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História Clínica  Lombociatalgia

Carlos Pereira Castro, 72 anos, obeso, Lombalgia


hipertenso e diabético em tratamento Definição: desconforto localizado entre a
regular, chega ao pronto socorro com queixa margem costal e a prega glútea inferior, com
de dor nas costas, de início súbito há cerca ou sem irradiação para a perna. Irradiação
de duas semanas, com piora progressiva. ocorre em 60% dos casos.

História da doença atual Epidemiologia: mais comum no sexo


A dor dura 2 semanas. Piora com o feminino entre 40 e 69 anos.
movimento e melhora com repouso
Etiologia: inespecífica em 90% dos casos,
(mecânica), de intensidade 6/10, contínua,
mas pode ser específica, devido à hérnia de
localizada em topografia lombar. Não
disco e estenose do canal medular em 3-4%.
horário que piora. Tomou dipirona e
paracetamol. Padrão de dor: mista = nociceptiva +
neuropática.
Antecedentes Patológicos
 Diabético, hipertenso e obeso. História natural: autolimitada em 90% e
 Nega alergias, cirurgias e transfusões. cronifica em 40%. Tratar os agudos para não
virarem crônicos.
Hábitos de Vida
 Nega etilismo e tabagismo. Sedentário. Fatores de risco: trabalho, estilo de vida,
Exame Físico tabagismo, obesidade e sintomas
depressivos.
 Fazer teste de Lasègue.
O teste é composto por duas etapas:  Exame físico:
primeiramente o paciente em decúbito  Principais músculos atingidos:
dorsal, eleva-se o membro com o joelho em paravertebrais, quadrado lombar,
extensão até o paciente apresentar dor, por piriforme, iliopsoas, glúteos máximo,
volta de 70° por tensão do ciático, quando médio e mínimo.
então se flete o quadril e o joelho lentamente
 Exame neurológico:
pata afastar dor ppor patologia do quadril.
 Motricidade.
 Sensibilidade tátil, térmica, vibratória e
dolorosa.
 Reflexos tendíneos profundos do tendão
patelar (L4) e de Aquiles.
 Hiperalgesia: dor exagerada
(desproporcional) a um estímulo
habitualmente doloroso.
 Hiperpatia: reação exagerada aos
estímulos álgicos intensos ou repetitivos
aplicados em regiões hipoestésicas.
 Alodínea: dor devido a um estímulo que
normalmente não provoca dor.
 Red Flags
Indicadores de investigação por meio de
exames de imagem e usados para excluir
fraturas, infecções, tumores e a síndrome da
cauda equina

- Perda de peso sem explicação;

- Anestesia em sela;

- História prévia de câncer;

- Alterações urinárias;
Hipótese Diagnóstica
- Dor noturna;

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- Uso de drogas injetáveis; Adendos
- Mais de 50 anos de idade;  Anatomia do nervo ciático:
O nervo ciático, também conhecido como
- Alterações neurológicas progressivas; nervo isquiático, é o maior nervo do corpo
humano e deriva do plexo sacral. Ele se
- Trauma; origina dos ramos anteriores dos nervos
- Febre; espinais lombares inferiores (L4-L5) e sacrais
superiores (S1, S2, S3). Ele contém fibras das
- Uso de corticosteroides sistêmicos. divisões anterior e posterior desses nervos
espinais.
Conduta
 AINEs (cuidado com os pacientes idosos
e com problemas renais).
 Relaxante muscular:
Antiespásticos: baclofeno e tizanidina 
melhoram a hipertonicidade muscular,
espasticidade e movimentos involuntários.

 Antiespasmódicos: ciclobenzaprina e
carisoprodol  são indicados para dores
musculoesqueléticas.
 Mais usado e pesquisado:
ciclobenzaprina (MIOSAN®).
 Tratamento cirúrgico:
 Doença degenerativa discal: artrodese
em pacientes com diagnóstico de dor
lombar aguda discogênica. Mas
melhores efeitos em pacientes com dor
crônica, faz mais sentido tentar neles.
O nervo ciático surge da região
 Estenose de canal vertebral: geralmente lombossacral. Ele desce através da face
faz a cirurgia, mas há mais posterior da coxa. Antes de entrar na fossa
complicações do que quem não faz, poplítea, o nervo termina dividindo-se em
portanto deve-se atentar a indicação. dois grandes ramos terminais: o nervo tibial
 Bolsa de água quente: relaxamento e o nervo fibular (peronial) comum.
muscular.
Nesse caso, a professora pediu para revisar
as marchas:

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1- Ao avaliar um quadro de lombociatalgia E) As alterações estruturais e funcionais no
com hérnia discal não decorrente de membro inferior ocorrem em razão do
traumas entre biblioteconomistas, o médico comprometimento das raízes nervosas.
do trabalho poderá considerar como Nesse nível, os músculos quadríceps femoral,
parâmetro os paradigmas de Krawciw bíceps femoral, semitendinoso,
(2008) e indicar como explicação de causa semimembranoso, tríceps sural e adutores
a do quadril são atingidos.
A) lesão por trauma acumulativo dos discos
e estruturas musculoligamentares por 3- Uma paciente de 38 anos de idade,
trabalhar sentado em boas condições servidora pública estadual, queixa-se de dor
ergonômicas. lombar que vai para a nádega direita há
B) compressão mecânica aumentada por cerca de 15 dias. Segundo relato da paciente,
conta de variação nos torques impostos à a dor apareceu de forma crônica, associada
coluna vertebral se o trabalhador é obeso. à longa jornada de trabalho sentada em má
C) questão biopsicossocial relacionada a posição. Achados do exame físico:
pessoa em litígio nas relações de trabalho ➢ Postura levemente fletida para frente;
pela contração estática e acúmulo de ácido ➢ Dor à palpação na transição lombossacra;
lático. ➢ Diminuição do reflexo patelar e aquileu à
D) lesão aguda dos músculos, fáscias e direita;
apófises articulares na torção muscular em
➢ Teste de força muscular alterado pela dor;
esforços excêntricos e com precaução.
➢ Lasègue +;
E) variação da estrutura funcional da coluna
➢ Teste repetitivo mecânico da coluna:
com desequilíbrio entre a ação dos diversos
flexão do tronco aumenta a dor lombar, que
músculos com sobrecarga assimétrica.
irradia para a nádega direita; extensão do
tronco aumenta a dor lombar, que
2- Paciente com diagnóstico de hérnia discal
centraliza.
protusa posteriormente à direita em L4/L5 e
Achados da ressonância magnética da
L5/S1 apresenta diminuição do trofismo,
coluna lombossacra: protusão discal na
tônus e força muscular no membro inferior
transição L5/S1.
direito. Há incapacidade para elevar o
Com base no caso clínico apresentado e nos
membro inferior em extensão no decúbito
conhecimentos correlatos, assinale a
dorsal, e a deambulação é feita de forma
alternativa correta.
antálgica, com o tronco levemente fletido à
A) Caso a paciente participasse de
frente.
programas de exercícios laborais, não teria
Considerando esse caso clínico e os
desenvolvido a afecção relatada, pois a força
conhecimentos correlatos, assinale a
muscular e flexibilidade desenvolvidas
alternativa correta.
limitariam completamente os efeitos da má
A) O deslocamento da coluna vertebral em
postura ao sentar.
extensão provoca o deslocamento do núcleo
B) Para alívio dos sintomas, além do
pulposo no sentido anterior.
afastamento imediato das atividades
B) A incapacidade de elevar o membro
laborais, a paciente deverá ser submetida a
inferior não possui relação com a coluna,
sessões de acupuntura, massagem,
pois essa ação é exclusiva do músculo reto
alongamentos e fortalecimento abdominal.
femoral.
Ainda assim, os achados da ressonância
C) A posição de pé gera menor sobrecarga
indicam um péssimo prognóstico.
lombar do que o decúbito dorsal.
C) É papel do Fisioterapeuta diagnosticar a
D) No caso desse paciente, exercícios na
patologia da paciente e promover o
posição sentada serão os mais efetivos, pois
afastamento imediato deste das atividades
gerarão menor sobrecarga lombar.
ocupacionais.

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D) Uma estratégia efetiva para a prevenção D) Regulação para internação hospitalar
do aparecimento de sintomas e que pode ser para realização de litotripsia.
indicada à paciente é a utilização de um rolo
lombar para melhorar o posicionamento do 6 - 2020 UFF
segmento, somada à adaptação do Mulher, 60 anos, apresenta dorsalgia
ambiente de trabalho e a exercícios persistente, com sensibilidade à palpação
posturais e laborais. local e progressão para paraparesia.
E) Apesar do relato da paciente, a afecção Ressonância magnética da coluna dorsal
apresentada é uma consequência das revela massa sólida no corpo da 7ª vértebra
alterações posturais encontradas. dorsal com extensão aos pedículos,
determinando compressão medular e sem
4- Secretária com diagnóstico de hérnia evidência de envolvimento discal. O
discal em coluna lombar há dois meses, com diagnóstico principal para esse caso é de
intensa dor, de início súbito. É incomum A) metástase.
A) a hérnia de disco lombar estar associada B) tuberculose.
com dor lombar e ciática aguda e intensa. C) espondilodiscite aguda.
B) o disco herniado evoluir, com o tempo, D) hérnia discal.
para um processo degenerativo. E) fratura vertebral.
C) a dor irradiar-se à região glútea, à parte
posterior da coxa, em direção à raiz poplítea. 7 abe- 2020 PMFI
D) alterações da sensibilidade inexistirem. Homem de 55 anos, com doença
E) espasmos dos músculos paravertebrais degenerativa da coluna vertebral, apresenta
ocorrerem. quadro recorrente de dor lombar intensa,
incapacitante, com irradiação para região
5- 2020 USP - RP posterolateral da coxa e perna direita,
Mulher de 35 anos com quadro de dor associado a déficits sensitivos no hálux e
lombar esquerda aos esforços e com dorso do pé direito, e fraqueza motora
irradiação para a região glútea e membro envolvendo os músculos tibial anterior e
inferior esquerdo há 5 dias. Nega extensor longo do hálux. Foi solicitado exame
antecedente pessoal de litíase urinária e de imagem da coluna vertebral para estudo
refere história familiar (irmão do avô diagnóstico. Diante da história e
paterno). Refere parestesia intermitente. apresentação clínica, qual a opção
Procurou UPA onde solicitaram exame de terapêutica mais apropriada para este
urina e ultrassom. O exame de urina paciente?
evidenciou densidade de 1030, pH de 8,0, A) Instrumentação e artrodese da coluna
leucócitos de 5 por campo, hemácias de 5 lombar.
por campo e presença de cristais. Ultrassom B) Fisioterapia, analgésicos e esteroides por
evidenciou imagem de 0,3 cm no cálice via oral.
inferior, sem sombra acústica posterior, C) Repouso por 4 a 8 semanas, analgésicos e
interrogando cálculo urinário e ausência de relaxante muscular.
dilatação no trato urinário. Após prescrever D) Repouso por 4 semanas, analgésicos e
analgesia adequada, qual a melhor injeção epidural de esteroides.
conduta?
A) Referenciar para ortopedia para 8- Homem de 42 anos de idade com
tratamento da lombalgia. antecedente de hipertensão arterial
B) Referenciar para urologia para apresenta dor lombar crônica há 5 anos,
tratamento da litíase. após levantar peso no ambiente de trabalho.
C) Regulação para realização de No episódio inicial apresentou dor intensa e
ressonância nuclear magnética. súbita associada à limitação de movimentos

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que levou a afastamento do trabalho por um B) O quadro decorre de hérnia discal e deve
período de 10 dias. ser prescrito anti-inflamatório hormonal
Voltou a trabalhar, porém, manteve dor intramuscular associado à fisioterapia.
lombar contínua, de intensidade leve a C) O quadro é de lombalgia mecânica, o
moderada com irradiação para ambas as tratamento precisa de otimização e pode ser
coxas de forma difusa e piora com esforços. radiografada a coluna, sem a necessidade
Vários período de afastamento laboral desde de outras avaliações.
então, sempre com manutenção das D) Deve-se tranquilizar D. Sophia quanto a
queixas. benignidade do quadro, embora de difícil
Há 6 meses refere dor moderada a intensa tratamento, e otimizar o tratamento
com irradiação para ambos os membros conservador na unidade de saúde.
inferiores e grande limitação para atividades E) Deve-se solicitar a radiografia de coluna e
diárias sem qualquer melhora com uso de referenciar a paciente para investigação
anti-inflamatórios ou analgésicos. Faz uso complementar.
eventual de tramadol, porém nega melhora
significativa. 10- A Hérnia de Disco é mais frequente na
Nega febre ou perda de peso. O exame região lombar, embora possa ser uma
clínico é normal exceto por dor à flexão e afecção que pode ocorrer em qualquer lugar
extensão lombar. O exame neurológico é da coluna vertebral. Assinale a incorreta:
normal. Exame de RNM realizado há 2 meses A) A hérnia de Disco é na verdade uma
com desidratação discal L4-L5 e L5- combinação de fatores biomecânicos,
S1.Discretas protusões discais nestes níveis alterações degenerativas do disco e
sem conflito radicular. situações que levam a aumento de pressão
sobre o disco;
Qual é a hipótese diagnóstica? B) O diagnóstico da hérnia discal é feito única
A) Lombalgia mecânica comum e fundamentalmente por imagem e
B) Estenose do canal lombar eletrodiagnóstico;
C) Espondilite anquilosante C) No diagnóstico diferencial devemos incluir
D) Hérnia discal doenças neurológicas e tumores do sistema
nervoso;
D) O quadro clínico varia, dependendo da
9- Sophia tem 55 anos, é mãe de 2 filhos localização da hérnia, compreendendo
adultos e casados, tem 5 netos e é frentista. desde os casos de hérnias laterais com
Iniciou com dor lombar localizada há 5 compressão do nervo intercostal até
meses. Veio à unidade de saúde e foi tratada quadros de hérnias centrais com quadro de
com Ibuprofeno em dose adequada e mielopatia ou hérnias centrolaterais com
fisioterapia. Retorna hoje com persistência e quadro clínico de milopatia e dor radicular.
piora da dor que a acorda de madrugada.
Sente também parestesias em região 11- A dor lombar, ou lombalgia, acompanha
perineal. o homem desde que este assumiu a postura
ereta. A esse respeito assinale a incorreta:
Sobre o caso, assinale a alternativa A) São fatores que contribuem para um
CORRETA quanto à conduta na Atenção aumento na prevalência desse sintoma,
Primária à Saúde. entre eles o estilo de vida urbano sedentário,
a obesidade, as novas exigências do
A) O quadro é de lombalgia mecânica e deve trabalho, o aumento da sobrevida média da
ser prescrito analgésico opioide por via oral, população e as alterações degenerativas;
além de terapias complementares como
acupuntura.

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B) A dor lombar é uma das queixas mais
comuns da prática clínica, sendo apenas
menos frequente que os problemas
respiratórios como causa de consultas
médicas;
C) Ocorre em apenas 10% dos indivíduos em
algum momento de suas vidas, e estima-se
que 7% da população adulta, irá consultar
por este sintoma no período de um ano;
D) Afeta igualmente homens e mulheres,
sejam eles trabalhadores braçais ou
intelectuais.

