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ANATOMIA
PROFESSOR
Dr. Felipe Natali Almeida
NIVELAMENTO ANATOMIA
NEAD
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
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2
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Reitor da Unicesumar
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande as demandas institucionais e sociais; a realização
desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, de uma prática acadêmica que contribua para o
informação, conhecimento de qualidade, novas desenvolvimento da consciência social e política e, por
habilidades para liderança e solução de problemas fim, a democratização do conhecimento acadêmico
com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência com a articulação e a integração com a sociedade.
no mundo do trabalho. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: ser reconhecida como uma instituição universitária
as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará de referência regional e nacional pela qualidade
grande diferença no futuro. e compromisso do corpo docente; aquisição de
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume competências institucionais para o desenvolvimento
o compromisso de democratizar o conhecimento por de linhas de pesquisa; consolidação da extensão
meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos universitária; qualidade da oferta dos ensinos
brasileiros. presencial e a distância; bem-estar e satisfação da
No cumprimento de sua missão – “promover a comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica
educação de qualidade nas diferentes áreas do e administrativa; compromisso social de inclusão;
conhecimento, formando profissionais cidadãos que processos de cooperação e parceria com o mundo
contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade do trabalho, como também pelo compromisso
justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar e relacionamento permanente com os egressos,
busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com incentivando a educação continuada.
boas-vindas
Fabrício Lazilha
Diretoria de Planejamento de Ensino
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível crescimento e construção do conhecimento deve
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
autor
Professor Doutor
Felipe Natali Almeida
6
apresentação
NIVELAMENTO ANATOMIA
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Introdução ao estudo da Anatomia.
• Proteção, suporte e movimentação.
Objetivos de Aprendizagem
• Introduzir conceitos básicos em Anatomia.
• Abordar elementos envolvidos na proteção, suporte e
movimento humano.
unidade
I
INTRODUÇÃO
O
lá, alunos(as), estamos iniciando o estudo do Nivelamen-
to em Anatomia Humana, em que nos depararemos com
vários sistemas corporais. Particularmente, neste estudo,
selecionei dois assuntos de grande importância para traba-
lharmos. Procuraremos ter como foco os conceitos básicos em anato-
mia, incluindo, aqui, as diferenças entre variações anatômicas, anoma-
lias e monstruosidade, conceitos sobre nomenclatura anatômica (que é
padronizado para evitar que cada pessoa e/ou país tenha nomenclatura
própria para determinadas regiões do organismo (assim, no Brasil ou em
qualquer outra região do globo terrestre, estômago é estômago), posição
anatômica (posição que imaginamos ser como a peça anatômica se en-
contra) e a divisão do corpo humano em variadas regiões/partes.
Logo em seguida, entraremos no tópico proteção, suporte e movi-
mento e nos depararemos primeiro com o estudo da pele. Conforme
veremos, a pele é formada por duas camadas denominadas epiderme
e derme (logo abaixo dela encontra-se a hipoderme, onde fica o tecido
gorduroso, porém não faz parte da constituição da pele), cada qual com
características próprias que darão à pele a resistência e a elasticidade ne-
cessárias para que realize suas funções, incluindo, aqui, servir como uma
barreira contra a entrada de patógenos.
Após o estudo da pele, veremos o conceito de sustentação e movi-
mento, sendo necessário o estudo de outros três sistemas corporais: o
esquelético, o articular e o muscular. O sistema esquelético é o responsá-
vel principal pela manutenção da sustentação corporal, e recebe a força
produzida pelos músculos que chegaram até ele por meio dos tendões e
ligamentos (sistema articular) e responde com movimento. Logo, per-
ceberemos que para o movimento ocorrer, necessitamos da integridade
destas três estruturas.
Assim, espero que aproveitem a jornada em nossos estudos.
Um abraço.
NIVELAMENTO ANATOMIA
Introdução ao estudo da
Anatomia
O termo anatomia deriva de duas palavras gregas: Importante salientar que o normal em anatomia
ana (em partes) e temmein (cortar), demonstran- provém de dois conceitos básicos: o Estatístico, signifi-
do a característica geral desta disciplina que é o cando que o normal é o que a maioria apresenta (como
estudo das partes que compõem o organismo hu- a maioria das pessoas tem cinco dedos nas mãos) e o
mano. Importante salientar que, na Anatomia, es- Idealístico, que considera normal aquilo que facilita a
tudamos o corpo humano considerado normal já realização de determinada função em uma estrutura
que a patologia (doença) apresentada pelas estru- anatômica (como ter cinco dedos nas mãos, que facili-
turas corporais é estudada por outras disciplinas ta a realização do movimento de pinça dos dedos para
(BARBOSA, 2017). pegar alguma coisa) (WATANABE, 2000).
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Porém, apesar da ideia: a maioria das pessoas apre- as estruturas corporais serão as mesmas, impe-
senta, é claro que existem diferenças morfológicas dindo que estruturas do corpo humano recebam
entre elas (por exemplo, a mão de todos os indiví- denominações diferentes de acordo com o centro
duos não são todas do mesmo tamanho, e seus de- de estudo específico. Por isso, estar atualizado em
dos também não), mas quando tais diferenças não relação à nomenclatura utilizada é fundamental.
prejudicam a realização da função da estrutura ana- Na anatomia, essa nomenclatura engloba termos
tômica (ou seja, mesmo tendo uma mão grande ou gerais e especiais originados da língua grega, lati-
uma mão pequena eles conseguem carregar, escre- na e outras. (DI DIO, 2002).
ver, entre outras funções realizadas pela mão), nós Considerada um documento oficial que deve
denominamos estas diferenças de Variações Ana- ser obedecido por professores e alunos da disciplina
tômicas. Agora, se estas diferenças atrapalharem o de Anatomia Humana, a terminologia anatômica é
desenvolvimento da função da estrutura (como um constituída por cerca de 6000 termos, esporadica-
indivíduo que nasceu com 3 dedos em cada mão e mente revisados e atualizados, os quais são tradu-
que não consegue segurar uma bola com a mesma zidos pelas sociedades de anatomia de cada país.
força que um indivíduo que nasceu com os 5 dedos), No Brasil, a terminologia é traduzida pela Comis-
chamamos esta variação de Anomalia. E por mais são de Terminologia Anatômica da Sociedade Bra-
que atrapalhem, ainda permitem que o indivíduo sileira de Anatomia (Barbosa, 2017). Logo, apesar
permaneça vivo. Porém, caso esta variação seja in- de inúmeras partes que compõem o corpo humano
compatível com a vida, ou seja, impede aqueles que a apresentarem terminologia popular (como bucha-
apresentam de permanecer vivo, denominamos esta da, banha, batata da perna, bucho, entre outros), a
variação de Monstruosidade (WATANABE, 2000). partir do momento que adentramos no universo da
ciência (e isso inclui todos vocês que estão cursan-
NOMENCLATURA ANATÔMICA do o Ensino Superior), obrigatoriamente, devemos
passar a adotar a nomenclatura correta, pois isto é
Cientistas e profissionais da área da saúde usam um dos quesitos que nos diferenciam do público
uma linguagem própria ao se referirem às estrutu- leigo em geral. Desta forma, especialmente nesta
ras do corpo humano e à forma como a dissecção etapa de nivelamento e na disciplina de Anatomia,
é feita. Se você notar, independentemente da lite- atente-se para a nomenclatura científica correta das
ratura adotada e da língua, a nomenclatura para estruturas corporais.
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NIVELAMENTO ANATOMIA
POSIÇÃO ANATÔMICA
Antes de iniciarmos o estudo das denominações de ral ou mais medial, e assim sucessivamente. Logo,
partes específicas do organismo humano devemos temos como a posição anatômica a visão de um ca-
aprender o conceito de posição anatômica que é a dáver ereto, com a cabeça em nível horizontal, olhos
posição pela qual nos baseamos para determinar voltados para frente, pés plantados no chão e dire-
nomenclatura e posicionamento corporal e, assim, cionados para frente, membros superiores ao lado
facilitar a identificação do momento em que a visão do corpo com as palmas das mãos voltadas para
de uma estrutura é posterior ou anterior, mais late- frente (MOORE et al., 2014).
