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Patologia da Mulher e da Criança

Professora Goreti Marques

Patologias dos Recém-nascidos

RN Risco  Anemia Hemolítica:


✓ Defeitos dos eritrócitos;
RN que independentemente da idade gestacional ou ✓ Incompatibilidade ABO ou RH.
do peso à nascença, tem risco de morbilidade e  Policitemia.
mortalidade aumentados, devido a circunstâncias que
 Hematoma: Céfalo-hematoma,
rodearam o período pré, peri ou pós-natal e que
bossaserohemática, equimoses ou petéquias.
perturbaram o curso normal de acontecimentos
 Defeito na Glucoroniltransferase;
associados ao nascimento e adaptação à vida
extrauterina.  Icterícia do leite materno (pode ocorrer por volta
do 10ºdia);
RN de risco são classificados de acordo com:  Desordens metabólicas;
✓ Tamanho (<2500 gr OU >4000 gr), RCIU  > da circulação entero-hépatica;
(Restrição de Crescimento Intrauterino);  Fármacos.
✓ Idade gestacional;
✓ Problemas fisiopatológicos. ENCEFALOPATIA BILIRRUBÍNICA: Surge quando a
quantidade de bilirrubina não conjugada livre
aumenta, até ao ponto de ultrapassar a barreira
SITUAÇÕES DE SAÚDE DO RN QUE O CONDUZEM À
hematoencefálica e depositar-se no SNC.
UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS:
Sinais e sintomas
 SDR (Síndrome de Dificuldade Respiratória);  Hipotonia;
 Infeção o Prematuro;  Letargia;
 Pós-termo;  Vómitos;
 Malformações congénitas;  Recusa alimentar;
 Atresias;  Irritabilidade;
 Anomalias ano-rectais;  Mudanças no choro;
 Hérnias diafragmáticas.  Febre;
 Convulsões e Rigidez.

Icterícia neonatal
Avaliação:
HIPERBILIRRUBINEMIA é o termo referente à Monitorização não invasiva:
acumulação excessiva de bilirrubina no sangue e que ✓ Bilirrubinómetro transcutâneo.
se caracteriza por icterícia ou seja: Monitorização invasiva:
✓ Bilirrubina capilar (capilar);
→ Coloração amarela da pele; ✓ Bilirrubina central (tubo de bioquímica).
→ Mucosas;
→ Escleróticas.
Tratamento da icterícia neonatal:
Causas de hiperbilirrubinemia:  Valor da bilirrubina não conjugada;
 Icterícia fisiológica: (24 a 36h após o nascimento)  Horas de vida o Peso (nos prematuros);
✓ Carga de bilirrubina ao hepatócito;  Fatores de risco (incompatibilidade ABO ou RH;
✓ Deficiente captação da bilirrubina plasmática; asfixia; policitemia; hematomas; sépsis entre
✓ Deficiente conjugação; outros).
✓ > da circulação entero-hépatica.

INÊS LEÃO 1
Traumatismo Cefálico preensão porque o movimento do dedo e do punho
permanece normal.
Ocorre durante o processo de nascimento, geralmente
é benigno, mas pode resultar em lesões mais graves.

Cefalematoma
Ocorre mais frequentemente com parto de primíparas
(primeiro parto da mulher) e é mais provável no parto
a fórceps.
Pode envolver um ou ambos os ossos parietais. A
tumefação é mínima ou ausente ao nascimento e
aumenta de tamanho ao 2º ou 3º dia. A maioria das Tratamento: Prevenir contraturas dos músculos
lesões são absorvidas em 2 semanas a 3 meses. paralisados e manter a colocação correta da cabeça
Nenhum tratamento está indicado. umeral.
A recuperação dos nervos estirados geralmente leva 3
Fraturas a 6 meses.

A clavícula é osso mais frequentemente fraturado Eritema Tóxico Neonatal


durante o nascimento. A crepitação pode ser sentida
ou ouvida ao exame (sensação produzida pelo atrito É uma erupção benigna autolimitante de causa
entre fragmentos de osso fraturado). Edema e desconhecida que geralmente aparece nos 2 primeiros
hematoma localizados, também, podem ser sinal de dias de vida.
fratura da clavícula. As lesões são firmes, de 1 a 3mm, pápulas ou pústulas
Tratamento: Nenhuma intervenção é necessário amarelo pálidas ou brancas numa base eritematosa.
para além de manter o alinhamento corporal e de Manifestações Clínicas: A lesão aparece mais
vestir e despir cuidadosamente o RN. comumente na face, nas extremidades proximais, no
tronco e nas nádegas, mas pode-se localizar em
Paralisia qualquer parte do
corpo, exceto região
plantar e palmar.
 Paralisia Facial:
Durante o parto, a pressão sobre o nervo facial (VII Tratamento: Não é
nervo craniano) pode resultar em lesão desse nervo. necessário tratamento,
Manifestações Clínicas: Perda de movimento do lado doença benigna e
afetado, incapacidade de fechar completamente o transitória.
olho, queda do canto da boca e ausência de
enrugamento da testa e prega nasolabial. Candidíase
Tratamento: Não é necessária qualquer intervenção. As candidíases geralmente são um distúrbio benignos
Desaparece em alguns dias, mas pode durar vários em neonatos, com frequência confirmada na região
meses. oral e da fralda.
A dermatite da fralda causada por microrganismos
Cândida manifesta-se como erupção húmida,
 Paralisia Braquial:
eritematosa com pequena pústulas amarelas e
A lesão do plexo resulta de forças que alteram a brancas.
posição normal e a relação do braço, ombro e pescoço. Candidíase oral:
Manifestações Clínicas: Braço pene flácido junto ao Carateriza-se por manchas
corpo enquanto o ombro e o braço são aduzidos e brancas e aderentes na
rodados internamente. O cotovelo fica estendido, e o língua, palato e aspetos
antebraço fica em pronação, com o punho e os dedos internos das bochechas.
flexionados, pode estar presente um reflexo de O RN pode recusar-se a
alimentar devido à dor.

