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Avaliação da

condição nutricional
Avaliar o estado nutricional de um indivíduo ou grupo é
analisar as condições que regem a ingestão de alimentos,
a absorção e o aproveitamento dos nutrientes.

Essas condições são influenciadas por fatores sociais,


econômicos, de saneamento ambiental ou pela presença
de doença, que interferem no desenvolvimento normal ou
impedem o organismo de atingir o máximo de suas
potencialidades.

Dessa forma, tal avaliação compreende, de maneira


global, a antropometria, os inquéritos alimentares, o
exame clínico, os exames bioquímicos e a composição
corporal.
Antropometria

Uma série de medidas faz parte da avaliação


antropométrica, dependendo do tipo de público ao qual
é destinada.

Em geral, incluem peso, estatura, circunferências


corporais (crânio, braço, cintura, quadril, panturrilha),
dobras cutâneas (tricipital, bicipital, suprailíaca,
subescapular, panturrilha, abdominal, etc.) e tamanho
dos segmentos corporais.
Peso

O peso é a medida mais comum realizada na avaliação


nutricional, sendo de fácil obtenção, baixo custo e boa
sensibilidade, além de diagnosticar mudanças recentes
no estado nutricional.

Para coleta do peso atual, deve-se utilizar balança


manual ou eletrônica devidamente calibrada e com a
tara determinada, confirmando-se a marca de zero.
Peso habitual é utilizado como referência na avaliação
de mudanças recentes de peso e em casos nos quais
houver impossibilidade de pesar o paciente.

A perda de peso em qualquer porcentagem é sempre


considerada significativa do ponto de vista clínico,
principalmente em idosos ou crianças.
Classificação de perda de peso recente

Percentual de perda de peso recente:


% perda de peso recente = peso habitual – peso
atual/peso habitual x 100

TEMPO PERDA SIGNIFICATIVA DE PESO PERDA GRAVE DE PESO

1 semana 1-2% > 2%

1 mês 5% > 5%

3 meses 7,5% > 7,5%

≥ 6 meses 10% > 10%


Estatura

Para a realização dessa medida, utilizam-se como


instrumentos a régua antropométrica (em crianças de até
36 meses para medir o comprimento) e o antropômetro
de madeira (para medir a altura) ou, na ausência deste,
uma trena ou fita métrica, com divisões em milímetros,
afixada à parede (observando-se que tal parede não
tenha rodapé, o que provocaria erro na medição).
Comprimento: em pacientes hospitalizados que não
deambulam, a medição pode ser feita quando estiverem
deitados em superfície plana, seguindo o mesmo
procedimento realizado em crianças, com uma fita
métrica posicionada em sua lateral.

Altura: a pessoa deve ser medida em pé e sem sapatos.


Deve estar ereta, com os dois pés unidos e todo o corpo
encostado no antropômetro.
Tomada do comprimento (cm) de crianças
de 0 a 36 meses com o uso de régua
antropométrica.
Posição
corporal para
medir a estatura.
Circunferências corporais

Várias são as aplicações das circunferências corporais. A


circunferência do crânio é amplamente utilizada para o
acompanhamento do crescimento em crianças.
Circunferência abdominal
Relações entre as medidas e os
critérios de diagnóstico
Em todas as faixas etárias, pode-se avaliar o estado
nutricional pelo índice de massa corporal (IMC), que é
obtido com a equação a seguir:

Peso (kg)
IMC: ––––––––––––––––––
(Estatura)2 (m2)
Classificação do estado nutricional para
adultos e idosos

ADULTOS IMC (kg/m2)

Baixo Peso < 18,5


Normal 18,5 – 24,9
Sobrepeso 25,0 – 29,9
Obesidade I 30,0 – 34,9
Obesidade II 35,0 – 39,9
Obesidade extrema > 39,9
IDOSOS IMC (kg/m2)

Baixo Peso < 22

Normal 22 – 27

Sobrepeso 27

Obesidade H >30
M >32
EXAME FÍSICO
Exame do
Aparelho Locomotor
Sistema esquelético

O osso, ou tecido ósseo, é uma forma rígida de


tecido conjuntivo que forma a maior parte do
esqueleto.

O sistema esquelético ou o esqueleto do adulto é


formado por mais de 200 ossos, que constituem a
estrutura de sustentação do corpo.
Funções do esqueleto
 Suportar os tecidos circunjacentes
 Proteger os órgãos vitais e outros tecidos moles do
corpo
 Auxiliar no movimento do corpo, fornecendo inserção
aos músculos e funcionando como alavanca
 Produzir células sanguíneas. Essa função
hematopoiética ocorre na medula
 Fornecer uma área de armazenamento para sais
minerais, especialmente fósforo e cálcio, que suprem as
necessidades do corpo
Anamnese
Devem ser valorizados os dados de identificação,
principalmente quanto a:

 Idade: existem doenças comuns em determinadas fases


da vida, como as displasias ósseas mais frequentes na
fase neonatal ou nos primeiros anos de vida, ou a
osteoporose, que é mais comum na terceira idade.