Tronco
Pescoço
Membro Superior
Membro Inferior
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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NIVELAMENTO ANATOMIA
Torax
Cingulo do membro
Livre
Abdome
Pelve
Figura 4 - Tronco: tórax (superior), abdome (meio) e pelve (inferior) Figura 5 - Representação do membro superior (cíngulo e porção livre)
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EDUCAÇÃO FÍSICA
O cíngulo do membro inferior é a cintura pél- As articulações são as responsáveis por conectar
vica, e sua parte livre inclui coxa, perna e pé (sendo as variadas partes corporais, e temos como exemplo
sua parte superior denominada dorso e sua parte in- as articulações do tornozelo, do ombro, do quadril,
ferior planta). Veja na Figura 6: do pé, entre outras. Veja na Figura 7:
Cingulo do
membro
Livre
Figura 6 - Representação do membro inferior (cíngulo e porção livre) Figura 7 - Exemplos de articulações no corpo humano
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NIVELAMENTO ANATOMIA
Proteção, suporte e
movimento
Neste primeiro momento, iniciaremos nossos es- O tecido mais externo, epitelial, é a epiderme. O mais
tudos com os tecidos envolvidos em nossa barreira interno, conjuntivo, é a derme, conforme Figura 8:
primária de proteção, a pele (ou tegumento), segui-
do de estruturas de fundamental importância para a
manutenção da nossa postura bípede e para realiza- Epiderme
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EDUCAÇÃO FÍSICA
A epiderme é formada por várias camadas, como ção à superfície do corpo. Conforme vão envelhe-
mostra a Figura 9, de células agrupadas umas sobre cendo, as células epidérmicas tornam-se achatadas
as outras. A camada epidérmica mais interna é a ca- e passam a fabricar e a acumular dentro de si uma
mada basal, formada por células que se multiplicam proteína resistente, a queratina, que auxilia na resis-
continuamente, de modo que as células recém-ge- tência ao atrito a na alta impermeabilidade da água
radas empurram as mais velhas para cima, em dire- apresentada pela pele (AMABIS; MARTHO, 2007).
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NIVELAMENTO ANATOMIA
Já a derme, que se encontra logo abaixo da cidade à pele. Os vasos sanguíneos da derme são
epiderme, é um tecido conjuntivo que contém responsáveis pela nutrição e oxigenação tanto das
fibras proteicas, vasos sanguíneos, terminações células dérmicas quanto das células epidérmicas.
nervosas, órgãos sensoriais e glândula, conforme Nesta camada, também estão inseridos os vasos
apresentado na Figura 10. As principais células da sanguíneos e as terminações nervosas responsá-
derme são os fibroblastos, responsáveis pela pro- veis pelas variadas percepções corporais (AMA-
dução de fibras que conferem resistência e elasti- BIS; MARTHO, 2007).
Abaixo da pele há uma camada de tecido conjun- pele (podemos observar a localização da hipoder-
tivo frouxo – o tecido subcutâneo – rico em fibras me, na Figura 10, abaixo da derme). A gordura ar-
e em células que armazenam gordura (células adi- mazenada no tecido subcutâneo constitui reserva
posas). A camada subcutânea, às vezes chamada de energia e atua como isolante térmico (AMA-
impropriamente de hipoderme, não faz parte da BIS; MARTHO, 2007).
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EDUCAÇÃO FÍSICA
SISTEMA ESQUELÉTICO
Certos grupos de animais multicelulares desenvolve- Além da sustentação corporal, o esqueleto ós-
ram, ao longo da evolução, sistemas de sustentação seo desempenha outras duas importantes funções:
para seus tecidos e órgãos. A sustentação do corpo reserva de minerais e formação das células do san-
humano está a cargo do esqueleto, que também for- gue (AMABIS; MARTHO, 2007). Os ossos contêm
nece, em certos casos, proteção aos órgãos internos e reservas de sais minerais, principalmente, de cálcio e
ponto de apoio para a fixação dos músculos. fósforo. Esses elementos químicos são fundamentais
ao funcionamento das células e devem estar presen-
Ossos tes no sangue. Quando o nível de cálcio diminui no
Com exceção dos condrictes (uma classe de animais sangue, sais de cálcio são mobilizados dos ossos para
que não apresentam esqueleto ósseo), o esqueleto suprir a deficiência.
ósseo está presente em todos os adultos dos demais No interior de muitos ossos há cavidades pre-
grupos de vertebrados. Ossos são peças rígidas, com enchidas por um tecido macio, a medula óssea ver-
formatos variados (AMABIS;MARTHO, 2007). melha, conforme Figura 11, onde são produzidas as
A criança apresenta um total de 350 ossos, mas o células do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas.
indivíduo adulto tem este número reduzido para Determinados ossos ainda possuem medula amare-
206. Isto ocorre, pois há uma fusão de vários ossos la, conhecida popularmente por tutano, constituída,
do corpo ao longo do processo de envelhecimento principalmente, por células adiposas, que acumu-
(BARBOSA, 2017). lam gorduras como material de reserva.
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NIVELAMENTO ANATOMIA
Figura 12 - Esqueleto axial (em azul) e apendicular (em amarelo) Figura 14 - Exemplo de osso laminar: osso temporal (destacado em amarelo)
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EDUCAÇÃO FÍSICA
3. Ossos curtos: têm os três diâmetros (com- 5. Ossos sesamoides: desenvolvem-se em alguns
primento, largura e espessura) semelhantes, tendões e são encontrados onde os tendões
apresentando uma forma cuboide. É o que cruzam as extremidades dos ossos longos.
ocorre com os ossos da mão e do pé, por Assim, eles protegem os tendões contra des-
exemplo, como na Figura 15: gastes. A patela é um exemplo. Acompanhe
pela Figura 17:
Figura 15 - Exemplo de osso curto: osso cuboide (destacado em azul) Figura 17 - Exemplo de osso sesamoide: patela
4. Ossos irregulares: como o próprio nome in- 6. Ossos pneumáticos: apresentam cavidades
dica, não apresenta predomínio específico contendo ar em seu interior. Localizam-se no
de nenhuma dimensão sobre a outra. Temos crânio, como o osso etmoide, esfenoide e ma-
como exemplo as vertebras. Veja na Figura 16: xilar. Observe na Figura 18:
Figura 16. Exemplo de osso irregular: vértebra Figura 18 - Exemplo de osso pneumático: osso maxilar (destacado em verde)
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NIVELAMENTO ANATOMIA
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Os ossos da face, como os do crânio, também es- A caixa torácica é comparável a uma gaiola de
tão firmemente encaixados. O osso do queixo, deno- ossos e protege o coração, os pulmões e os princi-
minado mandíbula, é o único osso móvel da cabeça e pais vasos sanguíneos. Além disso, a musculatura
se prende à base do crânio por meio de articulações da caixa torácica é responsável, juntamente com o
que permitem abrir e fechar a boca. Veja Figura 20: diafragma, pelos movimentos respiratórios. A caixa
torácica é formada pelas costelas, ossos achatados e
curvos que se unem, dorsalmente, à coluna vertebral
e, ventralmente, ao osso esterno, no meio do peito.
A maioria das pessoas possui 12 pares de costelas.
Algumas, porém, têm uma costela extra, fenômeno
três vezes mais comum em homens que em mulhe-
res. Os dois últimos pares de costelas são ligados
apenas à coluna vertebral, ou seja, não se ligam ao
esterno. São, por isso, chamados costelas flutuantes
Figura 20 - Na visão anterior observamos os ossos da face e, na visão
(AMABIS;MARTHO, 2007).Veja Figura 22:
lateral, os demais ossos do crânio. Em destaque (amarelo), a mandíbula
Coluna
Tronco
Vertebral
O tronco representa o eixo corporal, onde se articu-
lam a cabeça e os membros. Ele é formado pela coluna
vertebral, pelas costelas e pelo osso esterno. O tronco
e a cabeça formam o esqueleto axial. Veja Figura 21:
Esterno
contela
Figura 22 - Costelas
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NIVELAMENTO ANATOMIA
A coluna vertebral, popularmente chamada de osso curvo, situado na parte superior do peito, e a
espinha dorsal, é constituída por 33 ossos, chama- escápula, um osso grande e chato, localizado na par-
dos vértebras, que se articulam em sequência e estão te superior das costas, conforme Figura 24:
unidos por diversos ligamentos, de modo a formar
um eixo ósseo firme e flexível. A sobreposição dos
orifícios presentes nas vértebras forma um tubo in-
terno ao longo da coluna vertebral, onde se localiza a
medula nervosa (BARBOSA, 2017). Veja Figura 23:
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EDUCAÇÃO FÍSICA
ARTICULAÇÕES
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NIVELAMENTO ANATOMIA
ção são mantidos em seus devidos lugares por meio dentro dos vasos sanguíneos entre outras funções.
