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Autores: 5º, MED51: Conceição Marta ; Edna Canivete; Edson dos Santos;

Eduarda Kapata; Eliane Maurício; Erika dos Santos.


Orientador/a: Dr. Prof. Henrique
Luanda – Angola Novembro 2022
Sumário
• Introdução
• Objetivo
• Conceituação
• Anatomia
• Etiologia
• Classificação
• Apresentação clínica
• Exames físicos
• Exames complementares
• Tratamento
• Conclusão
Introdução
• A síndrome femoropatelar (SFP), é uma causa comum de dor no joelho
em adolescentes e adultos com menos de 60 anos. Segundo Glaviano e
colaboradores (2015) em uma revisão retrospectiva de um banco de
dados ortopédico, nos Estados Unidos, com mais de 30 milhões de
pacientes no período entre 2007 e 2011, estimou a incidência dessa
síndrome em cerca de 6% dos pacientes e estima-se que as mulheres
representaram 55% dos casos. Em um estudo prospectivo elaborado por
Bolling e colaboradores (2009) com 1.319 adultos jovens saudáveis e
fisicamente ativos, sem diagnóstico prévio de SFP, 3% desenvolveram
SFP durante 2,5 anos de acompanhamento e as mulheres apresentaram
maior probabilidade de desenvolver a condição do que os homens.
Objetivo
• O objetivo desse artigo é apresentar dados a respeito da Síndrome da
dor femoropatelar, suas individualidades, causas, classificação, meio
de diagnostico e tratamentos, em um ponto de vista multiprofissional,
afim de ser compreendida por todos os profissionais da área da saúde.
Conceituação
• Crossley e colaboradores (2016) definiram em uma declaração de
consenso a SDFP como dor que ocorre ao redor ou atrás da patela
agravada por pelo menos uma atividade que sobrecarrega a patela
durante o apoio de peso em um joelho flexionado. As atividades
contribuintes incluem correr, subir escadas, pular e agachar.
Anatomia e cinesiologia do joelho
• A articulação femoro-patelar estabelece-se entre a superfície articular da
rótula e a patelar do fémur, sendo estabilizada por um conjunto de
estruturas que se dividem em estabilizadores dinâmicos e estáticos.3 Os
retináculos medial e lateral, a configuração espacial da rótula e da tróclea
femoral formam os estabilizadores passivos da rótula. Os estabilizadores
dinâmicos incluem os músculos da pata de ganso e semi-membranoso
(rotação interna da tíbia), o bicípite femoral (rotação externa da tíbia), o
quadricípite femoral com as suas quatro cabeças – vasto medial (VM)
(tracção medial da patela); vasto lateral (VL) (tracção lateral da patela); vasto
intermédio e recto femoral (tracção superior e lateral da patela). A porção
inferior do VM forma um pequeno grupo de fibras musculares com uma
orientação oblíqua distinta – vasto medial oblíquo (VMO) – responsável pela
produção de uma força dinâmica medial e pela tracção medial da rótula.
• Função da Patela
• Melhora o desempenho do aparelho
extensor; Centralizadora das forças do
aparelho extensor; Proteção dos
•Principal estabilizador estático
côndilos; Estética (60%)
•Importante ação na extensão até
30° flexão
•Primeira estrutura lesada na
luxação
Estabilizadores dinâmicos : Estresse de Compressão
Quadríceps femoral

Irrelevante
100 - 00

Máximo
350 – 400

CCA – a 900 de flexão compressão sobre a


patela é baixa, contudo ao estender o joelho o
braço de alavanca aumenta atingindo o máximo
em 35 a 400 de flexão.
Etiologia
• Vários factores foram já Fatores Predisponentes
implicados na etiologia do SFP. A •Fatores Fator fundamental
etiologia permanece ainda incerta, • Displasia da tróclea femoral (97% das
tendo sido identificados três luxações recidivantes)
•Fatores principais
grandes factores predisponentes: • Altura da patela
• anomalias ósseas; • TA-GT excessiva (ângulo Q)
• Displasia do quadríceps ou atrofia VMO
• mau alinhamento do membro •Fatores secundários
inferior • Rotação interna do fêmur
• Rotação externa da tíbia
• desequilíbrios músculo-tendinosos • Joelho valgo/recurvato
e de tecidos moles periarticulares. • Hiperlasticidade
Classificação Quanto ao acometimento
• Grau I: Há um certo amolecimento da camada mais externa da
cartilagem da patela. Pode
Displasia Luxante da Patela haver dor e edema (inchaço);
• Grau II: Há lesões na cartilagem com até 1,3 cm de diâmetro. As
• Instabilidade Femoropatelar Maior lesões ainda são pequenas
(luxação permanente e habitual) e localizadas;
• Instabilidade Femoropatelar Objetiva • Grau III: As lesões são maiores que 1,3 cm de diâmetro;
• Grau IV: Neste ponto, a cartilagem já sofreu tamanha erosão que
(luxação traumática e recidivante) é possível visualizar o osso
• Instabilidade Femoropatelar Potencial subcondral que a sustenta.
(subluxação sem luxação)
Síndrome Femoropatelar Dolorosa (dor
anterior subjetiva)
Luxação Aguda da Patela
Síndromes Femoropatelares Crônicas
• Luxação Recidivante da Patela
• Dor Anterior no Joelho
• Subluxação femoropatelar
Apresentação clínica
• O sintoma mais comum nos doentes com SFP é a dor. Trata-se
normalmente de uma gonalgia anterior, peripatelar ou retro-patelar,
difusa e mal localizada. De inicio insidioso, pode, no entanto, ser
precipitada por um traumatismo. A dor pode ser uni ou bilateral e é
agravada pela subida e descida de escadas, agachamentos ou períodos
prolongados na posição sentada. Alguns doentes podem referir sensações
de instabiliade. No SFP as queixas de instabilidade podem resultar de uma
contracção ineficaz do quadricípite por inibição reflexa secundária à dor,
no entanto, esta deve ser cuidadosamente distinguida da instabilidade
por sub-luxação ou luxação da rótula ou lesão de estruturas ligamentares
do joelho. Em geral estão ausentes sinais inflamatórios relevantes,
nomeadamente derrame articular
Exame clínico Fatores Predisponentes
•Fatores Fator fundamental
• Displasia da tróclea femoral (97% das luxações
recidivantes)
História - Luxação
•Fatores principais
•Primeiro episódio de luxação
• Altura da patela
•Número de episódios
• TA-GT excessiva (ângulo Q)
•Intensidade do trauma
• Displasia do quadríceps ou atrofia VMO
•Instabilidade com ou sem dor
•Fatores secundários
(Falseio)
• Rotação interna do fêmur
•História familiar
• Rotação externa da tíbia
•Dor ao subir e descer escadas
• Joelho valgo/recurvato
•Dor ao agachar, ajoelhar
• Hiperlasticidade
•Atividades esportivas
•Longo tempo sentado
•Imprecisa Exame Físico
•Dor com falseio/bloqueio •Marcha
•Ortostática
•Sentado
•Deitado
•Testes Especiais
Inspeção
•Alinhamento dos
membros Na fase de APOIO – a Pronação
•Alinhamento da do retropé produz aumento do
patela Valgo no joelho, forçando a
•Atitudes viciosas lateralização da patela e o
choque contra o côndilo
•Discrepância
femoral lateral
•Pés planos pronados
•Atrofias, cicatrizes
Paciente Sentado