INÊS LEÃO 2
Esta situação tende a ser aguda em RN e crónica em RN Tratamento:
e crianças pequenas.
✓ Pausa alimentar;
Tratamento: Aplicação tópica de nistatina, ✓ Hidratação endovenosa;
✓ Oxigenoterapia;
clotrimazol.

Anomalias anorretais Síndrome de Dificuldade


Respiratória
Mielomeningocelo

A Mielomeningocelo (MMC) é uma malformação DIAGNÓSTICO: Feito através de inspeção.


embrionária do sistema nervoso central que ocorre nas
primeiras quatro semanas de gestação decorrente de SINAIS DE ESFORÇO RESPIRATÓRIO:
uma falha no  Gemido;
processo de  Adejo nasal;
neurulação primária  Retração xifóidea;
que é processo  Tiragem intercostal;
normal de  Respiração toraco-abdominal.
fechamento do tubo
neural. Resultando
numa abertura
vertebral, músculo
fascial, cutânea e dural com protrusão e exposição da
medula espinhal que se encontra aberta em forma
plana, recebendo neste local a denominação de placa
neural ou placódio.

Tratamento: Cirúrgico.

Taquipneia transitória
do recém-nascido

Doença benigna que se caracteriza pelo aparecimento


de taquipneia logo após o nascimento.

Ocorre predominantemente no RN de termo, devida a


um atraso de reabsorção do líquido pulmonar e que
cura, em média, em 48 horas. É mais comum nos
nascidos por cesariana pela ausência de compressão
torácica.

QUADRO CLÍNICO:

 Taquipneia- 80 a 120 cpm;


 Retrações intercostais não intensas;
 Gemido e adejo nasal;
 Saturação de oxigénio pode ser normal;

DIAGNÓSTICO:

 História clínica;
 Sintomatologia;
 Radiografia ao Tórax.

INÊS LEÃO 3
Infeções Respiratórias BACTÉRIAS:
→ Estreptococos;
O trato respiratório superior, ou vias áreas superiores: → Haemophilus Influeza;
✓ Oronasofaringe; → Bordetella Pertussis Mycoplasma Pneumoniae.
✓ Faringe;
✓ Laringe. Os patogéneos respiratórios mais comuns aparecem
em epidemias durante os meses do Inverno.
O trato respiratório inferior:
✓ Traqueia; Manifestações Clínicas:
✓ Brônquios; Lactentes e crianças pequenas (com idades entre 6
✓ Bronquíolos. meses e 3 anos), reagem mais intensamente às
infeções respiratórias agudas das vias respiratórias que
As infeções da epiglote e laringe serão classificadas as crianças mais velhas.
como SÍNDROMES DE CRUPE.

As infeções respiratórias raramente apresentam áreas Sinais e sintomas


anatómicas especificas.  Febre;
 Alimentação inadequada e inapetência;
Muitas vezes, disseminam-se de uma estrutura para
 Vómitos;
outra.
 Diarreia;
 Dor abdominal;
Etiologia e Caraterísticas:  Obstrução nasal;
As infeções respiratórias são responsáveis pela maioria  Secreção nasal;
das doenças agudas das crianças.  Tosse;
A etiologia e o curso dessas infeções variam em função:  Ruido respiratório (tosse, rouquidão, gemido,
 Idade da criança; estridor, sibilo);
 Clima;  Dor de garganta;
 Meningismo (cefaleias, dor e rigidez nas costas e
 Condições de vida;
no pescoço).
 Problemas clínicos preexistentes.

As infeções das vias respiratórias nas crianças são


Componentes para a avaliação da função respiratória
geralmente provocadas por vírus:
 Vírus sincicial respiratório; Os padrões respiratórios são avaliados pela:
 Adenovírus;
 Vírus parainfluenza.  Frequência (taquipneia, normal ou lenta);
 Profundidade (normal, muito rasa-hipopneia,
Os vírus são transmitidos de criança para criança. muito profunda - hiperpneia);
Podem também transmitir-se através do contacto com  Facilidade (sem esforço, com esforço – dispneia,
um objeto contaminado. ortopneia, pulso paradoxal, batimento das asas
nasais, gemido, estridor);
Presume-se que os lactentes saudáveis, nascidos a  Respiração trabalhosa (continua, intermitente,
termo, com menos de 3 meses tenham uma menor piorando constantemente, início súbito, em
incidência de infeções que os latentes mais velhos repouso ou aos esforços, associada a sibilância
(função protetora dos anticorpos maternos). gemido ou dor torácica );
 Ritmo (variação de frequência e profundidade da
A incidência aumenta dos 3 para os 6 meses de idade. respiração).
A incidência permanece alta até à idade pré-escolar.
Nasofaringite aguda
Infeções mais frequentes na infância:
✓ 20-35% do total de internamentos em Pediatria; Causada pelo rinovírus comum, vírus sincicial
✓ 50% das consultas em crianças < 4 anos; respiratório, adenovírus, vírus influenza e vírus
✓ 5ª causa de morte. parainfluenza.