de cordões resistentes, constituídos por tecido con- Em adição, os músculos dão forma ao corpo e são
juntivo fibroso: os ligamentos, que estão firmemente fonte de calor.
aderidos às membranas que revestem os ossos. Os músculos podem ser classificados considerando
A maioria das articulações relaciona-se à produ- diferenças relacionadas ao controle voluntário e à
ção de movimentos uma vez que as peças ósseas são presença de estrias em suas fibras ao microscópio.
tracionadas pelos músculos (durante a contração) e se Quanto ao controle voluntário, o músculo pode ser
movem ao redor dos pontos de junturas entre os ossos. voluntário, se sua contração ocorrer de acordo com a
Todavia algumas articulações não são muito móveis, vontade do indivíduo (tal qual a contração dos mús-
mas dão estabilidade às zonas de união entre os vários culos dos membros inferiores quando você decide
segmentos do esqueleto, ou seja, estão mais relaciona- andar) ou involuntário, se sua contração não depen-
das à postura e ao equilíbrio (BARBOSA, 2017). der do controle do indivíduo (tal qual o batimento
do seu coração, que é dependente de contração mus-
SISTEMA MUSCULAR cular, mas independe de sua vontade). Quanto à apa-
O sistema muscular é formado pelos músculos, ór- rência estriada, o músculo pode ser do tipo estriado
gãos constituídos, principalmente, por tecido mus- (aquele que apresenta estrias transversais) ou liso
cular, especializado em se contrair e realizar mo- (sem estrias transversais) (BARBOSA, 2017).
vimentos. É graças à contração muscular que os Logo, com base nestes dois critérios, os músculos
animais podem nadar, voar, andar, respirar, mover podem ser de 3 tipos: estriado esquelético, liso e es-
o alimento na cavidade digestiva, bombear o sangue triado cardíaco, conforme Figura 28:
Músculo cardíaco
Músculo cardíaco
Músculo
Músculoestriado
cardíaco
Músculoesquelético
estriado
Músculoesquelético
estriado
músculo
esquelético
lisomúsculo liso
músculo liso
(controle involuntário)
(controle involuntário)
(controle
(controle
involuntário)
voluntário)
(controle voluntário)
(controle
(controle
voluntário)
involuntário)
(controle involuntário)
(controle involuntário)
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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considerações finais
O
lá, aluno(a), chegamos ao fim de nossa primeira unidade e tivemos
como meta a introdução de conceitos gerais sobre anatomia e a apre-
sentação de quatro porções importantes que fazem parte do organis-
mo humano: pele, ossos, músculos e articulações. Aprendemos que
o sistema esquelético tem um papel importante na sustentação corporal, possi-
bilitando-nos a manutenção da postura bípede. Somado a isto, tem um papel na
proteção de algumas vísceras (como o pulmão e o coração protegidos pela caixa
torácica). Em adição, notamos que juntamente com o sistema muscular e esque-
lético atuará na movimentação do corpo humano.
Lembre-se de que este assunto é de fundamental importância para todos da
área da Educação Física por trabalharem com o movimento humano. O correto
conhecimento dos ossos do esqueleto humano faz-se necessário. Conforme re-
latado anteriormente, os ossos requerem a conexão com o sistema muscular por
meio do sistema articular para conseguir realizar o movimento. As articulações
são as grandes responsáveis por fazer esta conexão. Conhecida popularmente
como junta, devemos saber que até podemos usar esta terminologia quando es-
tamos conversando com pessoas leigas, mas por sermos profissionais da área, a
terminologia correta faz-se necessária.
Ao estudarmos o músculo esquelético, devemos nos atentar ao seu papel
(produzir força que será transmitida para os ossos) no processo de geração do
movimento. Entramos em contato com uma grande quantidade de nomes de va-
riados músculos (somados ao nome dos vários ossos que vimos também) que
devem ser constantemente revisados para serem fixados. A leitura única reflete
a grande chance de falha no aprendizado. A repetição, neste ponto, faz-se neces-
sária. Também descobrimos que, somado ao músculo presente sobre os ossos
(músculo esquelético), existem também os músculos lisos (nas vísceras) e o car-
díaco (no coração).
Portanto, aluno(a), espero que aproveite bem a leitura, que se dedique, revise,
para, assim, ter êxito. Um abraço.
32
atividades de estudo
1. A pele é um elemento fundamental que, entre 4. As articulações têm o papel de unir estruturas
outras funções, realiza a proteção externa, atu- ósseas, favorecendo o movimento entre elas.
ando como uma barreira contra a entrada de Sabemos que esta união pode ocorrer entre
patógenos. Sobre a pele, assinale a alternati- dois ou mais ossos. Baseado nesta colocação,
va que apresenta as suas camadas: assinale a resposta correta:
a. Somente a derme. a. Articulações Simples são aquelas que unem
mais de dois ossos.
b. Somente a epiderme.
b. Articulações Compostas são aquelas que
c. Somente a hipoderme.
unem dois ossos.
d. Epiderme e derme.
c. Articulações Simples são aquelas que unem
e. Epiderme, derme e hipoderme. apenas dois ossos.
d. Articulações Simples são aquelas que unem
2. Os ossos são estruturas fundamentais para a
até três ossos.
manutenção da postura humana, devido à sua
capacidade de sustentação do peso. Sobre os e. Articulações Compostas são aquelas que
ossos, indique a alternativa que representa unem dois ou mais ossos.
uma das formas de agrupá-los para seu es-
tudo: 5. Sabemos que, com base em características,
a. Cabeça e cíngulos. como a presença de estrias e a contração vo-
luntária ou involuntária, observamos três tipos
b. Cabeça e tronco.
de músculos em nosso organismo: músculo
c. Cabeça e membros. liso, músculo cardíaco e músculo esquelético.
Sobre o músculo esquelético, assinale a alter-
d. Cabeça, tronco e membros.
nativa correta:
e. Membros e tronco.
a. É caracterizado por ser involuntário e apre-
sentar estrias.
3. Sabemos que o crânio é uma estrutura óssea
b. É caracterizado por ser voluntário e não apre-
de grande importância, visto que seu interior
sentar estrias.
abriga um tecido nobre: o encéfalo. Dentre os
variados ossos que o compõe, um deles apre- c. É caracterizado por ser involuntário e não
senta grande mobilidade. Assinale a alterna- apresentar estrias.
tiva que indica a nomenclatura deste osso:
d. É caracterizado por ser involuntário ou volun-
a. Maxilar. tário (depende da região) e apresentar estrias.
b. Mandíbula. e. É caracterizado por ser voluntário e apresen-
c. Nasal. tar estrias.
d. Frontal.
e. Temporal.
33
LEITURA
COMPLEMENTAR
34
EDUCAÇÃO FÍSICA
35
referências
Referência On-Line#
¹ Em: <https://br.pinterest.com/pin/101964379043637217/>. Acesso em: 02 out.
2017.
36
gabarito
1. D.
2. D.
3. B.
4. C.
5. .E
37
SISTEMA CARDIOVASCULAR,
RESPIRATÓRIO E UROGENITAL
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Sistema cardiovascular
• Sistema respiratório
• Sistema urogenitário
Objetivos de Aprendizagem
• Prover noções básicas sobre o estudo do sistema
cardiovascular.
• Introduzir conceitos sobre o sistema respiratório.
• Prover noções básicas sobre o estudo do sistema
urogenitário.
unidade
II
INTRODUÇÃO
Sistema
Cardiovascular
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EDUCAÇÃO FÍSICA
O sistema cardiovascular consiste de três partes fun- Figura 1 - Células sanguíneas presentes na constituição do sangue
damentais:
a. Sangue: fluido formado por células disper- No plasma sanguíneo, a água é responsável por
sas em um líquido. 92% de seu peso, sendo o restante devido à pre-
b. Vasos sanguíneos: tubos por onde o sangue sença de proteínas (albuminas, globulinas, entre
circula, atingindo todas as partes do corpo. outras), sais e substâncias diversas, tais como nu-
c. Coração: órgão musculoso, cuja contração trientes, gases, excreções e hormônios (AMABIS;
impulsiona o sangue, fazendo-o circular no
MARTHO, 2007).
interior dos vasos sanguíneos.
