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TRAUMATOLOGIA E REABILITAÇÃO DO JOELHO

Grande articulação sinovial do tipo gínglimo (dobradiça) composta por 3 articulações dentro da
cápsula articular: 2 Tibiofemorais e 1 Patelofemoral.

Movimentos: Flexão – Extensão – Rotações Medial e Lateral

Semi-flexões + Rotações Axiais (agilidade) = principais mecanismos de trauma por entorse da


articulação.

ARTICULAÇÃO TIBIOFEMORAL

 Articulação condilóide dupla formada pelos côndilos medial e lateral da Tíbia (platô
tibial) e Fêmur;
 Tipo: Dobradiça Modificada;
 Tíbia roda lateralmente sobre o fêmur nos últimos graus da extensão para garantir o
“travamento” do joelho (mecanismo de parafuso) = Impactação total.
 O travamento do joelho permite que não se gaste energia ao ficar em pé.
 Qual o músculo que trava e destrava o joelho? R = Poplíteo, é o primeiro que
contrai e o ultimo que contrai para permitir o travamento.
 Cargas: 3 a 6,19 x o peso corporal;
 Compressão e Cisalhamento.
Obs: em cinética aberta à tíbia roda sobre o fêmur, em fechada, o fêmur roda em
relação à tíbia.

ARTICULAÇÃO PATELOFEMORAL

 Articulação entre a patela e o sulco troclear do fêmur;


 Aumenta o ângulo de tração do tendão do quadríceps ± 50% + vantagem mecânica de
força na extensão;
 Movimenta-se em até 7 cm sobre a face patelar (sulco troclear)
 Agachamento: Até 7,6 x o peso corporal;
 90º de flexão tem-se 100% de compressão = Impactação Total

Porque que se tem uma patela?

Atua para o tendão patelar como uma polia biomecânica, permite ao quadríceps 50% de
vantagem mecânica no torque, na força de extensão.

PATOBIOMECÂNICA DO JOELHO

Traumas associados ao déficit biomecânico:

- Relação de forças intrínsecas à articulação do joelho (Quadríceps)  falta de força

Obs: indivíduos que não suportam pelo ou menos 50% de 1RM estão com o quadríceps fraco,
se enquadrando na patobiomecânica do joelho.

- Relação de forças extrínsecas à articulação do joelho (Abdutores do Quadril + Rotadores


Laterais do fêmur)  falta de força
ESTUDANDO AS EVIDÊNCIAS

1) O exercício de agachamento associado à adução da coxa promoveu uma maior


ativação muscular do VMO, além de aumentar a atividade muscular do Glúteo Médio.
2) Nas condições experimentais realizadas, o estudo sugere um desequilíbrio na atividade
elétrica e um padrão de recrutamento anormal entre os músculos VMO, VLL e VLO em
sujeitos com SDPF, com maior retardo e menor amplitude de ativação do VMO neste
grupo de sujeitos.
3) Não ultrapassar o joelho da linha do pé diminui a força de compressão patelofemoral,
levando assim a uma menor solicitação mecânica nessa articulação.
4) O tratamento da SDFP é eficaz para melhora da dor e função, sendo que um programa
de fortalecimento dos músculos do joelho, abdutores e rotadores laterais do quadril se
mostra superior a um programa específico para joelho.
5) As mulheres com dor patelofemoral apresentam maior valgo dinâmico do joelho e
fraqueza muscular do quadril.
6) O agachamento e um exercício que favorece estabilização em todas as articulações
envolvidas, pois não se restringe apenas ao fortalecimento dos músculos dos membros
inferiores, sendo assim um exercício completo e complexo, visto que, além de
fortalecer a musculatura dos membros inferiores, desenvolve a musculatura do CORE
(conjunto de músculos do abdome, coluna lombar e pelve). Sendo assim, concluímos
que o agachamento pode ser utilizado em treinamento esportivo, na reabilitação e
como forma de avaliação.

CONCLUI-SE:

 Fortalecimento do Quadríceps;
 Fortalecimento dos Abdutores do Quadril (complexo posterolateral);
 Manutenção da Flexibilidade dos MMII;
 Atenção ao gesto cinesiológico durante o exercício evitando o valgo dinâmico.