 Sexo: certas doenças acometem com maior frequência


o sexo masculino, como a osteocondrite de quadril,
enquanto a osteoporose predomina no sexo feminino.
 Raça: a anemia falciforme é predominante na raça
negra, tendo como complicação a Necrose Avascular
da cabeça femoral.

 Profissão: existem doenças musculoesqueléticas


relacionadas ao trabalho, que no Brasil tornaram-se
conhecidas como Lesões por esforço repetitivo (LER) ou
doença do trabalho (DOT).
Entre os dados da história clínica, devem ser destacados:

 Data de aparecimento da queixa, velocidade de


progressão,
 Relação de fatores de melhora e piora da queixa,
 Relação com qualquer trauma, localização da dor e
sua irradiação,
 Características da dor,
 Deformidades, incapacidade ou limitação de
movimentos, rigidez articular, paralisias, alteração de
sensibilidade.
Inspeção

A inspeção fornece dados importantes para o


enfermeiro iniciar sua avaliação e planejar a
assistência, revelando informações acerca da
capacidade de se locomover, de se autocuidar,
da existência de desconforto ou da presença de
movimentos involuntários.
O que inspecionar?

 Simetria dos membros inferiores e superiores, da coluna


e da pelve, tanto na posição ventral, como dorsal, em
pé, sentado e deitado.

 Postura adotada

 Abaulamentos

 Edemas
 Função do membro

 Lesões (úlceras por pressão, queimaduras, bolhas, cicatrizes,


hematomas),

 Coloração da pele

 Deformidades da coluna vertebral (cifose, lordose, escoliose, dorso


curvo)

 Movimentos involuntários, capacidade do paciente em mudar de


posição, sua força e coordenação motora
Exame da força muscular
A força muscular pode ser avaliada solicitando-se ao paciente algumas
atividades, como as descritas a seguir:

 O aperto de mão, que fornece indicação da capacidade de preensão.

 O bíceps pode ser testado pedindo-se ao paciente que estenda


plenamente o braço e depois o flexione, enquanto o enfermeiro aplica
resistência dificultando a flexão do braço;

 Para testar a força motora nos membros inferiores, aplica-se uma


resistência na altura do tornozelo e solicita-se ao paciente que eleve a
perna.
Rossi e Mistrorigo propõem uma escala para a
avaliação da força muscular:

 Grau 5 (normal ou 100%): o movimento articular é completo e


possui força suficiente para vencer a gravidade e grande
resistência aplicada.

 Grau 4 (bom ou 75%): o movimento é completo e com força


suficiente para vencer a gravidade e alguma resistência aplicada.

 Grau 3 (regular ou 50%): o movimento é completo e sua força é


suficiente para vencer apenas a gravidade.
 Grau 2 (pobre ou 25%): o movimento é completo, mas
só produz movimento se não houver ação da
gravidade.

 Grau 1 (traço ou 10%): há evidência de pequenas


contrações, mas não acionam a articulação.

 Grau 0 (zero ou 0%): não há evidência de contração


muscular.
Grau de mobilidade

Flexão Extensão
da coluna da coluna
cervical. cervical.
Rotação Inclinação
lateral lateral
Rotação externa Rotação interna
e abdução do ombro. e adução do ombro.
Extensão do ombro.
Abdução do
quadril e da pelve.
Adução do quadril
e da pelve.
Flexão do quadril
e da pelve
Flexão lombar Extensão da
coluna lombar
Marcha
A função primordial da marcha é locomover o corpo de um ponto a outro
por um ciclo dividido em duas fases: a fase de apoio (quando o pé entra em
contato com o solo e suporta o peso do corpo) e a fase de balanço (quando
o membro sofre uma translação ou avanço) (FIGURA 14.16).
O exame da marcha deve ser realizado durante
a deambulação normal.

Na marcha normal, os músculos abdutores da


extremidade sustentadora do peso do corpo se
contraem e mantêm a pelve de ambos os lados
no mesmo nível, levemente elevado, para
garantir o equilíbrio do tronco.
Articulações
Inspeção das articulações

Na inspeção das articulações, devem-se observar:


 Volume articular, edema: são decorrentes de derrames, espessamento dos
tecidos sinoviais e das margens ósseas da articulação. Acompanhar a
evolução do processo inflamatório ou traumático.

 Deformidade: resulta do mau alinhamento dos ossos que constituem a


articulação ou das alterações do relacionamento entre as superfícies
articulares.

 Rigidez articular, movimentos articulares: rotação interna e externa,


inclinação lateral, flexão, extensão, abdução, adução.
Palpação

A palpação se constitui, na segunda fase do exame, das


articulações e propicia maior fundamentação aos dados
percebidos na inspeção.

 Sensibilidade, queixa de dor;


 Deformidades
 Edema
 Temperatura

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