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Síndrome de

Conflito
Subacromial
Fisioterapeuta orientador: Paulo Félix
Estagiária: Daniela Agostinho
Índice
1 Anatomia e Biomecânica 2 Fisiopatologia

3 Epidemiologia 4 Fatores de Risco

5 Sintomatologia 6 Exame Objetivo

7 Tratamentos 8 Referências Bibliográficas


1

Anatomia e
Biomecânica
Anatomia e Biomecânica (1)

A Cintura Escapular é constituída por várias articulações:


● Gleno-umeral;
● Acromio-clavicular;
● Esterno-condro-clavicular;
● Sub-acromial;
● Escapulo-Torácica.

O ombro possui 3 graus de liberdade e permite movimentos


de:
● Flexão/Extensão no plano sagital;
● Abdução/Adução no plano frontal
● Rotação interna, externa, adução e abdução horizontal,
no plano transversal;
● Cirundação.
Anatomia e Biomecânica (1)

A articulação geno-umeral (GU) tem como elementos


● Estabilizadores estáticos: ligamentos e cápsula
articular;
● Estabilizadores dinâmicos: músculos da coifa dos
rotadores (subescapular, supra espinhosa, infra
espinhoso e pequeno redondo).

Entre o supra espinhoso e o acrómio existe a bolsa


subacromial que diminui o atrito. Esta bolsa e o tendão do
supra-espinhoso são as estruturas mais envolvidas no conflito
subacromial.
2

Fisiopatologia
Fisiopatologia (2)

O Síndrome de Conflito Subacromial decorre de


um controlo anómalo da articulação gleno-úmeral
e ou escápulo-torácica, feito pelos grupos
musculares estabilizadores (coifa dos rotadores) e
mobilizadores (deltóide) destas duas articulações.
Esta alteração leva a uma subida da cabeça umeral
durante os movimentos do ombro, com
consequente conflito dinâmico entre o tendão do
supra espinhoso e o acrómio.
Fisiopatologia (2)

Disfunção causada pelo compromisso


funcional da Coifa dos Rotadores e da bursa

Dor

Alterações do Ritmo
Alterações do Padrão de
Escapulo-Umeral
Recrutamento Muscular e
● Diminuição da Rot Sup
Controlo motor
● Aumento do Tilt Anterior
Diminuição da Funcionalidade
do Complexo Articular do
Ombro
3

Epidemiologia
Epidemiologia

O Síndrome de Conflito Subacromial


é a causa de entre 44% a 65% de
todas as queixas de dor no ombro
(3). A incidência aumenta com a
idade, sendo que o seu pico ocorre
durante a sexta década de vida (4).
4

Fatores de
Risco
Fatores de Risco (2)

Histologia do Postura/ Desempenho Cinemática da


Idade Genética
tendão Eronomia muscular GU
5

Sintomatologia
Sintomatologia
● Dor durante os movimentos do ombro, sendo a dor
habitualmente de início progressivo, intensidade crescente
e associada a esforços ou atividade física com o ombro,
essencialmente, com atividades que impliquem a elevação
do braço;
● Frequentemente os doentes referem a existência de uma
dor noturna, que perturba o sono, principalmente quando
se deitam sobre ombro afetado;
● Diminuição da funcionalidade;
● Fraqueza muscular e perda de amplitudes fisiológicas;
● Alterações da postura;
● Alterações do ritmo escapulo-umeral.
6

Avaliação
Objetiva
Avaliação Objetiva (5, 6, 7, 8, 9, 10)

● Identificar presença de dismorfias/dismetrias (cabeça umeral,


clavícula, articulação acrómio-clavicular (AC) e esterno-clavicular
(EC);
● Avaliar massas musculares – atrofias musculares (lesão
neurológica/desuso);
● Avaliar a pele – edema, equimose, eritema, distensão venosa;
● Mobilidade da articulação escapulo-torácica e presença de
discinésias/omoplata alada.
● Palpação de estruturas ósseas e tecidos moles;
● Movimentos ativos, assistidos, passivo-assistidos e resistidos;
● Avaliar Amplitudes Articulares Ativas e Passivas;
● Avaliar Força Muscular;
● Avaliar Funcionalidade e Qualidade de Vida - Questionário de DASH
(Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand);
● Testes específicos para detetar o Síndrome de Conflito Subacromial.
Avaliação Objetiva (5, 6, 7, 8, 9)

Testes Específicos Para Deteção de Conflito Subacromial


O ombro é estabilizado com uma mão do examinador, Dor entre 60º-120º de amplitude,
Arco Doloroso
enquanto o MS é abduzido. indica conflito subacromial.