INÊS LEÃO 4
Sintomas: Mais graves em latentes e crianças do que Adenoidectomia
em adultos. A febre é comum em crianças pequenas,
as mais velhas têm febre baixa. Remoção cirúrgica de adenoides, recomendada para
crianças que tenham adenoide hipertrofiadas, que
O diagnóstico é feito com base na história e no exame
obstruam a respiração.
físico.

Tratamento: Não há um tratamento específico. o Adenoamigdalectomia


Não há vacinas eficazes disponíveis.
Três ou mais infeções das amígdalas ou adenoides por
Faringite ano, tem indicação para amigdalectomia ou
adenoamigdalectomia.
→ Infeção por streptococos β-hemolíticos do grupo A A amigdalectomia é recomendada em situações de
(SBHA) geralmente é uma doença relativamente infeções estreptocócicas recorrente e quando há
curta. hipertrofia importante das amígdalas.
→ Resultados culturais positivos de esfregaço Está reservada a crianças com > 3 anos de idade,
faríngeo para infeção com SBHA requerem um devido à perda de sangue excessiva e ao potencial de
tratamento com antibiótico. qua as amígdalas voltem a crescer.
→ As infeções com streptococos β-hemolíticos do
grupo A, se não forem tratadas podem causar:
escarlatina, otite média e infeções supurativas nos Influenza
tecidos adjacentes.
Influenza ou gripe, é causada por 3 ortomixovírus, que
são antigenicamente distintos: tipo A e B, que causam
Sinais e sintomas
doenças epidémicas, e tipo C não muito importante do
 O início frequentemente é abrupto e caraterizado ponto de vista epidemiológico.
por faringite, dor de cabeça, febre e dor
abdominal. Sinais e sintomas
 A língua pode parecer edemaciada e hiperemiada,
A maioria das crianças queixa-se de:
e a criança ter uma erupção cutânea áspera fina
 Dores de garganta;
eritematosa no tronco, axilas e cotovelos e virilhas;
 Mucosa nasal seca;
a úvula pode encontrar-se edemaciada e
 Tosse seca;
hiperemiada.
 Rouquidão;
 Linfoadenopatias cervicais.
 Face hiperemiada (vermelhão);
 Fotofobia (sensibilidade à luz);
Amigdalite  Mialgias;
 Astenia;
As amigdalites geralmente ocorrem juntamente com
 Febre.
as faringites. O agente causador pode ser viral ou
bacteriano.
Otite Média
Sintomas: As crianças têm dificuldade em respirar e
deglutir, respirando pela boca. Uma das doenças mais prevalentes na 1ª infância (1ºs
24 meses). A sua incidência é mais alta nos meses de
Amigdalectomia inverno.

É a remoção cirúrgica das amígdalas palatinas. Muitas otites médias bacterianas são precedidas por
infeções respiratórias.
Indicação absoluta para amigdalectomia quando são
condições malignas. Os dois vírus que mais provavelmente precipitam a
Alerta de Enfermagem: a deglutição após uma otite média são o vírus sincicial respiratório,
amigdalectomia é um sinal de hemorragia no local streptococcus pneumoniae e influenza.
cirúrgico.
Ocorre raramente em crianças com + de 7anos.

INÊS LEÃO 5
A principal causa da OM é uma disfunção da trompa
de eustáquio: Sinais e sintomas
→ Acumulação de secreções no ouvido médio devido
 Cefaleias;
a obstrução secundária a uma infeção ou alergia
(intrínseca) ou aumento dos adenoides ou a um  Mal-estar;
tumor (extrinseca);  Fadiga;
→ A exposição ao fumo do tabaco e o refluxo de leite  Calafrios;
materno para a trompa de eustáquio podem  Febre baixa;
contribuir para o desenvolvimento de OM.  Edema dos olhos;
 Esplenomegalia (aumento tamanho do baço);
Sinais e sintomas  Petéquias palatinas (manchas vermelhas);
 Erupção macular;
 Aumento na pressão do ouvido;  Faringite ou amigdalite…
 Dor (os latentes podem rodar a cabeça ou mexer
na orelha); O principal agente é o vírus Epstein-Barr (EB).
 Febre; Período de incubação após exposição 4 a 6 semanas.
 Nódulos linfáticos;
 Rinorreia; Diagnóstico é estabelecido por leucócitos atípicos e
 Acumulação de drenagem purulenta; por um teste de aglutinação positivo.
 Síndrome labiríntica (infeção do ouvido interno) ou
mastoidite (infeção do sinus da mastoide);
 A OM prolongada pode levar a perda auditiva.
Tratamento:
→ Não há tratamento específico;
Tratamento: → Analgésicos;
→ Aumento da ingestão hídrica e atmosfera húmida
Se < 6 meses ou doença grave ➔ Iniciar ATB. pode ser suficiente.
Se > 6 meses ou doença ligeira ➔ Iniciar com 48H de
anti-inflamatório.
Em caso de manutenção de sinais/ sintomas ➔ ATB. Epiglotite Aguda
Processo inflamatório obstrutivo grave que ocorre em
Duração de Tratamento:
crianças de 2 a 8 anos de idade.
5 dias se: Idade ≥ 2 anos.
NECESSITA DE INTERVENÇÃO IMEDIATA, PODE SER
7 dias se: Idade < 2 anos; OMA recorrente; Falência do
FULMINANTE COM OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA.
tratamento inicial.

