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DOENÇAS DO

MANGUITO ROTADOR
E SÍNDROMES
COMPRESSIVAS.
PROF. ESP. MURILLO TORRES
APRESENTAÇÃO
Problemas no ombro são a terceira desordem mais frequente do
aparelho musculoesquelético - atrás de problemas nas regiões
lombar e cervical.

A incidência de dores em
articulações aumenta com a idade.
Assim, com o envelhecimento
populacional, o número de pacientes
com queixas de dor no ombro e com
incapacidade decorrente desta
tende a aumentar;
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

5% das quiexas em ortopedia


Dor em ombro dominante
Etiopatogenia
 Hipovascularização X Impacto subacromial
Fases de Neer
 I - <25a, Tendinite, Conservador
 II – 25a-40a, Tendinose, Conservador/Cirúrgico
 III - >40a, Lesão, Cirúrgico
ARCO DOLOROSO
Compressão!

Menos compressão!
Indolor, menos dor

Maior compressão
Pinçamento presente

Estruturas não pinçadas!


APRESENTAÇÃO
As lesões do Manguito Rotador (LMR) são bastante prevalentes entre as causas
de dor no ombro, incluindo-se tendinites, rupturas parciais e totais dos tendões do
manguito.
REDIOGRAFIA
INCINDÍVEL
Arco doloroso de Neer (70-120) graus
Crepitações (lesão bursal)

BURSITE
TENDINITE DOR
DIMINUIÇÃO ADM
LESÃO CRÔNICA CRONICIDADE
CAPSULITE ADESIVA
SÍNDROME DO IMPACTO DOLOROSO
LESÕES TENDÍNEAS DEGENERATIVAS
TENDINITE CALCÁRIA
TENDINITE CALCÁRIA
A tendinite calcária do ombro é uma calcificação
reativa, autolimitante, caracterizada pela
deposição de sais de cálcio nos tendões do
manguito rotador (principalmente no tendão do
supraespinhoso)
PRINCIPAIS PONTOS
 Maior incidência no sexo feminino;
 Entre indivíduos de 30 e 60 anos;
 Pode ser sintomáticos ou assintomáticos;
 Em pacientes sintomáticos, a dor e a perda de amplitude de
movimento
 A tendinite calcária do ombro corresponde a 17% das síndromes
dolorosas do ombro;
 A razão para a deposição de cálcio no manguito rotador ainda não é
bem esclarecida
TENDINITE CALCÁRIA
 Dor súbita em ombro sem relato de trauma
 Sem causa definida
• 80% das vezes está no Supraespinal
• Doença autolimitada
• Fases
• Pré-cálcica
• Cálcica
• Pós-cálcica
• Exames complementares: RX + US
FISIOPATOLOGIA (HIPÓTESE)

Segundo a literatura, a deposição de cálcio nos tendões ocorre de forma


espontânea, podendo haver somente uma fase aguda, em que os sintomas tendem
a diminuir em poucas semanas, ou a evolução para a cronicidade.

Fatores como relativa isquemia em consequência da


hipovascularização na chamada zona crítica do manguito
rotador, degeneração dos tendões e distúrbios
metabólicos têm sido sugeridos como possíveis causas.
FASES DA CALCIFICAÇÃO

FASE PRÉ-CALCIFICAÇÃO: Transformação dos tenócitos em condrócitos com


presença de metacromasia indicativo de síntese de glicogênio.

FASE DE CALCIFICAÇÃO: Fase de formação do cálcio, repouso e rabsorção.

FASE DE PÓS- CALCIFICAÇÃO: Desenvolve-se na área da lesão um tecido de


granulação, com posterior remodelação da mesma, com retorno a configuração
normal do tendão.
QUADRO CLÍNICO
São observadas duas fases.

1) Fase crônica: fase de formação, dores de leve intensidade,


depósito de cálcio é visível na radiografia.
2) Fase aguda: Início do período de reabsorção, desenvolve-se o
quadro agudo da patologia; presença de dor de forte intensidade;
limitação funcional, presença forte de dor local.
SUGESTÃO TRATAMENTO
 Analgesia;
 Crioterapia;
 Eletroterapia (US)
 Equilíbrio e recondicionamento manguito
rotador.
CAPSULITE ADESIVA
A capsulite adesiva pode ser denominada como ombro congelado, ombro rígido e
capsulite retrátil que são termos utilizados para definir o período de dor e rigidez da
articulação glenoumeral aos movimentos realizados passivamente. Essa patologia pode
ser originada devido à longos períodos de imobilidade que causam o desuso da
articulação (BUENO; LESSA; RODIRGUES, 2009).