12- A hérnia discal é caracterizada pela saída


do núcleo pulposa para fora dos limites do
disco intervertebral. Apresenta maior
incidência entre indivíduos que executam
atividades pesadas ou trabalham em
posturas que implicam flexão do tronco
prolongada ou repetida. As localizações
mais frequentes são:
a) S1, L4 e L5
b) L1, L2 e L3
c) L3, L4 e L5
d) T12, L1, L2

1- D
2- A
3- D
4- D
5- A
6- A
7- A
8- A
9- E
10- B
11- C
12- A

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História Clínica  Anti-inflamatórios não esteroidais são o
Josefa da Silva Andrade, 58 anos, chega ao tratamento de primeira linha.
pronto socorro com queixa de dor no peito,  Definição
de início há cerca de 5 dias, com piora há 3 A costocondrite é uma inflamação de ≥1
horas. Refere temer estar infartando, porque cartilagens costais. É uma doença
seus pais morreram disso e ela presenciou os autolimitada que tipicamente manifesta-se
sintomas semelhantes. Refere ser hipertensa com início insidioso de dor e sensibilidade em
e diabética em tratamento regular. torno da segunda à quinta articulação
costocondral.
Diagnóstico Diferencial: Infarto
Agudo do Miocárdio  Fatores de risco:
Os estudos mostram uma maior prevalência
 Solicitar enzimas cardíacas: nas mulheres do que em homens (70%
CK: enzima que consiste em 3 frações. CK- versus 30%). Além do sexo feminino, uma
BB (cérebro), CK-MB (coração) e CK-MM história de microtraumas, etnia hispânica e
(musculoesquelético). idade maior que 40 anos também são
CKMB: fração miocárdica associada ao fatores de risco.
infarto. Pode ser usada para a estimativa do  Etiologia:
tamanho do infarto. Começa a aumentar de A causa da costocondrite ainda não está
4 a 6 horas após o infarto, porém não está bem definida. Como descrito anteriormente,
elevada em todos os pacientes até cerca de pequenos traumas repetitivos podem ser a
12 horas. Retornam ao valor basal em 36 a 48 causa mais provável (por exemplo, exercício
horas. extenuante, carregar peso, tosse
Troponina: pode persistir elevada de 10 a 14 persistente). Infecção bacteriana ou fúngica
dias. Fração I mais específica para o pode ser encontrada em
miocárdio. São proteínas reguladoras da pacientes submetidos a cirurgia torácica ou
interação entre a actina e a miosina, usuários de droga endovenosa.
mediada por cálcio. A costocondrite também pode estar
 Exame da paciente do caso associada a doenças como artrite
- CK 40 mg/dL;
reumatoide e espodiloartrites. Alguns relatos
- CK-MB 2 mg/dL (até 5); de casos descreveram costocondrite em
paciente com deficiência de vitamina D com
- Troponina 0,01 mg/dL (< 0,01). resolução do quadro após sua reposição.
Logo, NÃO ERA IAM.  Diagnóstico diferencial: outras doenças
podem causar dores localizadas na
Hipótese Diagnóstica região anterior do tórax e devem ser
 Costocondrite pensadas como diagnóstico diferencial.
Costocondrite Elas incluem:
A costocondrite apresenta-se com início  Síndrome de Tietze.
insidioso de dor na parede torácica anterior,  Dor miofascial Infarto.
exacerbada por certos movimentos do tórax
 Agudo do Miocárdio.
e inspiração profunda.
 Pericardite.
Um sinal característico é a dor à palpação  Policondrite.
das articulações costocondrais  Fibromialgia.
(especialmente da segunda à quinta).
Conduta
 Diagnóstico clínico. Apesar da maioria dos casos de
 Testes usados para descartar condições costocondrite ser autolimitada, há quase
com apresentação semelhante. sempre a necessidade de tratamento
medicamento para redução da inflamação e
consequente alívio da dor. A droga mais
amplamente utilizada é o anti-inflamatório

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(por exemplo ibuprofeno, naproxeno e
cetoprofeno).

Em casos de refratariedade, medicamentos


de origem opioide podem ser necessários,
como codeína, tramadol ou oxicodona.
Enquanto nos casos mais persistentes,
medicamentos usados no tratamento de dor
crônica como anti-depressivos e anti-
convulsivantes podem ser utilizados (ex.
amitriptilina e gabapentina,
respectivamente)

 Infiltração com corticosteroides:


 Uso de betametasona.
 Diminuir a inflamação.

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1- Certa idosa de 70 anos de idade é levada rotação do pescoço, inclui-se entre os
ao consultório médico por familiares, com diagnósticos diferenciais da dor torácica.
relato de dor no peito há oito horas. Quanto
a comorbidades, ela apresenta hipertensão 3- Sobre a assistência de enfermagem no
arterial sistêmica e insuficiência cardíaca. cuidado ao paciente com infarto agudo do
Estava em casa assistindo à televisão miocárdio, julgue a assertiva abaixo:
quando sentiu uma dor súbita no peito, de ( ) A dor ou o desconforto torácico podem
moderada intensidade, que piora com a não refletir a isquemia miocárdica. Quando
inspiração profunda, irradiando para o o paciente refere dor torácica, o enfermeiro
dorso, em queimação e associada a faz perguntas para ajudar a distinguir de
palpitações e a falta de ar importante, outros eventos os sintomas torácicos
mesmo em repouso. Nega náuseas e relacionados com o coração. Algumas
sudorese. Não melhora após tomar dipirona. doenças como a pneumonia, embolia
A dor continua da mesma forma, mas o que pulmonar, hérnia de hiato, espasmo ou
levou os familiares a procurarem esofagite por refluxo, ansiedade, distúrbio do
atendimento foi a piora da falta de ar. Faz pânico e costocondrite são exemplos desses
uso de losartana, atenolol, espironolactona, eventos.
AAS e sinvastatina. Nega etilismo e informa
que tinha o hábito de tabagismo, mas parou
há mais de 10 anos. Tem histórico anterior de
cirurgia de artroplastia de quadril há mais de
1- Falso
um ano. Tem ficado muito tempo em
repouso, assistindo à TV, principalmente 2- Falso
depois da pandemia de Covid-19. Ao exame
físico, constatam-se PA = 89 mmHg x 59 3- Verdadeiro
mmHg, FC = 125 bpm, FR = 27 ipm e SatO2 =
Obs: colocamos essas questões só pra não
89% em ar ambiente. A paciente está afebril,
ficar sem nada, pois esse conteúdo é sem pé,
em estado geral regular, lúcida, orientada e
nem cabeça
comunicativa. As auscultas pulmonar e
cardíaca mostram-se sem alterações.
Observam-se abdome inocente, membros
inferiores com cacifo + discreto e simétrico,
panturrilhas livres e pulsos preservados. A
paciente realiza o eletrocardiograma e a
tomografia de tórax, conforme representado
nas imagens a seguir.

Com base nesse caso clínico, nos exames


representados nas imagens e nos
conhecimentos médicos correlatos, julgue o
item a seguir.

( ) Uma hipótese provável para esse caso é


a costocondrite que deve ser considerada na
investigação inicial dessa paciente.

2- A respeito da dor torácica, queixa comum


nos serviços de urgência e emergência,
julgue o item a seguir.

( ) A costocondrite, caracterizada por dor


de início súbito e fugaz e reproduzida pela

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História Clínica  Comprometimento de 1°
Raimundo Oliveira Matos, 68 anos, chega ao metatardofalagiana de modo unilateral.
ambulatório de clínica médica, com queixa  Comprometimento tarsal unilateral.
de dor em ambos os lados (joelhos) e me  Suspeita de presença de tofos.
primeiro pododáctilo à esquerda, que iniciou  Hiperuricemia.
há 10 dias com piora há 2 dias. Edema 3+/4+
 Edema articular assimétrico visto aos
no pododáctilo com hiperemia.
raios X.
Achados importantes  Cistos subcondrais sem erosões vistos
 Paciente é etilista. aos raios X.
 Quadro muito característico de GOTA.  Cultura negativa na vigência de crise.
 Solicitada ácido úrico 9,6 (até 7,2).
Hipótese Diagnóstica  Conduta
 Gota - Aines
Gota  Mais usados na artrite gotosa aguda.
Doença articular inflamatória, causada pelo  Devem ser usados em dose plena.
depósito de cristais de monourato de sódio
 Devem ser mantidos por pelo menos 48
no tecido articular e periarticular, ligada ao
horas.
aumento da concentração sérica de ácido
úrico (hiperuricemia).  Depois da crise manter por 5 a 7 dias.
 Tem ação na reação inflamatória da
Acomete predominantemente homens de gota.
meia-idade, a partir de 5° década, mas após  AAS não indicado. Se o paciente já usar
a 6° década há igualdade entre os sexos. para doenças cardiovasculares, não
Gota aguda intermitente, em que há precisa suspender.
episódio de dor aguda, intensa, com pico
entre 12 e 48 horas, monoarticular (em geral, - Colchicina:
1° metatarsofalangiana – podagra – ou
pequenas articulações de antepé, tornozelo,  Tratamento da crise.
calcanhar e joelho), com sintomas gerais  Promove alívio da dor em 48 horas.
(febre, calafrios e mal-estar) e eritema  Inibe a formação de microtúbulos
cutâneo. envolvidos na quimiotaxia e fagocitose
 Diagnóstico dos cristais de ácido úrico pelos
A – encontro de cristais de monourato de neutrófilos.
sódio no líquido sinovial intra-articular na  Reduz a produção de IL-6.
vigência de crise aguda.  1,5 mg/d (0,5 mg 8/8h).
B – confirmação da presença de cristais de
monourato de sódio nos tofos. - Corticoides:
Ou presença de ao menos 6 dos 12 critérios  Usados em quem há contraindicação a
abaixo: AINEs e colchicina.
 A pacientes com monoartrite associada
 Inflamação articular súbita (o máximo
a insuficiência renal, a administração
de inflamação desenvolve-se em 1 dia).
intra-articular de corticoides pode ser
 Mais de 1 crise de artrite aguda. útil.
 Comprometimento monoarticular.
 Eritema local.
- Alopurinol:
 Comprometimento de 1°
metatarsofalangiana.  Usado na profilaxia.
 Comprometimento de 1°  Inibidor da xantina oxidase, enzima
metatarsofalangiana. envolvida na síntese de ácido úrico.

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Ao contrário dos agentes uricosúricos,
o alopurinol é um inibidor seletivo das
etapas terminais da biossíntese de ácido
úrico. É eficaz no tratamento
da hiperuricemia primária da gota e
secundária aos distúrbios hematológicos ou
terapia antineoplásica.

O alopurinol e seu metabólito principal,


a aloxantina (oxipurinol), são inibidores
da xantina oxidase. A inibição dessa enzima
é responsável pelos principais efeitos
farmacológicos do alopurinol.

Em seres humanos, o ácido úrico é produzido


principalmente pela oxidação
da hipoxantina e da xantina, catalisada pela
xantina oxidase.

Em concentrações reduzidas, o alopurinol é


um substrato e inibidor competitivo desta
enzima. A inibição da biossíntese do ácido
úrico reduz sua concentração plasmática e a
excreção renal dos precursores mais
solúveis das oxipurinas.

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1- Assinale a assertiva que descreve o A) 1ª metacarpofalangeana
elemento do microcristal encontrado no B) 1ª metatarsofalangeana
aspirado por agulha de um paciente com C) Joelho
gota, e seu aspecto à microscopia com luz D) Punho
polarizada. E) Tornozelo

A) Urato monossódico – cristais com


aspecto romboide, com birrefringência
negativa à luz polarizada. 4- Ávido por procedimentos, você é
B) Pirofosfato de cálcio – cristais com convidado a realizar a artrocentese do joelho
aspecto romboide, com birrefringência de uma paciente com suspeita de
positiva à luz polarizada. pseudogota. Como não basta fazer o
C) Urato monossódico – cristais procedimento, é preciso interpretar o
semelhantes a agulhas (apiculares), resultado: seu preceptor o leva à sala de
com birrefringência negativa à luz microscopia para avaliarem o líquido
polarizada. sinovial obtido. Caso a hipótese diagnóstica
D) Pirofosfato de cálcio - cristais esteja correta, quais serão as características
semelhantes a agulhas (apiculares), do cristal observado?
com birrefringência negativa à luz A) Urato monossódico – cristais com
polarizada aspecto romboide, com birrefringência
E) Hidroxiapatita de cálcio – pequenos, negativa à luz polarizada.
visualizados apenas à microscopia B) Pirofosfato de cálcio – cristais com
eletrônica, como glóbulos não aspecto romboide, com birrefringência
birrefringentes, brilhantes, intra e positiva à luz polarizada.
extracelulares. C) Urato monossódico – cristais
semelhantes a agulhas (apiculares),
com birrefringência negativa à luz
2- Muitas doenças tem um aspecto clássico, polarizada.
um quadro clínico “de livro”, que, embora D) Pirofosfato de cálcio - cristais
não seja obrigatório, deve nos fazer pensar semelhantes a agulhas (apiculares),
imediatamente em um diagnóstico com birrefringência negativa à luz
específico. Com base nisso, imagine um polarizada.
quadro clássico de gota. Qual a primeira E) Hidroxiapatita de cálcio – pequenos,
articulação mais comumente afetada, num visualizados apenas à microscopia
quadro agudo e inicial desta doença? eletrônica, como glóbulos não
birrefringentes, brilhantes, intra e
A) 1ª metacarpofalangeana extracelulares.
B) 1ª metatarsofalangeana
C) Joelho
D) Punho
E) Tornozelo 5- Você está atendendo em uma Unidade de
Pronto Atendimento. Um paciente chega até
você reclamando de dor na topografia da 1ª
metatarsofalangeana, que se encontra
3- Quando se fala em artrite microcristalina, hiperemiada, edemaciada e extremamente
logo se pensa em gota, a doença por sensível à palpação. Você imediatamente
deposição de cristais de monourato de sódio, pensa em gota, dada a semelhança com a
seja por hiperprodução ou hipossecreção do “podagra”. Todavia, há uma outra
ácido úrico. Todavia, há outras artrites monoartrite que você deve suspeitar, para
microcristalinas, como a “pseudogota” e a esse caso, e realizar diagnóstico diferencial.
deposição de cristais de pirofosfato de cálcio Que condição é essa?
e hidroxiapatita. Sabe-se que cerca de 60%
dos pacientes dos pacientes com A) Deposição de cristais de pirofosfato de
pseudogota tem depósito poliarticular de cálcio
cristais, mas há uma articulação B) Deposição de oxalato de cálcio
classicamente envolvida. Que articulação é C) Monoartrite séptica
essa? D) Deposição de apatita de cálcio
E) Osteoartrite

12
6- Paciente masculino,54 anos, obeso, hiperuricemia assintomática, mesmo
dislipidêmico, hipertenso, diabético, que persistente e sem desenvolver gota,
apresenta edema, calor, rubor e dor no não apresentam maior risco para
joelho direito, sem história de trauma local. hipertensão arterial e doença arterial
Foi diagnosticado como gota. Qual o exame coronariana.
que justifica tal diagnóstico?

