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1 RESUMOS 3º TESTE REABILITAÇÃO

Lesões mais comuns no jovem desportista e especificidades na reabilitação –


José Pedro Marques – 06.03.2023

PARTICULARIDADES DO ESQUELETO IMATURO


- Crescimento não linear

 Crescimento diferencial entre os diferentes segmentos


 Fise
 contribuição relativa não é igual
 Implicação no tx e prognóstico após lesões ósseas
- Variações associadas à maturação

 Raparigas + precoces.
 Rapazes e raparigas: maturação precoce vs tardia têm vantagens quando
altura, peso, força e potência são determinantes do desempenho.
 Idade cronológica (IC) não se correlaciona directamente com idade biológica e
maturação sexual.
 Dentro do grupo de 12 anos: 12.9 vs 12.0 (tendencialmente mais altos,
pesados e fortes)
 Receio de competição injusta entre:
- Maturação precoce vs maturação tardia
- Mais velhos vs mais novos apesar de mesmo grupo etário
 Desportos de contacto pode contribuir para lesões graves
- Resposta particular à lesão óssea

 Osso + poroso e menos calcificado ® + frágil


 Córtex mais resiliente e elástico ® Fracturas incompletas (ramo verde).
 Surto de crescimento da adolescência (fise mais frágil e espessa): >
incidência fracturas da fise.
 Transição entre fise e metáfise vulnerável (sobretudo forças cisalhamento).
 Locais de inserção tendinosa (apófises) – placas cartilagíneas (fixação débil ao
osso): > risco de avulsão; “Apofisites” VS Tendinopatias.
 Periósteo é mais espesso nas crianças ® potencial de cicatrização.
 Cartilagem articular é mais espessa e pode sofrer remodelação.

- Particularidades da Criança/Adolescente
Imaturidade: neuromuscular, proprioceptiva, coordenação, desenvolvimento técnico:
> risco de lesão contacto e não contacto.
Reabilitação

 Menos rigidez (pós-imobilização) ® imobilização por períodos + prolongados.


 Menor necessidade de reabilitação.

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LESÕES AGUDAS (FRACTURAS)

- Macrotraumatismo
- 4 tipos fracturas:

 Metáfise
 Fise
 Diáfise
 Apófise (avulsão)

Apófises (avulsões) – Diagnóstico


- Hx clinica e exame objectivo:

 Estalido; desconforto; limitação funcional


 Dor localizada à palpação apófise e edema
 Equivalente da lesão muscular (estiramento) no adulto
- RX

Apófises (avulsões) – Tratamento


- Depende do grau de desvio/afastamento

 Conservador
 Cirúrgico (fixação) se desvio > 2cm

- Fracturas do anel pélvico ® desvio é habitualmente pequeno.


- Avulsão da espinha da tíbia nas entorse do joelho – equivalente da lesão do LCA nos
adultos ® Tx cirúrgico (fixação).
- Equivalente ao das lesões musculares de alto grau e envolve:

 Repouso e descarga com controlo da dor e inflamação


 Restabelecer ROM completo indolor (mobilização activa e passiva)
 Programa de recondicionamento muscular progressivo
 Regresso faseado ao treino e competição (6 a 8 semanas)

DESAFIOS
- Cumprimento do tempo de paragem e timings de reabilitação na criança.
- Responsabilizar a criança e adolescente e fazer com que ela perceba a importância
de tratar bem a lesão.
- Possíveis consequências nefastas de não o fazer.
- Consultas frequentes reavaliação.
- Envolver pais e treinadores (se possível) e capacitá-los.

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LESÕES DE SOBREUSO
“Não se trata uma lesão de sobreuso sem ajuste (temporário ou definitivo) do treino”
Fundamental explicar isso ao atleta, pais e treinador!!!

Fise
- Incidência a aumentar

 Especialização precoce – gestos repetitivos


 Aumento volume treino
 Desportos overhead (natação, vólei, cricket, ginástica)
- Tolerância da fise excedida

 Dor, incapacidade funcional


 Distúrbios crescimento ósseo
- Diagnóstico

 Clínica + radiografia
- Tratamento

 Repouso da extremidade
 Retoma só após resolução do quadro
 Ajustes da carga de treino

Osteocondroses

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QUADROS CLÍNICOS POR SEGMENTO

OMBRO

Trauma agudo

 # clavícula
 # fise umeral proximal
 Luxações da glenoumeral:
Raras em crianças; > comuns adolescentes
Elevada taxa de recidiva e instabilidade pós-traumática
Sobreuso
# stress da fise proximal do úmero

 Basebol, cricket, ginástica, badminton, natação.


