GEOMETRIA ANALÍTICA
Thales ATHANÁSIO
Posição relativa entre reta e circunferência
Aulas 57 e 58
Cada vez é mais comum aparecerem questões
que envolvam mais de uma curva. Isso acontece
porque saber trabalhar apenas com a reta ou
apenas com a circunferência é algo importante,
mas mais importante é conseguir juntar tudo
isso. Saber trabalhar simultaneamente com duas
curvas permite que sejam avaliados vários
tópicos com um único problema. Saber
encontrar as interseções entre duas curvas é
tarefa fundamental. Este será o foco destas aulas,
trabalhar com retas e circunferências
simultaneamente.
Teoria
Colocados no mesmo plano uma reta e uma
circunferência apenas três cenários são
possíveis: a reta pode cortar a circunferência em
dois pontos distintos, a reta pode tangenciar a
circunferência ou a reta não tem nenhum ponto
em comum com a circunferência. Avaliemos
cada um desses casos:
► A reta é secante à circunferência
Diz-se que a reta é secante à circunferência se, e
somente se, a reta intercepta a circunferência em
dois pontos distintos.
Dado que para obter o ponto de interseção entre
duas curvas quaisquer é necessário resolver o
sistema gerado por ambas as equações, uma
Prof.
forma de verificar se a reta é secante à
circunferência é resolver o sistema gerado por
suas equações.
Ao isolar uma das variáveis da equação da reta e
substituir na equação da circunferência será
obtida uma equação do 2° grau. Sendo assim
basta averiguar o discriminante dessa equação.
Ao obter Δ > 0 já se pode garantir que a reta é
secante à circunferência. Para obter os pontos
basta terminar de resolver o sistema.
Outra forma de averiguar se a reta 𝒔 é secante a
circunferência cujo centro é o ponto 𝑪 é calcular
a distância 𝒅 de 𝑪 até 𝒔. Assim, se a 𝒅 for menor
que a medida 𝒓 do raio, então pode-se assegurar
que a reta é secante à circunferência.
► A reta é tangente a circunferência
Diz-se que a reta é tangente à circunferência se,
e somente se, a reta intercepta a circunferência
em um único ponto.
Dado que há um único ponto de interseção, ao
resolver o sistema e chegar na equação do 2°
grau, basta verificar que o discriminante é nulo.
Ou seja, Δ = 0 já garante que a reta é tangente à
circunferência.
Outra forma de averiguar se a reta 𝒔 é tangente à
circunferência cujo centro é o ponto 𝑪 é calcular
a distância 𝒅 de 𝑪 até 𝒔. Assim, se a 𝒅 for igual a
medida 𝒓 do raio, então pode-se assegurar que a
reta é tangente à circunferência.
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► A reta é exterior à circunferência

Diz-se que a reta é exterior à circunferência se, e Seja uma circunferência 𝝀 cujo centro é o
somente se, a reta não possui nenhum ponto em ponto 𝑪 = (𝒙𝑪 , 𝒚𝑪 ) e cujo raio tem medida
comum com a circunferência. 𝒓. Nesse caso sua equação é

(𝒙 − 𝒙𝑪 )𝟐 + (𝒚 − 𝒚𝑪 )𝟐 = 𝒓𝟐

Seja uma reta 𝒔 cuja equação é

𝒂𝒙 + 𝒃𝒚 + 𝒄 = 𝟎

Para saber a posição relativa entre essas

curvas, pode-se utilizar uma das seguintes
estratégias:

