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Acadêmicas: Bianca Vianna, Lara Luciano dos Santos, Marcella Leal Rodrigues

e Mylena de Oliveira.
UC: Disfunções Musculoesqueléticas – Profª: Ana Cristina Farias de Oliveira,
Clarissa Niero Moraes e Laura Appel Bevilaqua.
Curso: Fisioterapia – 5° semestre

AVALIAÇÃO E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTE COM LESÕES TRAUMÁTICAS


NA COLUNA VERTEBRAL: RELATO DE CASO

Introdução
As fraturas da coluna toracolombar apresentam grande importância tanto devido a sua frequência quanto
as repercussões funcionais e morbidade das mesmas.
São as fraturas mais comuns do esqueleto axial e correspondem a aproximadamente 90% das fraturas da
coluna. Aproximadamente 2/3 ocorrem na transição toracolombar, entre T11 e L2, e isso se dá pela
mudança brusca dos seguimentos toráxico rígido, mais estável e cifótico para a coluna lombar, um
seguimento mais flexível, menos estável e lordótico. O pico ocorre entre 20 a 40 anos de idade, sendo
mais comum em homens e resultante geralmente de traumas de alta energia, como quedas de alturas e
acidente de trânsito.
Em um estudo realizado conclui-se que a região torácica (T2-T10) foi a mais afetada (47 fraturas, 28.7%)
seguida da lombar (L2–L5) com 38 casos (23.2%), a coluna cervical baixa com 31 fraturas (18.9%), a
junção toracolombar com 24 fraturas (14.6%), a transição cervicotorácica com 13 fraturas (7.9%), e a
junção crâniocervical, com 11 fraturas (6.7%).

Metodologia

Ficha de Anamnese
Paciente: Gilberto Herdt
Idade: 63 anos / Sexo: Masculino
Profissão: Caminhoneiro / Estado civil: Casado
Naturalidade: Brasileiro / Cidade: Tubarão / UF: SC
Telefone: (48) 99965-0660
Data da avaliação: 19/04/2022

Queixa principal: Dor na lombar, dor ao tossir, dor ao se levantar e ao descer e subir escadas.

HDP e HDA: Dia 06/02/2022 sofreu um acidente de caminhão, junto com sua esposa e seu neto. Ele
estava de cinto. Foram para o hospital de Porto Alegre junto com a CCR. Lá foram socorridos. Paciente
conta que lembra do acidente e de todos os detalhes, ficando bem abatido ao relembrar. De acordo com
os exames: fratura/achatamento do platô superior do corpo vertebral de L1. Formação de osteofitárias
marginais nos corpos vertebrais de C4, C5, C6 e C7. Redução da amplitude dos espaços discais de C5-C6
e C6-C7 e pequeno abaulamento discal e posterior nos níveis C5-C6 e C6-C7, que tocam a face ventral do
saco dural.

Hábitos de vida e vícios: Fumou até o dia do acidente. Fazia atividades no caminhão como: dirigir,
carregar e levantar pesos. Corria com familiares finais de semana. Seu pai fumou enquanto era mais novo.
Exames complementares:
Exame físico

Inspeção: Por conta do repouso e dificuldades de realizar algumas atividades que antes fazia, nota-se
que o paciente está com uma leve depressão. Ele comentou que chegou a ir em uma sessão de psicóloga.

- Presença de triggers points e dor à palpação.

- Edemas periorbitário, feridas cutâneas nos pés e edemas nas costelas. Alguns dentes caíram. Usa cinta
até hoje na cintura. Uso de muletas para segurança.

Avaliação Subjetiva da Dor (graduação de 0 a 10)


Dor no rosto: grau 2
Dor na costela: grau 6 (ao respirar/tossir)
Dor na lombar: 5 (aguda ao levantar)
Data da avaliação: 19/02/2022

Tratamento e discussão
No caso clínico apresentado, as disfunções musculoesqueléticas encontradas são: fratura/achatamento do
platô superior do corpo vertebral de L1; formação de osteofitárias marginais nos corpos vertebrais de C4,
C5, C6 e C7; redução da amplitude dos espaços discais de C5-C6 e C6-C7 e pequeno abaulamento discal
e posterior nos níveis C5-C6 e C6-C7, que tocam a face ventral do saco dural.
Como plano de tratamento: alívio da dor, relaxamento, segurança nos movimentos, marcha adequada,
fortalecimento e volta das atividades de vida diária.