Ângulo Q

Paciente Deitado
Palpação Pontos Doloroso

Zohlen
Rabot
Tilt Patelar

Encurtamento Muscular

Apreensão

•IQT
•Quadríceps
•Trato Iliotibial
•Tríceps sural
•Testes Especiais Ângulo Poplíteo

Ângulo do Quadríceps “Q”


É formado entre uma linha que vai da
EIAS até o centro da patela e a outra
que vai do centro da patela até a TAT
Quanto maior o ângulo “Q” , maior o
mento lateral da patela
Homens = 140 +/- 30
Mulheres= 170 +/- 30
Sinal de Apreensão

Hiperpressão patelar

Sinal do Cinema
Exames complementares
Radiografia

•AP
•Perfil 30°
•Axial
Rx Axial Merchant
Ângulo de Congruência

Tomografia
Tilt Patelar RNM
Tratamento
Tratamento Conservador

•Analgesia
•Fortalecimento VMO
•Taping
•Órteses
•Alongamento
Tratamento Cirúrgico Insall
Plicatura Medial
Indicações
•Falha no tratamento conservador
•Identificação das estruturas que
necessitam de correção cirúrgica
•Luxação recidivante

Tratamento Cirúrgico
•Realinhamento Proximal
Liberação Retinácula Lateral
Avanço do VMO
Plicatura Medial
Reconstrução do ligamentoElmslie-Trillat
patelofemoral Reconstrução LPFM
•Realinhamento Distal
Transferência da TAT
•Realinhamento Proximal e Distal
•Osteotomias e Trocleoplastias
Liberação Lateral

Trocleoplastia
Conclusão
• É notável que a incidência e prevalência dos casos de síndrome femoropatelar são altos e ainda
crescentes, é necessário um conhecimento por parte de profissionais das áreas do movimento
humano para que esse problema possa ser contido ainda em seu estágio inicial, visto quanto
mais cedo o diagnóstico melhor e mais eficaz o tratamento conservador, então é necessário que
se conheça a mecânica do movimento do joelho e as ações que podem ocasionar o surgimento
dessa condição. O tratamento conservador tornase de extrema importância principalmente
quando se trata do fortalecimento, visto que são necessárias correções mecânicas de outras
partes do corpo não só do membro afetado, nesse caso, em especial, o quadril que se encontra
fortemente ligado a projeção mecânica do joelho e também o tornozelo e pé que também
ajustam a configuração do tracking patelar. O uso de órteses corretivas em especial bandagens
elásticas vem ganhando adeptos e mais olhares dos pesquisadores, seus diferentes métodos de
aplicação apresentam benefícios que, apesar de curto prazo, demonstram melhorias na
qualidade de vida dos praticantes. O uso de joelheiras estabilizadoras e palmilhas também foi
benéfico para correções biomecânicas. O tratamento cirúrgico deve ser reservado para os
escassos casos em que se verifica a persistência de sintomas após o programa de reabilitação
adequado a personalizado.
Referências
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• therapy for patellofemoral pain syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2008; 4. 03472.
• 2. Keller J, Levine W. Evaluation and Imaging of the PatellofemoralJoint. Oper Tech
• Orthop.2007; 17: 204-10.
• 3. Thomeé R, Augustsson J, Karlsson J. Patellofemoral PainSyndrome: a Review of Current
• Issues. Sports Med. 1999; 28(4): 245-62.
• 4. Earl JE, Vetter CS. Patellofemoral Pain. Phys Med Rehabil Clin NAm. 2007; 18: 439–58.
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• Phys Sports Med. 2004; 32(7): 22-9.
• 6. Collado H, Fredericson, M. Patellofemoral Pain Syndrome. ClinSports Med. 2010; 29: 379–
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• 7. Elias DA, White LM. Imaging of Patellofemoral Disorders. ClinRadiol. 2004; 59: 543-57.
• 8. Fredericson M, Yoon K. Physical examination and patellofemoralpain syndrome. Am J Phys
• Med Rehabil. 2006; 85: 234–43.
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