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UNIDADE III

Fisioterapia
Ortopédica Funcional

Profa. Dra. Adriana Pastore


Caso clínico 1

 Um adolescente de 13 anos, praticante de ginástica olímpica.


 Relata dor em região anterior do joelho direito, que piora quando sobe e desce as escadas.
 A dor iniciou há 3 semanas e aumentou progressivamente.
 Atualmente, não consegue voltar aos treinos.

Analise as imagens a seguir:

Fonte: autoria própria.


Caso clínico 1

Quais as alterações apresentadas no exame clínico e radiológico?


Qual é o provável diagnóstico?

Fonte: autoria própria.


Caso clínico 1 – Tendinite patelar

 Estresse traumático repetitivo. 


 Tracionamento constante do tendão patelar.
 Jumper’s Knee. FÊMUR

LIGAMENTO
CRUZADO
 Fase crônica: pode ocorrer lise e fragmentação ANTERIOR
PATELA
do tecido ósseo e cartilaginoso local.
TENDÃO
 Osgood-Schlatter (osteocondrite). PATELAR
CARTILAGEM
ARTICULAR

MENISCO
MENISCO LATERAL
MEDIAL
VASCULARIZAÇÃO
DO MENISCO

TÍBIA FÍBULA
Fonte: Adaptado de: Netter (1994).
Caso clínico 1 – Tendinite patelar

Epidemiologia: Quadro clínico:

 Idade de 8 a 15 anos;  Dor tuberosidade tibial;


 + meninos;  A dor piora com a atividade;
 Meninas: patinação e ginástica.  A dor alivia com o repouso;
 Dor X extensão do joelho;
 Aumento do volume da tuberosidade tibial;
 Edema de partes moles.
Caso clínico 1 – Tendinite patelar

Como deve ser feita a reabilitação desse adolescente?

 Cite os objetivos e as condutas;

 Existe alguma contraindicação para o uso de termoterapia nesse paciente? Explique.


Caso clínico 1 – Tendinite patelar

Tratamento: Fisioterapia:

 Limitação da atividade 4 – 6 meses;  Eletroterapia;


 Crioterapia;  Hidroterapia;
 Alongamento;  Laser de baixa intensidade.
 Exercício isométricos.

Fonte: autoria própria.


Interatividade

“Normalmente, a primeira resposta patológica que ocorre em tendões diante de condições de


sobrecarga é a inflamação. Um quadro inflamatório que acomete os tendões, quando se torna
crônico, faz com que a ação crônica das substâncias químicas anti-inflamatórias provoque um
processo degradativo da estrutura morfológica do tendão, degradando a sua matriz (colágeno,
proteoglicanos) e o componente celular. A degradação da estrutura tendínea provoca uma
degeneração. Na degeneração, a estrutura do tendão já está comprometida, o que leva a um
enfraquecimento das suas fibras, tornando-o mais suscetível à lesão. A lesão pode ser
considerada como uma consequência final desse processo lesivo”.

Com base na sequência lógica apresentada no trecho anterior,


qual é a sequência patológica mais comum que afeta os
tendões, de acordo com a sua nomenclatura correta?
Resposta

A sequência patológica mais comum, que afeta os tendões de acordo com a sua
nomenclatura correta, é:

1ª – tendinite ou tenossinovite; 2ª – tendinose ou tendinopatia; 3ª – ruptura parcial


ou total do tendão.
Caso clínico 2

 H. S. M, gênero feminino, 47 anos, doméstica.


 Queixa principal: dor na região lombar, glútea e trocantérica, irradiando para a porção
posterior da coxa, e toda a região anterolateral e posterolateral, da perna e do pé.
 Exame de ressonância magnética da coluna sem alterações.

 Diagnóstico diferencial: síndrome do piriforme.

Músculo
Nervo ciático
piriforme

Região
Nervo ciático da dor

Fonte: Adaptado de: www.hong.com.br


Caso clínico 2 – Síndrome do piriforme

 Compressão/irritação do nervo isquiático Sintomas:


(ciático) no seu trajeto por entre as fibras ou  Dor localizada e irradiada (ciatalgia);
por baixo do músculo piriforme.
 *Diagnóstico diferencial de lombociatalgia;
 Teste de elevação da perna retificada +
 Causa: anormalidade anatômica do Sinal de Freiberg (dor na rot. int. passiva
músculo ou do nervo. do quadril).
 Aumento da tensão do músculo piriforme
(encurtamento, hipertrofia…).

Teste de Lasègue.
Fonte: Netter (1994).
Caso clínico 2 – Síndrome do piriforme

Tratamento (objetivos): Tratamento (condutas):


 Alívio da tensão do piriforme;  Eletroterapia;
 Aumento da flexibilidade;  Massoterapia (pompage,
 Melhorar a circulação sanguínea; liberação miofascial);
 Promover o relaxamento muscular;  Alongamento muscular;
 Diminuir os problemas posturais;  Exercícios posturais;
 Aumentar/melhorar a ADM.  Exercícios de fortalecimento;
 Orientações.
Caso clínico 2 – Síndrome do piriforme

Fonte: autoria própria.