Objetivos de tratamento
Curto prazo: diminuição do quadro álgico (dor), principalmente ao se movimentar; promover aumento da
ADM e educação sobre o posicionamento funcional adequado durante as atividades de rotina.
Médio prazo: promover o fortalecimento da região e trabalhar a marcha do paciente. Fazer com que ele
consiga se levantar sozinho, sem muito auxílio e consiga caminhar com muletas apenas em lugares de
subidas, como escadas.
Longo prazo: promover a marcha adequada, fazendo com que o paciente tenha mais segurança ao
realizá-la corretamente (trabalhar a marcha completa do paciente, sem o auxílio de muletas). Trabalhar o
fortalecimento da musculatura extensora e abdominal, fazendo com que o paciente se movimente sem
sentir dor, consiga tossir sem dor e respirar tranquilo, sabendo que não haverá desconforto, além de que
ele consiga voltar a ter sua rotina (antes do acidente).

Práticas de cinesioterapia que auxiliam no tratamento


A utilização da cinesioterapia tem como objetivo ajudar na reabilitação de diversas situações, fortalecendo
e alongando os músculos, servindo para otimizar o estado de saúde geral, promover o equilíbrio, aliviar as
dores, melhorar a respiração e prevenir alterações motoras e futuras lesões.
Mobilização da região: paciente em decúbito dorsal, sobre a cama do Cadillac trapézio, com as mãos ao
lado do corpo, pernas em extensão e com os pés na alça. Preparar o exercício com uma inspiração inicial
e durante a expiração, solicitar uma ponte de quadril. Em uma segunda expiração, deslocar as duas
pernas juntas para um dos lados, realizando uma flexão lateral ipsilateral do tronco. Na terceira expiração,
realiza-la para o lado contralateral. Voltar para a posição neutra da ponte e descer desenrolando a coluna.
Alongamentos: exercício de ponte; posição de serpente, que permite alongar e fortalecer os músculos da
parte inferior das costas, ajudando na dor lombar; superman, que trabalha o fortalecimento da região
lombar; postura da borboleta e postura do gato, que permite alongar os músculos das costas, quadris,
abdômen e tórax, melhorando a flexibilidade da coluna lombar, além do pescoço, ombro e rotação dos
quadris.
Exercícios de fortalecimento: agachamento; stiff; elevação de braços e pés (hiperextensão lombar);
prancha isométrica e prancha oblíqua; elevação pélvica.
O trabalho proprioceptivo trata uma especialidade sensorial muito importante para a coordenação das
atividades musculares, posição das articulações, velocidade dos movimentos e força de contração,
fazendo-se necessário no plano de tratamento e atuando como uma intervenção para a prevenção de
lesões e recuperação proprioceptiva. Um dos exercícios de propriocepção passados para o paciente
seria: para exercícios mais profundos, com maior resistência para a região, utiliza-se a bola de pilates.
Apoiar o corpo do paciente em decúbito dorsal (na bola), com as pernas esticadas, mãos atrás do pescoço
(cabeça), realizando uma extensão (subindo) e depois descer. Fazer 3 séries de 10 repetições.

Outras práticas:
- Paciente sentado, faz-se a elevação de ombro (primeiro sem auxílio e depois com ajuda das muletas);
- Rotação lateral do tronco, com paciente sentado e depois uma rotação com o ombro flexionado e ajuda
de um thera band (faixa elástica);
- Elevação pélvica;
- Treinar a saída da cama e ao levantar e deitar;

Considerações finais
A intervenção fisioterapêutica traz efeitos benéficos ao paciente, provando ser uma ferramenta eficiente e
necessária na prevenção de complicações nos quadros de coluna vertebral e também naqueles
associadas a um longo período de internação hospitalar e de deformidades articulares decorrentes da
imobilização, na manutenção dos níveis de força muscular e amplitude de movimento tanto das
articulações não-acometidas quanto das acometidas pela lesão, como também na reinserção do paciente
às tarefas funcionais, utilizando ou não dispositivos auxiliares para tal. O fisioterapeuta ainda tem o
importante papel de orientar o paciente sobre a sua lesão, ajudando, assim, na conscientização e
adaptação do paciente a sua nova condição, até que o mesmo atinja sua completa reabilitação funcional e
esteja apto a voltar plenamente com sua rotina antes do acidente.

REFERÊNCIAS
https://efdeportes.com/efd157/intervencao-fisioterapeutica-em-fratura-lombar.htm
https://sbot.org.br/wp-content/uploads/2018/09/MANUAL_TRAUMA_ORTOPEDICO.pdf

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