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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SANTA CATARINA

CURSO DE FISIOTERAPIA
DISCIPLINA DE FISIOTERAPIA EM TRAUMATOORTOPEDIA
Profª. Ft. Raquel Petry dos Santos
QUADRIL JOELHO TORNOZELO
Síndrome do Impacto
Síndrome
Femuroacetabular Entorse de Tornozelo
Femoropatelar (SFP)
(SIFA)

Tendinite (Aquiles,
Síndrome do
Luxação Patelar tibial anterior, tibial
Piriforme
posterior)

Contusão (quadril ou Tendinite (patelar ou


Fasciite Plantar
coxa) pata de ganso)

Bursite Trocantérica Lesão Meniscal Periosite (Canelite)

Rupturas Musculares Rupturas Musculares


Lesão Ligamentar
(pelve ou coxa) (perna)

Artrose Coxo Femural Artrose


SÍNDROME DO IMPACTO
FÊMORO ACETABULAR

É
“ uma condição onde os ossos do quadril
possuem uma alteração de seu formato. Isso
leva a um encaixe imperfeito dos ossos,
ocorrendo um atrito excessivo entre eles e essa
alteração pode causar danos irreversíveis à
cartilagem.”

 Condição conhecida há relativamente


pouco tempo.
 Bastante prevalente.
 É uma causa frequente de dores no Quadril,
principalmente em jovens (18-50 anos).
alteração do formato e do funcionamento biomecânico
do quadril

ocorre contato ou deslizamento anormal entre o fêmur e o


acetábulo (principalmente nos movimentos de flexão e rotação)

pode levar a uma lesão do labrum ou


da cartilagem de revestimento

Síndrome do Impacto
Fêmoro Acetabular (SIFA)
Classificação

CAM PINCER Misto


  
alteração no alteração no alteração no
FÊMUR ACETÁBULO FÊMUR e no
ACETÁBULO
CAM:
• CABEÇA E/OU COLO FEMURAL ANORMAL
• porção anesférica com maior diâmetro
• cisalhamento e lesão do labrum
• lesão da cartilagem acetabular
• avulsão condral
• mais comum em atletas na 3ª e 4ª década
de vida

PINCER:
• BORDA ACETABULAR ANORMAL
• excesso de cobertura acetabular
• “esmagamento” do labrum
• lesão condral ântero-superior
• lesão da cartilagem articular
• mais comum em mulheres de meia idade
• praticantes ou não de esportes
SÍNDROME DO IMPACTO FÊMORO ACETABULAR
- etiologia -
 a etiologia é desconhecida.....

relacionada a uma
disfunção mecânica do
quadril

* desequilíbrios musculares
* falta de extensibilidade muscular
* excesso de atrito articular
* alterações congênitas ou adquiridas do
quadril
SÍNDROME DO IMPACTO FÊMORO ACETABULAR
- sinais e sintomas -
 DOR (na região inguinal, trocânter maior e nádegas)
 é o principal sintoma
 sinal em “C”
 intensidade moderada e evolução insidiosa
 dor em “fisgada”
 agravantes: atividade física; longos períodos sentado; ao andar

 ↓ DA ADM
 limitação das atividades da vida diária (gradativa)
 limitação nas práticas desportivas

 SENSAÇÃO DE “TRAVAMENTO”

 ↓ DA FUNCIONALIDADE DO MI AFETADO
 Mas não são só as alterações articulares que geram dor.
 Por ser uma DISFUNÇÃO, estruturas extra articulares
podem estar associadas e contribuir com a dor e disfunção
do paciente.
SÍNDROME DO IMPACTO FÊMORO ACETABULAR
- avaliação cinético-funcional-
 Anamnese
 Inspeção e Palpação (quadril + região pelvetrocantérica)
 Avaliação da Dor (ativa e passiva)
 Avaliação da ADM  atenção especial na  RI do quadril!

 quadril
 Avaliação da Força e da Função Muscular  região pelvetrocantérica
 coxa

 Avaliação Funcional  principalmente sentar e levantar


 Avaliação da Qualidade de Vida
 Testes Especiais  Teste de Fadir
SÍNDROME DO IMPACTO FÊMORO ACETABULAR
- tratamento -
 Conservador → fisioterapia
 Indicação:
• deformidades leves
• lesões mínimas de labrum e cartilagem
• estágios iniciais da dor e limitação funcional

 As SIFAS com alterações extra articulares


respondem bem ao tratamento conservador!

