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DIREÇÃO-GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES

DIREÇÃO DE SERVIÇOS DA REGIÃO CENTRO


2021/ 2022 Escola Secundária Campos Melo

CURSO PROFISSIONAL TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE ANO/TURMA: 10º E2

DISCIPLINA: Higiene Segurança e Cuidados Gerais (H.S.C.G.)


Ficha Informativa nº 4

UFCD 6571 - Técnicas de posicionamento, mobilização, transferência e transporte

Nome: ____________________________________ N.º: ___ Turma: ___ Ano: ___ Data: ___/ ___/ 2022

Ajudas técnicas de apoio à mobilização e marcha e suas funções: bengalas e pirâmides, canadianas e
andarilhos

Pirâmide ou aranha Bengalas mais comuns

Para uma boa utilização das bengalas, o manípulo tem que ficar ao nível do punho da pessoa que as vai usar,
para segurar a bengala, ficando assim o cotovelo ligeiramente dobrado, cerca de 30º. Segura-se a bengala
com a mão oposta ao membro inferior que precisa de auxílio.
Para andar de bengala, a primeira coisa que se faz é posicionar a bengala um pouco à frente e começa-se a
andar com perna lesada, termina-se o passo com a perna normal.
Para ter um suporte máximo na marcha, o utente coloca a bengala 15 a 25cm para a frente, mantendo o peso
do corpo sobre ambos os membros inferiores. O membro inferior afetado é movimentado para a frente da
bengala, para que o peso do corpo seja repartido entre a bengala e o membro inferior não afetado.

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O membro inferior não afetado passa à frente da bengala para que o membro inferior
afetado e o peso corporal sejam suportados pela bengala e o membro inferior afetado.

Posição tripé:
Esta posição dá mais segurança ao utente, pois aumenta base de sustentação. Para
utilizar esta posição o utente deve manter o pescoço e cabeça direitos, alinhados com a
coluna, e da mesma maneira com a anca e os joelhos. As axilas não podem suportar o
peso, usa-se esta posição antes de iniciar a marcha.

• Marcha com quatro pontos de apoio

Como se pode ver na imagem 1, nesta posição coloca-se a bengala, depois o pé oposto
depois a outra bengala e novamente o pé oposto.
Os pés e as pontas de borracha mostram o pé e a ponta de borracha da muleta
movimentados em cada uma das quatro fases.

• Marcha com três pontos de apoio, com o peso apoiado sobre o membro inferior
não afetado:

Com o pé não afetado no chão, inicia-se a marcha, colocando as duas canadianas à


frente, e de seguida faz- se força sobre as duas canadianas e desloca-se o membro
são.

• Marcha com dois pontos de apoio:

A marcha com dois pontos de apoio, inicia-se com os dois pés no chão, depois dá-se
um passo e ao mesmo tempo coloca-se -se a canadiana do pé deslocado à frente e
assim sucessivamente.

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Para subir as escadas:


1 - O peso do corpo é suportado pelo membro inferior não afetado;
2 - O utente coloca ambas as muletas
no 1º degrau das escadas,
colocando o peso do corpo sobre
as muletas, colocando o membro
inferior afetado para trás;
3 - O membro inferior não afetado
movimenta-se para o degrau da
escada com as muletas.

MAIS CONHECIMENTO A ADQUIRIR…

As Ajudas Técnicas são “Qualquer produto, instrumento, equipamento ou sistema técnico


usado por uma pessoa deficiente, especialmente produzido ou disponível que previne,
compensa, atenua ou neutraliza a incapacidade” - Organização Internacional de Normalização.

Os pacientes com doenças ou lesões que afetam o sistema músculo-esquelético ou que o


mesmo se encontra enfraquecido devido a problemas associados à idade ou neurológicos
podem apresentar dificuldades para andar.

Os recursos utilizados para promover a manutenção da mobilidade, aproveitando o potencial


existente, são as ajudas técnicas de apoio à mobilização e marcha.
Na generalidade as ajudas para a marcha são dispositivos que procuram aumentar a base de
sustentação de apoio do corpo durante a deambulação.

