÇÃO: deltóide, supraespinhoso, bíceps braquial.
 ADUÇÃO: peitoral maior, grande dorsal, redondo maior, tríceps braquial, deltóide
posterior.
 ROTAÇÃO EXTERNA: infraespinhoso, redondo menor, deltóide posterior.
 ROTAÇÃO INTERNA: subescapular, redondo maior, latíssimo do dorso, peitoral
maior, deltóide anterior.

Supra espinhoso importante no torque e velocidade nos primeiros 30°. Sua maior tensão
ocorre a 90°. Deltóide age de 0º até o final da abdução, ocorrendo maior tensão também a 90º.
A abdução pura ocorre de 0° a 60°, a partir do qual deve ocorrer obrigatoriamente uma
rotação superior da escápula numa proporção 2:1.
(para cada 20º de abdução do úmero, deve ocorrer 10º de rotação superior da escápula)
Também deve ocorrer a partir de 60° de abdução do braço, uma rotação da clavícula.
Quando abduz de 0° a 90°, deltóide e supraespinhoso, a partir de 90° a 150°, rotação superior da
escápula, contração máxima dos rotadores superior da escápula, acima de 150°, o deltóide e o
supraespinhoso não age mais, mas age como paravertebrais dorsais que contraem como
músculos estabilizadores, impedindo o movimento, ou seja a fixação.

COTOVELO

Articulação intermediária. Articulação que, quando lesada, provoca luxações.


Diferença de angulação no cotovelo: mais acentuado no sexo feminino que no sexo
masculino, sendo chamado de ângulo valgo.
 ACIDENTES ÓSSEOS: extremidade inferior da face anterior do úmero, capítulo, epicôndilos
lateral e medial, fossa coronóides e radial, troclea.
Extremidade distal, face posterior do úmero, fossa olecraneana. Face anterior da
extremidade proximal da ulna, superfícies articulares do olecrano e o processo coronóides,
cabeça do rádio.
Fóvea: (extremidade superior), superfície articular, tuberosidade bicipital (fixa, distal ao
músculo do bíceps braquial).

- Quantas articulações há no cotovelo?


3 articulações. A principal articulação é formada entre úmero e a ulna, cabeça do rádio,
capítulo. A cabeça do rádio gira na incisura radial do úmero.

 ÚMERO-ULNAR: articulação com 1 grau de liberdade, permitindo a flexão e extensão do


antebraço no plano sagital de eixo transversal.
 RÁDIO-ULNAR: articulação com 1 grau de liberdade, permite a pronação e a supinação. O
plano e eixo para os movimentos de prono supinação dependem do posicionamento do
antebraço:
1º- se o antebraço estiver estendido, os movimentos de pronos supinação ocorrem
simultaneamente que os movimentos de rotação interna e externa do braço num plano transversal
e eixo longitudinal.
2º- pronos supinação pura só ocorre com o antebraço fletido a 90°, que ocorre num plano frontal e
eixo sagital.

Osso do cotovelo direito.

ESTRUTURAS ESTÁTICAS ESTABILIZADORAS DO COTOVELO

1ª Estrutura: cápsula – envolve toda a articulação do úmero, ulna e rádio.


2ª Estrutura: ligamento longitudinal ou colateral interno; ligamento dividido em 3 partes:
anterior, médio e posterior. Limita o valgismo.
3ª Estrutura: ligamento longitudinal ou colateral externo; dividido em 3 partes: anterior,
médio e posterior, ligamento posterior.
O ligamento do ângulo valgo tem por função estabilizar a cabeça do rádio na incisura radial
da ulna.
Ângulo valgo: caída do antebraço estendido, mais acentuado no sexo feminino que no
masculino. Angulação valgo normal de 10- 15°, acima de 15°, ângulo acentuado.

FATORES LIMITANTES DA FLEXO-EXTENSÃO

 EXTENSÃO:
1º fator: encaixe do olecrano na fossa olecraneana.
2º fator: cápsula (conjunto de tecido conjuntivo) articular, parte tensa da cápsula é
denominada de cápsula anterior.
3º fator: bíceps braquial (massa muscular do bíceps braquial).
 FLEXÃO:
1º fator: bíceps braquial (massa muscular do bíceps braquial).
2º fator: cápsula articular, mas denominada como cápsula posterior.
3º fator: tríceps braquial (tendão do tríceps braquial) ocupa todo o posterior do braço.
Quanto maior a massa do tríceps, maior a limitação da flexão do braço até o antebraço.
4º fator: fossa coronóides e radial, fim da flexão passiva, se encaixam: dinâmico =
músculo, estabilização estática = ligamentos.

Ligamentos do cotovelo em flexão de 90°: vista lateral e medial.

 MÚSCULO FLEXO-EXTENSÃO: posição relativamente neutra, cápsula relaxada. Flexão na


cápsula articular, cápsula posterior relaxada – tensão. Extensão na cápsula articular, cápsula
anterior tensa, relaxada.
 ÚMERO-RÁDIO-ULNAR: forças em sentido lateral, tensão no colateral externo; colateral
medial relaxado.
 MÚSCULOS DA FLEXÃO: citados anteriormente, 3 músculos responsáveis: 1º e mais
importante = bíceps braquial, composto por 2 ventres musculares. Dividido em cabeça longa –
inserção no tubérculo supra glenoidal e cabeça curta – inserção no processo coracóide. Os
dois ventres se unem em um único tendão para fixar-se na tuberosidade bicipital do rádio.
 FUNÇÕES DO BÍCEPS: excelente flexor, sendo sua maior potência a 90°, também
considerado um excelente supinador.
Bíceps: 2 ventres musculares, cabeça longa e curta que se unem na tuberosidade bicipital.
Movimento para obter o máximo de potência, força dos 2 ventres é o movimento de gancho ≅ 90°
de flexão do antebraço, as 2 cabeças contraídas, mas a curta com maior potência.
 MÚSCULO BRAQUIAL: considerado o flexor puro do cotovelo, se estende por toda a face
anterior do úmero, inserindo-se abaixo do processo coronóide da ulna. Não realiza nenhum
outro movimento, somente flexão.
 MÚSCULO BRAQUIAL RADIAL: braquial anterior se estende do epicôndilo lateral do úmero
ao processo estilóide do rádio. Também considerado flexor do cotovelo.
 FUNÇÃO SECUNDÁRIA: antebraço estendido = supinação; flete = pronação; braquiorradial,
flexor do cotovelo.
 MÚSCULO DA EXTENSÃO: extensão do cotovelo, realizada por 2 músculos: tríceps braquial
– o mais importante e aconeu.
Tríceps: formado por 3 ventres musculares: cabeça longa – insere no tubérculo infra
glenoidal, cabeça curta – insere-se na face superior e inferior do úmero, cabeça lateral – se
estende ao longo da face póstero-lateral do úmero. Os 3 ventres se unem em um único tendão
que se insere no olecrano da ulna. Maior potência do tríceps em 20°.

ESTABILIZADORES ESTÁTICOS E DINÂMICOS DO COTOVELO


1- ESTÁTICOS: ligamentos: colateral, ulnar e radial, anular do rádio, úmero-rádio e cápsula
articular (supinação pura do antebraço fletido a 90° com o braço junto ao corpo).
2- DINÂMICOS: músculos: bíceps braquial, braquial, braquiorradial, tríceps braquial,
flexores e extensores do punho.

PRONOS SUPINAÇÃO
A rotação lateral da cabeça do rádio implica na disposição da palma da mão para cima:
supinação; graduação 90°. A rotação medial da cabeça do rádio sobrepõe ao rádio sobre a ulna
dispondo a palma da mão para baixo: pronação; graduação ≅80°-85°; grau menor que a
supinação. Pois a diáfise do rádio se sobrepõe a diáfise da ulna.

 Músculo da pronos supinação: bíceps braquial principal supinador e o supinador que


estende da face anterolateral do rádio para inserir-se próximo ao epicôndilo lateral do úmero.
 Pronador redondo e quadrado: o pronador redondo se estende da face anterior para inserir-
se próximo ao epicôndilo medial; o pronador quadrado se estende da extremidade
anteroinferior do rádio à face anteroinferior da ulna.

ARTICULAÇÃO DO PUNHO

O punho, ou carpo, é formado por oito ossos carpais dispostos em duas fileiras, proximal e
distal, de quatro ossos. Esses pequenos ossos conferem flexibilidade ao punho. O carpo é
bastante convexo de um lado ao outro posteriormente e côncavo anteriormente. Ampliando o
movimento na articulação do punho, as duas fileiras de ossos carpais deslizam uma sobre a
outra; além disso, cada osso desliza sobre aqueles adjacentes a ele.
Da região lateral para a medial, os quatro ossos carpais da fileira proximal são:
 Escafoide: um osso em forma de barco que se articula na porção proximal com o rádio e tem
um tubérculo escafoide proeminente; é o maior osso na fileira proximal.
 Semilunar: um osso em forma de lua entre os ossos escafoide e piramidal; articula-se com o
rádio na parte proximal e é mais largo na parte anterior do que na posterior.
 Piramidal: um osso em forma de pirâmide na face medial do carpo; articula-se na porção
proximal com o disco articular da articulação radiulnar distal
Pisiforme: um pequeno osso, em forma de ervilha, situado na face palmar do osso
piramidal.
Da região lateral para a medial, os quatro ossos carpais da fileira distal são:
 Trapézio: um osso com quatro faces situado na região lateral do carpo; articula-se com os
ossos metacarpais I e II, escafoide e trapezoide.
 Trapezoide: um osso cuneiforme, semelhante ao osso trapézio; articula-se com o metacarpal
II, trapézio, capitato e escafoide.
 Capitato: tem forma de cabeça e uma extremidade arredondada, é o maior osso carpal;
articula-se principalmente com o metacarpal III na parte distal e com os ossos trapezoide,
escafoide, semilunar e hamato.
 Hamato: um osso cuneiforme na região medial da mão; articula-se com os metacarpais IV e
V, capitato e piramidal; tem um processo semelhante a um gancho, o hâmulo do osso
hamato, que se estende anteriormente.

Articulação rádio cárpica – rádio e escafoide com semilunar.
Articulação médio cárpica – escafoide, trapézio e trapezoide.
Articulação semilunar e capitato – saliência, tubérculo de Listen.