Estratégia I:
Se 𝝀 e 𝒔 forem traçadas no mesmo plano é
possível avaliar seus pontos de interseção
da seguinte maneira:
Isola-se uma das variáveis da equação de 𝒔
Dado que não há nenhum ponto de interseção, ao e substitui-se na equação de 𝝀. Isso gerará
resolver o sistema e chegar na equação do 2° uma equação do segundo grau. Em termos
grau, basta verificar que o discriminante é do discriminante tem-se que:
negativo. Ou seja, Δ < 0 assegura que a reta é
exterior à circunferência. Δ>0 ⇔ 𝒔 é 𝐬𝐞𝐜𝐚𝐧𝐭𝐞 à 𝝀
Outra forma de averiguar se a reta 𝒔 é exterior à Δ=0 ⇔ 𝒔 é 𝐭𝐚𝐧𝐠𝐞𝐧𝐭𝐞 à 𝝀
circunferência cujo centro é o ponto 𝑪 é calcular Δ<0 ⇔ 𝒔 é 𝐞𝐱𝐭𝐞𝐫𝐢𝐨𝐫 à 𝝀
a distância 𝒅 de 𝑪 até 𝒔. Assim, se a 𝒅 for maior
Estratégia II:
do que a medida 𝒓 do raio, então pode-se
Calcula-se a distância
assegurar que a reta é exterior à circunferência.
|𝒂𝒙𝑪 + 𝒃𝒚𝑪 + 𝒄|
Nota: Com isso é importante perceber que para 𝒅𝑪,𝒔 =
lidar com situações que envolvem retas e √𝒂𝟐 + 𝒃𝟐
circunferências é importante lidar com toda a
teoria vista até agora no curso de Geometria Em termos da distância tem-se que
Analítica, bem como a Geometria Plana e a
Álgebra que são os fundamentos da Analítica. 𝒅𝑪,𝒔 < 𝒓 ⇔ 𝒔 é 𝐬𝐞𝐜𝐚𝐧𝐭𝐞 à 𝝀
𝒅𝑪,𝒔 = 𝒓 ⇔ 𝒔 é 𝐭𝐚𝐧𝐠𝐞𝐧𝐭𝐞 à 𝝀
Assim, podemos sintetizar esses cenários no 𝒅𝑪,𝒔 > 𝒓 ⇔ 𝒔 é 𝐞𝐱𝐭𝐞𝐫𝐢𝐨𝐫 à 𝝀
seguinte quadro:
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Aplicação na Álgebra/Geometria Plana Exercícios

Observe a questão a seguir: ► Em Classe
(FGV – 2008) Seja (𝑥, 𝑦) um par ordenado de 1. Decida se a reta 𝑟, cuja equação é
números reais que satisfaz a equação 2𝑥 + 𝑦 − 9 = 0,
(𝑥 − 3)2 + (𝑦 − 3)2 = 6. O maior valor possível é exterior, tangente ou secante a circunferência
𝑦 de equação
de é
𝑥 𝑥 2 + 𝑦 2 + 2𝑥 − 2𝑦 − 8 = 0.
a) 2 + √3 b) 3√3 c) 3 + 2√2
d) 6 e) 6 + 2√3 2. Calcule o comprimento da corda 𝐴𝐵 ̅̅̅̅
determinada pela circunferência
É evidente que a fração terá seu maior quando 𝑦 (𝜆) 𝑥 2 + 𝑦 2 − 14𝑥 + 23 = 0
for máximo e 𝑥 for mínimo. Entretanto, como o e a reta (𝑟) 𝑥 − 𝑦 − 1 = 0.
par (𝑥, 𝑦) tem que satisfazer a equação
(𝑥 − 3)2 + (𝑦 − 3)2 = 6, a medida que altera-se 3. (ACAFE – 2017) Na figura abaixo, a reta (𝑟)
o valor de uma variável a outra altera também. dada pela equação 𝑥 + 𝑦 − 10 = 0 se intercepta
Uma forma de resolver esse exercício é com a reta (𝑡) no ponto 𝑃(𝑥, 𝑦).
encaminhar é tomar uma reta 𝑡 que contém o
ponto (0, 0) e que seja tangente à circunferência
cuja equação é

(𝑥 − 3)2 + (𝑦 − 3)2 = 6

Essa reta 𝑡 possui

equação
Então, a soma das coordenadas do ponto 𝑃 é
𝑦 = 𝑚𝑥 igual a
a) 11 b) 12 c) 9 d) 10
Note assim que queremos obter o maior valor
possível para 𝑚. Assim estaremos obtendo o ► Tarefa Mínima
𝑦
maior valor possível para . Dado que 𝑡 é é 1. (UPF – 2016) Considere, num referencial xy, a
𝑥
circunferência de equação
tangente à circunferência, a distância do centro
(𝑥 + 1)2 + (𝑦 − 3)2 = 9
(3, 3) à reta 𝑡, cuja equação 𝑚𝑥 − 𝑦 = 0, é igual à
A equação que define uma reta tangente a essa
medida √6 do raio desta circunferência. Assim:
circunferência é:
|𝒎 ∙ 𝟑 − 𝟑|
√𝟔 = a) 𝑥 = 3 b) 𝑥 = −3 c) 𝑦 = 0
√𝒎𝟐 + (−𝟏)𝟐 d) 𝑦 = 5 e) 𝑥 = 0