Piriforme Nervo ciático

Fonte: Adaptado de: Netter (1994).


Interatividade

Qual é a importância de realizar o diagnóstico diferencial entre a síndrome do piriforme e as


outras causas de compressão do nervo ciático?
Resposta

Qual é a importância de realizar o diagnóstico diferencial entre a síndrome do piriforme e as


outras causas de compressão do nervo ciático?

O diagnóstico da síndrome do piriforme é muito complicado, porque os sintomas se


assemelham muito aos de outras condições de saúde, como: a dor no ciático, a lombalgia
e a hérnia de disco. O diagnóstico é feito pela eliminação de outras possíveis causas
dos sintomas.
O correto diagnóstico é fundamental para que o plano de tratamento seja executado de forma
adequada para tratar a causa do problema e não, somente, os sintomas.
Caso clínico 3

 C. L. T., sexo feminino, 43 anos, apresenta uma dor no calcanhar de ambos os pés.
 A dor teve início há dois anos, começando no pé esquerdo e, logo em seguida, acometeu o
pé direito.
 Consultou o médico e diagnosticou um esporão do calcâneo no pé direito. Iniciou o
tratamento fisioterapêutico há 10 meses.
 Durante o tratamento, notou uma melhora sutil após três meses, quando esteve em repouso
durante uma semana.
 Depois, teve uma recaída, também, devido aos fatores pessoais e, em seguida, percebeu
uma melhora evidente nos sintomas no último mês.
Caso clínico 3

 A paciente é educadora física e está acima do peso ideal.


 Durante o trabalho permanece muito tempo em pé, o que acaba agravando as dores.
 Ao exame físico apresenta uma marcha normal e sem dor, ligeira dor à palpação de fáscia
plantar e apresenta pé cavo.
 Força muscular de flexores plantares, dorsiflexores, inversores e eversores grau 5, com,
apenas, uma ligeira diminuição de força em flexor curto do hálux esquerdo.
 Manobra de hiperextensão dos dedos sobre a fáscia; não apresenta dor.

Analise as imagens a seguir:


Caso clínico 3

Fonte: autoria própria.


Caso clínico 3 – Fascite plantar e esporão do calcâneo

 Processo inflamatório na fáscia plantar, Complicações:


relacionado com os distúrbios posturais, os  Esporão do calcâneo =
tipos de pé, o(a) ortostatismo/marcha/ ossificação/calcificação do ponto de fixação
corrida prolongada. da fáscia plantar no calcâneo.
 Pode ser desencadeada pela
prática esportiva.
Quadro clínico:
 IMC.
Dor:
 < 10º dorsi.
 À palpação e à deambulação;
 No calcâneo e em fáscia plantar;
 + no 1° apoio matinal ou após longo
período sem carga;
 Retração da fáscia plantar.
Caso clínico 3 – Fascite plantar e esporão do calcâneo

Tratamento conservador:
 Repouso, anti-inflamatórios, órteses ou palmilhas para o alívio de pressão local.

Fisioterapia: analgesia e anti-inflamatória:


 Estiramento passivo da fáscia;
 Alongamento da musculatura.

Tratamento cirúrgico:
 Fasciotomia e excisão do esporão.

Fonte: www.portuguesealibaba.com
Interatividade

A terapia de ondas de choque pode auxiliar no tratamento da fascite plantar crônica?

Fonte: autoria própria.


Resposta

Sim.
A onda de choque é uma onda sônica que se propaga, rapidamente, em determinado meio (no
caso, os tecidos biológicos) e pode ser caracterizada como um impulso mecânico com alta
energia (pressão de pico elevada), rápido aumento de pressão e curta duração. Esse gradiente
de pressão muito rápido e de alta frequência causa, nos tecidos, um fenômeno denominado
como cavitação, no qual são geradas as microbolhas.
As ondas de choque podem destruir as fibras sensitivas amielínicas, estimular a
neovascularização e a síntese de colágeno nos tecidos degenerados.

Fonte: www.neurondor.com.br
Caso clínico 4 – Amputação

 Paciente J. M. S, 40 anos, gênero feminino, trabalhadora rural.


 Diagnosticada com vasculopatia diabética, que evoluiu para uma infecção severa e,
posteriormente, ocorreu uma amputação transtibial em um terço médio do MID, levando
parte da tíbia e da fíbula.
 Durante o período de internação, a paciente teve atendimento fisioterapêutico, que
proporcionou a cicatrização adequada e amenizou os efeitos deletérios do imobilismo.