Flexo extensão e adução/ abdução = + importantes

ESTRUTURAS ESTABILIZADORAS DO PUNHO


DINÂMICOS:
flexão só rádio cárpica; extensão só médio cárpica.

ESTÁTICOS:
1º cápsula articular, 2° ligamentos: colateral radial (rádio cárpica) e ligamento colateral
ulnar (ulno cárpica) mais importante, retináculo (pulseira, faixa de tecido conjuntivo extensor e
flexor), recobre os tendões flexores e extensores do punho. Função do retináculo: fixador dos
tendões; contém os tendões permitindo que durante a contração dos tendões, fiquem como ponte
de apoio para o braço de alavanca de extensão do punho.

ESTRUTURA DO PUNHO

Túnel de Gyon – localiza o pisiforme e passa a artéria ulnar = entre o músculo palmar
longo e flexor ulnar do carpo que é importante pois, por ele passa o nervo mediano que,
comprimido, pode ocasionar trauma do túnel do carpo.
Três músculos são motores primários da flexão do punho: flexor ulnar do carpo, localizado
na face anterior do punho, palmar longo e flexor radial do carpo que também atua como adutor.
Flexão de punho de maior efeito se dá com os dedos estendidos.
Três músculos motores primários da extensão de punho: extensor ulnar do carpo que além
de extensão de punho, auxilia no movimento de abdução; extensor radial longo e curto do carpo
que, além de serem extensores, são também abdutores do punho.
Tabaqueira anatômica – espaço delimitado pelos tendões dos músculos abdutor longo e
extensor curto do polegar. Os flexores do punho têm origem no epicôndilo medial.
Flexor ulnar do carpo – inserção: hamato e face anterior da base do V metatarso (flexor e
adutor).
Flexor radial do carpo – toma porção anterior do antebraço, inserção na face anterior da
base dos II e III metacarpos (flexor e abdutor).
Palmar longo – inserção no retináculo, flexor e face anterior da cabeça do II ao V
metacarpo (só flexor).
Os extensores do punho têm origem no epicôndilo lateral do úmero.
Músculo extensor radial longo do carpo – inserção na face posterior do II metacarpo.
Extensor ulnar do carpo – inserção na face posterior da base do V metacarpo.
Fixadores dos dedos – flexor superficial e profundo dos dedos.
Flexor superficial dos dedos – origem no epicôndilo medial e se divide em 4 tendões,
inserção através de uma bifurcação na face medial e lateral da falange média.
Função: flexor da falange média sobre a proximal (função primária), flexão da metacarpo
falangeana e do punho. Ele também é motor secundário para flexão da metacarpo falangeana e
do punho.
Flexor profundo dos dedos – origem na extremidade proximal, face anterior da ulna e
rádio, se divide em 4 tendões do II ao V metacarpo, “passam” pela bifurcação dos tendões
superficiais dos dedos, inserção nas falanges distais.
Função: primária – flete a falange distal sobre a média; como motor secundário, flete a
interfalangeana proximal, a metacarpo falangeana e o punho.
Extensor dos dedos – origem no epicôndilo lateral do úmero, divide-se em 4 tendões do II
ao V metacarpo (dedos), inserção nas falanges distais.
Função: primária – extensor dos dedos; motor secundário, extensor do punho.
Extensor próprio do indicador – origem na face posterior da extremidade média distal,
cruza o antebraço para inserir-se na falange distal do II metacarpo.
Extensor próprio do mínimo – origem no epicôndilo lateral, cruza o antebraço em sentido
contrário para inserir-se na falange distal do V metacarpo.
Flexor longo do polegar – origem no terço proximal do rádio; inserção na falange distal do
polegar.
Abdutor longo do polegar – origem no terço médio da ulna, inserção na base do I
metacarpo.
Extensor curto do polegar – origem no terço inferior do rádio, inserção na base da
falange proximal do I metacarpo.
Extensor longo do polegar – origem no terço médio e inferior da ulna, inserção na falange
distal do I metacarpo.

MÚSCULOS ESPECÍFICOS DE MOVIMENTAÇÃO DA MÃO

Área do polegar = tenar; área do dedo mínimo = hipotênar,


Movimento com a mão: polegar – oponência, flexor, extensor, abdução e adução. Dedo
mínimo – oponência, flexor, extensor, abdução, adução. Dedo indicador – desvio lateral. Dedo
médio – extensão, flexão. Dedo anelar – desvio medial.

Flexor curto do polegar – origem no carpo, inserção na base da falange proximal do I


metacarpo + medial, passa pelo escafoide e trapézio.
Flexor do mínimo – origem no carpo, inserção na base da falange proximal do V
metacarpo + lateral.
Abdutor curto do polegar – origem no carpo, inserção na base da falange proximal do I
metacarpo + lateral.
Abdutor do mínimo – origem no carpo, inserção na base da falange proximal do V
metacarpo + medial.
Oponente do polegar – origem no carpo, inserção no terço médio ou diáfise do I
metacarpo.
Adutor do polegar – origem no carpo e borda lateral da diáfise do III metacarpo, inserção
na base da falange proximal do I metacarpo.
Oponente do mínimo – origem no carpo, inserção na borda medial da diáfise do V
metacarpo.
Retináculo flexor formam túneis por onde passam os tendões.

CINÉTICA RESPIRATÓRIA

- Articulação: costovertebral, esternocostal, condrocostais.


- Ângulos: costoraquidiano = angulação que cada vértebra fará com cada um dos 12 pares
da costela; esternocostal = costela e esterno; condrocostais= costela e cartilagem.
Na inspiração ocorre o aumento dos ângulos e na expiração a diminuição dos ângulos.
- Inspiração: anteriorização e lateralização das costelas em movimento de alça de balde e
elevação e anteriorização do esterno e no processo expiratório ocorre o inverso: posteriorização e
medialização das costelas.

MÚSCULOS QUE PARTICIPAM DA RESPIRAÇÃO:


 INSPIRAÇÃO: diafragma, intercostal externo, esternocleidomastoídeo, escalenos, peitoral
maior e menor, serrátil anterior.
 EXPIRAÇÃO: intercostal interno, abdominais.

Tipos de respiração: apical, torácica, abdominal, paradoxal.


RELAÇÃO ENTRE O DIAFRAGMA E OS ABDOMINAIS

Na inspiração, o diafragma realiza a incursão craniocaudal, aumentando o diâmetro vertical


do tórax, mas rapidamente intervêm a resistência do estiramento das vísceras abdominais que
estão contidas pelos músculos da cintura abdominal que apresenta ação antagonista dos
músculos abdominais e é indispensável para a ação eficaz do diafragma. Na inspiração, a tensão
do diafragma aumenta e os abdominais diminuem e na expiração os abdominais aumentam e o
diafragma diminui.
VO2: volume de oxigênio. O diafragma consome 5%, mas às vezes, pode chegar a
consumir 50%, entrando em fadiga, causando câimbra. Toda atividade muscular há gasto
energético e outros sistemas desempenham suas funções e obtém uma boa captação do oxigênio
para o organismo.

ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR – ATM

A articulação temporomandibular é uma articulação sinovial do tipo gínglimo, que permite o


deslizamento (translação) e um pequeno grau de rotação (giro), além dos movimentos de flexão
(elevação) e extensão (abaixamento) típicos das articulações do tipo gínglimo que ocorre entre a
fossa mandibular (também conhecida como fossa glenóide) do osso temporal acima e o processo
condilar da mandíbula. É incomum, pois suas superfícies articulares são revestidas por
fibrocartilagem (em vez de cartilagem hialina) e sua cavidade articular é dividida em duas por um
disco articular. As faces articulares ósseas participantes são a fossa mandibular e o tubérculo
articular do temporal superiormente, e a cabeça da mandíbula inferiormente.
A frouxa membrana fibrosa da cápsula articular se fixa às margens da cartilagem articular
no temporal ao redor do colo da mandíbula. É a única articulação móvel do crânio e a mais
complexa do corpo humano por duas razões: é a punica que permite movimentos rotacionais e
translacionais, devido à articulação dupla do côndilo e por existir duas articulações conectadas a
um único osso, a mandíbula, as quais funcionam simultaneamente.
É necessária uma boa qualidade de oclusão dental e equilíbrio neuromuscular para que a
articulação temporomandibular funcione de forma adequada e harmônica.
 FUNÇÕES: mastigação, fala, bocejar, deglutir e espirrar.
 MOVIMENTOS: aproximadamente entre 1.500 a 2.000 movimentos por dia: abrir, fechar,
protusão, retração e desvio lateral da mandíbula.
FUNÇÃO NORMAL: a abertura e o fechamento devem ocorrer em linha reta, sem desvios
laterais, a abertura deve permitir 3 dedos sem estalidos ou dor à palpação dos músculos da
mastigação.
ESTRUTURAS ANATÔMICAS: côndilos convexos da mandíbula, fossa glenóide côncava
(fossa mandibular) e a iminência articular convexa do temporal, cartilagem fibrosa, disco articular
móvel, cápsula articular, ligamento temporomandibular.
MOVIMENTOS DA ATM: abertura da boca: rotação dos côndilos (sentido horário, vista
lateral) – translação do disco = articulação articular do tipo gínglimo. Fechamento da boca:
reversão dos movimentos translatórios e rotacional.
Movimento combinado – incisão, mastigação.
FECHAMENTO DA MANDÍBULA: temporal, masseter, pterigoideo medial.
ABERTURA DA MANDÍBULA: pterigoideo lateral e digástrico.

APLICAÇÕES CLÍNICAS: no sexo feminino, aumento da idade, avaliação conjunta


(cabeça, pescoço e tórax), queixa de cefaleia, dores no ouvido e cervical.
CAUSAS: traumas, micro traumas, atividades esportivas, desvios posturais.

MAXILA

São os maiores ossos da face, com exceção da mandíbula e conjuntamente formam o


conjunto da mandíbula superior ou esqueleto do arco dental superior juntamente de seus
processos alveolares que incluem as cavidades (alvéolos) dos dentes e constituem o osso que
sustenta dos dentes maxilares. As duas maxilas são unidas pela sutura intermaxilar no plano
mediano.
Circundam a maior parte da abertura piriforme e formam as margens infraorbitais
medialmente. Elas têm uma ampla conexão com os zigomáticos lateralmente e um forame
infraorbital, inferior a cada órbita, que dá passagem ao nervo e aos vasos infraorbitais.

