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Pediatria

Neonatologia: desde o nascimento ao 1º mês, ou seja, dentro da primeira infância.


RN sadio fica em média 1 dia e meio no hospital. O estado não-sadio depende se ele
está estável ou instável. O atendimento para RNs é indicado em estáveis, porque ele
não vai evoluir para um quadro crítico.
APGAR: nota dada ao RN nos primeiros 5 minutos de vida, o médico pediatra que faz,
ele pontua até 10, sendo:

 0-3 anóxia grave;


 4-7 anóxia moderada ou leve;
 8-10 boas condições de vida.
No quinto minuto é refeita a avaliação e, a nota tende a manter ou a aumentar.
CAPURRO: identificação da provável idade gestacional a partir das características
físicas do RN.
Classificação de RN

 Pré-termo (prematuro): de acordo com a IG, nasce entre a 20ª semana e a 37ª
semana gestacional, ou de 140-257 dias após o dia da última menstruação
(DUM).
 Atermo: entre 38-42 semanas gestacionais;
 Pós-termo: >42 semanas.
Lembrando-que: IC ≠ IM ≠ ICc.
*Antes da 20ª semana de gestação é aborto.
Os RNs são classificados quanto ao peso e IG; quanto mais leve, mais grave e pior o
prognóstico.
*REVISAR CALCULO DA IDADE CRONOLOGICA CORRIGIDA, RESUMO DE
PSICOMOTRICIDADE.
Dentro da classificação do RN, temos a classificação do tamanho/estatura:

 Normal: AIG;
 Pequena: PIG;
 Grande: GIG;
E além dessa classificação, os RNs PIG possuem uma subclassificação quanto ao
peso:

 PIGBP - baixo peso: menos de 1,5 quilo.


 PIGMBP - de muito baixo peso: menos de 1 quilo.
 PIGEBP - de extremo baixo peso: menos de 750 gramas.
No hospital, a ficha vai estar preenchida assim, por exemplo: HP (Hipótese
diagnostica): RNPTPIGMBP, ou seja, recém-nascido, pré-termo, pequeno de muito
baixo peso.
A mortalidade e morbidade neonatais, depende da relação peso/IG, e não
exclusivamente só do peso. As maiores complicações nos bebes são relacionadas
com a parte enzimática, pulmonar e vascular (fragilidade capilar), ou seja, ficam mais
susceptíveis a infecção.
Características de prematuro

 Pele fina, brilhante e rosada;


 Pequeno;
 Baixo peso ao nascer;
 Veias visíveis sobre a pele;
 Pouca gordura;
 Cabelo escasso;
 Orelhas finas e moles;
 Cabeça grande;
 Reflexos ausentes;
 Sucção e deglutição reduzida;
O maior problema da prematuridade é que esses problemas dele compliquem o
sistema nervoso, podendo ficar com sequela e sendo um problema de saúde pública,
pois irá gerar gastos para o governo.
Principais problemas da prematuridade

 Anóxia – que futuramente leva a um quadro de espasticidade (hemiparesia ou


hemiplegia, quadriparesia e quadriplegia, ou diplegia de MMII);
 Lesão de neurônio do córtex cerebral, tálamo, cerebelo, hipotálamo;
 Diminuição de fluxo sanguíneo cerebral;
 Fragilidade capilar que leva a hemorragia intraventricular (dentro dos
ventrículos, leva a um quadro de hidrocefalia);
 Leucomalácia periventricular – causa lesão nos tecidos ao redor dos
ventrículos, desorganizando da configuração do tecido branco, “amolecimento”
da substância branca (acometendo mais os MMII, diplegia);
 Hipoglicemia lesa neurônio produzindo ácido lático, que passa pela barreira
hematoencefálica;
 Icterícia grave.
*Encéfalopatia-hipóxico-isquêmico, ou lesão no encéfalo por falta de oxigênio que
consequentemente causou isquemia no sistema nervoso, e também tem diminuição de
glicose no tecido nervoso.
Todos os bebes que tiveram icterícia grave, tiveram atetose (ou coréia). O fígado
produz bilirrubina em excesso e libera no sangue, que leva ao quadro de icterícia.
Prematuridade limítrofe: quase nasceu atermo, tem baixa taxa de mortalidade,
porém, ainda pode apresentar algumas sequelas, peso entre 2.200 e 2.800g,
comprimento entre 45 e 46 cm, perímetro cefálico aproximadamente 32,5 cm
(pequeno), respondem por 7 % de todos nascidos vivos, por 65% dos RNPT.
Prematuridade moderada: Gestação de 31 - 34 semanas, peso inferior a 2.000g. Os
principais problemas são: compartilham com os mesmos dos limítrofes além dos
problemas respiratórios como doença da membrana hialina (deficiência de surfactante
e maior chance de colabamento) e crises de apnéia.
Prematuridade extrema: Gestação inferior a 30 semanas, R.N. pré-termo extremo
(RNPTE), costumam pesar menos de 1.500g, medir menos de 38 cm, perímetro
cefálico inferior a 29 cm. Os principais problemas são: anóxia perinatal, dificuldade na
manutenção da temperatura corpórea, crises de apnéia, Hiperbilirrubinemia, infecções
adquiridas, hipo e hiperglicemias, enterocolite necrosante, hemorragia intracraniana,
persistência do canal arterial, retinopatia da prematuridade, raquitismo da
prematuridade, Anemia e malformações congênitas.
Portanto, os RNPT tendem a hipotonia com complicações. Não apresentam:
maturidade neurológica, posicionamento mais prolongado no meio intrauterino.
Componentes do perfil postural de alto risco do bebê hipotônico (CAI NA
PROVA – COMPROMETIMENTOS)