43
NIVELAMENTO ANATOMIA
As hemácias, também conhecidas por glóbulos As artérias são vasos que levam sangue do co-
vermelhos ou eritrócitos, são células especializadas ração para os órgãos e tecidos do corpo, sendo que
no transporte de gás oxigênio. Por meio dos vasos todas as artérias se originam direta ou indiretamen-
que irrigam a medula óssea, os eritrócitos maduros te da aorta ou do tronco pulmonar. A parede das ar-
entram na circulação sanguínea. Uma hemácia per- térias é espessa e contém três camadas de tecidos. A
manece cerca de 120 dias em circulação. Ao fim des- camada mais interna é o endotélio, um tecido epite-
se período, perde sua capacidade funcional e é fago- lial formado por um único estrato de células acha-
citada e digerida por células do fígado ou do baço tadas. A camada mediana é constituída por tecido
(AMABIS; MARTHO, 2007). muscular liso e a camada mais externa é constituída
Os leucócitos ou glóbulos brancos são células por tecido conjuntivo, rico em fibras elásticas (MO-
especializadas na defesa do organismo; combate ORE et al., 2014).
vírus, bactérias e outros agentes invasores que pe- Quando a musculatura da parede de uma arté-
netrem em nosso corpo. Em condições normais, há ria se contrai, seu diâmetro interno diminui; o re-
entre 5 e 10 mil leucócitos por milímetro cúbico de laxamento da musculatura arterial, por outro lado,
sangue (BARBOSA, 2017). leva ao aumento do diâmetro interno da artéria. A
Já as plaquetas são fragmentos esféricos ou contração e o relaxamento das artérias permitem
achatados de células chamadas megacariócitos, controlar a pressão sanguínea e o volume de sangue
formadas, originalmente, na medula óssea. Há, em circula em determinada região do corpo.
média, 300 mil plaquetas por milímetro cúbico de As artérias apresentam uma luz do vaso menor,
sangue humano. Elas participam ativamente do são menos numerosas, têm uma parede mais espes-
processo de coagulação do sangue dos vertebrados sa, têm pulsação e estão localizadas mais profunda-
(BARBOSA, 2017). mente do que as veias (BARBOSA, 2017) (Figura 3).
Vasos sanguíneos
Os vasos sanguíneos são habilitados ao transporte
de sangue, sendo os principais as artérias e as veias,
mas podemos incluir aqui as arteríolas, os capilares
e as vênulas (Figura 2).
Veia
44
EDUCAÇÃO FÍSICA
45
NIVELAMENTO ANATOMIA
O coração é constituído por três camadas cha- monar, localizada entre o ventrículo direito e a
madas paredes ou túnicas: a interna (ou endocár- artéria que deixa essa câmara; e a valva aórtica,
dio), a média (ou miocárdio) e a externa (pericár- localizada entre o ventrículo esquerdo e a arté-
dio) (AMABIS; MARTHO, 2007) (Figura 6). ria que deixa essa câmara, denominada de aorta
(MOORE et al., 2014).
As câmaras do coração se contraem e se dilatam
alternadamente, em média, 70 vezes por minuto.
A contração de uma câmara cardíaca é denomina-
da sístole e seu relaxamento, diástole. A frequência
ENDOCÁRDIO de movimentos do coração, ou seja, a frequência
cardíaca, varia de acordo com a atividade e situa-
ção emocional em que nos encontramos. Durante o
sono, por exemplo, o coração de uma pessoa pode
bater entre 35 e 50 vezes por minuto; já durante um
exercício físico intenso, a frequência cardíaca pode
PERICÁRDIO ultrapassar 180 batimentos por minuto (AMABIS;
MARTHO, 2007).
MIOCÁRDIO
Figura 6 - Paredes do coração
46
EDUCAÇÃO FÍSICA
A frequência de batimentos cardíacos é controla- rias durante a sístole ventricular - a pressão sistólica
da por uma região especial do coração denominada ou máxima - é da ordem de 120 mmHg (120 milí-
nódulo sinoatrial ou marca-passo. O nódulo sino- metros de mercúrio). Durante a diástole, a pressão
atrial é um aglomerado de células musculares espe- diminui, ficando em torno de 80 mmHg; essa é a
cializadas, localizado perto da junção entre o átrio pressão diastólica ou mínima.
direito e a veia cava superior. Aproximadamente, Depois de passar por milhões de arteríolas e
a cada segundo, as células do marca-passo emitem capilares, a pressão sanguínea cai muito, atingindo
um sinal elétrico que se propaga diretamente para a valores muito baixos no interior das veias. O retor-
musculatura dos átrios, provocando sua contração no do sangue ao coração deve-se, em grande parte,
(AMABIS; MARTHO, 2007). às contrações dos músculos esqueléticos. As veias se
situam entre feixes de músculos, de modo que a con-
CIRCULAÇÃO DO SANGUE NO ORGA- tração muscular as comprime, fazendo com que o
NISMO sangue se desloque em seu interior. Devido às válvu-
las, o sangue que se desloca nas veias somente pode
O sangue bombeado pelos ventrículos penetra nas seguir rumo ao coração (MOORE et al., 2014).
artérias sob alta pressão. Imediatamente, as paredes Ao se deslocar pelo corpo humano, o sangue
arteriais se relaxam, aumentando de volume, dimi- passa duas vezes pelo coração. Impulsionado pelo
nuindo a pressão interna. Se as artérias não relaxa- ventrículo direito, o sangue vai aos pulmões, de onde
rem o suficiente, a pressão do sangue em seu interior retorna ao coração. Por isso se diz que nossa circu-
pode subir a níveis perigosos, com possível ruptura lação é dupla, sendo o trajeto coração → pulmões
nas paredes arteriais (AMABIS; MARTHO, 2007). → coração denominado circulação pulmonar (ou
A pressão exercida pelo sangue contra a parede pequena circulação) e o trajeto coração → sistemas
das artérias é denominada pressão arterial. Em uma corporais → coração denominado circulação sistê-
pessoa jovem e com boa saúde, a pressão nas arté- mica (ou grande circulação) (BARBOSA, 2017).
47
NIVELAMENTO ANATOMIA
48
EDUCAÇÃO FÍSICA
49
NIVELAMENTO ANATOMIA
Sistema
Respiratório
O sistema respiratório é constituído por um conjun- processo, o CO2, resultante do metabolismo celular,
to de estruturas anatômicas que, em conjunto, são é trazido pelo sangue aos pulmões e se difunde dos
responsáveis pela captação do ar do meio ambiente capilares teciduais para os alvéolos para ser eliminado
e transporte dele até o órgão respiratório para que a juntamente com o ar expirado. Ao mesmo tempo, o
hematose seja possível. O2 do ar inspirado difunde-se dos alvéolos para os
A hematose é um processo que implica em trocas capilares alveolares, onde se combina com a hemoglo-
gasosas entre o ar atmosférico e o meio interno. Nesse bina, originando o sangue arterial (BARBOSA, 2017).
50
EDUCAÇÃO FÍSICA
Narina
Boca
Faringe
Laringe
Brônquio Traqueia
51
NIVELAMENTO ANATOMIA
Faringe Laringe
A faringe é um canal comum aos sistemas digestivo A laringe é um tubo sustentado por peças de cartila-
e respiratório e se comunica com o nariz, com a boca gem articuladas, situado na parte superior do pesco-
e com a laringe. O ar inspirado pelas narinas ou pela ço, em continuação à faringe em direção à traqueia
boca passa, necessariamente, pela faringe, condu- (pois a faringe pode continuar com o esôfago e se
zindo até a laringe (Figura 11). direcionar para o sistema digestório). A entrada da
laringe é chamada glote. Acima dela existe uma espé-
cie de “lingueta” de cartilagem, denominada epiglo-
te, que funciona como válvula. Quando engolimos, a
laringe sobe e sua entrada é fechada pela epiglote, de
modo a impedir que o alimento engolido penetre nas
vias respiratórias (AMABIS; MARTHO, 2007).
Faringe
Figura 12 - Laringe
Laringe
Em adição, por abrigar as cordas vocais, a passagem de
Figura 11 - Faringe e laringe ar pela laringe pode produzir sons (BARBOSA, 2017).