PATOLOGIAS

1- SÍNDROME PATELOFEMORAL

Condromalácea ou condropatia = Patologia crônica da cartilagem patelar classificada em 4


graus;

Sintomas: Crepitação, dor, edema, dificuldade em flexo-extender o joelho (descer escada,


porque a contração excêntrica gera mais torque nos tendões do que a contração concêntrica);

Genético: Tróclea femoral rasa, postura, etc;

Funcional: Déficit de força do quadríceps (NÃO É O MÚSCULO VASTO MEDIAL, É O


QUADRÍCEPS COMO UM “TODO”), encurtamento do reto femoral, falta do “core” do quadril;

Incidência: Mulheres jovens em preferência, por conta do valgo dinâmico fisiológico.


Graus: I - amolecimento da cartilagem e edemas; II - fragmentação de cartilagem ou fissuras
com diâmetro < 1,3 cm diâmetro; III - fragmentação ou fissuras com diâmetro > 1,3 cm e IV -
erosão ou perda completa da cartilagem articular, com exposição do osso subcondral.

Como prevenir:

 Fortalecimento do Quadríceps;
 Alongamento do Reto-femoral;
 Manutenção da força do CPL;
 Alongamento dos Isquiotibiais e Tríceps Sural.

Ângulos de Segurança de Trabalho:

90º a 130º de extensão partindo da flexão em ângulo curto em cinética aberta;

0º a 50º de flexão partindo da extensão em ângulo curto em cinética fechada.

2- SÍNDROME DO JOELHO DE CORREDOR

Síndrome dolorosa promovida pelo atrito da banda iliotibial distal na face postero-lateral do
joelho;

Confundida com as tendinites do Bíceps Femoral;

Geralmente evolui para bursite anserina.

Patobiomecânica da lesão:

 Encurtamento do TFL, ocasionando aumento da tensão na região póstero-lateral do


joelho.
 Diminuição da força no CPL;
 Falta de Flexibilidade do Bíceps Femoral.

Tratamento:

 Retirada da AF (Corrida / Bicicleta);


 Miofáscia Terapia do TFL (flexibilidade da fascia);
 Fortalecimento do CPL;
 Propriocepção;
 Orientação das AVD e AF.

LESÕES LIGAMENTARES

3- LIGAMENTO CRUZADO ANTERIOR

 ± 80.000 lesões nos EUA , praticantes de esporte entre 15 a 25 anos de idade (2000);
 Brasil: Cerca de 21.000 lesões no esporte;
 Semi-flexões + Rotações Axiais = Trauma
 “Freadas” bruscas promovendo anteriorização da tíbia = Trauma;
 Lesões associadas = Meniscos, Ligamentos Colaterais;
 Parcial e Total;
 Cirurgia: Patelar – Semitendinoso+Grácil;
 Preparação muscular antes da cirurgia;
 4 a 8 meses de recuperação;
 Instabilidade para os movimentos;
 Dor, Edema e Limitação da ADM;
 Sinal de Gaveta Anterior.

Prevenção e recuperação:

 Manter o equilíbrio de força e flexibilidade muscular;


 Manter exercícios proprioceptivos;
 Escolher o protocolo a ser aplicado : “Cada caso um caso”.
 Interagir em equipe multidisciplinar desde o P.O.

4- LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR

 Maior incidência em acidentes automobilísticos;


 Lesão isolada = Tratamento conservador;
 Hiperflexão do joelho como sinal da ruptura;
 Teste de Gaveta Posterior;
 Fortalecimento do quadríceps para minimizar a gaveta posterior;
 Fisioterapia + Preparação Física
Obs: tratamento conservador tem muito resultado, então um paciente apenas com
lesão de ligamento cruzado posterior não há necessidade de tratamento cirúrgico.

5- LIGAMENTOS COLATERAIS
 Mecanismos de trauma: Impacto lateral no joelho, forçando varo ou valgo;
 Esportes de contato;
 > colateral medial e associado ao trauma do menisco medial;
 83% das forças resistidas pelos LC Medial e Lateral;
 Tratamento APENAS conservador: Imobilização + Fisioterapia (eletro para
cicatraizar e diminuir a inflamação e depois tratar o MMII)+ Preparação Física.

6- LESÕES MENISCAIS
 Principal lesão do joelho em números;
 10x + Menisco medial (Ligamento Colateral Medial);
 Entorses e impactos como mecanismo de trauma;
 Dor, edema, falha ou bloqueio na articulação;
 Tratamento: Médico / Fisioterapia / Preparação Física;
 1 a 3 meses de protocolo fisioterápico.
OUTRAS LESÕES DO JOELHO NO ESPORTE

- Doença de Osgoog-Schlatter, com avulsão da Tuberosidade Tibial, Fratura do Platô Tibial,


Luxação Femuro-tibial, Ruptura do Quadríceps suprapatelar, Fratura por Stress da Tíbia.

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