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UNIVERSIDADE PARAÍSO DO CEARÁ

NÚCLEO BÁSICO DA SAÚDE


DISCIPLINA: FISIOTERAPIA NEUROFUNCIONAL

AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

Antes de qualquer coisa, é importante lembrar que um conhecimento


detalhado da anatomia do músculo é necessário para realizar uma avaliação
apropriada. A avaliação inicial e final do tratamento nos permite fazer
comparações, comunicar os resultados e avaliar se o tratamento proposto foi
eficaz, devemos utilizar formas de avaliação padronizadas e um registro
cuidadoso dos dados obtidos da avaliação.

AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR

A avaliação da força muscular é um agrupamento de métodos usados


para avaliar, identificar e aperfeiçoar os músculos do paciente, sendo um
elemento integrante do exame físico já que, concede determinadas informações
imprescindíveis para o diagnóstico. A graduação da força muscular é um sistema
usado por fisioterapeutas para determinar como um músculo ou grupo de
músculos está trabalhando. Pode testar sua força muscular durante sua
avaliação inicial e em intervalos regulares para determinar seu progresso
durante a reabilitação. Antes de iniciar qualquer teste é de extrema importância
explicar para o paciente como ele será realizado, fazendo uma demonstração do
teste antes de iniciá-lo. Além disso, é preciso solicitar ao paciente que ele faça o
máximo de força de cada grupo muscular solicitado.
Dentro dessa avaliação temos a Escala de Oxford, que é comumente
usada para avaliar manualmente a força muscular – e pode ajudar a diagnosticar
problemas nos quais a fraqueza desempenha um papel. De acordo com a escala
de Oxford, a força muscular é graduada de 0 a 5 (0 sendo nenhuma contração
muscular –> 5 sendo movimento em toda a amplitude contra resistência total).
É usado apenas para lesões SNP. Um músculo chave é tomado que determina
um nível neurológico (nível de inervação) - o músculo é o que mais a inervação
tem esse nível.
Escala oxford: Notas 0-5 x 2 datas
Grau 0 -> sem contração muscular. Isso é tomado se não há nenhum grau de
contração antes da facilitação máxima, porque indicaria uma expiação; Um
paralisia total.
Grau 1 -> Contração leve que é perceptível especialmente nos tendões de
inserção.
Grau 2 -> Mobilidade em todo o arco articular sem gravidade.
Grau 3 -> o mesmo, mas com gravidade.
Grau 4 -> Gravidade e ligeira resistência.
Grau 5 -> resistência máxima. Este valor é dado apenas para grupos musculares
que funcionam bem em todas as suas atividades funcionais, e comparando com
o lado saudável.
GONIOMETRIA

A goniometria é um método utilizado para medir as amplitudes articulares do


corpo, através do goniômetro, que é um instrumento barato, de fácil manuseio e
que coleta medidas rapidamente. A precisão dessas medidas é influenciada pela
qualidade do goniômetro, pelas diferentes articulações a serem medidas, pelo
procedimento utilizado, pelas diferentes patologias e pela utilização do
movimento passivo ou ativo durante a realização da goniometria. Ao
quantificarmos a limitação dos ângulos articulares, conseguimos traçar uma
intervenção fisioterapêutica adequada, documentar a eficácia da intervenção e
desenvolver o interesse do paciente pelo programa de tratamento. Alguns
fatores podem influenciar nessa mensuração, como idade, sexo, ocupação,
dominância e estruturas articulares. Estes instrumentos possuem um padrão
básico: todos têm um corpo e dois braços, um móvel e outro fixo; O braço
estacionário é alinhado com o segmento corporal fixo, e o braço móvel, com o
segmento corporal móvel. No corpo do goniômetro estão as escalas. Os
movimentos se definem como normais, hipomóveis ou hipermóveis; O registro
da amplitude de movimento deve indicar o valor inicial e o final do arco de
movimento.
Procedimentos para mensuração com goniômetro: paciente em bom
alinhamento corporal, o máximo possível à posição anatômica; região avaliada
desnuda; explicar e demonstrar o movimento ao paciente; estabilizar o segmento
corporal proximal; localização precisa do eixo do movimento, palpando a
referência óssea adequada; recomenda-se a utilização do movimento passivo;
colocar o braço fixo e o móvel do goniômetro; O lado saudável é usado para
comparação.
SENSIBILIDADE