 Dor e diminuição da mobilidade articular;


 Restrição na mobilidade ativa e passiva do ombro;
 Hipótese: pode ser causada por longo período de imobilização.
FISIOPATOLOGIA
“A maioria dos autores não descreve o processo inflamatório da cápsula articular. Estudos
histopatológicos evidenciam um processo ativo de hiperplasia fibroblástica e excessiva liberação
de colágeno tipo III, que leva a contratura da capsula e estruturas adjacentes, provocando
diminuição na amplitude de movimento.”

 Pode estra ligada a hipovascularização;


 Liquido sinovial encontrado normal, no entanto,
existe diminuição da capsula articular.

Outros autores ainda classificam como:


Primária
Secundária
• Intrínseca (traumas ou patologias da cintura escapular)
• Extrínseca (PO de cirurgia torácica e cervical)
SINAIS E SINTOMAS
QUADRO CLÍNICO

 Caracteriza-se por dor mal-localizada no ombro, de início espontâneo


sem histórico de trauma;
 Torna-se intensa, mesmo em repouso;
 Intensidade da dor pode diminuir em algumas semanas;
 Déficit na mobilidade do ombro;
 Bloqueio da rotação interna e externa e na abdução;
 Acomete indivíduos de 40 a 60 anos, na maioria mulheres
 Incidência acentuada em portadores de doenças neurológicas;
TRATAMENTO
Tratamento conservador

Diagnóstico precoce
Termoterapia + Cinesioterapia
Bloqueio de N. supraescapular (MÉDICO)

Quando necessária Cirurgia


Videoartroscópica
Fase congelado sem dor
SÍNDROMES COMPRESSIVAS
FISIOPATOLOGIA

NERVOS SENSIBILIDADE COMPRESSÃO

SINTOMATOLOGIA
CARATERÍSTICA

TRAJETO

LOCALIZAÇÕES MAIS SUSCETÍVEIS À COMPRESSÃO DOS NERVOS PERIFÉRICOS MEMBRO SUPERIOR


 Nível do ombro: síndrome do desfiladeiro torácico;
 Cotovelo: síndrome do túnel cubital, síndrome do pronador e síndrome do supinador.)
 Nível do punho: síndrome do túnel do carpo, síndrome do cal de Guyon)
FISIOPATOLOGIA
Sunderland (1978) sugere que a alteração patológica inicial da
síndrome compressiva de nervo periférico seria a compressão da
microcirculação vascular deste”

Sistema vascular dos nervos:

 Interligados entre si – epineural, perineural e endoneural.


 A compressão aplicada ao nervo produz o aumento da pressão
intraneural, produzindo a saída de proteínas desta área;
 Exudato de proteínas pode causar edema endoneural, com edema
endoneural;
 Aumento da pressão intrafascicular, interfere na função normal do
nervo.
FISIOPATOLOGIA
A compressão exercida sobre o nervo pode ser causada por diversas situações:

 Inflamatória: O aumento da tenossinóvia determina a compressão do nervo


mediano dentro do túnel do carpo;
 Degenerativa: a perda da elasticidade da musculatura escalênica ocasiona
sintomas do desfiladeiro torácico;
 Traumática: fraturas do colo do cotovelo determinam sintomas no nervo ulnar,
por sua compressão ou ruptura;
 Lesões que ocupam espaços: cisto, gânglio, hematomas.
 Movimentos repetitivos: a pronação-supinação contínua pode ocasionar
compressão e isquemia transitória do nervo mediano (pelo músculo pronador
redondo) ou radial pelo (músculo supinador), produzindo sintomas no nível do
cotovelo.
TÚNEL DO CARPO
DESFILADEIRO TORÁCICO

TÚNEL CUBITAL
SINDROME CUBITAL
FISIOPATOLOGIA
COMPRESSÃO NERVOSA TÚNEL CUBITAL: LIGAMENTO DE OSBORNE.

“A 45 graus de flexão, o epicôndilo medial


afasta-se 5 mm do alécrano, ocorrendo
tensionamento do ligamento colateral
medial e do retináculo tornando o canal
mais achatado. Com a flexão de cotovelo,
a pressão no canal cubital aumenta de 7
para 11 a 34 mmHg.
DIAGNÓSTICO
 Parestesia na face ulnar, dedos mínimos e anular;
 Hiperestesia na face medial do cotovelo, que é a agravado com a flexão
do cotovelo;
 Hipoestesia na região do cotovelo e em nervo ulnar;
 Avaliação estática, valgo ou varo na conformação do cotovelo;
 Avaliação dinâmica, recomenda-se verificar a amplitude articular do
cotovelo e sua principais instabilidades.
 Sinal de Tinel para cotovelo, comparando lado contralateral.
EXAMES COMPLEMENTARES

Radiológico: Importante na avaliação de ângulo de carregamento,


osteófitos, sequelas de fraturas, tumores ósseos e calcificações.
Ultra-sonografia e ressonância magnética: avaliação de alterações de
partes moles.
Eletroneuromiografia dinâmica. Detecta anomalias de condução. Porém,
em casos iniciais, não tem valor.
CLASSIFICAÇÃO