52
EDUCAÇÃO FÍSICA
bronquíolos
traqueia
brônquios
bronquíolos
terminais
53
NIVELAMENTO ANATOMIA
54
EDUCAÇÃO FÍSICA
Inspiração
Traqueia
Brônquio principal esquerdo
Brônquio principal
direito
Pleura parietal
Pleura visceral
Cavidade pleural
direita Pulmão Pulmão Cavidade pleural
direito esquerdo esquerda
Músculo
diafragma
Mediastino
55
NIVELAMENTO ANATOMIA
Sistema
Urogenital
56
EDUCAÇÃO FÍSICA
Rim
Ureter
Figura 18 - Rim e sua visão interior
Bexiga
O néfron é uma longa estrutura tubular que possui,
urinária
em uma das extremidades, uma expansão em for-
ma de taça, denominada cápsula de Bowman. Esta
Uretra se conecta com o túbulo contorcido proximal, que
continua pela alça de Henle e pelo túbulo contorci-
Figura 17 - Visão geral do sistema urinário do distal. Este desemboca em um ducto coletor.
57
NIVELAMENTO ANATOMIA
Néfron
Túbulo distal
Glomérulo
Capilares peritubulares Ureter Ureter
Cápsula glomerular
direito esquerdo
Arteríola aferente
Arteríola eferente
Artéria Bexiga
arqueada
Uretra
Direção do
Veia
fluxo sanguíneo Figura 20 - Ureteres
arqueada
Túbulo
proximal
58
EDUCAÇÃO FÍSICA
Uretra Pênis
A uretra (Figura 22) é um tubo que parte da bexi- O pênis (Figura 22) é o órgão copulador masculino.
ga e que termina, na mulher, na região vulvar e, no É constituído por três cilindros de tecido esponjoso,
homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação os dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso,
com a bexiga se mantém fechada por anéis muscula- além de vasos sanguíneos e linfáticos, tecido nervo-
res (esfíncteres). Quando a musculatura desses anéis so e conjuntivo revestidos por uma pele. A região
relaxa e a musculatura da parede da bexiga se con- anterior do pênis forma a glande (a “cabeça” do pê-
trai, ocorre a micção (AMABIS; MARTHO, 2007). nis), onde a pele é fina e apresenta muitas termina-
ções nervosas, o que determina grande sensibilidade
à estimulação sexual. A glande é recoberta por uma
prega protetora de pele, prepúcio, às vezes, removi-
da cirurgicamente por meio da circuncisão. Além da
glande, podemos dividir o pênis em mais duas por-
ções, o corpo e a raiz (AMABIS; MARTGO, 2007).
Figura 21 - Uretra
59
NIVELAMENTO ANATOMIA
Epidídimo
Ducto deferente
Testículo
Figura 24 – Testículo
Epidídimo
Figura 23 - Testículos e saco escrotal (escroto) O epidídimo (Figura 25) é um enovelado de túbulos
localizado sobre o testículo, em comunicação direta
Os testículos humanos, por estarem localizados com os túbulos seminíferos. Os espermatozoides re-
no saco escrotal, permanecem a uma temperatura cém-formados passam para o epidídimo, onde termi-
cerca de 2 a 3° C inferior à temperatura corporal, nam sua maturação e ficam armazenados até sua eli-
o que é necessário para que os espermatozoides se minação durante o ato sexual (MOORE et al., 2014).
formem normalmente (BARBOSA, 2017).
Testículo
O testículo é o órgão onde se formam os esperma-
tozoides. É constituído por tubos finos e enovelados,
os túbulos seminíferos, e por camadas envoltórias
de tecido conjuntivo. Além de produzir os esper-
matozoides, também é responsável por produzir a
testosterona - o hormônio sexual masculino (Figura
24) (MOORE et al., 2014).
Figura 25 - Epidídimo
60
EDUCAÇÃO FÍSICA
61
NIVELAMENTO ANATOMIA
Ovário
Tuba uterina
Útero
Vagina Ânus
62
EDUCAÇÃO FÍSICA
63
considerações finais
Caros alunos, chegamos ao fim desta Unidade II, e espero que possa ter absorvi-
do o máximo de informações possíveis sobre os três sistemas trabalhados.
Pudemos perceber o quão interessante é o papel do coração em nosso orga-
nismo, mas, ao mesmo tempo, tivemos a oportunidade de entender que sem os
demais elementos do sistema cardiovascular, ou seja, sem os vasos sanguíneos
para levar o sangue para os tecidos (sem as veias para devolver o sangue ao co-
ração e sem os capilares para realização das trocas gasosas) e sem o sangue - o
grande responsável por transportar gases, nutrientes e excretas metabólicas (en-
tre outros) - o trabalho do coração seria em vão.
Somado a este, estivemos diante do sistema respiratório, um sistema que
apresenta como órgão central o pulmão que, em sua estrutura menor (os alvéo-
los), responsabiliza-se por realizar o processo de renovação do sangue (adicionar
o oxigênio e remover o gás carbônico). Pudemos notar, também, que no sistema
cardiovascular, seu órgão mais importante não teria finalidade se não fossem os
demais elementos desses sistema (nariz, boca, faringe, laringe, traqueia, brôn-
quios e bronquíolos) que são capazes de conduzir o ar até as porções mais distais
da via respiratória para realização das trocas.
Já o sistema urogenital normalmente está relacionado a duas questões de
suma importância: a manutenção de um volume sanguíneo adequado por meio
da eliminação de elementos pela urina e/ou retenção de elementos no organismo
(processo de formação da urina); e pelo seu papel na perpetuação da espécie, por
meio da função reprodutora atrela aos genitais masculino e feminino. Lembran-
do que ao falarmos de genitália, a mesma apresenta elementos interno e elemen-
tos externo.
Diante disso, espero ter despertado, em você, o desejo de conhecimento, pro-
cure se aprofundar e estudar cada dia mais, um abraço!
64
atividades de estudo
65
atividades de estudo
5. Para a eliminação da urina produzida pelos rins, esta deve passar por um
conjunto de estruturas que a direcionarão para o ambiente externo. Logo,
uma obstrução nesse caminho impedirá ou dificultará esse processo. Sa-
bendo disso, aponte qual das estruturas a seguir receberá menos uri-
na caso o ureter esteja obstruído:
a. Rins.
b. Bexiga.
c. Testículos.
d. Vesícula seminal.
e. Próstata.
66
LEITURA
COMPLEMENTAR
Um dos sintomas mais amplamente relatados pelas pessoas que têm o hábito de fu-
mar é a falta de “fôlego”. Realmente, o ato de fumar pode levar uma pessoa a ficar
rapidamente sem fôlego diante da realização de exercícios físicos ditos de intensidade
moderada e, em muitos indivíduos, até mesmo durante uma atividade cotidiana leve,
como passear com o cachorro ou lavar um carro e, dependendo do tempo de uso do
cigarro, podemos esperar dificuldades respiratórias até mesmo em situações de repou-
so absoluto.
Isto ocorre devido a uma série de fatores que irão influenciar direta ou indiretamente a
eficiência respiratória do fumante. Primeiramente, sabemos que a nicotina presente no
cigarro realiza a constrição do bronquíolo (fechamento dele), diminuindo a capacidade
do pulmão em levar o ar para dentro (ato da inspiração) e para fora (ato da expiração).
Uma segunda característica envolve o fato do monóxido de carbono (um dos produtos
presente na fumaça do cigarro) se ligar ao transportador de oxigênio no sangue (he-
moglobina), reduzindo a capacidade desse transportador em levar o oxigênio para os
diversos tecidos do organismo, com consequente diminuição da capacidade de produ-
zir energia desse tecido.
Além disso, também sabemos que os irritantes na fumaça causam aumento na se-
creção de muco pela mucosa (uma das camadas de células das vias aéreas) da árvore
traqueobrônquica, além de induzir um edema dessa mesma via, também contribuindo
para dificuldade em inspirar e expirar o ar dos pulmões. Esses mesmos irritantes da
fumaça do cigarro também inibem o movimento dos cílios e os destroem no reves-
timento do sistema respiratório. Consequentemente, o excesso de muco e resíduos
estranhos não são facilmente removidos, aumentando ainda mais a dificuldade de res-
piração e induzindo o “pigarro” presente em praticamente todos os fumantes.