MANDÍBULA

A mandíbula é um osso em formato de U que tem um processo alveolar que sustenta os


dentes mandibulares. Esta configuração básica é modificada por locais de inserção,
principalmente masseter e pterigoideo medial no ângulo, e temporal no processo coronóide. A
presença de dentes, especialmente aqueles com raízes longas, como os caninos, ou dos dentes
não erupcionados produz linhas de fraqueza na mandíbula. Quando os dentes são perdidos ou
deixam de se desenvolver, a posterior reabsorção progressiva do osso alveolar significa que a
mandíbula regressa à sua estrutura tubular subjacente.
Como todos os ossos tubulares, a força da mandíbula reside em uma lâmina cortical
densa, espessada anteriormente e na sua margem inferior: ocorre que a mandíbula é mais forte
anteriormente na linha média e é progressivamente mais fraca posteriormente em direção aos
processos condilares. Novamente, como todos os ossos tubulares, a mandíbula tem
grande resistência às forças de compressão, mas fratura em locais de tensão de tração. É
suscetível a determinados padrões de distribuição de tensão de tração quando forças são
aplicadas a ela. Forças anteriores aplicadas à sínfise mentual ou sobre o corpo da mandíbula
podem conduzir à tensão nos colos condilares e também ao longo das lâminas corticais linguais
do lado contralateral na região molar.

MOVIMENTOS DA ATM

Os movimentos deslizantes de protrusão e retrusão (translação) ocorrem entre o temporal


e o disco articular (cavidade superior); os movimentos de dobradiça de depressão e elevação e os
movimentos de rotação ou giro ocorrem no compartimento inferior.
Uma parte espessada da cápsula articular forma o ligamento lateral intrínseco da ATM, que
reforça a articulação lateralmente e, com o tubérculo pós-glenoidal evita a luxação posterior da
articulação.
Dois ligamentos extrínsecos e o ligamento lateral unem a mandíbula ao crânio. O ligamento
estilomandibular que, na verdade, é um espessamento da cápsula fibrosa da glândula parótida,
segue do processo estiloide até o ângulo da mandíbula). Não contribui significativamente para a
força da articulação. O ligamento esfenomandibular segue da espinha do esfenoide até a língula
da mandíbula. É o principal responsável pela sustentação passiva da mandíbula, embora o tônus
dos músculos da mastigação geralmente sustente o peso da mandíbula. Entretanto, os
ligamentos esfenomandibulares atuam como uma “dobradiça oscilante” para a mandíbula,
servindo como fulcro e como ligamento controlador para os movimentos da mandíbula nas ATM.

Movimentos da mandíbula em decorrência da movimentação da ATM

Quando a boca está fechada e em repouso, as cabeças da mandíbula são mantidas na


posição retraída nas fossas mandibulares, e o queixo é elevado pelo tônus dos músculos
retratores e elevadores da mandíbula. Ao dormir na posição de decúbito dorsal ou sentada
(cabeça levantada), no início do estado de sono profundo a contração tônica relaxa e a gravidade
causa a depressão da mandíbula (a boca se abre).

COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral pode ser descrita de maneira bem simplificada como uma haste firme e
flexível, composta por músculos, discos vertebrais, articulações e outros elementos que a permite
realizar várias funções.
De modo geral, a coluna vertebral possui uma série de ossos individuais (as vértebras) que
ao se articularem, constitui o eixo central esquelético do corpo. A flexibilidade encontrada na
coluna vertebral é devida suas vértebras que são móveis e a sua estabilidade provém da ação
dos músculos e outros componentes articulares.
Em um corpo humano adulto, a coluna é constituída por 26 ossos e sua extensão é de
aproximadamente 71 cm ou dois quintos da altura total do corpo.
Suas funções estão relacionadas quanto à sustentação do peso da cabeça, pescoço e
tronco, transferindo este peso aos membros inferiores, aloja e protege a medula espinal, permite a
passagem dos nervos espinais, mantém a postura e movimenta o tronco e a cabeça. A coluna se
divide em cinco regiões distintas, sendo elas: cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea.
A região cervical possui 7 vértebras, a torácica 12 vértebras, a lombar 5 vértebras onde a
quinta vértebra se articula ao sacro que é formado por 5 vértebras fundidas que por sua vez se
articula ao cóccix que pode sofrer variações anatômicas, apresentando de 3 a 5 vértebras
também fundidas.
As vértebras tornam-se progressivamente maiores na direção inferior até o sacro, onde,
neste ponto tornam-se sucessivamente menores.

REGIÕES DA COLUNA VERTEBRAL

Em um indivíduo adulto, a coluna vertebral possui 4 curvaturas sagitais que são elas:
cervical, torácica, lombar e sacral. As curvaturas primárias nas regiões torácica e sacral são
convexas e assim denominadas pois apresentam a mesma direção da coluna vertebral fetal e
decorrem da diferença de altura entre as partes anteriores e posteriores dos corpos vertebrais.
Por sua vez, as curvaturas cervical e lombar, chamadas de curvaturas secundárias, apresentam-
se côncavas posteriormente e são formadas após o nascimento, com o crescimento do corpo
humano através de estímulos de cargas e movimentos durante o desenvolvimento da criança e
decorrem da diferença de espessura entre as partes anteriores e posteriores dos discos
intervertebrais.

Arranjo anatômico geral da coluna vertebral.

ESTRUTURA

Corpo de uma vértebra variável, quanto mais descendente, maior o diâmetro do corpo e a
altura também. Junto ao corpo, há o arco vertebral que está ligado ao corpo. Bilateralmente ao
arco, há o processo articular ou faceta articular para se articular com as vértebras superior e
inferior. De forma segmentada, há traves laterais que sai do processo articular que recebe o nome
de processo transverso ou apófise transversa que se une posteriormente formando o
processo ou apófise espinhosa.
Vértebras padrão C3 até L5.
Unidade funcional: 2 vértebras + disco e segmento. Parte estrutural da unidade funcional:
base de sustentação do peso corporal. Parte móvel representada pelas facetas articulares,
ligamentos e músculos.

ELEMENTOS DE LIGAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL

Interligação através de 3 estruturas.


 Cada 2 vértebras, 1 disco intervertebral
 Os ligamentos:
1- Ligamento longitudinal anterior: que se estende da região cervical até a região lombar,
aderido à porção anterior do corpo vertebral.
2- Ligamento longitudinal posterior: que se estende ao longo da coluna vertebral, também
desce a região cervical até a lombar, ocupando a parte posterior do corpo vertebral.
3- Ligamento amarelo: ocupa a região do arco vertebral. É ricamente inervado, provoca dor
e se estende por toda a coluna vertebral. É local de frequentes quadros dolorosos, pois tem
terminações nervosas.
4- Ligamento interespinhoso: entre cada dois processo espinhosos encontra-se esse
ligamento.
5- Ligamento supraespinhoso: localizado entre cada processo espinhoso, porém, em sua
extremidade.

DISCO INTERVERTEBRAL

Estrutura de forma extremamente ovalada, dividida em duas partes:


Anel fibroso: forma a parte externa do disco e é dividido em diversas lâminas onde suas
fibras apresentam diferentes direções, permite elevada resistência.
Núcleo pulposo: ocupa a região central do disco, sendo um material gelatinoso constituído
de 88%de água e o restante de mucopolissacarídeos: material proteico.

MICROTRAUMAS: erosões dentro do disco intervertebral diminuindo a espessura, núcleo


invade o anel fibroso, diminuindo o espaço entre as vértebras e os forames. Cada 2 vértebras, 1
par de articulação. Diminuindo esse espaço, pressiona a raíz, aumento de atrito entre as
cartilagens.
As hérnias dorsais são ocorrentes na área posterior do disco na região lombar. Ocorre
porque o núcleo pulposo está posteriorizado no disco. Principal nervo é o ciático, que se espalha
como uma raíz através do músculo.
MOVIMENTOS DA COLUNA

 FLEXÃO/EXTENSÃO: flexão cervical = 40°, extensão = 75º. Disposição obliqua da


região cervical, sendo maior que a flexão.
 DORSAL / LOMBAR: flexão dorso lombar = 105º; extensão 60º limitante de acordo
com as facetas articulares.
 INCLINAÇÃO NA REGIÃO CERVICAL: inclinação pura em condições normais = 35°;
dorsal apenas 20° porque os fatores limitantes lombar também atinge 20°.
Rotação cervical dividida em duas regiões:
Cervical alta: C1-C2, baixa C3 até C7.
- de 0° a 45° = movimento em toda a coluna cervical
- de 45° a 90° = movimento somente em C1e C2
Região lombar 5° de movimento.

SEGMENTO CERVICAL

Região do pescoço composto 7 vértebras.


Há vértebras com características diferentes das outras.
3 características:
Mobilidade, 2 forames laterais por onde passa a artéria vertebral que vai direto ao cérebro.

CARACTERÍSTICA DA REGIÃO CERVICAL

 C1: atlas ligado superiormente ao occipital e inferiormente a C2 –axis. Não tem


corpo vertebral, mas tem dois arcos laterais, um maior e outro menor. Pequeno
processo transverso e espinhoso.
 C2: axis, corpo vertebral pequeno e presença do processo odontóide. O altas se
encaixa dentro do axis.
2 articulações: as facetas dos axis com as facetas inferiores do atlas e processo odontóide
com a fóvea.
- divisão da coluna cervical em: superior – composta pelas vértebras C1 e C2 e coluna
cervical inferior: composta por C3 até C7.
 C7: vértebra atípica tem processo espinhoso muito grande, chega a ser maior que
T1 e T2.
Flete, estende, gira e inclina.