A sensação ou percepção é o conhecimento consciente dos efeitos dos


estímulos nos receptores sensoriais, que nos possibilita investigar o mundo,
movermo-nos com precisão e evitar ou reduzir ao máximo possíveis lesões.
Nosso sistema somatossensorial tem uma ampla variedade de sensações, como
tato, pressão, vibração, posição dos membros, calor/frio e dor. Estes são
traduzidos por vários receptores que se localizam no interior da pele ou dos
músculos e redirecionados ao sistema nervoso central. Cada tipo de receptor
sensorial é especializado, respondendo em condições normais apenas a um tipo
específico de estímulo. A avaliação da sensibilidade é indispensável no
diagnóstico e tratamento para o fisioterapeuta. O objetivo do exame sensorial é
perceber se há algum distúrbio sensorial e, se houver, a sua localização, tipo de
sensação afetada e gravidade do défice.
A detecção precoce dos distúrbios da função nervosa tem demonstrado ser de
extrema importância para uma oportuna intervenção e evitar uma perda
progressiva e permanente da funcionalidade da estrutura nervosa.
Alguns testes:
Teste neurológico; Teste de sensibilidade térmica; Sensibilidade profunda
(proprioceptiva, vibratória).

REFLEXOS

O reflexo é uma resposta do organismo a um estímulo de qualquer natureza. O


arco-reflexo, a base anátomo-funcional dos reflexos, é constituído por uma via
aferente, um centro reflexógeno, uma via eferente e um órgão efetuador,
geralmente um músculo.

São graduados em grau 0 – abolido, grau 1 – reduzido, grau 2 – normal, grau 3


– vivo, grau 4 – exaltado ou hipercinético.

Os reflexos podem ser profundos (proprioceptivos / miotáticos), com os quais


reconhecem-se os tipos fásicos ou clônicos e os tônicos ou posturais.
Na pesquisa dos reflexos miotáticos fásicos ou clônicos o estímulo é feito pela
percussão com o martelo de reflexos do tendão do músculo a ser examinado:

• Axiais da face: orbicular das pálpebras (percutir sobre a glabela), orbicular da


boca (percutir acima do lábio superior) e masseterino (percutir sobre o mento);

• Membros superiores: reflexo peitoral (percutir a inserção do peitoral no úmero),


bicipital (flexão do antebraço – integração C5 e C6, nervo musculocutâneo),
estilorradial, flexor dos dedos (percutindo a ponta dos dedos ou a palma da mão),
tricipital (extensão do antebraço percutindo-se próximo ao olécrano – integração
C6, C7 e C8, nervo radial);
• Membros inferiores: reflexo patelar (abaixo da patela – integração L2 e S4,
nervo femoral), aquileano (flexão plantar do pé percutindo-se o tendão de Aquiles
– integração L5, S1 e S2, nervo tibial), reflexo do adutor da coxa (percutir a
inserção comum dos adutores) e dos flexores dos dedos do pé (percutindo o
osso cubóide);

• Tronco: reflexo costoabdominal (percutindo o rebordo costal).

Nos reflexos superficiais ou exteroceptivos o estímulo é feito na pele ou na


mucosa externa através de um objeto rombo:

• Cutâneo-abdominal (nervos intercostais): a pesquisa é feita pela estimulação


cutânea com estilete ou agulha da parede abdominal ao nível da região
epigástrica, umbilical e hipogástrica, obedecendo-se como resposta o desvio da
linha alba e da cicatriz umbilical para o lado estimulado;

• Cutâneo-plantar (integração L5-S2): flexão dos dedos do pé estimulando a face


plantar do pé lateralmente em sentido póstero-anterior.

A extensão dos dedos do pé ou do hálux caracteriza o sinal de Babinski. O sinal


de Babinski indica lesão piramidal.
Tal resposta pode ser obtida apertando com a mão os gastrocnêmios (sinal de
Gordon), apertando com os dedos, polegar e indicador o tendão de Aquiles (sinal
de Schaeffer), deslizando com força os dedos do examinador de cima para baixo
na tuberosidade da tíbia (sinal de Oppenheim) ou deslizando uma ponta romba
na região lateral do pé, do maléolo lateral até o quinto pododáctilo (sinal de
Chaddoc);

• Reflexo cremastérico: contração do músculo cremastérico e elevação do


testículo ipsilateral após estímulo na face medial da coxa. Integração: L1 e L2
(nervos ilio-inguinal e ilio-hipogástrico).