Com o ombro elevado a 90º do plano da omoplata e com O teste é positivo quando despoleta
Teste de cotovelo em flexão, o examinador faz rotação medial do dor.
Hawkins ombro (diminuição do espaço subacromial).
Sensibilidade: 92,1%

Com MS em pronação e a omoplata estabilizada, o primeiro é Teste positivo quando há dor.


Teste de Neer fletido.
Sensibilidade: 88,7%

O examinador eleva passivamente o ombro do utente para Teste positivo é a provocação de


90 graus de abdução com rotação interna. O examinador dor ou fraqueza anormal.
Teste de Jobe
aplica uma pressão para baixo contra o braço.
Sensibilidade: 97,2%
7

Tratamentos
Tratamento (5, 11, 12, 13)

Infiltração da
Cirurgia por
Anti-inflamatórios Fisioterapia Bolsa
Artroscopia
Subacromial
● Tratamento conservador: primeiros 3 a 6 meses.
● Na falência da fisioterapia em conseguir manter a centragem da cabeça umeral, torna-se necessário
com a cirurgia (apenas 25% dos casos), impedir o conflito aumentando o espaço sub-acromial.
● A artroscopia consiste na visualização de toda a articulação do ombro, na limpeza dos tecidos
inflamados na bolsa subacromial e na descompressão subacromial.
● Fisioterapia no pós-operatório pode prolongar-se por 2 meses. De início tem periodicidade diária,
sendo previsível que ao fim de 6 semanas passe a 2 – 3 vezes por semana.
● Esta cirurgia tem boas perspetivas, sendo que, mais de 90% dos doentes estão satisfeitos com os
resultados obtidos.
Tratamento em Fisioterapia (5, 11, 14, 15)

Conservador Pós-Operatório
Consiste num programa de 4 fases: fase
Consiste num programa de 3 fases:
aguda, fase intermédia, fase de fortalecimento
pós-cirúrgico imediato (1-14 dias PO), fase
e retorno à atividade.
intermédia (2-6 semanas PO), fase de
● Combinação de movimentos fisiológicos
fortalecimento dinâmico (6 semanas PO):
e acessórios;
● Mobilizações ativas e assistidas do
● Combinação de movimentos fisiológicos
ombro e escápula;
passivos e acessórios;
● Combinação de movimentos fisiológicos
● Mobilizações ativas e assistidas do
e acessórios;
ombro e escápula;
● Combinação de movimentos fisiológicos
● Exercícios pendulares;
passivos e acessórios;
● Crioterapia;
● Crioterapia;
● Eletroterapia: laser e ultrassom;
● TENS e correntes interferenciais;
● Exercícios de fortalecimento dos grupos
● Exercícios de fortalecimento isométricos
musculares do ombro;
e isotónicos;
● Alongamentos.
● Técnicas de PNF.
Obrigada!
Obrigada!
Referências Bibliográficas
1. Cinnamon VanPutte , Jennifer Regan AR. Anatomia e Fisiologia de Seeley. 10th ed. AMGH, editor. Mc Graw-Hill; 2016. 1264 p.
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2023 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK554518/?report=classic
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Subacromial Impingement. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. 2009 Nov 1;90(11):1898-903.
9. MICHENER L.A., WALSWORTH M.K., DOUKAS W.C., MURPHY K.P. Reliability and Diagnostic Accuracy of 5 Physical Examination Tests and Combination
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11. Diercks R, Bron C, Dorrestijn O, Meskers C, Naber R, de Ruiter T, et al. Guideline for Diagnosis and Treatment of Subacromial Pain Syndrome. Acta
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