MOVIMENTOS DA CERVICAL ALTA


1- ARTICULAÇÃO ATLANTO-OCCIPITAL: as facetas articulares superiores do atlas são
côncavas superiormente, enquanto que a base do occipital é convexa inferiormente, tendo por
movimentos principais a flexo-extensão e inclinações.
2- ARTICULAÇÃO ATLANTO-AXIAL: movimento de rotação, flexo-extensão e inclinação
ocorre entre as facetas articulares. O movimento de rotação (principal), que é de maior amplitude
é do processo odontóide com a fóvea do atlas.
3- MOVIMENTOS ENTRE C3 ATÉ C7: ocorre uma associação de todos os movimentos
com predomínio da flexo-extensão e inclinações.
Um dos fatores mais importante que determina o movimento da coluna, a direção dela, é as
facetas com disposição obliqua entre os planos sagital e frontal. Região dorsal muda a disposição,
ficando mais próxima do plano frontal e lombar, o plano sagital.
Região cervical C3 até C7 entre o plano transverso e o frontal.
Região dorsal: facetas dispostas próximas ao plano frontal – inclinação.
Região lombar: disposição das facetas próximas ao plano sagital.

O papel de um ligamento: fator de limitação numa articulação, limitador de movimentos e


une partes ósseas.

PRINCIPAIS LIGAMETNOS DA COLUNA CERVICAL

1- Une o occipital ao altas, denominado de occipito-atlantoídeo.


2- Liga o atlas ao corpo do axis, denominado de ligamento atlanto-axial.
3- Base do occipital ao processo odontóide, denominado de occipito-odontoídeo.

4 LIGAMENTOS AO LONGO DA COLUNA CERVICAL

 1- Ligamento longitudinal anterior: que se estende da base do occipital aderido a porão


anterior dos corpos e discos intervertebrais até a região sacral.
 2- Ligamento longitudinal posterior: se estende da base do occipital e se adere a parte
posterior dos corpos e discos intervertebrais até o sacro. Fica tenso durante a flexão.
 3- Ligamento nucal
 4- Ligamento cruciforme: que tem duas partes: parte vertical da base do occipital até C2; parte
horizontal localizada no atlas entre as bordas laterais do arco do atlas.

AVALIAÇÃO: PARÂMETRO DE NORMALIDADE

Ficar na posição normal.


Passa-se um fio de prumo para saber se há escoliose ou não, ou qualquer outra anomalia.
- coluna cervical: 2 pontos entre o meato acústico ligado com o acrômio, recaindo em L3,
côndilo lateral do fêmur e maléolo lateral e da fíbula.
- meato a frente do acrômio: protusão da coluna ou projeção anterior da nuca.
- plano mastigatório: cartão entre os dentes. O cartão é um plano aproximado do
transverso. Em condições normais, o plano mastigatório tem que estar em paralelo ao solo. Outro
ponto: do meato até abaixo das narinas, chamado de aurículo nasal.
Na avaliação deve conter:
 Avaliação do alinhamento em perfil: onde o meato acústico deve coincidir com o
acrômio da escapula ao longo de uma reta ou fio de prumo.
 Igualmente no perfil: deve-se observar 2 planos:
1.1 – plano mastigatório (cartão na boca)
1.2 – plano aurículo nasal (liga meato acústico a um ponto abaixo da narina); onde esses
dois planos devem estar em paralelo com o solo.
 Ponto G: ponto de gravidade ou centro de massa do cérebro projetada na cela
túrcica.
QUE TIPO DE ALAVANCA EXISTE?
1 grau interfixa, onde o ponto fixo ou eixo fica entre a resistência e a potência. Potência C1
e occipital e a resistência é o peso da cabeça.
BRAÇO LONGO: resistência maior que a potência = alavanca desfavorável. Quanto mais
fletida a coluna, maio a força dos paravertebrais, causando dor.

MÚSCULOS

 ESTERNOCLEIDOMASTOÍDEO (ECOM): é dividido em 3 partes, mas analisado como sendo


único.
Origem principal: processo mastoideo (face lateral do occipital). Suas fibras se dispõem de
posterior para anterior inserindo-se no esterno e terço médio da clavícula. A contração conjunta
dos esternos, determinam, dependendo do estado de contração dos paravertebrais:
1- cervical tensa = flexão
Válido para contração simultânea dos esternos
2- cervical relaxada = extensão

CONTRAÇÃO UNILATERAL
1- movimento de inclinação mesmo lado
2- movimento de extensão mesmo lado
3- rotação em sentido oposto

Determina a inclinação e extensão para o mesmo lado e rotação para o lado oposto.

 ESCALENOS: constitui um gruo de 3 músculos divididos em:


- escaleno anterior: O: C1 e C2; I: C5 até T2
- escaleno médio: O: C1 e C2; I: face lateral da 1ª costela
- escaleno posterior: O: C4 e C5; I: face lateral da 2ª costela
Movimentos: importante inclinador cervical e eleva a 1ª e 2ª costela.
Entre o escaleno anterior e o médio, passa a artéria subclávia; responsável por toda a
irrigação do membro superior.
- reto anterior da cabeça: O: espinha do axis; I: linha nucal inferior.
- reto posterior da cabeça: O: arco posterior do atlas; I linha nucal inferior.
- obliquo superior: O: processo transverso do atlas; I: ligamento nucal inferior.
- obliquo inferior: O: espinha do áxis; I: processo transverso do atlas.
Reto anterior = sustentação, reto posterior = extensão.
Obliquo superior sustenta a cabeça, extensor, mas ajuda na inclinação.
Obliquo inferior traciona o transverso, roda com um pouco de inclinação.
- reto lateral: inclinação e extensão.
Longo da cabeça – ponto de fixação na cabeça (processo transverso de C3 a C6). Sua
função é a flexão do pescoço.
Longo do pescoço pega vários corpos vertebrais. Sua função: fixador entre as vértebras em
estado de contração, mantém unidas, mas também flexor cervical e também da cabeça.

QUADRIIL

O que é o quadril?
O osso do quadril maduro é o grande osso pélvico plano formado pela fusão de três ossos
primários – ílio, ísquio e púbis – no fim da adolescência. Cada um dos três ossos é formado a
partir de seu próprio centro primário de ossificação; mais tarde surgem cinco centros secundários
de ossificação.
Ao nascimento, os três ossos primários são unidos por cartilagem hialina; em crianças, eles
estão incompletamente ossificados. Na puberdade, os três ossos ainda estão separados por uma
cartilagem trirradiada em forma de Y centralizada no acetábulo, embora as duas partes dos ramos
isquiopúbicos se fundam por volta do 9o ano. Os ossos começam a se fundir entre 15 e 17 anos;
a fusão está completa entre 20 e 25 anos. Nos adultos idosos as linhas de fusão dos ossos
primários são pouco visíveis ou invisíveis. Embora haja rígida fusão dos componentes ósseos,
seus nomes ainda são usados em adultos para descrever as três partes do osso do quadril.

A IMPORTÂNCIA DO QUADRIL:
Sustentação da cabeça, membros superiores e corpo, ao mesmo tempo um elo de ligação
que pode ter desvios na coluna. O quadril masculino é estreito latero-inferiormente e longo
superiormente, o forame no sexo feminino é ovalado e largo. A pelve feminina é formada para a
gestação – encaixe da cabeça da criança no canal de parto.
O centro de força cai sobre L5 e distribui sobre as articulações coxofemoral.
Arco do trocânter do fêmur é muito robusto, sobre ele há muita força. A coluna se ancora
no quadril e os membros inferiores.

LIGAMENTOS:

 Ligamento ileolombar: limita principalmente a inclinação.


 Ligamento sacroilíaco: limita a depressão do quadril.
 Ligamento sacroisquiático: é o mais importante, eleva o sacro na forma horizontal.

Há dois movimentos importantes no quadril: nutação: movimento de anteroversão pélvica,


quando o ílio vai para baixo ou o sacro se eleva e contranutação: movimento de retroversão
pélvica, o ilíaco eleva e o sacro desce.
PROMONTÓRIO PÉLVICO: é uma área extremamente comprimida.
Nutação (anteroversão pélvica)
1- promontório se anterioriza e abaixa, o sacro se posterioriza e se eleva. Se elevar o sacro
e deprimir o promontório, ele relaxa.
Contranutação (retroversão pélvica)
1- promontório eleva-se, o sacro abaixa, as duas asas ilíacas se afastam e os ísquios se
fecham.

SEGMENTO REGIÃO LOMBAR

Toda vértebra tem um pedículo, isolação de 2 vértebras, 2 articulações. Núcleo pulposo


posteriorizado na região lombar.
Ligamento longitudinal anterior e posterior que percorre os corpos vertebrais e os discos
intervertebrais. O ligamento longitudinal posterior começa na cervical com uma largura e chega na
região lombar posterior mais estreito, possibilitando a causa de hérnia de disco. Quanto mais
inferior o nível, maior será a carga a ser comportada.
 Ligamento intra e supraespinhoso:1° flexão durante: ligamentos relaxados, o
inverso, extensão, nas facetas ocorre afastamento, forames de conjugação onde
passa os nervos.
Durante a flexão, a pressão não disco é na parte anterior e o núcleo pulposo vai para o
posterior da vértebra. A faceta se eleva, ficando relativamente relaxada.
IMPORTANTE: num agachamento, pode-se comprimir o nervo ciático ou estender a raíz da
vértebra, causando imensa dor.
Pré-disposição para degenerar as cartilagens na extensão da coluna lombar onde haverá
maior pressão.
 Ligamento intertransverso: quando inclinado par ao lado esquerdo = tenso, inclinado
para o lado direito = relaxado.
FACETAS: do lado esquerdo = separação, do lado direito = compressão.
DISCO: pressão de acordo com o lado inclinado. O núcleo se posiciona sempre contrário a
pressão sofrida pelo disco.

- Movimento rotacional (esquerdo), os ligamentos intertransversos ficam tensos, um se


desloca posterior e outro anteriormente, impacto das facetas, pressão uniforme do disco; supra e
infraespinhoso ficam tensos. O núcleo pulposo sofre pressão uniforme espalhando-se por todo o
anel e disco intervertebral.

 PROMONTÓRIO: escorregamento da L5 sobre S1, pode ser de causa congênita ou acidental,


fraturando o pedículo. Massa lateral das vértebras onde se encontra as facetas, as quais
perderão seu elo de ligação.

