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DISFUNÇÃO PATELOFEMORAL

Hellen Poeck
ANATOMIA

O joelho é uma articulação completa e complexa, exposta


constantemente à ação do peso corporal. Com isso, depende
da relação entre a sua anatomia óssea, atividade muscular e
ligamentar para a sua estabilidade. Possui dois graus de
movimento, a flexão-extensão e a rotação com o joelho a 90º.

O joelho é a maior e mais complexa das articulações do corpo


humano. É formado por duas articulações, a femorotibial e a
femoropatelar, dentro de uma bolsa articular.

O joelho possui músculos acessórios (gastrocnêmio, poplíteo e


sartório) e os que atuam diretamente nessa articulação (quadíceps
femoral, ísquio-sural, grácil, tensor da fáscia lata).
DPF
A disfunção femoropatelar é uma das desordens musculoesqueléticas mais frequentes no joelho.

Essa disfunção ocorre devido a ação compressiva


anormal repetida sobre a cartilagem articular. Esta
compressão anormal é derivada da não congruência e da
diminuição da área de contato da articulação
patelofemoral (APF) quando uma subluxação ou
deslocamento patelar for causado por um mau
relacionamento anatômico ou biomecânico.
Mecanismo da lesão
A principal estrutura responsável por ativar as forças exercidas na patela é o músculo quadríceps da coxa, que
tem como função controlar a posição da patela em relação à tróclea, por meio das fibras oblíquas de suas
porções medial e lateral, sendo os músculos: vasto medial (VM) e vasto lateral (VL).

O músculo vasto medial lateral (VML) se insere num ângulo de 15º em relação ao eixo longitudinal do fêmur,
exercendo pouca ou nenhuma tração para o adequado posicionamento da patela, e o músculo vasto medial
oblíquo (VMO), que se origina principalmente do tendão do músculo adutor magno e seinsere num ângulo de
50-55º no eixo longitudinal do fêmur, sendo considerado o principal estabilizador dinâmico medial da articulação
femoropatelar.

O músculo vasto medial lateral (VML) se insere num ângulo de 15º em relação ao eixo longitudinal do fêmur,
exercendo pouca ou nenhuma tração para o adequado posicionamento da patela, e o músculo vasto medial
oblíquo (VMO), que se origina principalmente do tendão do músculo adutor magno e seinsere num ângulo de
50-55º no eixo longitudinal do fêmur, sendo considerado o principal estabilizador dinâmico medial da articulação
femoropatelar.
Mecanismo da lesão
A força exercida pelo músculo VLO está relacionada ao tracto iliotibial e ao retináculo lateral, podendo ser
capaz de alterar o equilíbrio normal da patela, gerando assim tensão excessiva nessas estruturas e podendo
desencadear um quadro de dor e mau alinhamento patelar. O início retardado e a diminuição na magnitude de
ativação do VMO em relação ao VL levam a um movimento lateral anormal e o aumento na pressão de contato
femoropatelar é resultante da patologia na cartilagem articular. A redução da capacidade de produção de força
dos músculos VMO ou a alteração no controle motor dos músculos VMO e VL são propostas como possíveis
causas de desequilíbrio (4).

O desequilíbrio dos estabilizadores dinâmicos está relacionado com as forças entre os músculos vasto medial
oblíquo (VMO) e vasto lateral (VL), principais estabilizadores dinâmicos da patela, sendo esse desequilíbrio
considerado o fator primordial para o surgimento dos sintomas, o que, no entanto, altera a cinemática patelar e
contribui para o aumento das forças de reação e compressão femoropatelares.

O desalinhamento do mecanismo extensor é uma característica muito comum dessa patologia, promovendo
atrofia e diminuição da força do músculo vasto medial e desequilíbrio entre os componentes laterais e mediais
do quadríceps.
Sinais e sintomas

 Dor difusa na face anterior do joelho, normalmente ao longo do aspecto medial da patela
 Crepitação patelar
 Edema
 Bloqueio articular 

Nas alterações estáticas, alguns autores apontam anormalidades como o mau alinhamento patelar, o aumento do
ângulo Q, a patela alta ou baixa, a pronação subtalar excessiva, a rotação lateral da tíbia, a anteversão femoral,
os joelhos valgos ou varos e o encurtamento do retináculo lateral, dos músculos isquiotibiais e do tracto iliotibial.
Dessa forma,um comportamento inadequado da patela pode causar dor na região anterior do joelho.
Etiologia
Relatam que a incidência da disfunção patelofemoral aumenta conforme a faixa etária, com maior frequência
em pacientes do sexo feminino com obesidade associada.

O acometimento da SDPF em mulheres está relacionado a


características biomecânicas, visto que possuem a pelve mais
larga, rotação interna do fêmur e joelho valgo, o que, por
conseguinte, gera uma distribuição anormal da força de pressão
na articulação patelofemoral, desencadeando assim, dor e
degeneração articular
Etiologia

Embora os fatores etiológicos da SDFP não sejam


bem estabelecidos, as alterações biomecânicas do
membro inferior são apontadas como a principal
causa

Outros fatores como instabilidade, fratura, subluxação patelar,


aumento do ângulo do quadríceps (ângulo Q), músculo vasto medial
ineficiente, mau alinhamento pós-traumático, síndrome da pressão
lateral excessiva e lesão do ligamento cruzado posterior podem
aumentar a incidência. 
Diagnóstico

 Escala de Lysholm
 Radiografias (ântero-posterior, perfil e axial)
 Teste de compressão e apreensão
 Inspeção e palpação
Tratamento

 Exercícios
Fortalecimento muscular baseado no reequilíbrio do VMO e VL poderia reduzir o desconforto nos pacientes
portadores da Síndrome do Desconforto Patelofemoral (SDPF), o que corrobora com os resultados de Cabral,
onde demonstraram que o tratamento baseado no fortalecimento do quadríceps possibilita melhora dos sinais
e sintomas apresentados pelos pacientes. 

 Eletroterapia
A utilização da "corrente russa" associada a exercícios resistidos em pacientes com disfunção femoropatelar
(DFP), proporciona ganho de força e consequentemente alivio da dor.

 Indicações Cirúrgicas
Utilizamos essa técnica em paciente com instabilidade lateral recorrente da patela refratários ao
tratamento conservador por pelo menos 03 meses e que apresentam insuficiência do LFPM no exame
físico.
Tratamento
Cirurgia
Referências

https://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/32/111
__Joelho_revisYo_de_aspectos_pertinentes_Y_Fisioterapia.pdf

https://www.scielo.br/j/aob/a/JS9SFmQf8SxGCNzHhqBxpkr/?lang=pt

https://www.scielo.br/j/fm/a/B8n3RVNYpBcprtQf5dC33vP/?lang=pt

https://periodicos.unifor.br/RBPS/article/viewFile/2044/2338

https://www.youtube.com/watch?v=SxPVo-HtAcQ

https://www.youtube.com/watch?v=nkLtxVQCCLc&t=9s
https://
www.ortesp.com.br/artigos-e-entrevistas-drcaetano/correcao-cirurgica-da-instabilidade-femoropatelar-com-a-te
cnica-de-reconstrucao-do-ligamento-patelofemoral-medial
https://www.youtube.com/watch?v=80cca_759t0

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