Miringotomia: Sinais e sintomas

Uma incisão cirúrgica da membrana do tímpano, pode  O aparecimento é abrupto e progride


ser necessária para aliviar a dor intensa da otite media rapidamente.
aguda.  A criança tem febre,
Também é realizada para promover a drenagem do dificuldade em deglutir,
fluido da orelha média infetada, na presença de senta-se ereta curvada para
complicações, ou prevenir que o fluido purulento da a frente, com o queixo
orelha média drene para o canal auditivo. A OM apontado para fora, e boca
recorrente é tratada com antibiótico. aberta e protusão da língua.
 Criança fica irritada, inquieta, rouca, apreensiva,
Mononucleose Infeciosa assustada, ansiosa, com voz grossa e abafada.
 Apresenta relações supraesternais e subesternais.
Doença aguda, autolimitada, que é comum nos  Cor amarelada de hipoxia que pode evoluir para
adolescentes. Caraterizada por um aumento dos cianose.
elementos mononucleares no sangue e por um  Garganta hiperemiada e inflamada, e a epiglote
processo infecioso. edematosa, vermelho-cereja e evidente.

INÊS LEÃO 6
Tratamento: Otomastoidite Aguda
→ Observação intensiva por pessoal com
Complicação supurativa
experiência;
mais frequente da OMA;
→ Entubação endotraqueal;
frequente < 2 anos;
→ Terapêuticas com antibióticos.
A ausência de OMA não
exclui o diagnóstico;
Laringite Aguda O diagnóstico é clínico.

É uma doença comum em crianças mais velhas e


adolescentes. Sinais e Sintomas
Sintomas: Os vírus são os agentes causadores  Febre;
usuais, e a principal queixa é a rouquidão,  Otalgia;
acompanhada por outros sintomas relacionados com  Tumefação dolorosa e rubor retroauricular com ou
as vias respiratórias superiores. sem flutuação/ drenagem espontânea;
 Protusão do pavilhão auricular;
Tratamento: é de suporte à sintomatologia,  OMA;
recomendando-se hidratação hídrica e ambientes  Perfuração timpânica;
húmidos.  Otorreia;
 Outros: letargia, mal-estar, irritabilidade, diarreia,
recusa alimentar.
Laringotraqueobronquite Aguda
Afeta primariamente crianças com menos de 5 anos. Complicações: Paralisia
Os vírus responsáveis são o parainfluenza tipos 2 e 3, facial, abcesso subperiósteo
os metapneumovírus humanos, vírus sincicial retroauricular ou cervical,
respiratório. osteomielite, labirintite,
diminuição da acuidade
Traqueíte Bacteriana auditiva, complicações
intracranianas (meningite,
Infeção da mucosa da parte superior da traqueia. trombose dos seios
Ocorre em crianças com menos de 3 anos e pode ser venosos/abcesso/empiema).
uma causa grave de obstruções das vias aéreas, grave
suficiente para causar a paragem respiratória.
Agentes Etiológicos: S. pneumoniae, H. Influenzae; S.
Sintomas: Muitas das manifestações são similares às pyogenes; P. aeruginosa, S. aureus; M. tuberculosis e
da laringotraqueobronquite, mas não respondem à sua anaérobios (raro).
terapia.
Exames complementares de diagnóstico:
Laringite Espasmódica Aguda
✓ Estudo analítico (Hemograma + PCR); HC (a maioria
Diferencia-se da laringite ou da é negativa, ATB prévia);
laringotraqueobronquite, pelas crises paroxísticas de ✓ Exsudado do ouvido médio ou mastoide para
obstrução laríngea que ocorrem principalmente à cultura (aspiração ou drenagem cirúrgica);
noite. ✓ PL (se suspeita de meningite);
✓ TC(RM cerebral) – confirmar diagnóstico e
COMPLICAÇÕES DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES determinar estadío e extensão.
→ Otomastoidite Aguda;
→ Celulite/Abcesso Periamigdalino; Tratamento:
→ Abcesso retro ou laterofaríngeo;  Sem erosão óssea: Amoxicilina/ácido clavulânico
→ Sinusite Aguda; (50mg/Kg/dose; 8/8H) ou Ceftriaxona
→ Celulite da Órbita. (100mg/Kg/dia; 12/12H ou 24/24H) EV e

INÊS LEÃO 7
posteriomente PO se resposta clínica favorável
Tratamento:
(duração: 4 semanas).
 Com erosão óssea: Tratar como Osteomielite; → Repouso no leito e hidratação hídrica;
 Abcesso intracraneano – Ceftriaxona → Oxigenoterapia e nebulizações;
(100mg/Kg/dia); 12/12H ou 24/24H) EV + → Terapêutica farmacológica;
Metronodazol (30mg/Kg/dia); 6/6H EV (associar → Isolamento das crianças hospitalizadas;
vancomicina se suspeita de S. aureus; cobertura
para P. aeruginosa se otomastoidite crónica; Pneumonias
Meropnem pode substituir Ceftriaxona +
Metronidazol); duração mínima 6-8 semanas. É uma inflamação do parênquima pulmonar, é comum
 Trombose dos seios venosos – ATB + na infância, mas ocorre mais frequentemente em
anticoagulação. lactentes e na 1ª infância.
O vírus causais são citomegalovírus; influenza,