A) hiperuricemia acima de 7mg/dl


B) VHS acima de 100
C) cristais de monourato de sódio no líquido 10- (HCPA/2021) Paciente de 58 anos
sinovial consultou por dor intensa no joelho esquerdo
D) leucocitose acima de 12.000 há 2 dias e tosse produtiva e febre há 4 dias,
com piora progressiva.

7- Dentre as drogas que podem precipitar Referiu ser tabagista e portador de


doença gotosa está: hipertensão arterial sistêmica em
tratamento com hidroclorotiazida. Ao
A) Hidroclorotiazida exame físico, encontrava-se em regular
B) Colchicina estado geral, com pressão arterial de 150/90
C) Prednisona mmHg, frequência cardíaca de 110 bpm,
D) Indometacina frequência respiratória de 24 mpm, SpO₂ de
90% e murmúrio vesicular reduzido com
crepitantes no terço médio à direita. O IMC
8- O tratamento de escolha para a crise era de 33 kg/m². No joelho esquerdo, havia
aguda da artrite gotosa é: eritema, edema, calor e dor ao leve toque e
à mobilização passiva. A conduta mais
A) Alopurinol adequada é solicitar:
B) Antiinflamatorio não hormonal
C) Fisioterapia motora A) contagem de leucócitos, pesquisa de
D) Imobilização cristais e cultura do líquido sinovial e iniciar
E) Infiltração com corticoide antibiótico.

B) dosagem de ácido úrico e prescrever


alopurinol e anti-inflamatório não esteroidal.
9- (UFMT/2021) Sobre a gota, marque a
assertiva correta. C) dosagem de velocidade de
hemossedimentação e pesquisa de HLA-B27
A) A homeostase sérica do ácido úrico e iniciar prednisona (15mg/dia).
depende basicamente dos rins. Por ser
uma molécula pequena, ele é totalmente D) radiografia de joelhos e de coluna
filtrado, sendo 90% reabsorvido no lombossacra e infiltrar joelho esquerdo com
túbulo proximal por meio de metilprednisolona
transportadores ácidos orgânicos. O
mais importante deles é o urati, que
pode ser inibido por medicamentos
como a losartana potássica e a 1- Letra C
probenecida.
2- Letra B
B) Apresenta prevalência em torno de 8% e
predomínio masculino na proporção de 3- Letra C
5:1.
C) A gota é uma artropatia microcristalina 4- Letra B
com inexorável evolução para
5- Letra C
insuficiência renal crônica, se não
tratada adequadamente. É a forma de 6- Letra C
doença articular inflamatória mais
comum. 7- Letra A
D) Evidências clínicas indicam que
8- Letra B
indivíduos com a condição denominada

13
9- Letra A

10- Letra A

14
História Clínica Infartos dolorosos ocorrem nos ossos
Francisca da Silva, 13 anos de idade, chega (quadril, ombros e vértebras são
ao PS referindo dores articulares intensas em comumente afetados).
membros inferiores e superiores,
A síndrome mão-pé (dactilite dolorosa
acompanhada de dores pelo corpo. Relata
causada por infartos dos pequenos ossos)
que iniciaram há poucos meses, que
frequentemente é a primeira apresentação
pioraram na última semana e ontem ficaram
da doença e pode causar variação do
muito intensas. Relata estar tratando uma
tamanho dos dedos.
amigdalite febril com amoxicilina.

Hemograma
 Hb 9,3 (13-17).
 Ht 28% (38-50%).
 Leuco 12.000 (5 a 10).
 Bastões 2% (até 8%).
 Plaquetas 245 mil (150-400).
Síndromes Falcêmicas
Herança da beta-globina S (foicinha).

Substituição de ácido glutâmico por valina.

Os eritrócitos sofrem deformação falciforme


e podem ocluir diferentes regiões da
microcirculação ou de grandes vasos,
causando infarto de vários órgãos.

A anemia falciforme é uma doença genética,


caracterizada pela mutação no  Viscerais
cromossomo 11. São causadas por deformação falciforme de
eritrócitos e retenção de sangue nos órgãos,
A nomenclatura “anemia falciforme” é quase sempre com grave exacerbação da
utilizada para a mutação que ocorre em anemia.
indivíduos homozigotos, ou seja, com
hemoglobinas SS (HbSS). Existem casos em Síndrome falcêmica torácica aguda é a
que as mutações das hemoglobinas S podem causa mais comum de morte. O pcte
combinar-se com outras anormalidades apresenta-se com dispeneia, queda de PO2,
hereditárias, também relacionadas com dor torácica e infiltrados pulmonares à
mutações nas hemoglobinas, que podem radiografia de tórax. Trata-se com
originar as hemoglobinas D, hemoglobinas C, analgesia, oxigênio, exsanguineotransfusão.
e casos de talassemias (Hb S/ β° talassemia, O sequestro esplênico é comumente
Hb S/β+ talassemia, Hb S/ talassemia). Existe observado em lactentes e se manifesta com
ainda o traço falciforme (HbAS), e a anemia esplenomegalia, queda da hemoglobina e
falciforme associada à persistência dor abdominal.
hereditária de hemoglobina fetal O tto é feito com transfusão.
(HbS/PHHF).
As crises podem ser recidivantes com
 Crises vasoclusivas: necessidade de esplenectomia.
 Dolorosas
São frequentes e podem ser esporádicas e Priapismo (uma ereção prolongada e
imprevisíveis, ou precipitadas por fatores indesejada do pênis que ocorre mesmo na
com infecção (CASO DA PACIENTE DA SR), ausência de estímulo sexual. Isso causa dor
acidose, desidratação e desoxigenação no pênis, haste rígida do pênis e ereção que
(altitude, cirurgia, parto, estase circulatória, dura mais de 4 horas sem estimulação
exposição ao frio, exercício violento). sexual) e danos hepáticos e renais devido a
pequenos infartos repetidos também são
complicações comuns.

15
 Outros acometimentos são crises
aplásticas, crises hemolíticas e danos a
outros órgãos

 Laboratório
 Hemoglobina geralmente de 6 a 9 g/dL.
 Eritrócitos falciformes (drepanócitos) e
células-alvo ocorrem no sangue.
Aspectos de atrofia esplênica (corpos de
Howell-Jolly) também podem estar
presentes.
 Pode ser pedida eletroforese ou
esfregaço sanguíneo.

 Tratamento da crise
 Repouso, aquecimento, hidratação por
via oral e/ou intravenosa com solução
salina normal (3L em 24 horas) e
antibióticos de houver infecção. Deve ser
administrado tratamento analgésico
adequado.
 Paracetamol e opiáceos.
 Transfusão apenas em casos de anemia
grave e sintomas óbvios de anemia.
 Exsanguineotranfusão pode ser
necessária em casos de sequestro
visceral para diminuir Hb S para 30%.

16
1- 2020 USP – RP 3- 2020 SCMSP

Homem 18 anos, com anemia falciforme, Um paciente de dois anos de idade, com
apresenta diarreia aquosa há 2 dias, sem diagnóstico de anemia falciforme, foi levado
sangue ou muco. Hoje iniciou quadro de dor pela mãe ao pronto‐socorro devido a quadro
em membros inferiores. Nega febre, dispneia de tosse, febre de 39 ºC há dois dias e
ou outras queixas. Exame físico: desidratado taquipneia há um dia. A mãe relata
+/4+, consciente e orientado, ictérico +/4+ FC: antecedente de três internações no último
104 bpm. PA: 120 x 80 mmHg. Ap. ano, tendo recebido transfusão de
respiratório sem alterações, saturação de O₂ concentrado de hemácias nas três ocasiões.
em ar ambiente 93%. Abdome: sem Ao exame: regular estado geral, descorado
alterações. Extremidades: dor à palpação 2+/4, desidratado, taquipneico, afebril,
dos membros inferiores, sem sinais contactuante, com murmúrio vesicular
flogísticos. Exame laboratoriais: Hb: 9,8 g/dL, presente bilateralmente, com estertores
Ht: 30%, bilirrubina total: 4 mg/dL, bilirrubina crepitantes em base direita, frequência
direta: 2,1 mg/dL. Além da hidratação respiratória de 50 ipm, saturação de
endovenosa, qual é a conduta inicial mais oxigênio de 85% em ar ambiente, BRNF em
adequada? dois tempos, com sopro sistólico 2+/6
panfocal, frequência cardíaca de 110 bpm,
A) Morfina. abdome sem alterações e boa perfusão
B) Suplementação de oxigênio. periférica. Radiografia de tórax mostrou
condensação em base de hemitórax direito.
C) Hidroxiureia. Com base nesse caso hipotético, é correto
afirmar que a melhor conduta será
D) Concentrado de hemácias. considerar o diagnóstico de

A) síndrome torácica aguda, iniciar


2- 2020 HCG antibioticoterapia, hidratação e oxigênio
suplementar imediatamente e, após
Uma criança de dois anos, portadora de resultados de exames, realizar transfusão se
doença falciforme, é atendida na unidade de for necessário.
pronto atendimento com quadro de febre
iniciada há 36 horas, sem outros sintomas B) fenômeno tromboembólico e iniciar
associados. O exame físico não apresenta anticoagulação imediata.
alterações além da temperatura de 38,9 ºC. C) de TRALI e iniciar corticoterapia e oxigênio
A conduta será: suplementar para melhor controle da lesão
A) acompanhamento ambulatorial e retorno pulmonar.
em caso de persistência da febre após 48 a D) aspiração de corpo estranho e solicitar
72 horas ou antes, se houver piora clínica. broncoscopia imediatamente.
B) realização dos seguintes exames E) SDRA e iniciar ventilação não invasiva com
complementares: hemograma, pressão positiva imediatamente.
hemocultura, urocultura e radiografia de
tórax; os resultados definirão o plano
terapêutico.
4- 2020 HIAE
C) admissão hospitalar e início de
antiobioticoterapia parenteral, mesmo antes Fernanda, 4 anos, é levada à Unidade de
dos resultados dos exames laboratoriais. Pronto Atendimento por sua mãe, que relata
que sua filha está amarelada e cansa-se
D) prescrição de oseltamivir, pois o exame com facilidade. Há três dias iniciou
físico sem alterações sugere doença viral, e tratamento para infecção urinária com ácido
esses pacientes são grupo de risco para nalidíxico. Ao exame físico, Fernanda
influenza grave. encontra-se descorada ++/4+, ictérica +/4,
principalmente em face e tronco. Ausculta
cardíaca e pulmonar normais. FC: 120 bpm,
FR: 44 irpm, SatO₂: 96%, Abdome: flácido,
ruídos hidroaéreos presentes, fígado no

17
rebordo costal direito e baço palpável a 1 cm B) Recomendar analgesia com um opioide
do rebordo costal esquerdo. Exames potente, como a meperidina, a cada 4 horas
laboratoriais: Hb: 6,5 g/dL, Ht: 19,5%, até obter um controle adequado do quadro
reticulócitos: 9%. Dentre as abaixo, a e prescrever expansão com cristaloides
principal hipótese diagnóstica para esse 20ml/Kg.
caso é
C) Iniciar analgesia com analgésicos comuns
A) anemia ferropriva. em associação com anti-inflamatórios não
hormonais e suplementar O2 com máscara
B) anemia falciforme. de Venturi 50%.
C) esferocitose. D) Prescrever codeína associada à
D) deficiência de G6PD. paracetamol, pelo efeito sinérgico, e um anti-
inflamatório não hormonal, se não houver
E) deficiência de piruvato quinase. contra indicações para seu uso.

5- 2020 PSU - MG
1- A
Menino de sete anos, diagnosticado com
anemia falciforme (SS) pelo teste do pezinho 2- C
é atendido na UBS. Mãe informa que a
3- A
criança já esteve internada por cinco vezes
devido a quadros relacionadas à sua 4- D
doença. Os relatórios médicos indicaram
dois episódios de crise álgica, um episódio de 5- D
síndrome torácica aguda e um episódio de
6- A
priapismo. A medida RECOMENDADA PARA
PREVENIR as situações descritas é
prescrever:

A) ácido fólico uso contínuo.

B) antibioticoterapia profilática.

C) atividades físicas ao ar livre.

D) hidratação oral frequente.

6- 2020 SCMA - SP

Pré-escolar de 3 anos de idade, com


diagnóstico de anemia falciforme, apresenta
dor de forte intensidade nos membros
inferiores e superiores há 1 dia, com piora
progressiva. A dor impede a deambulação, o
sono e a ingesta alimentar adequada. Não
há febre ou outras queixas associadas. A
SatO2 e ar ambiente é de 95%. Assinale a
alternativa que apresenta a prescrição mais
adequada:

A) Administrar um opioide potente, como a


morfina, via endovenosa, de 4/4horas,
associado a analgésicos comuns e a um
antiinflamatório não hormonal, se não
houver contraindicações ao seu uso.

18
História Clínica Os glicocorticoides para reduzir o edema
José Otávio, 75 anos, admitido com queixa (normalmente dexametasona 10 mg IV)
de dor em região lombo-sacral e perda de podem ser administrados antes dos exames
força e sensibilidade em pé esquerdo. Refere de imagem nos casos de alta suspeita clínica
que a dor lombar começou há 5 anos, mas e continuados com doses mais baixas (4 mg
que piorou nos últimos 2 meses, tipo a cada 6 h VO) até que a radioterapia
queimação na região posterior do quadril (geralmente 30-40 Gy, administrados em 8-
esquerdo e na altura das vértebras L4-S1. 10 frações) e/ou a descompressão cirúrgica
seja concluída.
Sintomas
Os sintomas iniciais de dor cervical ou A cirurgia precoce, seja descompressão por
lombar focal podem evoluir durante dias a laminectomia ou ressecção de corpo
semanas, sendo seguidos por combinações vertebral, seguida por radioterapia é mais
de parestesias, perda sensorial, fraqueza efetiva que a radioterapia de forma isolada
muscular e disfunção de esfíncteres que para pacientes com uma única área de
progridem ao longo de horas a vários dias. compressão medular por tumor extradural.

As lesões parciais podem envolver A cirurgia também está indicada quando a


seletivamente um ou mais tratos e estar compressão medular piora apesar da
limitadas a um lado da medula espinal. Nos radioterapia, quando a dose máxima de
casos graves ou súbitos a arreflexia pode radioterapia foi aplicada no local ou quando
estar presente refletindo o choque medular, uma fratura vertebral ou instabilidade
mas a hiperreflexia sobrevém ao longo de espinal contribuem com a compressão
dias a semanas. No caso de lesões torácicas, medular.
o nível sensorial à dor pode estar presente no Novas técnicas, como a radiocirurgia
tronco, indicando a localização na medula estereotáxica, podem aplicar altas doses de
espinal daquele nível de dermátomo. radiação direcionada com taxas de resposta
Em pacientes com sintomas da medula semelhantes às da radioterapia tradicional;
espinal, a prioridade é excluir compressão seu uso é crescente, especialmente em
tratável por uma massa. pacientes com tumores radiorresistentes ou
que necessitam de irradiação repetida.
É mais provável que a compressão seja
precedida por sinais de alerta de dor cervical O tempo é fundamental; déficits motores
ou lombar, distúrbios vesicais e sintomas fixos (paraplegia ou tetraplegia)
sensoriais antes do desenvolvimento de estabelecidos por > 12 h não costumam
fraqueza; as etiologias não compressivas, melhorar, e depois de 48 h, o prognóstico
como infarto e hemorragia, têm maior para uma recuperação motora substancial é
probabilidade de produzir mielopatia sem ruim.
sintomas antecedentes. A biópsia será necessária se não houver
história de neoplasia subjacente; a avaliação
Diagnóstico sistêmica simples, como os exames de
A RM com gadolínio centrada no nível imagem do tórax, mamografia, medição do
clinicamente suspeito é o procedimento antígeno prostático específico (PSA) e TC
diagnóstico inicial. abdominal, costumam revelar o diagnóstico.
A mielografia por TC pode ser útil em
pacientes com contraindicações para a RM.

