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1- Consequências da imobilidade

nos sistemas orgânicos

Higiene, Segurança e Cuidados Gerais


UFCD 6571 – Técnicas de Posicionamento, Mobilização,
Transferência e Transporte
Imobilidade - Definição
É a inabilidade de mover-se livremente, causada
por qualquer condição na qual o movimento é
restrito ou impossível.
Transferência/ Mobilização - Definição

Consiste no modo como se procede à


movimentação de um indivíduo de
um local para outro:
 cama ou maca para cadeira e
vice-versa;
cama para maca e vice-versa;
cadeira de rodas para sanita e
vice-versa.
Objetivos:
Favorecer a respiração e a mobilidade
Prevenir complicações circulatórias e
musculosqueléticas
Permitir a deslocação e a realização de atividades
do dia-a-dia
Facilitar o relacionamento com os outros e com o
meio ambiente
Promover conforto e bem-estar
Aspetos gerais a ter em conta na mobilização
1. Avaliação das condições do utente
Capacidade para se mobilizar com base na força
muscular, coordenação e amplitude articular
adequadas;
Motivação para se mobilizar.
2. Preparação do utente
Explicar ao utente que o vai mobilizar e como, por
forma a reduzir a ansiedade e promover a
cooperação do mesmo.
Sempre que possível incentivar o utente a
mobilizar-se sozinho ou a participar o mais possível
no processo.
Aspetos gerais a ter em conta na mobilização
3. Preparação do ambiente e dos equipamentos
Verificar se o espaço físico é adequado para não
restringir os movimentos;
Observar a disposição do mobiliário e remover
obstáculos;
Verificar segurança do piso;
Elevar ou abaixar a altura da cama, para ficar no
mesmo nível da maca;
Travar as rodas da cama, maca e cadeira de rodas ou
solicitar auxílio adicional;
Utilizar equipamentos auxiliares quando necessário e
adaptar as condições do ambiente a cada utente;
Capacidade de prever e antecipar riscos.
Conselhos úteis para o TAS
Não tentar levantar doentes muito pesados sozinho;
Não ter pressa ao levantar e deslocar o doente;
Descansar sempre que necessário;
Baixar-se e levantar-se utilizando sempre as pernas
e não dobrando as costas;
Colocar os pés ligeiramente afastados, à largura
dos ombros;
Manter as costas direitas e os cotovelos junto ao
corpo;
Usar o peso do seu corpo para minimizar o esforço;
Conselhos úteis para o TAS
Colocar-se sempre de maneira a proteger o doente de
eventuais quedas;
Colocar-se numa posição em que possa observar todo
o trajeto da transferência;
Não fazer transferências sentada(o);
Se houver mais do que uma pessoa para levantar ou
deslocar o doente lembrar-se:

 Explicar qual a tarefa a realizar;


Decidir quem lidera a manobra e o que cada um faz;
Quem lidera é que dá os comandos.
Imobilidade – Causas
Dor intensa que limita a mobilidade e reduz a
atividade;
Diminuição da função nervosa motora, reduz
gravemente e, por vezes, definitivamente, os
movimentos corporais;
Problemas estruturais: escoliose, contraturas
articulares, osteoporose;
Fraturas;
Debilidade generalizada devido a doença crónica:
cancro, anorexia, obesidade;
Quedas;
Problemas psicológicos: depressão grave, doenças
mentais.
Imobilidade - Consequências

Alterações metabólicas;
Comprometimento do sistema urinário: cálculo
renal, infeções, incontinência;
Alterações gastrointestinais: perda de apetite,
fecaloma, incontinência fecal;
Desnutrição;
Alterações neurológicas;
Consequências psíquicas: depressão, ansiedade.
Gastrointestinal e respiratório
Muscular
Atrofia muscular
Imobilidade - Consequências
Equimoses;
Dermatites;
Úlceras de pressão;
Deformidades ósseas;
Redução da massa muscular e perda de força;
Redução da mobilidade articular e
desenvolvimento de contraturas;
Perda da massa óssea – Osteoporose;
Rigidez articular e Úlceras de pressão
Sistema circulatório