*ESPONDILOSISTESE: existem 3 graus: 1cm, 2cm, 3cm. Queda em grau 3: o maior risco
de tração da medula e afeta incontinência urinária.
* - escorregamento de uma vértebra superior sobre uma vértebra inferior.

MÚSCULOS DO TRONCO E ABDOME

 ERETORES: conjunto formado por 3 colunas de músculos que percorrem paralelamente a


coluna vertebral com origem na crista ilíaca, processos transversos espinhosos lombares. As
fibras destes músculos têm direção ascendente, fixando-se nos processos transversos e
espinhosos das vértebras mais superiores, assim como nos arcos costais.
 Função: responsável pela manutenção estática da coluna vertebral e a extensão. As fibras
tem direção ascendente por ser responsável pela extensão, tracionando a coluna par não ir
para frente. É antigravitário, postural.
 QUADRADO LOMBAR: se estende dos 5 processos transversos das vértebras lombares em
direção obliqua para se fixar no último arco costal.
 Funções: o quadrado lombar inclina o tronco para o mesmo lado, ou seja, uma contração
unilateral do quadrado lombar, inclina o tronco para o mesmo lado. auxilia muito pouco na
flexão.

Obs: pode ser considerado um elevador da pelve no mesmo lado.

 ILIO PSOAS: é um músculo de dois ventres musculares (psoas maior e o ilíaco), se unem e
com origem na maioria das vezes nos processos transversos de L1 com fibras obliquas. Se
unem e forma um só e se insere no fêmur. Realiza dois movimentos, pode mobilizar o tronco
ou a coxa quando contraído. Esse músculo extremamente encurtado tentará fletir a coxa
contra o peito, mas tracionará a região lombar o que levará a uma acentuação da lordose
lombar.
 Fixação proximal: psoas maior do 1º ao 5º processos transversos
 ILÍACO: porção anterior da crista ilíaca. A fibra dos dois ventres tem direção obliqua e se
unem em um púnico tendão que vai fixar-se na extremidade superior e anterior do fêmur.
 Funções: importante estabilizador do quadril realizando: 1- flexão do tronco: ponto de tração –
fêmur ou extremidade inferior medial; 2- flexão da coxa: ponto de tração – processos
transversos lombares.
*seu encurtamento provoca a tração das vértebras lombares anteriormente acentuando a
lordose lombar e predispondo a anteroversão pélvica. * - nutação.

Ao fazer um exercício abdominal, deve-se fazer com as pernas estendidas, flete o tronco e
ponto de tração no fêmur. Com as pernas fletidas, realiza a diminuição da distância do ponto de
fixação, diminuindo a pressão sobre os discos intervertebrais.
 RETO ABDOMINAL: constituído de dois ventres musculares. É flexor de tronco. Na contração
faz o encaixe do quadril. Pode também exercer tração sobre as costelas inferiormente numa
proporção muito menor. Músculo formado por ventres musculares interligados por uma fáscia,
se estendendo superiormente do apêndice xifoide e arcos costais, sendo suas fibras no
sentido longitudinal para fixar-se no púbis, próximo a sínfise púbica. Este músculo é ligado
centralmente pela linha alba.
 Funções: principal é a flexão do tronco; auxilia na retroversão pélvica e depressão das
costelas.
Músculos oblíquos abdominais (interno e externo), auxilia na inclinação, flexão e rotação.
 OBLIQUO EXTERNO: se estende dos arcos costais para fixar-se inferiormente na crista
ilíaca, no púbis e na linha alba.
 Função: flete, inclina para o mesmo lado e roda no sentido oposto. (flexor do tronco, traz para
frente e roda para o lado oposto).
 OBLIQUO INTERNO: suas fibras se estendem da crista ilíaca, expandindo-se para as
costelas ou arcos costais, linha alba e a sínfise púbica.
 Funções: ele flete o tronco, inclina e roda para o mesmo lado (a flexão trabalha em conjunto
com o reto femoral). A diferença se encontra na rotação.

Os músculos abdominais são sustentadores das vísceras. O direcionamento das fibras em


sentido contrário ganha resistência para sustentar essas vísceras. O ganho de peso gera flacidez
a essa parede de sustentação devido acúmulo de células e tecido adiposo.

HÉRNIA DE DISCO

A hérnia de disco é uma protusão do núcleo pulposo do disco intervertebral que pode
comprimir uma ou várias raízes nervosas, dando lugar a sintomatologia radicular sensitivo-motora.
Entre cada par de vértebras existe um disco composto de uma camada externa fibrosa que
envolve uma substância gelatinosa. Se um disco começar a se degenerar e tornar-se menos
flexível, seja devido ao envelhecimento ou a um excesso de esforço, o disco pode sofrer um
prolapso. A pressão faz com que a parte interna se projete através de um ponto fraco da camada
externa. O resultado é a perda do efeito amortecedor do disco e uma pressão dolorosa no nervo
que se encontra na região afetada.

Porque a hérnia de disco mais comum ocorre entre L5-S1?

Maior abertura anterior, ligamento longitudinal posterior mais estreito, oferece menor
proteção, local de maior compressão e sobrecarga corporal, ângulo.
Entre L5-S1 maior abertura anterior e estreitamento posterior, maior inclinação, força de
cisalhamento entre L5-S1, microtraumas na parte posterior do disco formando algumas fissuras
que vão provocar a protusão do material gelatinoso para dentro dessas fissuras.

Incidência:

Ocorre entre 30 e 50 anos de idade, (período de maior produtividade de uma pessoa),


predomínio no sexo masculino em região lombar (L4-L5, L5-S1), fator ocupacional, estresse e
tensão, região cervical geralmente acomete mais o sexo feminino por fator emocional.

Etiologia:

Pode ser devida a um processo degenerativo lento ou então produzir-se de forma brusca
em pessoas jovens, após um esforço ou traumatismo; as regiões mais frequentemente
comprometidas são a região lombo sacral e a região cervical.
Se estudarmos o comportamento do disco intervertebral, veremos, que, de acordo com as
forças que atuam sobre ele, existem dois movimentos que claramente comprometem sua
integridade: a aplicação de forças de compressão axial podem contribuir para o sofrimento e a
degeneração discal, enquanto que a soma de compressão mais flexão pode ocasionar
diretamente a hérnia do disco e a protusão do mesmo.

Causas:

Pode ocorrer por traumatismo, deformidades da coluna vertebral, rigidez corporal,


obesidade, flacidez muscular, microtraumas de discos intervertebrais quando eleva a carga e
“gira”. Mecanismo traumático se dá por flexão da coluna com rotação lombar, anteroversão
pélvica, aumento do ângulo sacral, sacro verticalizado.

Etiopatogenia:

Disco jovem é constituído por 88% de água e quando adulto reduz para 66% de água o
que pode estar relacionado com o próprio desenvolvimento e envelhecimento do organismo
ocasionando rupturas das fibras, deslocamento do núcleo pulposo promovendo a extrusão ou
protusão, agressão química ou mecânica nas raízes nervosas que leva a dor, contratura e
limitação da ADM.

Fatores Etiopatogênicos:

Traumas, infecções, malformações congênitas, doenças inflamatórias e metabólicas,


neoplasias, distúrbios circulatórios, fatores tóxicos, fatores mecânicos e psicossomáticos.

Quais são os sintomas?

Os sintomas de uma hérnia de disco podem se desenvolver abruptamente ou de forma


gradual. Quando uma pessoa se abaixa ou levanta algum peso, por exemplo, ela pode sentir
subitamente uma dor aguda nas costas, frequentemente acompanhada de uma dor lancinante em
uma das pernas ou em ambas. A distensão muscular súbita faz com que a parte do disco que
sofreu prolapso pressione um nervo, ou então, as dores nas costas e pernas vêm e vão,
desenvolvendo-se no decorrer de semanas. Se a hérnia de disco estiver localizada na região
lombar, podem surgir sintomas de região isquiática.

Como uma hérnia de disco causa dor?

Os discos flexíveis que existem entre as vértebras agem como um amortecedor para esses
ossos quando uma pessoa movimenta a sua espinha. Cada disco tem uma membrana externa
rígida e um núcleo gelatinoso flexível. Quando as costas sofrem um esforço extra, a pressão pode
empurrar parte da substância flexível por um ponto mais fraco da membrana externa rígida; dessa
forma pressiona também o nervo onde está a medula espinhal, causando dor.

Avaliação:

O paciente pode apresentar uma escoliose antiálgica unida a uma inclinação anterior do
tronco e refere uma dor viva em todo o trajeto do nervo afetado cuja raiz sofre a compressão;
também existe dor à pressão. Esta pressão radicular pode assim mesmo ser provocada pela
tosse, a defecação, o aumento da pressão intra-abdominal e a manobra de Valsalva (contração
abdominal). Nas radiculopatias correspondentes a L4, L5 e S1 detectam-se os sinais de Lasegue
e de Bragard (elevação em extensão da extremidade inferior e flexão a 90 graus de tornozelo).
Pode-se observar também uma diminuição ou abolição dos reflexos patelar e aquileu, e, se o
comprometimento radicular evoluir, aparecerão paresias dos músculos dos territórios afetados.

Tratamento

O tratamento fisioterapeutico depende da resolução médica, já que o paciente


comprometido de hérnia de disco pode ser tratado de forma conservadora ou cirurgicamente.

Tratamento Fisioterapêutico

Tratamento Passivo:

– Calor: utilizar calor superficial para preparo para massagem


– Eletroterapia: as correntes dinâmicas, as correntes interferfencial e o ultra-som devem ser
aplicados no paciente.

Tratamento Ativo:

Pacientes que apresentam sintomas graves devem permanecer em repouso no leito e


realizar apenas caminhadas curtas em intervalos regulares.

Para pacientes que não conseguirem realizar flexão repetida, devemos evitar movimento e
enfatizar o tratamento em movimentos de extensão. Procedimentos: em decúbito ventral, colocar
travesseiros no tórax do paciente e ir aumentando progressivamente a quantidade de travesseiros
até o paciente conseguir se apoiar nos cotovelos. O paciente deve permanecer nessa posição de
5 a 10 minutos, para promover a extensão, permitindo o deslocamento do disco com consequente
centralização ou diminuição dos sintomas.