Bronquite
adenovírus, vírus sincicial respiratório.
Pode ocorrer como uma doença primária ou como
É uma inflamação das vias aéreas de maior calibre complicação de outra doença.
(traqueia e brônquios), que é frequentemente
associada a IVAS. É comum em crianças com mais de 6
Sinais e Sintomas
anos.
Sintomas: Tosse não produtiva, aguda, seca, que  Febre (geralmente alta);
priora à noite e se torna produtiva em 2 a 3 dias.  Tosse (não produtiva, a produtiva é com
Requer somente um tratamento assintomático. secreções esbranquiçadas);
 Ruídos respiratórios;
 Dor torácica;
Vírus Sincicial Respiratório e Bronquiolite
 Retrações;
É uma infeção viral aguda, com efeito máximo a nível  Batimento das asas do nariz;
bronquiolar.  Palidez à cianose;
 Irritabilidade;
Ocorre no inverno e início da primavera, até aos 3 anos
 Mal-estar;
de idade.
 Vómitos;
CAUSA MAIS FREQUENTE DE HOSPITALIZAÇÃO NAS  Diarreia.
CRIANÇAS COM MENOS DE 1 ANO.
Tratamento:
Sinais e Sintomas
→ É gerido de acordo com a etiologia da doença;
 IVAS; → Alívio da sintomatologia;
 Rinorreia; → Pneumonia bacteriana é tratada com antibiótico;
 Febre baixa. → O isolamento hospitalar é utilizado como
 Pode estar associada otite media e conjuntivite; precaução hospitalar até o agente causal ser
 Sibilos; identificado.
 Retrações;
 Dispneia;
Asma
 Taquipneia;
 Estridor. É um transtorno inflamatório crónico das vias aéreas
O exame físico e a história clínica são as ferramentas no qual muitas células desempenham muitas funções
mais importantes no diagnóstico da bronquiolite. importantes (mastócitos, eosinófilos e linfócitos T).
Nas crianças suscetíveis a inflamação causa, episódios
As secreções nasais e nasofaríngeas são analisadas recorrentes de sibilos, falta de ar, rigidez torácica e
utilizando o teste imunofliurescência indireta ou tosse, principalmente no início da manhã.
ensaio imunoenzimático (método ELISA).

INÊS LEÃO 8
Tratamento:  Anomalias do sistema nervoso;
 Sexo masculino;
→ Prevenir e minimizar a morbilidade física e  Hábitos maternos como fumar ou consumir drogas
psicológica; durante a gravidez.
→ Prevenir e reduzir a exposição a alergénicos e
irritantes aéreos; Convulsão Febril
→ Terapêutica farmacológica para controlo e
prevenção dos sintomas; Episódios convulsivos associados a uma doença febril,
→ Exercício. na ausência de uma infeção do SNC, desequilíbrios
eletrolíticos, patologia neurológica (desenvolvimento
motor normal, sem história prévia de convulsões em
Fibrose Cística apirexia ou patologia do SNC);

É herdada como um traço autossómico recessivo a Afeta 2-5% das crianças entre os 6 meses e os 5 anos
criança afetada herda o gene com defeito de ambos os sendo que a maioria ocorre entre os 12 meses e os 3
pais, com uma incidência global de 1:4. anos com um pico de incidência aos 18 meses.

As crises febris ocorrem frequentemente durante a


Carateriza-se por diversos aspetos clínicos: subida térmica, mas poderão existir com a descida
Aumentos da viscosidade das secreções das glândulas térmica;
mucosas, uma elevação evidente no nível de eletrólitos
A febre pode não ser detetada antes do episódio, mas
do suor, um aumento nos diversos constituintes
terá de estar presente no período imediato pós crise.
orgânicos e enzimáticos da saliva e anormalidades na
Em 25-50% dos casos o episódio convulsivo é a
função do sistema nervoso autónomo. primeira manifestação de uma doença febril.

As manifestações clínicas da fibrose cística são CLASSIFICAM-SE EM CRISES FEBRIS SIMPLES (CFS) E
essencialmente ao nível gastrointestinal e pulmonar. CRISES FEBRIS COMPLEXAS (CFC):

➔ CFS – Crise generalizada, tónica e/ou clónica,


Tratamento: curta duração (<15 minutos), sem recorrência nas 24H
→ Fisioterapia respiratória; (65-90%);
→ Drenagem e percussão postural;
➔ CFC – Crise focal, tónico e/ou clónica, atónica,
→ Exercícios de respiração profunda e tossir;
início focal com ou sem generalização secundária,
→ Agentes antimicrobianos (inalados e intravenosos).
desvio unilateral cefálico e/ou ocular, prolongado (>15
minutos), recorrente nas 24H, alterações neurológicas
Síndrome de Morte Súbita pós-ictais.