 Cirúrgico (artroscopia) → para correção da


deformidade do osso, labrum e/ou
cartilagem
 Indicado quando não há resolução da dor e da
limitação funcional após o tratamento
conservador
 Geralmente envolvem SIFAS com alterações
intra articulares.
Não podemos pensar SOMENTE NA DOR do paciente.
A DOR é somente um SINTOMA.
NÃO é a CAUSA da SIFA!!!
Qual o rumo que a Reabilitação
pode tomar???
FASE
FASE INICIAL FASE FINAL
INTERMEDIÁRIA
Mobilidade Articular Cinesioteapia Cinesioterapia
+ (ênfase nos (ênafae nos
Terapia Manual exercícios resistidos exercícios
e controle motor) funcionais)
Eletroanalgesia
Cinesioterapia
(ênfase nos
exercícios ativos e
resistidos mais leves
+ alongamentos)
SÍNDROME DO PIRIFORME

É
“ uma síndrome neuromuscular que envolve
a irritação, encarceramento ou compressão do
nervo ciático pelo músculo piriforme, o qual
encontra-se em espasmo ou tensão.”

 Por envolver o nervo ciático, comumente


é confundida com uma disfunção ou lesão de
origem lombar.
Relembrando......
SÍNDROME DO PIRIRFORME
- etiologia -
 espasmo ou tensão mantida do músculo
piriforme (hábito de ficar muito tempo sentado,
exercícios exagerados para glúteos)
 variações anatômicas nas quais o nervo
ciático passa pelo ventre do músculo
piriforme
 presença de aderências locais ou bandas
fibrosas que restringem o livre movimento do
nervo
 traumas diretos ou indiretos na região glútea
 distúrbios na marcha
 vícios e alterações posturais

desequilíbrios musculares e disfunções mecânicas na região pelve-


trocantérica são frequentemente observadas e podem ser a causa da
Síndrome do Piriforme
SÍNDROME DO PIRIFORME
- sinais e sintomas -

 DOR ou DESCONFORTO na região glútea

 formigamento
 agulhadas
 choques
 queimação
 pontadas em função da
compressão no nervo
ciático, a
sintomatologia pode
também ser irradiada
para a porção posterior
do MI e até o pé

 Em função da semelhança dos sinais e sintomas,


comumente é confundida com uma disfunção ou lesão de
origem lombar.
SÍNDROME DO PIRIFORME
- avaliação cinético-funcional-
 Anamnese
 Inspeção e Palpação (quadril + região pelvetrocantérica)
 Avaliação da Dor
 Avaliação da ADM
 Avaliação da Força e da Função Muscular
(região pelvetrocantérica + coxa)
 Avaliação Funcional
 Testes Especiais:
 Teste de Fair
 Teste de Freiberg
 Teste de Lasègue*
SÍNDROME DO PIRIFORME
- reabilitação -

FASE
FASE INICIAL FASE FINAL
INTERMEDIÁRIA
• terapia manual • evolução das • exercícios mais
(fricção e mobilização condutas da fase complexos
miofascial anterior • readaptação à
• termoterapia • fortalecimento local e atividade funcional
• eletroanalgesia geral dos MMII • encaminhamento
• alongamentos locais • treino de CORE para o retorno das
AVD’s
SÍNDROME FEMOROPATELAR

“É um desarranjo
biomecânico na articulação
femoropatelar que gera dor no
compartimento anterior, peri
ou retropatelar do joelho.”