Têm as seguintes indicações:


• Melhorar o equilíbrio e a marcha correta;
• Facilitar o impulso da perna (s) ou do corpo;
• Conseguir uma marcha com menor gasto.

Existem vários dispositivos de apoio à marcha, sendo os mais comuns:


✓ Andarilho
✓ Canadianas
✓ Bengalas e pirâmides
✓ Muletas axilares
✓ Cadeira de rodas

A escolha do dispositivo mais adequado para cada paciente depende da idade, diagnóstico,
coordenação muscular, facilidade de manobrar, possibilidade de carga (força/ peso exercida/o)
e do seu estado funcional antes da lesão.
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Ou seja, o dispositivo pode ser utilizado para aumentar a estabilidade, para apoiar um membro
com diminuição da força ou para reduzir a carga em estruturas de apoio ao peso, tais como a
anca, joelho ou tornozelo (não fazer carga exige que o paciente apoie todo o peso no auxiliar
de marcha e no membro não afetado).

Exemplos:
✓ Bengalas normais: dão um apoio mínimo;
✓ Muletas e andarilhos: podem ser usados por um paciente que não consegue fazer
carga completa nos membros inferiores;
✓ Cadeira de rodas: utilizada por pacientes que são incapazes de fazer carga nos
membros inferiores.

O uso de ajudas técnicas à mobilização e marcha pode ser temporário, como


por exemplo durante a recuperação de uma fratura ou cirurgia ortopédica, ou
permanente, como por exemplo num paciente com diminuição permanente
da força nos membros inferiores.

Objetivos das ajudas técnicas de apoio à mobilização e marcha:


♦ Facilitar a deslocação do indivíduo.
♦ Prevenir complicações musculosqueléticas.
♦ Melhorar a circulação, respiração, eliminação e mobilidade.
♦ Estimular a autonomia.

Aspetos gerais:

Independentemente da ajuda técnica a ser utilizada, alguns cuidados a ter são comuns,
nomeadamente:
• Verificar que o auxiliar de marcha tem as extremidades de apoio em borracha para evitar
que escorregue.
• Garantir que o auxiliar de marcha tem a altura adequada para o paciente.
• Assegurar que o espaço não tenha áreas molhadas, nem existam obstáculos
nomeadamente tapetes que possam fazer tropeçar ou escorregar.
• Aconselhar o indivíduo a usar sapatos fechados com sola de borracha (calçado
antiderrapante).
• Encorajar o paciente a andar devagar, ao seu ritmo.
• Motivar o paciente. Pacientes idosos têm muitas vezes receio de cair quando andam. O
encorajamento e o apoio diminuem o medo e a ansiedade.
• Ensinar o paciente a levantar o auxiliar de marcha em vez de o arrastar, diminuindo assim
a possibilidade da sua extremidade ficar presa, o que poderia provocar desequilíbrio e
queda.
• Não insistir com a marcha se o paciente referir tonturas ou sinais de cansaço.
• Ajudar o paciente até ter a certeza de que este possui compreensão e força suficientes
para andar sozinho.

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• Avaliar se o paciente está a utilizar corretamente o auxiliar de marcha. Se não o fizer,


tentar determinar a causa;
As causas mais comuns para uma utilização incorreta dos auxiliares de marcha
são:
✓ Falta de conhecimento / treino adequado;
✓ Pouco tempo decorrido entre o início da incapacidade e o treino de marcha, pouca
prática;
✓ Incapacidade para desempenhar a tarefa.

Andarilho

Função:
→ Melhorar o equilíbrio e aliviar a sustentação do peso, completa ou
parcialmente, sobre um dos membros inferiores.
→ Facilitam a carga parcial, total ou a ausência de carga.