Com o tempo, o fumo levará a destruição das fibras elásticas dos pulmões e isto é a
causa principal de enfisema pulmonar, levando a retenção de ar dentro dos pulmões
e a realização de trocas gasosas menos eficientes, ou seja, um organismo com menos
oxigênio e mais gás carbônico, que tornará a funcionalidade corporal diminuída am-
plamente.
67
NIVELAMENTO ANATOMIA
68
referências
Referências On-line
1
Em: <https://momentofisioex.wordpress.com/tag/sistole-e-diastole/>. Acesso
em: 02 out. 2017.
69
gabarito
1. B.
2. B.
3. E.
4. D.
5. B.
6. D.
70
UNIDADE
III
SISTEMA NERVOSO, ENDÓCRINO E
DIGESTÓRIO
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Sistema nervoso
• Sistema endócrino
• Sistema digestório
Objetivos de Aprendizagem
• Introduzir conceitos sobre anatomia do sistema nervoso.
• Estudar os elementos fundamentais da anatomia do
sistema endócrino.
• Estudar os elementos fundamentais da anatomia do
sistema digestório.
unidade
III
INTRODUÇÃO
Sistema
Nervoso
O sistema nervoso é responsável pelo ajuste do or- as mínimas variações que ocorrem em torno de si, re-
ganismo animal ao ambiente. Sua função é perce- agindo com uma alteração elétrica que percorre sua
ber e identificar as condições ambientais externas, membrana. Esta alteração elétrica é o impulso nervo-
bem como as condições reinantes dentro do próprio so. Somado a isso, as células nervosas estabelecem co-
corpo, e elaborar respostas que adaptem o animal a nexões entre si de tal maneira que um neurônio pode
essas condições. Por exemplo, o sistema nervoso de- transmitir a outros os estímulos recebidos do ambien-
tecta, a todo o momento, nossa temperatura corpo- te, gerando uma reação em cadeia (BARBOSA, 2017).
ral. Se esta superar determinado limite, seja devido O sistema nervoso atinge o mais alto grau de de-
ao calor do ambiente ou porque fazemos exercício senvolvimento nos vertebrados, cuja concentração
físico, o sistema nervoso estimula a eliminação de de neurônios na região da cabeça originou o encéfa-
suor pelas glândulas sudoríparas e a dilatação dos lo, que se liga a um cordão nervoso dorsal, a medula
vasos sanguíneos da pele, com irradiação de calor. nervosa (ou medula espinhal). O encéfalo e a medu-
Estas providências fazem o corpo esfriar. la constituem o sistema nervoso central dos verte-
A unidade básica do sistema nervoso é a célula brados, cuja função é analisar os impulsos recebidos
nervosa, denominada neurônio. O neurônio é uma dos nervos e elaborar as respostas mais adequadas a
célula extremamente estimulável: é capaz de perceber cada situação.
76
EDUCAÇÃO FÍSICA
Um neurônio típico apresenta três partes distintas: Os neurônios que constituem o sistema nervoso
corpo celular, dendritos e axônio. formam uma intrincada rede, comparável, em cer-
No corpo celular, a parte mais volumosa da cé- tos aspectos, ao sistema telefônico de uma grande
lula nervosa, se localizam o núcleo e a maioria das cidade. A rede nervosa é formada pelos axônios e
estruturas citoplasmáticas. Os dendritos (do grego dendritos, que atuam como cabos de transmissão de
dendron, árvore) são prolongamentos finos e ge- impulsos nervosos, e por corpos celulares de neurô-
ralmente ramificados, que conduzem os estímulos nios, que atuam como estações de processamento e
captados do ambiente ou de outras células em dire- de transmissão de informações.
ção ao corpo celular. O axônio é um prolongamento Nos vertebrados, além dos neurônios, o sistema
fino, geralmente mais longo que os dendritos, cuja nervoso se apresenta constituído pelas células da
função é transmitir para outras células os impulsos glia, ou células gliais. A função dessas células é dar
nervosos provenientes do corpo celular, como na fi- sustentação aos neurônios e auxiliar o seu funciona-
gura 1 a seguir (AMABIS; MARTHO, 2007). mento. As células da glia constituem cerca de metade
do volume de nosso encéfalo (MOORE et al., 2014).
77
NIVELAMENTO ANATOMIA
MEDULA ESPINAL
78
EDUCAÇÃO FÍSICA
Bulbo
79
NIVELAMENTO ANATOMIA
Figura 6 - Cerebelo
Fonte: Barbosa (2017, p. 184).
80
EDUCAÇÃO FÍSICA
CÉREBRO
O cérebro é a parte mais desenvolvida do encé- automáticos e das emoções, entre outras. No en-
falo, formado pelo diencéfalo e pelo telencéfalo tanto pouco ainda se sabe sobre os mecanismos
(figura 7). Nele acontecem os impulsos nervosos que regem o pensamento e a memória. Já se sabe,
que nos permitem pensar, relembrar fatos e falar. também, que os hemisférios cerebrais direito e
O cérebro é, portanto, o centro da inteligência e esquerdo controlam atividades diferentes. O he-
do aprendizado. Os cientistas já conseguiram ela- misfério direito está associado à criatividade e às
borar um mapa do cérebro, localizando diversas habilidades artísticas, enquanto o hemisfério es-
regiões responsáveis pelo controle da visão, da querdo está associado às habilidades analíticas e
audição, do olfato, do paladar, dos movimentos matemáticas.
LOBO
OCCIPITAL
PONTE
BULBO
Figura 7- Cérebro
Fonte: Barbosa (2017, p. 185).
81
NIVELAMENTO ANATOMIA
82
EDUCAÇÃO FÍSICA
83
NIVELAMENTO ANATOMIA
84
EDUCAÇÃO FÍSICA
do órgão efetuador, os gânglios das vias parassim- como nas sinapses ganglionares. No SNPA simpá-
páticas estão longe do sistema nervoso central, mas tico, o neurotransmissor é, com poucas exceções, a
próximos, ou mesmo dentro, do órgão efetuador noradrenalina. Uma dessas exceções é a fibra paras-
(MOORE et al., 2014). simpática pós-ganglionar que inerva as glândulas
As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas sudoríparas, cujo neurotransmissor é a acetilcolina
inervam os mesmos órgãos, mas trabalham, em ge- (MOORE et al., 2014).
ral, em oposição. Enquanto um dos ramos estimula
determinado órgão, o outro inibe. Esta ação anta-
gônica mantém o funcionamento equilibrado dos
órgãos internos. O SNPA simpático, de modo geral,
estimula ações que mobilizam energia, permitindo
ao organismo responder às situações de estresse.
Por exemplo, o sistema simpático é responsável pela
aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento
da pressão sanguínea e da concentração de açúcar
no sangue, e pela atividade do metabolismo geral do
corpo. Já o SNPA parassimpático estimula, princi-
palmente, atividades relaxantes, como as reduções
do ritmo cardíaco e da pressão sanguínea, entre ou-
tras (AMABIS; MARTHO, 2007).
Tanto nos gânglios do SNPA simpático como
nos do SNPA parassimpático, ocorrem sinapses quí-
micas entre os neurônios pré-ganglionares e pós-
-ganglionares. Nos dois casos, a substância neuro-
transmissora da sinapse é a acetilcolina (MOORE et
al., 2014).
Nas terminações dos neurônios pós-ganglio-
nares, que fazem sinapse com os órgãos efetuado-
res, porém, a substância neurotransmissora não é
a mesma para os dois ramos do SNPA. No SNPA
parassimpático, o neurotransmissor é a acetilcolina,
85
NIVELAMENTO ANATOMIA
Sistema
Endócrino
O sistema endócrino é formado pelo conjunto de membrana ou no citoplasma, proteínas denomina-
glândulas endócrinas, as quais são responsáveis pela das receptores hormonais, capazes de se combinar,
secreção de substâncias denominadas, genericamen- especificamente, com as moléculas do hormônio. É
te, hormônios. Cada hormônio atua apenas sobre al- apenas quando a combinação correta ocorre que as
guns tipos de células, denominadas células-alvo. As células-alvo exibem a resposta característica da ação
células-alvo de determinado hormônio possuem, na hormonal (AMABIS; MARTHO, 2007).
86
EDUCAÇÃO FÍSICA
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
Hipotálamo
O hipotálamo se localiza na base do encéfalo, no
diencéfalo, e tem por função a secreção de uma série
de hormônios estimuladores ou inibidores da secre-
ção de outros hormônios que serão produzidos pela
hipófise (AMABIS; MARTHO, 2007).