(MEIRA, et.al., 2012)


 Indivíduos com a Síndrome Femoropatelar
geralmente apresentam desequilíbrios biomecânicos
do complexo inferior.

alterações
DINÂMICAS

PONTOS DE CONTATO ENTRE PATELA E


FÊMUR DURANTE A FLEXÃO DO JOELHO
SÍNDROME FEMOROPATELAR
- etiologia -
 A dor na região patelo-femural pode ser:
 de início incidioso (overuse)
 traumático

lesão indireta do
lesão direta do osso/cartilagem por:
osso/cartilagem por alteração
luxação patelar biomecânica
(gerando ou
agravando a
instabilidade)
 As alterações biomecânicas podem
estar sendo induzidas ou agravadas em
função de desarranjos e incapacidades
músculo-ligamentares.

 Estas alterações podem, ainda, gerar


alterações ósteo-cartilaginosas com
instalação de outras lesões.

(Nobre, 2011)
GRAU I GRAU II GRAU III GRAU IV
SÍNDROME FEMOROPATELAR
- sinais e sintomas -
 dor no joelho na porção anterior
 pode ser irradiada
 dor e rigidez podem ser sentidas ao se
levantar da posição sentada (“sinal do
cinema”)

 crepitação durante o
movimento
 sensibilidade local (nas facetas
lateral e medial da patela)
 sensação de falseio
SÍNDROME FEMOROPATELAR
- avaliação cinético-funcional-
 Anamnese
 Inspeção e Palpação
 Avaliação da Dor
 Avaliação da mobilidade articular do MI
 Avaliação do Alinhamento do MI  estático + dinâmico
 Avaliação da Força Muscular
 Avaliação Funcional  marcha + tipo de apoio + AVD’s
 Exames de Imagem  RM?!
 Testes Especiais:
 Teste de Clarke

 Sinal do Cinema
SÍNDROME FEMOROPATELAR
- reabilitação -
*
SÍNDROME FEMOROPATELAR
- reabilitação -
 Enfatizar exercícios para ativar e fortalecer o quadríceps.

ÂNGULO DE PROTEÇÃO
ARTICULAR

0-45 (CCF)
90-45 (CCA)
SÍNDROME FEMOROPATELAR
- reabilitação -

 Exercícios que
enfatizam a
ativação de glúteo
médio e máximo
e têm baixa
ativação do
músculo TFL.
SÍNDROME FEMOROPATELAR
- reabilitação -
 Melhora da extensibilidade dos MMII e Alongamentos
dos MMII.
SÍNDROME FEMOROPATELAR
- reabilitação -

• quadril
IDENTIFIAR A • joelho
CAUSA • tornozelo

MELHORAR AS
DISFUNÇÕES

READEQUAÇÃO
FUNCIONAL
ENTORSE DE TORNOZELO
“Movimento abrupto e anormal do tornozelo que
leva a uma lesão com estiramento ou ruptura de um
ou mais ligamentos da articulação do tornozelo.”
 As lesões ocorrem principalmente na face
lateral do tornozelo por ser a INVERSÃO o
mecanismo de lesão mais comum.
ENTORSE DE TORNOZELO
- mecanismo de lesão -
ENTORSE EM ENTORSE EM ENTORSE ALTO
INVERSÃO EVERSÃO

MECANISMO inversão eversão rotação


DE LESÃO

 talofibular  deltóide  tibiofibular


LIGAMENTOS anterior anterior
LESIONADOS  calcâneofibular  tibiofibular
 talofibular posterior
posterior
ENTORSE DE TORNOZELO
- sinais e sintomas-
 dor
 edema
 hematoma
 limitação da ADM
 perda da função (parcial ou total)
  da estabilidade articular
 dificuldade na descarga de peso