A sua utilização produz bastante segurança, não só pela estabilidade que proporciona, mas
também pela tranquilidade psicológica que transmite ao doente.
Proporciona uma grande base de apoio, assegurando uma elevada estabilidade e segurança.
A altura do andarilho deve ser ajustada de modo que os manípulos fiquem ligeiramente acima
do trocânter do paciente (sensivelmente ao nível da cinta).
Pode ser utilizado por pacientes quer com diminuição de força a nível dos membros inferiores,
quer com problemas de equilíbrio.

Regras de utilização:
• Colocar-se de pé no centro do andarilho;
• Segurar-se colocando as mãos nos manípulos;
• Avançar o andarilho 15 a 20 cm;
• No caso de apoio parcial ou inexistente sobre uma das pernas, apoiar o peso do corpo
sobre os manípulos ao movimentar a perna enfraquecida.

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Bengalas
Função:
→ Ampliar a base de sustentação de apoio, evitar desvio lateral do centro de
gravidade, e melhorar o equilíbrio.
→ Ajudam a manter o equilíbrio através do alargamento da base de sustentação.

• Devem ser adequadas ao tipo de doente. Regra geral, as bengalas de ampla base oferecem
maior estabilidade.
• Geralmente a bengala deve ser usada pelo lado são. Isto irá permitir ao paciente manter o
centro de gravidade normal do corpo sobre a base de apoio, ajudando-o a conservar uma
postura correta.

Esta forma de empregar a bengala permite uma aproximação ao padrão de marcha normal,
com o braço e perna oposta movimentando-se simultaneamente.
Podem ser utilizadas por pacientes com marcha ligeiramente instável ou para diminuir a pressão
exercida nas articulações que apoiam mais peso.
Não são recomendadas para pacientes com diminuição da força muscular em ambos os
membros inferiores.

Tipos de bengalas:

Bengala comum - assegura um apoio mínimo. É utilizada por pacientes que apenas necessitam
de uma ajuda ligeira na marcha.
Bengala de mão em T - proporciona maior estabilidade que a comum. É útil para pacientes com
diminuição da força da mão.
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Bengala em pirâmide ou tripé – confere uma base de apoio mais larga que as anteriores.

Muletas
Função:

→ Apoiar o peso de um ou ambos os membros inferiores.

Utilizadas por pacientes que precisam de transferir para os membros superiores mais peso do
que aquele que é possível com as bengalas.

Tipos de muletas.
Axilar - utilização de curta duração.
Canadianas- utilizada em situações de incapacidade prolongada ou permanente.

Adequar a altura da canadiana, de modo que os manípulos fiquem ligeiramente acima do


trocânter do paciente.
Utilizados principalmente para dar estabilidade em oposição ao princípio de alavanca (que as
muletas axilares fornecem).

• Requerem força preservada nos membros superiores.


• Geralmente são utilizadas bilateralmente;
• Permitem a utilização da mão sem deixar cair a muleta.
• Na marcha, o paciente deve manter cotovelo fletido (15-30graus).
• A ponteira deve estar em bom estado e tocar o solo a 15cm do pé.

Nota: Quando ajustamos canadianas em altura devemos verificar se os “pinos” ficaram


corretamente introduzidos.

Regras de utilização:
a) Avanço de uma canadiana
b) Movimento anterior do membro oposto à canadiana
c) Avanço da segunda canadiana
d) Executar repetidamente pela mesma ordem movimento anterior do outro membro

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Cadeira de rodas

Função:
✓ Utilizada por pacientes que são incapazes de fazer carga nos membros
inferiores.

A cadeira de rodas está indicada para indivíduos que se revelem incapazes de manter marcha
segura, confortável e eficiente relativamente ao dispêndio de energia.

• Deverão privilegiar-se cadeiras dobráveis, com altura e folga de assento adequada, travões
eficazes e fáceis de manobrar, apoios planos e acolchoados para braços, apoios para os
pés amovíveis e retrateis.

O doente deve ser posicionado e protegido de forma a prevenir lesões cutâneas, contraturas e
deformidades articulares.

O professor: PEDRO COSTA

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