Infantil (SMSI)
Ainda é desconhecido o mecanismo exato de como e
porquê as crises febris ocorrem em resposta à febre;
Não foi identificada uma causa única para a SMSI,
embora tenham sido identificados vários fatores de As crises febris poderão ocorrer durante infeções
risco. víricas ou bacterianas.
A incidência de SMSI é mais elevada entre os 2-24 A maioria das infeções associadas às crises são de
meses de idade. etiologia vírica;
Os lactentes amamentados têm uma incidência mais A prevalência de infeção bacteriana é baixa, no entanto
baixa de SMSI e os fatores de risco incluem: quando existe pode ser potencialmente grave. A
MENINGITE manifesta-se com uma crise convulsiva em
 Dormir em decúbito ventral ou com almofadas ou
24% das crianças.
outros materiais moles à volta que podem sufocar
o bebé; O RISCO DE MENINGITE terá sempre de ser
 Criança de baixo peso à nascença; considerado. Crise febril associada a meningite muitas
 Exposição ao tabaco; vezes apresenta-se como CFC.
 Alterações respiratórias;
INÊS LEÃO 9
Internamento/ observação em meio hospitalar: Prognóstico: probabilidade de cura;

 Idade < 6 meses; Estadiamento: estimativa da extensão da doença com


 No 1º episódio de CFS se idade < 18 meses; base em exame clínica e meios complementares de
 Sinais e sintomas de doença grave/suspeita de diagnóstico;
infeção do SNC;
Neutropenia: Neutrófilos 500/mm3 ;
 CFC;
 Situação social de risco. Quimioterapia Neo–Adjuvante: Tratamento de QT
prévio à cirurgia.
TRATAMENTO
Medula Óssea
FASE AGUDA
 Na maioria dos casos as CFS cessam A medula óssea é o tecido que existe dentro dos ossos
espontaneamente em 2-3 minutos e não e que constitui a nossa “fábrica do sangue”.
necessitam de tratamento;
 Ocasionalmente as crises febris podem durar >5 É formada por vasos sanguíneos, tecido adiposo, e
minutos sendo necessário nestes casos tratamento diversos tipos de células: as células precursoras dos
farmacológico; diferentes glóbulos do sangue, também chamadas
 Efetuar Diazepan retal/EV no momento da células estaminais;
ocorrência se as crises são recorrentes e
Na criança existe medula em quase todos os ossos, mas
prolongadas ou se duração >5 minutos.
ao longo dos anos vai-se alterando esta distribuição.

Estado de Mal Epilético


(EME)
Crises convulsivas representam a manifestação
neurológica em idade pediátrica mais frequente nos
departamentos de emergência.

Estado de Mal Epilético (EME) - definido como mais que Hematopoiese


30 minutos de atividade convulsiva contínua ou duas ou
A célula estaminal, tem a capacidade de se dividir, e
mais crises epiléticas sequenciais sem total
assim de se autorrenovar, bem como de se diferenciar
recuperação do nível de consciência entre as crises.
nos vários tipos de células.
As células do sangue têm um tempo de vida limitado e
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA necessitam de se renovar de forma continuada e
constante; em algumas situações pode haver
necessidade de aumentar a produção, como por
exemplo quando há uma perda de sangue ou, no caso
Em Portugal, todos os anos cerca de 400 crianças e
de uma infeção, em que são necessários mais glóbulos
jovens são diagnosticadas com cancro;
brancos.
O cancro é a primeira causa de morte não acidental na A produção das células é controlada pelos diferentes
população infantojuvenil; fatores decrescimento.

Pouco se sabe acerca das causas que levam ao


aparecimento de cancro em crianças e adolescentes o ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS À HEMATOPOIESE
que leva a que a prevenção seja praticamente
Diminuição das células progenitoras da medula, ou
inexistente.
aplasia medular, por processo imunológico ou tóxico
Conceitos: - efeitos da quimioterapia, de radiações ou de alguns
medicamentos;
Doença em recidiva: que reaparece durante ou após o Infiltração da medula por células tumorais – cancro da
tratamento; mama, linfoma e outros;
Alteração neoplásica das próprias células da medula -
Doença refrataria: não responde ao tratamento;
leucemias, mieloma e síndromes mielodisplásicos.

INÊS LEÃO 10
Leucemias Sinais e Sintomas → LLA /LMA

➔ AGUDA Resultam da anormal produção das células sanguíneas


pela medula óssea:
✓ Leucemia Linfoblástica Aguda – Linhagem B ou T;
✓ Leucemia Mieloblástica Aguda  Dores ósseas ou musculares;
 Infeções constantes;
➔ CRÓNICA  Tosse persistente;
 Perdas hemáticas recorrentes;
 Febre;
 Exantema petequial;
 Palidez;
 Fadiga;
 Cefaleias;
 Perda Ponderal sem causa aparente;
 Vómitos;
 Adenomegalias faciais e cervicais;
 Dificuldade na locomoção;
 Hiperssudorese.

Leucemia Linfoblástica
Diagnóstico → LLA /LMA
Aguda - LLA
Estudo Analítico do Sangue: hemograma completo
É a doença oncológica mais frequente na infância com com estudo do sangue periférico, bioquímica, estudo
maior incidência entre os 2- 5 anos; da coagulação;

Alteração na linha linfoide de produção de Glóbulos


Brancos. Mielograma: estudo imunológico (Citometria de
Fluxo); Citogenética; genética Molecular; Quimerismo;
Os linfócitos saudáveis são responsáveis pela Doença Residual Mínima;
imunidade.

Na LLA há uma rápida proliferação dos linfócitos Punção Lombar: Citologia, Imunologia, Química e
imaturos –linfoblastos. Microbiologia.

Estes não amadurecem, não desempenham sua função
e acumulam-se na medula óssea, comprometendo a Classificação → LLA /LMA
normal produção de outras células sanguíneas.
Para uma correta classificação é necessário ter em
conta a idade da criança, a contagem de glóbulos
Leucemia Mieloblástica brancos em sangue periférico, a invasão de outros
órgãos, as próprias características de cada leucemia e
Aguda - LMA a resposta ao tratamento;

Corresponde a 20% das Leucemias Agudas em crianças; Cada leucemia é estudada e tratada como ÚNICA pois
tem alterações próprias que são como um “bilhete de
Alteração na linha mieloide de produção de células; identidade” que obriga a um tratamento específico.
As células imaturas – mieloblastos - não amadurecem.