OBS.: A intensidade dos sinais


e sintomas está diretamente
relacionado ao grau
(gravidade) do entorse.
ENTORSE DE TORNOZELO
- classificação-
 Os entorses são classificados de acordo com sua
gravidade (principalmente em relação ao
comprometimento ligamentar), em:
 Grau 1
 Grau 2
 Grau 3
 GRAU 1: LESÃO LEVE
 ruptura de algumas fibras internas dos ligamentos
 dor e edema discreto
 tornozelo estável mecanicamente
 perda de função leve e por pouco tempo

 GRAU 2: LESÃO MODERADA


 ruptura parcial dos ligamentos
 presença de dor, hematoma e edema
 tornozelo com certa instabilidade anterior
 perda de função moderada por mais tempo

 GRAU 3: LESÃO GRAVE


 ruptura completa dos ligamentos
 dor intensa, hematoma e edema intenso
 tornozelo instável e com incapacidade
funcional
ENTORSE DE TORNOZELO
- avaliação cinético funcional-
 Anamnese
 Inspeção  edema + hematoma
 Palpação (ligamentos do tornozelo + sindesmose)
 Avaliação da Dor
 Avaliação da ADM  goniometria + primetria em 8
 Avaliação da Força e Função Muscular
 Avaliação da Marcha, da Postura e da Função
 Verificação de INSTABILIDADE  Testes Especiais + Funcionais
ENTORSE DE TORNOZELO
- tratamento -
ENTORSE DE TORNOZELO
- tratamento -
EVIDÊNCIA FORTE → A reabilitação com fisioterapia e cinesioterapia pode levar a
melhorias no tornozelo (força e propriocepção), retorno mais rápido ao trabalho e esporte,
prevenção de entorses recorrentes, reduzindo o risco de instabilidade funcional em
comparação com a realização do programa de exercícios sem supervisão ou orientação.

EVIDÊNCIA FORTE → A cinesioterapia deve ser iniciado o quanto antes para otimizar a
recuperação da funcionalidade da articulação.

EVIDÊNCIA FORTE → A mobilização manual da articulação do tornozelo pode fornecer um


aumento de curto prazo na ADM de dorsiflexão da articulação do tornozelo após entorse
agudo.

EVIDÊNCIA FORTE → A mobilização articular (graus 1 e 2) diminuem a dor.

EVIDÊNCIA FRACA → A terapia manual combinada com exercícios resultou em melhores


resultados em comparação com a realização somente de exercícios.

EVIDÊNCIA FORTE → Reabilitação com exercícios de coordenação, equilíbrio e com


estímulo neuromuscular (principalmente propriocepção) mostrou um efeito positivo na
prevenção de entorses.
ENTORSE DE TORNOZELO
- reabilitação -

FASE
FASE INICIAL FASE FINAL
INTERMEDIÁRIA
• condutas • cinesioterapia (ênfase • cinesioterapia (ênfase
antiifnlamatórias nos exercícios nos exercícios
• cinesioterapia resistidos e no funcionais)
(exercícios ativos de controle neuromotor) • treino da marcha e
mobilidade articular e AVD’s
recrutamento
muscular- dentro das
possibilidades SEM
DOR!)
Referências Bibliográficas
 ANDREWS, HARRELSON, WILK, Reabilitação Física das
Lesões Esportivas. 3ª ed. São Paulo: Elsevier, 2005.
 COHEN, M.; ABDALLA, R.J. Lesões nos Esportes:
Diagnóstico, Prevenção e Tratamento . Rio de Janeiro:
Revinter, 2003.
 DUTTON, M. Fisioterapia Ortopédica: Exame, Avaliação e
Intervenção. 2ª ed. Porto Alegre: ArtMed, 2010.
 GOULD III, J.A. Fisioterapia na Ortopedia e na Medicina
do Esporte. 2ª ed. São Paulo: Manole, 1993.
 KOBAYASHI, R.; LUZO, MVM.; COHEN, M. Tratado de
Dor Musculoesquelética. São Paulo: Alef Editora,
2019.

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