É importante obter imagens de toda a coluna


vertebral para pesquisar lesões adicionais
clinicamente silenciosas.

Obs: As etiologias infecciosas, diferente dos


tumores, em geral cruzam o espaço discal e
passam a envolver corpos vertebrais
adjacentes.

Tratamento

19
1- Na Síndrome de Compressão Medular A) síndrome da polirradiculoneuropatia:
relacionada à malignidade, podemos análise do líquido cefalorraquidiano
encontrar, EXCETO:
B) síndrome do choque medular;
A) dor na área afetada. ressonância magnética de crânio

B) fraqueza muscular. C) síndrome de liberação piramidal e


deficitária nos membros inferiores;
C) disfunção esfincteriana. ressonância magnética de coluna
D) hiper-reflexia abaixo do nível da D) síndrome da secção medular completa;
compressão. ressonância magnética de coluna
E) vômitos matutinos. E) síndrome de Brown Sequard;
eletroneuromiografia de membros inferiores

2- Uma criança, com síndrome de Down,


pode evoluir com sintomas de paraparesia e
até tetraparesia. Ao medicar um paciente 1- E
com esses sintomas, é correto afirmar que
podem ocorrer alterações como 2- C

A) hidrocefalia. 3- E

B) estenose de canal cervical. 4- D

C) subluxação atlanto axial.

D) tumor medular do tipo ependimoma.

E) malformação vascular cervical.

3- Assinale a opção que apresenta uma das


lesões que podem afetar preferencialmente
a sensibilidade de dor e temperatura.

A) trato espino cerebelar

B) colículo superior

C) síndrome de Guillain-Barre

D) lesão no funículo posterior da medula

E) lesão expansiva intramedular

4- Rafael apresentou quadro súbito


caracterizado por perda de força em ambos
os membros inferiores. Ao exame
neurológico, observou-se força muscular
grau zero em ambos os membros inferiores,
anestesia tátil e dolorosa com nível sensitivo
em T10, arreflexia patelar e aquiliana, além
de retenção urinária e fecal. Com relação a
esse caso clínico, assinale a opção que
apresenta a síndrome mais provável e o
exame mais indicado, respectivamente.

20
Caso Clínico constatar se o déficit de força é global, distal
Manoel José, 74 anos, deu entrada no OS (característico de lesões piramidais ou de
com quadro de dor na região cervical e nervos periféricos) ou proximal (indicativo
torácica há 8 meses, de caráter progressivo, de miopatia). Em déficits distais,
associado a redução da força muscular dos primeiramente as mãos (nas manobras do
MMII. membro superior) e os pés (nas manobras
do membro inferior) é que sofrem queda,
Exame físico sendo seguidas pelas partes mais proximais;
 FORÇA já nas miopatias há, primeiro, a queda dos
Solicite ao paciente que aperte com cada segmentos proximais.
uma de suas mãos os dedos indicador e
As avaliações de resistência permitem a
médio do examinador e observe a força e o
quantificação da força muscular (detecção
grau de dificuldade de retirar os dedos.
de paresia, plegia).
Faça a avaliação das Manobras
 MANOBRAS
Deficitárias:
 Kernig.
Manobra dos Braços Estendidos: Solicite ao Sinal de Kernig: melhor avaliado em
paciente que levante um pouco ambos os crianças. Eleva-se a coxa em extensão,
membros superiores e os sustente no ar por fletindo-o sobre o quadril; depois realizar
cerca de 1 minuto com os olhos fechados e uma extensão do joelho e da perna. Nos
observe. Faça primeiro com as mãos viradas pacientes com meningismo esta manobra
para cima e depois com mãos fletidas para provocará muita dor e também elevação do
cima. pescoço.

Execute a Manobra de Mingazzini, em


decúbito dorsal, coxas em paralelo
levantadas em ângulo reto e pernas fletidas
em paralelo e em ângulo reto em relação às
coxas.

O Teste Mingazzini serve para evidenciar


uma paresia ligeira de um membro inferior.
O teste é positivo quando, ao mandar o
doente elevar em paralelo os dois membros
inferiores, o membro afetado cai.  Brudzinski.
Distraia a atenção do paciente e promova a
As avaliações de resistência para cima e flexão súbita, mas cuidadosa do pescoço,
para baixo (ou para frente e para trás) levando o queixo do paciente em direção do
devem feitas também após o paciente fazer: tórax. Se houver meningismo você não
flexão dos cotovelos, flexão dos punhos, conseguirá fazer o movimento. Se, além
extensão dos dedos. Elevação dos joelhos disso, o paciente fletir os MEMBROS
(paciente sentado), flexão e extensão dos INFERIORES, é considerado Sinal de
joelhos, elevar a abaixar os pés. Brudzinski
As alterações da Avaliação Motora podem positivo.
ser globais ou focais (um membro, um
hemicorpo, membros superiores, membros
inferiores,
etc.)

As manobras deficitárias, como a manobra


de Mingazzini, além de mais sensíveis à
detecção de paresias leves, permitem

21
 Lasègue (ver acima). miótomo associada ou não a alteração nos
 Babinski. reflexos profundos tendinosos.
Na prática, você deve utilizar um objeto
As espondiloartropatias degenerativas são
levemente pontiagudo, por exemplo, uma
as principais causas da SRL e a sua
caneta, e direcioná-lo no sentido latero-
prevalência aumenta com a idade dos
medial, como que em direção ao dedão do
indivíduos. A lista de patologias associadas à
pé. Em indivíduos normais, ocorre flexão
progressão para radiculopatia lombossacral
plantar, isto é, o hálux é “fletido para frente”,
é ampla e inclui neoplasias, infecções e
enquanto em indivíduos com lesão do trato
doenças inflamatórias.
corticoespinhal, ocorre a flexão dorsal –
extensão do hálux. As polirradiculopatias lombossacrais e
síndrome da cauda equina não são
incomuns. As primeiras estão associadas ao
comprometimento de múltiplas raízes
nervosas por mecanismos compressivos,
quer no canal vertebral ou no forame neural,
também, mas menos frequente por
processos inflamatórios infiltrativos das
meninges.

A síndrome de cauda equina deve ser


suspeitada quando do envolvimento de mais
de duas raízes nervosas em níveis vizinhos,
de forma aguda ou insidiosa.

O reflexo cutâneo-plantar extensor denota A etiologia mais frequente do quadro agudo


lesão na via piramidal, a qual é formada é a compressão das raízes lombossacrais
pelos tratos corticoespinhais anterior e por uma grande hérnia de disco central,
lateral. Portanto, o sinal de Babinski é geralmente em L4-L5. Raízes sacrais são
característico do quadro de síndrome afetadas desproporcionalmente levando a
piramidal. quadros de polirradiculopatia com intestino
e bexiga neurogênicos. Já a lesão das raízes
Exames Laboratoriais lombares acarreta fraqueza dos membros
 Hb 11 (13 a 17) – Poderia representar uma podendo evoluir para paraplegia.
anemia de doença crônica como é o Na história clínica da radiculopatia
caso do câncer. lombossacral existem sinais de alerta, que
 Ht 33,9% (38 a 50%). direcionam o raciocínio na busca da
 Leucócitos 10.280 (4 a 10 mil). confirmação diagnóstica. Na sequência da
 Neutrófilos 56%. avaliação médica, são realizados testes
 Bastões 0%. clínicos no exame físico a partir das
hipóteses levantadas na anamnese. Dentre
 Segmentados 63,6% (40 a 80%).
os testes, o da elevação da perna estendida
Hipóteses Diagnósticas é o mais usado.
Esse paciente tinha um tumor comprimindo
as raízes nervosas, resultando em paresia O diagnóstico final é feito com base na
(perda de força) e parestesia (dormência). combinação do exame clínico e de testes
potencialmente adicionais. Os exames de
A síndrome de dor radicular lombossacral é imagem são indicados para excluir possíveis
caracterizada pela irradiação para um ou patologias graves e confirmar o nível da
mais dermátomos associada ou não a outros lesão radicular em portadores de dor por
sintomas irritativos e ou perda da função mais de 3 meses, sendo a ressonância
motora. Outros autores também magnética o preferido para este fim
conceituam radiculopatia como dor
originada na coluna secundária a disfunção Exame neurofisiológico de
da raiz nervosa que causa dor no eletroneuromiografia é útil na avaliação do
dermátomo, parestesias, fraqueza do prognóstico da lesão, na elucidação de

22
possíveis diagnósticos diferenciais e no grau
de comprometimento neural.

As raízes nervosas mais comumente


envolvidas são L3, L4, L5 e S1

Epidemiologia
Homens são mais propensos a desenvolver
sintomas a partir dos 40 anos de idade,
enquanto as mulheres são afetadas mais
comumente entre 50 e 60 anos.

Conduta
Aliviar a dor, por meio de antinflamatórios e
opiáceos.

Encaminhamento para avaliação para


neurologia ou ortopedia da coluna para
ponderar se deve ao não operar o caso.

Adendos
A professora pediu para revisarmos o trato
da sensibilidade e da dor.

O da dor e da temperatura nós aprendemos


no módulo que é o espinotalâmico lateral.

23
3- Sobre a síndrome de compressão
1- A síndrome de compressão medular medular, é CORRETO afirmar que
(SCM) pode ser definida como a
“compressão do saco dural e seu conteúdo A) Sintomas intestinais e urinários não são
(medula espinhal e/ou cauda equina) por comuns nessa síndrome, e o diagnóstico
massa tumoral extradural”. A maioria dos diferencial deve ser feito, caso esses
casos de SCM é secundária a metástases sintomas estejam presentes.
hematogênicas para os corpos vertebrais
B) Caracteriza-se como uma emergência
(especialmente a parte posterior mais
oncológica, que acomete cerca de 5% a 10%
vascularizada) e consequente compressão
dos pacientes que têm câncer.
da parte anterior da medula espinhal. A
incidência varia com o tipo de tumor C) Os sintomas neurológicos ocorrem
primário, entretanto, aproximadamente concomitantes ao início da dor, no processo
2,5% dos pacientes com câncer irão de compressão medular, independente da
apresentar SCM nos últimos 5 anos de sua causa, do tipo de tumor e da apresentação
evolução. Quais tumores primários são as das lesões.
causas mais comuns de SCM?
D) A descompressão cirúrgica da medula
A) Tumores do fígado, mama e renais. espinhal é o tratamento de escolha, mesmo
naqueles pacientes com paraplegia já
B) Tumores de pulmão, fígado e renais.
estabelecida.
C) Tumores de pulmão, mama e fígado.
E) A dor é um sintoma mais tardio no curso
D) Tumores de pulmão, mama e próstata. dessa complicação e está mais relacionada
a alterações degenerativas na coluna, sem
E) Tumores de mama, fígado e mieloma necessariamente haver metástases
múltiplo relacionadas na coluna.

2- Lesões expansivas da medula espinhal se 4- A neoplasia hematológica que se


devem mais comumente a tumores, com desenvolve na medula óssea devido ao
maior frequência os metastáticos, abscessos crescimento descontrolado de células
ou hérnias de disco. A lesão pode ser plasmáticas é:
intramedular, dentro da substância medular,
ou extramedular (podendo ser intradural ou A) Neuroblastoma
extradural), comprimindo a medula espinhal
B) Leucemia linfoide
ou seu suprimento sanguíneo. Em relação às
lesões expansivas da medula espinhal, C) Mieloma múltiplo
assinale a alternativa correta.
D) Doença de Hodgkin
A) Os tumores extradurais são comumente
benignos e os intradurais, malignos. Gabarito

B) Nos tumores extramedulares espera-se 1- D


que o envolvimento do neurônio motor
2- D
superior seja tardio e débil.
3- B
C) Os sinais de lesão do trato corticoespinhal
são mais precoces nos tumores 4- C
intramedulares do que nos extramedulares.

D) Nos tumores intramedulares, o


envolvimento do neurônio motor inferior
costuma ser acentuado, generalizado,
podendo ser acompanhado de atrofia e
fasciculações.

24
Caso clínico Devido à gravidade potencial da infecção, o
José de Arimateia, 68 anos de idade, chega tratamento antiviral deve ser iniciado
ao ambulatório referindo dor torácica empiricamente, até que o diagnóstico seja
intensa. Relata que iniciaram há 4 meses, confirmado ou seja estabelecido um
quando tece um “cobreiro”. Houve melhora, diagnóstico alternativo.
mas que voltou a piorar novamente e
A meningite por HSV, a qual é vista
permanece há 4 meses, aumentando a
geralmente em associação com infecção
intensidade nos últimos dias.
genital primária por HSV, é uma doença
Manifestações Clínicas aguda autolimitada que se manifesta por
cefaleia, febre e fotofobia leve, durando de 2
 Infecções orofaciais
a 7 dias.
A infecção primária pelo HSV-1 resulta em
gengivoestomatite, faringite e um período de –Entre os casos de meningite asséptica, 3 a
até 2 semanas de febre, mal-estar, mialgia, 15% são causados pelo HSV.
incapacidade de alimentar-se e adenopatia
cervical, com lesões no palato, gengivas, –O HSV constitui a causa mais comum de
língua, lábios, rosto, parte posterior da meningite linfocítica recorrente (meningite
faringe e/ou pilares amigdalianos e de Mollaret).
ocasionalmente faringite exsudativa.
A disfunção do sistema nervoso autônomo
 Infecções genitais causada pelo HSV ou VZV acomete mais a
O primeiro episódio de herpes genital região sacral, resultando em dormência,
primário caracteriza-se por febre, cefaleia, formigamento nas nádegas ou área perineal,
mal-estar e mialgias. Dor, prurido, disúria, retenção urinária, constipação e impotência.
corrimento vaginal e uretral e linfadenopatia
–Os sintomas levam dias a semanas para
inguinal dolorosa são os sintomas locais
regredir.
predominantes.
–Em raras situações, a infecção pelo HSV é
 Panarício Herpético
seguida de mielite transversa ou síndrome
Na infecção dos dedos das mãos pelo HSV,
de Guillain-Barré.
os pacientes apresentam início abrupto de
edema, eritema, dor e lesões vesiculares ou  Infeccções viscerais
pustulares nas pontas dos dedos,  Infecções neonatais
frequentemente confundidas com as lesões Diagnóstico
da infecção bacteriana piogênica. São
A PCR é recomendada para o diagnóstico de
comuns febre, linfadenite e linfadenopatia
HSV. A avaliação microscópica, a cultura
epitroclear e axilar.
viral (se houver necessidade de testes de
 Herpes do Gladiador sensibilidade viral) e a sorologia também são
Pode ocorrer infecção pelo HSV em qualquer clinicamente úteis para o diagnóstico de
parte do corpo causada por traumatismo da infecção pelo HSV, mas esses testes têm
pele durante a prática de luta livre, apesar baixa sensibilidade.
de acometer comumente tórax, orelhas,
rosto e mãos. Tratamento
–Todos os agentes antivirais licenciados para
 Infecções oculares uso contra o HSV inibem a DNA polimerase
O HSV constitui a causa mais frequente da viral.
cegueira por lesão da córnea nos
–O aciclovir pode formar cristais no
 Infecções dos sistemas nervosos central parênquima renal, causando insuficiência
e periférico renal transitória; esse fármaco deve ser
Os pacientes apresentam febre de início administrado ao longo de 1 h em paciente
agudo, bem como sinais e sintomas bem hidratado.
neurológicos focais, em especial do lobo
temporal. Em casos graves, podem ser –Cepas do HSV resistentes ao aciclovir são
encontradas hemácias no LCS como raras, mas foram identificadas
resultado de necrose hemorrágica. primariamente em pacientes
imunocomprometidos. Em geral, esses
isolados também são resistentes ao
25
valaciclovir e fanciclovir, que têm
mecanismo de ação semelhantes.