 Risco Standard
Não desempenham sua função e acumulam-se na Alto Risco (HR)
medula óssea, comprometendo a normal produção de
outras células sanguíneas. Muito Alto Risco (VHR)

INÊS LEÃO 11
Tratamento → LLA /LMA LINFÓCITOS B MADUROS: produzem os chamados
anticorpos que ajudam a proteger o organismo de
Protocolo de Quimioterapia EV, IM, SC, IT – infeções por bactérias ou vírus;
(prevenção/ tratamento de atingimento SNC), LINFÓCITOS T MADUROS: há vários tipos, alguns
Oral: esquema de tratamento específico a cada caso: destroem agentes de infeção ou células anormais,
INDUÇÃO: primeiro tratamento, feito em outros ajudam a aumentar ou diminuir a atividade de
internamento, com o objetivo de controlar a doença; outras células do sistema imunitário;

CONSOLIDAÇÃO: tratamento(s) a seguir à indução, Linfomas:


com o objetivo de melhorar o controlo da doença. Linfócitos multiplicam-se de forma anómala;
Podem ser realizados em internamento ou Acumulam-se nos gânglios linfáticos, fazendo com que
ambulatório; estes aumentem de tamanho, ou podem circular por
MANUTENÇÃO: tratamentos que se seguem à todo o organismo e atingir outras regiões e órgãos,
intensificação/consolidação, como objetivo de manter linfoides e não linfoides, como o baço, o fígado, o tórax,
o controlo da doença. Normalmente são realizados em o abdómen, a medula óssea e os pulmões.
ambulatório.
Linfoma de Hodgkin:
Radioterapia – pode ser indicação no caso de invasão O linfoma de Hodgkin clássico surge quando linfócitos
ou alta probabilidade do SNC; B sofrem mutações do seu ADN.
Existem dois tipos de linfoma de Hodgkin, o linfoma
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA (TMO): clássico e o linfoma nodular com predomínio de
Indicado em situações em que o risco da doença linfócitos;
mostre que o tratamento apenas com o protocolo de
Atinge mais frequentemente os gânglios linfáticos do
quimioterapia poderá não ser suficiente (Ex: recidiva
pescoço ou do tórax, mas pode aparecer em qualquer
ou progressão da doença, HR); outra parte do corpo.
A colheita das células estaminais pode ser feita pela
extração de medula óssea, através de Mielograma, ou
Linfoma de Não Hodgkin
a partir do sangue periférico, por um processo
designado por AFERÉSE. Mais frequente do que o Linfoma Hodgkin;
Condicionamento –Tratamento com QT de alta dose Também são predominantemente derivados de
que pretende destruir completamente o tumor, linfócitos B, sendo que apenas cerca de 10% dos casos
destruindo também a medula óssea; originam-se de linfócitos T.
DIA ZERO são transfundidas as células estaminais, que Os quatro tipos de linfoma não Hodgkin mais
foram colhidas no dador. Este processo é INDOLOR e a frequentes na criança são:
criança permanece acordada, como numa transfusão
✓ Linfoma de Burkitt;
de sangue;
✓ Linfoma das grandes células B;
As células estaminais do dador entram em circulação ✓ Linfoma linfoblástico;
e irão fixar-se na medula óssea aonde se irão ✓ Linfoma anaplásico.
multiplicar e dar origem a novas células sanguíneas.

Sinais e Sintomas
Sistema Linfático  Aumento de dimensões dos gânglios no pescoço,
Rede complexa de vasos e pequenas estruturas axilas e/ou virilhas;
chamadas de nódulos linfáticos que transportam o  Febre;
fluido linfático (linfa) dos tecidos de volta para o  Hiperssudorese noturna;
sistema circulatório;  Astenia;
O sistema linfático é sobretudo constituído por dois
 Perda de peso sem razão aparente;
tipos de células:  Lesões cutâneas.

INÊS LEÃO 12
Diagnostico: Sinais e Sintomas

→ TAC, RMN, PET;  Cefaleias;


→ Estudo Analítico do Sangue - hemograma  Náuseas;
completo com estudo do sangue periférico,  Vômitos;
bioquímica, estudo da coagulação;  Visão turva;
→ Mielograma – estudo imunológico (Citometria de  Diplopia;
Fluxo); Citogenética; genética Molecular;  Problemas de equilíbrio;
Quimerismo; Doença Residual Mínima;  Alterações na personalidade ou comportamento;
→ Punção Lombar – Citologia, Imunologia, Química e  Convulsões;
Microbiologia.  Sonolência.