 Pescoço hiperestendido;
 Ombros elevados com escapulas aduzidas;
 Diminuição nos movimentos dos braços na linha média (mão para a boca);
 Tronco excessivamente estendido;
 Pelve imóvel (inclinação anterior);
 Movimento anti-gravitacional pouco frequente das penas;
 Sustentação do peso sobre os dedos dos pés (em pé com apoio).
Síndrome da Aspiração do Mecônio (SAM): quando o composto das fezes adentra o
organismo do bebê, presença de mecônio no líquido amniótico, 10 a 15% dos partos,
5% dos RN com líquido amniótico meconial desenvolverão SAM, 30% dos partos após
42 semanas gestacionais. Essa condição faz com que as fezes grudem nas vias
aéreas da criança, tem um aspecto de graxa. Provoca a obstrução parcial VA,
Mecanismo valvular que permite entrada, mas não a saída de ar,
HIPERINSUFLAÇÃO, Diminuição de troca gasosa e Asfixia Neonatal.
Rotina de cuidados: Lidar com os problemas da prematuridade, Estabilização do
prematuro instável, Oxigênio adicional e ventilação artificial, suporte circulatório,
Monitorização, Prevenção de hipotermia, Antibióticos, Manuseio mínimo.
Tratamento fisioterapêutico, após bebê atingir:

 Respiratório –1,0 kg
 Sensório-motor –1,5Kg
Aspectos positivos no bebê: cor rosada estável, respiração tranquila, capacidade
para segurar um objeto com a mão, com o pé ou de segurar um dedo, manobras mão-
boca, avidez para alimentar-se, reflexos de procura e sucção, estados de sono
nitidamente definidos, choro forte e rítmico, expressão facial atenta ou animada.
Aspectos negativos no bebê: desvio do olhar, olhar fixo ou movimentos instáveis
dos olhos, irritação, choro ou estado sonolento, pele pálida, soluços e espirros, franzir
a testa e outras caretas, abalos, tremores e sobressaltos frequentes, corpo achatado,
ou expressão facial vaga, hipersensibilidade.
Tratamento fisioterapêutico: Técnicas básicas da fisioterapia sensório-motora.
Manuseio, Mudanças de posição, Posicionamento terapêutico.
Objetivos do manuseio terapêutico: Diminuir a hiperextensão de cabeça e do
tronco, reduzir a elevação dos ombros, diminuir a retração da escápula, diminuir a
extensão das extremidades superiores, ativar os grupos musculares flexores. As
mudanças de posições são realizadas frequentemente para proporcionar experiências
sensório-motoras variadas.
Objetivos do posicionamento terapêutico: Intensificar padrões flexores, aumentar a
orientação da linha média, promover estado de orientação, Variedade de posições:
bom formato da cabeça.
EM PRONO É O IDEAL!!! Por conta da Simetria, Contenção (estabilidade fisiológica)
e controle da cabeçamelhor oxigenação. Supino as crianças ficam instáveis
clinicamente, maior facilidade de acesso a medicamentos e condutas, força da
gravidade reforça os padrões extensores.
Em supino pode-se conseguir: Flexão da coluna, pernas e braços, sem extensão
excessiva da coluna cervical, Orientação na linha média, junção das mãos (prevenindo
o excesso de abdução do quadril, Evita morte súbita. Decúbito lateral: muito
recomendado, pois os efeitos da gravidade estão reduzidos, promovendo respostas
flexoras na linha média.
Método canguru: Modalidade de atenção ao recém-nascido prematuro e de baixo
peso, o método ou cuidado canguru prioriza o contato prolongado (pele-a-pele) entre
mãe e filho, proporcionando o desenvolvimento do vínculo afetivo, o aleitamento
materno, o ganho de peso mais acelerado e a alta hospitalar precoce e segura.
Para avaliar tônus: começa analisando (vendo) se tem padrão (flexor MMSS e
extensor MMII), palpando simetricamente e bilateralmente procurando uma rigidez e
tensão muscular, geralmente deve-se palpar os músculos do padrão, chamados de
antigravitários. depois disso, faz o movimento passivo para ver se tem resistência ao
movimento, lembrando-que, quanto mais espástico, mais resistente o movimento; e
por fim para ter certeza da espasticidade, faz o movimento com velocidade para que
se houver bloqueio do movimento, aí sim será confirmado.

