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Lesão de Plexo

Braquial Obstétrica

Profª. Gláudya Oliveira


Plexo
Conjunto de nervos que se subdividem em
vários ramos para inervar determinados
segementos

Divisões:
 Plexo Cervical – C1 a C4
 Plexo Braquial – C5 a T1
 Nervos Torácicos – 12 pares de ramos ventrais
situados entre as costelas (nervos intercostais)
distribuídos para inervarem a parede do tórax e
abdome
 Plexo Lombossacral – L1 a S3
 Plexo Coccígeo – S4, S5 e nervo coccígeo
Plexo Braquial
 Tem localização lateral à coluna cervical e
situa-se entre os músculos escalenos anterior
e médio, posterior e lateralmente ao músculo
esternocleidomastoideo

 O plexo passa posteriormente à clavícula e


acompanha a artéria axilar sob o músculo
peitoral maior

 Origina os nervos dos MMSS


 Os ramos ventrais de C5 e C6 formam o
tronco superior
 O ramo anterior de C7 forma o tronco
médio
 Os ramos anteriores de C8 e T1 formam o
tronco inferior

Divisões:
• Anterior
• Posterior
Os três troncos, localizados na fossa supraclavicular,
dividem-se em dois ramos, um anterior e um posterior,
que formam os fascículos, situados em torno da
artéria axilar.
 Os ramos anteriores dos troncos superior e médio
formam o fascículo lateral
 O ramo anterior do tronco inferior forma o fascículo
medial
 Os ramos posteriores dos três troncos formam o
fascículo posterior
Ramos Terminais – NERVOS
 Musculocutâneo (C5 – C7)
 Axilar (C5 – C6)
 Radial (C5 – T1)
 Mediano (C5 – T1)
 Ulnar (C7 – T1)
Ramos Terminais

Braço

Nervos mediano e ulnar apenas passam pelo membro

N. radial compartimento posterior (EXTENSÃO)

N. musculocutâneo compartimento anterior (FLEXÃO)


Antebraço

N. Radial compartimento posterior


(EXTENSÃO)

N. Ulnar e mediano compartimento anterior


(FLEXÃO)

Mão

N. Radial extensão da mão e dedos

N. Mediano flexão da mão, falanges proximais e


médias dos dedos e distais dos 1º, 2º e 3º
dedos

N. Ulnar flexão da mão e falanges distais dos 4º e


5º dedos
Paralisia Braquial
Obstétrica
(PBO)

 Paralisia do MS que pode ocorrer com a


criança no momento do parto

 Resultado de uma lesão do plexo braquial


(total ou parcial) – estiramento excessivo
das raízes nervosas (compressões ou
trações)

 Incidência: 1 ou 2 em cada 1000 RN


Mecanismos
 Tração da cabeça e do pescoço durante a liberação
dos ombros na apresentação cefálica

 Tração sobre os braços estendidos acima da cabeça


na apresentação pélvica
Neuropraxia:
Bloqueio fisiológico de condução nervosa, sem que
haja interrupção ou alteração anatômica neural
Paralisia motora
Discreta alteração sensitiva
Recuperação total (semanas)

Axonotmese:
Interrupção anatômica do axônio
Recuperação mais lenta

Neurotmese:
Completa destruição anatômica do nervo
Lesão total periférica
Tratamento cirúrgico
Fatores de Risco
 Bebês GIG
 Apresentações fetais anormais
 Parto prolongado
 Baixa estatura materna
 Crânio volumoso
 Volume reduzido do líquido amniótico (oligoidramnia)
- posturas anômalas
 Fórceps
 Aumento de peso acima de 12 kg na gestação
 Idade avançada da mãe
Lesões Associadas
 Fraturas (clavícula / úmero)
 Paralisia do nervo frênico / facial
 Ruptura / hemorragia do ECOM
 Lesão cerebral
Tipos de PBO
1. Erb-Duchenne

 Paralisia alta (C5 – C7)


 90% de recuperação total
 MS flácido (hipotônico)
 Rotação interna e adução do ombro, extensão do
cotovelo e punho ligeiramente fletido (antebraço
pronado)
 Ausência dos reflexos bicipital e de Moro no MS
lesionado
 Preservação da força do antebraço e da capacidade
de preensão da mão
 Déficit sensorial na face externa do braço e antebraço
2. Klumpke

 Paralisia baixa (C8 e T1)


 Rara (5% ou menos)
 Flexão do cotovelo e supinação do antebraço
 Ausência do reflexo de preensão palmar
 Reflexos bicipital e radial presentes
 Síndrome de Horner (ptose palpebral, miose, enoftalmia
e anidrose facial) (envolvimento das fibras simpáticas
cervicais e dos primeiros nervos espinhais torácicos)
 Déficit sensitivo na região ulnar do antebraço e mão
 Pior prognóstico (neurotmese ou avulsão das raízes
nervosas / a criança evolui com atrofia muscular e redução
do crescimento do membro)
3. Lesão completa

 C5 a T1
 Grave
 Membro flácido com todos os reflexos ausentes
 24% dos casos
 Mão em garra
 Alteração da sensibilidade
Quadro Clínico
Déficit de força muscular
Hipomobilidade
Distúrbio motor e sensitivo
Déficit da musculatura diafragmática
Deformidades
Contraturas
Edemas
Hematomas
Compensações funcionais
Implicações no DNPM (atrasos das
etapas motoras, dificuldades na
bimanualidade)
Diagnóstico
Exame Físico
 Mobilidade articular
 Força muscular
Diagnóstico
 Preensão palmar Diferencial:
 Reflexo de Moro
PC
 Reflexos tendinosos
 Sensibilidade Lesões osteoarticulares
da cintura escapular
Osteomielite neonatal
Sífilis congênita
Exames Complementares
 Raio-X (fraturas)
 Eletroneuromiografia
Tratamento

 Reabilitação

 Cirurgia

PRECOCIDADE DA
REABILITAÇÃO
Prognóstico
 Espera-se melhora importante dentro dos 3
primeiros meses

 Recuperação funcional entre o 6º e o 12º


mês (75% a 80% dos casos)

 Contração do bíceps braquial antes dos seis


meses = bom prognóstico

 Sem melhora nos primeiros seis meses em


algumas crianças (incapacidades funcionais)

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