Mestrado em Ensino do 1º Ciclo e de PHG do 2º Ciclo

Mestrado em Ensino do 1º Ciclo e de MCN do 2º Ciclo

Medida e Número

Determinação experimental de valores aproximados de π

1. Determinação experimental de valores aproximados de π em círculos não congruentes.

a. Utilizando uma unidade convencional que considerem adequada, meçam o perímetro e o
diâmetro de cada um dos círculos e determinem a razão das duas medidas encontradas.
Possíveis respostas diferentes consoante as medições.
b. Qual foi o erro de cada uma das aproximações a π obtidas na alínea anterior? Apresentem
os valores dos erros com 4 casas decimais.
Possíveis respostas diferentes consoante as medições.

c. Relacionem o procedimento realizado na alínea a. com a fórmula de cálculo do perímetro

dando significado a cada termo.
𝑃
P=dxπ  = 𝜋
𝑑

O diâmetro cabe π vezes no perímetro de uma circunferência. Significa também que a

medida do perímetro quando se toma o diâmetro como unidade de medida é π.
d. Quando é sugerido aos alunos de 6.º ano, em atividades experimentais, a determinação de
um valor aproximado de π, manipulando círculos de diâmetros variados e um cordel, é usual
ouvi-los comentar que
“ ...o diâmetro de cada círculo cabe no seu perímetro 3 vezes e mais um bocadinho mas
esse bocadinho não é igual em todos os círculos”
Comentem esta afirmação.
O “bocadinho” não é sempre igual porque é uma parte do diâmetro (aproximadamente 14
centésimas do diâmetro). Logo, se o diâmetro for maior, o “bocadinho” também será maior.
2. Vejam o vídeo “Pi no bolo” (a partir do Moodle) filmado na ESE no Dia Internacional da Matemática
(celebrado todos os anos a 14/3). Qual o objetivo da experiência? Será indiferente cortar fatias finas
ou mais grossas?
O objetivo é mostrar que o diâmetro cabe 3 vezes no perímetro e ainda mais uma parte. Se as fatias
forem mais finas o resultado será mais próximo do verdadeiro quociente, ou seja, π.

3. O método clássico para a determinação de π.

Para obter valores aproximados de π, Arquimedes desenhou
polígonos inscritos e circunscritos em circunferências de diâmetro
com medida 1. Quanto maior fosse o número de lados do polígono,
mais correta seria a aproximação obtida por Arquimedes. Primeiro,
Arquimedes (sec. III a.C.) considerou uma circunferência com um
hexágono inscrito e outro circunscrito a ela e calculou as medidas
dos seus respetivos perímetros.

a. Qual o interesse em considerar que o diâmetro tem medida 1?

Se d=1 então o P= π , logo se tivermos uma aproximação do perímetro da circunferência temos uma
aproximação a π.

b. Calculem as aproximações, por defeito e por excesso, utilizando o hexágono regular.

O perímetro do círculo será maior que o perímetro do hexágono interior (o hexágono inscrito na
circunferência) e menor do que o perímetro do hexágono exterior (o hexágono circunscrito à
circunferência). Calculemos os dois:
Hexágono inscrito:
 Como o hexágono regular se pode decompor em triângulos equiláteros e o d=1, então todos os lados
terão medida ½. Sendo 6 lados, o seu perímetro é 6x1/2 = 3

Hexágono circunscrito:

x/2
1/2

Desta vez, o que conhecemos não é o lado do triângulo equilátero, mas a sua altura (1/2). Vamos considerar
então o triângulo retângulo que decompõe o triângulo equilátero em dois congruentes. Deste novo triângulo
conhecemos um lado (um cateto que é metade do diâmetro) e sabemos que a hipotenusa é o dobro do outro
cateto. Queremos saber a hipotenusa (x) que tem a mesma medida que os lados do hexágono.
Assim,
𝑥 2 1 2 𝑥2 1 𝑥2 1 3𝑥2 1 1 1
𝑥 2 = (2) + (2)  𝑥 2 = 4 + 4  𝑥 2 − 4 = 4  4
= 4  3𝑥 2 = 1  𝑥 2 = 3
 x = √3

1
Portanto, o perímetro deste hexágono é 6√3 ≈ 3,46

Obtivemos assim as aproximações por defeito e por excesso a π: 3 < π < 3,46 (aproximação às centésimas).
 Partindo do hexágono regular, para o qual era conhecida a razão entre o perímetro e o diâmetro do
círculo, Arquimedes calculou as razões sucessivas entre os diâmetros e os perímetros dos polígonos
regulares com 12, 24, 48 e 96 lados, respetivamente, chegando à conclusão de que o valor de π deve
223 22
estar situado entre e .
71 7

c. Qual foi o erro das aproximações a π, por defeito e por excesso, obtidas por Arquimedes?
Apresentem os valores dos erros com 4 casas decimais.
223 223
é uma aproximação por defeito, logo 𝜋 − ≈ 0,0007
71 71

22 22
7
é uma aproximação por excesso, logo 7
− 𝜋 ≈ 0,0013

d. Acedam à construção em GeoGebra que traduz as sucessivas aproximações a π usando

polígonos inscritos e circunscritos https://www.geogebra.org/m/jfbexshc. Qual é o
enquadramento obtido para um polígono regular de 96 lados? As aproximações obtidas
usando aquele programa são muito melhores que as de Arquimedes?
As aproximações dadas pelo GeoGebra para n=96:

3,14271 − 𝜋 ≈ 0,0011

𝜋 − 3,14103 ≈ 0,0006
As aproximações do GeoGebra são melhores, mas por muito pouco!