Resolvendo essa equação e lembrando que 2. (FGV – 2016) No plano cartesiano, a equação
queremos o maior valor, tem-se que da reta tangente ao gráfico de 𝑥 2 + 𝑦 2 = 25 pelo
𝑚 = 3 + 2√2 ponto (3,4) é
a) 4𝑥 + 3𝑦 − 25 = 0 b) 4𝑥 + 3𝑦 − 5 = 0
Agora façamos alguns exercícios para avaliar c) 4𝑥 + 5𝑦 − 9 = 0 d) 3𝑥 + 4𝑦 − 25 = 0
como isso tem aparecido recentemente e) 3𝑥 + 4𝑦 − 5 = 0
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3. (UECE – 2018) No plano, com o sistema de

coordenadas cartesianas usual, a equação da
reta que contém o ponto 𝑃(9,8) e é tangente à
curva representada pela equação
𝑥 2 + 𝑦 2 − 10𝑥 − 10𝑦 + 25 = 0 é
a) 3𝑥 + 4𝑦 − 59 = 0 b) 3𝑥 − 4𝑦 + 5 = 0
c) 4𝑥 − 3𝑦 − 12 = 0 d) 4𝑥 + 3𝑦 − 60 = 0

4. (UNICAMP – 2017) Considere a circunferência

de equação cartesiana 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑥 − 𝑦. Qual das
equações a seguir representa uma reta que
divide essa circunferência em duas partes
iguais?
a) 𝑥 + 𝑦 = −1 b) 𝑥 − 𝑦 = −1
c) 𝑥 − 𝑦 = 1 d) 𝑥 + 𝑦 = 1 O valor da tan 𝛼 é
1 1
► Tarefa Complementar a) b) − c) −2 d) 2 e) 1
2 2
5. (UECE – 2017) No plano, com o sistema de
coodenadas cartesiano usual, as equações das ► Tarefa Desafio
retas tangentes à circunferência 𝑥 2 + 𝑦 2 − 8. (AFA – 2020) O ponto da reta
10𝑦 + 16 = 0 e que passam pelo ponto (0,0) são 𝑟: 𝑥 + 3𝑦 − 10 = 0
a) 3𝑥 − 4𝑦 = 0 e 3𝑥 + 4𝑦 = 0 que está mais próximo da origem do sistema
b) 2𝑥 − 3𝑦 = 0 e 2𝑥 + 3𝑦 = 0 cartesiano é também exterior à circunferência
c) 4𝑥 − 3𝑦 = 0 e 4𝑥 + 3𝑦 = 0 𝜆: 2𝑥 2 + 2𝑦 2 + 4𝑥 − 12𝑦 + 𝑘 − 4 = 0,
d) 3𝑥 − 2𝑦 = 0 e 3𝑥 + 2𝑦 = 0 com 𝑘 ∈ ℤ.
É correto afirmar que dentre os possíveis
6. (FUVEST – 2016) No plano cartesiano, Oxy, a valores de 𝑘
circunferência C tem centro no ponto 𝑃 = (2,1), a) existem 8 elementos.
e a reta 𝑡 é tangente a C no ponto 𝑄 = (−1,5). b) três são números primos
a) Determine o raio da circunferência C. c) há um elemento que é um quadrado perfeito
b) Encontre uma equação para a reta 𝑡. d) existem número negativos.
c) Calcule a área do triângulo 𝑃𝑄𝑅, sendo 𝑅 o
ponto de interseção de 𝑡 com o eixo Ox. GABARITO
1. c
7. (UPF – 2019) Na figura, estão representados, 2. d
num referencial 𝑥𝑦: 3. d
- uma circunferência cuja equação cartesiana é 4. c
dada por (𝑥 − 1)2 + (𝑦 − 1)2 = 20; 6. a) 𝑟 = 5
- a reta 𝑡, tangente a circunferência no ponto de b) 3𝑥 − 4𝑦 + 23 = 0
coordenadas (−3,3); 125
c)
- o ângulo 𝛼, cujo lado origem é o semieixo 6
positivo 𝑥 e o lado extremidade é a reta 𝑡. 7. d
8. b