Tromboembolismo
Hipotensão
Imobilidade - Intervenções
Exercícios;
Posicionamento nos vários decúbitos;
Levantamento do doente;
Transferências;
Deambulação.
Prevenção
Estimulação da mobilidade;
Evitar a restrição no leito;
Cuidado com o toque ( firmeza sem magoar );
Diminuir a dor, o desconforto;
Realizar trocas corporais constantes;
Posicionar corretamente;
Deixar a pele seca e hidratada;
Deixar lençóis sempre bem esticados e sem restos
alimentares;
Não fazer fricção durante as transferências;
Hidratar;
Fazer movimentações articulares constantes.
Ajudas Técnicas
Ajudas técnicas

“Qualquer produto, instrumento, equipamento ou


sistema técnico usado por uma pessoa deficiente,
especialmente produzido ou disponível que previne,
compensa, atenua ou neutraliza a incapacidade”
Organização Internacional de Normalização
Sistema músculo esquelético
enfraquecido

Dificuldade em andar

Promover a manutenção da
mobilidade

Ajudas técnicas de apoio á


mobilização e marcha
De uma forma geral são dispositivos que aumentam a
base de sustentação de apoio do corpo durante a
deambulação.

Muleta axilar Cadeira de rodas

Ajudas técnicas de
apoio à marcha

Canadiana

Andarilho
Tripé Bengala
Ajuda técnica adequada

 Idade
 Diagnóstico
 Coordenação muscular
 Facilidade de manobrar
 Possibilidade de carga (força exercida)

Não fazer carga exige que o paciente apoie todo o


peso no auxiliar de marcha e no membro não
afetado.
Objetivos
 Facilitar a deslocação do indivíduo.
 Prevenir complicações musculosqueléticas.
 Melhorar a circulação, respiração, eliminação e
mobilidade.
 Estimular a autonomia.
 Verificar se o auxiliar de marcha tem as
extremidades de apoio em borracha para evitar que
escorregue.
 Garantir que o auxiliar de marcha tem a altura
adequada para o paciente.
 Assegurar que o espaço esteja livre de obstáculos.
Objetivos
 Aconselhar o indivíduo a usar calçado fechado e
antiderrapante.
 Encorajar o paciente a andar devagar, ao seu ritmo.
 Motivar o paciente.
 Ensinar o paciente a levantar o auxiliar de marcha em
vez de o arrastar.
 Não insistir com a marcha se o paciente referir
tonturas ou sinais de cansaço.
 Ajudar o paciente até ter a certeza que este possui
compreensão e força suficientes para andar sozinho.
 Avaliar se o paciente está a utilizar corretamente o
auxiliar de marcha.
 Avaliar se o paciente está a utilizar corretamente o
auxiliar de marcha.

Causas para uma utilização incorreta:

 Falta de conhecimento / treino


adequado;
 Pouco tempo decorrido entre o início
da incapacidade e o treino de marcha;
 Incapacidade para desempenhar a
tarefa.
Cadeira de rodas

Pacientes incapazes de fazer carga nos


membros inferiores.

Pacientes incapazes de manter marcha


segura, confortável e eficiente.
Andarilho
Função:

• Melhorar o equilíbrio;
• Aliviar a sustentação do peso
(completa ou parcialmente)
sobre um dos membros
inferiores.
Utilização:
• Pacientes com diminuição de
força a nível dos membros
inferiores;

• Pacientes com problemas de


equilíbrio.
Bengalas
Bengalas
Função:

Ampliar a base de sustentação de


apoio e melhorar o equilíbrio.

Utilização:
Pacientes com marcha ligeiramente instável ou para
diminuir a pressão exercida nas articulações que
apoiam mais peso.
Tipos de bengalas

Bengala Comum

Bengala de mão em T

Tripé
Muletas
Função:
Apoiar o peso de um ou ambos os membros inferiores.

Utilização:
Pacientes que precisam de transferir para os
membros superiores mais peso do que é possível com
bengala.
Tipos de muletas
Canadianas Muleta axilar
Utilização
1
2
3
4
Conclusão
 As ajudas técnicas de apoio à mobilização e marcha
são recursos fundamentais para promover a
manutenção da mobilidade, aproveitando o
potencial que o paciente possui.

 É fundamental selecionar a ajuda técnica


adequada tendo por base fatores tais como: idade,
diagnóstico, coordenação muscular, facilidade de
manobrar, possibilidade de carga e estado
funcional antes da lesão.

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