 RX: alargamento da fise umeral proximal; esclerose metáfise; fragmentação
/desmineralização da fise.
 Repouso. Maioria RTP bem-sucedido.
Conflito Subacromial / Impingement

 Ombro do lançador: Instabilidade atraumática


 Ombro do nadador: Deficit de rotação interna glenoumeral

COTOVELO
Patologia do lado medial (cargas de tracção):

 Ligamento colateral medial


 Tendões flexores
 Nervo ulnar

Patologia do lado lateral (forças compressivas):

 OCD
 Artropatia radiocapitelar

Patologia do lado posterior:

 síndrome de sobrecarga de extensão em valgo


 impacto póstero-medial
 inflamação
 condropatia
 formação de osteófito / esporão
 corpos soltos
 fractura de stresse do olecrano

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Patologias encontradas

 Lesão do Ligamento Colateral cubital (aguda ou crónica)


 Apofísite do epicôndilo medial (mais novos)
 Epicondilopatia medial (mais velhos)
 Entrappment nervo cubital
 Avulsão do epicôndilo medial
 Contracturas em flexão (hiperextensão repetitiva)
 Osteocondrite dissecante
 Doença de Panner

PUNHO

- Trauma agudo

 # distais do rádio (fise)


 # escafóide (raras)

- Sobreuso (dor dorsal crónica do punho)

 Comum em ginastas, halterofilistas, crossfit


 Actividades em carga –extensão do punho
 Palpação dolorosa dorso da mão e edema (ocasional)

- DX diferencial

 # stress da fise distal


 Impactação do escafóide
 Síndrome Impingment dorsal
 Lesões da FCT (fibrocartilagem triangular)

- Tratamento

 Repouso relativo
 Ortóteses e imobilizações funcionais
 FT: Fortalecimento flexores do punho

DOR NA COLUNA
Causas comuns

 Lesões minor tecidos moles


 Boa resposta à descarga relativa
 Manipulação contra-indicada

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DOR NA ANCA
Causas comuns no adulto

 CFA
 Lesões do labrum
 # de stress
 Artrose

Apofisites

 Sobreuso
 Dor mecânica + palpação
 Tx:
- Repouso relativo
- Modificação atividade
- RTP progressivo:
ROM indolor
Força muscular

Doença de Perthes

 Necrose avascular
 4-10 anos
 Claudicação + Dor (anca, virilha ou joelho)
 Limitação ROM (Abd; RI)
 TX conservador
Repouso
Evitar exercício com impacto!!
ROM indolor
 CX

Epifisiólise femoral superior

 12-15 anos
 Comum em rapazes com excesso de peso
 Lesão de sobreuso
 Deslizamento súbito ou gradual
 Dor (anca ou joelho) + claudicação
 MI encurtado e em RE
 Limitação ROM (RI E ABD)
 Perigo evolução necrose avascular
 Deslizamento súbito ou progressivo ® Emergência cirúrgica

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Anca irritável (Sinovite transitória da anca)

 Diagnóstico de exclusão
 Comum em crianças
 Associação com infecção respiratória recente
 Claudicação e dor
 Restrição ROM
 ECO mostra fluído intracapsular. Rx normal
 TX: repouso no leito e observação

DOR NO JOELHO
Causas comuns
- Dor referida da anca

 Perthes
 Sinovite transitória
 Epifisiólise femoral superior
 Inervação sensitiva: Nervo femoral e obturador. Nervo ciático e divisões
- Dor anterior do joelho:

 Síndrome Osgood Schlatter


 Síndrome Sinding Larssen
 Tendinopatia do rotuliano
 Dor patelo femoral
- Joelho com derrame sem causa aparente:

 Osteocondrite Dissecante
 Menisco discóide
 Auto-imune / infecciosa

Osgood Schlatter & Sinding Larssen

 Osteocondroses
 Sobreuso tracção repetida
 Surto de crescimento
 Desportos c/ extensão repetida do joelho (corrida e saltos)
 Diagnóstico clinico
 Exame Objectivo: Dor à palpação
 Condição autolimitada
 Educar jovem e pais (natureza da condição)

Osgood Schlatter & Sinding Larssen – Tratamento

 Modificação da atividade redução da carga


 Repouso absoluto não acelera recuperação
 Fortalecimento muscular, alongamento e massagem

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Derrame articular sem causa aparente – Osteocondrite Dissecante

 Local + comum (côndilo medial)


 10-15 anos
 Dor intermitente e derrame articular de inicio gradual
 Bloqueio articular e hemartrose
 Avaliação ortopédica

Derrame articular sem causa aparente – Auto-imune / Infecciosa

 Febre reumática
 AR juvenil

Derrame articular sem causa aparente – Menisco Discóide

 Parcial: Dor e derrame persistente.


 Total: História de estalido ressalto.

DOR NO PÉ

Causas comuns

 Osteocondroses (Doença de Sever)


 Barras óssea ou cartilagíneas
 Pé plano

Doença de Sever

 Osteocondrose
 Sobreuso – tracção repetida
 10-12 anos nos rapazes
 8-9 nas raparigas

Doença de Sever – Tratamento

 Modificação atividade
 Heel raise
 Alongamento, fortalecimento
 Correcções biomecânicas

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Barras
- Fusões congénitas ossos tarso
- Dor no médio pé

 Relacionada com exercício físico


 Entorses de repetição e claudicação
- Restrição ROM Subtalar
- Ortótese e/ ou CX

Osteocondroses

 Kohler’s: necrose avascular do navicular.


 Freiberg: deformação da cabeça do metatarso.

Pé Plano – Dinâmico e Assintomático

 Laxidez ligamentar no pé
 Não se trata se não houver sintomas

Pé Plano – Rígido e Sintomático

 Ortóteses
 Cirurgia: pé plano rígido (Barras)

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