87
NIVELAMENTO ANATOMIA
Hipófise
A hipófise é uma glândula um pouco maior do que um grão de ervilha, localizada
sob o encéfalo, ligada ao hipotálamo. É constituída por duas partes distintas: a
adenohipófise e a neurohipófise (figura 11).
88
EDUCAÇÃO FÍSICA
A adenohipófise, também chamada lobo anterior Além de produzir hormônios com efeitos dire-
da hipófise, tem origem a partir de células epidér- tos sobre o organismo (como o hormônio do cres-
micas que migraram do teto da boca do embrião cimento, a prolactina etc.), a adenohipófise secreta
para a base do encéfalo; sua origem é, portanto, os chamados hormônios tróficos (do grego trofos,
epitelial. Já a neurohipófise, ou lobo posterior da nutrir, alimentar), cujo efeito é estimular e contro-
hipófise, é uma extensão do hipotálamo, e tem, lar o funcionamento de outras glândulas endócrinas
portanto, origem nervosa. A hipófise produz e li- (AMABIS; MARTHO, 2007).
bera diversos hormônios, entre eles, alguns que re- Os principais hormônios tróficos adenohipo-
gulam a atividade de outras glândulas endócrinas fisários são:
do corpo. (BARBOSA, 2017). a. hormônio tireotrófico (TSH) ou tireoide es-
O lobo posterior da hipófise libera dois hor- timulante, que regula a atividade da glându-
mônios principais, ambos produzidos pelas células la tireoide;
neurossecretoras do hipotálamo: a ocitocina (ou b. hormônio adrenocorticotrófico (ACTH),
que regula a atividade da região mais exter-
oxitocina) e o hormônio antidiurético, este último
na (córtex) da glândula suprarrenal;
também conhecido como vasopressina ou ADH (si-
c. hormônio folículo-estimulante (FSH), que
gla do inglês, antidiuretic hormone). atua sobre as gônadas masculinas e femini-
O termo ocitocina apresenta um efeito mar- nas (testículos e ovários);
cante: acelerar as contrações uterinas que levam ao d. hormônio luteinizante (LH), que atua sobre
parto. Outro efeito é promover o aleitamento. Esse gônadas masculinas e femininas (testículos
hormônio causa a contração da musculatura lisa e ovários).
das glândulas mamárias, o que leva à expulsão do
leite. O hormônio antidiurético (ADH) atua sobre Tireoide
os rins, aumentando a retenção de água pelo corpo A tireoide (figura 12) se localiza no pescoço, logo
(MOORE et al., 2014). abaixo das cartilagens da glote, sobre a porção inicial
Um importante hormônio da adenohipófise é o da traqueia. Os dois principais hormônios tireoidia-
hormônio do crescimento, ou somatotrofina, cujo nos são a tiroxina e a triiodotironina, que contêm,
efeito é promover o crescimento corporal. A soma- respectivamente, quatro e três átomos de iodo em
totrofina age pela estimulação geral da síntese de suas moléculas. Ambos são derivados do aminoáci-
proteínas nas células, o que leva ao crescimento ge- do tirosina. Os hormônios iodados da tireoide con-
neralizado de todos os tecidos. A prolactina, outro trolam a atividade metabólica de praticamente todas
hormônio produzido pela adenohipófise, tem im- as células do corpo. Outro hormônio tireoidiano
portante papel na estimulação da produção de leite importante é a calcitonina, que atua diminuindo a
pelas mulheres (MOORE et al., 2014). quantidade de cálcio no sangue (BARBOSA, 2017).
89
NIVELAMENTO ANATOMIA
Adrenais
Pâncreas As glândulas adrenais ou suprarrenais (figura 14),
O pâncreas (figura 13) apresenta tanto funções exó- localizadas uma sobre cada rim, são constituídas por
crinas como endócrinas, sendo, por isso, considera- dois tecidos secretores bastante distintos. Um deles
do uma glândula mista. A maior parte das células forma a parte externa da glândula, o córtex, enquan-
pancreáticas tem função exócrina, constituindo pe- to o outro forma sua porção mais interna, a medula.
quenas bolsas chamadas ácinos, que eliminam suco
pancreático no duodeno. A parte endócrina do pân-
creas é constituída por centenas de pequenos aglo- Cápsula
merados celulares denominados ilhotas pancreáti-
cas (AMABIS; MARTHO, 2007).
Estômago
Vesícula biliar
Medula Córtex
90
EDUCAÇÃO FÍSICA
A medula adrenal produz dois hormônios essas glândulas, chamados genericamente hormô-
principais: a adrenalina (ou epinefrina) e a nora- nios sexuais, controlam o ciclo reprodutivo e o com-
drenalina (ou norepinefrina). Estes dois hormô- portamento sexual (AMABIS; MARTHO, 2007).
nios são quimicamente semelhantes, produzidos a
partir de modificações bioquímicas no aminoáci-
do tirosina. Quando uma pessoa vive uma situa-
ção de estresse (susto, situações de grande emoção
etc.), o sistema nervoso estimula a medula adrenal
a liberar adrenalina no sangue. Sob a ação desse
hormônio, os vasos sanguíneos da pele se contra-
em e a pessoa fica pálida, o sangue passa a se con-
Figura 15 - Gônodas
centrar nos músculos e nos órgãos internos, prepa- Fonte: Barbosa (2017, p. 214).
91
NIVELAMENTO ANATOMIA
Sistema
Digestório
Como o próprio nome já diz, a função principal do passa e sofre as modificações necessárias para ser
sistema digestório é realizar a digestão dos alimen- absorvido, composto por boca, faringe, esôfago, es-
tos, absorvendo aquilo que é necessário ao organis- tômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus;
mo e eliminando por meio das fezes os elementos e as glândulas anexas, que não apresentam contato
não úteis. direto com o alimento consumido, mas são funda-
Para realização de sua função, o sistema diges- mentais para uma digestão adequada e incluem as
tório pode ser dividido em dois grandes grupos de glândulas salivares, o pâncreas, a vesícula biliar e o
estruturas: o sistema tubular, por onde o alimento fígado (Figura 16).
92
EDUCAÇÃO FÍSICA
Glândulas salivares
Boca
Esôfago
Fígado
Estômago
Vesícula Pâncreas
biliar
93
NIVELAMENTO ANATOMIA
Depois de mastigado e misturado à saliva, o ali- O estômago (figura 19) é uma bolsa de parede
mento se transforma em um bolo alimentar, que é musculosa, localizada no lado esquerdo superior
empurrado pela língua para a orofaringe (após pas- do abdome, logo abaixo das últimas costelas. Quan-
sar pelo istmo das fauces). Durante a deglutição (o do está vazio, tem a forma de uma letra J. Quando
ato de engolir), o bolo alimentar é encaminhado está cheio de alimento, o estômago se torna ovoide
ao esôfago, e entra em ação um mecanismo reflexo ou arredondado. Na região de comunicação entre
para fechar a laringe, evitando, assim, que o alimen- o esôfago e o estômago, existe um anel muscular
to penetre nas vias respiratórias. O esôfago (figura denominado cárdia. Anéis musculares como esse,
18) é um tubo fibromuscular que liga a faringe ao genericamente chamados esfíncteres, também es-
estômago. Ele se localiza entre os pulmões, atrás do tão presentes na saída do estômago, na junção entre
coração, e atravessa o diafragma, que separa o tórax o intestino delgado e grosso, e no ânus. Quando a
do abdome. O bolo alimentar, impulsionado pelas onda peristáltica atinge a extremidade inferior do
ondas peristálticas, leva entre cinco e dez segundos esôfago, a cárdia se relaxa e permite a passagem do
para percorrer o esôfago (BARBOSA, 2017). bolo alimentar para o interior do estômago. Em se-
guida, a cárdia novamente se contrai, fechando a co-
municação com o esôfago (BARBOSA, 2017).
Faringe
FUNDO
Esôfago
CÁRDIA
Língua
Curvatura gástrica
menor
Óstio Esfíncter
pilórico pilórico
Traqueia Duodeno
CORPO
PILORO
Esôfago
Curvatura gástrica
maior
Esfíncter
Figura 19 - Estômago
Fonte: Barbosa (2017, p. 128).