Para corrigir desvios laterais, procedimento: “coloque o paciente em decúbito lateral, com o
lado do desvio torácico para baixo. Um pequeno travesseiro ou rolo de toalha é colocado sob o
tórax. O paciente permanece nessa posição até que a dor centralize; então vira para decúbito
ventral e começa a fazer extensão passiva com flexões de braço em decúbito ventral.

Quando o paciente iniciar os movimentos de flexão, ele deve realizar exercícios de


protusão anterior. Procedimento: em decúbito dorsal o paciente traz os joelhos até o tórax e
mantém essa posição durante alguns minutos, essa posição deve ser repetida várias vezes e
progredir, realizando o movimento sentado e em pé, esses exercícios de flexão da coluna
diminuem a dor porque alargam os forames.

QUADRIL

Articulação esferóide, onde o acetábulo é fundo ou côncavo inferiormente. A articulação


realiza um total de 6 movimentos reais mais a circundução.
Plano sagital x eixo transversal = flexão e extensão.
Plano frontal x eixo sagital = adução e abdução.
Plano longitudinal x eixo transverso = rotação.

ESTABILIDADE DO QUADRIL

 ESTABILIZADORES ESTÁTICOS DO QUADRIL: ligando o centro da cabeça do fêmur com o


acetábulo é o ligamento redondo; cápsula articular que envolve toda a articulação, ligamentos
extracapsulares.
 ESTABILIZADORES DINÂMICOS DO QUADRIL: músculos.

MOVIMENTOS DO QUADRIL

Fletir a coxa com o joelho fletido aproxima o ponto de origem e inserção tendo uma maior
amplitude de flexão. A flexão da coxa com o joelho ou a perna estendida é mais limitada em
função do distanciamento dos pontos de origem e inserção dos músculos íquiotibiais.
A extensão pode ocorrer com aperna fletida ou estendida. A perna estendida tem maior
amplitude de extensão. Quando se chuta uma bola por exemplo, há flexão da coxa e extensão da
perna. A extensão da coxa é limitada quando a perna está fletida em função do distanciamento
dos pontos de origem e inserção do músculo reto femoral. Quando se realiza movimento de
abdução do membro inferior esquerdo a 60° a partir da posição em pé, ocorre uma inclinação
pélvica, resultando em uma adução (passiva) do lado contralateral. Quando se realiza a inclinação
do quadril, o fêmur do lado do quadril mais elevado entra em adução, quanto o oposto em
abdução.
Movimento ósseo depende de um produto mecânico, ou seja, o músculo.
Quadril formado por 3 ossos: ílio, ísquio e púbis.
3 articulações: sacroilíaca, púbica e coxofemoral.
Unidade óssea só apresenta função se houver ligamentos, cápsulas articulares.
Ílio femoral, pubo femoral, ísquio femoral, dão consistência, fixação ao acetábulo. Há um
outro ligamento dentro da articulação que é o ligamento redondo. Dependendo do movimento
realizado no quadril, alguns ligamentos se tornam tensos e outros relaxados para manter a
cabeça do fêmur no acetábulo.
Angulação do fêmur: 125° - fêmur normal.
Anel acetabular: Em recém-nascido é raso porque não há peso, carga, os ossos
dependem de carga e peso para moldar. Os ossos de formam confirme as adaptações que o
corpo sofre. Com o desenvolvimento do corpo, o osso evolui, aumentando a aderência do fêmur
ao acetábulo.
No idoso, primeiro ocorre a quebra e só depois a queda, ou seja, se fratura o osso para
depois ocorrer a queda. Diminuição de cálcio, má distribuição de carga, deixa o osso
enfraquecido. Quebrar o fêmur durante uma caminhada, andando, pode-se suspeitar de câncer
ósseo.
Lesões no quadril: artrose – excesso de peso; luxação congênita – a cabeça do fêmur
nasce para fora, há imobilização por 2-3 meses até obtenção da fixação.

QUADRIL – ORIGEM E INSERÇÃO

 MÚSCULOS POSTERIORES DO QUADRIL


 GLÚTEO MÁXIMO: O: porção posterior da crista ilíaca, fáscia lombo sacral, partes do sacro e
cóccix; I: trato iliotibial, tuberosidade glútea da diáfise do fêmur; A: extensão do quadril,
rotação externa.
 ÍSQUIOSTIBIAIS, TENDINOSO, SEMIMEMBRANOSO: I: tuberosidade isquiática; O: porção
proximal da diáfise da tíbia; A: com inserção fixa, a origem vai fazer a extensão do quadril.

 MÚSCULOS ANTERIORRES DO QUADRIL


 ILÍACO: A: flexor do quadril.
 PSOAS MAIOR: flexor do quadril.
 PSOAS MENOR: flexor do quadril
 PECTÍNEO: rotação interna e flexão.
 TENSOR DA FÁSCIA LATA: flexão com abdução.
 SARTÓRIO: flexão do quadril, rotação externa.
 RETO FEMORAL: principal origem fixa – extensão da perda, estando anterior inserção fixa
– flexão do
quadril.

 MÚSCULOS LATERAIS DO QUADRIL


 GLÚTEO MÉDIO: encurta abdutor do quadril.
 GLÚTEO MÍNIMO: abdutor do quadril.
 PIRIFORME: abdutor, rotador externo da cabeça do fêmur.

 MÚSCULOS MEDIAIS DO QUADRIL


 GRÁCIL: adutor, perna para frente, extensor.
 ADUTOR CURTO: adução do quadril.
 ADUTOR LONGO: adução do quadril.
 ADUTOR MAGNO: adução do quadril.

 MÚSCULOS PROFUNDOS DO QUADRIL


 GÊMEO SUPERIOR: rotação externa.
 GÊMEO INFERIOR: rotação externa.
 OBTURADOR EXTERNO: rotação externa.
 OBTURADOR INTERNO: rotação externa.
 QUADRADO CRUTAL: rotação externa.

FUNÇÃO DE SUSTENTAÇÃO DOS MÚSCULOS

- SEM SUSTENTAÇÃO: movimentos livres, limitações de movimentos, rigidez,


*
insuficiência passiva dos músculos.
- SUSTENTAÇÃO: apoio numa perna, subir escadas, levantar-se de uma cadeira.
*comprimento ou tensão do músculo esticado demais, mas não realiza movimento, não se
encurta adequadamente.

AÇÕES DIFERENTES DAS PORÇÕES MUSCULARES


 GLÚTEO MÁXIMO
 superior – adução
extensão
 inferior – abdução

 GLÚTEO MÉDIO

 anterior – rotação externa abdução


 posterior – rotação interna
 GLÚTEO MÉDIO E TENSOR DA FÁSCIA LATA

 extensão do quadril – rotação interna


 flexão do quadril – aumenta ação

 PIRIFORME

 extensão do quadril – rotação externa


 flexão do quadril – rotação interna.

referência mudança de ação de ação devido ângulo articular.

ARTICULAÇÃO DO JOELHO

A região do joelho inclui as proeminências (côndilos) da parte distal do fêmur e da parte


proximal da tíbia, a cabeça da fíbula e a patela (situada anteriormente à extremidade distal do
fêmur), bem como as articulações entre essas estruturas ósseas. A região genicular posterior tem
uma cavidade bem definida, cheia de gordura, que dá passagem a estruturas neurovasculares,
denominada fossa poplítea.
Suporta mais de 70% do peso do corpo, o que gera sobrecarga sobre esta articulação. É
composta por duas articulações: uma em relação do fêmur com a tíbia e outra em relação do
fêmur com a patela. O joelho, ao contrário das articulações superiores a ele, faz extensão
anteriormente e flexão posteriormente, do mesmo modo que as articulações inferiores ao joelho
(p. ex., articulações interfalângicas dos dedos dos pés). É a maior articulação sinovial do corpo.
Ele consiste em três compartimentos distintos e parcialmente separados, que coletivamente
formam uma complexa articulação em “dobradiça”. Este arranjo oferece um fulcro (ponto de
apoio) para os poderosos músculos extensores e flexores que atuam sobre a articulação durante
uma propulsão.
Um número de fatores estabilizadores responde às consideráveis demandas biomecânicas
que são impostas à articulação: o mais importante deles é um complexo arranjo de ligamentos
intra e extracapsulares. Nosso entendimento da anatomia do joelho tem aumentado
consideravelmente nos anos recentes, devido em grande parte aos significativos avanços
tecnológicos no diagnóstico por imagem e em cirurgias.
1ª articulação: FEMOROTIBIAL – formada pelos côndilos do fêmur se articulando com os
côndilos da tíbia. É uma articulação sinovial do tipo gínglimo (dobradiça). Contem 2 graus de
liberdade de movimento: o primeiro grau de liberdade ocorre através do eixo transversal com os
movimentos de flexão e extensão. A flexão compreende o movimento de aproximação da
panturrilha em relação a coxa com 135°-140°. A extensão é o afastamento da panturrilha em
relação a coxa.
Fator de resistência na flexão: maior o volume da coxa ou distrofia muscular.
A extensão, teoricamente, é de 0° a 180°, mas há pessoas que apresentam de 5º-10° de
extensão, sendo chamada de hiperextensão.
Quando se flete o joelho, há uma rotação da tíbia associada para dentro.
O segundo grau de liberdade de movimento ocorre no eixo longitudinal que permite os
movimentos de rotação externa da tíbia em 40° e a rotação interna em 35°.
Rotação automática: quando se realiza flexão, este movimento se associa a rotação
externa da tíbia, tudo isso ocorrendo na articulação femorotibial.

2ª articulação: PATELOFEMORAL OU FEMOROPATELAR – a patela desliza na


superfície articular do fêmur. Não definição de planos e eixos. Formada pela superfície articular da
patela com troclea do fêmur. Quando se tem valgo, os joelhos se aproximam e os és ficam
separados, tendo assim um joelho geno valgo; mas quando os pés se aproximam e os joelhos
estão afastados, tem-se então um joelho geno varo.
“quem tem valgo não cavalga”

Maior extensão da coxa ocorre com o joelho estendido e maior flexão do joelho é com a
coxa fletida, pois com a coxa estendida, coloca-se em tensão o músculo reto femoral e diminui a
potência dos isquiotibiais.
Quanto maior a flexão da coxa, maior a tensão em isquiotibiais.