Plástica Rigidez
Hipertonia
Elástica Espasticidade

Tônus Incoordenação
Hipotonia Ataxia
neurológico de movimento

Coréia
Flutuante
(misto)
Atetose

Os reflexos tendinosos estão aumentados, ou seja, apresenta hiperrreflexia, está


presente em todos os pacientes espásticos, por conta da síndrome de liberação.
Síndrome de liberação (CAI NA PROVA): o tempo todo está sendo liberado
acetilcolina na fenda sináptica que gera uma contração continua. Quando ocorre lesão
no sistema piramidal, lesa o sistema que deveria inibir o sistema nervoso, ou seja,
libera tudo, pois não tem mais o recurso que inibe, começa a aparecer espasticidade,
hiperrreflexia e automatismo medular (Babinski, clônus e tríplice flexão) , que são os
três sinais clássicos da lesão piramidal. Sinal de canivete é clássico da espasticidade.
Sinônimos: espástico = lesão no sistema nervoso piramidal = lesão no motoneurônio
superior = síndrome de liberação.
Um indivíduo espástico tem tendência a desenvolver alterações sensoriais por conta
da pouca movimentação, geralmente sequela de visão, audição, fala, gustação,
deglutição. Só pode ser chamado hemiparético, diparético e tetraparético, o paciente
espástico, é a topografia do paciente, não se usa plegia pois alguma coisa ele mexe,
hemi – metade do corpo, di e tetra – o corpo todo, a diferença é que, no di é com
predominância nos MMII e o tetra é mais MMSS ou igualmente ruim.
Lesão no sistema extrapiramidal: lesões nos núcleos da base, apresentam
hipotonia, porém, há uma exceção onde é rígido/hipertônico quando o paciente
apresenta doença de Parkinson que acomete a substancia negra do mesencéfalo
(mais abaixo dos núcleos da base), a hipertonia vai ser plástica/rígido e vai apresentar
o sinal do travesseiro fantasma, cano de chumbo e roda denteada.
A pessoa que tem Parkinson, geralmente é idoso por que para de fabricar dopamina
na substancia negra, ou seja, é a ausência de dopamina no sistema extrapiramidal.
O resto das lesões extrapiramidal vai ser hipotônica, divida em dois tipos de hipotonia
– hipercinético de movimento involuntário e patológico, sendo coréia e atetose, pode
ter separadas ou juntas. Uma dica é dar estabilidade nas extremidades, caneleiras na
perna e nos braços faz com que o movimento fique mais harmônico.
Outra situação é o tônus flutuante, quando apresenta os dois tônus (hipotonia e
hipertonia) de maneira patológica.
Lesão no sistema cerebelar: lesões no cerebelo e que afetam a coordenação, a
tendência é ser hipotônico, mas como atinge a coordenação, chama-se de ataxia, ou
seja, movimentos incoordenado, a musculatura acometida é a postural por isso ele
não tem controle de tronco e muito risco de queda.
*Todos esses pacientes com essas lesos tem fraqueza muscular, porque a contração
é patológica, não é funcional e voluntario dele!
*Todo paciente que tende a hipotonia, tende a alargamento da base.
Lesões no sistema nervoso periférico: são mais raras de acontecer e quando
acontecem, geralmente são por trauma. As lesões periféricas acometem os nervos,
que consequentemente acometem a via final comum – músculos, ou seja, não há
contração, é sempre muito agressiva nos sinais, tem atrofia severa porque acontece a
paralisia por falta de estímulos, deformidade intensa e visível, os comprometimentos
aparecem de forma super-rápida, ou seja, NÃO TEM AÇÃO NERVOSA, usa-se
órteses, mobilização, orientação do paciente e da família, paciente não tem função
motora porque lesou o sistema periférico, alguns nervos são mistos – carreiam tanto
movimento quanto sensibilidade – então o paciente pode perder a sensibilidade. Ex de
doença: paralisia obstétrica – estiramento do plexo braquial na hora do parto.
*Qualquer coisa que lesa o sistema nervoso até 2 anos de idade é PC – paralisia
cerebral, ex: falta de oxigênio, meningite, TCE.

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