–Os fármacos antivirais não erradicam a


infecção latente nem afetam a recorrência
após a suspensão do tratamento.

26
1- Em relação ao Herpes Zóster, é incorreto D) simples tipo 1 provoca infecção primária
afirmar que: normalmente em crianças e adolescentes,
causando a estomatite ulcerativa primária,
A) Após a primo infecção, fica latente no que afeta a mucosa oral e a região perioral.
gânglio espinal dorsal.
E) varicela zoster causa, em fase primária,
B) A doença se manifesta quando os níveis uma infecção denominada varicela ou
de anticorpos diminuem. catapora, podendo ser reativado e provocar,
C) É causado pelo mesmo vírus que provoca em fase secundária, a herpes zoster.
a doença varicela.

D) É comum a ocorrência de nevralgia 4- O Herpes Zoster geralmente ocorre pela


dolorosa pós-herpética em crianças. reativação do Varicella-zoster Vírus, em
E) São lesões vesicobolhosas agrupadas e latência no organismo. Sobre a patologia,
dispostas em faixa, correspondente ao nervo pode-se dizer que:
acometido. A) Imunocomprometidos não são mais
afetados.

2- O Herpes-Zoster, clinicamente, ocorre B) Agentes antivirais têm ação na melhora


após a reativação do vírus. Esse vírus causa da dor associada.
uma doença comum na infância, conhecida C) Não há relação entre a maior
como disseminação cutânea e a
A) catapora. meningoencefalite.

B) gengivo-estomatite herpética. D) Idosos estão na faixa etária menos


afetada.
C) sarampo.

D) rubéola.
5- Sobre o herpes-zoster, é CORRETO
E) caxumba. afirmar:

(A) O quadro clínico é representado por


vesículas tensas, às vezes umbilicadas,
3- Considerando-se que há uma ampla agrupadas em cacho, dispostas sobre base
distribuição de herpes-vírus na natureza e eritematoedematosa, em faixa unilateral,
que são patogênicas para seres humanos acompanhando o trajeto de um nervo,
oito espécies desses vírus, cujas ultrapassando a linha mediana.
manifestações clínicas variam de modo
significativo, é correto afirmar que o herpes- (B) As lesões surgem progressivamente,
vírus durante dois a quatro dias.
A) simples tipo 2 está relacionado a infecções (C) Doentes imunodeprimidos e idosos
na genitália e é transmitido por contato podem apresentar lesões necróticas de
sexual, não causando, por esse motivo, lesão evolução curta e cicatrização difícil.
na mucosa bucal.
(D) A erupção cutânea geralmente é seguida
B) causa, não importando a espécie do vírus, de fenômenos parestésicos ou dolorosos. A
infecções graves e não autolimitadas, que, dor é de intensidade variável, sendo
por isso, requerem a administração de geralmente cada vez mais intensa à medida
antivirais sistêmicos. que aumenta a faixa etária do doente,
podendo simular quadros clínicos
C) simples tipo 1 é disseminado importantes, como infarto do miocárdio ou
principalmente por saliva infectada ou por cólica nefrética, conforme o nervo ou raiz
lesões orais e que o portador desse tipo de nervosa acometida.
vírus se torna imune após a infecção
primária. (E) Segundo o território nervoso acometido o
herpes-zoster recebe diferentes

27
designações. A localização mais frequente é
a facial. Acompanhando as manifestações
cutâneas e neurológicas pode ocorrer febre
pouco elevada e gânglios regionais
enfartados pouco dolorosos.

1- D

2- A

3- E

4- B

5- B

28
Caso Clínico conhecimento de patologias prévias, mas
Carlos Andrade, 14 anos, procura o relata enfraquecimento nos últimos meses.
ambulatório de clínica médica, com história
clínica de dor e formigamento em membros Abordagem do paciente com
inferiores, com edema associado. Relata que acometimento neurológico
sua urina está diferente. Mãe nega

assimétricas, predominantemente motoras,


de início rápido ou desmielinizantes.
Avaliação Diagnóstica
Os exames laboratoriais de triagem para Esquematizando o tratamento
uma polineuropatia distal simétrica podem  Primeira linha
incluir hemograma completo, bioquímica - Amitriptilina
básica, incluindo eletrólitos séricos e testes
de função renal e hepática, glicemia em - Duloxetina
jejum, HbA1c, exame de urina, função
- Gabapentinoides
tireoidiana, B12, folato, VHS, fator
reumatoide, FAN, eletroforese das proteínas  Segunda linha
séricas (EPS) ou imunofixação e pesquisa de - Venlafaxina
proteína de Bence-Jones na urina.
- Carbamazepina
Um teste oral de tolerância à glicose está
indicado em pacientes com neuropatias - Topiramato
sensitivas dolorosas, mesmo que outros
 Terceira linha
testes para rastreamento de diabetes sejam
- Opiodes nas crises
negativos.
 Tratamentos Tópicos:
Os exames para caracterizar melhor a
- Capsaicina
neuropatia incluem estudos de condução
nervosa (ECN), EMG, biópsia de nervo sural, - Patch de lidocaína
biópsia muscular, biópsia de pele e teste
sensorial quantitativo.

Tais exames têm maior chance de ser


informativos em pacientes com neuropatias

29
30
1- 2020 SCMA – SP possibilitando a intervenção precoce,
podemos apenas concordar com o item:
As neuropatias diabéticas são as
complicações crônicas mais prevalentes do A) Prevenção não é o componente-chave no
diabetes mellitus (DM). O reconhecimento cuidado com o DM devido à falta de
precoce e o manejo apropriado da tratamentos que se direcionem ao dano
neuropatia no paciente com diabetes são neural subjacente.
importantes, sendo correto o item:
B) Prevenção é o componente-chave no
A) Esse grupo homogêneo de condições cuidado com o DM devido à falta de
afeta diferentes partes do sistema nervoso e tratamentos que se direcionem ao dano
apresenta diversas manifestações clínicas. neural subjacente.

B) Esse grupo heterogêneo de condições C) Prevenção é o componente-chave no


afeta diferentes partes do sistema nervoso e cuidado com o DM, devido à imensa
não apresenta diversas manifestações disponibilidade de tratamentos que se
clínicas. direcionem ao dano neural subjacente.

C) Esse grupo heterogêneo de condições D) Prevenção nunca é componente no


afeta somente uma parte do sistema cuidado com o DM devido à falta de
nervoso e apresenta diversas manifestações tratamentos que se direcionem ao dano
clínicas. neural subjacente.

D) Esse grupo heterogêneo de condições


afeta diferentes partes do sistema nervoso e
apresenta diversas manifestações clínicas. 4 - 2020 SCMA – SP

Sobre os melhores modelos baseados em


evidências de intervenção intensiva na
2 - 2020 HOG - SP modificação do estilo de vida em neuropatia,
é correto afirmar que:
A prevenção das neuropatias diabéticas foca
no controle glicêmico e nas modificações do A) O controle glicêmico rigoroso em pessoas
estilo de vida. Indique o item errado: com DM2 reduz o risco de desenvolver
polineuropatia distal simétrica PNDS
A) Otimizar o controle glicêmico modestamente.
precocemente para prevenir ou retardar o
desenvolvimento da polineuropatia distal B) O controle glicêmico rigoroso em pessoas
simétrica e neuropatia autonômica com DM2 reduz o risco de desenvolver
cardiovascular em pessoas com DM tipo 1. polineuropatia distal simétrica PNDS
totalmente.
B) Otimizar o controle da glicemia para
prevenir ou retardar a progressão da C) O controle glicêmico rigoroso em pessoas
polineuropatia proximal assimétrica em com DM2 não reduz o risco de desenvolver
pessoas com DM tipo 2. polineuropatia distal simétrica PNDS.

C) Considerar uma abordagem multifatorial D) O controle glicêmico rigoroso em pessoas


direcionada à glicemia. com DM2 reduz o risco de desenvolver
polineuropatia distal assimétrica PNDS
D) Fatores de risco, para prevenir a modestamente.
neuropatia autonômica cardiovascular em
pessoas com DM tipo 2.

5- 2020 INTO

3 - 2020 SCMA - SP Paciente do sexo masculino, 58 anos de


idade, hipertenso, diabético, procurou
O rastreamento de sintomas e sinais da atendimento médico com queixa de
neuropatia diabética também é primordial parestesia nos membros inferiores e
na prática clínica, pois pode detectar os superiores há seis meses. Faz uso regular de
estágios iniciais de neuropatia, metformina e losartan. Ao exame físico:

31
hipoestesia em diversos pontos avaliados B) A presença de retinopatia ou nefropatia
pelo teste de Semmens-Weinstein 5.07 em não pressagia um risco aumentado para
pés e mãos. Sobre o caso acima, marque a neuropatia diabética.
opção correta:
C) Esta é a causa mais comum de neuropatia
A) A história clínica e o resultado do teste de periférica nos países desenvolvidos.
Semmens-Weinstein confirmam o
diagnóstico de Hanseníase neste caso. D) Um controle rigoroso da glicose reverterá
sua neuropatia.
B) A história clínica e o resultado do teste de
Semmens-Weinstein confirmam o E) Nenhuma das alternativas acima é
diagnóstico de neuropatia diabética, para a verdadeira.
qual não existe qualquer opção de
tratamento.
7 - 2020 SCMC - MT
C) A história clínica e o resultado do teste de
Semmens-Weinstein confirmam o A perda dessa sensibilidade indica a
diagnóstico de neuropatia diabética e o presença de polineuropatia distal simétrica
paciente deverá ser tratado com PNDS e é fator de risco para a ulceração nos
amitriptilina. pés em pessoas com diabetes. O item
correto é:
D) A história clínica e o resultado do teste de
Semmens-Weinstein indicam o diagnóstico A) O envolvimento de fibras finas pode
de doença neuropática de origem central, causar dormência, formigamento e perda da
sendo indicada tomografia sensibilidade protetora.
computadorizada de crânio para
investigação diagnóstica. B) O envolvimento de fibras grossas não
pode causar dormência, formigamento e
E) A história clínica e os dados apresentados perda da sensibilidade protetora.
são insuficientes para a condução do caso.
Exames complementares como ressonância C) O envolvimento de fibras grossas pode
nuclear magnética e eletroneuromiografia causar dormência, formigamento e nunca a
são obrigatórios para melhor definição do perda da sensibilidade protetora.
caso. D) O envolvimento de fibras grossas pode
causar dormência, formigamento e perda da
sensibilidade protetora.
6 - 2020 HSL - RJ

Uma mulher de 52 anos de idade com


diabetes mellitus do tipo 2, mal controlada 8 - 2020 UDI
de longa data, é avaliada por uma sensação A neuropatia periférica do diabetes é
de dormência nos dedos das mãos e dos pés, definida como ""A presença de sintomas
como se estivesse usando luvas e meias o e/ou de sinais de disfunção dos nervos
tempo todo. Ela também relata periféricos em pessoas com diabetes melito,
formigamento e queimação no mesmo local, após exclusão de outras causas"" (BOULTON
mas nenhuma fraqueza. Seus sintomas et al., 1998). Em relação a esse assunto,
estão presentes de forma intermitente nos assinale a alternativa que apresenta os
últimos meses. Após uma avaliação sintomas de maior frequência.
completa, a biópsia do nervo é obtida e
demonstra degeneração axonal, hiperplasia A) Sensação de choque elétrico nos
endotelial e inflamação perivascular. Qual membros inferiores e superiores
das seguintes afirmações sobre essa simetricamente.
condição é verdadeira?
B) Sensação de frio doloroso nos pés.
A) A neuropatia autonômica é raramente
vista em combinação com neuropatia C) Sensação de alfinetada e agulhada nas
sensorial. mãos.

32
D) Dores em queimação e formigamento em Entre as condutas listadas abaixo assinale
ambos os pés e, ocasionalmente, também, qual seria a mais adequada:
nas mãos.
A) Prescrever anti-inflamatórios não
E) Adormecimento e prurido nas mãos esteróides.

B) Orientar o controle glicêmico de forma


intensa e orientar que com a normalização
9 - 2020 UEL da glicemia haverá regressão da neuropatia.
Em relação à neuropatia diabética, atribua V C) Prescrever antidepressivo tricíclico
(verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a começando com doses baixas e titular a
seguir. dose até melhora da parestesia.
( ) Afeta mais as fibras grossas dos nervos D) Fazer a troca da metformina por insulina
periféricos. porque o aparecimento da neuropatia é sinal
( ) Geralmente, produz sintomas sensitivos da falência do tratamento com
e motores, na sua apresentação clínica mais hipoglicemiante oral
comum.

( ) Pode afetar a marcha. Gabarito


( ) Há predomínio nos membros inferiores. 1- D
( ) Há perda precoce da propriocepcão na 2- B
neuropatia diabética. Assinale a alternativa
que contém, de cima para baixo, a 3- B
sequência correta.
4- A
A) V, V, F, F, V.
5- C
B) V, F, V, V, F.
6- C
C) V, F, F, V, V.
7- D
D) F, V, V, V, F.
8- D
E) V, V, V, V, F.
9- E

10 – C
10 - 2020 IPSEMG

Joana tem 58 anos, é hipertensa,


dislipidêmica, diabética do tipo 2 e encontra-
se acima do peso. Está há dois anos sem
consultar ou fazer qualquer exame, apenas
compra sua medicação na farmácia perto
de casa. Faz uso de metformina e anlodipina.
A pedido da sua filha procurou o médico
generalista do Centro de Saúde perto da sua
casa. Após a consulta, o médico pactuou
com a paciente um plano de cuidados com
várias ações a serem desenvolvidas. Seis
meses depois, Dona Joana retorna a
consulta informando o surgimento de
parestesias em ambas as mãos. Joana
descreve a sensação como “agulhadas” nas
mãos. Foi feito o diagnóstico de neuropatia
diabética e repactuado o plano de cuidados.