PATELA

A superfície articular da patela é dividida em 2 partes: medial e latera – mais alta. Quando
se realiza flexão do joelho, a patela se desloca lateralmente, alojando-se no côndilo lateral do
fêmur, em uma extensão total, ela se aloja medialmente ao côndilo do fêmur.
Em 60°, a tensão da patela é aumentada em 5 vezes. O côndilo lateral é mais espesso e
anteriorizado, bloqueando a patela lateralmente durante a flexão e o côndilo medial da tíbia é
côncavo lateralmente.

JOELHO

Estrutura que influencia na perda de movimento do joelho é a cápsula articular.


No interior do joelho há os meniscos e ligamentos cruzados.
Imobilizado na extensão (perna engessada), perde-se a liberdade de flexão e extensão.
Os meniscos (cartilagens semilunares) são lâminas intracapsulares de fibrocartilagem em
formato de lua crescente. Eles servem para ampliar e aprofundar as superfícies articulares da
tíbia que recebem os côndilos do fêmur. Suas bordas periféricas presas são espessas e
convexas, e suas bordas internas livres são delgadas e côncavas.
Suas regiões periféricas são vascularizadas por alças capilares derivadas da cápsula
fibrosa e da membrana sinovial, ao passo que suas regiões internas são avasculares. Lacerações
de meniscos são comuns. A maioria delas ocorre nas zonas internas avasculares e raramente se
curam espontaneamente; se a cirurgia for indicada, esses meniscos são seccionados. As
lacerações periféricas têm o potencial de se cicatrizar satisfatoriamente se reparadas
cirurgicamente. Os cornos dos meniscos são ricamente inervados em comparação com o restante
do menisco.
Os terços centrais são desprovidos de inervação. As superfícies proximais são lisas e
côncavas e estão em contato com a cartilagem articular sobre os côndilos do fêmur. As
superfícies distais são lisas e planas, apoiadas sobre a cartilagem articular da tíbia.
Cada uma cobre aproximadamente dois terços de sua face articular na tíbia. Estruturas
semelhantes a canais abrem-se sobre a superfície dos meniscos em bebês e crianças pequenas
e podem transportar nutrientes para áreas avasculares mais profundas.
Duas regiões estruturalmente diferentes dos meniscos foram identificadas. Os dois terços
internos de cada menisco consistem em feixes de colágeno radialmente organizados e o terço
periférico consiste em feixes maiores organizados circunferencialmente.
As faces articulares da parte interna são revestidas por feixes de colágeno mais delgados
dispostos paralelamente à superfície, enquanto a porção externa é coberta pela sinóvia. Este
arranjo estrutural sugere funções biomecânicas específicas para as duas regiões: a porção
interna do menisco é adequada para resistir a forças de compressão, enquanto a periferia é capaz
de resistir a forças de tensão.
Com o envelhecimento e a degeneração, alterações de composição que ocorrem nos
meniscos reduzem sua capacidade de resistir a forças de tensão. O deslocamento dos meniscos
para fora pelos côndilos do fêmur é resistido pela firme ancoragem das fibras circunferenciais
periféricas ao tecido ósseo intercondilar nos cornos dos meniscos.
Os meniscos espalham a carga através do aumento da congruência da articulação; dão
estabilidade através de sua presença física e como fornecedores de feedback proprioceptivo;
provavelmente auxiliam na lubrificação; e podem amortecer o osso subjacente a partir das
consideráveis forças geradas durante os extremos de flexão e extensão.

MENISCOS MEDIAL E LATERAL

MENISCO MEDIAL

O menisco medial, mais largo posteriormente, tem quase o formato de um semicírculo (Fig.
82.9). Ele está preso pelo seu corno anterior à área intercondilar anterior da tíbia em frente ao
ligamento cruzado anterior; as fibras posteriores do corno anterior são contínuas com o ligamento
transverso do joelho. O corno anterior encontra-se no assoalho de uma depressão medial à parte
superior do ligamento da patela. O corno posterior está fixado à área intercondilar, entre as
inserções do menisco lateral e o ligamento cruzado posterior. Sua borda periférica está presa à
cápsula fibrosa e à superfície profunda do ligamento colateral tibial.
A inserção tibial do menisco é conhecida como “ligamento coronário”. Coletivamente, essas
inserções garantem que o menisco medial esteja relativamente fixo e se mova muito menos que o
menisco lateral.
MENISCO LATERAL

O menisco lateral forma aproximadamente quatro quintos de um círculo e cobre uma área
maior que o menisco medial. Sua largura, exceto em seus curtos cornos afilados, é mais ou
menos uniforme. Ele é sulcado posterolateralmente pelo tendão do músculo poplíteo, o qual o
separa do ligamento colateral fibular. Seu corno anterior é fixo em frente à eminência
intercondilar, posterolateral ao ligamento cruzado anterior, com o qual ele se funde parcialmente.
Seu corno posterior está preso atrás desta eminência, em frente ao corno posterior do menisco
medial. Sua inserção anterior é contorcida, de modo que a margem livre esteja voltada posterior e
superiormente e o corno anterior se apoie sobre a inclinação anterior do tubérculo intercondilar
lateral. Próximo à sua inserção posterior, ele comumente envia um ligamento meniscofemoral
posterior superomedialmente, atrás do ligamento cruzado posterior em direção ao côndilo medial
do fêmur.
Um ligamento meniscofemoral anterior também pode conectar o corno posterior ao côndilo
medial do fêmur, anteriormente ao ligamento cruzado posterior. Os ligamentos meniscofemorais
são frequentemente as únicas inserções do corno posterior do menisco lateral. Mais lateralmente,
parte do tendão do músculo poplíteo está presa ao menisco lateral, de modo que a mobilidade de
seu corno posterior pode ser controlada pelos ligamentos meniscofemorais e pelo músculo
poplíteo. Um ligamento meniscofibular ocorre na maioria das articulações do joelho. Existe uma
inserção tibial através de um ligamento coronário, mas o menisco não tem inserção óssea
periférica na região do músculo poplíteo: na literatura cirúrgica, este espaço é referido como hiato
poplíteo.

MENISCO LATERAL DISCOIDE

Um menisco lateral discoide ocorre em até 5% da população, com frequência


bilateralmente. Os aspectos distintivos de um menisco discoide bilateral são seu formato e suas
inserções ligamentosas posteriores. A seguinte classificação da anormalidade é baseada em
Watanabe et al., (1979). Em sua forma mais leve, o menisco discoide parcial é simplesmente uma
forma mais larga de um menisco lateral normal. A borda livre medial aguda está interposta entre
os côndilos do fêmur e da tíbia, mas não cobre completamente a face articular superior da tíbia.
Um menisco discoide completo aparece como um disco bicôncavo com uma borda medial
arredondada e cobre totalmente a face articular superior da tíbia lateralmente. O tipo Wrisberg de
menisco tem o mesmo formato de um menisco discoide completo, mas sua única inserção
periférica posterior dá-se através dos ligamentos meniscofemorais.
A inserção tibial normal do corno posterior do menisco lateral está ausente, mas o
ligamento meniscofemoral posterior persiste. Como resultado, este tipo de menisco está preso
anteriormente à tíbia e posteriormente ao fêmur, o que torna o corno posterior instável. Sob estas
circunstâncias, o menisco é passível de ser capturado entre o fêmur e a tíbia, o que é responsável
pelo clássico sintoma de apresentação do “joelho estalando” em alguns pacientes. A etiologia do
menisco discoide não é clara. A maioria é assintomática e frequentemente encontrada por acaso
em uma artroscopia. Entretanto, esse menisco pode causar dificuldades na obtenção de
acesso ao compartimento lateral à artroscopia. O menisco medial discoide é extremamente raro.

A membrana que recebe a cápsula articular é a membrana sinovial que produz o líquido
sinovial que nutre e lubrifica a cartilagem. A produção desse líquido se dá pela movimentação da
articulação, mas o movimento acaba perdendo sua elasticidade; perde o movimento, o que inibe a
pouca produção do líquido sinovial.
A limitação de movimentos articulares no joelho impõe uma rigidez da cápsula articular;
diminuindo a produção desse líquido sinovial, comprometendo a lubrificação do joelho, a nutrição
da cartilagem e limitando a flexão e extensão.
CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS

MENISCO MEDIAL MENISCO LATERAL


Forma Semilunar Letra “C”
Amplitude 6mm 12mm
Relações Com ligamento colateral Sem relações
medial
Tração posterior Músculo semimembranoso Músculo poplíteo
Mais lesado X

O menisco aumenta a área de contato entre os ossos. Pancada na patela causando


hiperextensão, o menisco medial será deslocado anteriormente e o menisco lateral
posteriormente. Mecanismo traumático que desloca o menisco é a hiperextensão.
Numa corrida, porém, dar um giro brusco ou movimento de freada abrupta mantendo os
pés fixos, joelhos semifletidos; roda o fêmur internamente, não há tempo suficiente para
contração, o menisco fica enclausurado, sendo esmagado.

Lesões de menisco: desinserção dos cornos, arrancamento dos cornos, fissuras


transversais, lesão em alça de balde (trava o joelho). Pode ocorrer por hiperextensão ou rotação.
Uma parte do menisco é avascular e a necessidade de cirurgia depende do tamanho da extensão
de comprometimento das estruturas do joelho.

Patela centralizada ou discretamente medializada, não se movimenta uniformemente, há


flexão e extensão. Quando se tem ≈60° de flexão, a pressão da patela contra o fêmur é 5 vezes
maior que no estado em repouso, aumentando o atrito entre as cartilagens. Se este movimento é
realizado com frequência em forma de exercícios sustentando cargas, ocorre grande
probabilidade de degenerar a cartilagem subpatelar, resultando em osteoartrose ou
condromalácia da patela.
Existe dois ligamentos que estabilizam o joelho medial e lateralmente que são:
 Ligamento colateral medial: que se estende da porção medial do côndilo medial
(centro), no tubérculo adutor abaixo do côndilo medial da tíbia. Ele evita o
mecanismo de valgo forçado.
 Ligamento colateral lateral: que se estende do côndilo lateral do fêmur até a cabeça
da fíbula. Ele evita o mecanismo de varo forçado.
Ligamento colateral medial é o mais lesado por ficar em constante estresse pois há o valgo
fisiológico associado ao menisco medial.

