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Síndrome do Impacto

Subacromial
Apresentação de caso clínico
Liga Acadêmica de Ortopedia e Traumatologia
ANATOMIA DO ESPAÇO SUBACROMIAL

- Delimitado inferiormente pela cabeça umeral e superiormente pelo


ligamento coracoacromial, processo coracoide e acrômio da escápula
- Estruturas incluídas no espaço: bursa subacromial, tendões do
manguito rotador (tendão do supraespinhal), cabeça longa do bíceps e
ligamento coracoacromial
A síndrome do impacto, segundo a clássica definição de Neer, é dividida em três fases:

- Síndrome clínica mais atribuída a pacientes com dor


no ombro;
Fase I – dor aguda e início súbito, de - Quaisquer alterações por trauma ou degeneração
tratamento exclusivamente conservador; podem levar a síndrome;
- Teoria da compressão extrínseca X Teoria da
Fase II – caracterizada pela dor crônica e degeneração intrínseca;
resposta favorável ao tratamento
- Diagnóstico feito com base na história clínica e
conservador, em 70% dos casos, e
subdividida em fases IIA, sem ruptura de exame físico;
tendão, e IIB, com ruptura parcial; - Dor na região ântero lateral do ombro;
- O paciente se encontra com limitação antálgica nos
Fase III – ruptura completa de um ou mais movimentos entre 70º e 120°.
tendões, freqüentemente requerendo - Anatomicamente, existe bursite crônica e lesão
tratamento cirúrgico.
parcial do tendão SE, ou lesão completa do SE com
variados graus de lesão associada do MR.
- Fatores de exacerbação para dor.
Teste de Neer e teste de Hawkins- Kennedy

Um resultado
positivo para teste
de impacto de Neer Teste de
é indicado por dor e impacto de
seu resultado em
expressão facial, Hawkins-Kennedy
quando o braço é demonstra o sinal
flexionado de impacto,
forçadamente para
frente pelo rodando
examinador, forçadamente e
comprimindo a medialmente o
tuberosidade maior
contra a superfície úmero proximal,
anteroinferior do quando o braço é
acrômio. fletido à frente a
90°.
CASO CLÍNICO

Paciente: João Silva Idade: 42 anos Sexo: Masculino Profissão: Pintor

Queixa Principal: Dor no ombro direito há 3 semanas, que piora com a elevação do braço.

História da Doença: O paciente, João Silva, é um pintor de 42 anos que se apresentou à clínica com
queixa de dor no ombro direito. Ele relata que a dor começou há cerca de 3 semanas e tem piorado
progressivamente. Ele nota que a dor é mais intensa quando tenta elevar o braço direito,
especialmente acima do nível dos ombros. A dor também é sentida durante a noite e, ocasionalmente,
irradia para o braço.

História Pregressa: João não possui histórico médico significativo. Ele não tem histórico de lesões no
ombro ou em outras partes do corpo. Ele pratica atividades físicas leves, como caminhadas
ocasionais, mas não pratica esportes de alta intensidade. Ele é fumante ocasional e não faz uso
regular de medicamentos.
Exame Físico: No exame físico, o examinador observa que João tem uma leve limitação na amplitude
de movimento do ombro direito. Ele demonstra desconforto ao tentar elevar o braço além de 90 graus.
A palpação da região anterior do ombro revela sensibilidade localizada. Não há sinais de edema,
vermelhidão ou deformidades aparentes.

Teste de Neer: Para avaliar a possível causa da dor no ombro direito, o examinador realiza o teste de
Neer.

Resultado do Teste de Neer: O teste de Neer é positivo para reprodução da dor quando o braço
direito de João é elevado anteriormente.
Diagnóstico Presuntivo: Com base na história clínica, exame físico e no resultado positivo do teste de Neer,
o examinador suspeita de uma possível síndrome do impacto no ombro direito, também conhecida como
tendinite do manguito rotador. Essa condição envolve a inflamação ou irritação dos tendões do manguito
rotador devido ao atrito entre os tendões e as estruturas ósseas do ombro durante a elevação do braço.

Encaminhamento e Tratamento: O paciente é encaminhado para um especialista em ortopedia para


avaliação mais detalhada e confirmação do diagnóstico. O tratamento pode incluir fisioterapia para
fortalecimento dos músculos do manguito rotador, modificações nas atividades que exacerbam os sintomas,
uso de medicamentos anti-inflamatórios e, em casos mais graves, consideração de intervenção cirúrgica.

Observações Finais: Este caso clínico ilustra a importância do teste de Neer na avaliação de pacientes com
dor no ombro e suspeita de síndrome do impacto do manguito rotador. O teste de Neer auxilia os profissionais
de saúde a identificar a causa subjacente da dor no ombro e a direcionar o tratamento adequado para aliviar
os sintomas do paciente.
TRATAMENTO CONSERVADOR
No tratamento da síndrome do impacto do ombro, a Fisioterapia atua com
diversas modalidades, tais como a eletroterapia (tens, ultrassom, laser),
termoterapia, terapia manual e exercícios terapêuticos. Magee et al (2013)
diz que a terapia manual, incluindo a mobilização e manipulação, também
são utilizadas neste tratamento.

O presente artigo mostrou que a paciente apresentava pouco edema na


região, porém, encontrava-se com muita dor, inflamação, limitação na
amplitude de movimento e fraqueza muscular.

Para a redução da dor, edema e inflamação, utilizou-se recursos como


Ultrassom (US), TENS convencional, dry needling, técnica de
ventosaterapia, kinesio taping, terapia manual e o uso da crioterapia.
Rocha (2003), diz que o ultrassom é um recurso eletro-físico mais
utilizado no tratamento para tratar a dor, a inflamação, danos
musculoesqueléticos e promove a cicatrização dos tecidos superficiais.
TRATAMENTO CIRÚRGICO
- Indicado para pacientes que já passaram pelo tratamento conservador
- O tratamento cirúrgico clássico proposto por Neer é o de uma acromioplastia ântero- inferior,
através de acesso cirúrgico aberto
- Há cinco anos, a cirurgia artroscópica é a mais utilizada para a descompressão acromial
(preservação da inserção do músculo deltóide no acrômio, avaliação da articulação
glenoumeral, melhor recuperação e estética)
Utilizamos a classificação da UCLA, que prevê escore máximo
de 35 pontos e determina como resultados excelentes.
aqueles com 34-35 pontos. Para o resultado bom, os valores
são de 28-33 pontos; para os razoáveis, de 21-27 pontos; e os
maus resultados se situam na faixa de zero a 20 pontos.
Nossos resultados se situam na faixa de excelentes em 33
pacientes (50,8%) e bons em 26 casos (40,0%), totalizando
90,8% de excelentes e bons resultados. O alívio da dor
(grande referência para os resultados) foi observado em
97% dos pacientes.

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