33
História Clínica  Depressão ou ansiedade
Larissa Alves, 68 anos, sexo feminino, obesa, Condições que podem estar associadas
chega ao serviço de emergência referindo
 Síndrome do cólon irritável
dores articulares intensas em membros
inferiores e superiores acompanhados de  Cefaleia (enxaqueca ou tensional)
dores pelo corpo há vários meses, que  Parestesias
pioraram nas últimas 2 semanas. Relata  Sintomas Raynaud símiles
fadiga e sonolência associada.  Dor torácica
 Sintomas de cistite
Anamnese
Costureira, mora com 3 filhos (10, 6 e 3 anos)  Dor perineal
e cuida deles sozinha, separou-se do marido  Olho seco
há 6 meses. Dor articular há 6 meses, difusa,  Palpitações
que dura o dia inteiro, de intensidade 8/10,  Intolerância ortostática
mas que varia de acordo com o estado  Exame físico
emocional. Dorme e acorda com dor, É importante lembrar que a paciente em
descreve que a dor pinica, queima e lateja. questão não tem significativa característica
Dipirona e paracetamol aliviam a dor de artrite e sinovite, fraqueza muscular,
temporariamente. alterações no exame neurológico.
Exame Físico - Tender points
 Tender points Dolores a palpação 18/18
Para realizar esse exame é necessário
primeiramente fazer uma pressão correta.
Fibromialgia Para tanto, é preciso que façamos uma
 Manifestações clínicas pressão digital a ponto de a ponta distal do
 Dor musculoesquelética dedo utilizado ficar esbranquiçada.
generalizada
Para a localização dos tender points é
Podem ser mialgias, que aparecem acima e
necessário que façamos a pressão
abaixo da linha da cintura.
adequada nas regiões certas. No total são 18
 Pontos dolorosos ao exame físico regiões em 9 localizações diferentes. Veja
(tender points) abaixo:
Não são áreas inflamadas, mas são áreas
consideravelmente mais sensíveis.

 Apresentam um ou mais sintomas


psicológicos
Pode apresentar fadiga matinal, mais rara
no meio da tarde, de grande intensidade,
que independe das horas dormidas.

Pode também aparecer uma rigidez matinal,


mas é importante lembrar que é com menos
de 30 minutos, por não ser um problema
inflamatório.

 Distúrbios do sono
Pode ser uma dificuldade de iniciar ou
manter o sono, mas ambas se direcionam
para uma paciente que não tem um sono
reparador. Alguns pacientes podem  Laboratório
apresentar alterações no exame do sono. Para avaliação do quadro devemos solicitar
 Disfunção cognitiva uma série de exames, que, se confirmado
Atenção, velocidade de raciocínio, dentre fibromialgia, deverão vir todos normais, pois
outras. a fibromialgia não tem padrão de alterações
nos marcadores inflamatórios.

34
 Hemograma
 VHS
 PTN-C
 TSH
 FAN Como a dor precisa estar localizada em pelo
menos 4 áreas de acordo com a revisão de
 FR
2016, o critério anterior para diagnóstico,
 Anti-CCP
WPI de 3-6 e pontuação da escala SS ≥9 foi
 CPK alterado para WPI de 4-6 e pontuação da
 Anti-SSA e Anti-SSB escala SS ≥9.
 Avaliação radiológica
Todos esses exames devem ser solicitados a  Diagnóstico
fim de afastarmos os outros diagnósticos 1- IDG maior ou igual a 7 e ESS maior ou igual
diferenciais possíveis. a 5 OU IDG entre 3-6 e ESS maior que 9

 Diagnóstico 2- Sintomas há pelo menos 3 meses


Critérios diagnósticos do ACR (1990) 3- Ausência de outra doença que possa
1- Dor musculoesquelética generalizada > 3 explicar o quadro
meses
 Diagnóstico Diferencial
2- 11 de 18 “tender points” presentes Diversas condições podem se apresentar
como diagnóstico diferencial, como Lúpus e
+ Critérios comumente associados Hipotireoidismo. Mas há duas que merecem
Obs: esses critérios foram deixados de lado uma atenção
por conta do fator de que os distúrbios  Síndrome da Fadiga crônica
neuropsicológicos foram deixados de lado Os critérios diagnósticos maiores são de
dos critérios diagnósticos. fadiga por mais de 6 meses e critérios
O outro fator é de que os médicos da atenção menores como dor de garganta,
primária podem não diagnosticar adenopatia dolorosa cervical e axilar,
corretamente os tender points. fadiga extrema após atividade física que
perdura por mais de 24 horas.
Critérios diagnósticos do ACR (2010)
Para diferenciar é possível ver alterações nos
1- índice de dor generalizada (IDG): somar as
linfonodos axiais e cervicais.
regiões que apresentam dor na última
semana (MAX 19 PONTOS)  Dor miofascial
É uma condição em que o indivíduo não tem
2- escala de severidade dos sintomas (ESS):
fadiga, com epidemiologia igual entre
gravidade dos sintomas principais +
homens e mulheres, com dor muscular
gravidade dos sintomas somáticos gerais
localizada, associada com dor referida em
3- Sintomas principais (MAX 9 PONTOS) região adjacente.

- Fadiga Tanto a dor localizada quanto a dor referida


são acentuadas após compressão de
- Sono não reparador determinados pontos (trigger points).
- Alterações cognitivas Esses trigger points são mais localizados em
regiões subescapulares, região do trapézio,
4- Sintomas somáticos gerais (MAX 3
posterior do pescoço. Essa dor pode
PONTOS)
aparecer como dor em queimação.
- Critérios diagnósticos do ACR (2016-
 Doença reumática
revisados)
A presença de sinais flogísticos articulares,
Nesse critério houve uma atualização mesmo que discretos, e o achado de anemia
quanto as regiões de dor. Dividiu-se as de doença crônica e de aumento do VHS
regiões em 5 e para que haja dor sugerem o diagnóstico de uma doença
disseminada há a necessidade da presença reumática que não a fibromialgia.
da dor em 4 dos 5 sítios.
35
 Lúpus eritematoso sistêmico  Acupuntura
Altos títulos de fator reumatoide e alterações A eletroacupuntura reduziu
radiológicas nas mãos falam a favor de AR; significativamente a dor, a fadiga e a rigidez,
altos títulos de Fator Antinuclear (FAN) e enquanto melhorou a qualidade do sono e o
alterações cutâneas e/ou sistêmicas bem-estar global quando comparada à
sugerem LES. acupuntura simulada.

 Hipotireoidismo Além disso, a eletroacupuntura melhorou


O hipotireoidismo pode se manifestar com significativamente a dor, a rigidez e o bem-
mialgia difusa, confundindo-se com a estar global quando comparada à não
fibromialgia. Às vezes, os sintomas e sinais acupuntura. Os efeitos benéficos da
típicos do hipotireoidismo podem ser sutis, acupuntura puderam ser observados em 1
não chamando a atenção do médico mês após o tratamento, mas não foram
mantidos em 6-7 meses.
A dosagem de hormônios tireoidianos deve
ser feita de rotina em pacientes com  Tratamento farmacológicos
sintomas fibromiálgicos.  Antidepressivos
- Antidepressivos tricíclicos
 Tratamento
- Tratamento não farmacológico Seu efeito analgésico é independente de sua
ação antidepressiva e acredita-se que seja
Tem como base duas coisas principais: o
mediado pela inibição da recaptação de
componente emocional e o componente
norepinefrina (em vez de serotonina) nas
físico.
sinapses do corno dorsal espinhal, com
Por isso, para o componente emocional atividade secundária nos canais de sódio.
temos a terapia cognitivocomportamental.
- Inibidores da receptação de serotonina-
Já para o componente muscular temos a
norepinefrina
realização de atividades físicas aeróbicas.
Hidroginástica e natação são excelentes Os SNRIs são semelhantes aos TCAs em sua
para essas pacientes. capacidade de inibir a recaptação de
serotonina e norepinefrina, mas diferem dos
O tratamento não-farmacológico tem por
TCAs por serem desprovidos de atividade
objetivo reduzir a hipersensibilidade e
significativa em outros sistemas receptores,
aumenta a autossuficiência.
resultando em efeitos colaterais diminuídos e
Obs: Um estudo mostrou que 12% dos tolerância aumentada.
pacientes com AR e 7% dos pacientes com
- Inibidores da monoaminoxidase
osteoartrose apresentam fibromialgia
associada. A fibromialgia associada ao Os inibidores da monoamina oxidase
hipotireoidismo pode não melhorar com a bloqueiam o catabolismo da serotonina,
reposição hormonal. aumentando seus níveis no cérebro.
 Exercícios físicos Foi indicado que o pirlindol e a moclobemida
O exercício em pacientes com fibromialgia têm um efeito benéfico significativo na dor,
deve ter dois componentes principais: sem um efeito significativo no sono nem na
fortalecimento para aumentar o fadiga
comprimento dos tecidos moles e a
mobilidade articular e condicionamento  Anticonvulsivantes
aeróbico para aumentar a aptidão e a Tem efeito de melhora da dor e sedativo, por
função, reduzir os sintomas da fibromialgia e conta da sua ação inibidora dos canais de
melhorar a qualidade de vida. cálcio nos neurônios excitatórios (alfa2-
delta)
Tem sido sugerido que, na presença de dor
induzida pelo exercício, a intensidade e a  Usos dos medicamentos
duração do exercício devem ser reduzidas,  Dor + Insônia
enquanto sua frequência deve ser mantida, - Amitriplilina (Tryptanol): Antidrepressivo
de modo a evitar qualquer diminuição tri
adicional na tolerância ao exercício.

36
- Gabapentina (Neurontin):
anticonvulsivante

- Pregabalina (Lyrica): anticonvulsivante

 Dor + Ansidade ou depressão


- Duloxetina (Cymbalta)

- Milnaciprano (Ixel)

Obs: não se deve utilizar fármacos opiodes


nesses paciente, por conta do aumento da
hiperalgesia induzida por opiodes. Além
disso, glicocorticoides e anti-inflamatórios
não são efetivos na FM.

 Tramadol (Opiode)
O tramadol tem múltiplos efeitos
analgésicos, uma vez que inibe a recaptação
de norepinefrina e serotonina, e seu principal
metabólito liga-se fracamente aos
receptores opióides.

O uso de tramadol (com ou sem


acetaminofeno) é eficaz e bem tolerado para
o controle da dor na fibromialgia.

Existem algumas preocupações em relação


ao potencial de abuso de tramadol a longo
prazo, embora o risco seja menor do que o
de analgésicos narcóticos mais potentes que
também foram usados na fibromialgia.

37
1 - 2021 HPEV 3 - 2021 UDI

Mulher, 35 anos idade, no ambulatório de Mulher de 48 anos comparece à Unidade


clínica médica com queixa de ansiedade, Básica de Saúde solicitando laudo médico
insônia; cefaleia; fadiga e dores pelo corpo, para afastamento de atividades laborativas,
diariamente. Refere também apresentar, pois não consegue trabalhar devido a
esporadicamente, epigastralgia com quadro de fadiga crônica, astenia, boca
constipação, pirose, náuseas, inapetência seca, tonturas, rigidez articular matinal, dor
iniciadas há 2 anos e que pioram com as articular generalizada há mais de 4 meses e
mudanças climáticas. Ao exame físico, cefaleia. Ao exame, constata-se dor à
apresentou índice de dor difusa (IDD) = 12. palpação em proeminências ósseas e em
Teste de caminhada de 6 minutos normal. A porções mediais de segmentos musculares.
hipótese diagnóstica e o tratamento A hipótese diagnóstica mais provável é:
indicado são:
A) Esclerodermia
A) Artrite de células gigantes; prednisona +
tosilizumabe + aspirina B) Fibromialgia

B) Fibromialgia; amitriptilia + gabapentina + C) Lúpus eritematoso sistêmico


dulxetina D) Hipotireoidismo
C) Reumatismo extra articular; inibidores da E) Síndrome de Sjögren
Cox2 + fisioterapia + corticoides

D) Polimiosite; prednisona + metotrexato +


colchicina 4 - 2021 FBHC

2 - 2021 PUC - RS Em relação aos critérios diagnósticos para


fibromialgia de 2010 pelo American College
Mulher, 42 anos, portadora de fibromialgia, Rheumatology pode-se afirmar:
sem outras comorbidades, está em
acompanhamento clínico. Usa regularmente A) Os tender points deixaram de fazer parte
ciclobenzaprina 5 mg ao dia com boa do exame físico.
tolerância e é pouco aderente à prática de
atividade física. Apresenta muitas queixas B) O tempo de sintomas superior a 3 meses
álgicas e sono não reparador. Nega queda praticamente descarta a fibromialgia
do estado geral, febre ou emagrecimento. Já C) Fadiga é um dos sintomas presentes na
procurou vários médicos e realizou muitos Escala de Gravidade dos Sintomas para o
exames, sem sucesso na solução para os diagnóstico de fibromialgia
seus sintomas. Em relação à conduta para o
caso, deve-se: D) Dentre os exames complementares para
o diagnóstico de fibromialgia contemplados
I. Solicitar ressonância magnética de coluna nos critérios de 2010 do ACR está a
lombosacra. termografia
II. Indicar reabilitação com fisioterapia E) VHS e PCR elevados são fundamentais
motora. para o diagnóstico de fibromialgia
III. Prescrever amitriptilina e ajustar
analgesia. Está/Estão correta(s) apenas a(s)
afirmativa(s) 5 - 2021 UEM

A) I. A fibromialgia é uma síndrome dolorosa


crônica, caracterizada por dor
B) III. musculoesqueléticas generalizada. Sobre
C) I e II. essa doença, assinale a alternativa correta:

D) II e III. A) Na sua fisiopatologia estão presentes


mecanismos que amplificam a atividade
inibitória de estímulos nociceptivos
(sensibilização central).

38
B) Costumam estar presentes além da dor,
fadiga, alterações do sono e do humor e
edema articular presente no exame físico.

C) O tratamento da dor deve ser realizado


de maneira contínua, principalmente com o
análogos de opióides, que apresentam
melhorcontrole da dor.

D) Os antidepressivos duais, como


duloxetina e venlafaxina, apesar de
amplamente utilizados na fibromialgia, não
mostraram superioridade ao placebo.

E) O combate ao sedentarismo e o estímulo


aos exercícios físicos estão entre as medidas
mais reconhecidas como essenciais para
otratamento.