Fonte: solucoesamputados@blogspot.com
Caso clínico 4 – Amputação

 Após a alta, dirigiu-se para o serviço de fisioterapia da sua cidade, utilizando as muletas e
relatando como queixas principais: dificuldade de locomoção, parestesia e dor fantasma.
 Inspeção: observou-se que o coto da amputação não estava no formato adequado.
 Palpação: não apresentou contraturas, presença de edema moderado no local, espasmo
muscular e dor na região do coto.
 Teste de força muscular: grau 4 na flexão, extensão e abdução coxofemoral; grau 3 na flexão
e extensão do joelho.
 Prescrição de prótese transtibial do tipo PTB, e um programa de pré e pós-protetização para
reestabelecer a funcionalidade da paciente.
Caso clínico 4 – Amputação

Objetivos do tratamento:
 Promover a dessensibilização do coto;
 Diminuir o quadro álgico, os espasmos musculares e o edema local;
 Restabelecer a flexibilidade dos MMII;
 Aumentar a mobilidade cicatricial;
 Moldar o coto para atingir o formato cônico;
 Restaurar a força muscular;
 Otimizar a FM de MMSS;
 Trabalhar a consciência corporal e postural;
 Potencializar o equilíbrio e a propriocepção;
 Restabelecer a marcha fisiológica;
 Ajustar a adaptação à prótese;
 Retornar a independência em todas as atividades.
Caso clínico 4 – Amputação

Condutas:
 Método Rood: é a utilização de estímulos cutâneos para aumentar a sensibilidade dos
receptores de estiramento, seguida de estimulação proprioceptiva pelo estiramento muscular
rápido, facilitando, desta forma, a contração voluntária do músculo (HARRIS, 1980);
 Dessensibilização com os movimentos do coto sobre vários tipos de texturas;
 Corrente TENS sobre o coto (FQ: 100 LP: 120; tempo: 20 minutos);
 Exercícios de alongamento e fortalecimento específicos;
 Enfaixamento do coto;
 Treino de marcha com um dispositivo auxiliar e, posteriormente, com a prótese;
 Treino de equilíbrio.
Caso clínico 4 – Amputação

Fonte: autoria própria.


Caso clínico 4

Fonte: autoria própria.


Orientação para a atividade do chat

 Resolução de casos clínicos específicos.

 Analise bem as informações descritas.


 Veja os pontos importantes.
 Seja bem específico na hora de traçar os objetivos e as condutas para cada caso (paciente),
se possível, anotando o nome das articulações e dos músculos (por exemplo: ganhar a
flexibilidade dos músculos posteriores da coxa).
Referências

 AGNE, E. A. Eletrotermoterapia: Teoria e Prática. 1. ed. Santa Maria: Editora Orium Editora
& Comunicação Ltda., 2004.
 BARROS FILHO, T. P. Casos clínicos em Ortopedia e Traumatologia: Guia Prático para a
Formação e a Atualização em Ortopedia. Barueri: Manole, 2014.
 CHAITOW, L. Técnicas de palpação: avaliação e diagnóstico pelo toque. Barueri:
Manole, 2001.
 CLARKSON, H. M. Avaliação musculoesquelética: amplitude de movimento articular e força
muscular manual. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
 HALL, C. E.; BRODY, L. T. Exercício terapêutico: na busca da função. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2001.
 HOPPENFELD, S. Propedêutica Ortopédica. Rio de Janeiro:
Atheneu, 2002.
 KISNER, C.; COLBY, A. L. Exercícios Terapêuticos:
Fundamentos e Técnicas. 3. ed. Barueri: Manole, 1998.
 KOTTKE, F. J.; LEHMANN, J. F. Tratado de Medicina Física e
reabilitação de Krusen. 4. ed. Barueri: Manole, 1994.
Referências

 HARRIS, John H.; HARRIS, William H. Radiologia en urgencias medicas / The radiology of
emergencie medicine. Barcelona; Salvat; 1980. 518 p. ilus. Monografia em Espanhol | Sec.
Munic. Saúde SP, Sec. Munic. Saúde SP, AHM-Acervo, TATUAPÉ-Acervo | ID: sms-10575.
 LECH, O.; BARROS FILHO, T. E. P. de. Exame Físico em Ortopedia. 2. ed. São Paulo:
Editora Sarvier, 2002.
 LOUNDON, J. K.; BELL, S. L.; JOHNSTON, J. M. Guia Clínico de Avaliação Ortopédica.
Barueri: Manole, 1999.
 NELSON, R. M.; HAYES, K. W.; CURRIER, D. P. Eletroterapia clínica. 1. ed. Barueri:
Manole, 2003.
 PRENTICE, W. E. Técnicas de reabilitação em Medicina
Esportiva. 3. ed. Barueri: Manole, 2002.
 STARKEY, C. Recursos terapêuticos em Fisioterapia. 2. ed.
Barueri: Manole, 2001.
 VOLPON, J. B. Fundamentos de Ortopedia e Traumatologia.
São Paulo: Atheneu, 2013.
ATÉ A PRÓXIMA!

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