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PARALISIA CEREBRAL

 "Paralisia" (Grego=Paralysis) - Fraqueza/perda da função motora.


 “Cerebral” - Pertencente ou relativo ao cérebro.
 Definição
o Paralisia Cerebral (PC) é qualquer desordem caracterizada por alteração do
movimento secundária a uma lesão não progressiva do cérebro em
desenvolvimento.
 Incidência
o PC Moderada e Severa: 1,5 a 2,5 por 1000 nascidos vivos (países
desenvolvidos).
o Geral: 7:1000 nascidos.
o Brasil: Dados não conclusivos, deve ser alta devido aos poucos cuidados com
as gestantes.
o EUA: 550 a 600 mil pacientes, com um aumento de 20 mil novos casos a cada
ano.

Etiologia

 Resulta da falta de oxigenação do SN ou agressão relacionada ao cérebro


imediatamente antes, durante ou após o processo de nascimento.
 Causas: 3 grupos
o Pré-natais
 Ameaça de aborto
 Choque direto no abdome da gestante
 Exposição aos raios-x nos primeiros meses de gestação
 Incompatibilidade de Rh da mãe ou do pai
 Infecções durante a gravidez (rubéola, sífilis, toxoplasmose)
 Diabetes
 Toxemia de gravidez
 Hipertensão de gestante
o Peri-natais
 Falta de oxigênio (demora para respiração)
 Lesões causadas por partos difíceis (fetos grandes de mãe pequenas
ou muito jovens)
 Utilização do fórceps
 Manobras obstétricas violentas
 Prematuridade
o Pós natais
 Febre alta (39oC ou +) nos primeiros meses
 Desidratação grave
 Infecções cerebrais (meningite ou encefalite)
 Ferimento ou traumatismo craniano
 Asfixia por afogamento
 Envenenamento por gás ou por chumbo
 Envenenamento por gás ou por chumbo (utilizado no esmalte
cerâmico, nos pesticidas agrícolas, outros venenos)
Diagnóstico

 A alteração motora é associada à localização e extensão da lesão


 Formas mistas são possíveis
 PC classificada de acordo com o predomínio do déficit de movimento
 Baseada na história clinica e exame neurológico
 Apresenta:
o Atraso no DNM
o Persistência de reflexos primários
o Ausência de reações de equilíbrio
o Presença de tônus muscular anormal

Classificação

 Tipo de disfunção motora


 Topografia do déficit motor (distribuição dos hemicorpos)

Tipos clínicos

 Espástica
o Acometimento da ou origem ou trajeto no neurônio motor superior
o Hipertonia espástica e aumento dos reflexos tendinosos
o Comprometimento total (plegia) ou parcial (paresia) dos movimentos
voluntários
o Sinais patológicos como clônus muscular e babinski
 Discinesia (extrapiramidal)
o Lesão dos núcleos da base
o Presença de movimentos involuntários: Coréia, distonia e atetose
o No primeiro ano de vida é comum ter hipotonia muscular
o A mobilização passiva é facilitada em repouso
 Ataxia
o Lesão no cerebelo
o Ataxia pura é rara
o No início são geralmente hipotônicas e posteriormente apresentam alterações
de equilíbrio (ataxia ataxial) e coordenação (ataxia apendicular)
o Alteração da marcha e tremor intencional
 Formas mistas
o Associação das manifestações anteriores, geralmente movimentos distônicos e
coréo-atetóides
ou à
combinação de
ataxia com
plegia
o 75%
apresentam
padrão
espástico
Hemiplegia

 Manifestação frequente, maior comprometimento do membro superior


 Presença de sinais de liberação piramidal (espasticidade, reflexos tendíneos
exarcebados, clônus)
 Padrão flexos de MS e extensor de MI

Tetraplegia

 9 a 43% das crianças: lesões bilaterais difusas


 Intensas retrações e encurtamentos musculares em semiflexão
 Associação de microcefalia, deficiência mental e epilepsia

Diplegia

 10% a 30% das crianças: prematuros


 Comprometimento dos MMII, com acentuada hipertonia espástica dos adutores , que
configura em alguns pacientes o aspecto semiológico da síndrome de little (postura
com cruzamento dos MMII e marcha tesourada)

Déficits associados

 Deficiência mental: 30 a 70% , associada ao quadro de tetraplegia ou mista


 Epilepsia: 25 a 35%, associada com forma hemiplégica ou tetraplégicas
 Distúrbios de linguagem
 Deformidades ortopédicas
 Distúrbios visuais: perda de acuidade visual ou dos movimentos oculares (estrabismo)

Deformidades ortopédicas

 Retrações Fibrotendíneas
 Cifoescoliose
 Deformidades nos pés

Tratamento medicamentosos

 Anticonvulsionantes
 Espasticidade (blacofen, Diazepam, clorazepan, dantrolene e morfinal)
 Bloqueios neuromusculares (álcool, fenol e anestésicos locais)
 Toxina botulínica

Tratamento cirúrgico

 Cirurgias ortopédicas de deformidades e estabilização articular para preservação da


função e alivio da dor

Fisioterapia: objetivos

 Inibição da atividade reflexa anormal para


 normalização do tônus muscular.
 Facilitar o movimento normal.
 Estimular as fases do DNM, bem como as reações de equilíbrio e ajustes posturais.
 Adequar força e amplitude articular.

 Evitar complicações respiratórias e musculoesqueléticas.


 Promover experiências que permitam a
 integração sensório-motora da criança.

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