1. B

2. D

3. B

4. C

5. E

39
História Clínica  Ou fotofobia ou fonofobia ou náusea
Antônio Alberto, 28 anos, admitido com leve
queixa de cefaleia em pontada,  Intensidade
hemicraniana esquerda, de forte intensidade  Leve a moderada
(8/10). Refere hiperemia conjuntival, Para caracterizar esse tipo de cefaleia,
sudorese na face e rinorreia ipsilateral. podemos perguntar para o paciente se este
Paciente refere ser o quinto episódio nesta tem interferência na atividade diária.
semana. Fez o uso de paracetamol e
dipirona, mas sem melhora.  Duração
 Algumas horas ou até poucos dias
Exame Físico  Desencadeante
Dor em intensidade 9/10, lacrimejamento
 Stress
constante e rinorreia ipsilateral (esquerda).
Melhora a dor parcialmente com  Tratamento
movimentos pendulares, foto e fonofobia.  Agudo
“Quer bater a cabeça e sair avoado”. - Analgésico

Classificação - AINE
 Cefaleia primária  Profilática
 Tipo tensão ou tensional Se essa condição é apresentada como
 Migrânea crônica, ou seja, com mais de 15 dias de
eventos de cefaleia por mês por 3 meses.
 Trigeminoautonômicas
- Em salvas Outra forma de avaliar a cronicidade é
avaliar se o paciente teve mais de 180 dias
- Hemicraniana Paroxística
de cefaleia no ano.
 Cefaleia Secundária
Se o paciente apresenta cefaleia do tipo
 HIC Benigna crônica, é indicado um tratamento
Diagnóstico profilático, que consiste:
Na imensa maioria das vezes, é feito com a
anamnese, mas pode ser feito com uma - Amitriptilina: 10mg ao deitar-se
neuroimagem.
 Tratamento não farmacológico
As indicações de neuroimagem são  Banho quente
indicadas em sinais de alarme, que são:  Técnicas de relaxamento
 Após 50-55 anos (Nunca
apresentou antes) Migrânea ou enxaqueca
 Inívio súbito, intenso (Hemorragia 1- Enxaqueca sem aura
subaracnóidea)  Epidemiologia
 Progressiva (Frequência,  História familiar Positiva
intensidade e refratariedade)  Mulheres de 25 a 45 anos
 Mudança da característica  Iniciou-se na infância ou na
 Alterações neurológicas adolescência
 Sinais de infecção, neoplasia ou HIV+  Dor
 Recorrente em menores de 6 anos  Pulsátil, unilateral
Obs: Em crianças é preferível solicitar  Aqui temos Fotofobia e Fonofobia,
ressonância magnética. Náuseas e/ou vômitos, que pioram com
o movimento
Cefaleia do tipo tensão
 Epidemiologia
 Mulher
 Dor
 Opressiva, Bilateral (Capacete)

40
 Diagnóstico doces e mal-estar, dentre outros podem
 Ocorrência de pelo menos 5 preceder a dor em até dois dias
episódios de cefaleia com duração de 4
2- Aura*
a 72 horas e que apresentem outras
características 3- Dor
 Cefaleia com pelo menos duas das
seguintes características: 4- Sintomas associados
- Unilateral 5- Pósdromo: fase de exaustão. Os pacientes
- Pulsátil podem ficar horas ou dias cansados e
astênicos, precisando de um período de
- Intensidade moderada a severa repouso para seu completo
reestabelecimento.
- Piora com a atividade física diária
Obs: em crianças, as crises de enxaqueca
 Presença de náusea, vômitos, são frequentemente associadas à dor
fotofobia ou fonofobia abdominal e vômitos, podendo ainda ter
 História e exame físico não febre. Além disso, a enxaqueca em crianças
sugestivos de outras doenças orgânicas e adolescentes é mais frequentemente
que possam causar cefaleia bilateral do que nos adultos.
 Intensidade
 Moderada a grave 2- Migrânea com aura ou enxaqueca
Aqui é interessante diferenciar com a cefalia clássica
do tipo tensão, pois os pacientes desse tipo Aqui temos tudo o que uma cefaleia tem,
de cefaleia não conseguem desempenhar mas acrescido da aura.
suas atividades diárias adequadamente.
Aura: complexo de sintomas neurológicos
 Duração que ocorre habitualmente antes da cefaleia,
 Menos de 6 horas, mas pode variar mas pode começar depois que a fase de
de 4 a 72 horas cefaleia teve início, ou continuar durante
essa fase.
 Desencadeantes
 Não existe um desencadeante fixo,  Aura mais clássicas
mas em cada paciente deve-se avaliar  Visuais (90%)
quais são os fatores que podem  Sensoriais com parestesias
desencadear o quadro, podendo ser
café, chocolate, dentre outros
 Fisiopatolgia  Outros tipos de aura
A fisiopatologia da enxaqueca não é muito  Hemiplégica familiar
bem esclarecida, mas o que se sabe é que o  Tronco cerebral ou basilar
encéfalo do paciente é hiperexcitável e (Bickerstaff)
possui fatores desencadeantes diversos. - Diplopia, Disartria, vertigem, hipoacusia
O que é interessante também é que a Tratamento
serotonina e a dopamina estão envolvidas
nesse processo.  Crise aguda
 Analgésico simples
O peptídeo relacionado ao gene da  Triptano (Principal)
calcitonina também parece estar
 Metoclopramida (paciente
relacionado a patogênese da enxaqueca.
nauseado)
Obs: a enxaqueca hemiplégica familiar está  Profilaxia (Crônico)
ligada a mutações nos canais de sódio e  Betabloqueador (Propanolol)
potássio.  Amitriptilina
 Clínica  Anticonvulsivante (Topiramato ou
1- Pródromo: irritação, fadiga, dificuldade de Valproato)
concentração, sonoo agitado, avidez por

41
 Bloqueador do canal de cálcio
(Flunarizina)

Trigeminoautonômicas

Em salvas (Cluster Headche)


 Epidemiologia
 3x mais comum em homens
 Dor
 Pulsátil e opressiva
 Desencadeada por álcool, histamina
e nitroglicerina
 Unilateral, frontorbitária
 Sintomas associados
 Lacrimejamento
 Edema orbitário
 Miose
 Ptose palpebral
 Congestão nasal
 Intensidade
 Muito grave: Dor que acorda o
paciente
 Duração
 15 a 180 minutos até 8x/dia e
desaparece por semanas

 Tratamento
 Crise aguda
- Oxigênio

- Sumatriptano

- Zolmitriptano

 Profilaxia
- Bloqueador do canal de cálcio (verapamil)

- Opções: Valproato, Lítio, Prednisona

 Tratamento não farmacológico


 Dieta saudável e balanceada
 Exercícios físicos
 Padrão de sono regular
 Evitar álcool e cafeína em ecesso
 Evitar estresse psicológico
 Ioga, meditação e hipnose
 Rotina diária das enxaquecas

42
História Clínica  Sinais neurológicos irritativos ou
João Pinheiro, 68 anos, chega ao PS com deficitários.
queixa de “dor de cabeça que não para”, de  Papiledema.
início há cerca de 5 dias, com náuseas.  Rigidez de nuca, febre ou alteração da
Apresentando piora progressiva. Nega consciência.
hipertensão, diabetes e outras patologias  Mudança significativa no padrão de
dor/piora progressiva.
Anamnese
Dor de cabeça holocroniana constante e com  Alterações endócrinas concomitantes.
piora progressiva náuseas constantes,  Macroprolactinomas podem causar
previamente hígido, distúrbios visuais cefaleia, alteração visual e
momentâneos, PA 130x110 mmHg, bulhas hipopituitarismo relacionados a efeito de
rítmicas normofonéticas sem sopros sinais massa do tumor.
meníngeos negativos.
Hemicrania Paroxística Crônica
Galactorreia
 Epidemiologia
FSH normal e prolactina aumentada.  Mulheres, predominantemente
Tramal, plasil, alprazolam, fluoxetina,  Dor
clorpromazina, atenolol, morfina,  Unilateral, fronto orbitária
estrogenioterapia foram os medicamentos  Intensidade
utilizados. No caso, como o paciente tem  Muito grave: acorda o paciente
prolactinoma que se confirma com os  Duração
exames laboratoriais, poderiam ser usados
 2 a 30 minutos mais de 5x/dia (1 a 40
os agonistas de dopamina bromocriptina e
vezes/dia)
cabergolina.
 Sintomas associados
Esse é um caso de prolactinoma, causando  Lacrimejamento
cefaleia secundária, ou seja, aquela que é  Edema orbitário
causa por outra doença que não a cefaleia
 Miose
em si.
 Ptose palpebral
Cefaleia Secundária  Congestão nasal
As cefaleias secundárias são consequência  Tratamento
de uma agressão ao organismo, de ordem  Crise aguda
geral ou neurológica. Geralmente o paciente chega geralmente
A doença primária pode estar relacionada a sem dor, de modo que fica difícil de
várias etiológicas: podermos realizar o tratamento da crise
aguda.
 Infecciosa.
Mas, esse paciente responde de modo muito
 Inflamatória.
mais importante ao tratamento profilático.
 Parasitária.
 Traumática.  Profilaxia
 Vascular. - Indometacina: 150 a 225mg/dia
 Tumoral (CASO DA PACIENTE).
 Metabólica.

 São sinais de organicidade da cefaleia:


 Início abrupto, principalmente se é o
primeiro episódio.
 Lesões estruturais ou dor com início após
o trauma.
 Aparecimento após os 50 anos.

43
1- Um homem com 32 anos de idade foi ao regiões frontais. As crises são de intensidade
posto médico com queixa de cefaleia de moderada a forte, duram de 6 a 12 horas,
início súbito, com piora progressiva há 30 acrescidas de náusea, mas sem fotofobia ou
minutos, afetando a região supraorbitária fonofobia. Ela acredita que as dores possam
esquerda, associada a lacrimejamento, estar relacionadas a episódios de sinusite,
rinorreia e obstrução nasal à esquerda. Ele conforme sugerido pelos familiares. Além
referiu que teve o primeiro episódio de disso, a paciente vem investigando a
cefaleia há um mês e que procurou três possibilidade de glaucoma, pois apresentou
vezes o pronto-socorro, pois a dor chegava a uma pressão intraocular ligeiramente
ser insuportável. Segundo ele, as crises de elevada. Em relação ao caso clínico descrito,
dor sempre acometem a região assinale a alternatina INCORRETA:
supraorbitária esquerda.
A) O topiramato ou a nortriptilina poderiam
Tendo em vista o quadro clínico acima, ser utilizados neste caso, tendo em vista
assinale a opção correta. tratar-se de migrânea sem aura.
B) A sinusopatia é o diagnóstico possível
A) O quadro de cefaleia unilateral de forte para esta paciente, já que nesta
intensidade apresentado pelo paciente condição a presença de cefaleia na
em apreço é característico de região frontal pode ser indicativa da
enxaqueca clássica sem aura. doença sinusal.
B) A profilaxia das crises com verapamil ou C) Trata-se de um caso de migrânea sem
topiramato não é preconizada para esse aura, portanto, a avaliação neurológica
tipo de cefaleia. está indicada.
C) O diagnóstico diferencial da cefaleia D) A ausência de foto e fonofobia não
pode ser feito com o uso de excluem o diagnóstico de migrânea sem
sumatriptano. Se houver alívio da dor aura.
com esse fármaco, o diagnóstico será de E) Neste caso, a profilaxia estaria indicada,
enxaqueca. sendo o propranolol uma das primeiras
D) a cefaleia apresentada pelo paciente em opções de tratamento
questão acomete principalmente
homens (85%) e seu aparecimento é
mais frequente entre a terceira e a
quinta década de vida. 4. Qual das opções abaixo melhor
E) O tipo de cefaleia descrito tem caráter caracteriza a cefaleia em salvas?
notadamente familiar. Mais de 70% dos A) Dor de forte intensidade, de curta
pacientes com quadro semelhante ao duração, sempre bilateral.
descrito têm pelo menos um familiar B) Dor bilateral, de forte intensidade,
direto acometido. acompanhada por sinais autonômicos.
C) Cefaleia bilateral, pulsátil,
acompanhada por náuseas e fotofobia.
2. Qual dos seguintes é o melhor D) Dor intensa, unilateral, durando de 15 a
tratamento agudo para crise de cefaleia em 180 minutos, com sinais autonômicos do
salvas? mesmo lado.
E) Cefaleia em aperto, holocrania,
A) Morfina 10mg por injeção intramuscular acompanhada de náusea e vômitos.
(IM).
B) Inalação com ar úmido em máscara, a
10 litros/min, durante 10 minutos.
C) Ergotamina 2mg por via oral (VO). 5. São considerados fatores deflagadores de
D) Sumatriptano 6mg por injeção crises de salvas:
subcutânea. A) Café, stress e odores.
E) Lidocaína “spray” nasal B) Álcool, medicamentos vasodilatadores,
histamina.
C) Álcool, café, alimentos condimentados.
3. Uma mulher de 50 anos de idade D) Café, alimentos gordurosos e doces.
refere cefaleia episódica (quatro vezes por
mês) de caráter latejante e localizada nas E) Café, chocolate e vinho.

44
6 São indicações de exame complementar B) A cefaleia tensional atinge 40-70% da
em cefaleia, EXCETO: população. É bilateral, holocraniana,
opressiva, de intensidade leve a
A) Paciente com primeira ou pior cefaleia. moderada. O tratamento de escolha das
B) Cefaleia que acorda o paciente durante crises é feito com triptanos.
a noite. C) O paciente típico da hemicrania
C) Cefaleia progressiva. paroxística é uma mulher adulta, com
D) Cefaleia em paciente com sinal focal. dor unilateral, periorbital e sintomas de
E) Cefaleia associada a abuso de lacrimejamento ocular, hiperemia
analgésicos. conjuntival, congestão nasal e sudorese
facial. A melhor droga para tratamento
das crises são triptanos com oxigênio.
7. Não é parte do arsenal de medicações D) A enxaqueca corresponde a uma
para tratamento sintomático da migrânea: cefaleia frontotemporal unilateral,
pulsátil, de intensidade moderada a
A) Dipirona. forte com duração de 4 a 72 horas. O
B) Paracetamol. tratamento profilático é indicado
C) Sumaptriptana. quando as crises ultrapassam 3 a 5
D) Anti-inflamatório. episódios por mês e as drogas de
E) Codeína escolha são os anticonvulsivantes.

8. A medicação profilática de escolha para


cefaleia tensional é:

A) Valproato de sódio. 1. D
B) Topiramato.
C) Betabloqueador. 2. D
D) Antidepressivo tricíclico.
3. C
E) Antidepressivo inibidor da recaptação
de serotonina 4. D

5. B
9. São opções de tratamento não 6. E
medicamentoso da cefaleia tensional com
evidência favorável na literatura: 7. E

A) Acupuntura. 8. D
B) Bloqueio de nervo occipital maior.
9. E
C) Fisioterapia com reforço muscular.
D) Biofeedback. 10. A
E) “c” e “d” são corretos

10 IDECAN

As cefaleias podem ser primárias ou


secundárias. Alguns “sinais de alarme”
sugerem as cefaleias secundárias e indicam
a realização de exame de imagem. Sobre as
cefaleias, assinale a afirmativa correta.

A) Entre as principais drogas causadoras


de cefaleia são encontrados os
bloqueadores de canal de cálcio e
nitratos, além dos próprios analgésicos.