Sinal de Tolosa: o reflexo cremastérico superficial é conservado e o profundo é


abolido na presença de lesões furunculares dorsais;

• Reflexo córneo-palpebral: estímulo entre a córnea e a esclera, provocando


oclusão palpebral pela contração do músculo orbicular das pálpebras;

• Reflexo palmomentual: A pesquisa é feita pela excitação cutânea da eminência


tenar podendo-se observar a elevação do mento e do lábio inferior ipsilateral à
estimulação.

TESTES DE MEMBROS INFERIORES


DOIS EXEMPLOS:
Teste de Ely
• Posição do paciente: decúbito ventral com o joelho em flexão máxima.
• Descrição do teste: o terapeuta irá passivamente conduzir o movimento
de flexão máxima do joelho até tentar encostar o calcanhar na nádega do
paciente. Caso o paciente apresente contratura da musculatura flexora do
quadril (reto femoral especificamente) o mesmo irá compensar realizando
uma flexão do quadril, elevando a sua pelve, na tentativa de reduzir a
tração sobre o músculo reto femoral.
• Sinais e sintomas: o paciente sentirá desconforto e alteração na face
decorrente do estiramento da musculatura anterior.

Teste de ober

• Posição do paciente: deitado de lado e virado oposto ao examinador


com os membros inferiores em extensão completa.
• Descrição do teste: O terapeuta, por trás do paciente, com uma mão
segurando firmemente na inserção dos abdutores do quadril na região da
crista ilíaca e com a outra mão elevando o membro inferior a ser testado,
mantendo o joelho flexionado a 90º, abdução da coxa de 40º e a perna
em extensão máxima. O terapeuta então, deixa cair suavemente à coxa
do paciente em direção a maca. Caso o terapeuta observe que a adução
não está ocorrendo naturalmente, mas sim com alguma dificuldade, o
teste será positivo para contratura do trato iliotibial.
• Sinais e sintomas: nesse teste o paciente não sentirá nenhuma dor,
apenas sentirá um leve desconforto causado pelo encurtamento
muscular. O terapeuta deverá observar ou até mesmo na palpação
perceber a dificuldade de o membro inferior ceder e realizar a adução.

Teste de Trendelenburg

• Posição do paciente: paciente em pé com apoio unipodal.


• Descrição do teste: O terapeuta instrui ao paciente para ficar sobre um
apoio e observa a báscula da pelve, que em caso positivo, confirma uma
fraqueza muscular do grupo abdutores do quadril, principalmente do
músculo glúteo médio.
• Sinais e sintomas: Verifica-se a integralidade e o tônus muscular do
grupo muscular abdutor do quadril do lado em que o paciente está
sustentando o peso corporal, ou seja, quando o paciente levanta o
membro inferior esquerdo, estará testando o grupo muscular abdutor do
quadril do lado direito e quando levantar o membro inferior direito estará
testando o grupo muscular abdutor do quadril do lado esquerdo.

Teste do músculo piriforme

• Posição do paciente: deitado de lado e de costas para o examinador


com o joelho flexionado a 90º e o pé repousando sobre a fossa poplítea
do membro contra lateral.
• Descrição do teste: O terapeuta deverá se posicionar junto à maca e
com uma mão fixa no quadril do paciente para estabilizar a pelve. Com a
outra mão o terapeuta exerce uma adução do membro inferior, levando o
joelho do paciente até a maca. Nesse momento questionar o paciente
sobre o aparecimento ou exacerbação da dor.
• Sinais e sintomas: o teste do piriforme servirá para identificar uma
possível contratura desse músculo, desencadeando sintomas de
ciatalgia, ou seja, sensação de dor, queimação, formigamento. A
contratura do piriforme é uma manifestação não tão rara e que poderá ser
a causa de uma perturbação nervosa envolvendo o nervo ciático. Os
sintomas também serão exacerbados quando o paciente realizar a
abdução e rotação externa resistida, movimentos que aumentam a tensão
sobre o músculo piriforme.
• OBS: em torno de 15% da população mundial o nervo ciático cruza no
meio do ventre muscular do piriforme que em caso de contratura aumenta
ainda mais os sintomas dolorosos

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