Tratamento: Diagnostico:

→ Exames Laboratoriais;
Protocolo de Quimioterapia EV, IM, SC, IT –
→ TC, RM,PET;
(prevenção/ tratamento de atingimento SNC), → Biopsia da lesão;
Oral: esquema de tratamento específico a cada caso: → Punção Lombar.
INDUÇÃO: primeiro tratamento, feito em
internamento, com o objetivo de controlar a doença;
Tratamento:
O tratamento destes tumores depende do seu tipo,
CONSOLIDAÇÃO: tratamento(s) a seguir à indução, tamanho e localização, do seu estadío e grau, da idade
com o objetivo de melhorar o controlo da doença. e estado geral de saúde da criança e das opções
Podem ser realizados em internamento ou familiares.
ambulatório;
MANUTENÇÃO: tratamentos que se seguem à Cirurgia - Idealmente todos os tumores deveriam ser
intensificação/consolidação, como objetivo de manter totalmente removidos através da cirurgia. No entanto
o controlo da doença. Normalmente são realizados em muitas vezes isso não é possível pela sua localização,
ambulatório. tamanho ou infiltração entre as células normais sendo
apenas possível biopsia ou remoção parcial da lesão;
Radioterapia – pode ser indicação no caso de invasão
Quimioterapia; Radioterapia.
ou alta probabilidade do SNC;
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA (TMO).
Neuroblastoma
Tumores do SNC O neuroblastoma é o tumor sólido extracraniano mais
O sistema nervoso central controla todas as funções frequente em crianças depois das leucemias
vitais do organismo. É formado pelo cérebro e pela linfoblásticas, tumores cerebrais e linfomas.
espinal-medula;
Surge de células primitivas do sistema nervoso
Os tumores do sistema nervoso central desenvolvem- simpático, as quais derivam da crista neural;
se quando se dá uma alteração das células do cérebro
ou da espinal-medula, que crescem
descontroladamente e formam uma massa – TUMOR. Sinais e Sintomas
 Dependem da localização primária do tumor e do
Os tipos mais frequentes na criança são os gliomas →
que têm origem nas células gliais: seu padrão de propagação.
 Baixo grau ou benignos: astrocitoma pilocítico;  Os sintomas mais comuns
 Alto grau ou malignos: glioblastoma e a maioria estão associados à presença
dos tumores do tronco cerebral. de massa abdominal - dor e
 Meduloblastomas: desenvolvem-se no cerebelo; desconforto abdominal;
 Ependimomas: derivam das células ependimais  Dores ósseas - na presença
que revestem a superfície ventricular; de Metastização Óssea.
 Tumores de células germinativas.

INÊS LEÃO 13
Diagnostico: Quimioterapia Efeitos Secundários
→ TC, RM, PET;
➔ TOXICIDADE HEMATOLÓGICA
→ Biopsia;
✓ Anemia;
→ Cintilograma Ósseo;
✓ Neutropenia;
→ Cintilograma MIBG;
✓ Trombocitopenia.
→ Catecolaminas urinárias (Ácido Vanil Mandélico -
VMA).
➔ TOXICIDADE DA CAVIDADE ORAL E
GASTROINTESTINAL:
Tratamento:
✓ Mucosite (inflamação da parte interna da
Em algumas crianças com doença de baixo pode ser boca e da garganta);
sugerida vigilância e aguardar a evolução, apenas ✓ Náuseas e Vómitos;
iniciando tratamento se houver sinais de agravamento.
✓ Alteração paladar e olfato;
Cirurgia. ✓ Diarreia;
Quimioterapia. ✓ Obstipação.
Radioterapia.
➔ TOXICIDADE DERMATOLÓGICA
✓ Alopecia;
Tumor de Wilms ✓ Pele - Reações ao longo do trajeto venoso;
Tumor renal mais frequente na criança sendo ✓ Unhas.
frequente em idade inferior a 5anos.
FÁRMACOS PARA CONTROLE DE SINTOMATOLOGIA

NÁUSEAS E VÓMITOS:
Ondasetron (2mg/mL) EV ; (0.8mg/mL) suspensão.
Dexametasona; Metoclopramida; Lorazepan.
MUCOSITE ORAL:
Cuidados Orais –Tantum®; Caphosol®; Aloclair®.

Urgências Oncológicas:
Sinais e Sintomas
Febre: temperatura axilar ≥38ºC:
 Exame objetivo detalhado (procura de eventual foco
 Massa abdominal, a maioria das vezes,
infecioso);
assintomática;  Hemograma, PCR e culturas microbiológicas
 Hipertensão Arterial; (hemoculturas; cultura de focos suspeitos de infeção);
 Hematúria;  Outros exames laboratoriais/imagiológicos (de acordo
 Pode ainda ocorrer náuseas, vómitos e diminuição com a clínica – ex. RX tórax).
do apetite. Febre SEM neutropenia e SEM CVC:
 Dor e reação inflamatória local;  Tratar foco, se existir VS atitude expectante se não
 Febre; existir foco e doente clinicamente bem;
 Fratura óssea; Febre SEM neutropenia COM cateter venoso central:
 A metastização pulmonar no momento diagnóstico  Iniciar sempre Ceftriaxone IV (100 mg/Kg/dia) através
é frequente sendo possível a existência de CVC;
sintomatologia respiratória como tosse,  Se sinais infeção CVC: Vancomicina IV (40 mg/Kg/dia) ou
expetoração e mesmo derrame pleural; Teicoplanina IV (10 mg/Kg/dia) até conhecer TSA.

Febre COM neutropenia:


Tratamento:  Internar sempre, e iniciar Piperacilina-Tazobactam IV
(320 mg/Kg/dia) + Amicacina IV (15 mg/Kg/dia);
Cirurgia.
 Se febre persistente após 4-5 dias adicionar Anfotericina
Quimioterapia.
B IV (iniciar a 1 mg/Kg);
Radioterapia.  Manter antibioterapia endovenosa até apirexia +
Neutrófilos 500/mm3.

INÊS LEÃO 14

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