45
História Clínica  De 5 a 7: risco alto de hemorragia.
Maria Aparecida, 36 anos, admitida com  De 7 a 10: baixo risco de hemorragia.
história de cefaleia de início súbito,
associada à fraqueza no hemicorpo direito,
há 2 dias. Paciente trazida pelo esposo. Solicitar também:

 Hemograma.
Anamnese
Paciente possuía histórico de uso de  Glicemia.
anticoncepcional, portanto maior risco de  Coagulograma,
trombose, que levou ao AVC isquêmico.  Eletrólitos.
 Marcadores de necrose miocárdica.
A pressão estava alta, portanto foi solicitada
a administração de hidralazina.  RX de tórax.
 ECG.
O melhor exame para mostrar os vasos seria Nas primeiras horas, a TC pode estar normal
a angiografia ou angiorressonância. ou ter alterações muito sutis, então vai ser
útil principalmente para excluir
Como no caso havia trombose envolvida,
sangramento e outras contraindicações à
deve-se administrar heparina.
tombólise.
Acidente Vascular Isquêmico Algumas “escalas” podem ser úteis para o
É secundário à oclusão de uma artéria, AVCi:
levando a uma redução do fluxo sanguíneo e
infarto do tecido. Stroke mimics: são situações que muitas
vezes podem se assemelhar bastante,
Suspeita-se de AVC quando a história é de clinicamente, a um AVC, mas que tem suas
um déficit neurológico súbito. especificidades e devem ser diagnosticadas
e tratadas de forma correta.
Com a suspeita de AVCi precisamos agir
com rapidez para realizar a reperfusão do  Hipoglicemia.
tecido em sofrimento e, quanto mais rápido,  Epilepsia: após uma crise epiléptica, o
melhor o desfecho. paciente pode ter paralisia ou
 Fatores de Risco dormência, alteração visual ou
dificuldade de fala que evoluem com
 Hipertensão arterial.
melhora progressiva.
 Tabagismo atual.
 Enxaqueca: algumas auras da
 Obesidade abdominal (relação cintura- enxaqueca cursam com hemiparesia,
quadril). dormência, alteração visual ou
 Dieta pobre em vegetais e grãos e rica dificuldade de fala.
em carnes, ovos e frituras.  Encefalopatia metabólica/intoxicação:
 Inatividade física. em geral o paciente tem rebaixamento
 Diabetes melitus. do nível de consciência, confusão,
 Uso de álcool. alteração de fala, mas não apresenta
 Estresse psicossocial e depressão. um déficit focal.
 Doenças cardíacas.  Síncope: dificilmente em AVC vai causar
síncope, sem outros déficits.
 Níveis elevados de apolipoproteína.
 Paralisia de Bell: paciente terá fraqueza
tanto do andar superior quanto do
 Exames andar inferior da hemiface acometida.
O exame de escolha, em geral, é a
 NIHSS (national institutes of health stroke
tomografia. Pode haver perda dos sulcos,
scale) – avalia a gravidade previamente
hipodensidade, perda da diferenciação da
à reperfusão.
massa branca da massa cinzenta.
Conduta
Escore ASPECTS (utilizado para padronizar e ABCDE do trauma, uma vez que é uma
simplificar os territórios acometidos na TC de emergência.
crânio).

46
Monitorização contínua nas primeiras 48  Contraindicações relativas:
horas.  AVC minor ou em melhora (avaliar o
caso).
O uso de anti-hipertensivo intravenoso será
necessário se:  AVCi nos últimos 3 meses.
 Sangramento do trato geniturinário ou
 PA > 220 x 120 em paciente não elegível gastrointestinal nos últimos 21 dias.
para trombólise.  Cirurgia grande ou trauma nos últimos
 PA > 185 x 110 se paciente elegível para 14 dias.
trombólise e durante a infusão do  Crise epiléptica no início dos sintomas.
trombolítico manter PA < 180 x 105.
 Punção arterial em local não
 Se emergência hipertensiva. compreensível ou punção lombar nos
 Trombólise endovenosa: últimos 7 dias.
O rt-PA (ALTEPLASE) é o trombolítico usado  IAM nos últimos 3 meses.
para restaurar o fluxo cerebral na fase
 Glicemia < 50 ou > 400 – corrigir
aguda do AVCi. A janela terapêutica é de 4,5
glicemia. Déficit pode ser secundário a
horas do início dos sintomas. No entanto,
alteração metabólica.
quanto mais rápido, menos morte tecidual,
melhor desfecho.  Hemorragia ocular.
 Dissecção arterial intracraniana.
Indicação de trombólise:  Gravidez.
 ≥ 18 anos.  Contraindicação adicional para a janela
 Déficit neurológico que cause impacto na estendida (3-4,5h).
qualidade de vida.  AVC extenso, NIHSS > 25 ou
 Início dos sintomas ≤ 4,5 horas. acometimento de mais de 1/3 da artéria
cerebral média.
 Contraindicação:
 Administração da ALTEPLASE:
 Evidência de sangramento na TC de
crânio.  Dose 0,9 mgkg (máximo 90 mg) 10% em
bolus e 90% em 1 hora de bomba de
 PA > 185 x 110.
infusão (BIC).
 Hemorragia interna.
 Se o paciente apresentar piora do déficit,
 Uso de heparina 48h e PTT aumentado. cefaleia intensa, pico hipertensivo,
 Uso de inibidores diretos da trombina ou suspender infusão da alteplase e realizar
inibidores do fator Xa (apixabana, TC de crânio urgente.
rivarozabana, dabigatrana) nas últimas  Aferia s PA e realizar NIHSS a cada 15
48 horas. minutos durante a infusão de alteplase e
 Plaquetas < 100.000, INR > 1,7 (não após 2 horas em seguida a cada 30
atrasar a trombólise caso não tenha minutos por 6 horas, e após a cada hora
suspeita de trombocitopenia ou durante 24h.
coagulopatia).  Se PA > 180105, administrar anti-
 Diátese sanguínea. hipertensivo IV.
 Suspeita de dissecção de aorta.  Evitar procedimentos invasivos, como
 Suspeita de endocardite infecciosa. passagem de sonda vesical ou
 Suspeita de hemorragia subaracnóidea. nasoenteral nas primeiras 24 horas.
 Neurocirurgia ou TCE grave nos últimos  Obter TC crânio ou RM após 24 horas e
3 meses. antes iniciar
 Neoplasia intracraniana, malformação antiplaquetário/anticoagulante.
arteriovenosa ou aneurisma com risco  Trombectomia mecânica: procedimento
de sangramento. que usa hoje um stent retriever. É feita
 Hemorragia intraparenquimatosa uma punção arterial em femoral e o
prévia – cuidado. cateter vai até o local de obstrução. Em
seguida, o stent é aberto, “agarra” o
 Área de hipodensidade grande na
trombo.
tomografia (1/3 da artéria cerebral
média) ou com efeito de massa.

47
 Critérios para trombectomia:
 AVCi causado por oclusão da a.carótida
interna ou a.cerebral média M1 (visto em
angioTC ou angioRM).
 Até 6 horas do início dos déficits.
 NIHSS maior ou igual a 6.
 ASPECTS maior ou igual a 6.
 Maior ou igual a 18 anos.
 mRS prévio 0-1 (escala Ramkin).
 6-24 horas do início dos déficits caso o
paciente preencha critérios de inclusão
do estudo DAWN/DEFUSE.

1. FUNDEP risco e cuidados associados. A respeito do


AVC, analise as afirmativas a seguir.
O acidente vascular encefálico (AVE)
consiste na perda súbita da função cerebral I. No exame físico de uma pessoa que sofreu
em decorrência da supressão do aporte AVC pode-se detectar alteração na visão e
sanguíneo para uma região do cérebro. As no equilíbrio.
lesões são consequência da isquemia ou da
hemorragia, resultantes do II. Hábitos de vida podem ser considerados
comprometimento da função cerebral.” fatores de risco para AVC, do tipo
(BRUNNER & SUDDARTH, 2015. modificável.

Assinale a alternativa que apresenta as III. Tanto na prevenção quanto no


complicações mais comuns do AVE. tratamento do AVC, programas de
educação em saúde são importantes
A) Angina, paraplegia e taquicardia. aliados. Um dos temas a serem abordados é
B) Hiperlipidemia, uremia e amaurose. orientar o paciente sobre as taxas de
C) Pneumonia aspirativa, úlcera por colesterol “bom” (LDL) e “ruim” (HDL).
pressão e tromboembolismo venoso.
D) Úlcera por pressão, hemiparesia e Está correto o que se afirma em
angina. A) I, apenas.
B) I e II, apenas.
C) I e III, apenas.
2. FGV em um acidente vascular cerebral D) II e III, apenas.
(AVC), o fluxo sanguíneo sofre uma súbita E) I, II e III.
interrupção, sendo esse agravo uma das
principais causas de mortes no mundo. Caso
a pessoa sobreviva, pode ter sequelas e ficar
incapacitada. Por isso é tão importante
conhecer seus sinais, sintomas, fatores de

48
3) (SUS-SP 2019) Paralisia de nervos braquial (face e braço > perna);
cranianos, diplopia, tontura, náusea, negligência hemiespacial contralateral.
vômitos, disartria, disfagia, soluços, ataxia D) Déficit sensorial e/ou motor ipsilateral,
de marcha. Um quadro de acidente vascular com predomínio facial e braquial (face e
encefálico isquêmico com tais braço > perna); afasia.
características clínicas provavelmente
ocorreria em território vascular de artéria:

A) Cerebral anterior.

B) Vértebro-basilar.
1. C
C) Cerebral média.
2. B
D) Cerebral posterior.
3. B
E) Carótida interna.
4. C

5. B
4 Homem, 75 anos, procura Pronto Socorro
por fraqueza e dificuldade de fala há duas
horas, após ter ingerido cerca de 4 litros de
cachaça. Antecedentes: hipertensão arterial
e diabetes em tratamento irregular, etilista
de uma garrafa destilado/dia há 40 anos.
Exame físico: FC 140bpm; PA 150/92mmHg.
Ausculta cardíaca: bulhas arrítmicas,
taquicárdicas, normofonéticas, sem sopros.
Exame neurológico: disártrico; hemiparesia e
hemihipoestesia à esquerda;
heminegligente. Tomografia
computadorizada de crânio sem alterações.

A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA E CONDUTA SÃO:

A) Libação alcoólica; prescrever


benzodiazepínicos
B) Acidente isquêmico transitório;
prescrever AAS e Clopidogrel
C) Acidente vascular encefálico isquêmico;
indicar trombólise.
D) Encefalopatia metabólica; prescrever
tiamina.

5 (HC – UFPR - 2019) Em relação ao acidente


vascular encefálico isquêmico, assinale a
alternativa que apresenta as principais
manifestações clínicas típicas de
envolvimento da artéria cerebral anterior:

A) Déficit sensorial e/ou motor


contralateral, com predomínio facial e
braquial (face e braço > perna); afasia.
B) Déficit sensorial e/ou motor
contralateral, com predomínio crural
(perna > braço e face); abulia.
C) Déficit sensorial e/ou motor
contralateral, com predomínio facial e

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História Clínica
Joana Machado de Souza, 62 anos, chega ao
PS referindo dor lombar à esquerda, intensa,
irradiando para a região abdominal, perineal
e membro inferior esquerdo. Relata que
iniciaram há 2 meses, com piora progressiva,
esntando há 3 dias sem dormir, devido a
intensidade da dor. Na manhã de hoje,
percebeu disfunção dos esfíncteres anal e
vesical.

Anamnese
Esse é um caso de metástase óssea, já que
durante a história a paciente referiu que teve  Compressão metastática da medula
um CA de mama, com linfonodo sentinela espinhal
ativo e que não deu seguimento ao É uma emergência oncológica.
tratamento depois da mastectomia.
A dor pode ser local (dor nas costas ou no
No caso, a metástase óssea formou um pescoço), radicular ou ambas.
tumor que comprimia as raízes nervosas,
portanto mais um caso de radiculopatia. Pacientes com déficits neurológicos
Assim, não vamos repetir tudo o que já foi estabelecidos têm prognóstico ruim para
dito nos outros casos, mas completaremos recuperação.
com as particularidades desse tipo de
metástase. Os esteroides devem ser administrados
imediatamente quando o diagnóstico clínico
Metástase e radiológico de mSCC foi confirmado
 Cascata de invasão e metástase: Dexametasona é a droga mais utilizada.
 Perdem a adesão célula-célula.
 Invadem localmente a matriz A cirurgia é bem indicada em pacientes com
extracelular. instabilidade da colune vertebral.
 Migram ativamente pelo estroma. RT é o tto de primeira linha para a maioria
 Invadem a membrana basal. dos pacientes com mSCC, proporciona alívio
 Intravasam o endotélio dos vasos da dor nas costas.
sanguíneos.
 O diagnóstico precoce e a terapia
 Sobrevivem ao rigoroso ambiente da imediata são preditores poderosos de
circulação. resultado no mSCC.
 Extravasam pelo endotélio vascular.  A maioria dos pacientes com mSCC
 Sobrevivem no parênquima do órgão- deve receber RT isoladamente, mas a
alvo, primeiramente em forma de cirurgia deve ser considerada para
micrometástase. casos selecionados.
 Reiniciam seus programas proliferativos  Regimes de HFRT, incluindo uma dose
no sítio metastático e geram única de 8 Gy, podem ser considerados
crescimento de neoplasias detectáveis o esquema de escolha, enquanto
clinicamente. regimes de RT mais prolongados podem
ser usados em pacientes selecionados
com CECm com uma expectativa de
vida mais longa.
 A dexametasona deve ser prescrita em
pacientes com mSCC na dose de 8-16
mg por dia.

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1. Quando um câncer se espalha para 4. No caso de câncer de cólon, o maior
além do local de surgimento, dizemos que número de metástases pulmonares indica
ocorreu um (a): uma maior chance de recidiva do tumor no
sítio primário.
A) reação tumoral.
B) metástase. ( ) Certo
C) translocação.
D) neoplasia. ( ) Errado
E) carcinoma.

5. Em relação ao tratamento cirúrgico


2. Quanto ao processo de metastização, das metástases pulmonares de tumores
marque verdadeiro ou falso: localizados em outro sítio, assinale a
alternativa correta.
( ) “São implantes tumorais descontínuos
com o tumor principal”. A) Sempre são indicadas ressecções para
essas lesões.
( ) “Todos os tumores podem gerar B) As lesões bilaterais nunca apresentam
metástases, com exceção dos gliomas e dos possibilidade de cirurgia em dois
carcinomas basocelulares da pele.” tempos.
C) Os tumores primários não necessitam
de controle ontológico para indicar a
3. No que concerne às intervenções de metastasectomia.
enfermagem aplicáveis ao controle do D) O tempo entre o tratamento da doença
câncer, assinale a opção correta, em primaria e o surgimento das metástases
conformidade com as Ações de Enfermagem não influencia na conduta.
para o Controle do Câncer, do Instituto E) As características da circulação
Nacional do Câncer. pulmonar, com seu vasto leito capilar,
fazem com que os pulmões sejam um
A) As metástases mais frequentes do foco potencial de metástases
câncer de mama ocorrem no pulmão, na hematogênicas.
pleura, nos ossos, no fígado e no cérebro,
e a metástase cerebral é raramente
assintomática.
B) O câncer de colo do útero ocorre, com
frequência, em mulheres não infectadas
por papilomavírus humano, mas que 1. B
têm exposição a outros fatores de risco,
2. VV
ligados ao fumo e ao exercício da
sexualidade. 3. A
C) A coleta de dados acerca de atividades
cotidianas da criança com câncer deve 4. Certo
ser evitada, pois serve apenas para
5. E
estabelecer uma relação de confiança
entre o profissional enfermeiro e a
criança.
D) Cânceres de pele não melanomas, como
carcinomas, ocorrem mais
frequentemente em mucosas ou em
zonas de transição entre pele e mucosas.
E) O câncer colorretal é um dos que
apresenta sinais e sintomas mais
evidentes nas fases iniciais ou mesmo na
fase de pólipo pré-canceroso.

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