94
EDUCAÇÃO FÍSICA
95
NIVELAMENTO ANATOMIA
ATENÇÃO
Fonte: o autor.
96
EDUCAÇÃO FÍSICA
Apenas umas poucas substâncias, como o álcool colo tem a forma de uma letra U invertida e se divide
etílico, a água e alguns sais, podem ser absorvidas em quatro regiões: colo ascendente, colo transversal,
diretamente no estômago. A absoluta maioria dos colo descendente e colo sigmoide. A última parte do
nutrientes é absorvida pela mucosa do intestino del- intestino grosso é o reto, que termina no ânus (BAR-
gado, de onde passa para a corrente sanguínea. Os BOSA, 2017).
aminoácidos e açúcares, resultantes da digestão de Os restos de uma refeição levam cerca de nove
proteínas e carboidratos, respectivamente, atraves- horas para chegar ao intestino grosso, onde per-
sam as células do revestimento intestinal e passam manecem, em média, de um a três dias. Durante
para o sangue, que se encarrega de distribuí-los a to- esse período, parte da água e dos sais da massa
das as células do corpo. Já o glicerol e os ácidos gra- de resíduos é absorvida. Na região final do colo, a
xos, resultantes da digestão de lipídios, são absor- massa de resíduos, ou massa fecal, se solidifica, se
vidos pelas células intestinais, onde são novamente transformando em fezes. Cerca de 30% da parte
convertidos em lipídios e agrupados, formando pe- sólida das fezes é constituída por bactérias vivas
quenos grãos. Em seguida, esses grãos lipídicos são e mortas e os 70% restantes são constituídos por
secretados nos vasos linfáticos das vilosidades intes- sais, muco, fibras de celulose e outros componen-
tinais, de onde atingem a corrente sanguínea. Logo tes não digeridos. A cor escura das fezes é devi-
após uma refeição rica em gorduras, o sangue adqui- da à presença de pigmentos provenientes da bile
re uma aparência leitosa, devido ao grande número (AMABIS; MARTHO, 2007).
de gotículas de lipídios em circulação (AMABIS; O reto, parte final do intestino grosso, se mantém
MARTHO, 2007). geralmente vazio, se enchendo de fezes pouco antes
O intestino grosso (figura 20) mede cerca de 0,5 da defecação. A distensão provocada pela presença de
m de comprimento e tem entre 6 e 7 cm de diâme- fezes estimula terminações nervosas do reto. Quando
tro. Ele se divide em três partes: ceco, colo e reto. O isso ocorre, o esfíncter interno do ânus, constituído
ceco é uma bolsa de fundo cego (daí seu nome), de por musculatura lisa, relaxa involuntariamente. O
mais ou menos 7 cm de comprimento, situado perto esfíncter anal mais externo, constituído por muscu-
da junção com o intestino delgado. A extremidade latura estriada, se mantém fechado até que seja volun-
fechada do ceco termina no apêndice vermiforme, tariamente relaxado. A contração da musculatura ab-
aproximadamente do tamanho de um dedo míni- dominal, combinada ao relaxamento dos esfíncteres,
mo. O ceco e o apêndice parecem não desempenhar permite a expulsão das fezes, processo denominado
nenhuma função importante nos seres humanos. O defecação (AMABIS; MARTHO, 2007).
97
considerações finais
98
atividades de estudo
99
atividades de estudo
100
LEITURA
COMPLEMENTAR
Pacientes que tiveram um dos membros amputados ainda podem experimentar sen-
sações, como prurido (coceira), pressão, toques, formigamentos ou dor, mesmo na au-
sência do membro, como se ele ainda existisse. Este fenômeno é chamado de sensação
do membro fantasma e há uma série de teorias que tentam explicá-lo.
Uma destas explicações para a sensação do membro fantasma é que o córtex cerebral
(região cinzenta do cérebro) interpreta os impulsos que se originam de regiões pró-
ximas dos neurônios, que tinham o papel de levar a informação da sensação para o
córtex do local amputado, como provenientes do membro inexistente. Uma segunda
explicação para a sensação do membro fantasma trabalha com a ideia de o próprio
cérebro conter redes de neurônios que geram sensações de percepções do corpo. A
partir desta visão, os neurônios, presentes no córtex, que anteriormente recebiam im-
pulsos sensitivos provenientes do membro ausente, ainda estariam ativos, originando
falsas percepções subjetivas de sensibilidade.
Entre todas as sensações, a mais lamuriosa é a dor. Imagine sentir dor de elevada in-
tensidade em uma parte do seu corpo que não existe mais? Além de passar pela dor
psicológica de uma amputação, o indivíduo ainda continua experienciando uma dor
física. Muitos indivíduos mutilados relatam que a dor do membro fantasma é de tal
magnitude que, muitas vezes, ela não responde às terapias analgésicas tradicionais.
Entre estas terapias analgésicas tradicionais, podemos incluir medicamentos tal qual o
ibuprofeno, que atua diminuindo a quantidade de uma substância local produzida em
casos de estimulação dolorosa, denominada prostaglandinas (como o indivíduo não
apresenta um ponto de partida para a via dolorosa, esse é um procedimento de baixa
efetividade). Anestésicos locais não funcionarão pelos mesmos motivos, ou seja, atuam
bloqueando o início da via dolorosa que é inexistente nesse indivíduo. Logo, farmaco-
logicamente, um dos caminhos adotados e nem sempre com sucesso (conforme citado
anteriormente), é o uso de medicamentos antidepressivos e anticonvulsivantes. Porém,
em tais situações de reduzido efeito da medicação, tratamentos alternativos como a
estimulação nervosa elétrica, a acupuntura e o biofeedback são utilizados com relativa
eficácia em alguns indivíduos.
Fonte: adaptado de Moore et al. (2014).
101
NIVELAMENTO ANATOMIA
Neuroanatomia funcional
Angelo Machado e Lucia Machado Hartel
Editora: Atheneu
Sinopse: este livro apresenta, de forma bem didática, os ele-
mentos do sistema nervoso, assim como a função conhecida das
estruturas citadas. Inicia com uma visão geral de todos os ele-
mentos do sistema nervoso, e posteriormente, em um segundo
momento, passa a aprofundar o conteúdo. Logo, uma grande
leitura para aqueles que desejam aprofundar seus conhecimentos sobre esse sistema.
102
referências
103
gabarito
1. E
2. B
3. A
4. E
5. E
6. D
104
EDUCAÇÃO FÍSICA
conclusão geral
Ao preparar este material de Nivelamento em Ana- -chave dos variados sistemas corporais apresentados
tomia Humana, muitas recordações sobre meu tem- nesta etapa de nivelamento de anatomia.
po de primeiro ano de faculdade vieram-me à me- O estudo não pode parar nunca, o hábito da
mória. A anatomia humana é uma grande barreira leitura e da busca por conhecimentos começa ago-
a ser ultrapassada logo de início em nosso curso e, ra e deve ser trabalhado e estimulado diariamente.
muitas vezes, me perguntei qual a finalidade deste Como profissional da área de Educação Física você
conhecimento em minha carreira (que nem era uma não deve estar apto apenas para manter o corpo em
carreira ainda). Felizmente consegui ultrapassá-la, bom funcionamento, mas também para saber dar
mas foram horas e horas debruçado sobre livros, esclarecimentos sobre o correto funcionamento do
elaborando resumos e rascunhos de desenhos de es- corpo humano. Conhecimentos básicos em anato-
truturas anatômicas para conseguir o que, naquele mia humana fazem parte da grade de conteúdos mi-
momento, considerei uma grande vitória. nistrados em diversas escolas na disciplina de Edu-
Muito tempo passou, o rumo que tinha imagi- cação Física, desmistificando a ideia de que é apenas
nado inicialmente para minha carreira foi comple- um momento de relaxamento e de descanso, mas
tamente modificado. Hoje, depois de alguns anos sim uma disciplina formadora de conhecimento tal
de formado e tendo atuado em diversas áreas rela- qual todas as demais.
cionadas à Educação Física, consigo compreender a Portanto, aluno (a), independentemente do
importância dos conhecimentos anatômicos no dife- rumo que traçaram para seu futuro profissional,
rencial de um bom profissional da área. Desta forma, neste momento, você deve trabalhar na aquisição de
dedique-se a este material introdutório, fortaleça sua conhecimento dedicando-se ao máximo para isso.
base de conhecimento e aprenda sobre os elementos- Um forte abraço.
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