LEVE: MODERADO: GRAVE:


Sensitivo: parestesia intermitente, Sensitivo: Parestesia intermitente, Sensitivo: Parestesia
aumento da sensibiliadade vibratória. sensibilidade vibratória normal ou persistente, sensibilidade
Motor: fraqueza?! Perda da diminuída. vibratória diminuída,
coordenação; Motor: fraqueza da pinça ou preensção discriminação de dois
Teste de tinel: pode não ser positivo. mensuráveis pontos normais.
Testes: Flexão de cotovelo ou tinel Motor: atrofia muscular
positivos. dos intrínsecos e fraqueza
Dificuldade em cruzar os dedos. mensurável da pinça e da
pressão.
Testes: Flexão de cotovelo
ou tinel positivos.
Não é possível cruzar os
dedos.
EPICONDILITE
LATERAL
FISIOPATOLOGIA
A epicondilite lateral geralmente acomete pessoas entre 30 e 60 anos e é
definida como uma afecção degenerativa que ocorre inicialmente por
microlesões na origem da musculatura extensora do antebraço.
ANATOMIA DO COTOVELO
FISIOPATOLOGIA
Sua apresentação clínica caracteriza-se por dor sobre o epicôndilo
lateral, com irradiação para a musculatura extensora e diminuição
da força de preensão, afetando as atividades cotidianas. Seu
mecanismo de lesão se dá por esforços repetitivos, geralmente
laborais ou esportivos .
TEORIA PRINCIPAL FISIOPATOGIA
Lesão resultado de aplicação de tração contínua por repetição, resultando
em microrupturas da origem do extensor radial curto do carpo seguidas de
fibrose e formação de tecidos de granulação.
QUADRO CLÍNICO

 Dor sobre o epicôndilo lateral;


 Dor irradia ao longo dos músculos extensores extensores;
 Em atletas pode aparecer repentinamente com rápida evolução.
 Em outros grupos pode começar de forma gradual;
 Déficit nas atividades de vida diária.
EXAMES COMPLEMENTARES
 Radiografias imprecisas;
 Ultra-sonografia pode demonstrar a presença de flúido
hipoecogênico subjacente ao tendão do extensor comum dos
dedos;
 ENMG dinâmica avalia a possibilidade de compressão do
nervo interósseo posterior.
TRATAMENTO
ANALGESIA
CRIOTERAPIA
ELETROTERAPIA
ALONGAMENTO E FORTALECIMENTO MUSCULATURA
EXTENSORA COTOVELO.
SINDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO
FISIOPATOLOGIA
Entende-se como síndrome do Desfiladeiro Torácico uma entidade
clínica com sintomatologia diversa, decorrente da compressão anormal
do plexo braquial na região do desfiladeiro torácico, limitando as
atividades habituais e trabalhistas do indivíduo acometido.
FISIOPATOLOGIA

O desfiladeiro cervicotoracobraquial é formada pelos


músculos escaleno anterior e médio, pela clavícula,
primeira costela, músculo subclávio e peitoral menor; por
ele transitam os vasos subclávio-axilares e o plexo
braquial. Essa região é composta por sítios estreitos
devido às estruturas ósteo-ligamentares, musculares e
neurovasculares. Qualquer variação anatômica ou
estruturas anômalas podem diminuir ainda mais este local
e causar uma compressão neurovascular.
QUADRO CLÍNICO
 Freqüentemente existem sintomas nervosos, que podem acometer
sensibilidade, motricidade e trofismo.

 Manifestam-se com dor de intensidade e caráter variá- veis, podendo ter


localização imprecisa, seguida de fraqueza, parestesia, principalmente em
mãos e dedos.

 Em geral, quando há compressão do cordão superior do plexo braquial


(C5 , C6 , C7 ) as dores são em região lateral da cabeça e do pescoço, em
região do músculo rombóide e supraescapular, face lateral do membro
superior, parte dorsal da mão, entre 1o . e 2o . Dedos.
QUADRO CLÍNICO
QUADRO CLÍNICO
A alteração de motricidade pode variar
de fraqueza à incapacitação, assim
como as alterações tróficas são as
hipotrofias e as atrofias, mais
freqüentes em músculos extrínsecos da
mão e antebraço.

Os sintomas arteriais ocorrem pela isquemia, incluem dor, palidez, cianose,


eritrocianose, parestesia, fadiga, alterações tróficas como úlceras e gangrenas,
diminuição da temperatura local.
DIAGNÓSTICO
O exame físico consiste em inspeção para verificar o biotipo, a simetria do
desenvolvimento da musculatura, do nível horizontal dos ombros, presença
de abaulamentos supra ou infraclaviculares. Palpação para avaliar
consistência, sensibilidade, mobilidade, pulsatilidade.

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