Músculos que estabilizam o joelho medial ou lateralmente: músculo cruzado lateral –


evitando o varo; tensor da fáscia lata, bíceps femoral, vasto lateral; músculo cruzado medial –
evitando o valgo: sartório, grácil e semitendinoso.
Qualquer músculo que cruza a articulação do joelho é considerado estabilizador dinâmico.

MECANISMO EXTENSOR DO JOELHO


Músculos que compõe o quadríceps femoral, composto de 4 ventres musculares: vasto
intermédio, lateral, medial e reto femoral.
O: reto na espinha ilíaca e os outros originam da diáfise do fêmur anterosuperiormente que,
unidos, formam o tendão do quadríceps, passando pela patela recebe o nome de tendão patelar.
Função básica: extensão da perna e do joelho com exceção do reto femoral que faz flexão da
coxa.
MECANISMO FLEXOR DO JOELHO
Composto pelos músculos ísquiotibiais, formado por bíceps femoral, semimembranoso e
semitendinoso.
*
- bíceps femoral se insere na cabeça da fíbula, semimembranoso, face anteromedial do
côndilo tibial. Os ísquiotibiais: função principal é a flexão da perna e função secundária: extensão
da coxa.
* todos com origem nos ísquiotibiais

MÚSCULOS DE MECANISMO DE ROTAÇÃO DA TÍBIA.


Rodar externamente, hipertrofia.
- rotadores extensores da tíbia: mm. tensor da fáscia lata, bíceps femoral e vasto lateral.
- rotadores internos da tíbia: mm. pata de ganso + semimembranoso.

LIGAMENTOS CRUZADOS ANTERIOR E POSTERIOR

 ANTERIOR: se estende da eminência intercondiliana anterior, cruzando o joelho de medial


para lateral, inserindo-se na borda interna do côndilo lateral do fêmur. Ele evita o
deslocamento anterior da tíbia, mantém relações direto com o menisco medial;
 POSTERIOR: se estende da eminência intercondiliana posterior, cruzando o joelho de lateral
para medial, inserindo0se na borda interna do côndilo medial do fêmur. Ele evita o
deslocamento posterior da tíbia, mantém relação com o menisco lateral.

PÉ E TORNOZELO

Vista frontal, não pisa totalmente reto. Borda do pé tem um arco longitudinal medial;
quando não há este arco, denominamos o pé como pé chato ou pé plano. Quando este arco está
mais exacerbado, denominado de pé cavo. Dois ossos fazem parte do tornozelo e pé, a tíbia e a
fíbula, onde á a membrana interóssea.
Sobre os maléolos, o lateral é o mais longo.
Tíbia e fíbula se relacionam com o tálus – articulação tibiotársica.
Osso que formam o pé; dividindo em retro e antepé,
Superior com fíbula, tíbia e tálus.
Tálus e calcâneo atuam com o navicular mais o cuboide em vista superior.
Principais articulações: - dorsiflexão: pé em direção da perna; - flexão plantar: a sola do pé
está voltada para o chão.
Dorsiflexão ocorre entre tíbia, fíbula e tálus ou articulação tibiotársica.
Pinça bimaleolar, tíbio talar, articulação entre a tíbia e o tálus. Importante na impulsão e
desaceleração.
Entre o tálus e o calcâneo tem duas articulações e a mais importante é a subtalar, formada
entre o tálus e o calcâneo. Movimentos de girar o pé para dentro é chamado de inversão e para
fora de eversão, ou seja, o giro da planta do pé. Cuboide, navicular, articulação transversa do
tarso, formado pelo tálus, calcâneo e o navicular, próximo ao plano frontal, movimentos de
inversão e eversão.

Entre os 5 metatarsos e falanges próximas, tem as articulações metatarso falangeanas,


fazendo flexão e extensão; tendo um pouco de adução e abdução, articulação interfalangeana só
movimento de flexão e extensão.

LIGAMENTOS ESTABILIZADORES DO TORNOZELO

 LIGAMENTO DELTÓIDE: em forma de delta, altamente resistente, se estende do maléolo da


tíbia ao tálus, calcâneo e navicular, que impede o movimento de inversão + o maléolo lateral
por ser longo.
 LIGAMENTO CALCÂNEO FIBULAR, TALUFIBULAR ANTERIOR E POSTERIOR:
- calcâneo fibular: ligamento afiliado que se estende do maléolo lateral ao calcâneo.
- talufibular anterior e posterior: pequenos ligamentos que se estende do maléolo lateral em
direção ao tálus. Esses 3 ligamentos estabilizam lateralmente a articulação do tornozelo,
restringindo a inversão.
O PÉ

O pé apresenta 3 arcos dos quais, um é de grande importância (arco longitudinal medial),


observável na parte medial do pé. Este arco em condições normais, permite um perfeito apoio
plantar, a ausência dele corresponde a um tipo de pé denominado plano, o qual favorece a
eversão e ao geno valgo de joelho. Já um arco exagerado, corresponde ao pé cavo, favorecendo
a inversão e ao geno varo de joelho. O arco longitudinal medial é estabilizado por 4 importantes
estruturas que são: ligamento em mola; ligamento plantar curto, ligamento plantar logo e
aponeurose plantar ou fáscia plantar que se estende da base do calcâneo em direção aos
metatarsos.

MÚSCULOS RESPONSÁVEIS PELO MOVIMENTO DOS PÉS

 POSTERIOR DA PERNA: tríceps sural, gastrocnêmio, composto por 3 ventres musculares,


gastrocnêmio medial, lateral e sóleo. Inserção comum no tendão de Aquiles que por sua vez
se insere no calcâneo.
 SÓLEO: O: se estende posteriormente à diáfise da tíbia e fíbula.
 TIBIAL POSTERIOR: se estende da diáfise da tíbia e da fíbula, posteriormente contorna o
maléolo medial para inserir-se na base do II metatarso e no cuboide.
 Funções: flexor plantar e inversor.
 FLEXOR LONGO DOS DEDOS: se estende posteriormente à diáfise da tíbia, contorna o
maléolo medial, divide-se em 4 tendões para inserir-se nas falanges médias do 2º ao 5º dedo.
 Função: flexão plantar + inversão e flexão dos dedos.
 FLEXOR LONGO DO HÁLUX: se estende posteriormente da diáfise da fíbula, contorna o
maléolo medial para inserir-se na falange distal do hálux.
 Função: flexor plantar, inversão e flexor do hálux.
 ANTERIOR DA PERNA:
 TIBIAL ANTERIOR: se estende anteriormente da diáfise da tíbia e da fíbula, seu tendão cruza
o tornozelo para inserir-se na base do I metatarso.
 Função: dorsiflexão, inversão.
 EXTENSOR LONGO DOS DEDOS: se estende anteriormente ao longo da diáfise da fíbula,
seu tendão se divide em 4 partes para inserir-se nas falanges distais.
 Função: quando contrai, dorsiflexão, extensor dos dedos.
 EXTENSOR LONGO DO HÁLUX: idem extensor longo dos dedos; anteriormente a diáfise da
fíbula, seu tendão insere-se na falange distal do hálux.
 Função: dorsiflexão e extensor do hálux.

 MÚSCULOS LATERIAS – COMPRIMENTO LATERAL DA PERNA


 FIBULAR LONGO: se estende lateralmente ao longo da diáfise da fíbula, seu tendão
contorna o maléolo lateralmente, entra na planta do pé e se insere na base do II metatarso.
 Função: extensor e eversor.
 FIBULAR CURTO: se estende lateralmente da diáfise da fíbula para inserir-se lateralmente na
base do V metatarso,
 Função: extensão e eversão.

Fatores que limitam os extensores em eversão


Maléolo lateral, do ponto de vista ósseo; ligamento deltóide, número de músculos
inversores.
CAMINHADA – CICLO DA MARCHA

A locomoção é uma função complexa. Os movimentos dos membros inferiores durante a


marcha em superfície plana, podem ser divididos em fases alternadas de balanço e de apoio.
O ciclo da marcha consiste em apenas um ciclo de balanço e apoio por membro. A fase de
apoio começa com o toque do calcâneo, quando o calcâneo toca o solo e começa a sustentar
todo o peso do corpo (resposta à carga), e termina com a saída da parte anterior do pé
(propulsão) – resultante da flexão plantar.
A fase de balanço começa depois da propulsão, quando os dedos saem do solo, e termina
quando o calcanhar toca o solo. A fase de balanço ocupa cerca de 40% do ciclo da marcha e a
fase de apoio, 60%. A fase de apoio da marcha é mais longa do que a fase de balanço, porque
começa e termina com períodos relativamente curtos (cada um, 10% do ciclo) de apoio duplo
(ambos os pés tocam o solo), enquanto o peso é transferido de um lado para o outro, com um
período mais longo de apoio único (apenas um pé no solo sustenta todo o peso do corpo)
intermediário, enquanto o membro contralateral avança.
Na corrida, não há período de apoio duplo; consequentemente, o tempo e o percentual do
ciclo da marcha representados pela fase de apoio são reduzidos.
Evidentemente, todas essas ações alternam-se entre os lados a cada passo. Os músculos
extensores do quadril normalmente contribuem pouco para a marcha no plano. Basicamente, o
quadril é submetido à extensão passiva pela força durante o apoio, exceto na aceleração ou
marcha rápida, e torna-se cada vez mais ativo com o aumento da inclinação durante a marcha em
aclive ou ao subir escadas.
A flexão concêntrica do quadril e a extensão do joelho são usadas durante a fase de
balanço da marcha em superfície plana e, portanto, não são ações de sustentação de peso;
entretanto, são afetadas pelo peso do corpo quando a contração excêntrica é necessária para
desaceleração ou na marcha em declive ou descida de escadas. A estabilização e a resiliência
são importantes durante a locomoção. Os inversores e eversores do pé são os principais
estabilizadores do pé durante a fase de apoio. Seus tendões longos, junto com os tendões dos
flexores dos dedos, também ajudam a sustentar os arcos do pé durante a fase de apoio,
auxiliando os músculos intrínsecos da planta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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